Som e imagem: a comunicação no cinema

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53 A música fica mais intensa quando Jack cede e joga uma de suas costelas para Zero pegar. O leve clima de aventura não se instaura apenas pela imagem, o som intensifica a característica na cena. Jack e Zero continuam caminhando e a música termina marcante, pontuando o corte para a cidade de Halloween, quando o prefeito chega à casa de Jack para começarem a planejar o Halloween do ano seguinte. Por alguns segundos, a música para. Até agora, o filme teve música continuamente. O prefeito balbucia a melodia cantada no dia anterior, na comemoração do sucesso do Halloween daquele ano, enquanto a campainha “toca” um engraçado grito feminino de horror. Quando o prefeito começa a desconfiar que Jack não está em casa, uma melodia de fagote, cordas e tuba marcam alguma ações e acompanha sua queda escada abaixo com um decrescente escalar. Jack caminhara a noite inteira e a música ganha um tom de aventura e de ação quando Jack percebe estar em um lugar novo na floresta, que não conhece. A aventura fica mais clara e incisiva á medida em que se aproxima de portas estranhas em árvores, em especial, de uma porta em forma de árvore de natal, que ele abre, olha curioso, mas se afasta. A música de aventura e ação para e a melodia da cantata dos monstros inicial do filme se firma como leitmotiv tocada como numa caixinha de música, lembrando um clima de sonho fantástico, enquanto Zero late do lado de fora da porta. Jack é arrastado por flocos mágicos de neve para dento do portal ao som de carrilhões em mais um decrescente melódico que acompanha sua queda no vazio, marcando a passagem de Jack de um mundo para o outro. Assim que cai na neve, uma música animada começa. Uma melodia repetitiva aparece e prenuncia um clima alegria, aventura e descoberta. Quando Jack avista um trenzinho passando, a a fumaça da locomotiva e o som do apito estão em perfeita sincronia com a música nos primeiro e terceiro tempos do compasso quartenário. Em outra pontuação musical de queda, quando Jack rola neve abaixo, a melodia acompanha decrescendo suavemente seu tom, acompanhando a suavidade dessa queda. Jack se encanta pelo lugar, que é oposto a sua cidade em tudo – cores, luz, movimento, falta de monstros – e a música lembra uma corrida de cavalos ou uma dança de cancã. Cantando, Jack se mostra envolvido pelo lugar. Na letra, traços do humor-negro burtoniano. Ele não está mais triste e, mais uma vez, a locomotiva colorida aparece compondo a música.


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