3 DIMENSÕES DO CONHECIMENTO: Um jeito de aprender Espiritismo ou qualquer outra coisa. PARTE 3.

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Um jeito de aprender Espiritismo ou qualquer outra coisa


É uma abordagem do conhecimento que parte de três informações básicas sobre um conceito ou um objeto da nossa realidade – o que ele é, como funciona e para que serve.

Esse método serve para nos capacitar a apreender intelectualmente um conceito ou objeto e, ao mesmo tempo, conseguirmos operar com esse conceito ou objeto. Assim ele se torna um conhecimento prático. Legal, Rita! A gente já entendeu até aqui...


As questões básicas propostas por Hans foram transformadas por ele mesmo, numa das nossas reuniões subsequentes, em compreensão prática e dinâmica dos três aspectos do Espiritismo que são inerentes a todos os seus princípios: O que é: O campo onde as coisas se definem, correspondendo ao aspecto filosófico;


Como funciona: O campo onde as coisas são observadas e experimentadas, ao aspecto científico; Para que serve: O campo onde as escolhas são feitas, ao aspecto moral. Essas ações são componentes da nossa vida cotidiana. O tempo todo, estamos definindo, observando ou experimentando e, a partir de então, fazendo escolhas. Às vezes, invertemos a ordem: primeiro observamos e experimentamos, depois definimos para, finalmente, escolher.

E onde entram os princípios do Espiritismo? Os princípios do Espiritismo são ferramentas que aplicamos para pensar a vida, para compreender o funcionamento das leis divinas e para fazer escolhas, uma vez que todos eles têm decorrências morais. Precisamos conhecê-las com precisão e profundidade. Precisão para entender o que está escrito nas obras de Kardec sem adições, achismos e interpretações pessoais. Profundidade para chegar às suas bases na Codificação Espírita e para compreender as suas consequências em nossa jornada terrena.


Aplicamos o conhecimento dos princípios à nossa vida prática quando 1) percebemos a integração dos três aspectos do Espiritismo – filosófico, científico e moral – e o modo como eles se estão presentes em nosso cotidiano em cada percepção, ação e decisão; 2) e quando conseguimos relacioná-los aos acontecimentos e à nossa própria postura diante deles, passando a fazer escolhas melhores.


A filosofia tem dois exercícios importantíssimos de aprendizado e desenvolvimento: a reflexão e o diálogo. Aliados à vivência prática, que oportuniza as observações e experimentações, reflexão e diálogo criam experiências de aprendizagem, de desenvolvimento intelectual e espiritual. Quer dizer que podemos fazer isso internamente ou num grupo. Em grupo, contudo, esse aprendizado costuma ser mais estimulante e produtivo.

Mas como enxergar os três aspectos quando estão misturados numa situação ou num texto? Aprendemos isso com a Cristina Helena Sarraf. Ela nos ajudou a identificar filosofia, ciência e moral, primeiramente, nos textos da Codificação. E fazíamos, então, um exercício de grifar os trechos que eram definições (filosofia), que traziam observações ou experimentações (ciência) e os que abordavam consequências (moral).


Hans, por sua vez, propôs fazer-se um exercício, com esses trechos grifados. Nós deveríamos verificar nos textos em estudo, dali por diante (e na Codificação) quais partes abordavam aspectos filosóficos (que contém definições), científicos (que se referem a fatos observados) ou morais (com análise de consequências). Temos aqui um exemplo, um texto do Gilberto (Esp.): CUIDADO AO FALAR Falar o que se pensa é maravilhoso, mas tem de vir acompanhado do cuidado ao falar, porque existe a palavra que derruba e a palavra que levanta, a que fere e a que desperta. Por que nos sentimos no direito de atingir o outro que não conhecemos e que não podemos julgar, com palavras? Porque os efeitos são impalpáveis? Mas que argumento seria este, se usado por espíritas que acreditam, antes de tudo, no impalpável e no imaterial como base de sua filosofia de vida? É preciso cautela para não cair nas armadilhas do orgulho, respondendo à agressão com agressividade. Somente a resposta amorosa é digna dos que intentam se inscrever na escola do Mestre. (Gilberto)


Hans sugeriu que recortássemos esses trechos para organizá-los, colando em três páginas, como mostra a figura abaixo:

Quando copiamos as frases destacadas no texto e reorganizamos em três blocos de texto (isso está muito mais fácil hoje, graças ao Ctrl+C / Ctrl+V), temos o seguinte resultado: Falar o que se pensa é maravilhoso. Os efeitos são impalpáveis. Somente a resposta amorosa é digna dos que intentam se inscrever na escola do Mestre.

Existe a palavra que derruba e a palavra que levanta, a que fere e a que desperta. [O falar] tem de vir acompanhado do cuidado ao falar. Nos sentimos no direito de atingir o outro que não conhecemos e que não podemos julgar, com palavras. É


preciso cautela para não cair nas armadilhas do orgulho, respondendo à agressão com agressividade. Fazendo isso, apreendemos o significado do texto e o seu sentido prático. Nós nos apropriamos dele de modo a não só entender o que as palavras significam, mas também como participam de nossa experiência humana.

Você está convidado(a) a fazer suas próprias experiências e observações sobre esse método. Espero que ajude você imensamente! Grata pela atenção!


Créditos de Imagens: Caixa de brinquedos: Círculo vetor criado por brgfx br.freepik.com Caixa de ferramentas: Negócio vetor criado por macrovector br.freepik.com Gráficos explicativos dos 3 fascículos foram produzidos por Rita Foelker. As demais imagens são de Domínio Público ou não requeriam atribuição.


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