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MÓDULO 1 Compreensão e interpretação de textos / Tipologia textual / Significação das palavras PARTE 1: N Í V E L M É DIO PETROBRAS (2005) O TEMPO DO DESENVOLVIMENTO Levei minha moto para ser consertada em uma pequena oficina no centro de Genebra. O mecânico abriu uma agenda (como as de médico) e me instruiu para que em oito dias voltasse com a moto às 2h e que fosse buscá-la às 3h15min. E assim foi. Ainda naquela região, procurei um carpinteiro. Sem olhar a agenda, ele foi logo dizendo que estava ocupado pelos próximos três meses. Contudo, havia uma chance no fim de semana seguinte. Se chovesse, nada feito, não se abre telhado com chuva. Se fizesse sol, ele ia escalar um pico próximo. Mas, se o tempo estivesse nublado, aí talvez fosse possível. As cartas estavam na mesa, com toda a sinceridade. Um professor chinês em Yale, segurando a xícara de café, ficava olhando o ponteiro de segundos do relógio da sala de aula. Quando marcava 8h em ponto, começava a aula.[...] Nos Estados Unidos, é prática corrente lojas e oficinas darem um prazo máximo para a entrega dos serviços. Em geral, terminam antes. Mas o cliente planeja sua vida para o prazo máximo. Aqui em Pindorama vivemos numa sociedade que mescla o melhor e o pior do respeito pelo tempo. Eu tinha um amigo radicado nos Estados Unidos. Na época em que morou no Rio, ele costumava marcar com seus colegas de tênis partidas para o dia seguinte. Não apareciam ou chegavam atrasados. Voltando a Washington, passou a marcar partidas com mais de três meses de antecedência. Na hora aprazada, estavam todos lá. Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a conferência marcada para as 10h começará em horas diferentes, dependendo do ministério. No Itamaraty, começa na hora. Na área econômica, cabem alguns minutos de tolerância. Na área social, estão todos muito ocupados, e meia hora de atraso não é incomum. Curioso, os ministérios mais eficazes são aqueles em que as reuniões começam na hora. Quem marca com o consertador do computador, da televisão, da pia ou da máquina de lavar terá uma surpresa se a criatura vier – e mais ainda se chegar na hora marcada. Já nas empresas modernas, a chance de andar no horário é bem maior. [...] Tais exemplos dizem o que todos já sabem, pelo menos na teoria: tempo é dinheiro. A riqueza é resultante do trabalho. O trabalho é a aplicação do tempo em atividades produtivas. Quanto mais tempo se perde por desorganização ou esperando pelos outros, menos tempo se utiliza produzindo e menos riqueza é gerada. E isso sem ganhar em lazer.[...] O respeito pelo tempo dos outros aumenta a produtividade social, pois o tempo de todos não é desperdiçado pelas esperas. Aliás, fazer com antecedência é mais rápido e mais barato. Planejamento é isso. O tempo do desenvolvimento é o aprendizado social de estruturar o tempo de cada um e cada um não atrapalhar o tempo dos outros. (CASTRO, Claudio de Moura, Revista Veja , 24 mar. 2004) 1.

Indique a única opção em que não se encontra uma acepção possível para a palavra tempo, de acordo com seus usos no texto. a) Sucessão dos anos, dos dias, das horas. b) A noção de presente, passado e futuro. c) Momento apropriado para realizar algo. d) Condições meteorológicas de dada região. e) Época em que determinados fatos ocorrem. 2. O vocábulo “se” tem o mesmo valor sintático da sua ocorrência em “... não se abre telhado com chuva.” no trecho: a) “Se chovesse, nada feito,” (l. 9) b) “Se fizesse sol, ele ia escalar...” (l. 10) c) “... surpresa se a criatura vier –” (l. 41) d) “... se chegar na hora marcada.” (l. 41-42) e) “... tempo se perde por desorganização...” (l. 47-48) 3. A respeito do quinto parágrafo, é correto afirmar que os: a) diplomatas sediados nos ministérios não cumprem os horários estipulados. b) compromissos de cada ministério variam de acordo com suas ocupações. c) compromissos de ministérios sociais raramente começam na hora marcada. d) ministros da área econômica seguem rigorosamente os horários. e) ministérios da área social são mais eficazes do que os outros. 4. As palavras da primeira coluna referem-se corretamente às palavras da segunda coluna, EXCETO uma. Assinale-a. a) “assim” voltar com a moto às 2h e buscá-la às 3h 15min b) “ele” o carpinteiro c) “criatura” o consertador do computador, da televisão, da pia ou da máquina de lavar d) “o” tempo é dinheiro e) “isso” o respeito pelo tempo dos outros 5. O texto apresenta quatro partes de acordo com a sua organização: I - exemplos genéricos; II - exemplos particulares; III - ratificação da tese; IV - tese do texto. Qual a ordem correta dessas partes no texto? a) I - II - III - IV b) I - IV - III - II c) II - I - IV - III d) II - IV - I - III e) IV - III - I - II MEDIDAS PARA VIVER MELHOR


A evolução do conceito de qualidade total criou em diversos setores organizacionais um sistema de pontuação – ISO – que é usado na avaliação da qualidade de produtos, serviços, de meio ambiente e assim por diante. Os parâmetros a serem alcançados para obter o certificado ISO, que torna produtos mais competitivos e serviços mais eficientes, indicam o "caminho das pedras" que deve ser seguido para se alcançar a qualidade total. Em praticamente todos os setores de atividades o ser humano é o elo importante desse sistema. Então por que não avaliar os parâmetros da qualidade de vida do ser humano? Por que não tentar buscar a qualidade total de vida? É importante se promover o bem-estar total, pois o moderno conceito de saúde vai muito além da ausência de doenças e engloba o bem-estar físico, social, intelectual, emocional, espiritual e profissional, que devem ser avaliados periodicamente. Além desses fatores, outro segmento que muito influi na qualidade total de vida é a saúde familiar. Com o objetivo de melhor administrar a saúde, deve-se procurar um equilíbrio entre o trabalho, o lazer e o repouso, valorizar as férias e os fins de semana, priorizar a auto-estima, preservar e aprimorar o equilíbrio emocional. Temos verificado que mesmo as pessoas que fazem exames médicos periódicos ou checkups, muitas vezes, devido a dificuldades emocionais, não seguem as recomendações finais, o que representa um fator limitante na promoção da saúde. Quem assimila o conceito de saúde total e adota medidas positivas de comportamento e hábitos saudáveis, consegue melhor pontuação e conseqüentemente mais se aproxima do almejado "ISO ser humano". Para isso cada pessoa deve estabelecer o seu programa de saúde. Todos podem conseguir um viver melhor desde que haja uma firme decisão de se cuidar. Deve-se fazer um planejamento geral e escolher a primeira meta a ser alcançada. As prioridades variam de pessoa para pessoa. (JACQUES, Haroldo. O Globo. 16 maio 2004.) 6. De acordo com o texto, ISO é um sistema de pontuação que avalia, nas empresas, a: a) competitividade dos produtos e a eficiência dos serviços. b) qualidade das matérias-primas e a evolução do conceito. c) capacidade de produção e a qualificação do pessoal. d) qualidade do produto e as condições de produção. e) política empresarial e a estratégia organizacional. 7. Segundo o texto, a postura de vida que, por sua abrangência, mais se aproxima do "ISO ser humano" é: a) ter uma alimentação variada e balanceada. b) saber conjugar trabalho, lazer e férias. c) adotar medidas positivas de comportamento e hábitos saudáveis. d) fazer periodicamente visitas ao médico e ao dentista. e) evitar estresse, pensamentos negativos e excesso de tarefas. 8. De acordo com o texto, é incorreto afirmar que: a) os procedimentos para atingir o "ISO ser humano" variam de pessoa para pessoa. b) o conceito de saúde ultrapassa os limites físicos. c) o bem-estar total é um dos aspectos da saúde física. d) a saúde familiar é um fator relevante no contexto de vida do ser humano. d) a qualidade de vida do ser humano depende do programa de saúde por ele estabelecido. 9. Analise a ordem em que os tópicos abaixo estão abordados no texto. I - O papel desempenhado pelo ser humano no sistema. II - A relação entre saúde e bem-estar. III - O conceito de ISO. IV -A qualidade total de vida. A seqüência correta é: a) I – II – III – IV b) I – III – IV – II c) II – III – IV – I d) III – I – II – IV e) III – IV – I – II NUNCA DESCUIDANDO DO DEVER Jamais permitiria que seu marido fosse para o trabalho com a roupa mal passada, não dissessem os colegas que era esposa descuidada. Debruçada sobre a tábua com olho vigilante, dava caça às dobras, desfazia pregas, aplainando punhos e peitos, afiando o vinco das calças. E a poder de ferro e goma, envolta em vapores, alcançava o ponto máximo da sua arte ao arrancar dos colarinhos liso brilho de celulóide. Impecável, transitava o marido pelo tempo. Que, embora respeitando ternos e camisas, começou subrepticiamente a marcar seu avanço na pele do rosto. Um dia notou a mulher um leve afrouxar-se das pálpebras. Semanas depois percebeu que, no sorriso, franziam-se fundos os cantos dos olhos. Mas foi só muitos meses mais tarde que a presença de duas fortes pregas descendo dos lados do nariz até a boca tornou-se inegável. Sem nada dizer, ela esperou a noite. Tendo finalmente certeza de que o homem dormia o mais pesado dos sonos, pegou um paninho úmido e, silenciosa, ligou o ferro. (COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados.) 10. Nas passagens "IMPECÁVEL, transitava o marido pelo tempo." e "... a presença de duas fortes PREGAS ...", as palavras destacadas podem ser substituídas, sem alterar o sentido do texto, respectivamente, por: a) imaculado – marcas. b) infalível – rusgas. c) incensurável – manchas. d) indiferente – dobras. e) indiscutível – carquilhas. 11. No texto, o substantivo que, semanticamente, define a ação da mulher é: a) gratidão. b) respeito. c) insegurança. d) vaidade. e) obstinação. INSS (2005) O SENTIDO DA VIDA Quantas vezes ficamos desesperados procurando entender a logicidade do que não tem lógica. Queremos uma


explicação lúcida e convincente daquilo que não se explica. Simplesmente é. Nos perdemos em um mar de “por quês”. Por que isso, por que aquilo. Por que justamente comigo? Nos afundamos nos “por quês” em tudo que nos cerca, e perdemos o sentido do fluxo do nosso caminho. Não existem caminhos pré-determinados. O caminho de cada um se faz ao caminhar. Ou seja, a maneira como eu percorro o meu caminho é que vai determinar como ele irá se delinear. O ponto de chegada é a meta que eu necessito para a evolução da minha consciência, do meu ser interior. Aquilo que eu devo aprender. A conclusão a que eu devo chegar. Mas, a maneira como eu caminho, se me posiciono às margens, de um lado ou de outro, ou se prefiro a via central, o caminho do meio, depende de mim. Tudo é uma questão de posicionamento. Onde eu me coloco diante de tal fato? De que lugar eu estou, neste momento, olhando para minha vida? Onde eu estou? Onde vocês está? Aquilo que nós carregamos através desse caminho pertence apenas a nós mesmos. se oferecemos algo a alguém, e isto é aceito, deixa de nos pertencer. E se não for aceito, continua conosco. E é isso que acontece com nossos sentimentos de amor, compaixão, inveja, raiva e tudo que nossa alma humana possa criar. Se o amor que eu sinto não é aceito, eu não posso doá-lo. Se a raiva que eu sinto não é aceita, eu não posso depositá-la. Se o outro não me recebe, eu não posso chegar. Eu continuo a sentir o que sinto, mas não chega ao destinatário. Só carregamos aquilo que não é nosso se dermos permissão para isso. Ou melhor, se eu aceito levar uma carga que não me pertence é porque eu estou fazendo essa escolha. E esse é o caminho que eu estou escolhendo. Se, ao contrário, eu percebo e discrimino aquilo que tem a ver comigo e reconheço como pertencente a mim, eu entro no fluxo da minha vida, me apodero do sentido que ela tem por mim. Os “por quês” já não são importantes. Mas, sim, buscar o sentido através do “para quê”. Procurando compreender o propósito das atitudes. Aprendendo a fazer a leitura dos gestos. Se uma pessoa (nos incluindo também) tem um determinado comportamento, não devemos perguntar: “Por que isso”? Mas, o melhor é perguntar: “Para que isso? O que você quer obter ou provocar? Qual a sua intenção em fazer tal coisa”? Dessa maneira, temos a possibilidade de transformar a situação que nos aflige. Não é desvendando o “por quê”, mas compreendendo o “para quê”. Ninguém tem o direito de escolher o caminho que você deve seguir! Só se você permitir... (Eneida Lima. Jornal do Brasil. Revista Veja. Rio de Janeiro, 28 ago. 2004, ano I, número 30, p. 20) 12. O último período do 1º parágrafo do texto faz referência: a) ao ser humano. b) ao destino. c) aos sentimentos. d) à vida. e) às ações humanas. 13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, na vida, a busca por explicações: a) permite avaliar as reações humanas. b) possibilita reformular conceitos de vida. c) impede a repercussão de situações adversas. d) oculta o significado dos acontecimentos. e) leva o homem ao crescimento integral. 14. Quanto às idéias que o texto apresenta, é incorreto afirmar que: a) o crescimento de cada um depende das metas atingidas devido às opções que fazemos. b) o sentido da vida está na percepção que se tem das causas das escolhas feitas. c) a seleção do que realmente diz respeito à vida de cada um depende da compreensão da finalidade das decisões tomadas. d) as opções de cada um delineiam sua trajetória de vida. e) as conseqüências advindas das escolhas que fazemos podem gerar ansiedade e insatisfação. 15. Assinale a opção que não apresenta uma idéia de circunstância. a) “... procurando entender a logicidade do...” b) “... ao caminhar.” c) “Procurando compreender o propósito das atitudes.” d) “Aprendendo a fazer a leitura dos gestos.” e) “... de transformar a situação...” 16. Assinale a opção em que o verbo SER está empregado, tanto semântica quanto sintaticamente, de forma diferente dos demais. a) “Tudo é uma questão de posicionamento.” b) “Se oferecemos algo a alguém, e isto é aceito, deixa de nos pertencer.” c) “Se o amor que eu sinto não é aceito, eu não posso doá-lo.” d) “Só carregamos aquilo que não é nosso se dermos permissão para isso.” e) “Ou melhor, se eu aceito levar uma carga que não me pertence é porque estou fazendo essa escolha.” JOVEM TEM SAUDADE? A juventude de hoje vive um processo inusitado na história: tem saudades daquilo que não conheceu nem viveu mas sabe como foi e curte. Por quê? Em primeiro lugar, porque vive um quotidiano de grande mutação que a nada fixa, consolida ou solidifica. Tudo é provisório, do bem de consumo à moradia e ao casamento. Uma certa necessidade de solidez, pelo menos no que é básico da vida, é importante para o jovem. Protege-o. E aquilo que permaneceu a respeito de mudanças é algo sólido, feito de um material que aplaca no jovem o medo inconsciente ou consciente da transitoriedade e provisoriedade que o cercam. Em segundo lugar, porque o jovem tem muito presente o nível de agressão e ameaça nos tempos atuais. Como quem adivinha caminhos mais seguros e menos ameaçadores, ele procura em temas do passado alguns conteúdos pacificadores hoje distantes. O jovem percebe a existência — em décadas anteriores — de sentimentos, maneiras de ser, formas de expressar, vivências. Ele percebe que eram tempos de menos loucura, doença, agressão, tensão, terror. São, portanto, duas formas de saudade diferentes da saudade tradicional, digamos, aquele que se sente por pessoas, músicas, tempos vividos. Há também, contemporaneamente, uma terceira forma de saudade. A que eu chamo de saudade do recente. É tal a rapidez da mudança e a vertiginosidade do processo de transformação que nos atinge, que vivências recentes ficam logo sepultadas pela avalancha de novidades inerentes ao sistema industrial sempre a exigir substituições permanentes de tudo. Assim, o que vivemos recentemente fica parecendo tão distante e longínquo como o vivido há muito, muito tempo. Mesmo uma geração ainda jovem já pode ter essa forma de saudade. Com a rapidez da mudança, de alguns anos para cá, há mais coisas sepultadas do que o ocorrido, gasto, feito, acontecido, usado, há quatro ou cinco décadas. Haveria uma quarta forma de saudade. Chamo-a a “a saudade pelo não-vivido”. Há vivências, sofrências, pungências, sentimentos, impulsos, momentos adivinhados, absolutamente reais para nossa sensibilidade, só que jamais vividos na realidade externa. É a saudade do não-vivido, do apenas adivinhado na vastidão mutante e cortada de ventos imaginosos da sensibilidade humana. (Artur da Távola)


17. No texto, o primeiro tipo de saudade mencionado pelo autor caracteriza-se como: a) conseqüência da situação em que o jovem vive atualmente. b) conseqüência de situações vividas pelo jovem no passado. c) conseqüência de uma situação irreal para o jovem. d) causa da situação real que o jovem vive hoje. e) causa de situações vividas anteriormente pelo jovem. 18. No texto, a forma de saudade que se sente em decorrência do acelerado processo de desenvolvimento tecnológico é chamado pelo autor de saudade: a) tradicional. b) do passado. c) do recente. d) do imaginado. e) do não-vivido. 19. Considere as afirmações abaixo. I — A fragilidade de valores em tempos atuais faz com que o jovem sinta saudade de um passado não-vivido. II — A rapidez com que as transformações ocorrem na atualidade leva o jovem a buscar no imaginário a estabildiade desejada. III — A saudade no sentido tradicional reforça e atualiza vínculos estabelecidos no passado. É (são) correta(s) a(s) afirmação(ões): a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I e III, apenas. 20. No texto, os vocábulos INUSITADO respectivamente, por: a) intenso e perturbações. b) incomum e aflições. c) rápido e exigências. d) inclemente e necessidades. e) previsível e angústias.

e PUNGÊNCIAS

podem ser substituídos, sem alteração de sentido,

A ESCOLA ENTÃO ERA RISONHA E FRANCA? Naquele ano de 1919, em Fortaleza, a nossa rua se chamava do Alagadiço: era larguíssima, uma longa sucessão de chácaras com jardim à frente, imenso quintal atrás. (...) Do outro lado da rua, defronte ao poste do bonde, ficava a escola pública da Dona Maria José. (...) Nela estudava o meu tio Felipe, que era quase da minha idade. (...) E eu, que chegara um mês antes do Pará, tinha loucura pra freqüentar a escola, mas ninguém consentia. Minha mãe e meu pai alimentavam idéias particulares a respeito de educação formal: desde que eu já sabia ler — aprendi sozinha pelos cinco anos — e tinha livros em casa, jornais, revistas (O Tico-Tico!), o resto ficava para mais tarde. Eu então fugia, atravessava o trilho para espiar a escola. Principalmente nos dias de sabatina, quando a meninada toda formava um roda, cantando a tabuada, a professora com a palmatória na mão. Primeiro era em coro, seguido: ”6+6, 12! 6+7, 13!” O mais difícil era a tabuada de multiplicar, principalmente nas casas de sete para cima e entrando no salteado: “7x9, 56; 8x9, 72!” Aí a palmatória comia e os bolos eram dados pelo aluno que acertava, corrigindo o que errava. E eram aplicados na proporção do erro. Tabuada de sete e nove era fogo. O pior era um aluno grandalhão — iria pelos 14 anos — que não acertava nunca. Chegando a vez dele, a roda cantava; “8x7?” A roda esperava e ele gaguejava, ficava da cor de um pimentão e começava a chorar. Palmatória nele. Eu, que espionava da janela e já tinha aprendido a tabuada, de tanto ver sabatina, soprava de lá: “56!” Dona Maria José, se ouvia, levantava os olhos pra cima e até sorria. Mas o pobre nunca entendia o sopro. Uma vez caiu de joelhos. Mas não perdoavam: bolo nele! E no dia seguinte ele vinha para aula de mão amarrada num pano, sempre sujo. As pessoas são cruéis. Menino é muito cruel. Agora me lembrei que chamavam o coitado de Zé Grandão. Nunca deu pra nada, nem pra caixeiro de bodega — não conseguia anotar direito as compras do borrador. Ele mesmo, mais tarde, nos contou isso. (...) Por isso me ficou a convicção, lá no fundo da alma: só se pode mesmo vencer na vida aprendendo tabuada de cor e salteado. Principalmente nas casas alta de multiplicar. (Rachel de Queiroz. As Terras Ásperas — Crônicas. São Paulo: Ed. Siciliano, 1993.) 21. O título do texto faz referência a uma idealização da escola que a crônica: a) corrobora. b) complementa. c) questiona. d) retrata. e) reforça. 22. Considerando-se o resultado da aprendizagem de Zé Grandão, verifica-se que o uso da palmatória como recurso pedagógico era: a) doloroso mas indispensável. b) cruel mas criativo. c) estranho e eficaz. d) humilhante e ineficaz. e) emocionante e inovador. 23. Marque a passagem em que a narrador se revela autodidata. a) “tinha loucura para freqüentar a escola.” b) “— aprendi sozinha pelos cinco anos —“ c) “Eu então fugia, ... para espiar a escola.” d) “O mais difícil era a tabuada de multiplicar.” e) “só se pode mesmo vencer na vida aprendendo a tabuada...” PROCURA- SE UMA CASA Admiro as pessoas que vivem a vida inteira na mesma casa. Tenho almejado isso secretamente, mas por uma


fatalidade estou sempre mudando. Quando me muda para uma nova casa, tenho a sensação de que vou ficar ali para sempre. E é nesse estado de espírito que vivo nas casas. A casa precisa ser natural, cair bem, como um paletó cortado no alfaiate. Precisamos nos sentir bem dentro dela, ainda mais agora, que as autoridades admitiram a nossa cotidiana guerrinha civil. (...) Estou de mudança. Mais uma vez, na minha vida, estou de mudança. A perspectiva da mudança causa em mim sentimentos indefinidos, uma mistura de medo, euforia, excitação, coragem. Há o sentimento de perda, claro, vou perder a minha vista para as ilhas, para as chuvas que vêm do infinito, para a imensidão oceânica, vou perder o meu jornaleiro, o Dinho, vou perder os meus porteiros a quem tanto me afeiçoei, o seu Jonas, que lava meu carro, o seu Expedito, o Pará, a escadaria que dá nas figueiras seculares, o barulho do vento, a serena ordem da minha biblioteca, o Corcovado, e tudo o que construí pra sempre agora naufraga no irremissível. Mas assim é a vida. E tenho de decidir para onde me mudarei. Vou botar um anúncio no jornal: Procura-se uma casa com janelas, vizinhos discretos, clara e arejada, com sol da manhã no pé da cama, um sótão de onde se possa ver a lua em fevereiro (mas também em agosto e dezembro), e as estrelas por uma clarabóia. Procura-se uma casa em que caibam os meus livros, tantos e tão poucos, as minhas velhas cadeiras de vime, os meus castiçais acesos, e vinhos, o meu silêncio e o meu amor, a minha insuportável queda para a felicidade, o tédio, a insatisfação e a melancolia. Uma casa com uma boa cozinha onde se possa conversar sussurrando com o homem amado, uma janela dando para o quintal, onde eu possa ver as crianças correndo, crescendo, e o tempo passando como sempre, inexorável e eterno. (Ana Miranda. O Dia — Rio, 14 ago, 1999.) 24. A cronista inclui no rol das perdas que a mudança lhe trará: a) os gatos dos telhados vizinhos. b) o sol da manhã no pé da cama. c) seus livros e seus amigos. d) seus amigos e seu lazer. e) sua paisagem e seu cotidiano. 25. “E é nesse estado de espírito que vivo nas casas.” O estado de espírito a que se refere a narradora é um sentimento de: a) permanente insegurança. b) suposta estabilidade. c) constante mobilidade. d) ansiosa expectativa. e) grande inquietação. 26. No anúncio do jornal seriam enumerados os requisitos da casa. Assinale aquele que revela o propósito da narradora de morar na casa por muito tempo (“para sempre”). a) Clarabóia para ver as estrelas. b) Sótão de onde se possa ver a lua. c) Boa cozinha onde se possa conversar. d) Espaço bastante para os livros. e) Quintal onde possa ver as crianças crescendo. 27. “uma casa em que caibam os meus livros, TANTOS E TAO POUCOS ,” Com a expressão em destaque, a cronista quer dizer que tem: a) apenas os livros necessários. b) muitos livros, mas não todos os que deseja. c) muitos livros, mas de pouco valor. d) grande quantidade de livros, mas só lê alguns. e) uma quantidade razoável de livros, nem muitos nem poucos. 28. “A PERSPECTIVA da mudança causa em mim sentimentos indefinidos.” A palavra que, conforme o sentido do texto, não equivale à destacada no trecho acima é: a) decisão. b) esperança. c) expectativa. d) possibilidade. e) probabilidade. MINIST É R IO PÚBLICO RO (2005) TURISMO E NATUREZA A indústria de viagens e turismo é responsável por 11% do PNB de todos os países e, para muitos deles, representa uma das principais atividades econômicas. É também uma faca de dois gumes. O viajante lúcido compreende por que e como o turismo de massa pode representar uma ameaça ao meio natural. Um exemplo ilustra esse possível impacto e a delicada interação entre seres humanos e natureza. Existem na Amazônia peruana e na boliviana dezenas de barrancos à beira de rios, chamados collpas, que exibem veias abertas de sais minerais. Quase todas as manhãs, centenas de araras e papagaios aterrissam para beliscar um pouco desse barro, que contém ingredientes importantes para sua dieta. Observar esse comportamento é um espetáculo que pode ser comparado com a alegria da primeira vez na neve ou no deserto. Porém, as aves só chegam ao barranco, colocando suas coloridas plumas à mostra, quando se sentem seguras da ausência de possíveis predadores. Qualquer barulho ou movimento provocará uma revoada definitiva e os psitacídeos só voltarão no dia seguinte. Aqueles que organizam visitas às collpas têm consciência de que precisam estar do lado das araras se quiserem que sua atividade profissional continue. Sabem que um número maior de visitantes pode comprometer sua operação, ainda que pudesse trazer maiores lucros a curto prazo. É nesse momento que essas pessoas, geralmente nativas, percebem que, conservando a biodiversidade, podem trazer benefícios econômicos, de forma contínua, à comunidade. O verdadeiro turismo de natureza deve ser consciente e responsável, buscando uma sustentabilidade econômica, ambiental, social e cultural. Devemos cultivar essa prática. (CASTRO, Haroldo. Viagem – Ecoturismo . Editora Abril. Edição 108-A.) 29. Para o turista observar o espetáculo das aves nas collpas é dispensável somente: a) manter silêncio. b) interiorizar sua alegria. c) controlar seus movimentos. d) vestir-se adequadamente. e) respeitar o ambiente natural.


30. As aves vão aos barrancos em busca de "...ingredientes importantes para sua dieta.", isto é, buscando: a) sementes da mata trazidas pelo vento. b) substâncias nutrientes existentes no solo. c) água dos rios acumulada nos barrancos. d) restos de alimentos esquecidos pelos visitantes. e) restos de alimentos deixados por animais de outras espécies. 31. De acordo com o texto, "...estar do lado das araras..." é: a) limitar o número de visitantes às collpas. b) estimular o turismo de massa. c) aumentar o número de guias turísticos. d) liberar totalmente o acesso de pessoas às collpas. e) proibir de vez o acesso à região. 32. "É nesse momento que essas pessoas, geralmente nativas, percebem que [...] à comunidade." As pessoas a que o texto se refere são os(as): a) organizadores das visitas às collpas. b) grupos de visitantes. c) turistas estrangeiros. d) moradores das comunidades pobres. e) pessoas simples do povo, em geral. 33. "Sabem que um número maior de visitantes pode comprometer sua operação, ainda que pudesse trazer maiores lucros a curto prazo." Na passagem se configura o que o autor do texto chamou de: a) espetáculo. b) comunidade. c) revoada definitiva. d) veias abertas. e) faca de dois gumes. Houve um tempo, acreditem, em que não havia televisão; houve tempo, até, em que não havia sequer rádio ou cinema. As pessoas se distraíam lendo, contando histórias, fazendo a sua própria música. Iam ao teatro, quando havia teatro, e às apresentações das bandas nos coretos. Praticamente não havia cidade digna do nome sem uma banda e um coreto. Mas a grande diversão, a festa que transformava a paisagem e alegrava os corações, era o circo. É difícil imaginar, no nosso mundo de entretenimento instantâneo e ininterrupto, o que representava a chegada do circo, sobretudo nas pequenas cidades do interior. A verdade é que já não há espetáculo, por grandioso que seja, capaz de superar, em impacto, a presença alegre da lona, que atraía igualmente a todos. O circo era a quebra da rotina, o grande assunto, a mágica que superava a imaginação. Não era à toa que o palhaço era ladrão de mulher, e que tanta gente fugia com o circo. [...] Como tantos outros circos de cavalinhos, o Nerino* nasceu da associação de meia dúzia de artistas, todos aparentados. Na época, circo ainda não era profissão que se aprendesse em escola especializada, mas destino de família. (RÓNAI, Cora. O Globo. Caderno Prosa & Verso . 25 dez. 2004.) * Nerino – Conhecido circo que durante 52 anos percorreu o Brasil. 34. Em “Houve um tempo, ACREDITEM , em que não havia televisão;” a autora suspeita de que o que diz pode parecer: a) confiável. b) inconcebível. c) indiscutível. d) verossímil. e) verdadeiro. 35. No segundo parágrafo do texto, a autora ressalta as peculiaridades do circo. Marque o que não caracteriza o circo. a) Itinerante. b) Popular. c) Sedutor. d) Rotineiro. e) Democrático. 36. Quando escreve “...entretenimento instantâneo e ininterrupto,” a autora faz uma alusão ao(à): a) teatro. b) circo. c) show. d) bandinha. e) televisão. 37. O texto informa que os circos nasciam, em geral, da associação de: a) seis artistas aparentados. b) seis artistas profissionais. c) uns poucos artistas aparentados. d) grupos de artistas profissionais. e) inúmeros artistas aparentados. 38. Na frase “houve tempo, AT É , em que não havia SEQUER rádio ou cinema.”, as palavras em destaque significam, respectivamente: a) ainda – talvez. b) ainda – todavia. c) não só – mas também. d) também – ao menos. e) apenas – pelo menos.


CRIANÇAS EM QUALQUER TEMPO Quando penso em crianças do terceiro milênio, as vejo ainda maturadas num ventre de mulher, apesar das novas possibilidades com que o futuro nos acena. [...] As maneiras através das quais essas crianças aprenderão a ler e escrever não têm, para mim, importância maior. Que seja num caderno ou num computador, diante de uma mesa ou graças a um sofisticado equipamento de pulso, o que eu vejo são seres em crescimento abrindo os olhos maravilhados sobre o saber, e descobrindo o mundo. O universo socioeconômico de uma criança amazônica criada à beira do Rio Negro, que em dia de festa come pato em vez de comer galinha, porque galinhas não nadam e há muito mais água do que terra ao redor das casas dos igarapés, é bem diferente daquele de uma criança de São Paulo levada, no inverno, duas vezes por mês ao médico para fazer nebulizações capazes de minimizar, em seus pulmões, o efeito da poluição. Essas diferenças existem hoje e existirão, ainda que de outras formas, no terceiro milênio. Mas, hoje como amanhã, as duas crianças terão idêntico medo do escuro. [...] As crianças do terceiro milênio, quando penso nelas, são frágeis e bonitas. O que vestem, se linho ou plástico, não me interessa. Me interessa que possam ser de todas as cores, louras e morenas, de olhos puxados, de lábios grossos, de cabelos escorridos ou pixaim, e que assim possam viver, multirraciais, nos mesmos bairros. [...] Confesso que me enternece a idéia de que, pelo menos no início dessa nova era, ainda haverá avós que ensinarão suas netas a costurar roupinhas de boneca, como minha avó me ensinou. Mas tenho certeza de que, mesmo que no futuro venhamos a nos alimentar somente de pílulas, haverá crianças fazendo pílulas de barro ou de cola sintética para brincar de comida de mentirinha, assim como brincaram as crianças de Roma clássica ou as do antigo Egito. E isso, não porque a brincadeira de comidinha seja uma tradição transmitida de geração em geração. Mas porque através da mimese se faz o aprendizado, e a tarefa primeira de todas as crianças, em qualquer tempo e em qualquer lugar, é, e sempre será, aprender a viver. (COLASANTI, Marina. Fragatas para Terras Distantes . Editora Record, 2004.) 39. Segundo o texto, é através da imitação que as crianças, em suas brincadeiras, principalmente: a) ocupam seu tempo. b) perpetuam a tradição familiar. c) fazem seu aprendizado de vida. d) podem manifestar sua alegria. e) exercem uma atividade social. 40. Em que parágrafo se evidencia que a autora aspira por um mundo sem preconceito? a) 1o b) 2o c) 3o d) 4o e) 5o 41. “Essas diferenças existem hoje e existirão, [...] Mas, hoje como amanhã, as duas crianças terão idêntico medo do escuro.” Isto significa que, apesar das diferenças, as crianças são iguais em: a) seu temperamento. b) sua essência. c) sua aparência. d) suas vivências. e) suas escolhas. 42. “Quando penso em crianças do terceiro milênio, as vejo ainda maturadas num ventre de mulher, APESAR DAS NOVAS POSSIBILIDADES COM QUE O FUTURO NOS ACENA .” Há no trecho em destaque uma alusão aos avanços no campo da(s): a) reprodução humana. b) produção de alimentos. c) preservação do meio ambiente. d) educação infantil. e) conquistas sociais. 43. “...haverá avós que ensinarão suas netas a costurar ROUPINHAS de boneca, como minha avó me ensinou.” O diminutivo, em destaque no texto, expressa não só a idéia de tamanho, mas também o sentimento de: a) desprezo. b) crítica. c) tristeza. d) carinho. e) admiração. 44. Assinale a opção que o significado atribuído à palavra em destaque não é o mesmo que ela tem no texto. a) “...MATURADAS num ventre...” – amadurecidas. b) “...SOFISTICADO equipamento...” – falsificado. c) “...capazes de MINIMIZAR ,” – atenuar. d) “...IDÊNTICO medo de escuro.” – igual. e) “...me ENTERNECE ....” – comove. CASA DA MOEDA/2005 GUARANI, A L Í N G UA PROIBIDA Até meados do século XVIII, falar português não era o suficiente para se comunicar no Brasil. Na Colônia, predominava ainda a chamada língua geral. Baseada originariamente no tupi, ela passou por modificações ao longo dos contatos entre índios e europeus, até tornar-se a linguagem característica da sociedade colonial. A língua geral era, portanto, falada não apenas pelos índios, mas também por amplas camadas da população. Em algumas regiões da Colônia, como em São Paulo e na Amazônia, ela era utilizada pela maioria dos habitantes, a ponto de exigir que as autoridades portuguesas enviadas a esses lugares se valessem de intérpretes para se comunicar. Por tudo isso, na segunda metade do século XVIII, a Coroa portuguesa criou uma série de leis para transformar os índios em súditos iguais aos demais colonos. Com as mudanças, pretendia-se eliminar as diferenças culturais características dos grupos indígenas, fazendo deles pessoas “civilizadas”. (...) O principal mentor desta política foi Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido mais tarde como Marquês de Pombal. A Coroa pretendia impor o uso do idioma português entre as populações nativas da América porque Pombal entendia que as línguas indígenas reforçavam os costumes tribais, que ele pretendia extinguir. Na sua visão, o uso da língua portuguesa


ajudaria a erradicar esses costumes, aumentando a sujeição das populações indígenas ao Rei e à Coroa. (F. GARCIA, Elisa. Revista de História da Biblioteca Nacional , jul. 2005, p.73/74, com adaptações). 45. De acordo com o texto, a língua predominante no Brasil, na primeira metade do século XVIII, era a(o): a) língua que os colonizadores ensinavam aos índios. b) língua de contato, chamada de língua geral. c) língua dos intérpretes enviados pela Coroa. d) português, aprendido com os colonizadores. e) tupi, que os índios falavam entre si. 46. A palavra MENTOR pode ser adequadamente substituída, no texto, por: a) advogado. b) estudante. c) oponente. d) seguidor. e) conselheiro. 47. De acordo com o texto, a imposição do uso da língua portuguesa às populações indígenas baseava-se no entendimento de que: a) a língua usada pelos colonizadores era melhor para a comunicação. b) as línguas dos índios não tinham os mesmos recursos que a língua portuguesa. c) os índios não precisavam de seus idiomas nativos para se comunicar. d) os índios aprenderiam facilmente a língua portuguesa e os costumes do povo. e) os índios, ao assimilar o português, deixariam seus hábitos. 48. Observe as afirmativas abaixo sobre as razões para que o texto utilize letras maiúsculas para as palavras AT É (l. 1), BRASIL (l. 2) e COLÔNIA (l. 2) e indique se são falsas (F) ou verdadeiras (V). ( ) O uso da letra maiúscula se faz necessário porque as três palavras são substantivos próprios. ( ) O uso da maiúscula em “Até” deve-se ao fato de a palavra estar iniciando frase e o uso em “Brasil”, porque este é um nome próprio. ( ) A palavra “Colônia” é um substantivo comum personificado e, portanto, deve ser grafado com maiúscula. A seqüência correta é: a) V - F - F b) V - V - F c) F - F - V d) F - V - V e) F - V - F 49. Segundo o texto, as leis criadas pela Coroa portuguesa tinham como objetivo: a) promover a igualdade entre os súditos da Coroa e os colonos. b) reforçar os antigos hábitos culturais dos indígenas brasileiros. c) fazer com que índios e colonos fossem igualmente súditos. d) eliminar as diferenças entre as diversas tribos indígenas. e) evitar que os colonos adquirissem as culturas dos índios. 50. A palavra que expressa o contrário do significado de “erradicar” é: a) fixar. b) tirar. c) extrair. d) eliminar. e) desarraigar. 51. “ Ê cara, tô azarando uma mina que é o maior barato”. Assinale a opção que apresenta, para o texto oral reproduzido acima, uma versão de acordo com as características do registro escrito da língua culta padrão. a) Ei, estou paquerando uma menina muito legal! b) Estou interessado numa moça bonita e inteligente. c) Estou dando em cima de uma garota bem maneira. d) Você não acredita em que mulherão estou interessado! e) Não há mulher mais sinistra do que a que tô de olho! A CASA, A RUA E O TRABALHO Observe-se uma cidade brasileira. Nela, há um nítido movimento rotineiro.Do trabalho para casa, de casa para o trabalho. A casa e a rua interagem e se complementam num ciclo que é cumprido diariamente por homens e mulheres, velhos e crianças. (...) Há uma divisão clara entre dois espaços sociais fundamentais que dividem a vida social brasileira: o mundo da casa e o mundo da rua — onde estão, teoricamente, o trabalho, o movimento, a surpresa e a tentação. É claro que a rua serve também como o espaço típico do lazer. Mas ela, como um conceito inclusivo e básico da vida social — como “rua” — é o lugar do movimento, em contraste com a calma e a tranqüilidade da casa, o lar e a morada. De fato, na casa ou em casa, somos membros de uma família e de um grupo fechado com fronteiras e limites bem definidos. Seu núcleo é constituído de pessoas que possuem a mesma substância — a mesma carne, o mesmo sangue e, conseqüentemente, as mesmas tendências. Tal substância física se projeta em propriedades e muitas outras coisas comuns. A idéia de um destino em conjunto e de objetos, relações, valores (as chamadas “tradições de família”) que todos do grupo sabem que importa resguardar e preservar. Disse que isso se chamava “tradição”, e é assim que normalmente falamos desses símbolos coletivos que distinguem uma residência, dando-lhe certo estilo e certa maneira de ser e estar. Mas tais valores podem também ser chamados de “honra” e “vergonha”, pois as famílias bem-definidas e com alto sentido de casa e grupo são coletividades que atuam com uma personalidade coletiva bem-definida. De tal ordem que elas são uma “pessoa moral”, algo que age unitária e corporativamente, como um indivíduo entre outros. (DaMatta, Roberto. O que faz o brasil, Brasil . Rio de Janeiro: Ed. Rocco,1991) 52. A expressão DE FATO , ao introduzir o terceiro parágrafo do texto, tem a função de: a) negar todas as afirmações feitas no parágrafo anterior. b) comparar as características dos dois espaços – o da rua e o da casa. c) acentuar a verdade do que já foi dito para apresentar novos argumentos. d) apresentar aspectos positivos na vida das pessoas que não saem de casa.


e) colocar em dúvida a idéia de contraste entre o espaço da casa e o espaço da rua. 53. No texto, as famílias são consideradas como uma “pessoa moral” porque: a) conhecem e cumprem as leis do país. b) agem de acordo com os bons costumes. c) defendem um Brasil urbano e moderno. d) têm seus próprios padrões de comportamento. e) não compactuam com os costumes rotineiros. 54. Em “há um N Í T I DO movimento rotineiro.”, a palavra que expressa idéia contrária à palavra em destaque é: a) impreciso. b) claro. c) límpido. d) acelerado. e) brilhante. PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU/2005 Na década de 70, o brasileiro com mais de 60 anos era, antes de tudo, um forte. Quem havia nascido no Brasil pobre e agrário da década de 10 e dos anos 20 tinha expectativa de vida de menos de 40 anos. Chegar aos 60, então, era quase um feito. Para esses sessentões não havia alternativa a não ser os chinelos da aposentadoria, uma velhice inativa e cheia de dores pelo corpo. Hoje o quadro é outro. Uma nova atitude mudou a cabeça e o corpo dos brasileiros sessentões, e a velhice passou a ser vista apenas como um novo período da vida. O envelhecimento da população é um dos três grandes fenômenos brasileiros do fim do século XX – junto com a urbanização e a entrada das mulheres no mercado de trabalho. Hoje, 8% da população tem mais de 60 anos. Em 2020, serão 13%. Projeções da ONU mostram que, até 2025, a população idosa do Brasil terá acumulado o maior crescimento entre todos os países do mundo: 1.514% em 75 anos. É um fenômeno que costuma ser citado apenas quando se fala no caixa da Previdência Social. Mas também gera mudanças enormes na vida coditiana das cidades e famílias. Até recentemente o ganho de qualidade e expectativa de vida era principalmente das mulheres. As brasileiras que chegam aos 60 anos vivem em média outros 19 anos, contra 16 dos homens. Mas as mudanças de hábitos indicam que eles estão tirando essa diferença. “As brasileiras têm qualidade de vida melhor devido a diversos fatores, como menor consumo de álcool e tabaco, associados à prevenção mais constante de doenças como câncer”, afirma o diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade, da Uerj. “Viver mais não quer dizer viver melhor.” Chegar bem aos 60 anos dá trabalho. E como! A diferença a favor dos atuais sessentões é que a ciência combate as doenças da idade com muito mais eficácia. Claro que não se pode ser ingênuo. O caminho rumo a uma velhice tranqüila é trilhado bem antes das primeiras rugas. (MARTINS, Elisa. Revista Época - 29 set. 2003, com adaptações) 55. De acordo com o texto, o envelhecimento da população brasileira é conseqüência doa): a) crescente processo de urbanização. b) aumento do número de filhos por família. c) aumento da expectativa de vida dos brasileiros. d) entrada das mulheres no mercado de trabalho. e) qualificação profissional dos idosos. 56. O 3º parágrafo revela que o envelhecimento da população brasileira tem sido: a) escasso. b) progressivo. c) diminuto. d) deficiente. e) irrelevante. 57. “Na década de 70, o brasileiro com mais de 60 anos era, antes de tudo, um forte.” Isto porque: a) mantinha um estilo de vida modesto. b) tinha vivido mais anos do que os previstos para sua geração. c) assistira às grandes transformações do final do século XX. d) fora capaz de resistir ao trabalho árduo do campo. e) nascera num país pobre e agrário. 58. “Viver mais não quer dizer viver melhor.” O que foi fundamental para que se passasse a viver mais e melhor? a) A conquista da aposentadoria precoce. b) A existência de uma sociedade agrária na década de 10. c) As projeções da ONU para 2025. d) O cotidiano das grandes cidades. e) Os avanços na prevenção e tratamento das doenças. 59. “Chegar bem aos 60 anos dá trabalho.” Marque a única frase que não condiz com a passagem acima. a) “ ... não havia alternativa a não ser os chinelos da aposentadoria, “ b) “Uma nova atidute mudou a cabeça e o corpo dos brasileiros sessentões, “ c) “ ... as mudanças de hábitos indicam que eles estão tirando essa diferença.” d) “Claro que não se pode ser ingênuo.” e) “O caminho rumo a uma velhice tranqüila é trilhado bem antes das primeiras rugas.” SEMSA/2005 Pela primeira vez na minha vida, eu sinto a floresta. É verdade que estou a mil metros de altura, mas a sensação é tremenda. Eu já havia passado ali por cima uma dúzia de vezes, no trajeto Brasil-Estados Unidos ou Estados Unidos-Brasil, mas sempre fora a trinta e tantos mil pés de altitude, mal podendo distinguir a terra do céu e das nuvens. Agora, a bordo desse taxizinho aéreo de asas remendadas com esparadrapo, o panorama visto do alto é bem outro. A massa compacta e verde se estende de horizonte a horizonte e o único que interrompe sua continuidade é o Xingu com suas águas negras ou uma que outra copa enfeitada de roxo ou rosa de velhos e altaneiros ipês. Mesmo habituado às mais imprevisíveis e bizarras viagens aéreas, não consigo evitar que uma certa sensação de medo me domine. Ainda na véspera,


viajando num avião como aquele, cinco pessoas desapareceram tragadas não se sabe se pela mata ou pelas águas. Tirando uma ou outra estação de rádio, a aviação na Amazônia não possui qualquer outra espécie de apoio. E de Belém do Pará, que deixamos pouco depois das três horas da tarde, até Altamira, no coração da Amazônia, são mais de quinhentos quilômetros em linha reta, sem nenhum povoado ou qualquer espécie de vida civilizada no caminho. A chuva das três, que se atrasara de horário, chega de repente, envolvendo o teco-teco e logo a nós com terríveis cumulus nimbus. O avião corcoveia em todas as direções, mas emerge impávido do outro lado da nuvem, onde o sol já nos espera, dando gargalhadas amarelas de luz e de calor do nosso susto. É então que o piloto sacode meu braço e aponta para a direita. Ali há outro intruso, além dos ipês e do rio, a quebrar a sinfonia verde e monocórdica da selva. É um traçado reto e brutal de cor amareloavermelhada a unir um horizonte a outro. É a Transamazônica. Cinco horas da tarde. Depois de dois rasantes sobre a cidadezinha às margens do Xingu, descemos num campo de pouso de asfalto. É o aeroporto de Altamira. Retiramos as malas que viajaram debaixo dos nossos bancos e descemos, eu na frente, de gravador em punho, e logo o Santos, atrapalhado com a meia dúzia de câmaras e lentes complicadas que trouxe para documentar a aventura. (GOMES, Flavio Alcaraz. Transamazônica - a redescoberta do Brasil . Livraria Cultura Editora. São Paulo, 1972.) 60. Vista do alto, a floresta não se mostra: a) vasta. b) densa. c) temível. d) quase monocromática. e) variada em suas cores. 61. No 1o período do 2o parágrafo do texto, predominam imagens: a) visuais. b) auditivas. c) olfativas. d) táteis. e) gustativas. 62. “Ali há outro intruso”. No texto, são chamados de intrusos os elementos que: a) agridem a paisagem da região. b) não fazem parte da paisagem amazônica. c) interrompem a continuidade da floresta. d) se confundem com a própria floresta. e) resultaram da intervenção do homem no meio ambiente. 63. “ Agora, a bordo desse taxizinho aéreo de asas remendadas com esparadrapo.” Em TAXIZINHO a idéia de tamanho pequeno vem associada à de: a) saudade. b) carinho. c) admiração. d) desprezo. e) troça. EMPRESA DE PESQUISA ENERG É T ICA/2005 Memória / Potencial para o futuro Treinar a memória equivale a treinar os músculos do corpo — é preciso usá-la ou ela atrofia. Há duas boas maneiras para fazer isso: a primeira é a leitura, porque, no instante em que se lê algo, ativam-se as memórias visual, auditiva, verbal e lingüística. “A qualidade do que se lê importa mais que a quantidade, porque gostar do assunto gera interesse”, diz o médico e pesquisador Iván Izquierdo, diretor do Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A memória sofre influência do humor e da atenção, despertada quando existe interesse em determinado assunto ou trabalho — o desinteresse, ao contrário, é uma espécie de “sedativo”, que faz a pessoa memorizar mal. A outra forma de deixar a memória viva é o convívio com familiares e amigos, com quem se podem trocar idéias e experiências. “Palavras cruzadas são inferiores à leitura, mas também ajudam. Da mesma forma que ouvir uma música e tentar lembrar a letra ou visitar uma cidade para onde já se viajou e relembrar os pontos mais importantes”, afirma Izquierdo. É preciso corrigir o estilo de vida para manter a memória funcionando bem. “Uma pessoa de 40 anos só sofre de esquecimento se viver estressada e tiver um suprimento de informações acima do que é capaz de processar. Não dá para esperar o mesmo nível de retenção de informação quando se lê um e-mail enquanto se conversa ao telefone e é interrompido pela secretária. É preciso dar tempo para o cérebro”, explica o psiquiatra Orestes Forlenza, da USP. Segundo Barry Gordon, professor da Johns Hopkins Medical Institution, a memória “comum” focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mentale tem capacidade limitada, deteriorando-se com a idade. Já a “inteligente” é um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas idéias. É a que ajuda a tomar decisões diárias, aquela “luz” que se acende quando se encontra a solução de um problema. Por exemplo: a comum esquece o aniversário da mulher; a inteligente lembra o que poderia ser um presente especial para ela. A comum esquece o nome de um conhecido encontrado na rua; a inteligente lembra o nome da mulher dele e onde ele trabalha, pistas que acabam levando ao nome da pessoa. (CLEMENTE, Ana Tereza; VEIGA, Aida. Receitas para a inteligência . Revista Época. 31 out.2005. p.7778.) 64. Assinale a opção procedente em relação às idéias que o texto apresenta. a) A memória visual ativa a capacidade de retenção das imagens no cérebro. b) A memória inteligente utiliza o conhecimento retido para criar novas idéias. c) A qualidade do que se lê limita a capacidade de atuação da memória comum. d) A importância da memória comum está em reter, ao mesmo tempo, informações várias. e) A atenção e o humor são responsáveis pela atividade mental do ser humano após os quarenta anos. 65. O texto estabelece entre memória/músculo do corpo e memória comum/memória inteligente relações que se caracterizam, respectivamente, pela: a) contigüidade e igualdade parcial. b) oposição e semelhança relativa. c) equivalência e similaridade específica. d) complementaridade e correspondência irrestrita. e) similaridade e abrangência funcional.


66. No segundo parágrafo, a opinião do psiquiatra Orestes Forlenza em relação ao tópico frasal (afirmação inicial): a) esclarece, através de dados estatísticos, pontos obscuros da introdução. b) exemplifica o que foi dito anteriormente. c) explica a finalidade da afirmação feita. d) conclui a idéia anterior. e) fundamenta a afirmação anterior. 67. O último parágrafo é fundamentado na opinião de outro autor cuja argumentação estrutura-se basicamente por: a) comparação e contraste. b) exemplificação e pesquisas. c) definição e dados estatísticos. d) comprovação e causa e efeito. e) dados estatísticos e comprovação. 68. O texto apresentado constrói-se de forma impessoal. Em que passagem o(s) verbo(s) NÃO se apresenta(m) de forma impessoal? a) “Treinar a memória equivale a treinar os músculos do corpo”. b) “Há duas boas maneiras para fazer isso:” c) “porque gostar do assunto gera interesse’,” d) “o desinteresse, ao contrário, é uma espécie de ‘sedativo’,” e) “Não dá para esperar o mesmo nível de retenção de informação...” POL Í C IA CIVIL/2006 Quanto mais nos vemos no espelho, mais dificuldade temos, como brasileiros, de achar um foco para nossa imagem. Pelo menos, nossa imagem como povo. (...) Nossa identidade é assunto polêmico desde tempos remotos. Quando o escritor Mário de Andrade deu vida ao espevitado e contraditório personagem Macunaíma, em 1928, nosso herói sem nenhum caráter já andava desesperadamente à procura dela. Ele sabia que havia algo de brasileiro no ar e foi buscar indícios desses traços na riqueza da cultura popular. (...) No final dos anos 80, o antropólogo Darcy Ribeiro continuava indagando: “E não seria esta alegria – além da mestiçagem alvoroçada, da espantosa uniformidade cultural e do brutal desgarramento classista – uma das características distintivas dos brasileiros? Seria a compensação dialética à que o povo se dá da vida azarosa, famélica e triste que lhe impõem?” Ninguém ainda respondeu a contento à questão. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil (1936), foi buscar na origem portuguesa os traços que fazem do brasileiro um brasileiro: o estilo cordial, hospitaleiro, pacato e resignado, em um povo que herdou a bagunça lusa. Mas será que todo brasileiro vê essa imagem no espelho? Ser apenas o povo do futebol, do samba e das mais belas mulheres do mundo basta? Aliás, será que somos isso mesmo? (...) (SCAVONE, Míriam. In: Porto Seguro Brasil . Conteúdo fornecido e produzido pela Editora) 69. Sobre a temática do texto, é correto afirmar que se trata da: a) alienação do brasileiro quanto à busca de sua identidade. b) tentativa de se caracterizar a identidade do povo brasileiro. c) perseverança do povo para construir sua identidade. d) caracterização do brasileiro segundo teorias estrangeiras. e) oposição entre duas teorias sobre a identidade do brasileiro. 70. O que faz do brasileiro um brasileiro, para Sérgio Buarque de Holanda, é a(o): a) tendência acolhedora, pacífica e afável. b) repulsa à “bagunça lusa”. c) resignação diante do domínio lusitano. d) distanciamento das características dos colonizadores. e) espanto diante de sua imagem no espelho. 71. Na frase do texto “ALIÁS, será que somos isso mesmo?”, o termo destacado introduz uma: a) argumento que comprova a falta de identidade do brasileiro. b) indagação que leva à reflexão sobre o tema abordado. c) pergunta que levanta dúvidas sobre o papel do historiador. d) pergunta feita por um repórter a Sérgio Buarque de Holanda. e) justificativa para a opinião de Mário de Andrade. 72. Na passagem do texto “... deu vida ao ESPEVITADO e contraditório personagem ...”, a palavra em destaque pode ser substituída, sem alteração de sentido, por: a) cauteloso. b) ingênuo. c) afetado. d) pacato. e) estranho. 73. De acordo com o texto, no final dos anos 80, o antropólogo Darcy Ribeiro: a) afirmava que a alegria era uma característica marcante do brasileiro. b) dissipava as dúvidas sobre quais seriam as características de nossa identidade. c) demonstrava a recusa do povo em contrapor sua alegria instintiva às dificuldades enfrentadas. d) priorizava a influência da mestiçagem como elemento definidor da identidade. e) refletia sobre as razões da alegria do brasileiro, apesar dos fatores que oprimiam o povo. 74. O trecho atribuído a Darcy Ribeiro, no Texto, se caracteriza por: a) ser inteiramente afirmativo. b) basear-se numa gradação de verbos irregulares. c) estruturar-se numa circunstância de lugar. d) apoiar-se no uso de adjetivos. e) optar pela ausência de conectivos. A MORTE DA PORTA- ESTANDARTE Que adianta ao negro ficar olhando para as bandas do Mangue ou para os lados da Central? Madureira é longe e a amada só pela madrugada entrará na praça, à frente do seu cordão.


O que o está torturando é a idéia de que a presença dela deixará a todos de cabeça virada, e será a hora culminante da noite. Se o negro soubesse que luz sinistra estão destilando seus olhos e deixando escapar como as primeiras fumaças pelas frestas de uma casa onde o incêndio apenas começou! ... Todos percebem que ele está desassossegado, que uma paixão o está queimando por dentro. Mas só pelo olhar se pode ler na alma dele, porque, em tudo mais, o preto se conserva misterioso, fechado em sua própria pele, como numa caixa de ébano. (...) Sua agonia vem da certeza de que é impossível que alguém possa olhar para Rosinha sem se apaixonar. E nem de longe admite que ela queira repartir o amor.(...) No fundo da Praça, uma correria e começo de pânico. Ouvem-se apitos. As portas de aço descem com fragor. As canções das Escolas de Samba prosseguem mais vivas, sinfonizando o espaço poeirento. — Mataram uma moça! (...) A mulata tinha uma rosa no pixaim da cabeça. Um mascarado tirou a mantilha da companheira, dobrou-a, e fez um travesseiro para a morta. Mas o policial disse que não tocassem nela. Os olhos não estavam bem fechados. Pediram silêncio, como se fosse possível impor silêncio àquela Praça barulhenta. (...) — Só se você visse, Bentinha, quanto mais a faca enterrava, mais a mulher sorria ... Morrer assim nunca se viu ... O crime do negro abriu uma clareira silenciosa no meio do povo. Ficaram todos estarrecidos de espanto vendo Rosinha fechar os olhos. O preto ajoelhado bebia-lhe mudamente o último sorriso, e inclinava a cabeça de um lado para outro como se estivesse contemplando uma criança. (...) Ele dobra os joelhos para beijá-la. Os que não queriam se comover foram-se retirando. O assassino já não sabe bem onde está. Vai sendo levado agora para um destino que lhe é indiferente. É ainda a voz da mesma canção que lhe fala alguma coisa ao desespero: Quem fez do meu coração seu barracão? Foi ela ... (MACHADO, Aníbal M. In: Antologia escolar de contos brasileiros . Herberto Sales (Org.) Rio de Janeiro, Ed. Ouro, s/d.) 75. Em relação às características textuais, é correto afirmar que, no Texto, há uma: a) narrativa da agonia de um amante que é trocado por outro, no Carnaval. b) narrativa sobre amor e ciúme, com segmentos descritivos. c) descrição minuciosa de um assassinato, num baile carnavalesco. d) série de definições sobre o amor, exemplificadas com uma história. e) cobertura jornalística de um incidente no Carnaval. 76. Dentre as expressões do texto, transcritas abaixo, assinale aquela que não veicula o mesmo tipo de circunstância das demais. a) “... para as bandas do Mangue ...” b) “... para os lados da Central?” c) “... pela madrugada ...” d) “... na praça, à frente do seu cordão.” e) “... no meio do povo.” 77. A imagem utilizada no fragmento do texto “sinfonizando o espaço poeirento.” revela oa): a) desagrado dos espectadores. b) barulho ensurdecedor das canções. c) cadência dos sambas. d) transformação do ambiente pela música. e) aceleração do ritmo dos desfiles. 78. Dentre as palavras do texto, transcritas abaixo, a que foge ao campo de significação das demais é: a) fragor. b) cordão. c) porta-estandarte. d) canções. e) voz. 79. O par opositivo que não corresponde aos elementos constitutivos da descrição do estado do personagem, no 5º parágrafo do texto, é: a) corpo e alma. b) pele e olhar. c) paixão e entorpecimento. d) agonia e calma. e) interior e exterior. Ainda é cedo amor Mal começaste a conhecer a vida Já anuncias a hora da partida Sem saber mesmo o rumo que irás tomar Preste atenção querida Embora eu saiba que estás resolvida Em cada esquina cai um pouco a sua vida Em pouco tempo não serás mais o que és Ouça-me bem, amor Preste atenção o mundo é um moinho Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos Vai reduzir as ilusões a pó Preste atenção querida De cada amor tu herdarás só o cinismo Quando notares estás à beira do abismo Abismo que cavaste com teus pés (Cartola) 80. Assinale a opção que tem correspondência de sentido com a frase “Mal começaste a conhecer a vida” (v. 2), no Texto.


a) Não percebes o mal no mundo. b) Só conheces as maldades da vida. c) Já estás farta de conhecer a vida. d) Começaste erradamente a conhecer a vida. e) Começaste há pouco a conhecer a vida. 81. Considere as seguintes formas verbais retiradas do Texto: “anuncias” (v. 3); “Preste” (v. 5); “estás” (v. 6); “serás” (v. 8); “Ouça-me” (v. 9) e “tu herdarás” (v. 14). É correto afirmar que, no poema, estas formas destacadas: a) mantêm uniformidade no tratamento. b) referem-se à 2a pessoa do singular quando no imperativo. c) referem-se à 3a pessoa do singular quando no indicativo. d) desconsideram a norma culta na relação sujeito-verbo. e) revelam alternância de tratamento. 82. Da leitura do texto de Cartola, depreende-se: I – o sentimento de rejeição que o poeta tem pela juventude; II – os obstáculos que os sonhadores podem encontrar; III – o desalento de quem desistiu de lutar; IV – o sinal de alerta para quem começa a viver; V – a ternura que o autor dedica à destinatária da canção. É(São) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões): a) III b) I e II c) III e IV d) III e V e) II, IV e V 83. A respeito da linguagem utilizada pelo autor do texto, podem ser citadas algumas características: I – linguagem figurada; II – imagens realistas; III – tom descritivo. É(São) correta(s) apenas a(s) característica(s): a) I b) III c) I e II d) I e III e) I, II e III (...) Nossa identidade surgiu com a chegada dos portugueses. O País foi crescendo e se transformando, como uma pessoa. Hoje não é mais aquele de 400 anos atrás, porque identidade é uma coisa dinâmica. O brasileiro se vê como um povo com pouca informação, baixa auto-estima, por isso acha graça de ser visto como meio malandro, simpático. Essa auto-estima anda mais em baixa ainda, pois um povo que pouco ou nada faz para transformar a atual situação (...) não demonstra apreço por si próprio.(...) Essa coisa de futebol, mulata, samba, caipirinha, Carnaval ainda está na nossa identidade, é o nosso lado folclórico, mas a gente precisa sair dessa e se ver também como um povo com cultura, educação, tecnologia. Não somos mais tão folclóricos, mas nos portamos como se o fôssemos. O fato é que a grande e difusa identidade brasileira está multifacetada em subidentidades: do norte, do centro, do sul. (...) (LUFT, Lya. In: Porto Seguro Brasil . Conteúdo fornecido e produzido pela Editora Abril S.A. (SP), adaptado). 84. No texto, para a autora, a identidade de um povo é algo que: muda de acordo com as circunstâncias pelas quais passa. precisa de coerência e conservadorismo para ser válida. determina a sua baixa auto-estima. necessita de uma colonização estrangeira para se firmar. independe dos valores morais existentes na sociedade. 85. De acordo com o desenvolvimento da temática, no texto, é correto afirmar que Lya Luft: a) condena a falta de cultura e de investimentos na tecnologia. b) repousa a identidade do povo brasileiro apenas nos portugueses. c) dissocia a falta de apreço por si próprio da atual situação. d) incita os brasileiros a abandonarem uma visão limitada de si mesmos. e) coloca no cultivo do folclore a razão da baixa auto-estima do brasileiro. 86. No texto, quando a autora afirma que a identidade brasileira está “MULTIFACETADA em subidentidades”, a expressão em destaque refere-se à: a) densidade demográfica do país. b) diversidade de aspectos culturais. c) ambigüidade do caráter do brasileiro. d) fragmentação do sentimento nacional. e) reduzida diferenciação sociopolítica. 87. Na frase “mas nos portamos como se o fôssemos.”, o verbo PORTAR- SE pode ser substituído, sem alteração de sentido, por: a) defender. b) transportar. c) proceder. d) levar. e) continuar. TRANSPETRO/2006 QUE VENHA O E- MAIL 2 Chega de piadinhas. O fenômeno do spam perdeu a graça. Está na hora de criar um novo tipo de mensagem eletrônica. O e-mail, do jeito que está, já foi. De vez em quando, leio uma matéria ou outra citando que a correspondência eletrônica não autorizada já representa mais de 50% do volume de e-mails em circulação. 50%?! Fiz um levantamento estatístico no meu


endereço particular e separei toda a correspondência “não autorizada”. Procurei ser bem justo. Qualquer correspondência que tivesse origem reconhecida, mesmo que indesejada, saía da lista dos spams. Só entrou e-mail sem a mínima relação comigo. Parei de contar quando a estatística passava de 80%. Oito em cada dez é lixo. No e-mail público, o do trabalho, 95% das mensagens são spam. O e-mail é a maior invenção da comunicação humana por escrito desde que criaram o correio (há 4 mil anos!). Mas o spam acaba com essa festa. Chegamos ao ponto em que a correspondência útil virou detalhe no meio do entulho. Nenhum recurso consegue bloquear a avalanche de inutilidades. Mais grave: o e-mail é a avenida por onde os malditos vírus trafegam com mais conforto. E se as pessoas que enviam spam e as que criam vírus fossem mandadas para uma ilha deserta e se dedicassem a infernizar a vida umas das outras? Como isso não é possível, é preciso reinventar o e-mail. Como? O atual poderia continuar como endereço público, aquela caixa de correio que fica “lá fora”, sujeita a receber qualquer coisa. Mas haveria outra classe de e-mail, digamos o e-mail 2. Seria um upgrade – como o Sedex foi para a carta comum. Esse e-mail 2 poderia ter uma relação mais controlada de seus clientes. Para atingir um destinatário, seria preciso mais do que uma série de palavras separadas por um sinal de @. Cada mensagem teria, além da identificação clara das duas partes, uma chave, um código aleatório de permissão. Hoje isso já é possível, mas no e-mail 2 seria padrão. Não é questão de controlar. Só remetente e destinatário teriam acesso ao conteúdo. O e-mail, com seus recursos simples e eficientes, é fundamental. Talvez até possa melhorar alguns detalhes: sua apresentação gráfica às vezes é feia de doer. Mas queremos o e-mail como ele é – só que melhor. (MARQUEZI, Dagomir. Info, out. 2002, com adaptações) Glossário: spam – correspondência enviada por correio eletrônico, contendo publicidade, pedidos, piadas, etc. upgrade – atualização ou modernização 88. Indique a opção que NÃO apresenta uma idéia do texto. a) A implementação de um sistema de e-mail2 não inviabilizaria a existência do e-mail nos moldes atuais. b) A existência de lixo no correio eletrônico ultrapassa a taxa de 50% de todos os e-mails recebidos. c) A existência de um e-mail 2 representaria um avanço considerável para o sistema de troca de informações. d) A possibilidade de a pessoa enviar um segundo e-mail oferece mais segurança aos usuários. e) Os atuais sistemas de segurança eletrônica não impedem que os usuários recebam mensagens indesejadas. 89. “Mais grave: o e-mail é a avenida por onde os malditos vírus trafegam com mais conforto.” Assinale a opção que mantém o sentido original do período acima. a) Pior o e-mail: é o instrumento usado para a disseminação de vírus indesejáveis pela internet. b) O transtorno que traz o e-mail é piorado pela existência de vírus que circulam na internet. c) O pior dessa situação é que o e-mail é um canal para a disseminação de vírus. d) Acrescente-se que os vírus eletrônicos contaminam mais confortavelmente o e-mail. e) Para piorar: o tráfego de vírus é realizado de modo seguro através dos meios eletrônicos. 90. A relação que existe entre “carta comum” e “sedex” é a mesma que existe entre “correio” e: a) spam. b) e-mail. c) invenção. d) correspondência útil. e) comunicação humana. 91. A expressão DUAS PARTES se refere a: a) uma chave e um código. b) cliente e destinatário. c) identificação e permissão. d) uma seqüência de duas palavras. e) palavras antes e depois do sinal @. 92. Classifique cada afirmação abaixo, sobre relações entre palavras, como V (verdadeira) ou F (falsa). ( ) “matéria” é sinônimo de notícia, assim como “levantamento” é sinônimo de arrolamento. ( ) Impedir e imprecisões são antônimos, respectivamente, de “bloquear” e “inutilidades”. ( ) As palavras “bem” e “justo” apresentam homônimos de classes diferentes. A seqüência correta é: a) F – F – V b) F – V – V c) V – F – F d) V – F – V e) V – V – F 93. “COMO isso não é possível, é preciso reinventar o e-mail. COMO ?” Assinale a opção que apresenta as palavras ou expressões que substituem as destacadas no trecho acima, mantendo-se o mesmo sentido. a) Já que – Quanto b) Caso – Qual seria c) Embora – Qual forma d) Se – Até que ponto e) Porque – De que maneira


94. A linguagem do texto é caracteristicamente oral porque: a) o significado é completado por elementos do contexto. b) o verbo “mandar” está sem o objeto direto. c) há predominância quase que absoluta de perguntas e respostas. d) é privilegiado o registro informal da linguagem. e) não há conectivos de subordinação relacionando as orações. A INTERNET NÃO É RINGUE Você já discutiu relação por e-mail? Não discuta. O correio eletrônico é uma arma de destruição de massa (cerebral) em caso de conflito. Quer discutir? Quer quebrar o pau, dizer tudo o que sente, mandar ver, detonar a outra parte? Faça isso a sós, em ambiente fechado. [...] Brigar por e-mail é muito perigoso. Existe pelo menos um par de boas razões para isso. A primeira é que você não está na frente da pessoa. Ela não é “humana” a distância, ela é a soma de todos os defeitos. A segunda razão é que você mesmo também perde a dimensão de sua própria humanidade. Pelo e-mail as emoções ficam no freezer e a cabeça, no microondas. Ao vivo, um olhar ou um sorriso fazem toda a diferença. No e-mail todo mundo localiza “risos”, mas ninguém descreve “choro”. Eu sei disso, porque cometi esse erro. Várias vezes. Nunca mais cometerei, espero. [...] Um tiroteio de mensagens escritas tende à catástrofe. Quando você fala na cara, as palavras ficam no ar e na memória e uma hora acabam sumindo de ambos. “Eu não me lembro de ter dito isso” é um bom argumento para esfriar as tensões. Palavras escritas ficam. Podem ser relidas muitas vezes. Ao vivo, você agüenta berros [...]. Responde no mesmo tom rasteiro. E segue em frente. Por e-mail, cada frase ofensiva tende a ser encarada como um desafio para que a outra parte escolha a arma mais poderosa destinada ao ponto mais fraco do “adversário”. Essa resposta letal gera uma contra-resposta capaz de abalar os alicerces do edifício, o que exigirá uma contracontra-resposta surpreendente e devastadora. Assim funciona o ser humano, seja com mensagens, seja com bombas nucleares. Ao vivo, um pode sentir a fraqueza do outro e eventualmente ter o nobre gesto de poupar aquelas trilhas de sofrimento e rancor. Ao vivo, o coração comanda. Por e-mail é o cérebro que dá as cartas. [...] E tem o fator fermentação. Você recebe um e-mail hostil. Passa horas intermináveis imaginando qual será a terrível, destrutiva resposta que vai dar. Seu cérebro ferve com os verbos contundentes e adjetivos cruéis que serão usados no reply. Aí você escreve, e reescreve, e reescreve de novo, e a cada nova versão seu texto está mais colérico, e horas se passam de refinamento bélico do texto até que você decida apertar o botão do Juízo Final, no caso o Enviar. Começam então as dolorosas horas de espera pela resposta à sua artilharia pesada. É uma angústia saber que você agora é o alvo, imaginar que armas serão usadas. E dependendo do estado de deterioração das relações, você poderá enlouquecer a ponto de imaginar a resposta que vai dar à mensagem que ainda nem chegou. É por isso que eu aconselho, especialmente aos mais jovens: se for para mandar mensagens de amizade, se é para elogiar, se é para declarar amor, use e abuse dos meios digitais. E-mail, messenger, chat, scraps, o que aparecer. Mas se for para brigar, brigue pessoalmente. A não ser, claro, que você queira que o rompimento seja definitivo. Aí é só abrir uma nova mensagem e deixar o veneno seguir o cursor. (MARQUEZI, Dagomir, Revista Info Exame , jan. 2006, adaptado) 95. Assinale a frase que sintetiza o conteúdo do texto. a) É melhor discutir a relação pessoalmente. b) Brigar por e-mail pode estragar as relações. c) A função do e-mail é enviar mensagens boas. d) Ao vivo, pode-se sentir a fraqueza do outro. e) A raiva pode aumentar se a resposta for escrita. 96. O exame do vocabulário utilizado pelo autor, no texto apresentado, indica que as relações humanas podem ser entendidas como: a) guerra. b) jogo. c) dança. d) brincadeira. e) distração. 97. A mesma relação entre os atos descritos pelo autor por meio das expressões “resposta”, “contra-resposta” e “contracontra- resposta”, apresentadas no texto, é encontrada em: a) envio, recebimento, arquivamento. b) contratação, demissão, recontratação. c) dito, réplica, tréplica. d) indicar, entrevistar, contratar. e) murmurar, falar, gritar. 98. Classifique as afirmações abaixo, relacionadas com o segundo parágrafo do texto, como V (verdadeira) ou F (falsa). ( ) O pronome “Ela” (l. 8) se refere à “primeira razão”. ( ) A palavra “ também” (l. 10) indica que o estado de perda ( ) de humanidade já havia sido mencionado anteriormente. A expressão “todo mundo” (l. 13-14) se reporta às pessoas que usam e-mail. A classificação correta é: a) F – F – V. b) F – V – V. c) V – F – F.


d) V – F – V. e) V – V – V. 99. “Um tiroteio de mensagens escritas TENDE à catástrofe.” A forma verbal que pode ser usada para substituir o verbo em destaque, mantendo a mesma regência, é: a) causa. b) provoca. c) traz. d) convida. e) prenuncia. IBGE/2006 O mundo está envelhecendo. Em três décadas, haverá tantos idosos quantos jovens. Dessa questão tratam agora a ONU, demógrafos e economistas em pânico com as conseqüências para a previdência social. São problemas reais, mas do ponto de vista do indivíduo, a notícia do aumento da longevidade só pode ser alvissareira. Ninguém quer a morte, só saúde e sorte, sentenciou Gonzaguinha e, desde então, os brasileiros repetem em coro esse refrão. A geração dos que entram na terceira idade está começando, se tiver saúde e sorte, uma terceira vida. A constatação é perturbadora para quem chegou lá, porque será pioneiro em inventar essa terceira vida e o fará sem parâmetros que lhe digam o que é certo ou errado, aceitável ou ridículo, sadio ou malsão. Janus com uma face voltada para a liberdade e a outra para a angústia e a incerteza. Uma situação que se assemelha, hoje, estranhamente, à adolescência. “O que é chato no envelhecer é que eu sou jovem”, protestava Colette. Pessoas que se sentem jovens e ainda não se reconhecem em um corpo que não lhes parece seu, lembram os adolescentes que, com um pé na infância, assistem perplexos à revolução hormonal. Mas não é só o corpo que se torna morada incerta. Incerto é o momento em que a chamada vida ativa já se transformou para a maioria em tempo livre, em perda de identidade profissional e é preciso buscar um novo perfil, como o adolescente face à vida adulta se perguntando o que eu vou ser quando crescer. O que se vai ser quando envelhecer é uma questão nova em um tempo em que já ninguém responde simplesmente: velho. A uma geração a quem se promete mais vinte ou trinta anos de vida,em boa saúde, física e mental, estão colocados uma fantástica oferta de liberdade e um convite à invenção. Sobretudo em tempos de mudança de era, quando proscreveram o quadro de valores nos quais essas pessoas foram criadas e um corpo de conhecimentos que se tornou anacrônico. Essa geração foi atropelada pelas crises da família e do trabalho, pela globalização e pelas novas tecnologias. Já não é possível viver ignorando o que essas mutações representam como revolução na convivência entre as pessoas, a transformação que operam no acesso à informação, exigindo dos mais velhos um diálogo com essa cultura. Os jovens sempre olharam para os mais velhos como velhos. Só que, hoje, os chamados idosos não se comportam segundo a expectativa dos jovens. Mudou sua disposição de vestir os estereótipos com que se lhes ditava uma vida sem futuro. A presença maciça na sociedade de pessoas idosas com projetos, vivendo sua vida com energia e independência, dotadas de recursos e de tempo disponível, constitui um fenômeno imprevisto que está mudando as sociedades por dentro e que, para além de saber quem vai pagar a conta da previdência, questiona os costumes. (OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. O Globo, 05 mar. 2006, com adaptações) Obs.: Janus – um dos antigos deuses de Roma, representado com dois rostos, um voltado para a direita outro para a esquerda. Colette – escritora francesa. 100. “O mundo ESTÁ ENVELHECENDO .” (l. 1) A locução verbal destacada indica que se trata de um processo: a) prestes a se iniciar. b) em seu início. c) em curso. d) interrompido. e) em seu término. 101. De acordo com o texto, o envelhecimento da população mundial, considerado do ponto de vista do indivíduo, é uma notícia: a) desanimadora. b) auspiciosa. c) irrelevante. d) preocupante. e) inverificável. 102. “A geração dos que entram na terceira idade está começando, se tiver saúde e sorte, uma terceira vida.” Por ser pioneira na invenção dessa terceira vida, a nova geração de idosos: a) não saberá o que fazer de seu tempo livre. b) será alvo do preconceito dos mais jovens. c) assistirá perplexa à própria decadência física. d) se ressentirá da falta de modelos comportamentais. e) assumirá uma atitude francamente conservadora. 103. A palavra ou expressão do texto que traduz mais precisamente o impacto das mudanças ocorridas no mundo sobre a nova geração de idosos é: a) anacrônico. b) globalização. c) proscreveram . d) foi atropelada. e) convite à invenção. 104. “O que é chato no envelhecer é que eu sou jovem” Com essa afirmação de Colette, verifica-se que essa autora: a) repudia a idéia de eterna juventude. b) lamenta sua futura velhice. c) confessa-se precocemente envelhecida. d) aceita conformada a ação do tempo. e) sente-se jovem num corpo que está envelhecendo. 105. Segundo o texto, os que vivem a adolescência e os que chegam à terceira idade só não combinam num aspecto, que é oa):


a) sentimento de incerteza. b) sentimento de angústia. c) perda de identidade profissional. d) busca de um novo perfil. e) desagrado com o corpo em transformação. 106. “quando proscreveram o quadro de valores nos quais essas pessoas foram criadas...” A palavra ou expressão de significado oposto a PROSCREVERAM é: a) restabeleceram. b) aboliram. c) extinguiram. d) suprimiram. e) puseram fora de uso. 107. Em “O mundo está envelhecendo” (l. 1) há: a) metáfora. b) metonímia. c) catacrese. d) eufemismo. e) ironia. BNDES/2006 DEIXE A ANGÚSTIA: REINVENTE A CARREIRA A maioria dos profissionais já viveu uma sensação de impasse na carreira. O trabalho perdeu a graça, as tarefas se sucedem de forma aborrecida, os desafios ficaram no passado. Você quer contribuir para sua empresa de uma forma mais intensa, mas não sabe de que maneira. Como superar essa modorra? O psicólogo Timothy Butler, professor da Harvard Business School, acredita que é preciso usar o impasse como uma oportunidade para experimentar novas situações. “Sem a sensação de impasse nós não conseguiríamos crescer, mudar e, eventualmente, viver mais intensamente”, afirma no livro Getting Unstuck: How Dead Ends Become New Paths (Ficando solto: como situações de impasse se transformam em novos caminhos). A situação de impasse costuma deslanchar gradualmente. Primeiro surge como frustração, enfado, falta de perspectiva. Depois, começam as reflexões sobre supostos erros pessoais. “Não toco minha carreira como deveria” ou “não consigo exercer todo meu potencial”. As pessoas passam então a perceber que a antiga maneira de encarar a profissão não funciona mais. É a hora de ouvir sugestões, procurar novas perspectivas e, enfim, mudar. O impasse, segundo Butler, ocorre nas mais variadas situações da vida. É a sensação, por exemplo, que domina uma pessoa num relacionamento amoroso desgastado. A superação do impasse exige coragem para enfrentar uma situação desconhecida. “É assustador e ao mesmo tempo excitante. A principal mensagem do impasse é que você não sabe o que o espera. Mas não saber não é tão ruim quanto você pensa que é”, escreve Butler. (Revista Época Negócios. Edição 4. jul. 2007) 108. Segundo as idéias do texto, a sensação de impasse só NÃO gera, inicialmente, a) desprazer. b) desânimo. c) enfado. d) estímulo. e) aborrecimento. 109. Em “Como superar essa modorra?” , a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por a) perspicácia. b) prostração. c) argúcia. d) esperteza. e) ladineza. 110. Segundo o psicólogo Timothy Butler, o impasse é importante porque a) oportuniza o crescimento do indivíduo. b) possibilita uma redução de desempenho. c) diminui as expectativas futuras. d) permite uma previsão de resultados. e) previne contra novos impasses. 111. O impasse dá-se de modo a) parcial. b) abrupto. c) estanque. d) decrescente. e) progressivo. 112. Uma das sensações constatadas pela reflexão retrospectiva do impasse é o(a) a) insucesso. b) crescimento. c) realização. d) estabilidade. e) segurança. 113. Na linha argumentativa do texto, o último período do 3o parágrafo estabelece com o anterior uma relação de a) adição. b) oposição. c) conseqüência. d) explicação. e) conclusão. O APOIO AO MAIS FRACO No outono, quando se vêem bandos de aves voando, formando um grande V no céu, indaga-se o porquê de voarem


desta forma. Sabe-se que, quando cada ave bate as asas, move o ar para cima, ajudando a sustentar a ave imediatamente de trás. Ao voar em forma de V, o bando se beneficia com muito mais força de vôo do que uma ave voando sozinha. Pessoas que têm a mesma direção e sentido de comunidade podem atingir seus objetivos de forma mais rápida e fácil, pois viajam beneficiando-se de um impulso mútuo. Sempre que uma ave sai do bando, sente subitamente o esforço e a resistência necessários para continuar voando sozinha. Rapidamente, ela entra outra vez em formação para aproveitar o deslocamento de ar provocado pela ave que voa imediatamente à sua frente. Se tivéssemos o mesmo sentido, manter-nos-íamos em formação com os que lideram o caminho para onde também desejamos seguir. Quando a ave líder se cansa, ela muda de posição dentro da formação e outra assume a liderança. Vale a pena nos revezarmos em tarefas difíceis, e isto serve tanto para as pessoas quanto para as aves que voam juntas. As aves de trás gritam encorajando as da frente para que mantenham a velocidade. Finalmente, quando uma ave fica doente ou se fere, duas aves saem em formação e a acompanham para ajudá-la e protegê-la. Ficam com ela até que consiga voar novamente ou morra. Só então, levantam vôo, sozinhas, ou em outra formação. Se tivéssemos o sentido das aves também ficaríamos da mesma forma um ao lado do outro para apoiar o mais fraco. (LEGRAND. Códigos da vida . Soler Editora, 2004) 114. O deslocamento do ar provocado pela forma como as aves voam em bando: a) impede que as asas se choquem. b) aumenta a velocidade da primeira. c) aumenta a resistência das aves que vêm atrás. d) facilita o vôo da primeira. e) diminui a velocidade das aves. 115. A finalidade do Texto quanto à relação estabelecida entre as aves e os seres humanos é: a) mostrar a capacidade de evolução das aves. b) mostrar a semelhança parcial existente entre eles. c) contrastar o comportamento de cada espécie. d) comparar a capacidade de sobrevivência dos seres. e) demonstrar o grau de inteligência das aves. 116. Quanto ao que é focalizado nos parágrafos indicados abaixo, assinale a opção que apresenta ERRO . a) 1o e 2o parágrafos: o sentido de agregação. b) 2o e 3o parágrafos: a liderança. c) 3o e 4o parágrafos: a liderança e a ausência de competição. d) 5o e 6o parágrafos: a liderança e o revezamento. e) 7o e 8o parágrafos: a solidariedade. QUANTA SAUDADE! Houve um tempo em minha vida em que o meu quintal era o meu mundo. Lá estava tudo do que eu gostava, inclusive os meus sonhos mais íntimos, tudo depositado naqueles metros quadrados de pura magia. Chegava da escola e ia direto para lá. Ali eu podia sonhar, jogar pião, conversar com os passarinhos e com as árvores que abrigavam os seus ninhos, e algumas dessas árvores me eram muito significativas, pois tinham sido plantadas por mim. Quem saísse pela porta da cozinha, sob uma cobertura de telhas, dava com um fogão de lenha que estava sempre aceso, mantendo quente um bule de café e, logo após, à sua direita, encontrava um lindo pessegueiro, pelo qual eu subia no telhado e ganhava toda a cidade num único olhar. À esquerda, na outra ponta, havia um pé de araçá. Araçá é uma frutinha pequena, redondinha, que parece uma goiaba, tem a casca mais fina e até a mais doce delas é azedinha, mas de um azedinho fabricado por algum gnomo alquimista que, com certeza, sempre a regava com o seu baldinho encantado. A parreira oferecia uma sombra irresistível e uvas de uma doçura sem igual. Mas o xodó mesmo era com o meu pé de tamarindo. Frondoso, aconchegante, perfumado pelas flores que iam dar lugar a deliciosos frutos. Pendurado ali, eu era a mais feliz das criaturas. Dividia com os sabiás aqueles galhos. Bandos de pardais vinham nos visitar. Ágeis beija-flores, curiós, curruíras inquietas. Alguns pássaros comiam os tamarindos ainda no pé. Outros procuravam no chão os mais maduros. Certa vez, um pintassilgo fez um duelo musical com um canário da terra. Era como se derramassem notas musicais em pautas abençoadas com todas as claves e eu ali: espectador e ouvinte, pasmo com tanta beleza, fazia parte da mesma cena. Vi filhotes nascerem, serem alimentados, alçarem seus primeiros vôos, conquistarem os céus. Como eles, um dia, eu tive que voar, sair do meu quintal, ganhar as ruas, enfrentar desafios, conquistar espaços. Mas até hoje eu carrego comigo essas lembranças tão boas. Talvez por isso tenha escrito na letra de uma canção: “quanta saudade de rever esse cenário, do gorjeio do canário, ecoando na amplidão. Quanta saudade do fogão de lenha aceso, aquecendo bem ligeiro o jantar e o coração...” (Revista Living News. Ano 3. n.10. dez 2003. p.20) 117. Indique a passagem que caracteriza maior proximidade e o contato direto da criança com o espaço físico. a) “...o meu quintal era o meu mundo.” b) “Lá estava tudo do que eu gostava,” c) “tudo depositado naqueles metros quadrados de pura magia.” d) “Chegava da escola e ia direto para lá.” e) “Ali eu podia sonhar,” 118. A passagem que caracteriza um comentário reflexivo do narrador sobre o local em que brincava na infância é: a) “e algumas dessas árvores me eram muito significativas, pois tinham sido plantadas por mim.” b) “Quem saísse pela porta da cozinha, sob uma cobertura de telhas, dava com um fogão de lenha...” c) “à sua direita, encontrava um lindo pessegueiro,” d) “...eu subia no telhado e ganhava toda a cidade num único olhar.” e) “À esquerda, na outra ponta, havia um pé de araçá.” DECEA/2006 Texto / E SE... não tivéssemos medo? Quem diria: aquele frio na espinha na hora de pular do trampolim é essencial para a nossa vida. O medo acaba com a gente quando estamos vendo um filme de terror ou tentando pular na piscina, mas, sem ele, não seríamos nada, coisa nenhuma. Na ausência do medo, não teríamos nenhuma reação em situações de perigo, como a aproximação de mastodonte na idade do gelo ou quando o carro vai dar de cara no poste. Essa proteção acontece involuntariamente: a sensação de temor chega antes às partes do cérebro que regem nossas ações involuntárias que ao córtex, a casca cerebral onde está o raciocínio. Além desse medo primordial, existe o medo criado pela mente. Afinal, não corremos risco iminente de não perpetuar a espécie quando gaguejamos diante de uma possível paquera, ao tentar pedir aumento para o chefe ou quando construímos muralhas e bombas atômicas. Pelo contrário. “O medo de ser ridicularizado ou menos amado pelo outro é a fonte de neuroses e fobias sociais, mas está presente em todas as pessoas”, diz a psicóloga Maria Tereza Giordan Góes, autora do livro Vivendo


Sem medo de Ter Medo. E o que aconteceria se seguíssemos com o medo involuntário mas deixássemos de ter o medo imaginário? Pois é, também não seríamos muita coisa. O medo é um conceito fundamental para Freud, o pai da psicanálise. Segundo ele, é o medo da castração, de ser ridicularizado ou menos amado, que faz os homens lutarem por objetivos e se submeterem a provas sexuais e sociais. Sem medo, poderíamos ficar sem motivação de competir, inovar, ser melhor que o vizinho. Pior: viveríamos num caos danado, já que o medo de ser culpado e castigado é raiz para instituições e religiões. “Nunca uma civilização concedeu tanto peso à culpa e ao arrependimento quanto o cristianismo”, afirma o historiador francês Jean Delumeau, autor do livro História do Medo no Ocidente. “O medo se reproduz na forma da autoridade física e espiritual”, afirma a psicanalista Cleide Monteiro. “Ele está na base de instituições que podem ser opressoras, mas fazem a sociedade andar para a frente longe de barbáries.” Para a psicanálise, funciona assim: quando eu reconheço em mim a possibilidade de fazer mal a alguém, a enxergo também em você, então passo a temê-lo. Para podermos conviver numa boa, criamos coisas superiores para temer, como a polícia e a religião. Sem o medo, não teríamos nada disso. Sairíamos direto na faca. (NARLOCK, Leandro. Revista Superinteressante . adaptado) 119. No primeiro período do texto, o que está sendo focalizado especificamente é(são): a) a dificuldade de escolha quanto a que rumo tomar. b) o sentimento que norteia as ações humanas. c) o sofrimento advindo de uma derrota. d) as necessidades de lançar-se à vida. e) os momentos decisivos na vida de cada um. 120. O texto NÃO apresenta a idéia de que o medo: a) é necessário às tomadas de decisão. b) é o limite entre o impulso e a inércia. c) é o sensor humano que possibilita o equilíbrio social. d) é inerente ao ser humano, enquanto primordial. e) pode ser evitado, enquanto imaginário. 121. O caos dominaria o mundo se o medo não existisse. A passagem do texto que NÃO justifica, semanticamente, a afirmação acima é: a) “O medo acaba com a gente...” b) “não teríamos nenhuma reação...” c) “...sem motivação de competir,” d) “não teríamos nada disso.” e) “Sairíamos direto na faca.” 122. A expressão “Além de” , introduz, em relação às idéias do parágrafo anterior, uma idéia de: a) acréscimo. b) conseqüência. c) concessão. d) causalidade. e) proporcionalidade. A NUVEM COMO GUIA Quando eu era criança, morava na Penha. Em minha casa, havia quintal. Deitado na grama, eu via estrelas, cometas, asteróides: via até a ponta das barbas brancas de Deus. Em dia de lua cheia, via até seu sorriso, encimando o bigode branco. As estrelas eram tantas que pareciam confetes e lantejoulas, em noite de terça-feira gorda. Brilhavam forte, com brilho que hoje já não se vê: a luz foi soterrada no céu sombrio pela poluição galopante, estufa onde nos esturricaremos todos como torresmos, sem remissão, se os países poluentes continuarem sua obra sufocante. Na Praia das Morenas, no fim da minha rua, tropeçando em siris e caranguejos – naquele tempo havia até água-viva na Baía de Guanabara; hoje, nem morta! – eu via barcos de pescadores e peixes contorcionistas, mordendo as redes, como borboletas em teias de aranha – que ainda existiam naqueles tempos, aranhas e borboletas. Criança, eu pensava: como seria possível aos pescadores velejar tão longe da areia, perder-se da nossa vista, perderse no mar onde só havia vento em ritmos tonitruantes, onde as ondas eram todas iguais, sem traços distintivos, feitas da mesma água e mesma espuma e, encharcados de tempestades, encontrar o caminho de volta? Meu pai explicava: os pescadores olhavam as estrelas, guias seguras, honestas, que indicavam o caminho de suas choupanas, na praia. Eu olhava o céu e via que as estrelas se moviam, e me afligia: talvez enganassem os pescadores. Meu pai esclarecia: os pescadores haviam aprendido os movimentos estelares, e as estrelas tinham hábitos inabaláveis, confiáveis, eram sérias, seguiam sempre os mesmos caminhos seguros. (BOAL, Augusto, adaptado). 123. Assinale a opção cujo comentário sobre a idéia contida no terceiro parágrafo é IMPROCEDENTE. a) “perder-se” (l. 20), em relação a “vista” (l. 21) e a “mar” (l. 21), equivale, semanticamente, a desaparecer e embrenhar-se, respectivamente. b) “ritmos tonitruantes” (l. 22) em relação a “vento” (l. 21), equivale, semanticamente, a fortes em movimento e som. c) “mesma água e mesma espuma” (l. 23-24), em relação a “ondas” (l. 22), equivale, semanticamente, a despoluídas. d) “encharcados de tempestades” (l. 24) refere-se, semanticamente, ao mar, assolado pelo mau tempo. e) “encontrar” (l. 24) faz referência semântica a “pescadores” (l. 26) no retorno à casa. 124. As expressões que apresentam equivalência de sentido são: a) “...via estrelas, cometas, asteróides:” (l. 2-3) e “via até seu sorriso,” (l. 4-5) b) “...ponta das barbas brancas...” (l. 3-4) e “encimando o bigode branco.” (l. 5) c) “...soterrada no céu sombrio...” (l. 8) e “...como torresmos,” (l. 10) d) “sem remissão,” (l. 10) e “...obra sufocante.” (l. 11) e) “guias seguras, honestas” (l. 27) e “...hábitos inabaláveis, confiáveis,” (l. 32) PETROBRAS/2006 SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL Em 2004, o campo da Fazenda, no sul do Ceará, descartava a maior parte da enorme quantidade de água extraída dos poços junto com o petróleo – a chamada água produzida. Um grupo de trabalho da Petrobras foi então acionado para estudar uma forma de viabilizar o aproveitamento dessa água. A intervenção não poderia ter sido mais bem-sucedida: a equipe propôs a reutilização da água produzida na própria produção de petróleo e permitiu, com isso, diminuir o consumo de água do aqüífero Açu – precioso reservatório que abastece o semi-árido brasileiro.


A solução encontrada foi aproveitar a água produzida para gerar vapor. No campo da Fazenda de Belém, boa parte do óleo disponível é formada por moléculas pesadas viscosas, e a injeção de vapor ajuda a desprendê-las dos depósitos rochosos em que estão armazenadas. Porém, não é qualquer água que é usada nessa operação. Caso ela contenha altos teores de sais de cálcio e magnésio, estas substâncias levam à formação de incrustações dentro da tubulação dos geradores de vapor, que diminuem a eficiência do equipamento e podem entupir a tubulação. Para evitar esse problema, foi implementado em Fazenda de Belém um novo método de tratamento que remove esses sais e torna a água apropriada para o uso no gerador de vapor. Os resultados das inovações foram praticamente imediatos. “As mudanças operacionais propostas melhoraram muito a qualidade de água produzida”, comemora Jailton Ferreira do Nascimento, técnico do Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES) e colaborador do projeto. Atualmente, um dos geradores de vapor está empregando exclusivamente a água produzida – 500m3 são usados por dia. A meta é abastecer os geradores com 100% de água produzida até o fim de 2006. De quebra, membranas nacionais também estão sendo testadas como rota alternativa ao tratamento. As boas notícias não param por aí. Os pesquisadores já pensam em aproveitar a água produzida em um outro projeto social apoiado pela Petrobras. A idéia é usá-la para irrigar plantações de mamona, cultivada para a produção de biodiesel. O aproveitamento dessa água para irrigação será implementado quando os pesquisadores se certificarem de que ela está isenta de contaminantes. “Devemos comprovar que a reutilização dessa água não vai ter impacto para o ser humano, para os animais, a vegetação e o solo”, conta Jailton. (Revista Superinteressante , jan. 2006.) 125. A respeito da “água produzida”, é INCORRETO afirmar que: a) contribui para reduzir o uso da água do aqüífero Açu. b) é despejada no reservatório de água que abastece a região. c) é retirada dos poços petrolíferos juntamente com o petróleo. d) foi objeto de uma pesquisa encomendada pela Petrobras. e) costumava ser desperdiçada na operação de extração de petróleo. 126. A utilização da palavra própria na expressão “...própria produção...” ocorre em virtude de: a) se fazer referência à produção pertencente à Petrobras. b) as mesmas pessoas que estudaram a viabilização do aproveitamento da água terem proposto sua reutilização. c) a água ser extraída juntamente com o petróleo e ser utilizada também na sua produção. d) permitir diminuir o consumo de um importante e estratégico reservatório de água da Petrobras. e) contribuir para o aproveitamento da água e diminuir os custos de produção. 127. Para o emprego de vapor na produção de petróleo, é necessário que a água utilizada seja: a) livre de altos teores de sais de cálcio e magnésio. b) extraída juntamente com o petróleo. c) produzida no campo da Fazenda de Belém. d) formada por moléculas compatíveis com as do óleo. e) um elemento que forme crostas dentro das tubulações. 128. Observe as etapas de reaproveitamento da água apresentadas a seguir. I - O vapor é injetado nos poços. II - As moléculas pesadas e viscosas se soltam com o vapor. III - O vapor age sobre as moléculas do óleo. IV- A água gera vapor. A seqüência correta é: a) I - II -III -IV b) I -IV-III - II c) II -III -IV- I d) IV- I -III - II e) IV-III - II - I 129. As expressões que têm o mesmo significado de “viabilizar” e “implementar” (“foi implementado”), respectivamente, são: a) ser viável – executar um programa. b) ficar possível – fazer crescer. c) tornar exeqüível – dar execução a. d) deixar visível – pôr em prática. e) levar a cabo – prover de implementos. 130. Em relação às plantações de mamona, é lícito afirmar que elas: I - são usadas para a produção de óleo vegetal; II - são irrigadas pela água produzida; III - integram o conjunto de projetos sociais apoiados pela Petrobras. Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões): a) I, somente. b) I e II, somente. c) I e III, somente. d) II e III, somente e) I, II e III. EMPRESA DE PESQUISA ENERG É T I CA/2006 A INTERFERÊNCIA DO TEMPO Há quem diga que o tempo não existe, que somos nós que o inventamos e tentamos controlá-lo com nossos relógios e calendários. Nem ousarei discutir esta questão filosófica, existencial e cabeluda. Se o tempo não existe, eu existo. Se o tempo não passa, eu passo. E não é só o espelho que me dá certeza disso. O tempo interfere no meu olhar. Lembro do colégio em que estudei durante mais de uma década, meu primeiro contato com o mundo fora da minha casa. O pátio não era grande — era colossal. Uma espécie de superfície lunar sem horizontes à vista, assim eu o percebia aos sete anos de idade. As escadas levavam ao céu, eu poderia jurar que elas atravessavam os telhados. Os corredores eram passarelas infinitas, as janelas pareciam enormes portões de vidro, eu me sentia na terra dos gigantes. Volto, depois de muitos anos, para visitá-lo e descubro que ele continua sendo um colégio grande, mas nem o pátio, nem os corredores, nem as escadas, nada tem o tamanho que parecia antes. O tempo ajustou minhas retinas e deu proporção às minhas ilusões. A interferência do tempo atinge minhas emoções também. Houve uma época em que eu temia certo tipo de gente, aqueles que estavam sempre a postos para apontar minhas fraquezas. Hoje revejo essas pessoas e a sensação que me


causam é nem um pouco desafiadora ou impactante. E mesmo os que amei já não me provocam perturbação alguma, apenas um carinho sereno. E me pergunto como é que se explica que sentimentos tão fortes como o medo, o amor ou a raiva se desintegrem? Alguém era grande no meu passado, fica pequeno no meu presente. O tempo, de novo, dando a devida proporção aos meus afetos e desafetos. Talvez seja esta a prova da sua existência: o tempo altera o tamanho das coisas. Uma rua da infância, que exigia muitas pedaladas para ser percorrida, hoje é atravessada em poucos passos. Uma árvore que para ser explorada exigia uma certa logística — ou ao menos um “calço” de quem estivesse por perto e com as mãos livres — hoje teria seus galhos alcançados num pulo. A gente vai crescendo e vê tudo do tamanho que é, sem a condescendência da fantasia. E ainda nem mencionei as coisas que realmente foram reduzidas: apartamentos que parecem caixotes, carros compactos, conversas telegráficas, livros de bolso, pequenas salas de cinema, casamentos curtos. Todo aquele espaço da infância, em que cabia com folga nossa imaginação e inocência, precisa hoje se adaptar ao micro, ao mínimo, a uma vida funcional. Eu cresci. Por dentro e por fora (e, reconheço, pros lados). Sou gente grande, como se diz por aí. E o mundo à minha volta, à nossa volta, virou aldeia, somos todos vizinhos, todos vivendo apertados, financeira e emocionalmente falando. Saudade de uma alegria descomunal, de uma esperança gigantesca, de uma confiança do tamanho do futuro quando o futuro também era infinito à minha frente. (MEDEIROS, Martha. Revista O Globo. 17 out. 2004. n. 12. p.9.) 131. No texto, considerando o processo evolutivo integral do ser humano, os efeitos provocados pela ação do tempo alteram-se numa relação: a) contígua. b) estática. c) inversa. d) difusa. e) descontínua. 132. O texto apresenta uma oposição semântica entre: a) o tempo e o ser humano. b) os livros de bolso e os carros compactos. c) a fantasia e o prisma óptico na infância. d) a vida adulta e os casamentos curtos. e) a funcionalidade da vida e as conversas telegráficas. 133. Com relação às idéias apresentadas no texto, assinale a afirmativa INCORRETA. a) A realidade infantil constrói-se por imagens hiperbólicas. b) O tempo é responsável pelo contraste existente entre a realidade infantil e a adulta. c) Na fase adulta, a racionalidade cede lugar à abstração. d) O tempo minimiza as ilusões e interfere nas emoções. e) A saudade é o elemento possibilitador do nexo entre a realidade adulta e os valores da infância. 134. No período “Nem ousarei discutir esta questão filosófica, existencial e cabeluda.” a palavra destacada apresenta equivalência de significado com: a) apenas. b) contudo. c) ainda. d) sequer. e) inclusive. 135. No texto, os vocábulos “condescendência” e “descomunal” podem ser substituídos, respectivamente, sem alteração de sentido, por: a) aquiescência – ínfima. b) intransigência – desigual. c) radicalidade – formidável. d) complacência – colossal. e) inflexibilidade – exorbitante. TRANSPETRO/2006 A CIÊNCIA DE VIVER BEM - OUÇA MÚSICA Não se culpe se você é daqueles que passam o dia todo com um fone de ouvido cantarolando por aí. A música tem efeitos muito benéficos para a saúde física e mental. Já não é de hoje que os cientistas vêm estudando o fenômeno. Entre outras coisas, a música pode acalmar, estimular a criatividade e a concentração, além e ajudar na cura de uma porção de doenças. Em 1999, uma pesquisa feita no Instituto de Psicologia da USP mostrou que crianças hiperativas conseguem atingir um grau de concentração muito maior se estiverem ouvindo música – e não estamos falando de jazz ou bossa-nova, mas de rock pesado. A trilha sonora da pesquisa, que acompanhou crianças entre 9 e 10 anos, era composta pelo guitarrista sueco Yngwie Malmsteen. Embora muitos roqueiros torçam o nariz para seu heavy metal melódico, é inegável que o cara faz um tanto de barulho. Pois essa é uma bela resposta aos pais que implicam quando o filho estuda curtindo um som. Que o digam aqueles que aprenderam música desde pequenos. Pesquisas canadenses provaram que crianças que estudaram música precocemente têm desenvolvimento intelectual melhor do que as que não tiveram nenhum contato com ela. “A música é capaz de mudar a freqüência das ondas cerebrais. Já foi provado, por exemplo, que clássicos de compositores como Bach, Beethoven e Mozart deixam as ondas cerebrais com o mesmo comportamento, ou seja, com o mesmo potencial elétrico, de um indivíduo em repouso”, afirma Luís Celso Vilanova, médico neurologista, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). “Esse estado é chamado ritmo alfa e ocorre quando a pessoa está muito relaxada (...)”. Entre os clássicos citados, o austríaco Wolfgang Amadeus Mozart merece um destaque na sua discografia. O poder do compositor vem sendo alvo de diversas pesquisas. A Universidade da Califórnia em Los Angeles mostrou, no início da década de 90, que a execução da Sonata para Dois Pianos em Ré Maior aumenta o número de conexões dos neurônios e melhora o raciocínio matemático em estudantes. Uma vez que nosso organismo também tem um ritmo interno, ao entrar por nossos ouvidos, a música faz contato com este ritmo, interagindo com as atividades biológicas do nosso corpo. É assim que trabalha a musicoterapia, muito aplicada – e com bons resultados – no tratamento de pacientes com Mal de Alzheimer, epilepsia, esquizofrenia e depressão, entre outras doenças. “Não existem indicações que comprovem que a música tenha o poder de curar alguém. Mas podemos dizer que ela está diretamente associada à promoção da saúde”, afirma Luiz Celso. Isso significa que ainda não é possível prescrever um Mozart


em jejum ou duas doses de Beethoven após as refeições. Feita essa ressalva, é certo que eles podem, sim, trabalhar na prevenção de uma doença que virou epidemia nos dias de hoje: estresse. Até porque está mais do que provado que música relaxa – e muito. (Revista Superinteressante , jan. 2006.) 136. Assinale a opção que NÃO traz uma idéia presente no texto. a) A música contribui para a qualidade de vida do ser humano. b) A audição de música deve interferir em aspectos psicossomáticos do homem. c) O aprendizado precoce de música influi beneficamente na cognição. d) O estudo dos efeitos positivos da música sobre a saúde não é atual. e) O hábito de ouvir clássicos acelera a freqüência das ondas cerebrais nos indivíduos. 137. Indique a opção em que o verbo implicar se encontra com o mesmo significado com que ocorre na sentença “Pois essa é uma bela resposta aos pais que implicam quando o filho....”. a) A criação literária implica muita inspiração b) O noivado, no século XX, implicava casamento. c) O fato de a pessoa ser intelectual não implica em ser cansativa. d) Os irmãos implicam uns com os outros. e) Muito estudo não implica em sucesso profissional. 138. Com base no 3o, 4o e 5o parágrafos, é correto afirmar que: a) quando a pessoa está muito relaxada, não está pensando em nada. b) a música clássica estimula o raciocínio lógico das crianças. c) a música de Bach, Beethoven e Mozart deixa as pessoas em ritmo alfa. d) o desenvolvimento intelectual está diretamente relacionado à música que as pessoas ouvem. e) crianças canadenses estudam música para se desenvolverem intelectualmente. 139. A “ressalva”, mencionada no último parágrafo do texto, refere-se ao fato de que: a) não é recomendável ouvir música na hora das refeições. b) a música não chega a substituir um medicamento. c) uma música de Mozart vale o mesmo que duas de Beethoven. d) Mozart e Beethoven contribuem para a prevenção de doenças. e) Mozart e Beethoven são armas contra o estresse. INEP/2008 PORQUE É IMPORTANTE SABER OUVIR A eficiência na comunicação pode ser alcançada com alguns cuidados, mas muita gente se preocupa com determinados aspectos, como desinibição e expressão verbal, ignorando pontos imprescindíveis para o êxito pretendido. A fluência verbal e o autodomínio são essenciais, mas todo o esforço do comunicador pode ser inútil se lhe faltarem alguns elementos ligados à atenção, à capacidade de acompanhar o comportamento do interlocutor e, notadamente, o prosaico ato de saber ouvir. A lição vem de Sócrates: “Temos de aprender a perguntar e a ouvir”. A maioria das pessoas não tem paciência: ou interrompem a pessoa que fala ou simplesmente passam a ignorá-la. E assim agem movidas por preconceitos em função de estereótipos. É importante frisar que a capacidade de concentração de uma pessoa, em média, é de 30 segundos. Daí o formato predominante do comercial no rádio e na televisão. É natural, então, que exista grande empecilho ao diálogo, que pressupõe disposição de efetiva troca de idéias e opiniões. O ato de ouvir exige, portanto, além de humildade, treinamento. Se, depois de 30 segundos, a tendência é pensar em outro assunto, a capacidade de ouvir exige do interlocutor especial atenção, além de todo o cuidado para que não ocorram associações de idéias. A dificuldade é tão acentuada que há os que não conseguem sequer ouvir a primeira frase do parceiro e vão logo atalhando com a expressão “já sei o que você vai dizer”. O mínimo que se deve fazer, com gestos de quem efetivamente acompanha o que está sendo dito, é aguardar o que o outro tem a dizer. É fundamental que exista ativa situação de audição, isto é, que os dois se empenhem em ouvir bem, de forma que um entenda perfeitamente a posição do outro. Essa situação reclama atenção, respeito, consideração e recusa qualquer forma de hierarquia na conversação. Em regra, um dos obstáculos à eficiência na comunicação é a tendência a avaliar ou prejulgar o que o parceiro está dizendo. Quando alguém conversa com um subordinado, há uma tendência no superior a criticar o que está ouvindo, precipitadamente, com evidente desprezo pelo princípio de igualdade que deve haver na relação interpessoal. Na verdade, três são os requisitos indispensáveis à comunicação eficiente: saber ouvir, saber conviver e saber avaliar. Saber conviver envolve, principalmente, a capacidade de atuar em grupo coletivamente. Quem não consegue conviver bem com colegas ou superiores nunca poderá ser um bom comunicador. Poderá até ser um bom orador. A comunicação só se completa com o retorno, quando o estímulo provoca a resposta. E o saber avaliar compreende, basicamente, a autocrítica. Esta é que dá à pessoa a dimensão exata do contexto, evitando erros insanáveis e abreviando o caminho do sucesso. (NETO, Fernandes. Treinamento & Desenvolvimento. jan.96. p.34) 140. A humildade, no texto, está relacionada, semanticamente, ao(à) a) poder de convencimento do comunicador. b) autoconfiança do comunicador. c) clareza das idéias apresentadas ao interlocutor. d) capacidade de atenção do interlocutor. e) procedência das perguntas feitas ao interlocutor. 141. Segundo o texto, a interferência indevida durante o diálogo deve-se ao(à) a) tempo previsto para cada fala. b) impaciência do comunicador. c) falta de atenção do interlocutor. d) clareza da pergunta feita pelo comunicador. e) dificuldade de entendimento da pergunta pelo interlocutor. 142. No texto, “estereótipos” equivale, semanticamente, a uma imagem a) fluida e instável. b) fixa e inalterável.


c) nítida, mas inconstante. d) pré-fixada, mas inconsistente. e) incomum, mas insignificante. 143. Com base nas idéias do texto, ser bom orador não implica ser bom comunicador porque a oratória e a comunicação caracterizam-se, respectivamente, pelas capacidades de a) eloqüência e interação. b) interação e autodomínio. c) interação e atenção. d) autocrítica e eloqüência. e) verbalização e eloqüência. 144. A questão do preconceito na comunicação é enfocada no quarto parágrafo. Que outro parágrafo, em sua argumentação, faz alusão a esse mesmo problema? a) Segundo b) Quinto c) Sétimo d) Nono e) Décimo 145. Como pode ser completado, de forma lógica e gramatical, o trecho abaixo, relativo às idéias apresentadas no texto? Saber ouvir é um dos requisitos fundamentais ao sucesso da comunicação. No entanto, a) saber conviver envolve capacidade de atuar em grupo coletivamente. b) o mínimo que se deve fazer é aguardar o que o outro tem a dizer. c) a capacidade de convivência é essencial ao comunicador. d) a capacidade de avaliar compreende basicamente a autocrítica. e) a comunicação só se completa com o retorno, quando o estímulo provoca a resposta. 146. Em “Essa situação reclama atenção, respeito, consideração...” , o verbo destacado NÃO pode ser substituído, sem alteração de sentido, por a) requer. b) reivindica. c) pleiteia. d) demanda. e) questiona. 147. O elemento destacado que NÃO retoma semanticamente o referente transcrito a seguir é: a) “...se lhe faltarem alguns elementos...” (l. 7-8): comunicador. b) “...ou simplesmente passam a ignorá-la.” (l. 15-16): pessoa. c) “que pressupõe...” (l. 22): empecilho. d) “...que deve haver na relação interpessoal.” (l. 46-47): princípio de igualdade. e) “Esta é que dá a pessoa à dimensão exata do contexto,” (l. 58-59): autocrítica. BNDES / 2008 TEXTO I / PARA SEMPRE Você eu não sei, mas o meu plano é viver para sempre. Reconheço que o sucesso do plano não depende só de mim, mas tenho feito a minha parte. Cortei o pudim de laranja, dirijo com cuidado, procuro não provocar impulsos assassinos nos leitores além do necessário para me manter honesto, não vôo de ultraleve e não assovio para mulher de delegado. Está certo, o único exercício físico que faço é soprar o saxofone, e assim mesmo não todas as notas, mas acho que estou contribuindo razoavelmente para a minha própria eternidade. E sempre que leio sobre experiências como essa da célula-mãe com a qual, um dia, construirão artérias novas para a gente por encomenda, fico reconfortado: a ciência também está fazendo a sua parte no meu plano. Já calculei que, se conseguir agüentar por mais 65 anos, poderei ser refeito em laboratório dos pés à cabeça. Incluindo o tecido erétil. Onde será que a gente se inscreve? A vida eterna nos trará problemas, no entanto, e não vamos nem falar no pesadelo que será para os sistemas previdenciários. A finitude sempre foi uma angústia humana, mas também um consolo, pois nos desobriga de entender a razão da existência. A idéia religiosa da vida depois da morte é duplamente atraente porque nos dá a eternidade sem a perplexidade, já que é difícil imaginar que as indagações metafísicas continuarão do outro lado. Lá, estaremos na presença do Pai, reintegrados numa situação familiar de idílica inocência, definida como a desnecessidade de maiores explicações. Não teremos de especular sobre como tudo isto vai acabar porque tudo isto nunca vai acabar. Já na eternidade sem precisar morrer a angústia da finitude é substituída pela angústia da incompreensão infinita. Estaremos nesta ridícula bola magnética, com nossos tecidos renovados, olhando para as estrelas e perguntando como e por que - para sempre. Não interessa. Vou batalhar por mais 65. Quem nos assegura que neurônios desenvolvidos em laboratório não virão com todas as respostas? (VER ÍSSIMO, Luís Fernando. O Globo. Rio de Janeiro, 27 nov. 2001.) 148. No Texto I, a passagem em que o narrador faz referência velada aos efeitos causados por sua atividade profissional é a) “...o meu plano é viver para sempre.” (l. 1-2) b) “...tenho feito a minha parte.” (l. 3) c) “...além do necessário para me manter honesto,” (l. 5-6) d) “não vôo de ultraleve...” (l. 6) e) “...não assovio para mulher de delegado.” (l. 6-7) 149. “Está certo, o único exercício físico que faço é soprar o saxofone, e assim mesmo não todas as notas, mas acho que estou contribuindo razoavelmente para a minha própria eternidade.” (l. 7-10) Na linha argumentativa do texto, o período acima caracteriza-se, semanticamente, como um(a) a) exemplo mais favorável à consecução do objetivo do narrador-personagem. b) ponderação sobre a inutilidade de se fazer tanto sacrifício para realizar um propósito. c) restrição à impossibilidade de o narrador-personagem atingir seu objetivo. d) reflexão sobre uma atividade física destoante, em relação ao propósito do narrador-personagem. e) conjectura sobre a real importância do propósito do narrador-personagem. 150. A passagem que é uma interferência do narrador e apresenta um toque de humor é a) “Onde será que a gente se inscreve?” (l. 17)


b) “poderei ser refeito em laboratório dos pés à cabeça.” (l. 16) c) “a ciência também está fazendo a sua parte no meu plano.” (l. 13-14) d) “um dia, construirão artérias novas para a gente por encomenda,” (l. 12-13) e) “o único exercício físico que faço é soprar o saxofone,” (l. 7-8) 151. Considerando as idéias do Texto I, a relação estabelecida entre a expressão e a condição de vida humana (finita / infinita) está INCORRETA em a) Angústia do ser humano – vida finita. b) Angústia da incompreensão infinita – vida infinita. c) Desnecessidade de maiores explicações – vida infinita. d) Indagações metafísicas – vida finita. e) Necessidade de entender a razão da existência – vida finita. 152. Em relação às idéias do Texto I, no que se refere à pretensão do narrador-personagem, qual afirmativa NÃO procede? a) Apesar dos senões, seu propósito persiste. b) Alcançar seu objetivo não depende unicamente de sua determinação. c) A realização do que deseja não soluciona os problemas sociais. d) Mesmo conseguindo realizar seu desejo, os questionamentos sempre existirão. e) Pelo modo como conduz sua vida, aos 65 anos terá a possibilidade de atingir seu objetivo. TEXTO II / O QUE É UMA VIRTUDE O que é uma virtude? É uma força que age, ou que pode agir. Assim a virtude de um remédio é tratar, a virtude de uma faca é cortar... e a virtude de um homem? Se todo ser possui seu poder específico, perguntemo-nos qual é a excelência própria do homem. Aristóteles respondia que é o que o distingue dos animais, ou seja, a vida racional. Mas a razão não basta: também é necessário o desejo, a educação, o hábito, a memória... O desejo de um homem não é o de um animal, nem os desejos de um homem educado são os de um selvagem ou de um ignorante. Toda virtude é, pois, histórica, como toda humanidade, e ambas, no homem virtuoso, sempre coincidem: a virtude de um homem é o que o faz humano, ou antes, é o poder específico que tem o homem de afirmar sua excelência própria, isto é, sua humanidade. A virtude é uma maneira de ser, mas adquirida e duradoura; é nossa maneira de ser e agir humanamente, nossa capacidade de agir bem. “Não há nada mais belo e mais legítimo do que o homem agir bem e devidamente”, diz Montaigne. A virtude é uma disposição adquirida de fazer o bem. É preciso dizer mais, ela é o próprio bem, em espírito e em verdade. Não o Bem absoluto, não o Bem em si, que bastaria conhecer. O bem não é para se contemplar, é para se fazer. Assim é a virtude: é o esforço para se portar bem na relação consigo e com os outros. A virtude pode ser ensinada, mais pelo exemplo, do que pelos livros. Mas, por que ler a seu respeito? Para tentar compreender o que deveríamos fazer ou ser, e medir com isso, pelo menos intelectualmente, o caminho que daí nos separa de sua realização. SPONVILLE, André Comte. O pequeno tratado das grandes virtudes. (Ed. Martins Fontes. 1999, Fragmentos do Preâmbulo) 153. No Texto II, a excelência do homem caracteriza-se como sendo seu(sua) a) desejo. b) humanidade. c) educação. d) memória. e) racionalidade. 154. Em relação especificamente ao ser humano, o melhor conceito de virtude é um(a) a) poder específico dos seres. b) disposição de fazer o bem. c) maneira de ser. d) força que age. e) característica inerente do ser. 155. Segundo o Texto II, o bem que se identifica com a virtude é o que se caracteriza como sendo um(a) a) espelho. b) modelo. c) exemplo. d) referência. e) realização. PARTE 2: N Í V E L SUPERIOR PETROBRÁS(2005) ADVOCACIA ROMANA, um privilégio democratizado. Qualquer leigo que tente decifrar arrazoados de julgamento poderá acreditar, ao longo da leitura, que advogados e clientes não falam a mesma língua. De fato,a conclusão procede. E tem um motivo: a vontade dos profissionais de proteger seu saber para manter-se como interlocutores obrigatórios entre quem julga e quem é julgado. Uma tradição que remonta à Antigüidade. A sociedade romana, em seu período mais recuado, não conhecia senão o jus pontificium. Somente os pontífices e alguns especialistas tinham conhecimento das leis e, portanto, condições de orientar os acusados. Nessa época, todo romano pertencia a um gens que agrupava a totalidade dos membros de uma família e seus “clientes”. O chefe ou pater familias defendia cada membro desse grupo. Antes de um processo, era ele que o orientava, fornecendo-lhe as consignações judiciárias (vadimonium, sacramentum); na audiência, ajudava-o ou providenciava a assistência de um amigo de seu séqüito ou de seu partido político. Embora tais serviços fossem gratuitos, caso desejasse, o cliente podia manifestar sua gratidão ao pater familias mediante um presente, denominado honorarium ou palmarium. A partir do século V a.C., os jovens patrícios passaram a saber de cor a Lei das XII Tábuas, promulgada entre 451-449 a.C., com o conjunto das normas antes transmitidas apenas por tradição oral, em permanente exposição no Fórum Romano. Na origem da jurisprudência, porém, esse código não era de modo algum acessível aos plebeus. Os patrícios estavam longe de querer torná-lo inteligível. Para eles, era uma forma de poder e prestígio, mas também um meio de angariar uma clientela numerosa. Para tanto, acertavam pessoalmente os litígios que seus clientes tinham de enfrentar, aconselhando-os e fazendo as vezes de fiador de sua integridade. Esse advogado ocasional tinha muitas outras atividades: militar, senador, magistrado inspetor dos jogos públicos. Como conheciam o direito pontificial, o civil e o público, não eram consultados unicamente em questões de direito. Como escreveu Cícero: “Com freqüência temos visto oradores passeando no fórum ou sentados no chão, orientando sobre todos os assuntos a quem os consulta, não só sobre Direito, mas sobre matéria religiosa, sobre a cultura dos


campos, tanto que nada na cidade ou mesmo em toda a Itália lhes é estranho”. Com o crescimento da população romana, não tardou para que os patrícios já não dessem conta do igualmente crescente número de processos. Além disso, os plebeus passaram a ter acesso às funções públicas, de modo que o papel de advogado deixou de ser apanágio exclusivo dos senadores. (...) (Violaine Vanoyeke. Tradução de Luiz A. de Araújo. Revista História Viva , n. 19, p.54-55.) 156. O modo de redação característico dos textos jurídicos tem por objetivo: a) alcançar a maior precisão possível para ser bem entendido pelo juiz. b) preservar o conhecimento específico de mediador no julgamento. c) proteger os interesses do cliente, por meio do uso de termos técnicos. d) convencer o juiz, mediante sua competência, dos direitos do cliente. e) demonstrar capacidade e conhecimento do pleito que apresenta. 157. Considere as afirmativas abaixo. I - Em Roma, a advocacia era inicialmente praticada por senadores. II - A transmissão oral foi o primeiro meio de ensinamento das normas legais. III - Os patrícios procuraram dividir as tarefas de advogar com os plebeus. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) II e III, apenas. 158. Indique a frase em que a palavra APANÁGIO não está usada adequadamente. a) É apanágio dos homens de bem o caráter bem formado. b) O carisma é apanágio dos grandes líderes, políticos ou não. c) O apanágio dos pobres é lutar pelos seus sonhos e direitos. d) Nem só as moças bonitas têm o apanágio da sedução. e) Crianças e loucos detêm o apanágio da inocência. 159. II.

Assinale a opção em que o pronome apresentado na coluna I não está relacionado com a expressão indicada na coluna

Pronome a) que (l. 15) b) ele (l. 15) c) (ajudava)-o (l. 17) d) eles (l. 30) e) seus (l. 33)

Expressão um gens o chefe ou pater familias cada membro desse grupo os plebeus patrícios

CASA DA MOEDA (2005) O texto a seguir é parte de uma entrevista concedida por Gabriel Chalita a Zora Seljan e publicada no Jornal de Letras. Ao longo de uma vida inteiramente dedicada ao estudo e à análise da ética enquanto base da convivência humana, e de uma permanente reflexão sobre o papel da ética na conquista de um autoconhecimento, pode o professor Gabriel Chalita ser considerado hoje como o propugnador máximo de uma transformação ética do país, só ela capaz de resolver os grandes problemas que o Brasil vem enfrentando há séculos.(...) ZS : Qual foi o ponto de partida para seu livro (Os dez mandamentos da ética) sobre ética? GC : Foi minha permanente observação de que o ser humano está cada vez mais distante da ética e do equilíbrio. O que vemos é a agressividade quase gratuita que se traduz em brigas, violência no trânsito e no radicalismo exacerbado gerador dos conflitos de ordem política, social e religiosa, bem como dos vários tipos de preconceito e de discriminação. São valores, concepções e ações equivocadas, distorcidas e arcaicas que vêm prejudicando a humanidade, como um todo, em vários momentos da sua História. Essas atitudes e pensamentos estão na contramão do que se espera de um mundo marcado pela forte simbologia do novo milênio e de um novo século que, em tese, deveriam trazer mais evolução, mais conscientização, mais compreensão a respeito das coisas. Neste contexto, creio que o resgate e/ou fortalecimento de valores essenciais à vida em comunidade, tais como: honestidade, respeito às diferenças, tolerância, amor e solidariedade — cada vez mais necessários nos dias de hoje — estão profundamente vinculados e dependentes da apreensão da ética e do seu exercício contínuo. Por isso, este livro — fruto de anos como estudioso da filosofia, educador e observador do comportamento humano — visa a colaborar para o fortalecimento destas virtudes e para a reflexão em torno delas.(...) ZS : Acha que a melhor compreensão da ética ajudaria a encurtar o abismo entre o discurso e a prática política? GC : Sem dúvida. Muitos representantes da classe política precisam compreender melhor o que é o chamado “caminho do bem” — magistralmente descrito por Aristóteles — bem como o que é a ciência do bem comum. Dessa forma, certamente agiriam de maneira muito mais comprometida e responsável. Estou convencido de que o resultado de suas ações seria muito melhor se refletissem mais a respeito da grande responsabilidade social que têm nas mãos quando ocupam um cargo. Outra reflexão essencial para eles seria sobre o aspecto transitório do poder e o modo como a brevidade dessa passagem impõe seriedade, princípios éticos e uma postura correta em relação às pessoas e às suas necessidades mais prementes. 160. Segundo o texto, a ética, para Gabriel Chalita, pode promover: I - maior compreensão do indivíduo sobre si mesmo; II - relacionamento positivo entre os homens; III - solução das crises e conflitos brasileiros. Está(ão) correta(s) o(s) item(ns): a) I, somente. b) II, somente. c) III, somente. d) I e II, somente. e) I, II e III. 161. No trecho “...radicalismo exacerbado gerador dos conflitos...”, a palavra destacada significa que o radicalismo se tornou mais: a) intenso.


b) intempestivo. c) inusitado. d) inconseqüente. e) incompreensível. 162. Ao introduzir mais um período, a expressão “Neste contexto” refere-se à(ao): a) prática cotidiana da ética pelos cidadãos. b) comparação estabelecida entre ética e equilíbrio. c) pleno exercício da ética num grande país. d) afastamento de valores imprescindíveis ao convívio social. e) reconhecimento da importância de valores equivocados. 163. Segundo o autor, espera-se também dos políticos que atendam a princípios éticos, tendo em vista a: a) certeza da reeleição. b) extensão do mandato. c) transitoriedade do poder. d) inconstância dos valores. e) responsabilidade dos eleitores. BNDES (2006) FAÇA DIFERENTE TODOS OS DIAS! Criatividade no dicionário quer dizer “ver-se, ter coragem para empreender”. Não seria isso que falta hoje a todos nós nas empresas? Que mundo corporativo é este em que vivemos, onde milhares de cursos, palestras, seminários e até congressos são realizados, “tematizando” a criatividade; ilustrando o perfil do profissional moderno como sendo possuidor, entre outros, de criatividade para “batalhar” o seu trabalho? Aliás, essa é a questão de muitas palestras que estão acontecendo neste exato momento. “O que você fez de diferente no dia de hoje em seu ambiente de trabalho?”. Mas se criar é a capacidade de dar origem, tirar do nada, imaginando, inventando novas idéias, como fazer isto acontecer sem ousadia? Sem coragem para empreender? Não é fácil ser criativo. Não é fácil ter uma idéia em que ninguém ainda pensou. E quando “dá o click” é preciso correr, pois já dizia o poeta que o tempo não pára e se demorar outro terá a mesma idéia e, sendo mais rápido que você, terá “todos os méritos da invenção”. Aí, para criar algo novo — de novo — será desanimador. .................................................................................................................................................. Criatividade não pode ser considerada um dom. Todos nós somos criativos. Afinal, quando crianças, como aprendemos a desenhar nossos rabiscos? Ninguém nos ensina. Simplesmente desenhamos o que achamos que devemos desenhar, pois ainda não possuímos padrões estabelecidos. E é isso que falta em nós, quando adultos. Deixamos de criar. Nos apegamos aos padrões que nos impedem de crescer, ampliar e inovar. .................................................................................................................................................. Agora, se todos nós somos, por essência, criativos, por que não ousamos também? Devíamos ousar mais nas nossas idéias. Não ter medo de ouvir “não”. Acreditar naquilo que nossa voz interior diz (todos somos um pouco “esquizofrênicos” e ouvimos uma voz no nosso íntimo). Ousar a acreditar. Acreditar em nós. Em nosso potencial. (Daniel Stur. adaptado) 164. No 1o parágrafo do texto, os valores semânticos dos questionamentos feitos são, respectivamente: a) refletir sobre o problema e contestar a validade da ação. b) apresentar solução e criticar a ineficiência do procedimento. c) negar o fato e denunciar a improcedência da atitude. d) comprovar a incapacidade humana e refletir sobre a importância do assunto. e) questionar a validade do assunto e ponderar sobre a eficácia de procedimento. 165. Em relação à criatividade humana, é INCORRETO afirmar que: a) independe de estímulo externo. b) evidencia-se claramente na infância. c) depende do autoconhecimento e da autoconfiança. d) é uma capacidade que nem todos possuem. e) é inerente ao ser humano. 166. O valor semântico da expressão entre travessões em “Aí, para criar algo novo — de novo — será desanimador.” é: a) expressar a revolta provocada pelo insucesso na tentativa de criar. b) demonstrar a fugacidade do ato criador. c) realçar o esforço despendido na criação. d) evidenciar a incapacidade de recriar. e) caracterizar a decepção causada pela impossibilidade de criar. 167. Considere as idéias apresentadas no texto e, em seguida, assinale a opção cuja seqüência corresponde à ordem em que elas aparecem no texto. I - O ser humano precisa acreditar em si, não temer a recusa. II - Criar é a capacidade de originar, o que implica ousadia. III - Os valores consagrados socialmente inibem a criatividade no ser humano. A seqüência correta é: a) I, II, III. b) II, I, III. c) II, III, I. d) III, I, II. e) III, II, I. 168. O sentido da expressão destacada na passagem “como sendo possuidor,” é: a) como se fosse. b) que é. c) para que seja. d) embora seja. e) quando for. Já se foi o tempo em que separar a emoção da razão era considerado fator indispensável para o sucesso dos negócios. Hoje, essa visão começa a perder força, já que as empresas passaram a ver no potencial humano o diferencial para o negócio.


E como é possível separar o homem dos sentimentos? “Exigir isso é o mesmo que tentar deslocar nossa cabeça do resto do corpo. O que é preciso é saber gerenciar e dosar bem as duas medidas, como em tudo na vida”, afirma Maria Carlota Boabaid, pedagoga e mestra em Administração de Empresas, que atua na área de Gestão de Pessoas. Com uma visão ampla sobre o tema emoção e trabalho, Maria Carlota afirma ainda que a emoção não é berço ou privilégio apenas da área. É inerente e insumo do ser humano, está presente em todos os lugares e influencia a motivação das pessoas. “Talvez a gestão das questões comportamentais, sim, deva ser tratada pelo RH. Mas, comportamento é uma das expressões da emoção”, complementa. (Patrícia Bispo, adaptado) 169. O sentido do “berço ou privilégio”, no contexto em que se insere, é: a) alicerce ou exclusividade. b) início ou prerrogativa. c) concessão ou dom. d) origem ou vantagem. e) particularidade ou condição. 170. O texto NÃO apresenta uma das idéias abaixo. Qual? a) O rumo dos negócios depende da capacidade emocional do ser humano. b) A emoção traduz-se no comportamento. c) A capacidade global do ser humano é o fator que determina o êxito nos negócios. d) A razão era o fator preponderante para o sucesso dos negócios. e) É essencial saber administrar e equilibrar razão e emoção. O VALOR DAS COISAS Nada aproxima mais a economia da meteorologia que a dificuldade em explicar o valor das coisas, em particular o preço das ações de uma empresa. Ambas as disciplinas têm de lidar com fenômenos cujo comportamento futuro exige uma assustadora imprevisibilidade. Ambas ensejam belíssimas aplicações de sistemas dinâmicos não lineares e estocásticos, coisas que o leitor provavelmente não conhece, mas pode se interessar em saber que essas técnicas às vezes aparecem com denominações como “teoria do caos” ou “matemática das catástrofes”, que não são inteiramente injustas como objeto de estudo tanto da economia quanto da meteorologia. Mas é com alegria que podemos informar que há método nessa loucura e que a economia pode dizer-nos muitas coisas importantes sobre o valor de uma empresa, embora não o suficiente para fazer dos economistas bons conselheiros para investimentos nas bolsas. Uma primeira lei fundamental nesse domínio é que o preço de qualquer coisa durável depende do futuro ou, mais precisamente, do que as pessoas pensam sobre o futuro. Uma empresa deve valer, de acordo com esse postulado, o equivalente à expectativa média sobre seu fluxo futuro de lucros. Parece simples, mas as confusões em torno desse tema são infindáveis. (Gustavo Franco) 171. A relação de sentido estabelecida entre a economia e a meteorologia justifica-se porque ambas lidam com a: a) precisão. b) regularidade. c) complexidade. d) previsibilidade. e) probabilidade. 172. Num enfoque econômico, o valor das coisas duráveis é estimado segundo critérios: a) pré-estabelecidos com base no valor de mercado do momento. b) estabelecidos a partir do valor mínimo vigente. c) avaliativos sobre o provável valor de mercado futuro. d) comparativos entre o valor real e o provável, futuro. e) prospectivos em relação à média de lucros futuros. PETROBRAS (2006) A CIÊNCIA DA BIODIVERSIDADE A fronteira da biodiversidade é azul. Atrás das ondas, mais do que em qualquer outro lugar do planeta, está o maior número de seres vivos a descobrir. Os mares parecem guardar a resposta sobre a origem da vida e uma potencial revolução para o desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e materiais para comunicações. Prova do mundo escondido na água é a identificação recente de lulas colossais com mais de dez metros, de polvos que brilham no escuro e de demônios-do-mar transparentes. No Brasil, será oficialmente anunciada em breve a identificação de mais uma espécie de baleia em nosso litoral. Cientistas descobriram no Rio de Janeiro uma nova espécie de arraia que vive nas trevas. E um inventário recém-concluído mostrará que Abrolhos tem a maior diversidade marinha de todo o Atlântico Sul. Conhecemos menos de 5% das criaturas marinhas. Das planícies abissais – o verdadeiro fundo do mar, que ocupa a maior parte da superfície da Terra – vimos menos de 1%. Sabemos mais sobre a superfície da Lua e de Marte do que do fundo do mar. Os oceanos são hoje o grande desafio para a conservação...[...] Uma das descobertas mais surpreendentes é o acréscimo de mais uma espécie à lista de baleias que ocorrem no litoral brasileiro. Com a baleia-bicuda-de-True encontrada em São Sebastião, São Paulo, sobe para 43 o número de espécies de baleias registradas na costa do Brasil. – Essa descoberta mostra que os oceanos são nossa última fronteira. Desconhecemos até o que existe na costa. O registro de mais uma espécie é um dos mais importantes dos últimos anos e muda o conhecimento sobre nossa fauna – afirma um dos autores da descoberta, o pesquisador Salvatore Siciliano. [...] A baleia-bicuda-de-True chega a ter seis metros de comprimento e não se imaginava que pudesse chegar ao litoral brasileiro. Seu registro sairá em breve na revista científica Global Marine Environment. Encontrar registros novos de animais tão grandes quanto baleias impressiona, mas não surpreende os cientistas. Nos últimos anos, descobriram-se não só novos registros mas novas espécies de peixes e invertebrados marinhos – como estrelas-do-mar, corais, lulas e crustáceos. Oficialmente, por exemplo, há 1.300 espécies de peixes marinhos no Brasil. Mas os especialistas sabem que esse número é muitas vezes maior. (AZEVEDO, Ana Lucia, Revista O Globo, 19 mar. 2006, com adaptações) 173. Indique a única opção que NÃO apresenta uma idéia contida no texto. a) Há possibilidades de estar no fundo do mar matéria-prima para uma série de avanços técnico-científicos. b) Existem cerca de 95% de seres marinhos que ainda não conhecemos nos dias de hoje. c) A descoberta de novos animais aquáticos evidencia a riqueza do território marinho a ser desvendado. d) A crença de que a baleia-bicuda-de-True não poderia chegar ao Brasil foi alterada pelos fatos recentes. e) No Brasil, encontram-se contabilizados 1.300 peixes, conforme informações das autoridades da área. 174.

Avalie se as afirmações abaixo são verdadeiras(V) ou falsas (F) em relação à interpretação do trecho “A fronteira da


biodiversidade é azul.” A seqüência correta é: ( ) Só há biodiversidade nos mares. ( ) A fronteira é azul porque diz respeito ao mar e ao céu. ( ) A expectativa é de que haja muita vida desconhecida nos oceanos. a) V - V - V b) V - V - F c) V - F - V d) F - V - V e) F - F - V 175. A expressão “a nossa última fronteira,” na afirmação do pesquisador (“Essa descoberta mostra que os oceanos são nossa última fronteira.” ), diz respeito ao fato de: a) o Brasil, como um país de vasto litoral, ter no oceano seu limite. b) o homem, que já conhece bastante o espaço, ter como desafio desvendar os segredos do mar. c) os oceanos constituírem a última fronteira de todos os continentes, já que a água domina o planeta. d) a costa ser considerada o ponto de partida para as investigações até chegarem ao limite – o oceano. e) até mesmo a baleia-bicuda-de-True ter conseguido chegar ao litoral brasileiro, o que não era esperado. 176. Os animais abaixo foram descobertos recentemente, EXCETO : a) lulas colossais com mais de dez metros. b) polvos que brilham no escuro. c) demônios-do-mar transparentes. d) baleias-bicudas-de-True. e) uma espécie de arraia que vive nas trevas. TRANSPETRO (2006) SE OS VELHOS PUDESSEM... E SE OS JOVENS SOUBESSEM! Ao tratar do assunto “conflitos de gerações”, a frase acima era freqüentemente citada por meu pai, no intuito de demonstrar que o relacionamento de pessoas de distintas gerações poderia ocorrer numa dimensão cooperativa e não antagônica. Sua premissa era que seria possível disponibilizar um repertório comum de habilidades, experiências e conhecimentos, através do qual cada geração compensaria suas vulnerabilidades apoiando-se nos pontos fortes da outra, gerando, assim, benefícios mútuos. Na prática, entretanto, é mais comum a ocorrência de uma danosa competição predatória, com resultados negativos para ambos os lados, ou, na melhor das hipóteses, atingindo a façanha da soma zero. Poderíamos sintetizar os dois cenários anteriormente citados por meio das expressões “a tirania do OU e a genialidade do E”. A primeira alternativa, “a tirania do OU”, descreve uma percepção que estabelece relações absolutas e excludentes do tipo “tudo ou nada”, “bom ou mau”, “certo ou errado”. Partindo de uma visão maniqueísta, tende a acirrar o conflito de gerações, levando os integrantes de uma geração a desprezarem as virtudes da outra. Esta postura preconceituosa distorce a realidade através de um artifício reducionista, desconsiderando que, entre os extremos “preto ou branco”, existem diferentes nuances. Por outro lado, a “genialidade do E” aponta para uma interação sinérgica, cuja resultante é maior que a mera somatória das partes. Uma experiência que demonstra a sinergia potencial no relacionamento entre gerações foi desenvolvida na Inglaterra. Com o objetivo de verificar quem dirigia melhor – os jovens ou os adultos – foi elaborado um teste, através de simulações virtuais, apresentando incidentes de trânsito, que requeria reações adequadas de cada participante que integrava uma amostra representativa dos referidos grupos etários. Os resultados evidenciaram que os jovens tinham reflexos mais rápidos, mas os adultos previam com mais antecedência os riscos inerentes a cada situação e, dessa forma, envolviam-se em menor número de acidentes. Nesse exemplo, é possível observar que cada geração possui seus pontos fortes e suas limitações. Se analisarmos do ponto de vista macro-econômico, o tema em questão revela a adoção de uma autêntica estratégia do desperdício em nosso país: de um lado, descartando prematuramente uma legião de aposentados e pessoas com dificuldade de recolocação profissional por motivo de idade. Por outro lado, o tema leva-nos à conhecida dificuldade que os jovens têm para conquistar “um lugar ao sol” no mercado de trabalho. As oportunidades que surgem, freqüentemente, são oferecidas sob a condição de que os candidatos preencham o requisito de uma experiência prévia comprovada. Tal exigência retarda a inclusão de milhares de jovens, a cada ano, supostamente incapazes de agregar valor por falta de maturidade. Como se trata de um problema complexo, seu equacionamento requer uma profunda mudança de mentalidade e uma conjugação de esforços, em nível nacional, para que os reflexos positivos se façam sentir a médio e longo prazo. (FERREIRA, Américo Marques, empregos.com.b r – http://carreiras.empregos.com.br, com adaptações). 177. As idéias contidas nas expressões do texto “a tirania do OU” e “a genialidade do E” são sintetizadas de forma adequada, respectivamente, por: a) uma noção de que a oposição entre as gerações não pode ser resolvida e outra de que é melhor tentar aceitar as pessoas do jeito que são. b) uma visão que leva ao afastamento das pessoas por faixa de idade e outra que as aproxima, derivando um intercâmbio que ultrapassa as características de cada um. c) uma atitude radical de intolerância às qualidades das pessoas, independente da idade, e outra de que se devem aceitar todos com suas peculiaridades. d) uma reação às pessoas que são diferentes entre si, sem consideração à idade, e outra de que é melhor tentar somar experiências. e) uma tentativa de radicalizar a diferença das pessoas por causa da idade e outra de aproximar todos, sem nenhum tipo de preconceito. 178. Os pronomes abaixo se referem às palavras/expressões retiradas do texto e apresentadas em seguida, EXCETO um. Assinale-o. a) Sua [premissa] (l. 5) – do meu pai b) através do qual (l. 7) – repertório comum c) suas [vulnerabilidades] (l. 8) – de cada geração d) que [requeria] (l. 34) – incidentes de trânsito e) que [integrava] (l. 35) – participante 179. Indique a opção que traz uma idéia contida no último parágrafo do texto. a) Os jovens não entram no mercado de trabalho porque são muito imaturos para isso. b) Algumas pessoas são descartadas do mercado de trabalho porque se aposentam prematuramente. c) Pessoas com dificuldades de locomoção não conseguem um emprego adequado.


d) No Brasil, as questões relativas à oferta de trabalho precisam ser redimensionadas. e) Todos os jovens que comprovarem experiência terão oportunidades de trabalho. 180. Assinale a opção cujas palavras substituem, respectivamente, as duas ocorrências do adjetivo “comum” no texto: “[repertório] comum” (l. 6) e “[é mais] comum” (l. 11) a) Freqüente e ampla. b) Corriqueiro e trivial. c) Compartilhado e usual. d) Reles e nobre. e) Ordinário e regular. INEP (2008) INFÂNCIA E SABEDORIA Hoje vi uma senhora caminhando na rua. Ia com seu passo vagaroso, um pouquinho curvada, os cabelos brancos como que coroando a cabeça pequena. Diminuí o ritmo de meus passos para poder observá-la um pouco mais por trás, aquela figura frágil, e que contrastava com a “modernidade” e a agitação de tudo à volta. À medida que ia ultrapassando aquela senhora, tomando cuidado para manter distância suficiente para observá-la, fui ficando cada vez mais encantado. Seu semblante era absolutamente sereno. O olhar firme no horizonte e o princípio de sorriso nos lábios me instigaram ainda mais, a ponto de eu indelicadamente permanecer olhando. Percebendo meu interesse, ela se voltou para mim e me fitou com seus olhos claros e profundos. Então sorriu de verdade, um sorriso luminoso, contagiante. Sem saber o que fazer, disse “bom dia”, no que fui prontamente correspondido pela senhora, que imediatamente voltou a mirar seu caminho e a segui-lo, firme e já não tão forte assim, mas com a segurança de quem sabe de onde veio e para onde vai, com toda a experiência dos anos a apoiá-la. Fiquei a imaginar a vida daquela mulher, todas as suas lutas e experiências passadas, tudo o que tinha vivenciado para chegar ali, passando dos 80 anos, segura e confiante, rumo ao caminho que se lhe abria à frente. Foi então que, meio sem saber por qual razão, me lembrei das crianças. Ou melhor, da importância e da necessidade de ser criança. Daí a recordar o texto denominado “Tudo o que eu precisava saber eu aprendi no jardim da infância”, do escritor Robert Fulghum, foi um instante. Não conheço mais nada desse autor, apenas o texto do qual me lembrei. Mas é um texto que me enternece porque boa parte do que verdadeiramente importa na vida está ali, nos anos mais tenros de nossas vidas. Sempre esteve; a gente é que não percebe. Eis o texto. Vale a pena lê-lo: “A maior parte do que eu realmente precisava saber sobre viver e o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim da infância. Na verdade, a sabedoria não está lá no alto morro da faculdade, mas sim bem ali, na caixa de areia da escolinha. As coisas que aprendi foram estas: reparta as coisas, jogue limpo, não bata nos outros, ponha as coi-sas de volta onde as encontrou, limpe a bagunça que você fez, não pegue coisas que não são suas, diga que você sente muito quando machucou alguém, lave as mãos antes de comer, puxe a descarga, biscoitos e leite quentinho fazem bem. Viva uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco, desenhe e pinte e cante e dance e brinque e trabalhe um pouco todos os dias. Tire um cochilo todas as tardes. Quando você sair por aí, preste atenção no trânsito e caminhe, de mãos dadas, junto com os outros. Observe os milagres acontecerem ao seu redor. Lembre-se do feijãozinho no algodão molhado, no copinho plástico. As raízes crescem para baixo e ninguém sabe como ou por quê, mas todos somos assim. Peixinhos dourados e porquinhos da Í ndia e ratinhos brancos e mesmo o feijãozinho do copinho plástico —todos morrem. Nós também. E lembre-se do livro do Joãozinho e Maria e da primeira palavra que você aprendeu, sem perceber. A maior palavra de todas: OLHE !!!!! Tudo o que você precisa mesmo saber está aí, em algum lugar. As regras básicas do convívio humano, o amor, os princípios de higiene; ecologia, política e saúde. Pense como o mundo seria melhor se todos, todo mundo, na hora do lanche tomasse um copo de leite com biscoitos e depois pegasse o seu cobertorzinho e tirasse uma soneca. Ou se tivéssemos uma regra básica, na nossa nação e em todas as nações, de pôr as coisas de volta nos lugares onde as encontramos e de limpar a nossa própria bagunça. E será sempre verdade, não importa quantos anos você tenha, se você sair por aí, pelo mundo afora, o melhor mesmo é poder dar as mãos aos outros, e caminhar sempre juntos.” (CAVERSAN, LUIZ. Disponível em: www.folha.uol.com.br Acesso em 23 jan.2008.) 181. A relação que o narrador estabelece entre a senhora e o texto “Tudo o que eu precisava saber eu aprendi no jardim da infância” deve-se à(s) a) sua longevidade. b) postura que demonstra ter diante da vida. c) fragilidade que apresenta, decorrente da idade. d) dificuldade de locomover-se num mundo já tão conturbado. e) lutas travadas e aos sofrimentos passados em sua vida. 182. O parágrafo do texto narrativo cuja reflexão despertou, no narrador, a lembrança do texto “Tudo o que eu precisava saber eu aprendi no jardim da infância” é o a) 1o b) 2o c) 4o d) 5o e) 6o 183. Considerando o texto “Tudo o que eu precisava saber eu aprendi no jardim da infância”, transcrito pelo autor a partir da linha 40, qual a relação parágrafo − enfoque do tema que está INCORRETA? a) 3o − a moderação nas atividades da vida b) 4o − a formação integral do ser humano c) 5o − o alicerce na vida dos seres humanos d) 6o − o inevitável na vida e) 8o − a universalização dos hábitos 184. Em relação ao décimo parágrafo (segundo do texto “Tudo o que eu precisava saber eu aprendi no jardim da infância”), a ação que NÃO corresponde a um sentimento necessário à formação do ser humano apresenta-se em a) “reparta as coisas” − solidariedade


b) “jogue limpo” − sinceridade c) “não bata nos outros” − respeito d) “não pegue coisas que não são suas” − honestidade e) “lave as mãos antes de comer” − higiene 185. No texto, “OLHE!!!!!” , pelo modo como foi grafado, equivale, semanticamente, a a) distraia-se b) vislumbre c) deleite-se d) aprecie e) absorva 186. “OLHE!!!!!”, no texto, é “A maior palavra de todas” porque a) assegura uma vida tranqüila. b) evita uma abordagem desagradável. c) facilita a capacidade de locomoção. d) possibilita aquisição de conhecimentos. e) previne contra os perigos. 187. NÃO apresentam entre si uma relação de sentido as seguintes expressões retiradas do texto “Tudo o que eu precisava saber eu aprendi no jardim da infância”: a) “jardim da infância” (l. 42) − “caixa de areia da escolinha” (l. 43-44) b) “a sabedoria” (l. 42) − “alto morro da faculdade” (l. 43) c) “vida equilibrada” (l. 52) − “o feijãozinho do copinho plástico” (l. 63-64) d) “As raízes crescem para baixo” (l. 60) − “todos somos assim” (l.61) e) “sair por aí” (l. 79) − “caminhar sempre juntos” (l. 80-81)


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