SurfBahia Mag 9

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Danilo Couto, o cara Eu sei que não é mais novidade para ninguém que Danilo Couto venceu o Billabong XXL Global Big Wave Awards na Califórnia (EUA). Todo mundo está careca de saber que ele levou US$ 50 mil por ter encarado aquela onda gigante em Jaws no braço. Mas não é por isso que o SurfBahia Mag vai deixar de lado esse momento histórico do surf. Tenho uma grande amizade com Danilo e venho acompanhando sua trajetória há anos, principalmente nesta temporada havaiana, quando passei algumas semanas em sua casa no North Shore e tive a oportunidade de ir com ele a Maui, durante um swell que gerou uma grande repercussão internacional. Danilo não é apenas um big rider casca-grossa, campeão de um prêmio cobiçado por todos os monstros do big surf mundial. Acima de tudo, ele é uma pessoa espetacular, um grande pai de família, um amigo para todas as horas e um exímio conhecedor do nosso esporte. A O’Neill mandou muito bem ao apostar em um cara que até então havia sido muito pouco aproveitado pelas marcas por onde passou. Quem conhece Danilo, sabe que ele é um surfista diferenciado. Ele não se resume a surfar, dar entrevistas, obter resultados e cumprir os procedimentos básicos seguidos pelos atletas. Ele tem um senso crítico forte, apurado, sobre qualquer assunto relacionado ao esporte, seja em competições em qualquer tipo de onda, pranchas e até marketing e vendas. As conversas com Danilo têm sempre um nível mais elevado. Sempre digo que ele poderia ser um grande team manager, mas este não é o seu plano no momento. Ele quer atingir novos patamares, surfar, ganhar cada vez mais força como big rider profissional. Tive a oportunidade de participar de alguns momentos da sua carreira, mas esta temporada havaiana foi realmente especial. Aprendi muito com ele - não apenas sobre surf, como também sobre cultura, educação e até mesmo jornalismo. Confesso que ele me ajudou muito a enxergar as coisas com outros olhos. Danilo não tem meias palavras. Se ele não gosta de uma coisa, pode ter certeza de que ele não vai titubear em dizer a verdade na sua cara. Também odeia fofocas e não perde tempo falando da vida alheia. Tomar seu tempo com assuntos desse quilate é o mesmo que pedir para levar um tapa de luva no rosto. Ele é um cara determinado, sabe o que quer. Atencioso, faz o possível para ajudar os amigos, mas não tem paciência com indecisões. Certa vez, um amigo estava em sua casa e, quando chegou o dia de retornar ao Brasil, começou a falar: “Não sei se fico, não sei se vou”. Danilo foi solícito: “Se quiser adiar sua volta, me fala que eu ligo para a companhia aérea e peço pra trocar sua passagem”. Nosso amigo continuou na dúvida e chegou a hora de ir ao aeroporto. No carro, ele voltou a dizer: “Será que eu fico? Será?”. Danilão parou o carro no meio estrada, pegou o celular e mandou pela última vez: “E aí, rei, você quer ficar ou não?”. “Pô, não sei...”. Danilo rapidamente ligou o carro e acelerou rumo ao aeroporto. Ele não precisou falar mais nada, mas conheço muito bem a fera e sei o que passou em sua cabeça. “Não sabe o que quer? Vai logo embora, tchau!”, deve ter pensado. E foi assim durante boa parte da temporada. Entre curtições, discórdias, gargalhadas, altas ondas e momentos de stress, tivemos a inesquecível oportunidade de compartilhar o momento mais mágico do surf baiano nos últimos tempos. Danilo foi fenomenal, um gigante que conquistou o mundo do surf com sua atitude heroica e um discurso impecável. Foi uma honra participar desse marco histórico e podem ter certeza de que esse ídolo máximo ainda vai nos trazer muitas alegrias. Obrigado, irmão, você é um fora de série. Ader Oliveira Editor do SurfBahia Mag

SurfBahia mag

Por dentro 08 Psicouto é o cara 12 Os tops mais legais 16 Mineiro faz história 21 Relax na boa terra 24 Sonhos de ouro 25 Gata SurfBahia 27 Fala piza 31

Editor

Ader Oliveira ader@surfbahia.com.br (71) 7811-3966 / ID* 7*48169

Editor de arte

Bruno Benn www.brunobenn.com.br (71) 9206-4963

Diagramação

Bruno Benn www.brunobenn.com.br (71) 9206-4963

Diretor comercial

João Carlos joao@surfbahia.com.br (71) 7811-5363 / (71) 9183-0242

Colaboradores fotográficos

Erick Tedy, Zecops, Daniel Smorigo, Paulo Fontes, Bruno Benn, Cestari, Kirstin, Murilo Mattos, Bosko e Tracy Kraft Leboe Capa: Danilo Couto Foto: Tracy Kraft Leboe

Correspondências

Rua José Ernesto dos Santos, 47, Ed. Empresarial Center, sala 203, Centro, Lauro de Freitas (BA). Cep: 42.700-000

Tiragem

10.000 exemplares

Psicouto é o cara

Mineiro faz história

Relax na boa terra



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Salas imbatível no Shore O soteropolitano Israel Salas foi o grande campeão da etapa de abertura do Desafio Colomy de Bodyboarding. Válido como etapa inaugural do Circuito Baiano de Bodyboarding Profissional, o evento foi realizado entre os dias 7 e 8 de maio em ondas de até 1 metro e formação prejudicada pelo vento na praia do Shore Break, no Catussaba, Salvador. Com duas notas consistentes (8.0 e 7.5), Israel bateu o atual campeão baiano de bodyboarding Uri Valadão e larga na frente na briga pelo título da temporada 2011. Apesar de registrar a maior nota da final (9.0), Uri Valadão não conseguiu outra boa onda e acabou com o vice-campeonato no Shore Break. Os soteropolitanos Leo Chagas e Edmilson Palma também mandaram bem no domingo decisivo do Desafio e Apesar de dividiram a terceira colocação no pódio registrar a maior do evento. nota da final (9.0), Pela vitória, Salas embolsa R$ 800 Uri Valadão não e assume a liderança do Circuito Baiano. Já Uri Valadão fatura R$ 400, enconseguiu outra quanto Leo Chagas e Edmilson Palma boa onda e levam R$ 200 cada. acabou com o Júnior Camarão, Bernardo Puertas, o cearense Tainan Monte e Júnior Silvice-campeonato va, destaque no primeiro dia, também no Shore Break. chegaram ao domingo decisivo, mas acabaram na quinta colocação. Melhor Performance - O soteropolitano Leo Chagas foi um dos grandes nomes do Desafio Colomy de Bodyboarding. Apesar de não ter chegado à final, Leo cravou seu nome na galeria de melhor performance do evento. Nas oitavas-de-final, Leo Chagas arrancou duas notas 10 na bateria e totalizou 20 pontos em 20 possíveis na vitória sobre o profissional Fábio Pinheiro. O Desafio Colomy de Bodyboarding é apresentado pela All Boards e conta com o patrocínio da Colomy Brothers. Os apoios ficam por conta da Tia Sônia, Uranus2, RanderNet, Anderson Tribal, Tenerife, SurfBahia, Oferta Surf, Gênesis Bodyboards, Afloat, Bar e restaurante Donaeva e Tchê Picanhas.

Resultado do Desafio Colomy de Bodyboarding 1 Israel Salas (BA) 2 Uri Valadão (BA) 3 Leo Chagas (BA) 3 Edmilson Palma (BA) 5 Júnior Silva (BA) 5 Júnior Camarão (BA) 5 Tainan Monte (CE) 5 Bernardo Puertas (BA)

Salas comemora vitória no Desafio Colomy / Uri Valadão fica com o vice na abertura do circuito. Fotos: Erick Tedy.


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“Este troféu que acabo de receber vai ser o melhor presente que vou dar à minha mãe neste dia maravilhoso. Feliz dias da mães a todas as mães”

Rudá bate na trave Com uma campanha brilhante, o baiano Rudá Carvalho sagrou-se vice-campeão da etapa de abertura do Super Surf Internacional realizada entre os dias 3 e 8 de maio em Xangri-lá, Rio Grande do Sul. Depois de arrepiar na fase semifinal da prova, Rudá partiu com tudo para finalíssima, mas acabou surpreendido pelo paulista Odirlei Coutinho em sua última onda. Em condições bastante complicadas, Rudá dominou praticamente toda a final contra Odirlei Coutinho, o argentino Leandro Usuna (3º) e o paranaense Peterson Rosa, quarto colocado. Em sua primeira onda, o baiano arrancou um 6.67 pontos dos juízes ao surfar uma bela direita. Logo em seguida, Rudá cravou 4.43 pontos para seguir na liderança do confronto final. Com pouco mais de 5 minutos para o término da prova, Odirlei descolou um 6.33 pontos e ficou precisando de uma nota 4.68 pontos para tirar o caneco das mãos de Rudá. Na última volta do ponteiro, Odirlei foi para o tudo ou nada em uma onda da série e acabou cravando um 7.83 pontos para reverter o resultado sob o baiano Rudá Carvalho. Rudá ainda tentou reagir em uma onda surfada na regressiva. O ilheense precisava de uma nota superior a 7.50, mas acabou marcando apenas 4.17 pontos. “Eu estava focado pra vencer esse campeonato. Consegui chegar na final e o segundo lugar também é um ótimo resultado”, falou Rudá Carvalho, que faturou 8.000 dólares pelo vice-campeonato. “Perdi o título naquela direita. O Odirlei estava na prioridade (de escolher a onda) e a onda veio em cima dele. A onda era perfeita, ele foi lá e fez a nota. Eu ainda tentei reverter o resultado, mas o mar está difícil, quase não entrou ondas na final e estou super feliz pelo resultado. Foi minha primeira final no Circuito Mundial e o segundo lugar também foi bom para mim”.

Rudá Carvalho (lycra preta) fatura US$ 8 mil de premiação. Foto: Daniel Smorigo / ASP.

“Tenho boas recordações do Sul. Nas duas vezes que disputei eventos aqui acabei subindo ao pódio e hoje não foi diferente”, fala Rudá Carvalho. “Este troféu que acabo de receber vai ser o melhor presente que vou dar à minha mãe neste dia maravilhoso. Feliz dias da mães a todas as mães”, finaliza Rudá. Pelo resultado, Rudá Carvalho embolsa US$ 8 mil de premiação e soma importantes 1500 pontos no ranking unificado da ASP. Já Odirlei Coutinho embolsa US$ 16 mil e soma 2000 pontos. Outros baianos que mandaram bem e chegaram até a fase dos 24 melhores surfistas da prova foram os ilheenses Franklin Serpa, Dennis Tihara, o camaçariense Marco Fernandez e o surfista de Lauro de Freitas, Bernardo Lopes.

Resultado do Super Surf Internacional 1 Odirlei Coutinho (BRA) 2 Rudá Carvalho (BRA) 3 Leandro Usuna (ARG) 4 Peterson Rosa (BRA) 13 Marco Fernandez (BRA) 13 Franklin Serpa (BRA) 19 Bernardo Lopes (BRA) 19 Dennis Tihara (BRA)


Fernandez é radical

Baiano de Surf Radical Wave Pro/Am 1 Marco Fernandez R$ 1,8 mil 2 Wheslen Christian R$ 1 mil 3 Christiano Spirro R$ 700 4 Leo Andrade R$ 500 5 Leandro Mendes R$ 300 5 Leo Herêda R$ 300 7 Rudá Carvalho R$ 133 7 Saul Moura R$ 133 7 Marcelo Alves R$ 133 Júnior 1 Ian Costa 2 Erick Moraes 3 Davi Silva 4 Eduardo Balalai Mirim 1 Gustavo Aragão 2 Lucas Dias 3 Nicolas Carvalho 4 Wallace Júnior Iniciante 1 Airton Dilan 2 Wallace Júnior 3 Ives Lopes 4 Taiwan Chan Feminino 1 Carine Goes (SE) 2 Janine Santos 3 Daniele Albuquerque 4 Saionara Matos Infantil 1 Namor Cayres 2 Anderson Santos 3 Taiwan Chan 4 Luamar Bispo Longboard* 1 Rogério Vasconcelos 2 Tassio Rocha 3 Vinícius Cardoso 4 Pedro Tetê *A categoria Longboard não foi válida pelo ranking estadual.

Por João Carlos

O camaçariense Marco Fernandez não deu mole aos adversários e dominou o Festival Baiano de Surf Radical Wave, finalizado neste domingo, na praia de Jaguaribe, Salvador. Na final, Marquinho superou Christiano Spirro, Leo Andrade e Wheslen Christian para faturar o cheque de R$ 1,8 mil destinado ao campeão da categoria Pro/Am. Em excelente fase, o surfista de Arembepe conquistou mais um belo resultado na temporada. Além de ser líder do Brasil Tour 2011 (divisão de acesso do circuito brasileiro), o atleta havia faturado uma etapa do Catarinense Pro e descolado o terceiro lugar no Brasileiro Sub-20 e o quarto na abertura do Paulista Pro. Para dominar a final, Fernandez exibiu um surf bastante polido e agressivo nas ondas de 1 metro e formação regular. Sob muita chuva, ele ditou o ritmo na final e deixou todos os adversários precisando de uma comMarco Fernandez confirma favoritismo no Festival Baiano binação de notas no total de 15.61 pontos. Radical Wave / Mandinho e Danilo Couto marcam presença na O atleta abriu boa vantagem sobre os adversários deprova. Fotos: Zecops. pois de arrancar 7.17 dos juízes numa longa esquerda. Para fechar com chave de ouro sua performance arrasadora, Fernandez achou uma esquerda da série e acertou duas fortes pancadas de backside para somar 8.43. “Quero dedicar esta vitória à minha família e parabenizar Armando Daltro e toda a diretoria da Federação Baiana por resgatar o circuito baiano profissional. Sei que não é fácil promover eventos e conseguir patrocínio. Muito obrigado pela oportunidade de competir em casa”, agradece o campeão. Surpresa - A grande surpresa do dia foi a eliminação de Rudá Carvalho, destaque no primeiro dia ao arrancar uma nota 9.00 e forte candidato ao título da prova. Rudá não mostrou o mesmo desempenho das baterias anteriores e caiu nas quartas-de-final diante de Leo Andrade e Christiano Spirro. Presença ilustre - Uma das atrações deste domingo foi a presença do big rider Danilo Couto, campeão da categoria “Onda do ano” no tradicional XXL Global Big Wave Awards. Danilo foi ovacionado ao chegar à praia e bastante badalado pelos fãs e amigos. “Lembro de ter participado de um festival aqui mesmo em Jaguaribe, em 1989, quando ainda era amador. As condições estavam parecidas com as de hoje, com boas ondas e chuva”, relembra Couto. “Este campeonato é muito importante para a nova geração se inspirar nos surfistas mais renomados. Isso contribui bastante para renovar o surf baiano e ajudar a projetar novos talentos no cenário nacional e até internacional”, acredita o big rider. O Festival Baiano de Surf Radical Wave também contou com as categorias amadoras. Os campeões foram Ian Costa (Júnior), Gustavo Aragão (Mirim), Airton Dilan (Iniciante), Namor Cayres (Infantil), Carine Góes (Feminino) e Rogério Vasconcelos (Longboard). A única categoria que não contou pontos para o ranking estadual foi o Longboard. Festival Baiano de Surf Radical Wave contou com o patrocínio da Cristal Light, Embasa, Via Sampa e co-patrocínio da Colomy, Avulso Comunicação Visual, Bivolt Energy Drink, Banana Prices e Prefeitura de Salvador. A realização ficou por conta da Radical Wave e Federação Baiana de Surf.

Resultados do Festival


Bivolt eletriza Canavieiras Leo Andrade comanda festa na segunda etapa do Circuito Bivolt com belíssima vitória em Canavieiras A segunda etapa do Circuito Bivolt de Surf e Bodyboarding 2011 foi disputada nos últimos dias 11 e 12 de junho, na praia da Costa, em Canavieiras, Sul da Bahia. Apresentada pelas lojas Backdoor, a etapa contou com a participação de 90 atletas de várias partes da Bahia e levou muita gente bonita à terra do caranguejo. Depois de um sábado agitado que terminou com uma palestra técnica reLeo Andrade vence em Canavieiras. Abaixo: Local Júnior alizada pelo juiz da ASP Wilson RibeiSilva é o melhor na categoria Bodyboarding Open. Fotos: ro, com o tema “O atleta e a alta perPaulo Fontes. formance”, as finais pegaram fogo. O ilheense Leo Andrade extrapolou os limites e foi o grande campeão da prova na categoria Open. Leo estava inspirado durante toda a prova e abusou das manobras chutando a rabeta, além de batidas bem encaixadas. Dono de um estilo moderno, o surfista de 21 anos sofre com a falta de patrocínio para disputar eventos maiores nas diversas praias do Brasil. O itacareense Iago Silva, atual campeão do circuito, disputou palmo a palmo o título com Leo, ficando com o segundo lugar na prova e mantendo a liderança do circuito. Iago tem apenas 18 anos e também sofre com a falta de investimento em sua carreira vitoriosa. O ilheense Flávio Galini fez uma boa campanha até a final, ficando em terceiro. Já o canavieirense Max Filho foi uma grata surpresa da etapa, finalizando em quarto na prova. Na Bodyboarding Open, Júnior Silva mostrou por que é o melhor atleta do Sul da Bahia e faturou a etapa em casa, emocionando o público presente. O ilheense Arley Santos finalizou em segundo e segue líder do circuito. O canavierense Eddy Sena ficou em terceiro e o ilheense Júnior Megahair terminou em quarto. A próxima etapa do Circuito Bivolt de Surf e Bodyboarding será na paradisíaca praia da Tiririca, em Itacaré. A prova valerá pelo circuito estadual profissional e amador e promete belas disputas. O patrocínio do Circuito em 2011 é da Backdoor Surf Shop, Bivolt Energy Drink, Pro Recarga Sinalização, TV Santa Santa Cruz, Kibon, Claro e Brasilgás. O apoio fica por conta da Genesis Bodyboards, pranchas Scoot, Pousada Costa Verde, Posto União, Evolução Veículos, Restaurante 20v, Ferrari Vidros, Açaizeiro e Weber Júnior. As homologações são da Associação Sulbaiana de Surf, Associação Ilheense de Bodyboarding, Associação Olivença de Surf, Associação de Surf de Itacaré, Associação Ilheense de Surf e Associação Canavieirense de Surf, que se uniram em prol da construção de um circuito sólido e profissional na Bahia. A realização é da Bivolt Produções, Backdoor Surf Shop e Agência Rip Star Idéias.

Resultados da segunda etapa do Circuito Bivolt de Surf Open 1 Léo Andrade (Ilhéus) 2 Iago Silva (Itacaré) 3 Flávio Galini (Ilhéus) 4 Max Filho (Canavieiras) Mirim 1 Lucas Gabriel (Ilhéus) 2 Wallace Júnior (Ilhéus) 3 Gustavo Aragão (Ilhéus) 4 Nicolas Carvalho (Itacaré) Infantil 1 Taiwan Chan (Ilhéus) 2 Matheus Melgaço (Ilhéus) 3 Jorge Gabriel (Itacaré) 4 Hawai Chan (Ilhéus) Feminino 1 Janine Santos (Ilhéus) 2 Sayonara Matos (Ilhéus) 3 Sheila Santos (Ilhéus) 4 Ingrid Monteiro (Santa Cruz de Cabrália) Bodyboarding Open 1 Júnior Silva (Canavieiras) 2 Arley Santos (Ilhéus) 3 Eddy Senna (Canavieiras) 4 Júnior Megahair (Ilhéus) Bodyboarding Iniciante 1 João Pedro (Ilhéus) 2 Fábio Duarte (Ilhéus) 3 Edson Santos (Ilhéus) 4 Thiago Oliveira (Canavieiras)


Psicouto é o cara Baiano Danilo Couto fatura US$ 50 mil com onda fantástica no Hawaii e emociona mundo do surf com discurso impecável A noite do último dia 29 de abril entrou para a história do surf mundial. E o protagonista foi um baiano de 36 anos, revelado nas ondas do Barravento, Salvador, e residente no North Shore havaiano há 15 anos. Danilo Couto chocou o mundo com um discurso de altíssimo nível no palco do Billabong XXL Global Big Wave Awards, cerimônia anual que premia os melhores surfistas de ondas grandes do planeta. O baiano fechou a noite com chave de ouro ao ser anunciado vencedor do principal prêmio, “Ride of the Year” (Onda do Ano). Uma morra gigante em Jaws, Hawaii, surfada em 8 de fevereiro deste ano, rendeu um cheque de US$ 50 mil a Danilo. A montanha aquática foi encarada de forma voraz, na remada, causando um enorme impacto no surf mundial.

Foto: Divulgação O’Neill


Na festa promovida no “The Sun Theater”, em Los Angeles, Califórnia (EUA), o big rider emocionou o público com um discurso impecável (ler abaixo). Agradeceu a todos os parentes, amigos, patrocinadores e fãs. Não esqueceu dos amigos do Hawaii, onde vive há 15 anos, e dedicou a vitória a Sion Milosky, com quem conversava no outside em Mavericks, Califórnia (EUA), pouco antes de o havaiano encarar uma onda pesada e falecer por afogamento. O havaiano Shane Dorian levou a melhor em duas categorias - “Monster Paddle” e “Monster Tube”. O fotógrafo carioca Bruno Lemos, correspondente do Waves no Hawaii, foi premiado em US$ 2 mil pela imagem de Dorian no tubo em Jaws. O francês Benjamin Sanchis faturou o “Biggest Wave”, frustrando a galera brasileira que torcia por Rodrigo “Koxa”. Entre as meninas, a havaiana Keala Kennelly quebrou uma sequência de quatro vitórias de Maya Gabeira. O prêmio de pior vaca foi para o australiano Mark Mathews, que não estava na festa e foi representado pelo amigo havaiano Mark Healey. Foto: Tracy Kraft Leboe. No prêmio de melhor performance, a emoção tomou conta do The Sun Theater. Sob lágrimas e aplausos, Sion Milosky recebeu uma linda homenagem do XXL. O big rider Ken “SkinDog” Collins fez um discurso comovente e bebeu um drink em memória a Sion. Seu pai, esposa e filhas foram chamados ao palco e receberam o cheque de US$ 5 mil pelas performances do surfista na temporada.

Foto: Tracy Kraft Leboe.


O discurso do campeão “Obrigado a todos. É uma sensação incrível! Esta á minha quinta vez neste evento especial. Primeiramente, quero muito agradecer a todos da Billabong e a Bill Sharp pela realização de um grande evento como este. Quero agradecer à minha família - minha esposa, minha filha. O título é nosso! Minha mãe e meu irmão, que estão aqui esta noite, todos os meus amigos, que são muitos. Amo todos vocês! Obrigado, O’Neill, por me apoiar. Adrian, Bert, Pat O’Neill: muito obrigado! O Hawaii tem sido tão bom para mim... Eu tenho de agradecer ao Hawaii - os deuses, o povo e o aloha. É a minha casa, sinto-me à vontade. Toda a galera de Oahu, North Shore, Maui... Obrigado! Mahalo! Muito obrigado! Agradeço também ao meu povo brasileiro. Tá no meu sangue, é o meu povo, o meu país. Muito obrigado por todo o apoio. Todo o amor, toda a energia. Obrigado, Brasil, muito obrigado! Uma conquista dessa não se faz sozinho. Você é apenas um detalhe que no final é abençoado por uma onda como essa. Muitas pessoas te inspiram, você é apoiado por muitos amigos....

Foto: Tracy Kraft Leboe.

Sion era uma pessoa muito especial, um amigo que havia conhecido recentemente. Existia uma conexão forte e muita admiração um pelo outro. Ele não era apenas um guerreiro na água, mas, principalmente, um exemplo de ser humano fora d’água. Não importa se você é bom nisso ou naquilo. Tem de ter respeito e tratar bem o próximo. Como o pai dele falou agora há pouco, ele era exatamente assim. Isso é o que eu quero para toda a minha vida. Temos que inspirar as pessoas com boas ações, boas maneiras, honestidade, e viver como Sion. Este prêmio é para você, Sion! Nós conquistamos isso juntos! Isto é para você e para toda a família Milosky! E parte deste prêmio vai para a fundação Milosky também. Obrigado a todos e aloha!”.


O reconhecimento “Foi o melhor discurso em inglês que já vi um surfista brasileiro fazer até hoje” - Adriano de Souza, número 1 do ranking mundial da ASP “Parabéns, fera! Muito orgulho! Beijão na família” - Neymara Carvalho, pentacampeã mundial de bodyboarding “Parabéns!!” - Peter Townend - primeiro campeão mundial de surf “Parabéns pelo prêmio, Danilo! Ídolo!!” - Jean da Silva, atual campeão brasileiro de surf “Olhos cheios de água de tanta emoção, olhos cheios de água de orgulho pela sua vitória no Billabong XXL! Nos meus mais de 40 anos envolvidos com o surf, foi o melhor discurso em inglês que eu já ouvi de um surfista brasileiro! Monstro, humilde! Que classe, Danilo. Inglês perfeito, você lembrou e agradeceu a todos com a mesma precisão que dropou aquela bomba em Jaws. Você honrou a todos nós! Parabéns” - Ricardo Bocão, legend do surf brasileiro e diretor do canal Woohoo

Couto visita governador Por Cíntia Banús

No último dia 20 de maio, o surfista Danilo Couto foi recebido pelo governador do Estado da Bahia, Jacques Wagner. Danilo, natural de Salvador, é campeão da 12ª edição do Billabong XXL (uma das principais competições do surf mundial) na categoria Onda do Ano. O atleta levou o prêmio pela onda de 20 metros que surfou em fevereiro no Hawaii e recebeu 50 mil dólares, o equivalente a cerca de R$ 80 mil. Durante a visita, o atleta entregou ao governador uma foto de sua performance na onda gigante, com altura aproximada de um prédio de sete andares. O atleta e o político ainda conversaram sobre detalhes da trilha seguida rumo ao título do Oscar das Ondas Grandes, sobre a vida de um surfista profissional, sobre o futuro do surfe na Bahia e futuros projetos. A mãe de Danilo, Ana Rita Dorea e irmã Andrea Couto, também acompanharam o evento, ao lado Secretario de Esportes Nilton Vasconcelos e o superintendente de Desportos do Estado da Bahia, Raimundo Nonato Tavares.

Foto: Divulgação O’Neill

Fotos: Tracy Kraft Leboe.


Os tops mais legais

Brasileiros da elite mundial elegem os tops mais legais do World Tour Por Ader Oliveira

Muitos fãs do surf que não podem acompanhar de perto o World Tour têm curiosidades a respeito dos ídolos. Como deve ser Mick Fanning? Será que Kelly Slater é legal? E Owen Wright?! Para mostrar um pouco do que acontece nos bastidores, o SurfBahia fez uma enquete com os tops brasileiros do World Tour. Perguntamos a Adriano de Souza, Jadson André, Alejo Muniz, Heitor Alves e Raoni Monteiro quem são os surfistas mais legais da elite mundial. O vencedor foi o australiano Mick Fanning, duas vezes campeão mundial (2007 e 2009). Já o dez vezes campeão mundial Kelly Slater não apareceu na lista dos favoritos de nenhum surfista brasileiro.

Foto: Kirstin / ASP

1º. lugar Mick Fanning 30 anos Gold Coast, Austrália Apelidos Micktor, Eugene or White Lightning (Luz Branca) Pico de treino Snapper Rocks e Duranbah Prancha mágica 6’1 Shapers DHD e Tokoro Onda favorita Qualquer pointbreak Manobras favoritas Tubo e rasgada Inspirações Taylor Knox, Mark Occhilupo, Joel Parkinson, Dean Morrison, Nathan Hedge, Luke Stedman e Andy Irons “Mick é o mais gente boa do Tour. Além de ser duas vezes campeão, mostra muita disciplina e simpatia com fãs, amigos e colegas de trabalho. Isso o faz ainda mais campeão do que já é” - Adriano de Souza, atual líder do ranking mundial. “Essa foi boa! É meio louco eu ser apenas eu mesmo e me dar bem com praticamente todo mundo. Geralmente existe a barreira da língua com os brasileiros no Tour, mas acho que todos eles são únicos e legais. Conheço Raoni há um muito tempo e nos últimos anos tive boas diversões com Jadson. Todos eles são grandes pessoas e, como eu disse, apenas sou eu mesmo, por isso estou feliz por eles realmente gostarem de mim” - Mick Fanning, o “cara mais legal do Tour”.


2º lugar Bobby Martinez 29 anos Santa Barbara, Califórnia (EUA) Apelido Bobby Pico de treino The Pit Prancha mágica 6’1 Shaper DHD Ondas favoritas Teahupoo, Rincon e Pipeline Manobra favorita Tubo Inspiração Kelly Slater Foto: Kirstin / ASP

3º lugar C.J. Hobgood 32 anos Melbourne, Flórida (EUA) Apelido Ceej Pico de treino O mundo Prancha mágica 5’11” (18 1/8” x 2 1/8” squash) Shaper Bruce Regan Onda favorita Restaurants (Fiji) Manobras favoritas Tubo e aéreo Inspiração Meu pai Foto: Scholtz / ASP

4º lugar Damien Hobgood 32 anos Melbourne, Flórida (EUA) Apelido Damo Pico de treino Slop Prancha mágica 6’0 Shaper Qualquer um Onda favorita São muitas pra nomear Manobra favorita Tubo Inspirações Surfistas Foto: Scholtz / ASP

5º lugar Patrick Gudauskas 25 anos La Jolla, Califórnia (EUA) Apelidos Patty Cakes, Pat, Gudang Pico de treino Lower Trestles e T-Street Prancha mágica 6’0” (18 3/8” x 2 5/16”) Shaper Al Merrick (Channel Islands) Ondas favoritas Sunset Beach e Rincon Manobra favorita Tubo Inspirações Tim Dowell, Benner Cummings e família Foto: Scholtz / ASP


O que Josh Kerr? Por Fábio Tihara

Aguardei ansiosamente o lançamento do filme do surfista australiano e top da elite mundial Josh Kerr. Apesar de alguns capítulos terem sido divulgados na internet, estava curioso para ver na íntegra. O filme foi disponibilizado no dia 20 de maio para download no site do patrocinador do atleta, iniciativa que na minha opinião é louvável e só agrega valor a uma marca. “The Kerrazy Kronicles” superou as expectativas e retrata bem o surf moderno e progressista de Kerr. Sabemos que hoje se tornou clichê a produção de filmes biográficos. Alguns bons exemplos são “First Chapter”, de Dane Reynolds, ou o clássico “Black and White”, com Slater, aos 20 anos de idade. Mas alguns filmes não alcançaram nada, além do fiasco, como os filmes de Julian Wilson e Clay Marzo. Josh Kerr não é uma promessa do surf e dificilmente conquistará um título mundial, mas é um surfista que já está no hall da fama do esporte. Sua façanha? Elevar ao máximo o patamar do surf progressivo, seja no free surf ou em baterias. Basta lembrar da manobra que se tornou obrigatória para qualquer surfista que almeja os holofotes e que foi inventada pelo próprio e batizada como “kerrupt”. Nas crônicas de Kerr, nada de histórias ou bate-papos. O filme é dividido em curtos capítulos, mas com muito surf futurístico. Meia-hora de aéreos de todos os tipos, invertidas, rabetadas e tubos. Tudo isso em lugares como Bali, Mentawaii, Gold Coast e Hawaii. A trilha sonora é bem interessante, mas o que chama mesmo a atenção no filme é a performance de Kerr. As apostas já estão abertas para saber quem será o próximo a ter seu próprio filme e alguns imaginam como poderia ser o filme de um certo sul-africano que está chocando o mundo com suas manobras. Só nos resta aguardar.



Rock in Rio: eu não vou Por Fábio Tihara

O famoso festival de música “Rock in Rio” está de volta ao Brasil depois de nove anos em outros países. Uma mega estrutura está sendo construída, a chamada “Cidade do Rock”. Atrações definidas e ingressos esgotados em poucos dias. A receita parece de sucesso, mas as discussões em torno do festival esquentam os bate-papos nos bares e redes sociais. Muitos não concordam com a mistura de ritmos que o festival propõe e outros tantos aprovam a miscelânea entre rock, axé e pop. Sinceramente não gostei das atrações do palco principal e encabeço o coro de que o Rock in Rio de rock, não tem nada. Até concordo em abrir espaço para outros ritmos, mas acredito que os organizadores foram pouco imaginativos e criteriosos em suas escolhas. Vale lembrar que essa mistura já proporcionou momentos desagradáveis, como no caso de Carlinhos Brown, que foi vaiado e recebido com uma chuva de latas de cerveja. A julgar por outros festivais no mundo, como o tradicional “Coachella e Lollapalooza”, observamos uma coerência nos seus palcos, com grandes atrações e boas bandas atuais abrindo os shows. Ano passado, o festival SWU propôs essa mesma mistura de ritmos do Rock in Rio, mas trouxe como atração principal a banda “Rage Against the Machine”, pela primeira vez no Brasil. Analisando a grade dos artistas, é fácil perceber que os verdadeiros shows do Rock in Rio serão nos palcos alternativos, com bandas e artistas interessantes. Destaque para o espaço Eletrônica, que vem recheada de boas atrações.

Para não se perder na infinidade de opções, vamos traçar um raio-x do que vale a pena e o que pode passar batido nos seis dias do festival. Primeiro dia (23 de setembro)

O primeiro dia começa morno e não me animaria a sair de casa. No palco principal, um prato cheio para quem gosta do pop, com Claudia Leite, Katy Perry e Rihanna numa batalha para ver quem é a mais gostosa, e finalizando com (eca!) Elton John como atração principal. Destaque mesmo, somente Above&Beyond e Ferry Corsten no palco Eletrônica.

Segundo dia (24 de setembro)

A grande atração do festival toca no segundo dia, com os californianos do Red Hot Chilli Peppers. Vale a pena conferir o multifacetado Mike Patton (ex-Faith no More) e a cantora de jazz Esperanza Spalding, no palco Sunset.

Terceiro dia (25 de setembro)

No día dedicado ao rock pesado, com as bandas Motorhead, Slipknot e Metallica, definitivamente o melhor dia do palco Eletrônica, com Killer on the Dancefloor, os badalados The Twelves, o mestre Steve Aoki e o alemão que é sensação do momento nas pistas, Boys Noize. Com certeza imperdível.

Quarto dia (30 de setembro)

Sabe a propaganda do refrigerante concorrente do pode ser? Esse é um dia que pode ser, com Marcelo D2, os malas do Jota Quest, Ivete Sangalo, Lenny Kravitz e Shakira. No palco Sunset, atrações interessantes como Buraka Som Sistema, Céu, Joao Donato, Emicida e Mix Hell.

Quinto dia (Primeiro de outubro)

Outro dia bem interessante, com Jay-Z e Coldplay no palco principal.

Sexto e último dia (2 de outubro)

O Rock in Rio termina do mesmo jeito que começou: fraco. Detonautas, Pitty, Evanescence, System of a Down e Guns N’ Roses. Não, muito obrigado. Talvez daria uma conferida no Boss in Drama e Hercules & Love Affair, no palco Eletrônica, e somente.


Mineiro faz história

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Adriano de Souza, o “Mineirinho”, vence etapa na Barra da Tijuca (RJ) e é o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial Por João Carvalho

O paulista Adriano de Souza, 24 anos, é o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial na história do ASP World Tour. O feito inédito foi conseguido no último dia 20 de maio, com a emocionante vitória no Billabong Rio Pro, que fez a Barra da Tijuca parecer um estádio de futebol lotado com a vibração da torcida que compareceu em massa no último dia da etapa brasileira do ASP Tour no Rio de Janeiro. A final foi contra o australiano Taj Burrow, 32, que já tinha três vitórias no Brasil, com a primeira da sua carreira sendo conquistada nas mesmas ondas da Barra da Tijuca em 1999. Sob os gritos de “Mineiro, Mineiro, Mineiro” do enorme público, chorando de emoção, depois de abraçar o seu técnico e manager desde o início da carreira, Luis Henrique Campos, mais conhecido como “Pinga”, Adriano de Souza soluçou suas primeiras palavras quando chegou à arena do Billabong Rio Pro. “É muita emoção, estou até sem palavras, mas primeiro de tudo preciso agradecer muito ao Pinga, que sempre me apoiou e acreditou que este dia iria chegar. É uma emoção indescritível que estou vivendo hoje”. O novo líder do ranking mundial continuou falando: “Ganhar essa etapa aqui no Brasil sempre foi meu maior sonho. Lembro que quando eu era pequeno, bem jovem, o Pinga me trouxe para ver esse campeonato aqui na Barra mesmo, em 1998, quando o Peterson Rosa ganhou e a torcida também explodiu como agora. Desde aquele ano sempre sonhei em repetir isso e agora consegui”. Adriano de Souza também destacou a vitória do potiguar Jadson André, seu companheiro de equipe na Oakley, no ano passado em Imbituba (SC), vingando a derrota que ele mesmo havia sofrido na edição anterior. “Em 2009 eu cheguei muito próximo da vitória lá em Imbituba (SC), mas o Kelly (Slater) me venceu no finalzinho e eu fiquei com aquele gostinho amargo na boca. Mas, o meu dia chegou aqui no Rio, não poderia ser melhor e principalmente porque veio na hora certa, quando estou bem no ranking”. Quando perguntado sobre ser o primeiro brasileiro da história a liderar o ranking mundial da ASP, as lágrimas voltaram a cair e em soluços novamente, respondeu: “Estou feliz com tudo isso. Sei que ainda é muito cedo pra pensar em título mundial, tem muitos surfistas bons no circuito, estamos só no início da temporada ainda. Mas, estou feliz porque desde 13 de outubro de 2009 não consigo vencer uma etapa do ASP Tour, aliás, essa tinha sido minha única vitória, então ganhar aqui e liderar o ranking é realmente demais, chegou o dia, me desculpe não conseguir falar mais pela emoção deste momento”.

Mineiro salta para o topo do mundo. Foto: Cestari / ASP.


Taj Burrow antes da derrota para Adriano de Souza. Foto: Bruno Benn.

Mineiro comemora com a torcida brazuca. Foto: Cestari / ASP.

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Ganhar essa etapa aqui no Brasil sempre foi meu maior sonho

le faturou o prêmio de US$ 100 mil do Billabong Rio Pro surfando ondas quando a prioridade de escolha era do australiano. Taj Burrow largou na frente com uma nota 7,0 e depois ficou esperando as maiores ondas das séries. Enquanto isso, Mineirinho foi pegando as ondas que o australiano deixava passar e a torcida explodia a cada manobra. A primeira onda valeu nota 6,5, a segunda foi melhor ainda e arrancou 8 pontos dos juízes, com a vitória sendo sacramentada em outra esquerda detonada com batidas e rasgadas desgarrando a rabeta, abrindo leques de água, que renderam uma nota 7,63. O placar final ficou em 15,63 x 12,17 pontos e Taj Burrow não conseguiu repetir as vitórias conquistadas no Brasil em 1999 na Barra da Tijuca, em 2002 em Saquarema (RJ) e em 2004 em Imbituba (SC). A final do Billabong Rio Pro foi a sétima bateria entre os dois na história do ASP Tour. O brasileiro só havia vencido uma, nas semifinais da etapa da Gold Coast, em 2009 na Austrália. Foi quando Mineirinho fez sua primeira final na carreira, que foi vencida pelo australiano Joel Parkinson nos tubos em Kirra Point. “Estou muito chateado agora”, falou Taj Burrow. “Eu queria muito vencer aqui. O segundo lugar até que é um bom resultado, mas eu não

queria de maneira alguma deixar escapar essa vitória. Comecei bem a bateria com uma nota 7 e fiquei esperando, esperando, mas as ondas simplesmente sumiram pra mim. O Adriano usou uma boa tática de ficar mais pra dentro do pico pegando as ondas intermediárias e deu tudo certo para ele. Eu só precisava de uma onda boa pra vencer, não consegui e parabéns pra ele”. Para chegar à final, Adriano de Souza primeiro derrotou o taitiano Michel Bourez na repescagem da quarta fase que abriu o último dia do Billabong Rio Pro na Barra da Tijuca. Depois, passou apertado pelo australiano Owen Wright nas quartas de final, que quase vira o placar na última onda. Foi o seu duelo mais difícil na sexta-feira, com o resultado de 14,23 x 14,10 pontos comprovando isso. Na semifinal, as séries já estavam demorando mais para entrar, poucas ondas foram surfadas pelos competidores e Adriano levou a melhor contra outro australiano, Bede Durbidge, derrotando-o por 9,00 x 8,40 pontos. “O Adriano está com tudo, teve o apoio todo da torcida aqui e fica difícil surfar contra tudo isso, mas fiquei decepcionado mesmo porque essa foi a pior bateria de ondas até agora e não

deu pra gente surfar quase nada”, falou Bede Durbidge, que dividiu o terceiro lugar com o francês Jeremy Flores, derrotado por Taj Burrow na primeira semifinal. “Fiquei feliz com o resultado, pois não comecei bem o ano lá na Austrália e não tenho do que reclamar deste terceiro lugar”, disse Jeremy Flores que ainda comentou ter dores no joelho. “Consegui surfar bem, fazer notas altas e isso foi o mais importante pra mim. As ondas pioraram um pouco hoje, mas rolaram boas ondas no campeonato. No ano passado eu fiquei em nono lugar aqui no Brasil, agora um terceiro, então estou melhorando”. O resultado do Billabong Rio Pro garante o Brasil na ponta do ranking mundial pela primeira vez na história até a próxima etapa em Jeffreys Bay, também patrocinada pela Billabong na África do Sul, nos dias 14 a 24 de julho. Adriano de Souza é o novo líder, seguido pelo australiano Joel Parkinson e o dez vezes campeão mundial Kelly Slater. Com o vice-campeonato, Taj Burrow assumiu a quarta posição na classificação geral das três etapas completadas no Rio de Janeiro.


Taj não se encontrou na finalíssima e ficou com o vice no Brasil. Foto: Bruno Benn.

Final do Billabong Rio Pro 2011

Campeão: Adriano de Souza (BRA) com 15,63 pontos US$ 100 mil e 10.000 pontos Vice-campeão: Taj Burrow (AUS) com 12,17 pontos - US$ 40 mil e 8.000 pontos Semifinais - 3.o lugar - US$ 20 mil e 6.500 pontos: 1 Taj Burrow (AUS) 16.27 x 10.50 Jeremy Flores (FRA) 2 Adriano de Souza (BRA) 9.00 x 8.40 Bede Durbidge (AUS) Quartas-de-final - 5.o lugar - US$ 15 mil e 5.200 pontos: 1 Taj Burrow (AUS) 16.26 x 14.43 Bobby Martinez (EUA) 2 Jeremy Flores (FRA) 15.60 x 12.17 Jeremy Flores (FRA) 3 Bede Durbidge (AUS) 16.03 x 6.27 Josh Kerr (AUS) 4 Adriano de Souza (BRA) 14.23 x 14.10 Owen Wright (AUS)

Ranking mundial depois de 3 etapas

Adriano de Souza reinou nas esquerdas da Barra da Tijuca. Foto: Cestari / ASP.

1 Adriano de Souza (BRA) .................................... 20.500 pts 2 Joel Parkinson (AUS) ........................................... 19.200 pts 3 Kelly Slater (EUA) .................................................16.950 pts 4 Taj Burrow (AUS) ..................................................16.500 pts 5 Jordy Smith (AFR) ................................................ 14.750 pts 6 Owen Wright (AUS) .............................................. 12.150 pts 7 Michel Bourez (TAH) .............................................12.000 pts 8 Mick Fanning (AUS) ............................................. 11.500 pts 9 Bede Durbidge (AUS) ...........................................11.000 pts 9 Tiago Pires (PRT) ................................................. 11.000 pts 11 Jeremy Flores (FRA) ............................................ 8.750 pts 12 Jadson André (BRA) .......................................... 8.700 pts 12 Josh Kerr (AUS) ................................................... 8.700 pts 14 Bobby Martinez (EUA) ......................................... 7.450 pts 14 Matt Wilkinson (AUS) ........................................... 7.450 pts 14 Alejo Muniz (BRA) .............................................. 7.450 pts 24 Heitor Alves (BRA) ............................................. 5.250 pts 26 Raoni Monteiro (BRA) ....................................... 5.000 pts

Duelo da discórdia

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esultado da bateria entre Adriano de Souza e Owen Wright nas quartas-de-final é alvo de muita polêmica A vitória de Adriano de Souza no Billabong Rio Pro foi bastante contestada pelos surfistas estrangeiros, principalmente os australianos. Nas quartas-de-final, o brasileiro derrotou o aussie Owen Wright numa batalha polêmica e muito acirrada, levando até a Association of Surfing Professionals (ASP) a divulgar um comunicado oficial para justificar a vitória de Adriano. O documento veio em tom de resposta às críticas recebidas pela entidade depois do resultado da bateria, que terminou com placar apertado (14.23 x 14.10). No centro do debate, uma onda de cada atleta e as notas obtidas. A pressão sofrida pela entidade veio de todos lados, inclusive do Twitter do aussie Joel Parkinson, que teria ficado “com pena” do compatriota Owen Wright. A controvérsia se deu por conta de uma eventual supervalorização de um floater de Mineiro (nota 8.23), enquanto o aéreo de Owen na última onda do confronto recebeu 6.60 pontos, sendo que o aussie precisava de 6.74 para avançar às semis. Segundo a ASP, os juízes analisam os seguintes conceitos de pontuação: condição do mar, compromisso e grau de dificuldade, manobras inovadoras e progressivas, combinação das principais manobras, variedade, energia e velocidade. Ainda de acordo com a entidade, estes conceitos dão base técnica ao resultado da bateria. Ou seja, na visão dos juízes Mineiro venceu com um floater em uma onda da série, Owen foi eliminado com um aéreo comum em uma onda intermediária.

Fotos: Kirstin / ASP


Relax na boa terra

Free surfer e cantor Donavon Frankenreiter faz show na Bahia e curte astral de Salvador Qualquer pessoa aficionada por filmes de surf já teve o prazer de ver um grandalhão cheio de barba, cabelo e bigode, surfando ondas perfeitas nas telas e exibindo um estilo que mistura o surf clássico ao moderno. Esse sujeito certamente é Donavon Frankenreiter, free surfer patrocinado pela Billabong que começou a dropar suas primeiras ondas em San Clemente, Califórnia (EUA). Além de viajar o mundo atrás de ondas de alto nível, sem preocupação alguma com competições, Donavon vem construindo uma bela carreira como músico. O californiano já havia visitado a Bahia em 2006, quando levou a galera ao delírio ao tocar durante o WQS disputado na Costa do Sauípe. Agora, cinco anos depois, ele voltou ao Estado, desta vez para participar do Salvador Live Music, no último dia 29 de maio, Área Verde do Othon, em Ondina. Antes de mandar ver no show que reuniu ainda banda do calibre de Pete Murray e The Beautiful Girls, o músico e surfista recebeu a equipe do SurfBahia para uma entrevista exclusiva. No dia seguinte à entrevista, ele foi à praia de Aleluia e fez uma sessão de surf ao lado do nosso colunista Alexandre Piza.

Entrevista Qual a impressão da primeira vez em que esteve na Bahia (2006, no Sauípe)? Foi uma ótima impressão, por ser na praia, num pico legal. Você surfou daquela vez? Como estavam as ondas? Estavam divertidas! Surfei, sim! E agora, como está sendo esta segunda passagem? Eu não conhecia Salvador. Cheguei cansado do show de ontem, em Porto Alegre, mas achei o lugar muito bonito. A vista aqui do hotel é fantástica, espero poder conhecer bastante coisa! Qual o seu surfista brasileiro favorito? Não conheço muitos, mas o que mais me chamou a atenção sempre foi Fábio Gouveia! Rodar o mundo nos faz conhecer muitas pessoas, às vezes é complicado gravar os nomes, quanto mais de onde eles são. Você conhece alguma banda brasileira? Conheço pouca coisa, mas sei que existem boas bandas aqui. Conheço o Sepultura! Como ficou sabendo da morte de Andy Irons? Estava em um café e o pessoal da Billlabong me ligou contando. Éramos patrocinados pela mesma marca, foi realmente algo muito triste. Já tivemos a oportunidade de surfar juntos algumas vezes. Você acompanhou a conquista do Danilo Couto no XXL? Aquele cara é brasileiro? Nossa! Onde ele pegou aquela onda? Não foi aqui, né? (risos). Realmente foi uma onda muito insana! Gostei da onda do Shane Dorian também. Qual seu limite no surf de ondas grandes? Não tão alto. Tenho família e pretendo continuar com ela! (risos). Normalmente gosto de ondas que não passem de 8 pés e que sejam divertidas.

O que achou da conquista de Adriano de Souza no WT do Rio de Janeiro? Fiquei sabendo que ele ganhou a etapa e que está liderando o ranking. O circuito está muito no começo ainda, mas parabéns a Adriano, ganhar um evento desses é muito importante! Como esta sendo essa turnê no Brasil? Excelente, mas um pouco cansativa. O público brasileiro é muito caloroso, então temos tocado por muito tempo. Ontem tocamos até 4:30 da manhã em Porto Alegre, voamos pra cá pela manhã sem almoçar e agora passamos o som. Amanhã espero pegar umas ondas para relaxar um pouco! Você é da mesma geração e da mesma galera de caras como Kelly Slater, Shane Dorian e Rob Machado. Esses caras foram e ainda são competidores talentosos. Por que você não seguiu essa carreira? Sim, esses caras são meus amigos e ganharam muito dinheiro com isso. Por mim tudo bem, admiro a atitude deles, mas competir nunca fez a minha cabeça. Desde o começo, minha relação com o surf é ser e não ter. Por sorte pude ser um free surfer e ganhar também para surfar. Sempre encontro com meus amigos competidores nas viagens que fazemos juntos e é bom surfar com eles. Reencontramos Donavon na sessão de surf no pico da Corrente, em Stella Maris, e perguntamos: Donavon, o que você está achando das ondas? Estão pequenas, mas divertidas! Adoro surfar em reef breaks. Mesmo pequeno, a formação da onda é boa! E esse pico aqui é lindo, água quente e clarinha, esses coqueiros e esse sol! Muito bom mesmo, me dá o maior ânimo para o show de hoje à noite!


Sonhos de ouro Fred Sampaio deixou a Bahia em busca das ondas da Gold Coast e do sonho de trabalhar com Educação Física Formado em Educação Física e apaixonado pelo bodyboarding, Fred Sampaio está na Austrália desde 2009 e vem desenvolvendo um ótimo trabalho com os surfistas André Teixeira e Guto Boni. Há mais de dois meses, eles desenvolvem um trabalho funcional específico em surf. Os treinos são feitos nos parques da cidade de Gold Coast e também em uma academia. “Sabemos que a preparação física faz muita diferença quando tratamos de competições de alto nível. Tive a ideia de convidá-los para treinar comigo, já que eles estão competindo em alguns eventos importantes aqui na Austrália e em algumas etapas do WQS”, diz Fred. Segundo ele, o principal objetivo do treinamento funcional é tornar o corpo humano uma máquina de locomoção eficiente. O foco de treinamento é a melhora do desempenho dos movimentos. “No corpo humano, a produção de movimento é estruturada na integração dos sistemas nervoso, esquelético e muscular que, juntos, compõem a cadeia cinética. Todos esses sistemas devem trabalhar em conjunto para produzir movimento, e se um sistema não trabalha apropriadamente, irá afetar outros sistemas e, consequentemente, o movimento”, revela Fred. O treinamento funcional pode ser usado para todos objetivos. Pode melhorar o desempenho de movimentos de um atleta, tornando-o mais veloz, forte e equilibrado. Mais ainda, pode melhorar o desempenho de movimentos do cidadão comum, para que ele execute melhor as tarefas da vida diária, bem como sua postura.

Fotos: Murilo Mattos.

Paixão pelo bodyboarding

Fred

Sampaio foi criado no Parque Julio Cesar, na Pituba, e morou na Boca do Rio antes de ir para a Austrália. Começou a surfar aos 10 anos, influenciado por amigos. Suas primeiras ondas foram surfadas em Jaguaribe e Patamares, mas faz questão de ressaltar os picos de Canudo e Baía, na Pituba, quando fala em evolução. Aos 14 anos, Fred começou a competir no saudoso circuito escolar Uniclubes, promovido por Fabiano Prado, ex-presidente da Federação Baiana de Surf. Representou muito bem o extinto Colégio Drummond na categoria Bodyboarding. Seguiu competindo até os 19 anos em eventos estaduais, regionais e também em algumas etapas do circuito brasileiro nas categorias Mirim e Amador. Sua técnica foi aprimorada na escolinha Gênesis, comandada por Marcio Torres. “Foi um momento muito importante em minha vida. Aprendi muito e depois de um período tornei-me instrutor da escolinha. A partir daí, minha paixão por esportes e pelo mar fez com que eu descobrisse a minha futura profissão. Graças a Marcio e à escolinha, decidi estudar Educação Física”, conta Fred.

Treinamento personalizado Depois de ser aprovado de primeira no vestibular, ele iniciou sua jornada em busca da evolução nos estudos. Fez estágio em uma academia na Pituba e nunca mais parou. Trabalhou por alguns anos em duas academias e também com avaliação

Foi um momento muito importante em minha vida. Aprendi muito e depois de um período tornei-me instrutor da escolinha.

física e personal trainer em alguns condomínios de Salvador. Cursou pós-graduação em atividade física adaptada na Universidade Gama Filho. O ex-competidor Felipe Freitas foi uma das fontes de inspiração para despertar em Fred um interesse maior pelo treinamento especializado com atletas. Até que, em 2009, surgiu a oportunidade de ele ir para a Austrália com a namorada Sil Oppel (hoje esposa). “Foi um momento muito difícil para mim. Estava bem na minha profissão e tive que largar tudo em busca de novas conquistas e objetivos. Um deles era aprender o inglês e conquistar nossa independência”, revela. Em abril daquele ano, eles partiram para a cidade de Brisbane. “Moramos durante um ano e meio por lá. Estudei inglês e fiz um curso de esporte e recreação, mas a distância do mar fez com que a gente mudasse para Gold Coast, onde estamos há pouco mais de sete meses”, comenta Fred. Recentemente, o baiano concluiu o curso nível 2 em esporte e recreação. Agora, pretende fazer o cursos de níveis 3 e 4 em personal trainer. Aí, sim, vai poder entrar no mercado de trabalho legalmente, já que seu diploma de educador físico não é reconhecido na Austrália.

Cidade saudável Para ajudar a bancar as despesas, Fred trabalha na cozinha de um restaurante. “Às vezes eu, André Teixeira e Guto Boni temos dificuldades com horários para o treinamento funcional, pois temos que trabalhar e nossos horários divergem. Mas estamos fazendo acontecer, na medida do possível”, diz Fred. Sua paixão pela profissão e pelo bodyboarding voltaram com força total assim que mudou-se para Gold Coast. “Todo mundo pratica alguma atividade física e a cidade tem uma infra-estrutura fantástica para a população fazer qualquer tipo de exercício”, analisa o baiano. Fred sabe que precisa ter um pouco de paciência para entrar no mercado de trabalho australiano, pois ainda está aperfeiçoando o inglês. “É só uma questão de tempo. Graças a Deus, os primeiros passos estão acontecendo. Com André e Guto estou podendo praticar minha profissão e, ao mesmo tempo, ajudá-los a melhorar suas performances dentro e fora d’água”. Fred Sampaio Picos preferidos na Bahia Scar Reef e Coral de Guarajuba Pico preferidos na Austrália Stradbroke Island Sonho Conhecer a Indonésia este ano e entrar no mercado de trabalho australiano



Briana Jung Perfil: Nome: Briana Jung Idade: 22 Natural de: Salvador/BA Signo: Virgem Altura: 1,60 Peso: 52kg Busto: 87 cm Quadril: 100 cm Cintura: 73 cm Olhos: Castanhos Comida preferida: Chinesa/Italiana/ Baiana Hobby: Malhar muito e corrida Atividade física: Musculação Praia favorita: Stella Maris(BA) O Surf pra você: O “surf”, para as pessoas que “não o conhecem” é apenas um esporte, mas para os seguidores dessa tribo ele é uma necessidade de vida, pois só lá conseguem esquecer os problemas e encontrar a paz e o equilíbrio entre corpo e mente. Viagem dos sonhos: Tenho 2 - Polinesia Francesa e Fernando de Noronha Patrocínio: Biquinis Três Marias Projeto de vida: Cursa falculdade de Medicina Veterinaria Uma mensagem para os leitores do SurfBahia: Bom galera,espero que vocês gostem do meu trabalho :)!! Muita paz e boas ondas!ALOHA Fotos: Paulo Fontes (73) 8801-5466 / (73) 9139-3438 fotos@paulofontes.com

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Onde elas estão? Por Alexandre Piza

Uma coisa que chama muito a atenção de quem acompanha o surf, é a evolução do surf feminino. Nessa última etapa do WT, aqui no Brasil, pudemos ver de perto o nível exorbitante que essa mulherada está atingindo. Até então, Silvana Lima, Sofia Mulanovich e Stephanie Gilmore eram nossos referenciais dessa modernidade. Duas atletas fora de série, claro, mas que agora têm um pelotão de companheiras tão boas ou melhores do que elas. Agora, nomes como Tyler Wright, Sally Fitzgibbons, Carissa Moore, Laura Enever, entre outras, têm mostrado ao mundo que a evolução das meninas caminha a passos largos para se equiparar cada vez mais ao surf dos meninos. Claro, é bem diferente em itens como força e estilo. As meninas terão sempre muito mais graciosidade nos movimentos, mas isso não as impedem de também colocar power, manobras aéreas e desgarradas de rabeta. A troca de guarda do ranking mundial feminino, que já rolou com os homens, está acontecendo agora. O surf feminino não tem mais espaço para quem não se modernizou. Poucas ainda restam nessa lista e, ao final desse ano, devem dar adeus ao tour. E, para surgirem tantos fenômenos assim, as mulheres precisaram chegar junto no outside, buscaram seu espaço remada a remada e hoje disputam o line-up de igual para igual com os marmanjos barbados. Não? Aqui na Bahia não? Não! É isso mesmo, você que surfou essa semana, quantas meninas de prancha e bodyboard estavam na água? Duas, três, no máximo? Nenhuma? Sábado, 4 de junho de 2011, o mar estava clássico em Stella, com séries de 1 metro abrindo para os dois lados, calmaria tranquila para voltar ao outside, remando sem perrengue, etc. Posso dizer que bem cedo não havia uma gota de água fora do lugar, de tão perfeito que estava. Sabe quantas moças haviam na água? Nenhuma! Nem de prancha e nem de bodyboard. E isso eu digo que não foi só nesse dia. Muitas e muitas vezes a situação é a mesma. A realidade é essa: temos poucas meninas que pegam onda em nosso estado. Experimente ir a Floripa, Rio ou litoral de São Paulo. E Austrália, Hawaii e Califa, então?! Nossa, tem muita menina pegando onda! Em cada session de surf, você vai contar muitas delas, principalmente nos mares de meio até 1 metrão, liso ou mexido. Com o maior litoral do Brasil e água quente, o que me leva a crer é que essa ausência só pode ser algo cultural mesmo. Não sei

se aqui as moças ainda estão sendo criadas vendo o surf como um esporte masculino e lugar de mulher é na areia. A vibe que sinto no outside não é essa, pois as moças são bem vindas, não rola hostilidade, rabeação, ou algo do gênero. Só se rola algo tão dentro dos seios familiares que não consigo ver. As surf shops estão abastecidas com equipamento para elas, os sites e revistas há tempos são especializados, temos ídolos e ícones nacionais e internacionais. Fora as escolinhas de surf espalhadas de Norte a Sul do Brasil, o que facilita bastante o aprendizado, sobretudo nos primeiros passos, ou melhor, os primeiros drops - fase mais difícil do surf. Muitos organizadores de campeonatos nem abrem a categoria feminina por falta de inscritas. Ou se aparecem, não passam de uma a quatro atletas. Ano passado, na etapa que rolou em Stella do Brasileiro Master, chagamos ao absurdo de terem somente duas inscritas: a local Carla Circenis e a cearense Tita Tavares. Tudo bem que as moças já são de uma categoria mais avançada, mas, mesmo assim, prova que o estado não tem uma tradição no surf feminino e que é algo que precisamos fomentar de maneira mais incisiva. E voltando à manhã de 4/6/2011, comecei a pensar a escrever esse texto quando estava na água. Surfei das 6 às 10:30 horas e, na queda do final de tarde, não é que havia quatro meninas na água?! O mar já estava bem pior e menor, mas ainda tinha altas. Será que foi um recado para me dizer que em breve o panorama vai mudar? Sejam bem vindas!



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