Evolução II

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Onde é que está escrito que a vida tem que ser difíciíl e injusta? Onde é que está escrito que as coisas têm que ser complicadas? Onde é que está escrito que não podemos mudar? Onde é que está escrito que a vida tem que ser um sacrifício? Onde é que está escrito que não há outra forma de viver?

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FICHA TÉCNICA EDIÇÃO:

Vírgula (Chancela Sítio do Livro) Evolução II AUTOR: Didier Nunes Calado

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TÍTULO:

REVISÃO, PAGINAÇÃO E CAPA:

Paulo Silva Resende

1.ª EDIÇÃO LISBOA, 2010

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

Agapex 978-989-8413-19-2 DEPÓSITO LEGAL: 320073/10

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ISBN:

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DIDIER NUNES CALADO

PUBLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

Sítio do Livro, Lda. Lg. Machado de Assis, lote 2, Porta C — 1700-116 Lisboa www.sitiodolivro.pt


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PARTE I

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Vou falar-vos sobre um pequeno planeta que é habitado por uns seres muito interessantes.

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Neste planeta as coisas funcionam da seguinte forma: Os seus habitantes não têm dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento; tudo lhes é facultado gratuitamente!!! Não têm bancos ou agências de rating, ou mesmo repartições de finanças.

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Não havendo bancos, não têm taxas EURIBOR, nem juros, penhoras, dívidas, hipotecas, empréstimos, cotações na bolsa, nem sequer uma conta poupança... Que chatice!!! Deve ser mesmo aborrecido!!!

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Neste planeta não há conflitos nem guerras, e as únicas armas que têm estão nos museus ou então são usadas no desporto. A maior parte das máquinas que eles usam são alimentadas a hidrogénio, para a sua própria produção (hidrogénio). Elas usam baterias que são automaticamente carregadas através de energia solar ou eólica. Assim sendo, o que sai das chaminés das suas fábricas e dos escapes dos seus automóveis é vapor de água e oxigénio. Neste planeta não é produzido qualquer tipo de poluição. As suas viaturas são atestadas com

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um líquido, a que eles chamam de H2O. Quando o motor começa a trabalhar, através da carga da bateria, desencadeia-se uma reacção química que produz hidrogénio para alimentar o motor, e quando desligam a ignição, a produção de gás é interrompida. Têm também um sensor incorporado que, em caso de fuga, desliga a bateria, pelo que é extremamente seguro. Sendo tudo gratuito, não há um único ladrão ou vigarista e escusado será dizer que também não existem cadeias. Lá não há corrupção, porque não têm nada com que se deixem corromper.

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Não existem hospitais; o que eles têm são centros de saúde, que habitualmente são utilizados para tratar ferimentos ou fazer operações. Quando aquilo que nós conhecemos como doenças se manifestam, os habitantes deste planeta

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fazem uma introspecção para desobstruir algum shakra em particular e recuperam facilmente. Claro está que não têm medicamentos (químicos); apenas usam produtos naturais que lhes fazem o mesmo efeito. As poucas drogas que existem neste planeta são naturais, e qualquer cidadão é livre de as consumir, mas são raros os que o fazem, já que a grande maioria sente uma enorme felicidade e liberdade interiores.

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Eles não têm tribunais. Quando surge uma situação em que não se entendem, dirigem-se ao que chamam de centro de entendimento, onde são ouvidas ambas as partes por pessoas com um elevado sentido moral e social, pessoas essas que são extremamente imparciais, e que habitualmente fazem parte daquilo que nós chamamos de governos.

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Basicamente, neste planeta vigoram três leis: Primeira – não faças aos outros o que não gostarias que os outros te fizessem; Segunda – trata os outros da mesma forma que gostarias de ser tratado; Terceira – oferece ao outros o que gostarias que os outros te oferecessem. Habitualmente, “os presentes” que eles oferecem uns aos outros não têm embrulhos, nem lacinhos, nem se conseguem ver ou apalpar.

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Não existem governos nacionais, mas sim um único governo mundial, responsável pela organização do planeta e da humanidade, embora cada país tenha os seus representantes nesse mesmo governo. Quando estes dirigentes / representantes se reúnem costuma reinar a boa disposição, e o ambiente de trabalho é

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agradável. Os assuntos são discutidos de uma forma construtiva. Não há oposição, não existem partidos nem Orçamentos de Estado a serem aprovados; eles estão todos do mesmo lado, já que não há mais lado nenhum. Qualquer cidadão pode recomendar ou sugerir alterações, sejam elas de que tipo forem. Essas recomendações / sugestões / ideias são então dirigidas aos representantes do seu país, que as analisam; se essas eventuais alterações fizerem sentido, são então levadas ao governo mundial para uma segunda análise e eventual implementação. Greve é coisa que eles não conhecem. Quando alguma medida é implementada, o cidadão que a sugeriu é homenageado e essa homenagem é nacional ou mundial, de acordo com o beneficio / relevância que ela traga.

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No caso de alguma nova descoberta a nível das ciências, por parte de alguém, o sistema funciona da mesma forma.

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O grau de importância que as pessoas adquirem a nível social, está relacionado com padrões morais, intelectuais e humanos. No aspecto material / financeiro podese dizer que são todos milionários. As universidades funcionam simultaneamente como fontes de conhecimento e de desenvolvimento, onde é dado principal relevo à criatividade e à capacidade de raciocínio. Existe também uma enorme variedade de escolas profissionais onde os alunos podem praticar o que aprenderam e ao mesmo tempo terem a oportunidade de ver se é realmente aquilo que gostam de fazer. Quando escolhem uma área de estudo

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e trabalho, eles não têm que se preocupar com o lado rentável / remunerado, pela simples razão que esse lado não existe, daí sendo praticado o lema “VOCAÇÃO = FORMAÇÃO”. Habitualmente, cada um dos seus habitantes tem uma especialidade e, como fazem aquilo que lhes dá prazer fazer, são muito competentes e interessados em melhorar as suas capacidades e aptidões. Nisso são pessoas muito competitivas. Por um lado é o agricultor a querer cultivar os melhores tomates, por outro é o arquitecto a tentar fazer os melhores projectos, enfim, esforçam-se por ser os melhores naquilo que fazem. O trabalho funciona em regime de voluntariado. Para dizer a verdade, o que nós chamamos de trabalho eles tratam-no como ocupação e, como referi anteriormente, não existe qualquer tipo de remuneração

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– o pintor pinta a casa do canalizador, o canalizador repara a canalização na casa do pintor, etc.… Esta troca de serviços faz com que as relações entre os seus habitantes seja muito próxima; os convites para beber uma cervejinha ou beber um café são frequentes... Como não sofrem o stress do dinheiro, enfim, do custo de mão-de-obra, não têm prazos a cumprir, daí que quando efectuam qualquer trabalho não sentem (têm) qualquer tipo de pressão. Esta pressão só existe em caso de catástrofes naturais, situação em que as vítimas são rapidamente auxiliadas.

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Quando decidem ir comer fora, escolhem o restaurante preferido e lá comem e bebem o que lhes apetece; à saída dizem obrigado e vão-se embora sem terem que pagar qualquer conta – que chatice!!!, nem

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sequer podem deixar uma gorjeta. Mas nem sempre vão comer fora. Muitos dos seus habitantes, embora possam ter uma ocupação profissional que não a de cozinheiro, adoram cozinhar. Mas também todos os que trabalham nos restaurantes só o fazem porque lhes dá prazer; enfim, o gerente tem gosto em gerir o estabelecimento, o empregado de mesa adora servir à mesa – assim têm oportunidade de conhecer sempre pessoas novas –, e o cozinheiro adora cozinhar. Pode dizer-se que o atendimento ao publico é de cinco estrelas; quando assim não é, a recomendação para mudar de profissão que é dada à pessoa em causa não costuma demora muito.

Quanto aos bens, ninguém é dono de nada e, ao mesmo tempo, toda a gente é dona de tudo.

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Por exemplo: quando alguém quer andar de bicicleta vai ao que nós chamamos de centro comercial ne escolhe qual a bicicleta que prefere levar; depois de dar a sua voltinha, passa nesse ou noutro centro e devolve-a. Se, por acaso, tiver havido algum estrago, não há problema, já que existem pessoas que gratuitamente as reparam. Isto é assim para todos os bens materiais. Nestas situações, não há prazos para devolução. Acontece por vezes que as pessoas levam para “sua” casa toda uma variedade de bens e só os vão devolver ou trocar quando lhes é conveniente. Por exemplo: quando já não gostam do sofá da sala, vão escolher outro e aquele que tinham é então levado para estofar. Assim que estiver pronto é levado de novo para a loja. Os habitantes deste planeta, quando vão jogar golfe, não têm que levar tacos

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