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COM BONS VENTOS E O NOSSO APOIO, O VELEIROS DO SUL VAI LONGE.

A Tradener é pioneira no mercado livre de comercialização de energia no Brasil. Nada mais justo do que dar uma força ao esporte náutico, patrocinando o Clube Veleiros do Sul.


PALAVRA DO COMODORO Prezados Associados Procuramos fazer desta edição do Minuano um retrato de nossas ações. Um leitor que não conhece pessoalmente o Veleiros do Sul poderá compreender a alma deste Clube ao ler as páginas do O Minuano. Entenderá o motivo da vela ser o sentimento e a razão de nosso rumo. É o “espírito de vida” que manifesta sua vontade naquilo que construímos e buscamos para nossa Associação. Os assuntos aqui abordados mostram a intensidade e a qualidade da vela em nosso clube. A comemoração dos 40 anos ininterruptos da Escola de Vela Minuano que festejamos, em agosto passado, foi um aniversário que uniu gerações do presente e do passado numa linda confraternização. Temos orgulho de contarmos com uma escola de vela que alia tradição de ensino a modernos processos de aprendizado de padrão internacional. E mais ainda, como sempre comentamos, a nossa escola também visa o ensino da cidadania por meios de atividades esportivas, sociais e ambientais, todas estruturadas sob a plataforma da prática do esporte. Da EVM que é o berço da formação de velejadores seguimos para os nossos Projetos de Vela Olímpica incentivado pelo Ministério do Esporte e de Formação Olímpica em convênio com a Confederação Brasileira de Clubes o que nos torna um dos principais núcleos de vela do país. Graças a esses recursos estamos realizando altos investimentos na compra de material necessário para o desenvolvimento da vela de base até a Olímpica com resultados já obtidos no Centro Sul-americano de Laser que sediamos tendo dois de nossos velejadores entre os top five. Na vela oceânica também nos destacamos. A capa desta edição traz o veleiro Camiranga que leva a bandeira do Veleiros do Sul nas principais competições da classe. Além de veloz e dono de vários recordes, o Camiranga é para nós, como todos os veleiros que singram o mundo com nosso galhardete, motivo de orgulho por levar a bordo velejadores do VDS e nossa alma de velejadores, sendo incentivador dos nossos jovens. Portanto, já perceberam que trazemos diversas peças de um mesmo corpo, a vela por inteira, em todos os seus níveis. Além das regatas também temos matérias de interesse para os nossos cruzeiristas que navegam perto ou longe de nós. Mudando um pouco de rumo, na revista mostra a nossa vida social, as festas tradicionais do Clube, como o Queijos e Vinhos e Oktoberfest, que foram um sucesso e também dos jantares Barlasota, que tem reunido nossas flotilhas, associados e convidados em excelentes confraternizações. Um Clube desse porte também requer constantes investimentos na sua manutenção e melhoria na sua capacidade para atender as exigências que o dia-dia vai nos impondo. Mostramos algumas dessas obras e destacamos o cuidado ambiental que o Clube vem fazendo na sua subsede, a ilha Chico Manoel, com a implantação dos painéis solares que produzem energia limpa para ser consumida na ilha. O trabalho da Comodoria é contínuo como de um jardineiro com seus canteiros, na luta para a relva não proliferar. Mas é claro que tudo isso só é possível por termos uma gestão aprimorada, dentro de princípios racionais e equilibrados que acompanham os movimentos do mundo para se manter atual e competitivo. Graças a esses métodos, o Clube mantém uma situação financeira estável e favorável para navegarmos com segurança, horizontes claros e rumos bem definidos. Boa leitura e bons ventos Eduardo Ribas

EXPEDIENTE Comodoro Eduardo Ribas Vice-Comodoro Esportivo Diego Quevedo Vice-Comodoro Administrativo Renato Poy da Costa Vice-Comodoro Patrimônio André Huyer Vice-Comodoro Social Christian Willy Prefeito da Ilha Chico Manoel Luiz A. Morandi Ouvidoria Eduardo Scheidegger Jr. Escola de Vela Minuano Diretor: Eduardo Scheidegger Jr. Conselho Deliberativo Presidente Newton Aerts Vice-Presidente Luiz A. Morandi Conselho Fiscal Titulares: Frederico Roth, Cícero Hartmann e Flávio Neumann Suplentes: Luiz G. Tarrago de Oliveira, Ricardo Englert e Paulo A. Hennig O Minuano é uma publicação do clube Veleiros do Sul. Fones: 55 (51) 3265-1717 3265-1733 / 3265-1592 Endereço: Av.Guaíba, 2941 Vila Assunção Porto Alegre – Brasil CEP: 91.900-420 E-mail: comunicacao@vds.com.br Site: www.vds.com.br

Editor: Ricardo Pedebos - MTB 5770/RS Textos e Fotos: Ricardo Pedebos e Ane Meira Mancio Foto Capa: Marcos Méndez Projeto Gráfico e Diagramação: Renato Nunes Fotolitos e Impressão: Gráfica Calábria Tiragem: 1.300 exemplares Distribuição: Sócios do VDS, diretorias dos clubes náuticos e marinas do Brasil. Clubes da Argentina, Chile e Uruguai. Novembro de 2015


Um supercampeonato de Laser em Porto Alegre Fotos Assessoria de Comunicação/VDS

Durante 10 dias de outubro as flotilhas de Laser das Américas do Sul e Central, mais Caribe compareceram ao Veleiros do Sul para a disputa de três campeonatos numa jornada longa de vários atos de espírito competitivo e de amizade.

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O Centro Sul-americano teve recorde de participação com o total de 176 velejadores de 14 países nas classes Standard, Radial e 4.7

s números mostraram por si mesmos a dimensão do Centro Sul-americano de Laser Radial, Standard e 4.7 de 2015. Os 176 representantes de 14 países, incluindo um da Espanha, ressaltaram a grande presença de velejadores nessa edição e ainda a organização do campeonato como outro ponto positivo, tanto na parte de água como de terra. O Brasil mostrou a sua boa tradição na classe ao ficar com todos os títulos em disputa. A classe Radial chegou a sua 18ª edição como o maior campeonato de sua história ao receber 85 velejadores. O catarinense Alex Veeren

ganhou o título por antecipação, confirmando o seu bom nível na classe. Em segundo o gaúcho Philipp Grochtmann (Pipo). A capixaba Odile Ginaid levou o troféu na categoria feminina e 6ª na classificação geral, com a carioca Fernanda Decnop que integra a equipe olímpica brasileira, em segundo lugar. “Foi um campeonato bom, conseguimos fazer todas as regatas com vento. Estava disputado e comemorei minha primeira vitória no Sul-americano. A correnteza e as ondas do rio foram minhas maiores dificuldades. O Pipo velejou bem, foi um bom campeonato


para ele também. Na flotilha ouro passamos a competir diretamente e aí é melhor de controlar o adversário, você sabe onde ele está, sabe onde ele tem que ir”, disse Alex. O predomínio na classificação geral do Radial foi brasileiro com quatro entre os cinco primeiros: Alex Veeren, do Iate Clube de Santa Catarina, Philipp Grochtmann e Antônio Cavalcanti Rosa, do Veleiros do Sul e Martin Manzoli Lowy, do Yacht Clube de Santo Amaro. “Nós tivemos regatas muito competitivas e o pessoal do clube (Veleiros do Sul) velejou bem, num clima legal da nossa flotilha”, comentou Philipp. Na disputa das mulheres, Odile GinaId chegou em Porto Alegre com o firme objetivo de levar o título Sul-americano e alcançou a sua meta. “Um campeonato pegado porque muitas meninas que vieram para aqui estão em campanha olímpica, então, todas estavam bem treinadas”. Na flotilha prata as meninas superaram os meninos. A carioca Gabriella Marques Kidd ganhou na classificação geral seguida pela velejadora de Bermudas Cecilia Wollmann. Na continuação do Radial foram realizados o 25º Campeonato Centro Sul-Americano da classe Laser Standard e o 16º Laser 4.7. A

Philipp treinou bastante para o campeonato e terminou como vice-colocado

instabilidade do clima que provocou enchente do Guaíba também não permitiu a disputa das duas últimas regatas devido à falta de vento em plena primavera. O catarinense Bruno Fontes (ICSC) que liderava com folga a competição ficou com o título, após oito regatas, e tornouse tricampeão Centro Sul-americano de Laser. Ele acumulou 36 pontos de vantagem sobre o

Alex Veeren conquistou seu primeiro título sul-americano de Laser Radial O MINUANO

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Bruno comemorou o tricampeonato Centro Sul-americano

vice colocado, o argentino Tomás Pellejero. O catarinense que representou o Brasil nas Olimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012) comemorou essa conquista porque teve um significado especial para ele depois de um ano difícil. “Em 2015 comecei com a vitória no Brasileiro, após vieram maus resultados e questões pessoais difíceis. Felizmente tudo se resolveu bem e encerro o ano com este título. Gosto da raia do Guaíba, me sinto bem adaptado nela e estou em ótima forma física”, disse Bruno, 36 anos. Sua próxima competição será em dezembro na Copa Brasil de Vela no Rio, para onde seguirá treinando. Ele considera o evento

O VDS finalizou ainda entre os cinco primeiros colocados com Antônio Cavalcanti

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como já da temporada para 2016. O argentino Tomás Pellejero ficou em segundo lugar e está em campanha olímpica da Laser em seu país. Ele considerou ótimo o nível dos velejadores no Centro Sul-americano. “As regatas foram muito disputadas e tecnicamente excelentes, sem reparos. Eu estou acostumado a velejar em água doce em Rosário, mas apesar de algumas semelhanças a raia do Guaíba tem condições bem peculiares. A organização do campeonato foi insuperável, tudo funcionou correto”, disse Pellejero, 24 anos. O paranaense Andrey de Oliveira Godoy (ICLI) foi o campeão 16º Centro Sul-americano de Laser 4.7. Em segundo lugar ficou o gaúcho Lucas Mazim (CDJ). Com 16 anos e um ano velejando na classe, Godoy conseguiu atingir o objetivo do seu primeiro título internacional. “Não esperava para agora essa vitória porque havia bons velejadores de diversos países. Comecei muito bem no campeonato, isso me deu confiança e consegui manter uma boa média nos resultados. Já penso no próximo Sul-americano em fevereiro, em Montevideo”, diz Godoy que começou a velejar aos 9 anos na Optimist por influência do seu irmão Alan no Projeto Velejar é Preciso, patrocinado pela Itaipu Binacional. “Quem sabe um dia realizo o meu sonho de representar o Brasil numa Olimpíada”, conjectura. A gaúcha Júlia Silva, do Veleiros do Sul, ficou com o título feminino da 4.7 após liderar

Odile liderou do começo ao fim no feminino


Andrey venceu na 4.7, mas chegou a Porto Alegre com expectativa de adquirir experiência numa disputa internacional

todo o campeonato, e em quarto lugar na geral. Ela estava afastada das competições há um ano e meio, no entanto chegou na frente de velejadoras experientes e atuantes na classe. “Acho que ir para um campeonato sem o peso de ter que vencer dá mais tranquilidade para velejar. Durante as regatas sofri um pouco com dor nas costas por não estar bem treinada, mas consegui superar isso e chegar à vitória”, disse Júlia, 20 anos, que pretende

Júlia Silva retornou para as competições com força total ao ficar com o título feminino

dividir o seu tempo com a vela e o curso de jornalismo. Os países participantes do campeonato foram: Brasil, Argentina, Bermudas, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Guatemala, México, ilhas Trinidad Tobago, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. O Centro Sul-americano de Laser Radial, Standard e 4.7 teve o apoio da Jimo, Equinautic e ITrax Composites.

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PREMIAÇÃO CENTRO sul-americano Classe standard

Classe 4.7

Geral - Campeão: Bruno Fontes (BRA), 2º Tomás Pellejero (ARG), 3º Juan Bisio (ARG), 4º Juan Biava (ARG) e 5º Andrey Quintero (COL)

Geral - Campeão: Andrey de Oliveira Godoy (BRA), 2º Lucas Mazim (BRA), 3º Fernando Diz (URU), 4º Júlia Silva (BRA/VDS) e 5º João Emílio Vasconcellos (BRA)

SUB 18 - Campeão: Andrey de Oliveira Godoy (BRA), 2º Fernando Diz (URU) e 3º Maximillian Mori (PER)

SUB 16 - Campeão: João Emílio Vasconcellos (BRA) e 2º Tiago Quevedo (BRA/VDS) e 3º Luís Pedro Carrero (URU)

SUB 21 - Campeão: Antônio Cavalcanti Rosa (BRA/VDS), 2º Gustavo Nascimento (BRA) e 3º Gabriel Agero (GUA)

SUB 19 - Campeão: Matias Dyck (ECU), 2º Francisco Riponat (ARG) e 3º Ignácio Rodrigues (URU)

Grand Master - Campeão: Luiz Fernando Zimmer (BRA)

Master - Campeão: Roberto Bortolaso (BRA/VDS), 2º Augusto Moreira (BRA/VDS) e 3º Gonzalo Pellejero (ARG)

Pré-master - Campeão: Bruno Fontes (BRA), 2º Jesus Sanchez (ESP) e 3º Lucas Ostergren (BRA/VDS)

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Geral Feminino - Campeã: Júlia Silva (BRA/VDS), 2º Odile Ginaid (BRA) 3º Jarian Brandes (PER), 4º Daniela Cardozo (ARG) e 5º Luciana Cardozo (ARG)

SUB 18 - Campeã: Jarian Brandes (PER), 2º Luciana Cardozo (ARG) e 3º Cecília Wollmann (BER)

SUB 16 - Campeã: Gari Candelaria (URU) e 2º Emiliana Lopez (ARG)


Classe radial

Geral Masculino - Campeão: Alex Veeren (BRA), 2º Philipp Grochtmann (BRA/VDS), 3º Francisco Riponat (ARG), 4º Antônio Cavalcanti Rosa (BRA/VDS) e 5º Martin Lowy (BRA)

Geral Feminino - Campeã: Odile Ginaid (BRA), 2º Fernanda Decnop (BRA), 3º Andre Aldana (GUA), 4º Paloma Schmidt (PER) e 5º Daniela Rivera (VEN)

Great Grand Master Campeão: José Carlos Reis (BRA)

Grand Master - Campeão: Jorge Smolar (ARG) e 2º Luiz Fernando Zimmer (BRA)

Pré-Master - Campeã: Adriana Kostiw (BRA)

SUB 21 - Campeã: Maria Cristina Boabaid (BRA), 2º Caterina Romero (PER) e 3º Maria José Maurin (CHI)

Master - Campeão: João Ramos (BRA), 2 º Carlos Palombo (ARG) e 3º Rodrigo Quevedo (BRA/VDS)

Pré-Master - Campeão: Iago Whately (BRA), 2º Nalton Coelho (BRA) e 3º Rafael Malinsky (BRA/VDS)

SUB 19 - Campeã: Maria Carolina Boabaid (BRA), 2 º Gabriella Kidd (BRA) e 3º Cecília Wollmann (BER)

SUB 17 - Campeã: Luciana Cardozo (ARG), 2º Maria Victoria Castano (ARG) e 3º Kelly Dreyer (CHI)

SUB 19 - Campeão: Francisco Riponat (ARG), 2º Ricardo Luz (BRA) e 3º Santiago Diz (URU)

SUB 17 - Campeão: Matias Dietrich (ARG), 2º Clemente Seguel (CHI) e 3º Stephan Kunath (BRA)

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Convênios dão novo fôlego para as flotilhas do Clube

Júlia foi a campeã feminina de Laser 4.7

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Fotos Assessoria de Comunicação/VDS

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Centro Sul-americano de Laser 2015 foi um sucesso tanto na organização como na participação de atletas. Mas um dos grandes resultados obtidos pelo clube nesse campeonato foi a constatação do impacto positivo do convênio com a Confederação Brasileira de Clubes (CBC) no projeto Formação Olímpica I, que permitiu ao VDS a aquisição de materiais, equipamentos e barcos da classe Laser resultante do edital 01. E também pelo Projeto Vela Olímpica Veleiros do Sul apoiado pela Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal. Jovens do Veleiros do Sul competiram com barcos recém adquiridos com a parceria. A aquisição se deu após a aprovação do projeto de formação olímpica do VDS, incluso entre os clubes beneficiados pelo convênio com a Confederação Brasileira de Clubes (CBC), em que via Lei Pelé é direcionado 0,5% da arrecadação das loterias para as entidades investirem na formação de atletas olímpicos e de base. A liberação da verba de R$ 1,2 milhões foi assinada em março. O projeto trouxe um novo fôlego para a classe Laser no clube, possibilitando sua renovação e a integração de novos atletas. Além disso, os velejadores beneficiados pelo Formação Olímpica I

Tiago Quevedo deixou a classe Optimist em setembro e já se destacou na Laser 4.7

- CBC apresentaram um rendimento favorável no campeonato, indício de que com o fomento necessário o esporte cresce e dá resultado. No Centro Sul-americano de Laser Radial Philipp Grochtmann - que também conquistou o Estadual em outubro - foi o vice-campeão, e Antônio Cavalcanti Rosa o 5º lugar. Além dele, Alan Willy foi o 14º, Marcelo Gallicchio o 17º e Rodolfo Streibel o 31º na flotilha ouro e na prata Bryan Luiz foi o 21º. No Centro Sul-americano de Laser 4.7, a campeã feminina foi Júlia Silva que conquistou o título de melhor velejadora da classe no continente em um dos barcos adquiridos pelo projeto.

Ainda na 4.7, classe dos iniciantes na Laser, Tiago Quevedo, em sua primeira competição fora da classe Optimist, foi o segundo melhor na categoria Sub 16 e 10º colocado geral, Philipp Rump foi o 11º, Erik Hoffmann o 18º, Marcelo Gallicchio o 23º, Rodolfo Streibel 31º e Martin Rump o 39º. Já no Centro Sul-americano de Laser Standard, Antônio Cavalcanti Rosa venceu na categoria Sub 21. Philipp Grochtman foi o 9º, Antônio Cavalcanti Rosa foi o 17º, Rodolfo Streibel foi o 25º, Alan Willy o 33º e Bryan Luiz o 46º. No Formação Olímpica 1, além da classe Laser, as classes Optimist, 420 e 470 também foram beneficiadas.

Philipp Grochtmann, vice-campeão Centro Sul-americano de Laser Radial


Barcos novos para os Projetos Olímpicos Clube começa a receber equipamentos adquiridos para os projetos de formação de atletas de base e olímpicos com o apoio do Ministério do Esporte e Confederação Brasileira de Clubes

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elo Projeto Vela Olímpica Veleiros do Sul em convênio com o Ministério do Esporte foram adquiridos um barco da classe 470 e um Laser completo que já estão no Clube. O projeto conta com o incentivo das empresas Banrisul, Corsan, Metalúrgica Fallgater, Vipal e Ritter Alimentos. Ainda em agosto o VDS realizou Pregões para adquirir materiais e equipamentos após habilitação do Projeto “Formação Olímpica I” junto a Confederação Brasileira de Clubes através do Convênio de N° 04. Nos pregões tivemos como vencedores as empresas: Equinautic Comércio Importação e Exportação de Equipamentos Náuticos Ltda, Pro Nautic Materiais Náuticos Ltda e Nóbrega Indústria e Comércio de Artigos Esportivos Ltda – ME. Os contratos foram assinados pela Comodoria do VDS e pelos fornecedores habilitados para o mesmo, até metade de setembro foram entregues nove barcos das classes Laser Completo Australiano e um barco 470 olímpico completo.

Novo 470 destinado para a dupla Geison e Gustavo que estão em campanha olímpica

As demais aquisições já efetivadas foram barcos da classe Optimist e botes para uso dos técnicos. Tendo em vista as ordens de fornecimento devem ser entregues no máximo até 90 dias. O convênio entre a CBC e o VDS foi oficializado em abril passado e em seguida realizado o repasse de verbas por meio da CBC provenientes de loterias para

projetos esportivos de clubes formadores de atletas. O andamento dos projetos olímpicos do Veleiros do Sul está permitindo o Clube superar a dificuldade de ampliação da vela de base e olímpica por questões de custos. A meta estipulada pelo Clube é tornar-se um núcleo forte de propagação da vela esportiva no país.

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ESCOLA DE VELA MINUANO

Os 40 anos da Escola de Vela Minuano A festa de aniversário foi linda! E não poderia ser diferente, pois uma escola de vela comemorar 40 anos de atividades não é um fato corriqueiro em qualquer parte do mundo onde se navega.

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Diversas gerações da EVM reunidas na festa do aniversário

segunda edição do Jantar Barlavento realizada no dia 14 de agosto foi dedicada à Escola de Vela Minuano que iniciou suas atividades em 1975, quando teve formada a sua primeira turma de Optimist. O encontro serviu para reviver fatos que foram embasados pelo tempo e que fizeram parte das vidas de muitos velejadores. Representantes de diversas gerações ainda guardam com carinho as recordações das primeiras lições de vela. Esse também é o motivo porque a EVM tem um lugar especial no coração do Clube.

O vice-comodoro Esportivo Diego Quevedo foi um dos participantes do Jantar que recordou de sua entrada na EVM em 1976 e também a capitã da flotilha pioneira, Rita Richter, carinhosamente chamada de “Mãe Rita” pela gurizada. Quevedo disse que se sentia ainda mais feliz em ver a sua esposa Miriam, que comandou a flotilha de OP até setembro e o seu filho Tiago, bicampeão brasileiro de OP, fazerem parte dessa história. “Isso é gratificante, isso é a vida de um Clube”, disse Quevedo.


Fotos Assessoria de Comunicação/VDS

Rita e Miriam foram homenageadas com buques de flores e quadros com as cópias da ata de fundação da flotilha Minuano com a data de 25 de abril de 1973, entregues pelas crianças da EVM. Na ata consta algumas assinaturas, sendo uma delas de Eduardo Secco Hofmeister, integrante da flotilha pioneira e que estava presente no jantar. O comodoro Eduardo Ribas e o vice-comodoro Social e de Marketing, Christian Willy, falaram sobre o significado da comemoração dos 40 anos da EVM e também abordaram os projetos presentes e futuros da vela no Clube. Dois funcionários também receberam distinções no evento: Roque Moraes, que se notabilizou pela construção de barcos da classe Optimist em madeira, considerados nos anos 70 e 80 como os melhores do país e Júlio Bernet, artista plástico que doou no primeiro semestre um dos seus quadros, tendo como tema a classe Optimist e que foi a leilão no primeiro Jantar Barlavento, com arrecadação destinada a flotilha Minuano. Na parte final da cerimônia foram chamados os ex-integrantes da flotilha Minuano, capitães,

Homenagem aos funcionários pelo trabalho em prol da flotilha

diretores e professores que receberam troféus dos alunos da EVM. Foi uma emoção dividida por cada geração presente no aniversário.

Comodoria com as capitãs de flotilhas do passado e do presente O MINUANO

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Fotos Memorial/VDS

Tradição e experiência na formação de velejadores

Sob a direção do comandante Carvalho Armando a escola formou sua primeira turna de Optimist no dia 25 de julho de 1975.

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ensino da navegação foi uma preocupação desde o surgimento do Veleiros do Sul. Em abril de 1935 o Clube teve seu primeiro curso “ de treinamento de vela” e desde essa época manteve um aprendizado de qualidade em seus quadros. Na metade da década de 70 a vela passou

Lançamento da flotilha Minuano em 1973 14

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a ser ensinada dentro de uma formatação pedagógica na escola e teve o comandante Carvalho Armando, experiente velejador de oceano e comandante da Marinha brasileira como um dos seus mentores. O nome Escola de Vela Minuano foi adotado oficialmente em 1983.


Por ter uma sólida estrutura e tradição o sistema educativo desenvolvido na EVM é baseado na experiência e conhecimento do segmento náutico. A escola tem como um dos seus principais objetivos a boa formação de velejadores, desde os níveis de iniciação até os de aperfeiçoamento, e que seja acessível a um número cada vez maior de pessoas, tanto na vela de cruzeiro como a de competição e nas habilitações para a Marinha. No seu programa consta a busca da atualização técnica dos seus profissionais, professores e instrutores. Eles são pessoas qualificadas para o cargo e os métodos de ensino aplicados são baseados nos modelos internacionais de escolas de vela, onde estão aliadas técnica e segurança na navegação. A EVM não está centrada somente no aspecto técnico. O esporte da vela é também um caminho para o desenvolvimento pessoal, o enfrentamento de situações que servem para o cotidiano. Esses fatores, principalmente nos jovens, têm grande peso porque navegar leva a pessoa ter maior confiança em si mesma, a ser mais responsável e solidária com os outros. Desta maneira acreditamos que o ambiente favorável formado pela EVM contribui para formação da cidadania por meios de atividades esportivas, sociais e ambientais, todas estruturadas sob a plataforma da prática do esporte. O começo da flotilha Minuano No Veleiros do Sul a Optimist apareceu em 1972 na comodoria de Ernesto Neugebauer, mas foi em abril de 1973 que ocorreu a fundação da

EVM conta com um time de professores qualificados para todos os níveis da vela

flotilha Minuano de Optimist com o batizado de 10 barcos. A coordenação da classe ficou a cargo da associada Rita Richter que por uma década trabalhou com os jovens de 6 a 15 anos. Em maio de 1973 foi realizado o primeiro campeonato gaúcho da classe Optimist que teve a participação de 23 velejadores do Veleiros do Sul e Clube dos Jangadeiros. No estadual foram selecionados nove velejadores para representarem o Clube no I Campeonato Brasileiro de Optimist em setembro de 1973. O evento foi realizado no Iate Clube Jardim Guanabara, no Rio de Janeiro, com a participação de 117 barcos. Um número bastante expressivo para uma classe recém-formada. Ainda neste mesmo ano foi realizado o I Sul-Brasileiro de Optimist, de 13 a 17 de dezembro, no Veleiros do Sul.

Alunos da Optimist com seus uniformes de identificação de níveis nas flotilhas O MINUANO

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Novos rumos na Vela Jovem

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m dos projetos desenvolvidos pela Escola de Vela Minuano é a turma de Vela Jovem que vem ganhando força com a dedicação dos alunos sob a orientação do professor Ricardo Tittoff. Nas aulas, os alunos experimentam sete classes diferentes: Laser, 420, Snipe, Soling, Dingue, Elliot e Ranger 22. A ideia é que eles aprendam a velejar em cada uma delas, conhecendo as particularidades técnicas. A Vela Jovem busca formar tripulantes capacitados para suprir as classes atuantes no Clube e também estimular a convivência da nova geração de velejadores no Clube. Para participar não há necessidade de saber velejar ou já ter feito algum curso da EVM. Os alunos serão agrupados em níveis diferentes conforme suas experiências. Ou seja, essa turma poderá tanto servir como iniciação como continuação. As aulas ocorrem às sextas-feiras das 13h30min às 17h30min e eventualmente nos fins de semanas. A procura pelo curso foi tão grande que o número de alunos foi ampliado e dois instrutores - também jo-

Projeto busca a formação de velejadores em diversas classes

vens, porém experientes - passaram a auxiliar a turma: Philipp Grotchmann e Antônio Cavalcanti Rosa. Ainda como resultado da parceria com a CBC, o projeto está fazendo o Veleiros do Sul ser um ponto de referência dentro do Brasil. Novos barcos 420 foram adquiridos pelo clube. Com isso a formação de tripulações da clas-

Alunos são agrupados conforme seus níveis de experiência

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se que prepara os jovens para a vela Olímpica ganhou um incentivo e três equipes foram formadas. Tiago Quevedo e Erik Hoffmann - após a partida de Tiago Ribas para estudar no Exterior, o proeiro Erik forma nova dupla com o bicampeão brasileiro de Optimist, Gabriel Lopes e Philipp Rump além, de Nicolas Mueller e Gabriel Mueller. Tiago, Gabriel e Nicolas são egressos do Optimist e a continuidade do trabalho dos jovens velejadores é exemplo dos novos ares da vela jovem no Clube. O programa ainda prevê a formação de mais duas tripulações na classe: uma feminina e a outra mista ou masculina. “Nosso objetivo é participar da Copa Brasil Jovem que ocorre em dezembro no Rio de Janeiro com quatro barcos. Estamos treinando para chegar competitivos no Campeonato Brasileiro da 420 que vamos sediar em janeiro. Lá esperamos que nossas tripulações aproveitem, além da experiência adquirida, a motivação de velejar em casa”, empolga-se o head coach do Veleiros do Sul Juan Ignácio Sienra.


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Veloz e dono do tempo O veleiro Soto 65 Camiranga foi recordista nas principais regatas oceânicas de 2015, destacando-se como o barco mais veloz da classe oceânica nacional. A energia que toca o barco não vem só do vento, mas também da dedicação e entrosamento de sua tripulação que leva a identidade do Veleiros do Sul


Foto Marcos Méndez/Divulgação


CLASSE OCEANO

Foto Divulgação

Comemoração na Refeno 2015 20

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Foto Fred Hoffmann

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le veio com fome de recordes e desde sua estreia nas raias no ano passado tem quebrado marcas das regatas oceânicas de longo percurso. A sua estreia na água foi em 2014 quando estabeleceu na Regata Recife – Fernando de Noronha o novo tempo de 22h40min43 para o percurso de 300 milhas náuticas. Ele foi o fita azul e chegou uma hora a frente do segundo colocado, conquistando o título na classe ORC. Na Ilhabela Sailing Week, em julho, o barco de 65 pés alcançou o tempo de 6h04m03s para a Regata Alcatrazes Marinha do Brasil. A melhor marca para o percurso de 60 milhas pertencia ao S40 argentino Cusi V desde 2009, com 6h12min29. Na edição de 2015 da Refeno não deu outra, o Camiranga quebrou o seu próprio recorde: completou a travessia com 20h26min37. “O barco é muito veloz e isso ajudou bastante. O vento foi favorável, com ângulo um pouco mais aberto que no ano passado, então isso facilitou e por isso conseguimos diminuir em quase duas horas o nosso tempo de chegada em relação ao ano anterior” festejou o comandante Eduardo Plass. E para encerrar a temporada das regatas longas terminou com mais um recorde. Dessa vez a tripulação foi fita azul da 65ª Regata Santos-Rio disputada em outubro e que integra o Circuito Rio. O barco cruzou a linha de chegada

Tripulação da Regata Santos-Rio

as 06h43min03 da manhã com o tempo de regata de 18h9min3s quebrando o recorde que pertencia ao veleiro Sorsa III (19h33min40s) desde 2006. O percurso da regata que largou na baía de Santos foi de 195 milhas de distância. Sua alta performance vem da soma de dois fatores: projeto arrojado do barco com tecnologia moderna e a sua tripulação, composta por experientes velejadores oriundos das classes oceano e monotipos. Mas podemos dizer que ainda há um terceiro ingrediente, que é o sentimento de amizade que une tri-

pulantes e o Veleiros do Sul. O Camiranga tem uma peculiaridade que difere dos demais barcos de classes de alta performance. A sua tripulação é formada quase toda por velejadores experientes que pertencem ao mesmo Clube. Profissionais de fora são poucos a bordo. Esse é o pensamento do comandante do barco Eduardo Plass, que faz questão de manter um grupo cujos velejadores se conhecem muito bem, são amigos e parceiros. “O fato de chegar em primeiro é sempre um prêmio a mais e muito bacana, no entanto, buscamos velejar e passar para garotada que o esporte da vela é apaixonante e motiva muita gente”. E que venham mais desafios! A tripulação do Camiranga varia de regata para regata, mas sempre com o mesmo grupo principal: Samuel Albrecht, Alexandre da Rosa, Alexandre Rimoli, Diego Garay, Eduardo Plass, Eduardo Ribas, Fabrício Streppel, Geison Mendes, Gustavo Thiesen, Matias Bevacqua, Ney Amaral, Pedro Cruz, Renato Plass, Ricardo Englert, Antônio Plass, José Peña Tavora, Lucio Ries, Augusto César Streppel, Caique Teixeira, Alejandro Comas, Guilherme Halemann, , Marco Montes, Pedro Cruz, Rodrigo Nogueira.


Clube de grandes velejadores Foto Marcos Méndez/Divulgação

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eleiros do Sul esteve presente em diversas tripulações na Ilhabela Sailing Week. Além da conquista de uma nova marca com o Camiranga, o Clube teve representantes na classe C30, com Alexandre Mueller na tripulação do Loyal CA Technologies, que venceu a competição e garantiu o título de tetracampeonato brasileiro. Em segundo lugar na C30 ficou o Caballo Loco que contou com George Nehm na equipe. Na classe S40, Paulo Lemos Ribeiro integrou a equipe do Pajero de Eduardo Souza Ramos. Na classe ORC A o VDS também marcou presença na tripulação do Angela VI com Manfredo Flöricke. O barco, do comandante Peter Dirk Siemsen, um veterano em Ilhabela, nesta edição ficou em 6º lugar. Já Manfredinho ultrapassou os 30 anos de Semana de Vela de Ilhabela. E na classe HPR 25, teve o barco Tereza, do comandante Niels Rump que ficou em 11º lugar. E não foi só nos barcos modernos, mas também nos clássicos com a des-

A clássica schonner de 95 pés com os velejadores gaúchos, comandante Átila Bohm, tático André Gick, navegador Miguel Virgílio Petikovicz e o trimmer André Renard.

tacada participação do Atrevida, de 95 pés, com o comandante Átila Bohm, o tático André Gick, o navegador Miguel Virgílio Petikovicz e o trimmer André Renard. O Atrevida, que sempre navega com a flâmula do VDS no seu estai,

ficou em quarto lugar em Ilhabela. O Atrevida foi lançada em Bristol Rhode Island em 1923 (EUA) e trocou o nome de Wildfire para Atrevida, depois que passou a navegar no Rio de Janeiro em 1946. Foto Angela Plass

Crioula é bicampeão brasileiro de S40 O Crioula Sailing Team do Veleiros do Sul conquistou em novembro o título brasileiro da classe S40 no 46º Circuito Rio 2015 realizado pelo Iate Clube do Rio de Janeiro. Correndo com o barco Crioula 29 sob o comando de Samuel Albrecht, a tripulação formada por Renato Plass, José Peña Távora, Diego Garay, Fabricio Streppel, Gilcimar Pecilio, Gustavo Thiesen, Geison Mendes, Maurício Santa Cruz e Alexandre Rosa somou 11 pontos, vencendo quatro de sete regatas válidas na competição. O segundo colocado foi o Pajero de Eduardo Souza Ramos com o carioca de Roberto Martins em terceiro lugar. Ainda no Circuito Rio, o Crioula 29 também competiu na classe IRC ficando em quinto lugar. A competição foi válida como Brasileiro de IRC, somando os resultados da Santos-Rio (onde o barco não competiu, pois a tripulação participou a bordo do Camiranga finalizando

O time Crioula levou mais uma vez o título na S40

como o Fita Azul com direito a recorde) e o resultado de mais quatro regatas, entre eles uma vitória na Regata Victor Demaison.

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MUNDIAL DE SOLING

Brasileiros ficam entre os dez melhores do mundo

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Foto Divulgação

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Veleiros do Sul representou o Brasil com duas tripulações no 50º Mundial da classe Soling realizado em Castiglione della Pescaia, Itália, em maio. A equipe Equilibrium da família Ilha, com Nelson e os filhos Gustavo e Felipe terminou na sexta colocação. E a El Demolidor, com Kadu Bergenthal, Eduardo Cavalli e Renan Abrahan, em 10º lugar. Nelson Ilha ganhou o Troféu Lúcio Glomb como melhor time sul-americano do Mundial, que teve 45 barcos de 14 nações. Os dois comandantes também ganharam o troféu Tony Clare concedido às tripulações que chegam em primeiro lugar em uma das regatas do campeonato. “O campeonato foi difícil com condições de vento bem variadas. Nós iniciamos com uma vitória, mas depois nosso desempenho foi irregular, principalmente no dia da disputada de três regatas, velejamos muito mal. Vínhamos em terceiro, mas ficamos sem vento e como a regata foi encurtada terminamos atrás. No geral, com tantos campeões mundiais não podemos reclamar de nosso resultado, pois ainda conseguimos ficar entre os seis melhores”. Para a equipe do El Demolidor foi uma repetição de 2014 quando também terminaram em 10º lugar. “Nossa expectativa nessa edição era ficar entre os cinco primeiros, mas o campeonato estava com o nível bem alto devido à grande presença de tripulações veteranas com títulos mundiais. Mas ficar entre os 10 primeiros do mundo já é um incentivo”, diz Kadu. A terceira equipe brasileira no Mundial com os representantes do Rio Grande Yacht Club, formada pela equipe de Henrique Ilha, Pedro Ilha e Fernando Ilha, ficou em 39º. A tripulação húngara, com Farkas Litkey, Karoly Vezer e Weinhardt Csaba levou o título. Em segundo lugar ficaram os canadenses Bill Abbott, Joanne e William Abbott. A cidade de Kingston, Canadá, será a sede do Mundial de Soling, em setembro de 2016.

Equipe da família Ilha ganhou o Troféu Lúcio Glomb

El Demolidor também venceu uma das nove regatas disputa no Mundial


O Cinquentenário da classe Soling Foto Sílvio Ávila

O Veleiros do Sul foi a sede dos campeonatos mundiais de Soling de 2004 e 2010. Largada da nona regata na última edição realizada no Clube

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Grael é também um velejador de fama internacional e dono de muitos títulos mundiais. Torben iniciou sua carreira olímpica na classe Soling na qual iria conquistar a medalha de prata nos Jogos de Los Angeles. “Comecei em um barco muito antigo que o proprietário usava para passear e pescar. Corri como tripulante do meu tio Axel Schmidt o Mundial no Rio em 1978 e fomos décimos colocados, após ganharmos a última regata. Nada mal para um barco que tinha até envenenado no fundo do casco, um pouco tem-

po antes de competirmos. Velejei ainda a temporada seguinte como tripulante do Axel. Ao final deste ano ele parou e eu acabei assumindo o leme, com o Ronaldo Senft e o Daniel Adler como proeiros, configuração que iria nos levar a medalha de prata e ao vice Mundial em 1985. Inauguramos nossa campanha, sem­ pre com o “Croix du Sud “ mesmo barco que usamos de 1978 a 1982, gentilmente emprestado pelo Sr. Louis Alliaga, amigo francês que trabalhava na Air France. Era o Brasileiro de Soling na represa de Foto Arquivo/VDS

o Mundial da Itália foi comemorado o cinquentenário da classe que surgiu em 1965. Projetado pelo norueguês Jan Linge, o barco foi concebido para quaisquer condições de vento e mar e é confortável de navegar. Em 1968 ele foi escolhido entre muitas classes para ser o veleiro de três tripulantes masculinos para as Olimpíadas de 1972 em Munique. A Soling permaneceu como barco olímpico até os Jogos de Sidney em 2000. A classe Soling Internacional tem uma forte ligação com o Brasil e o Veleiros do Sul. Ela se desenvolveu a partir da década de 1970 e foi a responsável por grandes conquistas para a vela do nosso País, como a medalha de prata na Olimpíada de Los Angeles em 1984, com Torben Grael, Daniel Adler, Ronaldo Senfft. O Brasil soma três títulos mundiais de Soling: 1978 (Brasil) - Gastão Brun, Vicente Brun e Roberto Martins, 1981 (Itália) - Gastão Brun, Vicente Brun e Steven Bakker, 2007 (Argentina) - George Nehm, Marcos Pinto Ribeiro e Lucio Pinto Ribeiro. O brasileiro com maior número de medalhas olímpicas, cinco no total, Torben

A tripulação olímpica medalha de prata em 1984 liderada por Torben Grael O MINUANO

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Foto Arquivo/VDS

O ano de 2007 foi marcante para a flotilha do VDS que pode comemorar a conquista do título mundial e do segundo lugar no Campeonato Mundial na Argentina

Guarapiranga, 1980. De lá em diante fomos crescendo, com nossa participação em campeonatos nos Estados Unidos e Canadá com bons resultados, e a brincadeira virou campanha Olímpica. De 1980 a 1987 quando troquei o Soling pelo desafio do Star foram muitas regatas e apenas uma derrota, no Brasileiro de 1983. Mais as coisas não eram fáceis como parecem e tivemos uma grande rivalidade com o José Paulo e José Augusto Barcelos e o Nelson Falcão. Na eliminatória para Los Angeles acabamos vencendo no desempate por vencer a última regata! Sempre considerei o Soling um barco fantástico, excelente em ventos fortes e muito prazeroso de se velejar”, contou o diretor técnico da Confederação Brasileira de Vela. No Veleiros do Sul a classe Soling iniciou sua atividade a partir de 1996 e atualmente é o local onde se concentra a flotilha nacional. O Clube foi a sede de dois campeonatos mundiais: em 2004 com a participação de 25 tripulações do Brasil, Argentina, Estados Unidos, Hungria, Noruega e Uruguai. Em 2010 contou com 20 tripulações do Brasil, 24

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Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Reino Unido. O Veleiros do Sul também recebeu diversos campeonatos nacionais, com presença de estrangeiros, e sul-americanos. Nelson Ilha foi o comandante que soma o maior número de participações em mundiais. Neste ano chegou a nove campeonatos. As melhores posições foram os terceiros lugares na Alemanha em 2011 e Hungria em 2013. Em 2007 o Clube fez história na classe em Buenos Aires ao se tornar campeão mundial com a tripulação formada por George Nehm, Marcos Pinto Ribeiro, e vice-campeão com Cícero Hartmann, Flávio Quevedo e André Renard. Essa mesma tripulação voltou a ser vice-campeã no ano passado também em Buenos Aires. Nos últimos dez anos as equipes do VDS têm estado presentes nos campeonatos mundiais com destacadas classificações entre os primeiros lugares. O timoneiro campeão mundial George Nehm conta como foi o início da classe no Clube, os seus desdobramentos e a conquista do título mundial.

“Durante as Pré-olímpicas realizadas no Clube em 1996/1997 numa conversa com o Caco (Marcos Pinto Ribeiro) e o seu irmão Lúcio decidimos velejarmos de Soling, classe olímpica na época. Nós adquirimos um barco e a partir daquele momento vieram o Nelson, Cícero, Niels e a flotilha veio a se formar. Tenho que destacar a grande ajuda do Lúcio Glomb, que praticamente assumiu a classe nacional e foi uma figura importante na sua implantação”, lembra Nehm. O Mundial de 2007 foi um marco na trajetória dos três velejadores. “Nós fomos bem preparados para disputar a competição na Argentina. Até aumentamos de peso porque éramos leves para o barco. Velejamos com folga nas regatas e até poderíamos ter ganho por antecipação o Mundial. Mas também vale ressaltar que a nossa flotilha está entre as melhores do mundo. Nosso nível é elevado e há equilíbrio entre as tripulações, por isso nossos representantes sempre se destacam nos principais campeonatos internacionais e qualquer uma das equipes podem chegar ao título”, comenta Nehm, 55 anos.

Sul-americanos comemorarão os 50 anos da Soling em novembro Na América do Sul o aniversário da classe será festejado no Campeonato Sul-Americano que ocorrerá de 20 a 23 de novembro no Club Náutico San Isidro em Buenos Aires. Conforme o capitão de flotilha do Veleiros do Sul, Carlos Alberto Trein o Clube será representado pelas equipes Don’t Le Me Down, de Cícero Hartmann, e pela El Demolidor, de Kadu Bergenthal. “Também estão confirmadas as tripulações do Canadá - CAN 225, Alemanha GER 1 e GER 318, Estados Unidos USA 853 e aguardamos a possibilidade de virem ainda as tripulações GER 312, Chile - CHI 1 e Uruguai - URU 1. No Sul-americano estarão presentes a cúpula Executiva da classe e está previsto um meeting extraordinário do Comitê,” disse o capitão Beto.



CLASSE OPTIMIST

Flotilha Minuano em Buenos Aires

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Fotos Divulgação/VDS

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Semana de Vela de Buenos Aires foi um grande campeonato para os pequenos velejadores da Flotilha Minuano. O evento realizado em outubro no Yacht Club Argentino teve a participação dos nossos Veteranos e Estreantes. Além da competição, eles tiveram a oportunidade de visitarem o estaleiro Riotecna e conhecer como são fabricados os barcos Optimist. Foi uma ótima experiência para o grupo ver todo o processo de laminação feito no estaleiro localizado em San Fernando, província de Buenos Aires. Na primeira disputa internacional do time, a flotilha alcançou bons resultados. Entre os veteranos, Gabriel Rímoli conquistou um 6º em uma das regatas e foi o melhor com o 56º lugar. Pedro Amine que fez um 10º ficou em 103º colocado. Lucas Stolf fez um 5º no último dia e terminou 117º lugar e Francisco Ruschel em 168º. Na Estreante Guilherme Becker Araújo Santos ficou em sétimo lugar geral, no top 10 dos melhores estreantes da competição neste ano. Outro grande resultado foi o 17º de Germano Becker Santos, assim como Leonardo João Caminha que terminou em 35º. Alexandre Becker Santos ficou no 56º lugar, fechando um grande trabalho da técnica argentina Magali Damitio. Foram cinco dias de regatas em dois finais de semanas na edição de 2015 que reuniram mais de 1000 competidores de 21 países - Argentina, Antilhas Holandesas, Áustria, Bermudas, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, França, Guatemala, Holanda, Ilhas Virgens, México, Paraguai, Peru, Porto Rico, Singapura, Suiça e Uruguai, a maior presença estrangeira já registrada na competição. Acompanharam a equipe, além de pais dos velejadores o head coach Juan Ignácio Sienra e a team leader Fabiana Stolf.

A estreia em evento internacional serviu de experiência para o grupo

Durante a competição nossa flotilha aproveitou para conhecer a fabricação do Optimist


OLIMPÍADAS

Na reta final pela busca de resultados Duplas olímpicas concentram os esforços na conquista da vaga para representar o país na Olimpíada do Rio

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“Nós esperávamos ser indicados após o resultado do Mundial deste ano, entretanto com a publicação da nota oficial 011/2015 pela CBVela, isso só aconteceria em caso de unanimidade da decisão do Conselho Técnico de Vela, o que não ocorreu. Ficamos chateados, pois essa decisão da diretoria da CBVela de condicionar a indicação a unanimidade foi aplicada única e exclusivamente para o 470 masculino, não sendo aplicado às demais classes olímpicas. Nossa participação em diversos eventos nos permitiu estar à frente das demais duplas do Brasil e agora tudo foi zerado e a seletiva será em apenas um evento, sendo completamente desconsiderado todos os resultados até o presente momento, incluindo campeonatos mundiais e competições no mesmo mês dos jogos de 2016. Mas não desanimamos, seguimos focados e nos adaptando as regras e vamos treinar forte para a Copa Brasil de Vela” confia o timoneiro.

470 masculino no aguardo da Copa Brasil de Vela Já no caso do 470 masculino, os tricampeões sul-americanos Geison Mendes e Gustavo Thiesen possuem a melhor classificação no ranking da Federação Internacional de Vela (ISAF) entre as duplas brasileiras (23º lugar) e tem por objetivo manter o bom desempenho que têm conquistado nas competições internacionais desde formação da dupla em 2012. “Estamos nos dedicando exclusivamente à campanha há três anos. Obtivemos ótimos resultados conquistando seis campeonatos e obtendo um percentual acima de 70% de aproveitamento na maioria dos eventos que competimos em 2015”, disse Geison.

Samuca e Isabel Swan estão confiantes na conquista de melhores resultados

Fotos Fred Hoffmann

inda resta a definição da Confederação Brasileira de Vela (CBVela) em três das 10 classes: 49er masculino, Nacra 17 e 470 masculino. Nas duas últimas, os atletas do Veleiros do Sul vêm realizando campanha e até então lideram as chances com retrospecto positivo. Na equipe de Nacra 17 houve mudança na equipe e agora Samuel Albrecht conta com a experiência da medalhista olímpica Isabel Swan como sua nova proeira. A carioca foi medalha de bronze na Olimpíada de Pequim em 2008 com Fernanda Oliveira na classe 470 feminino e veio do Rio de Janeiro para somar na campanha que já estava em andamento com Geórgia Silva. “Estou curtindo esse desafio. O Nacra 17 não é um barco fácil de velejar, mas a motivação e a vontade de estar nos Jogos me traz uma força extra nesta reta final da preparação, já que a indicação para a vaga ocorre em dezembro”, disse Isabel. Na Nacra, a definição se dará após a realização do Sul Americano da classe (08 a 11/12) e III Copa Brasil de Vela (15 a 20/12). Em caso de empate entre duas ou mais tripulações, prevalecerá o resultado final da III Copa Brasil de Vela 2015. “Evoluímos nitidamente a cada regata que disputamos. Sentimos que precisamos correr mais regatas, pois nelas encontramos variáveis que o treino não impõe, mas estamos contentes, motivados e confiantes que sendo indicados vamos melhorar resultados no próximo ano porque estamos mais velozes” aposta Samuel.

Geison e Gustavo concentram esforços na final da campanha O MINUANO

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CIRCUITO CONESUL

Cinco vezes C’est la Vie Fotos Assessoria de Comunicação/VDS

Comandante Henrique Dias venceu pela quinta vez o Circuito Conesul e levou o título na ORC Club. Na BRA RGS o Conquista, de Marcelo Azevedo foi o campeão

A regularidade nas regatas e uma tripulação bem entrosada contribuíram para mais uma conquista do C’est la Vie

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tempo atípico do início da primavera provocou uma alteração inédita na 24ª edição do Circuito Conesul de Vela de Oceano. Pela primeira vez em 45 anos a Regata Troféu Seival precisou ser transferida em razão das condições climáticas e competição foi encerrada em outubro. Tudo começou no dia 11 de setembro (sexta-feira), quando associados e competidores participaram do início do evento com o Jantar Barlavento e a a abertura da exposição: “De todas as coisas do mar” do artista plástico Marcelo Mello. No dia seguinte e no domingo, ocorreram as regatas média e barlasotas, E então, a maior disputa de veleiros de Oceano no Estado teve um break, até as regatas longas, que ocorreram um mês após. A realização das regatas longas no dia 10 de outubro definiram os campeões. O grande vencedor da edição foi o C’est la Vie IV, barco do comandan28

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te Henrique Dias do Veleiros do Sul, que conquista o pentacampeonato da competição (2004, 2011, 2012, 2014, 2015). O segundo lugar do Conesul ficou com o Kamikaze XI de Hilton Piccolo (CDJ) que também foi o vencedor do 45º Troféu Seival. O San Chico 3 de Francisco Freitas (CDJ) ficou em terceiro lugar no evento. Na classe RGS, a vitória do barco Conquista, de Marcelo Azevedo (CDJ). Em segundo lugar ficou o Caulimaran, de Emílio Strassburguer (CDJ) com o Taz de Augusto Moreira (VDS) em terceiro. Na J24 venceu o Iuca de Rogério Ruschel. Regatas longas foram duras, mas rápidas Com cerca de 70 milhas neste ano a Seival foi considerada “rápida” pela organização ao ser concluída antes da meia-noite. Ao largar às 11h35min da manhã de sábado (10) a previsão não

era das melhores para a duração das regatas longas muito em função da forte correnteza, resultado da cheia do Guaíba. No entanto o vento sudeste - de médio a forte, com rajadas que passaram de 20 nós - ajudou os competidores garantindo velocidade na primeira perna até o farolete do Barba Negra e força para vencer a correnteza no retorno. Dali a Itapuã a regata ficou mais rápida com vento lateral forte e a favor, garantindo retorno muito rápido, o que fez as embarcações vencerem a correnteza com facilidade. O San Chico 3, fita azul da regata, levou o troféu de Xodó ao chegar às 20h55min. No tempo corrigido, o vencedor do 45º Troféu Seival foi o Kamikaze XI que concluiu o percurso às 22h16min (6h19min39 no tempo corrigido). O C’est la Vie veio em segundo lugar e com uma pequena diferença veio o San Chico logo atrás (06h24min no tempo corrigido). A tripulação pelo-


tense do Criollo completou a prova em 07h19min32, fechando em quarto lugar. Os últimos chegaram às 23h, chuva forte em alguns momentos dificultou, mas as condições de vento ajudaram. “Foi uma regata dura com chuva, frio, vento, onda, correnteza, todos aqueles fatores que tornam uma competição desse tipo difícil”, disse o comandante Henrique Dias sobre a disputa do Troféu Seival. No entanto, o segundo lugar no Seival foi suficiente para a conquista do pentacampeonato. “A gente conseguiu manter uma média, tivemos sorte com os adversários que não foram bem em algumas regatas e a gente se manteve entre as primeiras posições. Isso é sinal que a flotilha está parelha e que as regatas estão justas e competitivas. Teve regata que perdemos por segundos de diferença, como na semana passada no Troféu Cayru. São por detalhes que as regatas estão sendo decididas”, disse o comandante Henrique que agradeceu à tripulação composta por Frederico Sidou, Rodolfo Streibel, Vilnei Gold-

A largada do Seival nesta edição foi no seu lugar de origem, no Portão Central do porto

meier, Klaus Burmeister, Isaak Radin, Alexis Knebel e Carlo de Leo. A RGS terminou às 21h15min, com os três barcos participantes velejando rápido e com boas condições, apesar

da chuva. O Conquista (CDJ) levou a 26º Regata Troféu Farroupilha chegando com 07h47min de regata no tempo corrigido. Tuareg, de Ivano Vargas (CDJ) foi o segundo com o Gaivota de Márcio

O início do Circuito teve tempo bom e vento firme no Guaíba O MINUANO

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CIRCUITO CONESUL

Conquista fez por merecer o nome e tornou-se o campeão da RGS

Coutinho (ICG) em terceiro. No 18º Velejaço Farroupilha, que também foi rápido sendo finalizado às 17h19min do sábado, cinco barcos concluíram o percurso. O Batucada de

José Eduardo Araújo (SAVA) venceu na Cruzeiro 20’, Remo de André Costa (VDS) venceu o Cruzeiro 26, Aquario II de Henrique Ilha venceu no Cruzeiro 30 e Wahoo I de Rodrigo Conter (Ve-

Comandante Hilton Piccolo, do Kamikaze XI, ficou com o cobiçado título do Troféu Seival 30

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leiros Saldanha da Gama) venceu no Cruzeiro 40. A 24º edição do Circuito Conesul de Vela de Oceano contou com o apoio da Delta Yachts.


premiação ORC Club Internacional – Conesul

45ª Troféu Seival

1º C’est La Vie VI - Henrique Dias (VDS), 2º Kamikaze XI - Hilton Piccolo (CDJ) e 3º San Chico – Francisco Freitas (CDJ)

1º Kamikaze XI Hilton Piccolo (CDJ), 2º C’est La Vie Henrique Dias (VDS) e 3º San Chico - Francisco Freitas (CDJ)

Troféu Transitório Barco Xodó (Fita Azul)

BRA RGS - Conesul

25ª Regata Farroupilha

San Chico - Francisco Freitas (CDJ)

1º Conquista - Marcelo Azevedo (CDJ), 2º Caulimaran - Emi­­lio Strassburger (CDJ) e 3º Taz - Augusto Moreira (VDS)

1º Conquista - Marcelo Azevedo (CDJ), 2º Tuareg – Ivano Vargas (CDJ) e 3º Gaivota – Márcio Coutinho (ICG)

18º Velejaço Farroupilha

45ª Troféu Seival

Kamikaze XI Hilton Piccolo (CDJ) 20’: Batucada - José E. Araújo (SAVA)

26’: Remo - André Costa (VDS) Classe J-24

30’: Aquário II - Henrique Ilha (VDS)

40’: Wahoo I - Rodrigo Conter (VSG)

Iuca - Rogério Ruschel O MINUANO

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SOCIAL A cada ano uma novidade, a cada jantar de Queijos e Vinhos um sentimento renovado de congraçamento, beleza e sabor.

Fotos Assessoria de Comunicação/VDS

Uma festa de muito ritmo e sabor

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A apresentação de Claus e Vanessa eletrizou à noite dos Queijos e Vinhos

clima de inverno deu um charme a mais na festa que reuniu cerca de 500 pessoas na noite do sábado de 4 de julho no Clube. O salão social foi ampliado com uma estrutura de toldo diferente que proporcionou mais espaço e conforto. Já o ambiente teve uma decoração temática colonial, unido o rústico e o chique. As mesas de queijos e frios em grande variedade, pães, pastas, bufê de massas, crepes e caldos deram o requinte ao jantar preparado pela Barcelos Gastronomia. Tudo harmonizado com vinhos selecionados pelo Vinhos do Mundo e para completar, sobremesas especiais adoçaram a noite. O Comodoro Eduardo Ribas e o vice-comodoro social Christian Willy acompanhados de suas esposas deram as boas-vindas para todos os presentes antes da abertura do show de Claus e Vanessa. Entre os convidados na festa compareceram o secretário municipal de Meio Ambiente

Mauro Moura e o secretário do Planejamento e Desenvolvimento Regional, Cristiano Tatsch que representou o governador Ivo Sartori. Christian agradeceu aos parceiros Móveis do Bem e Vinhos do Mundo pelo apoio ao evento e o trabalho de produção de Eduardo Paixão e Mário Cidade. A Vinhos do Mundo promoveu um sorteio de garrafas de vinhos entre os participantes do jantar. O Comodoro Ribas se dirigiu a “aos amigos do Veleiros do Sul e todos que compartilham o mesmo amor pelo Clube”. E comunicou em primeira mão a vitória com quebra de recorde da Regata Alcatrazes - Marinha do Brasil pelo veleiro Camiranga, que representa o VDS, na Semana de Vela de Ilhabela. A regata de longo percurso abriu o evento neste sábado no litoral norte de São Paulo. Á efervescência da noite foi por conta de


Comodoria do VDS recepcionou associados e convidados na noite de 4 de julho

Claus e Vanessa que proporcionaram um show com muito swing. O espaço em frente ao palco, que neste ano foi colocado para o lado da marina, foi tomado pelas pessoas que queriam acompanhar de perto a dupla, cantando e dançando os sucessos da música pop-rock nacional. O show de Claus e Vanessa foi uma apresentação que contagiou a todos e ao término a plateia pediu bis. O casal recebeu muitas solicitações de selfies e depois se dirigiram até o espaço Under 30 no mezanino para fotos com a ala jovem. O espaço foi a novidade do Queijos e Vinhos neste ano com o intuito de incentivar a participação da nova geração nas festas do Clube. A balada da noite dos Queijos e Vinhos prosseguiu pela madrugada com o som do DJ Paulinho Sabóia, que comandou a pista na madrugada.

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SOCIAL

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SOCIAL

Outubro festas

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Salão Social do Veleiros do Sul recebeu no dia 24 de outubro mais uma edição da Oktoberfest. A festa teve as presenças de associados e participantes do Campeonato Centro Sul-americano de Laser 2015. O evento celebrou as raízes germânicas do Clube e contou com a animação da banda Goela Seca. O Barcelos Gastronomia serviu quitutes típicos da culinária alemã e o chope gelado fez a festa da turma. No dia 18 de outubro no Veleiros do Sul foi colorido pela presença da gurizada que participou com as suas famílias das atividades propostas pela Escola de Vela Minuano. Tudo começou bem cedo, às 9h30min, com o Passeio Ciclístico da EVM. A pedalada em família reuniu cerca de 30 participantes que percorreram um trajeto leve que passou pela Avenida Guaíba, Avenida Diário de Notícias e chegou ao Museu Iberê Camargo, de onde retornou ao VDS. Na volta, a turma do passeio - que foi coordenado pelo professor Mauro Ferreira curtiu uma mesa de frutas para repor as energias. À tarde, a galerinha ferveu na Festa das Crianças. Teve brincadeiras com os animadores e muita atividade no tobogã, guerra de cotonetes, piscina de bolinhas, air game e cama elástica. Pipoca e algodão doce foram os quitutes distribuídos a quem trouxe litros de leite para doações aos desabrigados pelas enchentes de outubro na Ilha dos Marinheiros.

Passeio Cíclístico da EVM

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Comemoração germânica no Clube

Festa do Dia das Crianças


Philipp Grochtmann é o campeão gaúcho de Laser Standard de 2015

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Veleiros do Sul realizou em outubro o Campeonato Conesul de Laser, que definiu os campeões estaduais de 2015 das classes de Laser Standard, 4.7 e 420. Na classe Standard, composta integralmente pelos laseristas do VDS, Philipp Grochtmann foi o campeão ao vencer cinco das oito regatas disputadas. Em segundo ficou Antônio Cavalcanti e em terceiro Adrion Santos. Já na 4.7 a disputa foi inteiramente do Clube dos Jangadeiros. Guilherme Perez conquistou o título com Diego Falcetta em segundo e Daniel Noé em terceiro. Na 420, o segundo turno não teve regatas e o campeonato terminou com a vitória da dupla do timoneiro Tiago Brito do Clube dos Jangadeiros.

A classe Laser Radial já havia realizado o seu estadual em maio no Rio Grande Yacht Club com a vitória de André Pas-

sow (VDS), Marcelo Gallicchio (VDS) foi o segundo colocado e Martin Rump (VDS) ficou em terceiro. O MINUANO

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CRUZEIRO

Uma viagem do arco

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o dia 15 de março de 2015, eu e Juliano Casara partimos do VDS a bordo do Feitiço, tendo como destino inicial a cidade de Rio Grande. Já bem antes da Ponta Grossa fizemos uma parada a contrabordo do Chamonix, onde Luiz Morandi e Carmen nos brindaram com champanhe. Após essa simpática despedida continuamos nossa viagem. O vento leste e o motor fizeram o Feitiço praticamente percorrer a Lagoa dos Patos em uma noite. Amanhecemos no dia 16 nas proximidades do canal da Feitoria. Chegamos no Rio Grande Yacht Club à tarde e completamos a tripulação com o amigo Joel Rosa. Era o que precisávamos para a próxima etapa, sempre a mais complicada nas viagens a Santa Catarina. Dia 17, saímos cedo em direção à barra. Passado o Superporto sofremos o primeiro susto. O motor parou. Ancoramos fora do canal em profundidade segura. Motor diesel só para por falta de combustível. Como o tanque de óleo estava cheio, só poderia ser entupimento. Joel e Juliano trocaram o filtro, sangraram os dutos e lá fomos nós para o mar. Não fiz grandes preparativos para essa viagem. Troquei as baterias, fiz a revisão anual do motor e tratei de escolher a época que me pareceu mais conveniente. O Feitiço é um barco projetado para viagens longas. Possui grande autonomia de água, diesel e ... vinhos. Além disso, em viagens pelo mar, costumo corricar, mesmo sem carretilha. Apenas com linha e isca artificial. Portanto, peixe nunca falta.

Feitiço rumo ao Norte 38

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Por Plínio Fasolo

Navegando pela Lagoa dos Patos

Importante também é ter tempo disponível para esperar as janelas de tempo meteorológico adequadas ao trecho pretendido. Uso sempre mais de um site de previsão. Só saio se em ambos as previsões forem as mesmas. Saímos da barra de Rio Grande sabendo o tempo que teríamos pela frente durante os próximos três dias. Nenhuma surpresa. 51 horas depois passamos o cabo de Santa Marta Grande. Um alívio. Para os navegantes que saem de Rio Grande para o norte, esse cabo representa uma linha de chegada. É uma fronteira que separa duas costas totalmente diferentes. Chegamos no clube Veleiros da Ilha, em Florianópolis, somente próximo da meia-noite. Dia seguinte, 20, Joel e Juliano retornaram a Porto Alegre. Seis dias depois, eu também fui a Porto Alegre, deixando o Feitiço na segurança do Iate Clube de Santa Catarina. Dia 29, já de volta ao Veleiros da Ilha, reencontrei o “ Petit Prince” do Paulo Vinícius, amigo de longa data e de muitos encontros. Já nos havíamos cruzado em Rio grande. Ele vindo da Patagônia e indo a Porto Alegre. Eu vindo de Porto Alegre e indo para o mar. Após alguns passeios pela Ilha, dia 02 de abril soltei os freios do Feitiço e iniciei a viagem mais livre e descompromissada da minha vida. Navegando sozinho, num mar cheio de alternativas, fui sendo guiado por desejos. O Petit Prince seguia me acompanhando, mas isso não me perturbava. Ancorava para pernoites sempre em lugares protegidos e só navegava durante o dia. Assim, o primeiro fundeio foi na Armação, também chamada de Tinguá. O segundo, na sexta-feira Santa, em Zimbros.


No sábado de aleluia foi a vez de Porto Belo. Primeiramente ancorei no Caixa D’aço e depois, pernoitei atrás da Ilha João da Cunha. A minha lista de desejos incluía assistir de perto a Volvo Ocean Race e isso estava prestes a acontecer na Itajaí Stopover. Saí cedo de Porto Belo acompanhado de uma chuva fina. Era domingo de Páscoa Nunca havia entrado na Barra do Itajaí Açu. É muito fácil é bem sinalizada. Pelo celular conversei com o coordenador da ANI, Associação Náutica de Itajaí e consegui atracar em uma poita no Saco da Fazenda. Foram 18 dias maravilhosos. Recebi visitas, fiz novos amigos e assisti a um dos eventos náuticos mais importantes do Planeta. Juliano Casara retornou ao Feitiço. Dia 23, quinta-feira, fomos para São Francisco do Sul e lá o Feitiço permaneceu fundeado frente ao Museu Nacional do Mar até o dia 26, quando então rumamos para Paranaguá. Juliano foi meu companheiro até Santos, onde chegamos em 06 de maio. Nesse trajeto curtimos a ilha das Peças, Guaraqueçaba, canal do Varadouro e Cananéia. Impossível descrever aqui os lugares por onde passamos e nem as pessoas incríveis que conhecemos. Vou nominar algumas que nos cobriram de atenção e gentilezas e que certamente para mim serão inesquecíveis: Cláudio Copello e sua família maravilhosa. Coordenador da ANI, Itajaí. Dra. Marina Bruschi, diretora do Museu Nacional do Mar. São Francisco do Sul. Gilson Gonçalves, Pontal do Sul, Baía de Paranaguá. Marcos Bernauer, proprietário e diretor do Centro Náutico de Cananéia. Na manhã de 07 de maio, antes das 06 h, desatraquei de Santos para cumprir mais uma etapa em solitário. Meu desejo era entrar no canal de São Sebastião antes da mudança do vento prevista para a tarde. Às 15:30 já estava atracado a uma poita do Pindá Iate Clube em Ilhabela. Curti Ilhabela de várias formas. Com amigos de lá, com amigos daqui e mesmo sozinho. O Feitiço passou duas semanas nesse lindo lugar. Nesse tempo estive em Porto Alegre por 4 dias e retornei. Dia 21 de maio decidi seguir para Angra dos Reis. Claro, passando uns dias em Paraty. Pretendia entrar na baía de Angra antes do anoitecer. Não deu. Contravento forte e ondas grandes, quando já havia passado a Ilha Anchieta, fiz meia volta e me abriguei no saco do Flamengo, frente à Praia da Enseada, Ubatuba, de onde saí antes do ama-

Na poita do Pinda Iate Clube, em Ilhabela

Velejando pelo través da Ponta da Joatinga

nhecer do dia 22. Então, antes do meio-dia, dobrei a Ponta da Joatinga e consegui seguir a vela até Paraty. Em Paraty, voltei a encontrar o Paulo Vinícius com o seu “Petit Prince”. Como eu, ele também não tinha tripulação. Fomos juntos para Angra. Amigo e parceiro, ele conseguiu que seu “Marina Clube Angra dos Reis” hospedasse o Feitiço, por cortesia, pelo tempo que eu necessitasse. A minha lista de desejos foi cumprida. Agora só faltava retornar a Porto Alegre. A viagem de volta só começou mesmo em 10 de Junho com a chegada do Juliano no Iate Clube de Santos na sua sede de Angra. Fizemos apenas duas paradas intermediárias até Florianópolis: Santos e São Francisco do Sul. Na capital catarinense Joel voltou ao Feitiço e só desembarcou em Rio Grande junto com o Juliano. De Rio Grande a Porto Alegre, tive o prazer de ter a companhia do Comandante Henrique Ilha. Um fim de viagem maravilhoso, digno de uma mensagem celeste. Foi uma viagem do arco. O MINUANO

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Veleiro brasileiro no Iate Clube Micalvi, em Puerto Willians, o clube náutico mais austral do mundo

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E

O MINUANO

As aventuras do Guga Buy no fim do mundo m 12 maio chegamos a Ushuaia, na Terra do Fogo, onde o barco estava desde o ano passado quando havíamos descido a costa chilena. Nossa meta era contornar o Cabo Horn, de Oeste para Leste, depois seguir pelo Pacífico até o Estreito de Magalhães e por este caminho ir para o Atlântico. Ao concluirmos a manutenção no barco em Ushuaia partimos no dia 22 pelo Canal de Beagle para Puerto Willians e ficamos no Iate Clube Micalvi, um lugar bem simpático. A sede do Clube é um navio e os veleiros ficam numa marina a contrabordo dele. De Puerto Willians rumamos

para Puerto Toro, localidade reconhecida como a mais austral do mundo. A população conta com quatro carabineiros, um oficial da armada chilena e 18 moradores. No dia 30 de maio saímos de Puerto Toro para nosso objetivo principal, que era o Cabo Horn. Seguimos pela caleta Martial, isla Herschel e contornamos a isla Hornos de Oeste para Leste, passando pelas pedras Catedral com bastante vento e muitas ondas. Foi algo impressionante para mim ver aquela paisagem que anteriormente só conhecia por fotografias, agora estava


Fotos Paulo Silveira

Depois de navegar pela costa chilena até Ushuaia, (ver O Minuano nº 135) a tripulação composta por José Zanella, Eduardo Zanella e Paulo Silveira contornou o Cabo Horn e voltou pelo Pacífico até o Estreito de Magalhães. De lá seguiu em direção ao Atlântico para a viagem até o Brasil. No entanto teve um tufão no meio do caminho. O gaúcho Paulo Silveira e o catarinense José Zanella contam como foi essa aventura na Terra do Fogo vendo ao vivo. Ao passarmos pelo “focinho do Cabo”, o Eduardo lançou uma garrafa com uma mensagem dentro. Como haviam muitas ondas nós resolvemos naquele dia não descer na ilha, como pretendíamos. Na manhã seguinte as condições do tempo nos ajudaram no desembarque na ilha, fundeamos perto de um impressionante paredão de pedra com muitas algas e água límpida. À beira da pequena enseada na ilha é coberta de pedras em formato de grandes cascalhos. Mesmo o bote tendo casco de alumínio, fomos com cautela.

Queríamos conhecer o posto da armada chilena com o farol. Subimos por uma escadaria de madeira que liga a orla até o topo da ilha. Ao seu lado há um elevador de cargas. Quanto mais subíamos, mais linda era a vista. Fomos recebidos pelo sargento Manuel Medina, da Armada Chilena, que nos guiou a visita. Ele mora no local com sua esposa e dois filhos. Nós caminhamos pela área em passarelas de madeira, pisar fora delas é arriscado porque o terreno é coberto de turfa e qualquer descuido podese enfiar o pé num buraco fundo. A vegetação é O MINUANO

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Eduardo, José e Paulo em Puerto Toro, no fim do mundo

rasteira com água parada ou congelada. O corrimão da passarela estava quase todo caído devido ao vento de 160Km/h que derrubou tudo, inclusive parte do monumento ao Albatroz. No topo vimos uma peça de mármore com os pontos cardeais, placas em homenagens ao Almirante Robert Fitzroy e de la ‘Hermandad de la costa internacional a los intrépidos navegantes que han surcado estas águas’, na qual agora também nos incluíamos. Fomos a uma pequena capela de madeira e depois carimbamos o nosso passaporte. Deixamos a ilha Hornos e voltamos para a caleta Martiel para uma janta comemorativa. No dia 1º de junho iniciamos o retorno para

Paulo no navio Micalvi que é a sede do Clube 42

O MINUANO

Ushuaia. Atravessamos toda a baía Nassau até o Passo Goree, entre as ilhas Navarino e Lennox, baía Glandert e entramos novamente no canal Beagle. No dia seguinte saímos cedo e no Passo Picton (entre as ilhas Navarino e Picton), passamos por um navio afundado perto da ilha Snipe. Paramos em Puerto Willians para pegarmos nosso certificado de Cruzeiro. No dia 3 de junho saímos para Ushuaia. Depois de uma estada de dois dias, zarpamos para navegar novamente pelo Pacífico, em Punta Oriental, passamos por diversas ilhas até a entrada da baia Lapataia, divisa entre território chileno e argentino na Terra do Fogo. Passamos pela Punta Yamana, onde havia um posto de controle da Armada chilena e pegamos o braço noroeste do Beagle. Paramos na caleta Olla, com um belo visual do ventisquero Holanda. No dia seguinte tentamos sair pela manhã, mas o vento forte fez retornarmos. Dia 8 saímos cedo e fomos contemplando a bonita paisagem dos ventisqueros Itália e Romanche. Na saída do braço noroeste, no fiorde Pia, tem o “Bajo Arturo”, um baixio de pedras, a profundidade passa de 200 metros para apenas 1 metro e no outro lado ele cai para 150m. Na caleta Voilier não deu para entrarmos porque a água estava congelada. Nós fundeamos na caleta del Norte, âncora na proa, dois cabos na popa e muita neve. Seguimos nosso rumo


Pedras Catedral na extremidade do Cabo

Vista da ilha Horn

Cruzando pelos paredões do “focinho”

Caminho de madeira no topo da ilha e o farol no extremo do continente sul-americano

José e Paulo com o oficial da Armada do Chile no posto da ilha

O MINUANO

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A rota no Horn

noroeste pelo canal Ballenero, passamos por diversas ilhas, entre elas Londonderry e Timbal Grande, depois o tempo piorou com forte nevasca, e resolvemos ficar na caleta Lagunas. No dia 10 de junho o tempo continuava ruim, com muita neve. Continuamos a navegar no canal Ballenero, cruzamos pelas ilhas Gorda e Marsh sempre com chuva e vento. Entramos no canal Brecknock, onde pegamos granizo. No canal Cockburn passamos por muitas ilhas, sempre com granizo. Ancoramos, na segunda tentativa, em Puerto King. Dia 14 de junho entramos no canal Magdalena com muita neve. Não conseguíamos abrir a genoa porque as escotas estavam congeladas e o enrolador com gelo duro. Seguimos navegando entre as ilhas até Punta Peje, Anxous e aí entramos no Estreito de Magalhães, com o tempo alternando granizo e vento forte. Era o começo de

Guga Buy escorado com boias na baia Chilota 44

O MINUANO

nossa viagem rumo ao Atlântico. Na península Brunswick, fundeamos num local bem abrigado no Cabo San Isidro. No dia 15 saímos com pouca neve, mas depois ficou mais intensa. Quando rumávamos para Punta Arenas a Armada do Chile, pelo rádio, começou a emitir avisos de mau tempo. Como nosso destino era um local desabrigado, resolvemos mudar o curso e atravessar o Estreito de Magalhães, no sentido oeste-leste, rumando para Porvenir (capital chilena da Terra do Fogo), uma baía bem abrigada, segundo as cartas náuticas. O Estreito de Magalhães já começava a formar ondas e, quando entramos na baia, parecia estarmos navegando num lago. Ao chegarmos na Baia Chilota, por determinação da Capitania dos Portos ancoramos no meio da baia. Não podíamos amarrar o veleiro no píer, pois ainda não havíamos dado entrada no país. O Capitão dos Portos local esteve a bordo do Guga Buy, conferiu a posição de ancoragem e colocou-se à nossa disposição. O barômetro continuava baixando, já estava em 967 MB. Devidamente ancorados, jantamos e fomos dormir, esperando que o vento que estava por vir não nos causasse problemas. Vã esperança. Pelas 02h30m, vento já uivando, Eduardo nos acordou e disse que algo estava errado. Efetivamente, pela carta náutica estávamos próximos a um baixio, evidentemente a âncora havia “garrado”. Eduardo ligou o motor e pediu para levantar a âncora, na tentativa de voltar à posição original. Paulo foi para a proa para tentar subir a âncora. Nada! O vento aumentou de tal maneira que impediu que o barco se adiantasse, dando fortes golpes, fazendo o veleiro adernar. Em certo momento, o ruído do vento aumentou assustadoramente. Parecia que o barco iria virar. Começamos a juntar os objetos mais importantes em bolsas estanques, acionei o botão de socorro do spot, quando o ruído do vento se misturou com ruído de arrastar em pedras. O Guga Buy estava encalhando, não sabíamos onde. O paneiro ficou quase na vertical, não tínhamos apoio para os pés. Consegui pegar o microfone do rádio e pedir auxílio, gritando “may-day”. Eduardo conseguiu, não sei como, colocar o bote na água. A escuridão era total. Depois ficamos sabendo que faltou luz no local, devido à queda de postes. De repente, Paulo viu uma luz vermelha, pensando tratar-se de uma lancha que viria em nosso auxílio. Na verdade, era de um carro da Armada Chilena. Estava na estrada, a cerca de 200 metros do local do encalhe. Estávamos, li-


teralmente, ao lado da estrada. Com uma lanterna, podemos ver a praia pedregosa a menos de 10 metros. Embora o vento continuasse a nos açoitar violentamente, ficamos mais tranquilos, percebendo que o veleiro estava deitado em chão firme. Pelo rádio, os militares nos informaram que a vela grande estava aberta. O vento a arrancou da retranca, onde estava amarrada e ela ficou batendo violentamente. Eduardo conseguiu baixá-la, também não sei como. No local já havia uma guarnição do Corpo de Bombeiros que nos auxiliou a sair do barco. O vento dificultava que avançássemos, um deles falava pelo rádio e era orientado pelos que estavam na estrada e que iluminavam o caminho. Levaram-me até o caminhão de bombeiros, estava exausto, quase não consegui subir os estribos do caminhão, tremendo de frio e cansaço. No interior do veículo, calefação ligada, aos poucos me recuperei. Minutos após, apareceram com o Paulo, que, igualmente, fora carregado pelos bombeiros. Ironicamente, enquanto os bombeiros estavam nos ajudando, sua estação foi completamente destruída pelo vento. Pouco depois, chegou o Eduardo, carregando as bagagens que conseguiu retirar do barco e embarcou na viatura da Armada. Durante todo este tempo, o vento não deu tréguas. Nos levaram até a Capitania dos Portos e nos acomodaram nas suas dependências, oferecendo todo o conforto possível para nosso bem-estar. Enquanto estávamos na Capitania, uma viatura da Armada ficou no local do evento, cuidando do veleiro. O vento soprou forte à noite toda. Pelas 8h30min nos serviram café da manhã e o Capitão, que ainda estava lá, tratava da burocracia para nosso ingresso no país. Dado a situação de emergência, foram feitos os procedimentos de entrada provisoriamente, para posterior confirmação em Punta Arenas. Após o almoço, que a Armada nos forneceu, uma viatura nos levou até um hotel. Quando passamos pelo local onde estava o Guga Buy encalhado, a visão da situação foi triste. Aquele veleiro que, durante cinco anos nos levou a locais maravilhosos, estava lá, deitado sobre pedras, ao sabor das marés, parecendo desanimado. Antes de irmos para o hotel, Eduardo foi até o local do evento quando viu, cravada no chão, uma tala da vela que se soltara. Voou cerca de 200 metros e cravou no chão. Dá para imaginar a velocidade. Na cidade todos já sabiam do evento pois, além de a cidade ser pequena, com 5.000 habitantes,

Rebocado por uma traineira até o píer dos pescadores

a imprensa já estava divulgando os estragos causados pelo vento - foram unânimes em dizer que foi a primeira vez que em Porvenir ocorreram ventos com tamanha intensidade. A velocidade nos momentos de rajadas, ficou entre 150 e 170 quilômetros por hora. Dois dias depois, após algumas tentativas, o barco foi retirado pelos pescadores Danilo e seu irmão, que utilizaram seu barco pesqueiro e que, com a competência que lhes é possível, fizeram o trabalho sem provocar danos maiores. Rebocaram o veleiro até o píer dos pescadores. E fica o registro do empenho da Armada Chilena e também do Corpo de Bombeiros. Uma fissura de cerca de 30 centímetros no casco, abaixo da linha d’Água, permitia a passagem de água para o interior, mas Eduardo conseguiu instalar uma bomba de porão mais potente e impediu danos maiores. Bem, o susto foi grande, entretanto foi o único incidente em cinco anos, desde que saímos do Brasil em 2010.O Guga Buy foi levado para Punta Arenas onde foi consertado e depois seguiu viagem rumo ao Atlântico pelo Estreito de Magalhães, chegando em Buenos Aires e como destino final Florianópolis.”

Apenas uma fissura de 30 centímetros no casco foi o resultado do encalhe. O MINUANO

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Um lugar especial nas águas do Guaíba

A

A ilha Francisco Manoel não é um lugar onde qualquer desejo pode ser realizado como na série de TV Ilha da Fantasia, mas nela há algo que encanta os seus frequentadores de tal maneira que todos se apaixonam por ela. sua magia não é nada sobrenatural, apenas está na natureza preservada, no arfar do vento da sua Mata Atlântica, rara por estas paragens, nas suas trilhas para caminhadas sossegadas e no espaço de amizade que se forma entre seus usuários. Chamada carinhosamente por todos de “ilha Chico”, a sub-sede do Veleiros do Sul situa-se no rio Guaíba, a meio caminho entre as praias de Belém Novo e do Lami, a cerca de 32 km da sede do Clube. O seu formato assemelha-se a uma pera, com a extremidade mais fina apontando para o Canal do Guaíba e a mais arredondada e bojuda para a Ponta dos Coatis, da qual fica a 250 metros. A sua área tem 214.916 m² de superfície, e a sua circunferência, pela picada da base do morro é de 1.930 metros. A altura culminante na estaca 15 é de 43 metros. A extensão maior da ilha é de leste a oeste, com 754 metros. E a largura menor, de norte a sul, 436 metros. O VDS conseguiu a concessão da ilha em 1966 num lance visionário do então comodoro Mário Hoffmeister, que soube avaliar a importância dela no futuro para os associados do Clube. Na época, o uso da ilha indiscriminado estava causando a sua gradativa depredação, com relação à ecologia, quer por navegadores inescrupulosos como por pescadores que ali acampavam. Ao receber a doação o Clube fez um trabalho de preservação da ilha, inclusive com reflorestamento de espécies nativas, que se mantém por todos esses anos. Recentemente o prefeito da ilha Chico Manoel,

o associado Luiz Morandi lançou o Projeto ilha Verde que visa usar mais energia solar e menos combustível fóssil nos geradores. “Demos mais um passo importante nos cuidados com o meio ambiente da ilha Chico Manoel. No final de junho iniciamos o projeto Ilha Verde, de uso da energia solar. Para isso instalamos duas placas solares da Canadian Solar com potência de 255 watts cada uma em corrente contínua, interligadas em sistema de baterias com controlador de carga MPPT adequado. Estas placas têm certificação no IMETRO “A”, diz o dedicado prefeito. Aspectos Geográficos da ilha Chico Muito bonita e pitoresca, a ilha tem, em seu contorno, pedras ou matacões de granito de tamanhos variados. Possui cerca de 60 metros de praia de areia grossa, típica do Guaíba, além de Capões de mato baixo. A sua mata é composta de catiquá, camboriú, amarílis, cocão, batinga, laranjeira-do-mato, canela preta e amarela, figueira de folha miúda, ipê, guajuvira e outras madeiras brancas nativas. Também foram plantadas árvores frutíferas e várias timbaúvas e acácias. Na cota de 6 metros, alternâncias de capões e campo. Nela também há um cemitério Guarani, já pesquisado por arqueólogos. O seu ponto mais alto é denominado “Alto Alegre”, onde se situa o marco geodésico de triangulação do morro da Ilha. A Ilha possui dois trapiches de madeira entre dois

Vista da ilha Chico Manoel


Galpão da Ilha, local de confraternização

molhes, uma sede em alvenaria, constituída por um amplo salão de 10m x 4m, uma varanda de 10m x 2m com vista sobre o ancoradouro e banheiros com chuveiros, casa do zelador, e uma picada de acesso à praia localizada no lado sul, dotada de sinalização e corrimão para auxiliar a passagem nos trechos íngremes.

Trilhas pela mata que circundam a Chico

Matacões de granito e árvores nativas O MINUANO

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A CHICO! Uma Homenagem a Mário Bento Hofmeister

C

onhecíamos a Chico antes de sermos sócios do VDS. Nas navegadas rumo à Praia do Sítio, Tigre, Itapõa e Araçá, sempre passávamos em frente. Na hora do pernoite íamos na minha prima, ali no “Os Coatís” ao invés de atracar na Ilha, pois não éramos sócios do Veleiros. De lá ficávamos curtindo a Ilha iluminada e cheia de barcos. Um dia um amigo e sócio me convidou e me associei no Veleiros. Foi amor à primeira vista. A Carmen e eu nos encantamos com o Clube e a Ilha. Eram todos os finais de semanas com a turma com a qual passávamos belos momentos. O Prefeito na época era o querido Dr. Pablo Miguel que dava um incentivo muito especial aos

O porto com os seus trapiches

Por Luiz Morandi

nossos encontros, com grande função gastronômica e de plena harmonia. Deste convívio praticamente semanal, e pelas mãos do Comodoro Newton fui conduzido a Prefeito da Ilha. Para aprender as coisas da Ilha fui me entrosar com a velha e moderna guarda do VDS, pois sempre tive a teoria de perguntar o que fazer, para quem sabe fazer, para entender o que precisávamos para uma Chico alinhada com o passado e o futuro. Foram os almoços nas terças, que acabaram continuando até hoje, com grandes papos com o Chagas, Plinio, Astélio, Marsilac, De Léo, Malinski e outros tantos amigos, com os quais aprendi a não ser só um sócio do Veleiros, mas entender, amar e cuidar do Clube. Com relação a Ilha, o Astélio sempre me chamou atenção pelo que fez por esta sub-sede do Veleiros. Começou do Zero, desmanchando acampamentos ilegais, construindo trapiches, casa do caseiro, enfim um sócio que ama seu clube, uma extensão da família. Aliás, aprendi muito cedo que a maioria dos sócios têm esta sensação de família no Clube. Os anos foram passando, outras boas Comodorias, como a do nosso querido amigo Cícero, e nós sempre engajados com a Ilha, mesmo nas gestões de outros competentes prefeitos, continuávamos sempre envolvidos. Sempre participávamos de tudo que acontecia na Ilha. O projeto de uma Chico Verde, sustentável, já vinha de tempo nos meus objetivos, pois só a


Placas solares geram energia limpa na ilha

Prefeito Morandi inspecionando a limpeza da Chico

manutenção dos trapiches e limpeza não bastava, precisava de mais, e isto é o que sente, apoia e ajuda nosso querido amigo e Comodoro de agora, Ribas. Algo que marcasse o início de uma Chico tradicional e que não agredisse o sócio que procurava um refúgio rústico, porém integrado à modernidade, ecologicamente perfeita: Uma Chico Verde! O tópico mais importante, além do gerenciamento do lixo, manutenção e limpeza normal da orla foi sem dúvida a instalação de placas solares que nos dão energia sem queima de combustíveis. Um avanço rumo à modernidade e ao

conforto de todos nós, sócios do Veleiros. Para dar a ideia do que a maioria dos sócios pensam, uso a frase do amigo Vidal em uma reunião do Conselho, que muito me marcou: “Dizem que o Veleiros deve muito a mim. É um grande engano, eu que devo muito ao Veleiros”. Que esta frase do Vidal nos sirva sempre de norte de como cuidar e preservar nosso querido clube Veleiros do Sul e sua querida Chico. Nós é que devemos muito ao nosso querido VDS. Bons Ventos!


Rio Guaíba: Ciladas e surpresas

As pedras de Belém Novo vistas de oeste para leste. Mais ao fundo o Morro do Arado e o casarão mencionado no texto.

Por Geraldo Knippling


Pedras das Baleias na Ponta Grossa, vistas de leste para oeste, em tempo de estiagem afloram na água

Usem as cartas como auxílio à navegação. As cartas da Marinha como as 2111, 2109 e 2108 são muito bem elaboradas e mostram uma boa precisão. Entretanto foram concebidas em época em que os recursos técnicos eram primitivos pelos padrões atuais. Nem sempre mostram todos os detalhes fora dos canais de navegação, justamente de maior interesse das embarcações de menor porte. O que mais apavora o navegante são as pedras submersas, mas também os bancos de areia podem incomodar e causar surpresas. Muitas vezes os canais são dragados e a areia é depositada quase ao lado, criando um banco temporário que não consta nas cartas. É assim o banco ao lado do canal, no través das Ponta do Dionísio quase em frente ao clube Veleiros do Sul. Causam preocupação também as dragagens para a implementação do emissário subaquático que leva o esgoto de Porto Alegre até Serraria. No través da ponta da Vila Assunção vamos encontrar as célebres pedras submersas da Piava, que muitos conhecem e alguns poucos já bateram nelas. Situam-se aproximadamente, no

primeiro terço de uma linha reta que vai do farolete da Piava (sobre pedras) à ponta de Vila Assunção. Com rio baixo podem ficar a 1,20m da superfície. Mais para o sul encontramos as lendárias Baleias da Ponta Grossa. São muito bem visíveis e mesmo com o rio alto pode-se avistar um bloco de concreto erguido sobre elas. É perfeitamente seguro navegar entre as “baleias” e a ponta da Ponta Grossa. Entretanto, deve-se evitar a passagem entre as ditas “baleias” e o canal de navegação para o oeste, devido à hidrografia duvidosa da área. Ou passa-se entre a ponta e as pedras ou então pelo canal. Observe que não é possível navegar direto de Ponta Grossa ao Arroio Araçá devido à Coroa do Ceroulas logo ao sul do canal e as Pedras do Soldado nas proximidades da enseada do arroio. Chegamos agora à área de Belém Novo onde vamos encontrar as pedras com o mesmo nome. É uma cadeia de rochedos que se estende de NW a SE, muito visíveis e mais outros submersos e semi-submersos nos arredores (vide foto aérea e mapa). Navegando na direção de Itapuã, geralmente deixa-se os rochedos a bombordo. Mas, O MINUANO

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Passagem na Ponta do Arado vista de sudoeste para nordeste. Navegação desaconselhável devido ao grande número de pedras submersas e semi-submersas.

quando sopra um vento SE forte, muitas vezes é desejável deixar os rochedos a boreste, passando mais próximo a Belém Novo, entre o Morro da Cuíca e o primeiro, por ser mais abrigado das ondas. A passagem demarcada no mapa anexo, é perfeitamente segura. Pode ser feita com auxílio do GPS ou mediante orientação visual. Achando caminho sem o GPS Inicialmente é preciso passar uns 500 m SSW do Morro da Cuíca, em Belém Novo, no rumo magnético 130º, aproando a base esquerda do Morro do Arado na proa. Siga nesse rumo 130º até enquadrar o casarão do Morro do Arado (visto na foto), no rumo 160º. Equivale ao trecho entre as posições BEL3 e BEL4. Vai aparecer uma área de juncos de pouca densidade pela frente. A aproximadamente 30 m, ao começar a diminuir a profundidade, vá para o rumo 215º, passando entre a ilha rochosa e alguns juncos próximos à costa do lado esquerdo. É a posição BEL5, que é o local mais raso em todo o percurso: 1m60cm no inverno e 1m20cm no verão, conforme o nível do rio. A partir desse ponto, siga no rumo 245º, inicialmente, fazendo o contorno da Ponta do Arado a uma razoável distância das pedras e evidentemente não passando entre a ilhota rochosa da extremidade sul e a ponta. A SW da Ponta do Arado, estão localizadas as Pedras do Arado Velho. Entre elas e a ponta mencionada há uma bela e larga passagem, aparentemente livre. Não passe por ela pois está poluída com um grande número de pedras submersas, quase à flor d’água. Mais adiante vamos passar pela ilha Francis52

O MINUANO


co Manoel, com um conjunto de pedras ao sul da mesma, visíveis e devidamente demarcadas nas cartas. Note, entretanto, que este conjunto se estende um pouco mais para o leste, com pedras submersas, que não são evidentes na carta. Mais para o sul, no Saco do Pinho, uns 2000 m a SSW do Canal do Junco, há o conjunto de pedras das Baleias do Salgado, visíveis e com uma marcação de concreto também visível com o nível mais elevado do rio. Já nas proximidades da ilha do Junco, no local onde o Canal do Junco faz a curva para a direita e passa a se denominar Canal do Campista, há uma profusão de bóias e faroletes. Existem bancos de areia no lado NE, provenientes de dragagens do canal. Estes bancos de areia se desfazem com o tempo. No lado leste do Canal do Campista há uma boia na Ponta da Fortaleza. Não é possível navegar entre esta bóia e a referida ponta, onde existem traiçoeiras pedras quase à flor d’água. Também não é possível a navegação direta entre a bóia da Ponta da Fortaleza e a Praia do Sítio, devido aos bancos de areia logo ao lado E do Canal do Campista. Continuando para o sul há bancos de areia em ambos os lados do canal. Passando pelo farol de Itapuã, entrando na Lagoa dos Patos, também encontramos bancos provenientes de dragagens. Para quem vai na direção da Ponta das Desertas, é possível passar livremente entre a bóia luminosa nº 5 e as pedras do Morro de Itapuã.

Pedras de Francisco Manoel, ao sul da ilha, também conhecidas como Pedra da Vovó O MINUANO

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CLASSE OPTIMIST

Clínica de Optimist reuniu Brasil e Chile no Clube

O

Veleiros do Sul promoveu em agosto uma Clínica de Optimist que teve a participação das flotilhas do Brasil e Chile, num total de 52 velejadores e cinco técnicos dos dois países. O evento supervisionado pelo head coach do VDS, Juan Ignácio Sienra ocorreu durante seis dias e no último os velejadores competiram na Regata da Fevers, válida pelo ranking gaúcho de OP. O Chile trouxe cuma delegação com cerca de 24 timoneiros mais técnico e team leader. Entre os brasileiros os participantes eram das flotilhas gaúcha e catarinense. Os treinos ocorreram pela manhã e tarde no Guaíba conforme os níveis dos velejadores. A equipe brasileira que representou o país no Mundial de Optimist, em Dziwnow, Polônia, de 25 de agosto a 05 de setembro treinou com o técnico Átila Pelin. O head coach do VDS, Juan Sien-

Velejadores no VDS ao término da clínica

ra comentou sobre a clínica. “Foi uma grande oportunidade para os todos os jovens. Nós trabalhamos táticas, velocidade e regata de equipe, enquanto com os mais novos treinaremos largadas e manobras. Este intercâmbio internacional promoveu a integração das flotilhas dos dois países”, diz Juan.

O vice-campeão sul-americano Benjamin Fuenzalida veio para a clínica com a equipe chilena e depois seguiu para o Mundial. Ele gostou muito da clínica porque foi uma troca experiências. “São diferentes perfis de velejadores e tipos de velejar. Também fiz amizades com os brasileiros”.

Lucas Stolf no Norte-Nordeste de Optimist A Flotilha Minuano do Veleiros do Sul foi representada pelo velejador Lucas Stolf no 42º Campeonato Norte-Nordeste de Optimist realizado em novembro, Pernambuco. A competição, importante no calendário da classe no país foi um grande encontro para troca de experiências entre os 52 velejadores do RS, SC, SP, RJ, PE, CE, BA e AL. No Norte-Nordeste por Equipes e Lucas, atual campeão Sul-brasileiro Estreante, integrou o time Sul-Sudeste com Guilherme Plentz (CDJ), Gabriel Simões (CDJ), Nicolas Bernal (YCSA) e Guilherme Berenhauser (ICSC) conquistou o vice-campeonato. O time Pernambuco 1 conquistou o título ao vencer o combinado sulista na final. Na disputa individual, Lucas competiu já como veterano, conquistando a 16ª colocação geral. O paulista Nicolas Bernal ficou com o título.

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O MINUANO

O integrante da Flotilha Minuano foi vice por equipes


COMPETIÇÕES

Thiago e Erik competiram no Mundial de 420 no Japão

Thiago e Erik no campeonato que teve dois furacões durante a disputa

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Mundial da classe 420 realizado em julho em Castle Karatsu Bay, no Japão contou com a participação de 72 competidores de 21 países. Representaram o Veleiros do Sul na competição, Thiago Ribas e Erik Hoffmann que finalizaram a disputa com um décimo lugar na última regata, conquistando o quarto lugar da flotilha prata e 40º no geral. Os velejadores enfrentaram dois furacões numa mesma

semana e ventos bem rondados que chegaram a cancelar regatas. Os campeões foram os japoneses Daichi Takayama/ Syota Nakano, e na feminina as espanholas Marta Garrido/ María Jesus Dávila. No retorno a dupla buscou novos desafios. O timoneiro Thiago Ribas embarcou para os Estados Unidos para cursar a Michigan State University, onde passa a integrar o MSU Sailing Center. Já Erik formou nova dupla com Tiago Quevedo.

Equipe do VDS na Copa da Juventude O Veleiros do Sul teve um ótimo resultado na Copa da Juventude, que realizada em setembro pelo Yacht Clube Santo Amaro (SP). Na estreia da dupla Gabriel Lopes e Erik Hoffmann, mesmo com apenas cinco regatas disputadas a equipe já se mostrou competitiva. Com o sexto lugar geral da competição e o terceiro lugar na quinta regata. Na Laser Radial também foram cinco as regatas válidas. Na quarta disputa, Marcelo Gallicchio brilhou e chegou em segundo lugar. O gaúcho finalizou o campeonato com a décima colocação e em oitavo no masculino entre 34 participantes. A Copa da Juventude foi o primeiro campeonato em que os atletas estão sob o comando do head coach Juan Ignácio Sienra. “Foi muito bom para nossa equipe jovem! As condições para velejar eram muito difíceis. Nosso time jovem está crescendo e com a incorporação de novos atletas

Vela Jovem promissora: Marcelo, Gabriel e Erik

teremos o desafio de aumentar nossa presença na Copa Brasil Jovem, que ocorre em dezembro em Rio”, afirmou o head coach.

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Almoço da EVM homenageou Roque Moares

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Escola de Vela Minuano reuniu no dia 3 de outubro cerca de 80 pessoas - pais, alunos e professores - para um almoço de confraternização. Na oportunidade também foi realizada uma homenagem a um funcionário do Veleiros do Sul que é muito importante para a história da classe Optimist no país, Roque Moraes. Roque - que é o marceneiro e até hoje atua no clube - foi quem construiu os primeiros barcos de Optimist para o Veleiros do Sul e fez também barcos para o país todo, incluindo muitos que conquistaram títulos nacionais a partir de 1973. Em toda a carreira, Roque fez no total 560 barcos Optimist em madeira e 10 deles, feitos na década de 80, são usados pelos alunos da Escola de Vela Minuano até hoje nas aulas de introdução à classe. A homenagem contou com depoimentos do associado e Diretor da EVM Eduardo Scheidegger Jr., que

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Roque construiu em madeira os primeiros barcos Optimist que ainda são usados na Escola de Vela Minuano

relatou aos pais presentes ter acompanhado a construção dos primeiros barcos de Optimist, destacando a importância de Roque Moraes na história da náutica no país e do Velei-

ros do Sul. O vice-comodoro Diego Quevedo, que começou a velejar em Optimist feitos por Roque, agradeceu ao homenageado em nome da comodoria e comentou sobre o esforço do clube em continuar sendo referência na classe ao adquirir novos barcos em projetos e convênios com entidades de apoio ao esporte como CBC e Ministério do Esporte, totalizando em 40 o número de Optimists (hoje feitos em fibra) recém adquiridos pelo Clube. Roque conta que o seu envolvimento não terminava com os acabamentos “Eu participava não só na fabricação dos barcos, mas também acompanhava as regatas e o rendimento dos barcos a fim de melhorar a qualidade e isso foi muito importante para mim”, comentou emocionado. Também participou do evento a família Schultz, apoiadora da Escola de Vela Minuano por meio da empresa Sul Náutica.


PATRIMÔNIO

Obra de remodelação da marina e reformas dos barcos

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Comodoria tem realizado investimentos na parte patrimonial, segurança e manutenção para o bom funcionamento do Clube. Dentro desse programa também há um progressivo estudo de sustentabilidade para a redução de custos operacionais. Um dos projetos colocados em andamento é a remodelação do tamanho dos boxes na marina do Clube que já resultou num melhor ordenamento dos espaços de vagas na marina e o aumento de boxes. O trabalho já foi concluído nos trapiches 1 e 2. A equipe de funcionários do Clube e da Construtora Ernesto Woebke é a responsável pelo serviço de retirada e colocação das novas estacas. Após o remanejamento, o Trapiche 1 ficou no lado direito com 25 boxes de 3m x 10m e no esquerdo com 24 boxes de 4 m x 10m e mais um de 6 m x 8 m. No trapiche 2 no lado direito ficaram 31 boxes de 4 m x 12 m, mais um de 8 m x 13 m e do lado esquerdo: 24 de 5 m x 13 m. A reforma do trapiche está prevista para iniciar em janeiro. As chuvas e a enchente do Guaíba prejudicaram o andamento da obra. As embarcações do Clube de apoio à náutica passaram por manutenção para recuperarem os seus cascos que estavam deteriorados. O barco Comodoro Cativelli utilizado pela Comissão de Regata teve refeita a madeira de toda parte da proa e parte da popa. Conforme o carpinteiro Roque Moraes praticamente 1/3 da madeira do barco foi trocada. Toda a proa, as cavernas vergadas e a segunda da antepara, parte do convés e do casco, verdugo e guarda mancebo “A madeira estava podre e foi substituída do Louro Freijó por Grápia na parte da estrutura, por ser uma madeira mais resistente e as lâminas do casco por Cedro gaúcho”, conta Roque. A lancha Pata Choca (ex-Safada) teve

Funcionários do VDS e da Construtora Ernesto Woebke no trabalho de substituição das estacas na marina

todo seu casco de fibra refeito pelo funcionário Vandeco da Silva. “O casco estava bem comprometido com várias fissuras e rachaduras”, disse Vandeco. Depois de fibrado voltou a ter condições de navegar e foi levado para dar apoio na ilha Chico Manoel. Já o barco

Roberto Funck foi substituído o motor. Na ilha Chico Manoel o Projeto Verde implantou placas solares para a produção de energia limpa, além de reformas na sede da ilha, tudo em harmonia com o ambiente natural e preservado da subsede.

Reforma no barco Comodoro Cativelli

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Programa de Segurança do VDS

Preparação dos funcionários para situações de emergências

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Veleiros do Sul implantou neste ano o Programa de Segurança com a execução de Treinamento em Primeiros Socorros para os funcionários do Clube e professores da Escola de Vela Minuano. O programa foi divido em duas turmas que participaram das ações de treinamentos. Os cursos visam preparar e qualificar a assistência a vítimas de acidentes até a chegada de socorro especializado (o VDS é uma área protegida UNIMED). O Comodoro Eduardo Ribas tem destacando que a iniciativa do VDS em preparar o seu colaborador para situações de emergência “é rara entre os clubes náuticos e é importante diante dos eventos que podem ocorrem em terra ou na água, ou mesmo fora do trabalho” e que entre as ações está prevista a implantação de uma Brigada de Socorro entre os funcionários. Em seguida o médico Luciano Eifler ministrou o treinamento teórico e prático com a participação de todos os presentes que puderam aprender e experimentar a compressão cardíaca e os equipamentos de socorro recém adquiridos pelo clube. Consultora do 58

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Clube no Programa de Segurança, a enfermeira Úrsula Gliesh da Silva comunicou que os botes e barcos do clube contarão com bolsas contendo materiais para que os colaboradores tenham à mão os materiais, que conforme o Dr. Eifler comentou, de nada serviriam sem treinamento especializado para uso em situações de socorro. A equipe de consultores do Programa de Segurança é composta por profissionais da área da saúde associados do clube: Dr. Luciano Eifler: Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Mestre

Treinamento foi dividido em duas turmas

em Ciências da Saúde - UFRGS/HCPA, Instrutor dos cursos Pre Hospital Trauma Life Support e Advanced Trauma Life Support. Úrsula G. Silva: enfermeira, especialista em administração hospitalar e mestrado na UNISINOS responsável pela implementação de protocolos de atendimento em hospitais. Dr. Ricardo Autran: médico tenente coronel, com formação em medicina de emergência, e atuou como responsável pelo serviço de emergências das tropas da ONU, SMO (Senior Medical Officer) no Timor Leste.




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