SurfBahia Mag 6

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SurfBahia

mag

Editor

Ader Oliveira ader@surfbahia.com.br (71) 7811-3966 / ID* 7*48169

Editor de arte

Bruno Benn www.brunobenn.com (71) 9206-4963

Diagramação

Por dentro

Diretor comercial

Tampa mira retorno

Bruno Benn www.brunobenn.com (71) 9206-4963

João Carlos joao@surfbahia.com.br (71) 7811-5363 / ID* 91*6706 / (71) 9183-0242

Colaboradores fotográficos

Diego Freire, Fabriciano Júnior��������������� , Sidnei Machado, Nicola Braga, Clemente Coutinho, Manoel Campos, Álvaro Freitas, Nilson Santos, Cauê Moreno, Davi Borges, Cory, Iaponã, Francisco Chagas, Bidu e Celso Pereira Jr., Capa: Raoni Monteiro treinando forte antes de vencer o WQS em Sunset Beach e quebrar um jejum de 19 anos sem vitórias brasileiras no Hawaii. Foto: Iaponã. Nesta foto, André Teixeira.

Correspondências

Rua José Ernesto dos Santos, 47, Ed. Empresarial Center, sala 203, Centro, Lauro de Freitas (BA). Cep: 42.700-000

Tiragem

10.000 exemplares

Campeões baianos 2010 Brothers de verdade Guia do Iniciante Temporada havaiana Rolé no Planeta Gata SurfBahia Fala Piza


Crescente evolução O tempo passa rápido. É clichê dizer isso, eu sei, mas é com essa sensação que começo a escrever este editorial. Há exatamente um ano, lembro de estar em São Paulo, voltando de uma viagem a Florianópolis (SC). Conversava ao telefone com João Carlos, meu sócio no SurfBahia, sobre algumas metas da empresa para o ano de 2010. Sempre dispostos a inovar, adotar novas estratégias, fortalecer nosso trabalho, tivemos um “insight” de criar um novo veículo na Bahia. Nosso objetivo era atingir o público que não costuma acessar internet e também as pessoas que curtem praia, moda surfwear, ambiente jovem, mas não se interessam muito pelo esporte, e por isso não acessam diretamente os sites de surf para acompanhar as notícias. Vamos fazer um jornal? Vamos! E o sempre agilizado João Carlos saiu telefonando, fazendo orçamentos e analisando a viabilidade financeira desse novo produto do SurfBahia. Ele já conhecia nosso editor de arte Bruno Benn, que sempre incentivava o nascimento deste veículo impresso, mas não tínhamos a mínima noção de quanto custaria todo esse trabalho. Umas três semanas depois da nossa conversa, o jornal já estava nas ruas. Quem ilustrou a primeira capa foi André Teixeira, com um lindo tubo em Nias, Indonésia. Investimos uma grana do nosso próprio bolso, acreditando que a partir dali as empresas apostariam no sucesso do SurfBahia Mag.

Mas, não foi isso que aconteceu. Escutamos muitas promessas e choradeiras, fato comum no mercado. Decepcionados, optamos por dar um tempo. Não queríamos continuar tirando dinheiro do bolso para produzir o jornal. O custo é muito alto... Até que, no final da última temporada, estive no Ceará para fazer a cobertura de um evento e aproveitei para visitar a fábrica da Pena. Fui muito bem recebido pelo proprietário Raimundo Pena, sua irmã Brígida e o diretor de marketing Lima Júnior. A marca abraçou o SurfBahia com grande carinho e possibilitou que o jornal tivesse continuidade, impedindo que o sonho do SurfBahia Mag terminasse tão cedo. Se o jornal está aí bombando cada vez mais, tenham certeza de que a Pena teve uma importância enorme neste processo. A partir dessa parceria, trabalhamos aliviados e batalhamos pela evolução da empresa. E o crescimento tem sido notável, como podemos ver nesta edição de aniversário. Em homenagem ao primeiro ano do SurfBahia Mag e à chegada do verão, fizemos um jornal com 48 páginas recheadas de entrevistas, fotos e reportagens bem legais. Destacamos o competitivo Flávio Costa, um dos principais representantes da Bahia no circuito brasileiro nesta década de 2000. Também ilustramos em nossas páginas o show dos baianos Bruno Galini e Bino Lopes no circuito nordestino e a bonita história dos irmãos Renê Xavier e Vinícius Satyro, talentosos no bodyboarding e no surf, respectivamente. A repercussão do SurfBahia Mag está cada vez maior e isso tem deixado nossa equipe muito orgulhosa. Obrigado a todos os leitores e colaboradores deste veículo. Vamos trabalhar cada vez mais forte para levar o melhor conteúdo possível a vocês. Aloha!! Ader Oliveira Editor do SurfBahia Mag


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Vitória apimentada O Zang’s Pro Nordeste tinha tudo para ser vencido por um atleta do Ceará. Além da pressão da torcida na praia do Icaraí, Caucaia (CE), os surfistas locais possuíam uma grande arma: ondas mexidas para a esquerda e vento leste, ingredientes ideais para quem surfa de frontside para a esquerda e é especialista em aéreos. Porém, essas barreiras não foram suficientes para impedir mais uma vitória do baiano Bruno Galini. Embalado pelo triunfo na quarta etapa do circuito brasileiro, Galini partiu com tudo para cima dos adversários e faturou R$ 8 mil pelo título da penúltima etapa do circuito nordestino, disputada entre os últimos dias 19 e 21 de novembro. Na decisão, ele investiu na potência das manobras para desbancar os cearenses Michel Roque (2º), Isaías Silva (3º) e Antônio Eudes. Foi a segunda vitória de Galini no Nordestino Pro em 2010 e a quarta na carreira. Antes, ele havia vencido em Olivença (2006), Stella Maris (2008) e Maracaípe (2010).

Com a vitória, Bruno Galini reassume a liderança do ranking regional, deixando para trás o amigo e companheiro de equipe Bino Lopes, eliminado nas quartas-de-final na praia do Icaraí. “Deu acarajé com pimenta aqui no Ceará (risos). Quando vi que as condições estavam totalmente favoráveis aos cearenses, optei por esperar as maiores ondas e forçar bastante as manobras, pois sabia que eles voariam de todas as formas em qualquer onda. Deu certo e estou muito feliz”, comemora o baiano de Ilhéus. Resultado do Zang’s Pro Nordeste 1 Bruno Galini (BA) 2 Michel Roque (CE) 3 Isaías Silva (CE) 4 Antônio Eudes (CE)

Bruno Galini fica com o título do Zang`s Pro Nordeste no Icaraí. Foto: Sidnei Machado / Cearasurf


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Galini em dose dupla

Mesmo depois ter sua prancha mágica partida ao meio na semifinal, Galini entrou com tudo e não deu mole aos rivais.

Bruno Galini fatura R$ 18 mil pela vitória na praia do Futuro. Foto: Nicola Braga / Emfocosurf

Emocionante, sensacional, espetacular Assim podemos descrever a decisão do circuito nordestino profissional na praia do Futuro, Fortaleza (CE), entre os últimos dias 26 e 28 de novembro. Em uma batalha que só terminou na final, o baiano Bruno Galini conquistou sua terceira vitória no Nordestino Pro e levou a melhor sobre o conterrâneo Bino Lopes, que também foi ao pódio no Ceará e terminou o ano como vice-campeão regional. Válida como a oitava e última etapa do Tour, o Smolder Pro Nordeste ofereceu uma excelente premiação aos atletas e fechou com chave de ouro o circuito. Ao todo, foram distribuídos R$ 50 mil. Galini, campeão da etapa, ergueu um cheque de R$ 18 mil. Depois de vencer a penúltima etapa, na praia do Icaraí (CE), Bruno Galini reassumiu a liderança do ranking e chegou ao Futuro em boa situação. Porém, em sua cola estava o amigo Bino Lopes, que precisava de um ótimo resultado na etapa decisiva e ainda torcia pelo tropeço de Galini. Assim que passou pela estreia, Galini tirou da briga pela taça o cearense Michel Roque, único que poderia impedir uma festa baiana no

Futuro. A partir daí, a batalha ficou apenas entre os surfistas da Bahia. E o show durou até o fim. Na final da etapa, Bino Lopes só tiraria o caneco das mãos de Galini se vencesse a prova e o adversário ficasse em terceiro ou quarto lugar. Mesmo depois ter sua prancha mágica partida ao meio na semifinal, Galini entrou com tudo e não deu mole aos rivais. Com notas 5.67 e 6.07, o atleta de Ilhéus assumiu a ponta e não largou mais. Bruno até foi ameaçado pelos cearenses Itim Silva e Edvan Silva, mas conseguiu manter o impressionante ritmo. Só em 2010, o atleta venceu quatro competições (Brasil Surf Pro na Joaquina e Nordestino Pro em Maracaípe, Icaraí e Futuro). Ele ainda foi vice-campeão na etapa do Nordestino Pro em Baía Formosa (RN). Na decisão em Fortaleza, o guerreiro Bino Lopes não conseguiu achar boas ondas e ficou em quarto lugar. A campanha de alto nível do atleta de Villas do Atlântico também foi muito elogiada por todos. Este ano, Bino venceu duas etapas do Nordestino Pro (Fernando de Noronha e Itacaré) e faturou a Tríplice Coroa da Pena para ser premiado com uma passagem ao Hawaii.

Também fizeram bonito no Smolder Pro Nordeste o cearense Adilton Mariano e o paraibano Erbeliel Andrade. Adilton recebeu R$ 5 mil depois de vencer a Expression Session com um belíssimo aéreo rodando, enquanto Erbeliel faturou um prêmio no mesmo valor por ter obtido a maior nota (9.57) da competição nas oitavas-de-final, quando acertou uma forte rasgada e um aéreo reverse espetacular. Resultado do Smolder Pro Nordeste 2010 1 Bruno Galini (BA) 2 Edvan Silva (CE) 3 Itim Silva (CE) 4 Bino Lopes (BA) Ranking final do circuito nordestino 1 Bruno Galini (BA) 9520 2 Bino Lopes (BA) 8460 3 Michel Roque (CE) 7260 4 Alan Jones (RN) 7040


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O número 1 do Nordeste Bruno Galini Ramos, 24, foi avassalador no circuito nordestino profissional de 2010. Foram três vitórias e um vice-campeonato, totalizando 9.525 pontos em 12.000 pontos possíveis. Depois de começar a temporada sem patrocínio e com dois resultados abaixo da expectativa (Fernando de Noronha e Aracaju), ele cresceu de produção, assinou contrato com a Mahalo e iniciou uma batalha emocionante com o companheiro de equipe Bino Lopes. Galini começou a arrancada vencendo a etapa em Maracaípe (PE). No fim de semana seguinte, foi vice-campeão em Baía Formosa (RN), perdendo na decisão para o local Alan Jhones. Com este resultado, o ilheense assumiu a liderança do ranking. Resultados ruins em Várzea do Una (PE) e Itacaré (BA) tiraram Galini da ponta e novamente Bino Lopes assumiu o topo da tabela. Porém, nas duas últimas etapas ele voltou a destruir e faturou as provas no Icaraí (CE) e praia do Futuro (CE). Em entrevista concedida logo depois do título, Galini comenta a temporada e fala sobre o duelo com o amigo Bino Lopes.

Você esperava vencer tantos campeonatos assim? Descobriu de vez o caminho da vitória? (Risos). Eu não esperava, não. O caminha da vitória eu não descobri, mas graças a Deus estou conseguindo me manter focado e sempre acreditando muito, com humildade e respeito. E em 2011, o que espera mudar em sua carreira? Além dos campeonatos, quero fazer algumas viagens internacionais. Preciso aprender a surfar ondas pesadas, fortes, com pressão. Eu sinto essa necessidade.

Qual a sensação de ser o primeiro campeão nordestino que a Bahia já teve? Uma sensação muito boa, pois foi um título muito disputado. Eu só percebi a importância dessa conquista depois que vi o número de pessoas me parabenizando. Foi muito gratificante! Você ainda acreditava no título quando chegou ao Ceará em desvantagem, sabendo que as condições lá eram muito difíceis e favoreciam os cearenses? Eu acreditava, sim, mas não imaginaria ganhar as duas últimas etapas, mesmo estando tão focado e determinado. Acho que ninguém imaginava. Você passou por algumas dificuldades este ano. Voltou à elite e começou o ano sem patrocínio. Como foi enfrentar tudo isso? Foi muito difícil. No ano passado, fiquei fora da elite e meio desacreditado. Consegui retornar e acabei perdendo o patrocínio. Fui investindo um dinheiro que eu tinha juntado pra contruir minha casa e esse dinheiro foi acabando. Eu já pensava em fazer algo além de surfar pra conseguir dinheiro, aí foi quando conversei com meu personal trainer Fernando Nascimento e ele me disse que tudo estava na minha cabeça. Foi aí que comecei a acreditar e a querer muito. Consegui focar 100% nos objetivos e o resultados foram melhorando. O que mudou pra você depois dessa parceria com a Mahalo na etapa de Maracaípe? A Mahalo me passou uma segurança, tranquilidade, suporte e, quando eu entrei na empresa, meu objetivo sempre foi fazer uma história nela. Hoje eu me sinto parte da família Mahalo. Você foi ao Ceará junto com Bino Lopes. Como foi passar duas semanas ao lado de um amigo e rival? Foi bem legal. Acima de tudo, Bino é meu amigo e companheiro de equipe e viagem. Nós já fomos conversando que esse título tinha que ser um de nós, independente de qual seria o resultado. Já havíamos marcado de comemorar o título e foi o que aconteceu. O que você sentia quando via Bino passando as baterias? Você preferia cair na água antes ou depois dele? Na verdade, eu achava que o título seria decidido na final, então eu me preocupei em fazer minha parte. Eu acho que cair primeiro era melhor pra mim. O que passou em sua cabeça depois de ter sua melhor prancha quebrada na semifinal? Naquele momento, eu já comecei a pensar em que abordagem iria fazer na onda na final, pois era uma prancha mais grossa e diferente. Mas eu fui muito confiante e deu tudo certo.

Bruno Galini e Bino Lopes são recebidos com festa no aeroporto de Salvador. Foto: Fabriciano Jr.


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O número 2 do Nordeste Bernardo Schlaepfer Lopes, o “Bino”, também foi um gigante em 2010. O surfista, que completou 23 anos no último dia 6 de dezembro, terminou o ano como vice-campeão regional, mas também foi considerado um vencedor. Ele venceu a etapa histórica em Fernando de Noronha (PE), disputada em ondas de até 4 metros. Conquistou ainda a prova em Itacaré (BA) com um show na final e levou uma passagem ao Hawaii por ter sido o melhor atleta nas três etapas promovidas pela Pena (Noronha, Várzea do Una e Itacaré). Bino chegou ao Ceará como líder do ranking, mas viu um iluminado Bruno Galini colocar a mão na taça de forma fulminante. O atleta de Villas do Atlântico ainda lutou até o fim pelo título, mas não entrou em sintonia com as ondas na decisão do Smolder Pro Nordeste. Na entrevista abaixo, Bino fala sobre a batalha no circuito nordestino e seus planos para 2011. Você fez uma campanha brilhante no circuito, mas não deu pra levar o título. Está chateado ou satisfeito com seu rendimento? Sem dúvida estou chateado, mas ao mesmo tempo estou satisfeito, pois apesar de não ter levado o título, eu vendi caro a vitória. Eu acho que o espirito é esse Você venceu o evento mais badalado do ano (Noronha). Acha que essa sua conquista poderia ter sido mais valorizada pela ANS e influenciado no ranking final? Eu acho que deveria ter sido mais valorizado. Além de o evento em Noronha ter tido atletas do Brasil inteiro, as condições estavam desafiadoras e teve uma repercussão muito grande na mídia, por isso acho que deveria ser mais valorizado. Se pudesse voltar atrás no circuito, o que faria para mudar esse resultado? Onde acha que perdeu a taça? Eu acho que em Aracaju (SE) e Várzea do Una (PE) foram os dois vacilos que eu dei. Em Aracaju, eu vinha sendo destaque da competição, até que na semifinal eu perdi para John Max faltando 10 segundos. Estava muito encaixado nesse evento e talvez, se tivesse um pouco mais de garra, não teria perdido. Em Várzea do Una eu perdi no segundo round e peguei uma onda animal para conseguir a virada. Arrisquei tudo na primeira manobra e caí, então acho que perdi o título nesses dois eventos. Com certeza isso serviu de lição para mim! Como foi passar duas semanas no Ceará ao lado de seu amigo e rival? Foi massa. Bruno é um grande surfista e uma grande pessoa, sempre gostei de viajar com ele, pois é um cara concentrado e tem uma energia boa, contagiando as pessoas que estão ao seu redor. O que sentia quando via Bruno passando as baterias e depois tinha que passar também? A cada bateria que ele passava, eu me sentia na obrigação de passar. Estava realmente obstinado a ser campeão. Infelizmente não pude fazer nada na final, diante de um cara tão iluminado. Era o dia de Bruno. Você preferia cair na água antes ou depois dele? Na verdade tanto faz, porque no meu caso eu estava correndo atrás do título e tinha que passar as baterias de qualquer forma, enquanto Bruno dependia só dele mesmo. Qual a análise que faz dessa equipe dinâmica da Mahalo? Acho que a Mahalo está de parabéns, pois só tem dado tiro certo. Tanto Ulisses quanto Bruno são grandes atletas. Com isso, o nível de cada um, inclusive o meu, está evoluindo muito, e consequentemente os resultados estão aparecendo! Qual o seu foco em 2011? Vai tentar o título nordestino de novo ou priorizar outros circuitos? O que espera que mude pra você? No ano que vem, eu pretendo focar o Brasil Surf Pro! Pretendo correr o Mundial, mas à medida que o ano for passando, meu foco vai se ajustando (risos)! Espero que eu possa mostrar ainda mais meu potencial. Quero evoluir meu surf e ficar mais sagaz nas competições.

Bino Lopes é o Rei do Nordeste. Foto: Clemente Coutinho.


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Sessão naftalina

Em final 100% WCT, Armando Daltro garante o vice. Foto: Fabriciano Jr.

Por Fabrício Fernandes Andava em meio à área de atletas, admirado com tudo que estava vendo, quando subitamente encontrei o baiano Guiga Mattos (grande nome dos anos 80), que me perguntou como eu conseguiria colocar a magnititude daquele evento no papel. Na hora realmente não soube responder. Há 23 anos, na mesma praia, o empresário Rafael Levy trouxe para a Bahia o histórico Fico Surf Festival, campeonato que encheu os olhos dos baianos por três anos consecutivos, e eu, um garoto, de 16 anos, assistia a tudo sem piscar. Hoje, duas décadas depois, os mesmos surfistas daquela época voltaram a ser as estrelas do show, graças à iniciativa da Confederação Brasileira de Surf, que, nas palavras do seu presidente, definiu muito bem o clima do evento: um campeonato para amigos. O mínimo que poderá se esperar dessa bateria era ser espetacular, e foi! Jojó, com O que podíamos ver era um clima de descontração, pessoas tirando sarro umas sua linha polida, fazia um bonito base lip. Spirro usava sua batida de back a forte rasgada das outras e sorrisos por toda a parte. de front como poderosas armas. Eu, em meio a todos aqueles nomes que fizeram do surf o esporte que é hoje, Mandinho mostrou que não perdeu a sua tática de competição e, sempre frio, escolhia me sentia como o garoto de 23 anos atrás, deslumbrado e sem querer perder um moas ondas certas, manobrando no crítico e com muita velocidade. A forma de competir de mento sequer. Os bastidores, as conversas, as velhas rivalidades que vinham à tona Mandinho me lembra muito o bicampeão mundial Damien Hardman, o Iceman! e, principalmente, o surf apresentado por todos eles, que pareciam garotos dentro e Vitinho mostrou na água por que é chafora dágua. mado de pequeno gigante e, com um surf muiMuitos provavam que manter a forma física é apenas DENTRO D´ÁGUA, O SHOW FOI GARANTIDO. to forte, honra o status de ter sido o melhor questão de força de vontade. Caras como Mandinho, Ribas, brasileiro de todos os tempos no WT. Terceiro Noronha e Tatuí estavam enxutos. E o que dizer de Ricardo SÓ PARA SE TER UMA IDEIA, ALI TINHAM colocado! Bocão, aos 56 e físico de garoto? DOIS TÍTULOS MUNDIAIS WQS - MANDINHO Deu Vitinho em primeiro, Mandinho em Dentro d´água, o show foi garantido. Só para se ter E RIBAS. segundo, Spirro em terceiro e Jojó em quarto. uma ideia, ali tinham dois títulos mundiais WQS - Mandinho E, lembrando da velha rivalidade, Mandinho e Ribas. Em relação a títulos brasileiros, tinha uma enxurdeve ter ficado muito feliz, pensando “Pelo merada. Jojó de Olivença (2), Joca Júnior (1), Tita Tavares (4), nos fiquei na frente de Spirro” (risos)! Ricardo Toledo (2) e Victor Ribas (1). Antes das finais ainda tiveram fotos históricas com todos os atletas e organizadores, Além de nomes como meu amigo Sérgio Noronha, que, na volta do circuito mune eu tive a honra de fazer comentários estando lado a lado na cabine com Ricardo Bocão. dial ao Brasil, no Hang Loose de 86, varou toda a triagem (na época uma verdadeira Quer saber? Antigamente achava que o evento mais alucinante que já tinha participamaratona de baterias) chegando em quinto no evento principal; Ricardo Tatuí, que, como do era o Barradoor (Kaiser Summer Surf), no Rio de Janeiro, com o tubaço de Kelly, mas alternate do WCT, ganhou uma etapa na França, inclusive derrotando Slater; além de depois desse nem sei mais. Só tenho a agradecer a todos da CBS, por essa, como disse Christiano Spirro, o lendário Carlos Moraes e o big rider baiano Maurício Abubakir. Beto Cavallero, “sessão naftalina” (risos)! O surf era mesmo bonito de se ver. Mandinho sempre fluido, Spirro pegava uma onda atrás da outra, Jojó com uma linha impecável. Tatuí surfava muito solto, fazendo seResultados do Billabong Brasileiro de Surf Masters 2010 quências de manobras, Sérgio Noronha, que veio graças à pilha que coloquei, batia reto e mandava a mesma rasgada de frontside com força que fez a sua fama nos anos 80. Master Carlinha Circenes, bióloga e surfista baiana, teve a oportunidade de correr uma 1 Victor Ribas (RJ) bateria com “Shorty”. A famosa cearense Tita Tavares que mostrou que ainda tem surf 2 Armando Daltro (BA) de WT. Carlinha ainda contribuiu com importantes 900 pontos no somatório a favor da 3 Christiano Spirro (BA) equipe baiana. Só fiquei sentido porque não tiveram mais meninas. 4 Jojó de Olivença (BA) As finais foram realmente um show à parte. Na Kahuna, David Husadel, com um surf redondo, abocanhou o ouro. Cardoso Júnior ficou em segundo, Beto Cavallero, Grand Master ex-top da Abrasp e ex- juiz da ASP, ficou em terceiro e Sérgio Pena em quarto. 1 Ricardo Toledo (SP) Na Grand Master, Ricardo Toledo, Júnior Maciel, Ricardo Tatuí e Sérgio Noronha 2 Júnior Maciel (SC) reviveram velhas rivalidades dos anos 80, finalizando em primeiro, segundo, terceiro e 3 Ricardo Tatuí (RJ) quarto, respectivamente. 4 Sérgio Noronha (RJ) Na Grand Kahuna tinha Ricardo Bocão, Jorge Bittencourt, Roberto Andrade e Maurício Abubakir. Kahuna Ricardo Bocão dispensa qualquer tipo de comentário. Pioneiro no Hawaii, visio1 David Husadel (SC) nário do esporte do brasileiro, desbravador de ondas em todo o litoral brasileiro, Peru 2 Cardoso Júnior (CE) e no arquipélago dos Hui, ficou em primeiro. 3 Beto Cavallero (RJ) Um fato curioso foi ver Victor Ribas passando instruções a Bocão antes de ele 4 Sérgio Penna (RJ) cair na água. Até brinquei com Bocão que os papéis haviam se invertido. Em segundo ficou orge Bittencourt, em terceiro Renato Andrade e em quarto o rei Grand Kahuna do cascudo Havaizinho do Farol de Itapuã, Maurício Abubakir. 1 Ricardo Bocão (RJ) A cereja no topo do bolo como sempre ficou para o final, e a bateria Master foi 2 Jorge Bittencourt (BA) vista por um bom público. Na final, quatro atletas que participaram por muitos anos da 3 Roberto Andrade (SP) elite mundial, o antigo WCT, e juntos tinham dois títulos mundiais, três brasileiros e já 4 Maurício Abubakir (BA) haviam derrotado nomes como Kelly Slater, Andy Irons, Shane Dorian e Taj Burrow.



Evolução em Itacaré Um belo trabalho desenvolvido por Cristovão Santos, o “Thor”, pode gerar bons frutos para o surf itacareense. Com uma iniciativa louvável, Thor busca a inclusão social de crianças em situação de risco. A missão do ilheense residente em Itacaré é tirar a nova geração do perigo decorrente do ócio. “Estamos monitorando o comportamento dos atletas participantes tanto em sala de aula (é obrigatório que todos cursem regularmente a escola), nas ruas e junto à família”, comenta Thor. O projeto “Itacaré Surf Social” inclui aulas práticas e teóricas de surf, técnicas de competição, natação, corrida e ciclismo. A partir de 2011, a ideia é levar a garotada para diversos eventos dos circuitos estaduais e regionais. “Queremos treinar a pequena equipe para esses eventos, mas o foco do projeto é a socialização desses meninos, criando responsabilidades com escolas, família e nós, treinadores”, revela Thor. O Itacaré Surf Social já tem o apoio da Thor Surf Point, academia Gym, escola de inglês NO_BS, Itacaré.com, Vira Canoa, Ecoporan, Vila do Dengo e Miramorô Resort. O projeto terá ainda uma médica para dar suporte aos jovens surfistas. A faixa etária do grupo é de 8 a 14 anos. “É importante que eles tenham presença na escola e bom comportamento dentro e fora da instituição de ensino. Estamos trabalhando para que sejam focados no esporte e nos estudos”, continua o treinador. Davi Silva é um dos destaques do projeto. Foto: Fabriciano Jr.

Galini quebra jejum Desde a criação do novo formato do circuito brasileiro de surf profissional, em 2000, nenhum baiano havia conquistado uma vitória na divisão de elite do surf brasileiro. Porém, o ilheense Bruno Galini, 24 anos, tratou de acabar com esse jejum ao vencer de forma brilhante a quarta etapa do Brasil Surf Pro, no último dia 7 de novembro, na praia da Joaquina, Florianópolis (SC). Em ondas de meio metro, Galini derrubou todos os atletas que enfrentou, incluindo o atual campeão brasileiro Messias Félix e o líder da temporada Jean da Silva. Além de passar por Jean na semifinal, o baiano frustrou a torcida catarinense ao superar outro local, Diego Rosa, na decisão da etapa. O dia era mesmo de Bruno Galini. O surfista de Ilhéus embolsou R$ 25 mil pela vitória e finalizou a prova como autor das maiores pontuações de todo o campeonato – maior nota (9.50) e melhor somatório (16.50 pontos). Resultado da quarta etapa do Brasil Surf Pro 2010 1 Bruno Galini (BA) 2 Diego Rosa (SC) 3 Heitor Pereira (SP) 3 Jean da Silva (SC) Bruno Galini levanta a taça e o cheque no valor de R$ 25 mil na Joaquina (SC). Foto: Fábio Minduim.




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O nome Luis Fernando Santana Alves certamente passaria batido para muitos que frequentam a paradisíaca Praia do Forte, no litoral norte da Bahia. Porém, o apelido “Lamarão” logo chama a atenção de todos que costumam surfar nos fundos de pedra da PF. Aos 17 anos, o carismático atleta vem obtendo bons resultados nos eventos estaduais e desponta como um dos principais representantes do Forte. Fã de Dane Reynolds e Bino Lopes, ele tem como sonho conhecer a Indonésia. Nome: Luis Fernando Santana Alves Idade: 17 Patrocínio e/ou apoio: Freesurf e Pranchas Aliança Motivo de orgulho: Minha mãe e meu pai Por quê? Sempre me deram incentivo Apelido: Lamarão Melhor campeonato que já participou: Billabong Brasileiro Amador em Jaguaribe Melhor viagem: Ilhéus (BA) Uma praia: Catinguiba, na Praia do Forte Uma manobra: Aéreo reverse Filme de surf: The Junior Diaries Ídolos no esporte: Dane Reynolds e Bino Lopes Viagem dos sonhos: Indonésia


Tampa mira retorno Por Ader Oliveira Rio de Janeiro (RJ), 16 de outubro de 2010. O WQS está pegando fogo na Barra da Tijuca, quando um baiano me chama a atenção na área dos atletas. Acompanhado pela esposa Loraine e o filho Pedro, Flávio Costa parece animado, mas no fundo ele esconde uma decepção. Foram oito anos representando a Bahia na elite do surf brasileiro, ou melhor, honrando a bandeira baiana. Depois de Jojó de Olivença (campeão e 1988 e 1992) e Christiano Spirro (vice em 1998), Flávio Costa foi o baiano que obteve o melhor resultado no ranking final do circuito brasileiro, terminando em terceiro lugar no ano de 2005. Apesar de proporcionar tantas alegrias ao surf baiano, o surfista nascido em Ilhéus está sem patrocínio e teve de ficar assistindo aos colegas de trabalho no WQS na Barra. Fora da elite brasileira desde dezembro de 2009, ele vem dando aulas de surf para sustentar a família. Competir, só se for em eventos estaduais, pois o custo de uma prova internacional como o WQS é muito alto.

Este ano, ele participou apenas das etapas do circuito estadual do Rio e de uma prova da divisão de acesso brasileira em Saquarema (RJ). Mesmo sem poder viajar para outros estados, ele mostrou que ainda está em forma e faturou uma etapa do Estadual Pro em Barra do Furado. O curriculo do atleta é recheado de resultados expressivos. Além de ser o terceiro melhor do Brasil em 2005, ele disputou uma final do SuperSurf em 2003, em Ubatuba (SP), perdendo na final para Leonardo Neves. Faturou etapas do circuito paulista profissional, subiu ao pódio em etapas do WQS e do circuito brasileiro. Em 2005, seu melhor ano na elite, ele conseguiu uma vaga na etapa do World Tour em Imbituba (SC) e não decepcionou o público. Com uma atuação impecável na segunda fase, ele deu uma verdadeira “escovada” no australiano Daniel Wills, que ficou precisando de uma combinação de notas para vencer o baiano. O placar final foi de 17.27 a 9.30 pontos. Em seguida, Flávio perdeu para o aussie Phillip MacDonald numa bateria com poucas ondas. Flávio Costa abre o arco com seu poderoso backside. Foto: Manoel Campos.

Tampa rasga forte durante free surf no Rio de Janeiro. Foto: Manoel Campos.


Foto: Álvaro Freitas.

Saudoso, ele diz que sente muita falta das competições. “Hoje em dia vejo o circuito pela internet e fico meio depressivo, mas ao mesmo tempo eu tento não ficar muito agarrado a isso, porque senão eu vou sofrer. Procuro buscar outros caminhos, pegar onda sempre. Saudades a gente sente de tudo, né? Das viagens, dos amigos, dos momentos tensos de baterias... Uma hora eu volto”, diz Flávio, também conhecido como “Tampa” devido à baixa estatura. Residente no Rio de Janeiro desde 2001, o surfista ilheense quer uma nova chance para voltar a brilhar no cenário nacional. “Acho que o trabalho que eu fiz, todo mundo reconheceu, principalmente a galera da Bahia, e sou muito grato a isso. A única coisa que esperava mais é ter uma força por estar morando fora do estado e continuar representando a Bahia, mesmo residindo no Rio. Sou baiano, corro pela Bahia e gostaria muito que alguma marca da Bahia ou de outro lugar do Nordeste me desse uma oportunidade para mostrar o meu trabalho e continuar no circuito”, espera o atleta. Voltar a morar em sua terra natal ainda não está nos planos do atleta. “Até sinFlávio Costa no pódio do extinto SuperSurf. to vontade, mas sei que lá não tem muita Foto: Nilton Santos / Abrasp. onda se compararmos ao Rio, e também não tem as mesmas oportunidades de trabalho que encontramos aqui no Sudeste. Então, “Hoje em dia vejo o circuito pela internet e fico no momento, eu só penso em passar as férias, meio depressivo, mas ao mesmo tempo eu tento rever a família e os amigos. Sinto muitas sauda- não ficar muito agarrado a isso, porque senão des da galera e dos picos eu vou sofrer. Procuro buscar outros caminhos, de lá, como o Backdoor e o Havaizinho”, revela Flá- pegar onda sempre. Saudades a gente sente de vio Costa. tudo, né? Das viagens, dos amigos, dos momenNo momento, as aulas de surf ajudam o tos tensos de baterias... Uma hora eu volto” ilheense a bancar as despesas no Rio. “Como a quantidade de gente aqui querendo aprender a surfar é muito grande, estou dando aula de surf. A galera aqui gosta muito de surfar e paga bem. Pretendo também montar minha escola no futuro, aqui na Barra da Tijuca. Esse é o caminho, assim como Jojó de Olivença, Armando Daltro e outros profissionais que investem em escolas de surf”, acredita Tampa. Para finalizar a entrevista, ele manda uma mensagem aos amigos da Bahia. “Quero agradecer a todos que me acompanham, e mandar um abração, principalmente para a galera de Ilhéus, a galera da Boca do Rio (Salvador), Stella Maris, dos lugares onde sempre peguei onda. Estou muito feliz aqui no Rio de Janeiro e logo mais vou aparecer aí para fazer um surf com a galera”, promete o ex-top da elite brasileira. Foto: Álvaro Freitas.

Ficha técnica de Flávio Costa Data de nascimento 09/01/1979 Temporadas como profissional 10 Disputou 101 baterias na elite e venceu 53, um índice de 52,5% de vitórias Cinco temporadas como top 16 da Abrasp – 2003 (5º), 2004 (10º), 2005 (3º), 2006 (9º) e 2007 (7º)


Na noite do último dia 23 de novembro, o espaço Contemporâneo, no bairro do Morumbi, em São Paulo, recebeu cerca de 500 pessoas para celebrar o retorno da marca de surf Lightning Bolt no Brasil. Em clima bastante descontraído, a festa serviu como ponto de partida para a marca fincar os pés, de vez, em solo brasileiro. Jonatan Paskowitz, presidente da marca nos EUA, deu as boas-vindas a todos que compareceram. Durante todo o evento, ele foi conhecendo melhor os convidados, reforçando o espírito da marca. Rory Russel, lenda viva do surf, relembrou a revolução da “pranchinha” e grandes momentos do surf com os que estavam presentes. Diversas personalidades do surf nacional foram prestigiar o relançamento da marca no Brasil, como Picuruta Salazar, Renan Rocha, Danilo Costa, Taiu Bueno, Adalvo e Jânio Argolo, Ricardo Bocão, Pedro Muller, Romeu Andreatta, Carlos Mota, Carlos Sarli, José Roberto Annibal, Thyola, entre outros. “O Brasil é um mercado importantíssimo para a Lightning Bolt. Estamos muito felizes por sentir que consumidores, surfistas e varejistas valorizam a marca e nos dão motivação e apoio para realizar este projeto com sucesso”, disse Paskowitz. Por volta das 21:30 horas, Augusto Campos, diretor de marketing, e Carlos Maia, coordenador de operações da Lightning Bolt no Brasil, abriram um salão anexo ao local que acontecia o evento e convidaram todos a uma verdadeira viagem ao tempo. Como em uma galeria de arte, imagens históricas da marca, de grandes surfistas das décadas de 70 e 80, além de peças de roupas das coleções atuais e que foram vendidas no Brasil, estavam expostas para que todos pudessem relembrar suas experiências com a Lightning Bolt.

Augusto Campos, Mariana Yabe, Carlos Maia e Dina Dinis na festa de retorno da Lighting Bolt ao Brasil. Foto: Cauê Moreno.

Coleção Verão 2011 Nicoboco A coleção de verão masculina da Nicoboco trás tecidos exclusivos e diferenciados onde se destacam o reciclável, raports, mesclas e strechs. Muitas listras criativas, tipografia e desenho à mão é o que dá a cara à nova coleção. A linha apresenta uma gama completa de cores que vão desde as básicas as mais vibrantes, abrangendo todos os gostos e estilos. A modelagem foi dividida em casual e slim. As casuais para quem gosta de uma modelagem mais tradicional, para o dia a dia. E, a slim que se ajusta ao corpo inspirada no estilo retrô. A novidade para esta estação é o boardshort tecnologic, peça desenvolvida com elastano que proporciona conforto e um melhor desempenho na prática do esporte, além de secagem rápida. A coleção Feminina, inspirada na década de 60 e 70, trás como tema o retrô clube society. A coleção segue a tendência do tie-dye, utilizando de uma técnica simples de tingir tecidos e criar modelos específicos. O feminino ainda trás estampas artesanais, pintadas à mão, que dão identidade e personalidade única a cada peça.

Rory Russel e Thyola se divertem entre as pranchas Lighting Bolt. Foto: Cauê Moreno.

Nossa coleção de relançamento no Brasil será voltada à linha retrô da Lightning Bolt, famosa nas décadas de 70 e 80. Nossos boardshorts acima do joelho serão o cargo-chefe da coleção que estará disponível nas lojas parceiras Em entrevista exclusiva ao Portal SurfBahia, Carlos Maia revelou a importância do mercado baiano para o crescimento da marca. “Wilson Lobão, conceituado representante no mercado baiano, abraçou a Lightning Bolt e através dele iremos inserir nossa coleção diferenciada nas melhores surfshops da região”. “Nossa coleção de relançamento no Brasil será voltada à linha retrô da Lightning Bolt, famosa nas décadas de 70 e 80. Nossos boardshorts acima do joelho serão o cargo-chefe da coleção que estará disponível nas lojas parceiras”, revela Maia. Quando perguntando sobre a possível realização de campeonatos de surf da Lightning Bolt na próxima temporada, Carlos explica: “Inicialmente faremos um trabalho de inserção da Lightning Bolt no mercado. Depois do crescimento nas regiões que iremos trabalhar, traçaremos nosso plano de investimentos juntamente com nossos representantes locais”, finaliza.



Melhores do ano Fotos: Fabriciano Jr. Com a nova gestão da Federação Baiana de Surf, a temporada de eventos de nível amador em 2010 foi marcada pela qualidade das sete etapas realizadas ao longo do maior litoral do Brasil, além do excelente nível técnico apresentado pelos atletas. A temporada 2010 foi iniciada nas fmmortes ondas do Jardim de Alah, em Salvador, passou por Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, foi até o Sul do estado atrás das extensas e perfeitas direitas do Backdoor, em Olivença, voltou ao Norte da Bahia, na paradisíaca Praia do Forte, passou pelo Corsário, na capital baiana, voltou novamente a Olivença, desta vez na praia da Batuba, e definiu seus campeões na tradicional praia de Stella Maris, em Salvador. Não podemos deixar de agradecer à Coca-Cola, Faculdade de Tecnologia e Ciências, Trip Surf Soul, Jaguara e Mahalo, empresas que acreditaram no trabalho da nova gestão da FBSurf e proporcionaram uma temporada inesquecível para todos os envolvidos.

Ives Lopes sai carregado pelos familiares após a conquista do título em Stella Maris.

Lalo Giudice usou toda sua força para ficar com o título estadual universitário.

Alan Silva conquista seu primeiro título estadual na carreira.


Perfil dos campeões “Estou muito feliz por ter conquistado o título de campeão baiano 2010 invicto! Gostaria de agradecer a todos os meus patrocinadores que sempre acreditaram em mim”

“É a primeira vez que conquisto um título estadual e estou muito contente com este resultado. Só tenho a agradecer aos meus pais e familiares que sempre me incentivaram no esporte”

“Estou realizado por ter conseguido colocar a mão na taça com tantos atletas bons na temporada. Só tenho a agradecer a Cyclone, Black’s e todos que me incentivaram”

“Estou muito feliz pela conquista de mais um título estadual na minha carreira. Gostaria de agradecer a Cobra D’agua e a Dynamic Style”

“É a primeira vez que disputo um circuito na íntegra. Tive que abrir mão de muitas coisas para chegar ao topo do pódio, mas graças a Deus deu tudo certo e agora é só comemorar”

“Gostaria de agradecer a Deus por ter abertos tantas portas para mim no decorrer deste título. Agradeço também ao Patrick Coelho, Ricardo Alemão, Mandinho, Fabriciano Jr., Ricardo Luz (Necton) e ao Thor pelo belo trabalho que vem desenvolvendo em Itacaré”

“Estou muito feliz por subir ao topo do pódio novamente e conquistar o título de campeão baiano universitário 2010. Esta conquista é fruto de uma longa jornada de treinos que venho desenvolvendo desde que retornei da Austrália”

Infantil

Nome: Wallace Júnior Idade: 12 anos Natural de: Ilhéus Patrocinadores: Maremoto, Lanyllas, Scoot e Colégio Impacto Melhores resultados na temporada: Quatro vitórias

Iniciante

Nome: Ives Lopes Idade: 13 anos Natural de: Salvador Patrocinadores: Verti Construtora, Juarez Bispo e RV Melhores resultados na temporada: Uma vitória e três vice-campeonatos

Mirim

Nome: Ian Costa Idade: 16 anos Natural de: Salvador Patrocinador: Cyclone e apoio da Black’s Surf House Melhores resultados na temporada: Quatro vitórias

Júnior

Nome: Iago Silva Idade: 18 anos Natural de: Itacaré Patrocinadores: Cobra D’agua e Dynamic Style Melhores resultados na temporada: Uma vitória e três vice-campeonatos

Open

Nome: Alan Silva Idade: 25 anos Natural de: Salvador Patrocinadores: Forte Surf e Jaguara Surfboards Melhores resultados na temporada: Uma vitória, um vice, um terceiro e um quarto lugar

Open Feminino

Nome: Atauana Silva Idade: 17 anos Natural de: Itacaré Patrocinadores: Necton e Itacaré Surf Social Melhores resultados na temporada: Uma vitória, um vice e um terceiro lugar

Universitário Masculino

Nome: Lalo Giudice Idade: 28 anos Natural de: Lauro de Freitas Patrocinadores: Dynamic Style e Tiúba Melhores resultados na temporada: Duas vitórias e um quarto lugar


Foto: Davi Borges.

Brothers de verdade Por Ader Oliveira Vinícius Satyro e Renê Xavier têm muita coisa em comum. Os sobrenomes diferentes talvez escondam isso, mas a educação, a alegria contagiante da dupla e o talento nas ondas tornam explícita a ligação entre eles. Nascidos em Campinas, interior paulista, os irmãos Satyro, 22, e Renê, 21, arrepiam no surf e bodyboarding, respectivamente. Apesar de algumas tentativas no Guarujá e Santos, onde possui parentes, a dupla mergulhou no esporte quando foi morar em Salvador, em 1999. O acordo entre eles era de começar a praticar o bodyboarding, e em seguida mudar para o surf, quando estivessem preparados para lidar com um equipamento mais perigoso (em virtude das quilhas e bico). “Depois de um tempo já surfando de bodyboarding – e eu detonando mais do que ele (risos) -, resolvemos mudar para a pranchinha, mas Renê não se adaptou e voltou para a esponja (risos). Eu gostei muito de surfar de prancha e não quis mais parar”, conta Vinícius Satyro. No curriculo como atleta, Satyro possui o título da categoria Open no circuito da Igreja Batista de Vilas do Atlântico (IBVA) em 2009, bastante cobiçado pelos atletas soteropolitanos devido à ótima premiação (passagem para Fernando de Noronha). Em 2007, Satyro terminou o ano como vice-campeão estadual na Open. Já Renê evoluiu (e muito) no bodyboarding. Foi campeão brasileiro na Júnior em 2005 e na Amador em 2007 e conquistou muitos resultados expressivos no circuito mundial. Em 2008, ele descolou o terceiro lugar nas etapas de Ferrol e Sopelana (Espanha). No ano seguinte, foi terceiro colocado em Santa Catarina e quinto nas poderosas ondas de Arica, Chile. “Dá até vergonha dizer meus resultados ao lado do meu irmão”, brinca Vinícius Satyro.

Renê entocado em Puerto Escondido, Mexico Foto: Cory.


Em seu primeiro ano disputando o circuito, o bodyboarder cheirmão vai viajar, morro de vontade de ir junto. Em tão pouco gou a ocupar a sétima posição no ranking, mas abandonou o Tour tempo, ele já conhece tantos lugares! Mas sempre que posdevido à falta de patrocínio e deixou de brigar pelo título. “Eu perdi o so, estou nas competições por aqui. O que gosto mesmo é patrocínio principal justamente nessa época, por conta de uma crise de surfar com meus amigos, meu irmão e me divertir. que o nosso pais estava enfrentando. Mas, dava pra ter continuado, Como ressaltou Satyro, seu irmão Renê possui muitas sim. Eu tinha um dinheiro guardado, mas fiquei naquela de gastar, viagens no curriculo. “Conheci lugares inesquecíveis. A parpois o bodyboarding é um esporte amador ainda e você não tem esse tir do momento em que você sai da sua zona de conforto e retorno grandioso que todos nós sonhamos, então acabei desistindo”, vai conhecer lugares novos, entrando em contato com uma afirma Renê. “Foi uma pena muito cultura totalmente atípica grande eu não ter continuado. Estae tendo que se adaptar a Como pessoa, meu irmão é super tranquilo, isso, você acaba se torva entre os 7 melhores do mundo, um grande sonho estava se realizando e muito humilde e bastante estudioso, inclusive nando uma pessoa com a palavra chave que faltou foi arriscar, faz Medicina Veterinária na UFBA. Não tenho outra visão do mundo. o que eu não acabei fazendo. Bom, Um pais marcante foi a muito o que reclamar dele! apesar disso tudo, foi bom por um Costa Rica, não só pelas lado, porque eu me adiantei bastante ondas, mas também pela nos estudos e no fim deste ano estou me formando como técnico em multiculturalidade. Ao lado do Pacífico, há um povo totalEletromecânica. No ano de 2011 eu pretendo voltar às competições mente americanizado e um clima totalmente secoo, e do nacionais com muita vontade e uma certa maturidade que não tinha”, outro lado, o lado do Atlântico, há um povo que exalta muito revela o bodyboarder. a simbologia de Bob Marley e se predomina as cores verde, Já Satyro nunca se aventurou a disputar competições fora da amarelo e vermelho. O clima é super úmido. Outro lugar aluBahia. “Eu comecei a obter uns resultados legais justamente quando cinante foi o México. Puerto é uma máquina de onda, muito entrei na faculdade, então preferi me dedicar aos estudos até por uma bom! E um outro lugar que eu colocaria na lista também é pressão da minha mãe. Se tivesse alguma empresa que bancasse as Fernando de Noronha. Um lugar que nunca me deixou na minhas viagens, com certeza eu viajaria”, garante o surfista. “É um somão. Sempre peguei altas ondas lá”, diz Renê. nho para qualquer surfista viajar e competir por aí. Sempre que meu

Foto: Arquivo pessoal.

Satyro sobrevoa Busca Vida. Foto: Davi Borges.

Foto: Davi Borges.


Foto: Arquivo Pessoal Vinícius carrega o sobrenome da família da mãe, enquanto Renê leva o sobrenome do pai. Eles têm ainda uma irmã, Gabriela, de 24 anos. “Nome é igual ao do meu pai, só mudando o Filho no final. Eu não tenho Satyro em meu sobrenome. Chega a ser estranho mesmo. E tem gente que nem sabe que somos irmãos por conta disso. E eu acho que não ficaria legal Vinícius Xavier. Com Satyro fica um nome mais forte”, brinca Renê. Unidos e sempre sorridentes, os irmãos rasgam elogios um ao outro. “Renê é um cara sinistro! Tenho muito orgulho de tê-lo como irmão! Como atleta, posso dizer que é um cara completo. Pega bem de meio metrinho até condições cavalescas! Já o vi colocar cada tubo na praia de Armação que, se eu contar, ninguém acreditaria! Encho o saco para ele voltar a competir, mas, pensando direito, por um lado é ruim porque parou de conhecer novos lugares, mas por outro é bom porque ele volta a estudar. Mas queria mesmo que ele voltasse a competir! Como pessoa eu o admiro muito. Ele é um cara tranquilão, divertido e que me ensina muita coisa”, diz Satyro. Renê também não economiza belas palavras ao descrever o irmão mais velho. “Meu irmão é uma pessoa muito especial pra mim. Só de estar do lado dele, em qualquer lugar que seja, ele consegue me passar uma energia muito positiva. Torço demais por ele, a cada bateria, a cada resultado, dentro e fora d’água, eu vibro muito. Como atleta, ele vem evoluindo bastante, com uma regularidade muito boa, e na água sempre acaba se destacando com um surf forte e hiper inovador. Ah! E quando o mar tem tubo, ele sempre acaba pegando o melhor. Sabe entubar muito bem para os dois lados. Como pessoa, meu irmão é super tranquilo, muito humilde e bastante estudioso, inclusive faz Medicina Veterinária na UFBA. Não tenho muito o que reclamar dele!”, finaliza Renê Xavier. Foto: Davi Borges.



Iago dispara no Norte Por Victor Kruschewsky Terminou no dia 28 de novembro, a quarta etapa do Circuito Bivolt de Surf e Bodyboarding, no pico do Cabeça, praia do Norte, em Ilhéus, Sul da Bahia. Em ondas de meio e boa formação, os melhores atletas da Bahia marcaram presença na prova, que reuniu mais de 110 inscritos vindos de Itacaré, Ilhéus, Itabuna, Morro de São Paulo, Valença e Canavieiras. Na categoria Open, o grande campeão foi o itacareense Iago Silva, que mostrou um repertório moderno durante toda a competição, invertendo tudo nas rasgadas e batidas, sempre com boas cavadas e escolha de ondas. Iago deu um passo importante e se distanciou no ranking 2010, colocando a mão na taça e partindo com tudo para a etapa decisiva. Em segundo ficou o local de Valença, Demi Brasil, outro grande talento da Bahia que está surfando muito bem e sempre marca presença nos pódios. Os ilheenses Igor Oliveira e Flávio Galini surfaram muito bem durante todo o evento, mas não acharam boas ondas na final, ficando em terceiro e quarto, respectivamente. Na Mirim, brilhou a estrela do ilheense Herbert Vieira, que decolou de aéreo para levantar o público presente. Herbert impressiona pela rápida evolução, tendo uma leitura de onda muito boa e ataques precisos na parte crítica da onda. Ele só precisa de um patrocínio para poder competir mais e mais. Em segundo lugar ficou Guiomar Magalhães, atleta de Morro de São Paulo que disputou o título palmo a palmo com o campeão. O itacareense Davi Silva, que já conquistou o título por antecipação dessa categoria, ficou em terceiro e o ilheense Gustavo Aragão finalizou em quarto. Lucas Gabriel mostrou muito surf para vencer na categoria Iniciante. Esse jovem talento não tem medo de arriscar e fazer curvas fluidas. Lucas é outro que sofre com a falta de patrocínio.

Em segundo ficou o local de Morro de São Paulo, Silas Menezes, deixando Wallace Júnior, que conquistou o título por antecipação na categoria, com certa tranquilidade. O itacareense Cristiano Martins terminou a prova em quarto. Na Open feminino, a canavieirense Geovana Pires levou mais uma com boas batidas e rasgadas, se mantendo na liderança do tour 2010. Talento da novíssima geração, Geovana promete muito, já que sua evolução é notada a cada etapa. A talentosa Atauana Silva, de Itacaré, vem seguindo de perto a líder do tour 2010 e mostrou rasgadas e cutbacks com muita noção, ficando em segundo lugar na prova. A ilheense Janine Santos finalizou em terceiro e a local de Morro de São Paulo, Jasmin Lanker, obteve o quarto lugar. Na Open Bodyboarding, brilhou o talento de Neto Pitbull, atleta que vive uma grande fase em sua carreira. Neto decolou com um ARS bem solto e assumiu a ponta do ranking 2010, podendo realizar o sonho de conhecer as ondas do Peru. Maelson Araújo foi a revelação da etapa e terminou em segundo, deixando Bruno Alexandre em terceiro e Shaymon Brito em quarto. Com a derrota do até então líder Maelson Araújo na semifinal, o vice-líder Mateus Silva assumiu a liderança depois de passar para final com uma nota 8.00 em um belo ARS na pressão. Na final, Edson Santos escolheu as melhores ondas e soube aproveitá-las até a beira, sendo o grande campeão da etapa. Mateus Silva finalizou em segundo, deixando Maxwell Lisboa em terceiro e João Marcos em quarto. A quinta e última etapa do Circuito Bivolt será dias 18 e 19 de dezembro, na praia do Sul, em Ilhéus. Já no dia 27 de dezembro rola a festa de premiação dos melhores do ano.

O Circuito Bivolt de Surf 2010 é apresentado pela Backdoor surf Shop, Manchette Surf Shop e Stanley surfwear. O patrocínio é da Bivolt Energy Drink e Pro Recarga Sinalização. O apoio fica por conta Genesis Bodyboards, Refibra, MGM operadora Turística, Ferrari Vidros e pranchas Maurício Weyll. A divulgação é ficou por conta do Waves, Ripstar, SurfBahia, Surf Bahia Mag, Itacare.com, Itacarenaonda. com, Restaurante Mistura Fina, Itacaré FM, Jornal A Tribuna, Bahia Online e TV Santa Cruz. A realização foi da Associação Sulbaiana de Surf, portal Rip Star idéias com o apoio da Associação Ilheense de surf, Associação Olivença de Surf, Associação de Surf de Itacaré e Associação Ilheense de Bodyboarding.

Re sulta dos Open

1 Iago Silva (Itacaré) 2 Demi Brasil (Valença) 3 Igor Oliveira (Ilhéus) 4 Flávio Galini (Ilhéus)

Mirim

1 Herbert Vieira (Ilhéus) 2 Guiomar Magalhães (Ilhéus) 3 Davi Silva (Itacaré) 4 Gustavo Aragão (Ilhéus)

Iniciante

1 Lucas Gabriel (Ilhéus) 2 Silas Menezes (Morro de São Paulo) 3 Wallace Júnior (Ilhéus) 4 Cristiano Martins (Itacaré)

Feminino

1 Geovana Pires (Canavieras) 2 Atauana Silva (Itacaré) 3 Janine Santos (Ilhéus) 4 Jasmin Lanker (Morro de São Paulo)

Bodyboarding Iniciante 1 Edson Santos 2 Matheus Silva 3 Maxwell Lisboa 4 João Marcos

Open Bodyboarding Iago Silva vence categoria Open. Foto: Fabriciano Jr.

1 Neto Pitbull 2 Maelson Araujo 3 Bruno Alexandre 4 Shaymon Brito





Guia do iniciante Fotos: Diego Freire

G

lossário do surf

Backside - Quando o surfista desce de costas para a parede da onda Bancada - Fundo da praia onde quebram as ondas. Existem bancadas de coral, pedra e areia. Base - Maneira com o surfista se posiciona na prancha Drop - Descer uma onda Flat - Mar liso, sem ondas Frontside - Quando o surfista desce de frente para a parede da onda Haole - iniciante no surf Inside - Zona de arrebentação mais próxima à praia Marola - Ondas pequenas Outside - Zona de arrebentação mais distante da praia Pé - Medida utilizada no surf para medir pranchas e ondas. (1 pé equivale a 33,33 cm) Swell - Ondulação Vaca - Tomar uma queda da prancha Vento terral - Quando o vento sopra no sentido terra-mar (melhora as condições do mar) Vento maral - Quando o vento sopra no sentido mar-terra (estraga as condições do mar) Pico - Local onde as ondas quebram de forma mais definida

Com o maior litoral do país, a Bahia é um estado privilegiado para a prática deste esporte maravilhoso que é o surf. O clima agradável o ano inteiro é um belo convite para quem pretende ingressar no esporte. Com a chegada do verão e as férias escolares, as escolinhas de surf ficam lotadas de alunos. Se você deseja iniciar sua trajetória no esporte neste verão, fique atento às dicas do SurfBahia Mag e se divirta!


Onde aprender na Bahia Salvador Jaguaribe

A melhor praia para aprender a surfar na capital baiana. Com fundo de areia, suas ondas proporcionam sempre um bom espaço para os iniciantes aprenderem a controlar suas pranchas. É a praia que possui mais escolinhas de surf na região. Tamanho - 0,5 a 1 m

Corsário

Aconselhada para aprender a surfar, mas é bom ficar atento onde irá surfar, pois seu fundo é mesclado com pedras e areia. Informe-se antes de entrar na água se aquele local é apropriado para a prática do esporte. Tamanho - 0,5 a 1 m

Aleluia

Possui uma grande bancada de areia que no verão possibilita a prática do esporte sem dificuldades. A força das ondas é superior às ondulações de Jaguaribe e Corsário. É bom estar com o preparo físico em dia. Tamanho - 0,5 a 1,5 m

Lauro de Freitas Ipitanga

Parecida com as ondas da praia de Aleluia e possui o fundo dividido entre pedras e areia. Nos dias de mar flat, Ipitanga se torna uma boa opção para os amantes do esporte. Tamanho - 0,5 a 1,5 m

Vilas do Atlântico

Exige um pouco de atenção para a prática do esporte. Seu litoral possui uma bancada de pedra por toda sua extensão. A melhor opção para aprender é na maré cheia, quando as pedras ficam encobertas pela água. Tamanho - 0,5 a 1,5 m

Litoral Norte Itacimirim

Protegida dos fortes ventos que atingem o litoral norte baiano em determinadas épocas do ano, a praia do Curral, em Itacimirim, é a melhor opção para aprender a surfar no extenso litoral norte do estado. Suas ondas pequenas e a fraca arrebentação são pratos cheios para os iniciantes. Tamanho – 0,5 m

Guarajuba

A praia do Surf, em Guarajuba, traz as mesmas características da praia do Curral, em Itacimirim, só que suas ondas possuem mais força e exigem um pouco mais de preparo físico do surfista. Tamanho – 0,5 a 1 m

Ilhéus Avenida

A praia mais tranquila da cidade. A facilidade para entrar no mar e o tamanho das ondas

são ideais para o aprendizado do esporte. Na maré seca, fique atento à profundidade do local. Tamanho - 0,5 a 1 m

Praia do Sul

Com visual paradisíaco, a praia do Sul – também conhecida como praia dos Milionários – possui um extenso litoral e é uma ótima opção para os iniciantes. Suas ondas são longas e cheias, mas é bom ficar ligado na correnteza, já que a praia é cheia de buracos. Tamanho – 0,5 a 1 m

Batuba

A pequena e belíssima praia da Batuba fica situada em Olivença, estância hidromineral localizada 18 quilômetros ao Sul de Ilhéus. Oferece condições semelhantes às da praia do Sul. Tamanho – 0,5 a 1 m

Itacaré Engenhoca

Uma das praias mais lindas do Sul da Bahia. Depois de caminhar por uma trilha durante uns 20 minutos, você curte uma praia repleta de piscinas naturais, coqueirais e morros cobertos por Mata Atlântica. Suas ondas são longas e divertidas. É o principal point dos iniciantes em Itacaré. Tamanho – 0,5 a 1 m


Toques para alongar

Todo mundo já sabe que bom alongamento e boa flexibilidade são elementos altamente importantes para qualquer esporte. No surf, a flexibilidade e alongamento são tão importantes que podem afetar, tanto negativamente, como positivamente a técnica, sem considerar a segurança, ou seja, a possibilidade ou não de uma lesão por estiramento ou contratura, além de lesões na cápsula articular. Alongamento é a capacidade dos músculos se estenderem na realização de um determinado movimento em qualquer atividade física. Pensando em esportes como o surf que exige movimentos dinâmicos, os grupos musculares trabalham de forma rápida e constante. Durante a realização dos exercícios, um bom alongamento é percebido na realização das contrações excêntricas, onde as fibras se “esticam” ao máximo ou quase máximo. A flexibilidade do corpo é relacionada ao grau de amplitude das articulações dentro de seus limites morfológicos e anatômicos. Alongamento e flexibilidade juntos, proporcionam movimentos mais amplos, eficiência mecânica, fazendo com que o surfista tenha um desperdício menor de energia na execução de manobras, remada, mudanças de direção e outros movimentos realizados durante a prática do surf. Toques para alongar: Respiração - A respiração no alongamento feita de forma lenta e profunda proporciona maior relaxamento durante a execução do movimento. Mobilidade - Um bom alongamento não precisa de trancos, ou aquele vai e vem, isso foge os princípios básicos dos exercícios. Freqüência de alongamentos - A maioria das pessoas acha que o alongamento é realizado apenas nos pré e pós-exercício, no entanto, a realização dos alongamentos são importantes todos os dias. Desta forma, o corpo está cada vez mais apto a realizar movimentos amplos e com menos risco de estiramentos. Limite no alongamento - Esse limite é dado pelo próprio surfista que está se alongando, durante o alongamento cada pessoa estica seus membros e músculos até os seus próprios limites. Alongar braços, costa, pescoço, pernas e os peitorais fará o surfista remar com mais precisão, eficiência e menos estresse, principalmente nas praias de arrebentações longas. Trabalhar as articulações do ombro, cotovelos (cúbitos), punhos, joelhos, tornozelos e quadril, além das outras capacidades físicas, que fornecerão a energia para que o movimento seja eficiente, formarão o conjunto de mobilidade do corpo, proporcionando ao surfista evolução técnica de qualidade. Fonte: Christian Dequeker - apneasports@ig.com.br / EspiritoSurf.com.br



Temporada Havaiana

Molecada posa para foto com o ídolo Tom Carroll. Foto: Iaponã.

A tão esperada temporada havaiana já começou em alta rotatividade. Tubos e manobras inovadoras formam o cenário do dia-a-dia no North Shore da ilha de Oahu. Para aquecer os motores, o SurfBahia Mag preparou uma galeria com imagens alucinantes dos fotógrafos Iaponã e Francisco Chagas. Confira cobertura completa em nossa próxima edição!

Messias Félix acerta o ponteiro em Rock Point. Foto: Photochagas.com


Raimundo Pena ĂŠ observado de perto em Rock Point. Foto: Photochagas.com

Dunga Neto cava com precisĂŁo em Rock Point. Foto: Photochagas.com


Dennis Tihara sobrevoa os ares havaianos. Foto: Iaponã.

Cerimônia de abertura do tradicional Eddie Aikau. Foto: Iaponã.


Fabinho Gouveia mostra como se faz, Rock Point. Foto: Iaponã.

Rudá Carvalho acerta o lip de Rock Point em sua primeira temporada havaiana. Foto: Iaponã.


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Christiano Spirro faz o arco na cidade maravilhosa. Foto: Diego Freire.

Bruno Matheus extrapola no quintal de casa, Arembepe. Foto: Fabriciano Jr.


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Diego Rosa encaixa sua prancha na praia de Ubatuba, SĂŁo Paulo. Foto: Diego Freire.

AndrĂŠ Feio exibe suas estrelas na praia de Jaguaribe, Salvador. Foto: Diego Freire.


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Wilson Nora em harmonia com a perfeição de Teahupoo, Tahiti. Foto: Bidu / Bidudigital.com.br


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Na edição de 1 ano de aniversário do Jornal, o SurfBahia inverteu os papéis e resolveu presentear nossos leitores com o belo ensaio da jovem brasiliense Rafaella Cavalcante. Residente na paradisíaca cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, esta beldade de apenas 19 aninhos curte ir à praia com os amigos, dançar e tem como projeto de vida cursar a faculdade de Medicina. Com 1,73 cm de altura, Rafaella tem seus olhos como parte preferida do seu corpo, pratica Dança do Ventre e tem vontade de conhecer o Marrocos.

Perfil: Nome: Rafaella Cavalcante Idade: 19 anos Natural de: Brasília Cidade onde mora: Vila Velha (ES) Signo: Capricórnio Altura: 173 cm Peso: 60 kg Busto: 90 cm Quadril: 106 cm Cintura: 72 cm Olhos: Verdes Comida preferida: Japonesa Hobby: Dançar Fé: em Deus, meu alicerce Parte do corpo que mais gosta: Olhos Atividade física: Dança do Ventre Viagem dos sonhos: Marrocos Praia favorita: Setiba (ES) Projeto de vida: Cursar faculdade de Medicina Ensaio: Celso Pereira Jr.


Ga

ta


Cruzadas 10 1 - Nome dado quando muita gente está surfando numa mesma área.

1

2 - Local considerado o Hawaii baiano.

9

12

5

3 - Nome dado ao fabricante de pranchas. 4 - Surfista baiano campeão mundial do WQS em 2000.

6 - Momento em que o surfista passa por dentro da onda.

6

4

5 - Produto para passar na prancha para melhorar a fixação dos pés.

7

7 - Viagem de surf entre amigos. 8 - Prancha utilizada para praticar o surf deitado. 9 - Acessório que prende a prancha ao pé do surfista.

3

2

10 - Nome do surfista 10 vezes campeão mundial. 11 - Onda surfada no rio. 12 - Local onde é realizado o campeonato Pipeline Masters

Solução

O que você tem a dizer sobre o veículo SurfBahia?

Internautas parabenizam o SurfBahia por mais 1 ano de existência.

@DanielOliveira Obrigado pelo o que vocês fazem pelo surf baiano, por nós atletas e que no ano de 2011 seja melhor ainda!

Victor Kruschewsky “Parabéns SurfBahia! Sucesso e muitos anos de vida galera! Deus abençoe vocês e abra o caminho cada vez mais! Exemplo de profissionalismo, velocidade e agilidade!! Obrigado por sempre nos apoiar aqui no sul da Bahia”. Ronaldo Nóbrega “Vida longa, parabéns SurfBahia! Uhuuuu!!” Aleko Stergiou “Parabéns a galera do SurfBahia muito sucesso sempre” Jairton Inácio “Parabéns SurfBahia! Muito Sucesso no Brasil e no Mundoooo!!!!”

@TadeuSurf O melhor veículo especializado do país disparado... Viva nossa Bahia. @Danilao É o Jornal mais surf da Bahia... @MillaLima Perfeito...Perfeito...Perfeito... Perfeito...Perfeito...

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www.surfbahia.com.br

Quem se esforça, chega lá! Por Alexandre Piza Quem tem cerca de 30 anos ou mais, inspirou-se no surf lendo revistas ou assistindo seus ídolos quebrando as ondas ao vivo e a cores em viagens ou mesmo no seu pico do dia-a-dia. Nas décadas de 80 e 90 era assim, não tínhamos a velocidade da internet e a TV pouco trazia de surf aos nossos olhos. Nos tempos do vídeocassete, os filmes estavam nas mãos de poucos - eram caros e difíceis de encontrar. Um oásis no deserto chamava-se Realce, um programa criado e apresentado pela dupla genial Ricardo Bocão e Antônio Ricardo. Com duração de aproximadamente uma hora e meia, o programa semanal mostrava o que de melhor acontecia nos esportes de ação daquela época. Nitidamente amador, se comparado aos padrões televisivos de hoje, nem nos dávamos conta desse pequeno detalhe. O que importava mesmo era estar atualizado no mundo do qual fazíamos parte e viajar com o conteúdo irado que nos era apresentado. A atualização era outro ponto a ser relembrado, pois o atraso com que as imagens e as informações chegavam era muito grande. Mas, quem se importava com isso? O som de vanguarda, as entrevistas sem cortes, os replays esquisitos, a câmera lenta mágica, os cenários paradisíacos, masters de hoje ainda mirins, biquínis asa-delta e o sotaque carioca bem carregado foram só algumas pitadas do que de mais excelente esses caras nos trouxeram naquela época. Minha trajetória como colunista e surfista ficou marcada e muito influenciada pela magia do Realce e pela sabedoria de seus criadores, o que fez com que a dupla fosse eleita em meu hall da fama como ídolos do esporte e da cultura. Quando elegemos nossos ídolos, a curiosidade de conhecê-los pessoalmente é enorme. Já conheci e conversei com vários dos meus eleitos, mas uma grata surpresa aconteceu durante a realização do Campeonato Brasileiro Master em Stella Maris, no finalzinho de dezembro. Para quem escreve sobre surf como eu, poder conversar sobre tudo que envolve nosso esporte por mais de uma hora com Ricardo Bocão, é realmente um privilégio enorme. Poder resgatar as histórias do Realce, passando pelas colunas da revista Fluir, circuito mundial, até chegarmos ao canal Woohoo (que completa a marca de 1 milhão de assinantes), é no mínimo a chance de organizar uma teoria da evolução do esporte e, principalmente, entender como ele e Antônio Ricardo conseguiram ser destaque nesse universo tão sinuoso que é o surf. A coluna que assino no Surf Bahia Mag se chama Fala Piza e não está na última página por acaso. Não que quisemos imitar o Fala Bocão, da revista Fluir, mas é um espaço para dar “aquele” recado, “aquela” puxada de orelha e fazer com que VOCÊ reflita sobre pontos

importantes de nosso esporte. Coisas que nosso amigo Ricardo Bocão sabe fazer muito bem. Eis que sentei com João Carlos (um dos criadores do SurfBahia) e ele começou e relembrar dos tempos de lançamento do site, das dificuldades para captação de recursos, da iniciativa de lançar o SurfBahia Mag e de mais dificuldades que surgiram pelo caminho. Foi então que me liguei de que estávamos falando justamente a mesmíssima coisa que Ricardo Bocão falou comigo para contar uma história de mais de 30 anos. Para nós aqui na Bahia, Ader Oliveira e João Carlos são os caras que utilizam talento, persistência e muita inteligência para nos trazer para cada vez mais perto dessa magia do surf e daquilo que gostamos de ler e ver sobre nosso universo. Claro que os meios são outros e algumas coisas mudaram bastante de lá pra cá, mas a essência é a mesma: o amor pelo que faz. Óbvio que ninguém é bobo e estamos falando de trabalho, lucro e estabilidade financeira, porém, para fazer isso tudo com as adversidades que esses caras têm encontrado, muitos já teriam desistido na primeira semana. Hoje em dia, não existe aqui na Bahia, alguém tão internacional como Ader Oliveira e tão presente na fonte de informação com qualidade e realismo. Amigos dos atletas, envolvidaço com desde o tiozinho que limpa o palanque até o big boss das gigantes da surfwear, o “Adernalina” não contentou-se em ser editor do maior veículo de comunicação especializada em surf, que é o Waves, e resolveu transbordar seu know-how em seu próprio canal de comunicação. Sorte nossa! João Carlos é um pilhado! Ex-atleta que também conhece tudo e mais um pouco do surf competição, agora está ampliando cada vez mais suas habilidades para redigir textos de todos os tipos, têm desenvolvido pautas inteligentes, administrando o site, o Mag e que faz a parte mais complicada de todas: a parte comercial. Se você tem a primeira edição do jornal e pegar essa agora, que é a especial de aniversário, fica fácil perceber a evolução. Um salto enorme de qualidade em tudo e a tendência é melhorar cada vez mais. O site, então, nem se fala! Mais dinâmico, moderno e interativo. Mas meu texto dessa edição não é para angariar aplausos, não, mas sim para mostrar a vocês que legends são pessoas como nós, que, com uma ótima ideia, profissionalismo, persistência, inteligência e, sobretudo, amor, constroem uma história real em que todos nós estamos fazendo parte. Sinta-se orgulhoso, pois você está fazendo parte de uma história de sucesso e, sem você leitor, não seríamos nada. Fica aqui meu muito obrigado e admiração pelos novos (e bem sucedidos) desbravadores da comunicação surfística baiana: Ader Oliveira e João Carlos! Boas ondas, bom verão e até a próxima!



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