Uma família à beira da morte

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1 5 D E J U N H O D E 2 0 0 9 ● E D I TO R : A r n a l d o Vi a n a ● E - M A I L : ge ra i s . e m @ u a i . co m . b r ● T E L E F O N E S : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 2 4 4 / 3 2 6 3 - 5 1 0 5 ● FA X : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 0 2 4

GERAIS

VESTIBULAR CONCORRIDO

JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS

ESTADO DE MINAS ● S E G U N D A - F E I R A ,

Mais de sete mil candidatos disputaram uma vaga nos cursos oferecidos pela PUC Minas, na Grande BH. PÁGINA 21

PERSEGUIDO POR TRAFICANTE, PEDREIRO É TORTURADO, MAS CONSEGUE ESCAPAR E PROTEGER MULHER E FILHOS MUDANDO DE CASA ATÉ SER INCLUÍDO EM PROGRAMA DE SEGURANÇA DO ESTADO

FAMÍLIA À BEIRA DA

MORTE

S

MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS

THIAGO HERDY

entado em uma cadeira de madeira velha, mãos e pernas presas com fita adesiva, o pedreiro Jair Guilherme, de 37 anos, disse a última coisa que o traficante Lu queria ouvir: “Entrego na mão de Deus. Se Ele decidiu que é minha hora, vai ser”. São 23h de sábado e os dois estão em uma casa abandonada do Bairro Araguaia, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Depois de oito horas de tortura, chutes, socos, mordaça, golpes de bastão “quebro todos os seus ossos, um por um”, “te coloco no porta-malas e acabo com isso na primeira esquina”, Guilherme resiste. Decide não levar o traficante e cúmplices ao barraco onde se esconde há quase um ano com mulher e os três filhos, de seis meses, 4 e 10 anos, no Bairro Milionários. Parece saber que, uma vez atendido, Lu mataria todo mundo. Sem alternativa, melhor que tirem apenas sua vida, afinal, criança não pode ficar sem mãe. Guilherme é um negro forte, tem a musculatura do corpo como uma orquestra afiada, considerável vantagem em relação ao franzino Lu, 12 anos mais novo, corpo e cara de menino. “Eu e ele na rua, olho no olho, aí eu queria ver”, pensa Guilherme, “tinha de acertar no gogó, um pau seguro no gogó”. Mas, quando Lu encosta o metal gelado de sua pistola na cabeça da vítima, esfria a pele e a ideia do confronto imaginário. O traficante bate e ri com sarcasmo. Sai com a promessa de voltar mais tarde e acabar a sessão, descobrindo ou não onde está o restante da família. A humilhação continua. Quanto mais Guilherme apanha, mais pesado o bastão fica. Às 23h30, alguém chama por seu nome do lado de fora. “Moço, tô aqui!”, grita a vítima, contido por dois bandidos que seguram o pano em sua boca com mais força. Em dois minutos, a polícia invade o barraco. Três criminosos são presos, entre eles uma adolescente de 15 anos. Os outros fogem pelos fundos e levam para Lu a má notícia: o plano fracassara. Jair Guilherme está livre. Para alívio da mulher, Adriana, de 34 anos, que começava a aceitar o pior final para a perseguição a ela e a família, que já dura três anos. Os cinco passariam as próximas 48 horas trancafiados em casa, com medo de sair à rua para comprar pão ou leite. A polícia informa não poder garantir a segurança da família, por isso eles devem se mudar. Não há a quem pedir ajuda. Jair Guilherme não está livre.

PAPAGAIO Com uma camisa do Palmeiras, bermuda e chinelo de dedo, o garoto de 10 anos tenta, em vão, levantar uma pipa. Desce e sobe a rua em busca de uma corrente de ar qualquer, mas, a toda hora, a operação é abortada porque ele próprio se enrola no fio. Adriana autorizou a brincadeira do filho por poucos minutos. “Estou em tempo de ficar louca. Não tenho para onde ir. A qualquer momento, minha casa pode ser invadida”, diz a uma vizinha, que estranha a movimentação de carros de polícia na porta da casa e, por is-

ENTREGO NA MÃO DE DEUS. SE ELE DECIDIU QUE É MINHA HORA, VAI SER ■ Jair Guilherme, de 37 anos, pedreiro

so, quer saber o que está ocorrendo. O garoto não encara as pessoas diretamente, fica com os olhos fixos no chão. “Desde aquele dia não quer estudar, mal conversa. Está no psicólogo”, explica a mãe. O fato a que Adriana se refere ocorreu há mais de três anos. Ela vivia com o marido e os filhos em uma casa da Vila Ferrara, incrustada no Bairro Bonsucesso, na Região do Barreiro. Para a polícia, é a vila dos smurfs. Pequenininha, “está cercada por uns córregos e o acesso é por uma ponte igual à do desenho”, explica um policial civil. Mandar e desmandar na área já eram atribuições do traficante Israel Luciano da Paixão, o Lu, então com 22 anos. Naquele dia, Adriana saiu de casa pela manhã para fazer compras e deixou o filho de 7 em casa com uma irmã mais velha. Um dos irmãos de Lu, também traficante, invadiu o imóvel, levou o garoto de 7 anos para um quarto e o estuprou. Quando chegou em casa, Adriana ouviu da boca do próprio filho o relato sobre o que ocorrera. Revoltada, contou aos quatro cantos o que fizeram com seu menino. Dias depois, o irmão de Lu apareceria morto, para desespero do traficante. Ninguém sabia dizer quem eram os autores do crime. Mas a sentença foi dada: Adriana e Jair Guilherme tornaram pública a história do estupro, por isso deveriam ser mortos. Naquela mesma noite, os dois pegaram os três filhos e fugiram para uma casa no Bairro das Indústrias, também no Barreiro. Em atitude simbólica, o tráfico ordenou a demolição da casa deles no Bonsucesso.

MARTÍRIO De lá para cá, Adriana ganhou mais um filho e trabalhou como faxineira. O marido pegou bicos como au-

xiliar de serviços gerais. Mas a vida dos dois nunca mais foi tranquila. Visitar a mãe de Guilherme, que morava perto da área dominada pelo traficante, era um martírio. A jura de morte não cessava. Pelo menos outras duas vezes, mudaram de endereço, porque estiveram perto de ser descobertos. Lu tornara a cruzada uma questão pessoal. No último sábado de maio, a história quase teve desfecho trágico. Guilherme finalmente foi encontrado a cinco quarteirões de casa e levado para o imóvel abandonado no Bairro Araguaia, onde seria torturado e ameaçado de morte. Para sua sorte, uma pessoa conhecida flagrou o sequestro. Melhor ainda: observou para onde ele foi levado e avisou Adriana e a polícia. O plano ruiu. O fracasso irritou Lu ainda mais. Se não era possível descobrir o endereço exato de Jair Guilherme, voltaria suas armas contra quem pudesse deter a informação: a família. No dia seguinte, ele sequestrou o primo da vítima, Marlon Costa Guilherme, de 23 anos. O rapaz não soube dizer o endereço do primo. Por isso foi executado às 6h30 de uma segundafeira em uma estrada entre o Bairro Palmeiras e o Anel Rodoviário. No total, foram seis tiros. Levaram os documentos da vítima, mas deixaram os R$ 10 que estavam no bolso. Quando Jair Guilherme recebeu a ligação da tia informando que o corpo de Marlon estava no Instituto Médico Legal (IML), ficou ainda mais aflito. Toda a família estava ameaçada, inclusive os filhos, e não havia para onde ir. Por meio da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas, conseguiram agendar um atendimento no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCam). Mas ainda havia um problema: o programa não atendia as vítimas no local da ameaça. Isso significava que precisariam se deslocar até um local combinado previamente. Jair Guilherme e Adriana tinham medo até de ir ao ponto de ônibus. Procurado, o plantão social da Regional Barreiro disse que nada poderia fazer. A mesma resposta do Conselho Tutelar Barreiro. O jogo de empurra só acabou quando o comandante do 41º Batalhão da PM, o tenente-coronel Edmondo Russo, soube da história. Ele enviou uma viatura para transportar a família até o local do atendimento. De lá, não voltaram mais para casa; foram inseridos no programa e, agora, estão em local seguro. O Estado de Minas acompanhou esta história desde o início. Decidiu contá-la somente agora, depois que foi garantida a segurança da família. Menos de 24 horas depois do atendimento, Lu finalmente descobriu o endereço de Jair Guilherme, Adriana e filhos, no Bairro Milionários. Mas não encontrou ninguém lá.

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GERAIS MATÉRIA DE CAPA

RETORNO DIFÍCIL

Congestionamento no início da noite chega a 13 quilômetros na BR-040, sentido Rio-BH. Acidente mata dois em Patrocínio JACKSON ROMANELLI/EM/D.A PRESS

Excesso de veículos e batidas provocaram retenção em vários pontos de chegada à capital, como no Viaduto da Mutuca, onde obra agravou o problema

Trânsito lento na volta do feriadão PEDRO FERREIRA Motoristas e passageiros precisaram de muita paciência ontem à noite, no retorno do feriadão de Corpus Christi, com o trânsito praticamente parado nas principais rodovias de acesso a Belo Horizonte. Quem chegou pela BR-040, vindo do Rio de Janeiro e cidades históricas de Minas, enfrentou engarrafamento de 13 quilômetros. A principal causa da retenção foi a obra de recuperação do Viaduto da Mutuca, no Bairro Olhos D’água. A pista no sentido BH-Rio está fechada e todo o trânsito, concentrado na pista contrária. Para complicar, houve dois acidentes com colisões traseiras, um em frente ao Posto Chefão e outro no trevo de São Sebastião das Águas Claras, esse último envolvendo quatro veículos, sem vítimas. De acordo com o policial rodoviário Carlos Bernardino, as saídas de veículos da capital, no início do feriado, foi fracionada. “Muitos viajaram na quarta-feira,

outros na madrugada ou manhã de quinta-feira. Já o retorno foi todo concentrado no fim da tarde de domingo”, disse. O comerciante Altair Xavier de Oliveira, de 48, que voltava de Juiz de Fora, com dois filhos e outros quatro adolescentes, estava ansioso para chegar em casa e ficou parado no engarrafamento da BR-040. “Desde Conselheiro Lafaiete, o trânsito está lento”, informou. O operador de equipamentos Giovane Martins, de 29, se atrasou para o trabalho, mesmo estando de motocicleta. Na BR-381, tanto para quem chegava de Vitória ou de São Paulo, o retorno também foi demorado. Em Betim, a fila de carros chegou a oito quilômetros. A velocidade dos veículos não passava dos 5km/h. Na mesma rodovia, para quem chegava do Vale do Aço e do Espírito Santo e Bahia, o trânsito começou a ficar complicado às 13h, quando o número de veículos aumentou 30% em relação à manhã. À noite, a retenção chegou a 10 quilômetros

em Ravena, distrito de Sabará, com várias colisões traseiras. Uma pessoa ficou ferida num acidente no trevo de Caeté. Na BR-262, em Juatuba, Grande BH, policiais rodoviários ficaram de prontidão à tarde devido a uma manifestação de moradores. Nas estradas estaduais o trânsito também ficou lento. O Anel Rodoviário, na capital, também sofreu o impacto no fim do feriado.

■ DOIS MORTOS POR TREM NO PARANAÍBA Pelo menos 10 pessoas morreram nas estradas federais no feriadão.. Somente no sábado, seis pessoas morreram e 15 ficaram feridas, em seis acidentes. A PRF reforçou a fiscalização nos 7 mil quilômetros de estradas federais de Minas, depois de anunciar que não faria uma operação para o feriado, empregando 800 policiais, 100 viaturas, 36 radares e 66 bafômetros. Veículos com cargas e dimensões excedentes, portadores de autorização especial de trânsi-

to foram impedidos de trafegar em rodovias de pista simples, das 6h às 12h de quinta-feira e das 16h às 22h de ontem. Duas pessoas morreram na madrugada de ontem num acidente entre uma locomotiva da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e um carro, em Patrocínio, no Alto do Paranaíba. Edimilson de Souza Barros, de 29 anos, atravessava a linha férrea num Santana, no Bairro Serra Negra, e não observou o trem. Ele foi atirado para fora do carro e resgatado a 20 metros do local. Os passageiros Francimone Gomes de Queiroz, de 27, e Alex de Assis Gomes, de 25, morreram. Um acidente de trânsito em Igarapé, na Grande BH, matou ontem o motociclista Felipe Andrade da Silva, de 21 anos. O jovem conduzia a moto HHV 4345 pelo Bairro Vista Alegre e, segundo a 7ª Companhia Independente da Polícia Militar, não conseguiu fazer uma curva, perdeu o controle da direção e bateu num poste.

Programa já protege 130 famílias em MG THIAGO HERDY Depois de ter a vida levada no fio da navalha, o pedreiro Jair Guilherme, a mulher, Adriana e os três filhos passaram a viver em um hotel dentro de um raio de 150 quilômetros de Belo Horizonte. Ele não revela o endereço nem à própria mãe. Todas as despesas da família são pagas pelo Programa de Proteção a CriançaseAdolescentesAmeaçados de Morte (PPCam), que destaca dois técnicos para acompanhar o casal de perto. Atualmente, cerca de 130 famílias participam do programa, custeado pelos governos estadual (R$ 1,4 milhão/ano) e federal (R$ 800 mil/ano). Gestora dos recursos, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) acredita na iniciativa, mas teme sua divulgação, pois o programa atua no limite de sua capacidade de atendimento. Isso significa que há mais crianças e adolescentes ameaçados de morte no estado do que a política pública consegue abrigar. “Minas já tem o maior número de pessoas incluídas no programa no país. Nosso investimento de contrapartida é maior que o exigido pelo governo federal”, afirma a superintendente de Promoção e Proteção dos Direitos Humanos da Sedese, Sílvia Porto Buarque de Gusmão. De 2002 até fevereiro deste ano, o programa atendeu 1.716 pessoas. Embora a gestão fique a cargo da Sedese, a execução é trabalho de uma organização não-governamental. “Os procedimentos da administração pública não permitem a manutenção do sigilo do programa”, explica Gusmão. A maioria dos casos de Minas é encaminhada pelo Poder Judiciário (60%), o restante pelo Ministério Público (40%). Grande parte das solicitações é de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, ameaçados em decorrência do envolvimento com o tráfico de drogas. Mas há também casos que envolvem vítimas de exploração sexual e de ameaça policial.

REINSERÇÃO Quando ingres-

saram no programa, Jair Guilherme e Adriana assinaram um termo de adesão em que se comprometeram a seguir regras. Em linhas gerais, devem manter sempre a equipe informada sobre onde estão vivendo e sobre os planos de sair; são obrigados a manter absoluto sigilo sobre as informações do programa e o local onde estão; e, por último, devem concordar em prestar informações e estar sempre disponíveis para os técnicos. Em quatromeses,ocasodelesserá

reavaliado por uma comissão formada por representantes do Poder Judiciário, Ministério Público e da Sedese, para saber se a ameaça já cessou ou se ainda correm risco de vida. “Buscamos fazer um trabalho de reinserção social segura, para que as pessoas não dependam do programa para ter os direitos à segurança e à vida garantidos”, afirma Gusmão. A experiência de Jair Guilherme como pedreiro deve ser aproveitada na hora de conseguir um novo emprego. Também será preciso procurar uma nova escola para as crianças de 4 e 10 anos. “Ainda espero o retorno dos técnicos, que ficaram de passar por aqui esses dias. Mas o mais importante para mim, agora, é que estou vivo”, afirma Guilherme.

FORAGIDO Nas três vezes em

que agentes da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV) tentaramlevarintimaçõesnaVila Ferrara, na Região do Barreiro, endereçadas a Israel Luciano da Paixão, o Lu, de 25 anos, não o encontraram. Familiares prometeram entregar-lhe o documento, mas o acusado de tráfico nunca apareceu. Para a polícia, não será mais preciso. A Justiça expediu no início deste ano mandado de prisão contra Lu, referente a processo em que ele é acusado de matar, em fevereiro de 2005, os irmãos José Aparecido Silva Martins e Paulo César Silva Martins. O inquérito foi concluído quase cinco anos depois do crime, que teria tido como causa controle total do tráfico no Bairro Bonsucesso. O delegado responsável pela área, Marcelo Couto, admite as dificuldadesparainvestigarassassinatos na Vila Ferrara. “O que ocorre ali só os moradores podem dizer à polícia. Mas eles nunca querem falar qualquer coisa, o que não é surpresa”, afirma. Lu é o principal suspeito de duas mortes em 2008 e mais duas em 2009. Entretanto, o número de crimes pode ser maior. Adolescentes aliciados costumam receber ordens de execução, segundo a polícia. Dados da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV) mostram que, desde 2005, ocorreram 45 homicídios no Bonsucesso. O suspeito ganhou fama por colocar barricadas na rua para impedir a entrada da polícia, expulsar moradores desobedientes de casas para revendê-las, trocar tiros com a polícia e não temer a qualquer pessoa. Preso em flagrante em 2002 por roubo, ele foi condenado no ano seguinte a cinco anos e seis meses de prisão, em regime semi-aberto. Na primeira oportunidade, não voltou à prisão.

POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO

MILAGRE

Bebê achado em lixeira PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE 1º GRAU SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS – 8ª VARA Av. Álvares Cabral, 1.741, 10º andar, Sto. Agostinho CEP 30170-001 – Belo Horizonte/MG

EDITAL DE CITAÇÃO COM O PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS O DR. RENATO MARTINS PRATES, JUIZ FEDERAL DA OITAVA VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, NA FORMA DA LEI, ETC. Faz saber que, por este juízo e secretaria da 8ª Vara, processam-se os termos e atos da AÇÃO ORDINÁRIA/OUTRAS (Proc. nº 2006.38.00.038252-0), distribuída em 05/12/2006, movida pela EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT contra LAI SERVIÇOS GERAIS, CNPJ 23.843.113/0001-54, constando como último endereço da empresa-ré, a Rua Monte Santo, nº 623, Bairro Carlos Prates, nesta Capital, visando à cobrança da quantia de R$ 81.126,23 (oitenta e um mil, cento e vinte e seis reais e vinte e três centavos), atualizado até fevereiro de 2009, com correção monetária e juros de mora, até a data do efetivo pagamento, pelo descumprimento das obrigações previstas nos contratos nºs 0575/95, 0012/96 e 0013/96 de prestação de serviços de limpeza e conservação firmados entre as partes, além dos encargos trabalhistas e previdenciários não recolhidos, nos termos da petição inicial e emendas respectivas contantes dos autos. E constando dos autos que a ré encontra-se em lugar incerto e não sabido, expediu-se o presente edital, para fim de CITÁ-LA para os termos e atos da referida ação e, querendo, oferecer contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da primeira publicação na imprensa deste edital, sob pena de, não o fazendo, serem admitidos, como verdadeiros, os fatos articulados pela autora, conforme disposto no artigo 285, 2ª parte, do Código de Processo Civil. Ciente de que este juízo funciona na Av. Álvares Cabral, 1.741, 10º andar, nesta capital. Belo Horizonte, 20 de maio de 2009. Eu Vanice Maria de Brito, Técnica Judiciária, digitei e eu Reinaldo Eurico de Queiroz, Diretor de Secretaria, o subscrevi. RENATO MARTINS PRATES Juiz Federal da 8ª Vara

Uma recém-nascida foi abandonada numa lixeira, em frente à casa de um pediatra de Sete Lagoas, na Região Central de Minas, e foi salva pelo subtenente Luiz Fernando dos Santos Dornelas, de 43 anos, do Corpo de Bombeiros. Ele estava de serviço na tarde de sábado e recebeu ligação de uma mulher, que dizia ter ouvido o choro da criança. O militar se emocionou ao encontrar a criança, enrolada numa toalha dentro de sacola plástica. Ele levou a criança até o Hospital Nossa Senhora das Graças, a um quarteirão do local. O militar conta que viveu um momento inesquecível. Em Sete Lagoas, o salvamento é considerado “milagre de Santo Antônio”. A menina estava na Rua Nestor de Andrade, no Bairro Chácara de Paiva. Segundo o hospital, ela nasceu com sete ou oito meses de gestação, pesando 1,8kg. O cordão umbilical havia sido cortado e sangrava. “A mulher, que se identificou como Vanessa Gomes, ligou de um orelhão e disse que ficou com medo de mexer com a criança e que ia nos espe-

rar no local, mas encontramos a rua deserta. Acredito que a ligação era da própria mãe do bebê”, disse o subtenente. Morena, a menina estava roxa, pois nasceu prematura e precisava de oxigenação, segundo os médicos. “No pronto atendimento da cidade teria passado uma grávida com sangramento e a polícia vai tentar identificá-la”, disse. Às 21h de sábado, a mesma mulher voltou a ligar, de telefone público, para o Corpo de Bombeiros, procurado notícias da menina. Em 22 anos de corporação, Luiz Fernando encontrou diversos recém-nascidos, mas mortos. “Com vida, foi a primeira. Senti um alívio quando a coloquei nos meus braços e ela respirava. Segundo os médicos, o parto deve ter sido feito por pessoa experiente, devido ao corte do cordão umbilical”, disse o militar. A direção do hospital proibiu funcionários de passar informação sobre a criança, que está à disposição do Juizado de Infância e da Juventude, que decidirá o seu futuro.(PF)

Acusado de homicídio, Israel Luciano da Paixão, o Lu, é procurado pela Justiça

ARMAS APREENDIDAS Agentes do 5º Batalhão da Polícia Militar apreenderam ontem num matagal, no Bairro Jardinópolis, Região Oeste da capital, duas pistolas automáticas, um fuzil, munições calibre 12 e um colete à prova de balas, além de uma balança para pesagem de drogas. Quatro jovens que voltavam de carro de uma festa foram surpreendidos ontem por militares no Bairro Maracanã, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, com quatro porções de cocaína, um revólver e mais 13 munições. Os policiais ainda descobriram que o motorista, C.H.S.R., de 23 anos, era inabilitado e o veículo estava com a documentação irregular.


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