SINDIAUDITORIA em ação - Agosto 2018

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em ação Agosto de 2018 | Número 27| Ano 7

ESTATAIS BRASILEIRAS ESTÃO MAIS MADURAS EM RELAÇÃO AS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA Boas práticas de governança fazem cada vez mais parte da pauta executiva das estatais brasileiras. Porém, é necessário avaliar como estas empresas estão se preparando nesse sentindo. Diante deste cenário, a Deloitte, em parceria com o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil), apresenta a pesquisa “Governança em empresas estatais – Desafios e estratégias para adequação aos requerimentos da Lei nº 13.303”. O estudo buscou mapear como as estatais estão se adaptando à nova realidade proveniente da lei, que entrou em vigor no dia 30 de junho. O documento revela que, de modo geral, as estatais brasileiras passam por um processo de amadurecimento, implementando diferentes ferramentas de governança. Contudo, ainda possuem um caminho de aprimoramento a ser cumprido. Um dos principais indicadores demonstra que cerca de 80% das estatais brasileiras - que responderam ao levantamento - estão suportadas por um plano estruturado e formalizado para o atendimento aos requisitos da nova legislação. Porém, embora 90% das entrevistadas acreditem que estarão adequadas aos termos até a data estipulada, 60% delas ainda esperam mudanças nos níveis executivos e em sua estrutura organizacional em função das restrições existentes na Lei - entre as novas regras destacam‑se pré-requisitos para nomeação de posições C-Level. Um dos destaques é que para mais da metade das empresas o maior desafio neste processo está no treinamento e capacitação das pessoas envolvidas. Chama a atenção, neste quesito, o alto percentual (32%) de organizações que declararam sequer perceber desafios ou barreiras relevantes nesse processo. “Sem dúvida, o primeiro desafio é em relação ao treinamento e capacitação dos envolvidos, além de riscos de controle”, afirma Paulo Vitale, sócio da área de Risk Advisory da Deloitte. Outro ponto de interesse da pesquisa revela que 40% dos respondentes afirmam ainda não dispor de uma área responsável especificamente pelas atividades de gestão de riscos e conformidade que atue de modo abrangente e independente. Já entre as empresas que contam com este departamento, todavia, mais da metade destacou que a área produz avaliação apenas parcial dos riscos associados às suas atividades - somente 37% se declararam plenamente capazes de antecipar temas relevantes e críticos, que possam representar oportunidades e ameaças. Segundo Marcelo Fridori, diretor do IIA Brasil, o gerenciamento eficaz de riscos e controles somente pode ser alcançado por meio da ação conjunta de diversas áreas de governança da estatal. “É necessária a coordenação entre o conselho de administração, o comi-

tê de auditoria, a diretoria executiva e os gestores diretamente responsáveis pelos processos de negócio e áreas de gerenciamento de riscos, conformidade e auditoria interna. É essencial contar com recursos financeiros suficientes e profissionais bem preparados e plenamente alinhados à estratégia da organização”, ressalta Fridori.

Controle interno No que se refere ao controle interno, mais da metade das empresas pesquisadas indicam ter uma área especifica para este fim. Os respondentes consideram que os aspectos de finanças e contabilidade representam atualmente o principal foco da área. Aspectos relacionados à gestão, operação e conformidade também são lembrados, mas apresentam espaço para crescer. Destaque para o número elevado de respondentes que consideram inadequadas as avaliações dos controles relacionados ao ambiente de tecnologia e sistemas de informação, mesmo diante da crescente importância destes aspectos para amparar decisões de negócios. “Mais importante do que as possíveis punições, as empresas precisam se conscientizar de que a adaptação à Lei é positiva. O seu cumprimento traz benefícios para as companhias, promovendo a transparência e atraindo investimentos”, destaca Vitale. “São empresas com diferentes níveis de maturidade. Então, também é preciso preparar os envolvidos para trabalharem de formas diferentes”, finaliza. Ainda sobre a pesquisa, para compor este retrato da busca das estatais pelo aprimoramento de sua governança, o levantamento contou com a participação de 77 empresas estatais, nos âmbitos federal, estadual e municipal. Mais de 60% dos profissionais participantes são de nível hierárquico decisório, como superintendente, diretor ou presidente. Estão contemplados no estudo setores como energia, petróleo e derivados, financeiro, saneamento, transporte, entre outros. Esta análise, um retrato da busca das estatais pelo aprimoramento de sua governança, busca contribuir para o debate em torno do avanço nos níveis de governança nas estatais brasileiras, empresas importantes para a prestação de serviços aos cidadãos, a geração de empregos e o direcionamento de importantes investimentos em áreas estratégicas da economia nacional.

A pesquisa completa está disponível no site da Deloitte, acesse:

https://goo.gl/mvm1Ci


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PONTO DE VISTA

DIAGRUPANDO: SE CONECTAR COM OS

COLEGAS E PROMOVER O ESPÍRITO DE EQUIPE Para incentivar o compartilhamento de informações, treinamentos, livros ou artigos que podem servir para melhorar a integração, a motivação pessoal e a troca de ideias, a Diretoria de Auditoria Geral (Diag) lançou o projeto DIAGrupando. A proposta é que sejam realizados, ao menos uma vez por mês, encontros de curta duração para reunir os servidores com o objetivo de promover uma conversa informal sobre assuntos diversos, ligados ou não ao trabalho de auditoria interna. A premissa é simples: existem muitas ideias que merecem ser disseminadas! A ideia surgiu da equipe do Gabinete da Diag e logo foi comprada pelo diretor Augusto Piazza, que incentiva o projeto desde o início. “Durante os encontros, tivemos bastante adesão, então, eu acredito que as pessoas entenderam a importância de tratarmos de temas não diretamente relacionados com auditoria e controle interno, mas que podem impactar na realização dos nossos trabalhos. Acredito que estamos caminhando para uma maior integração da equipe”, avalia a coordenadora do projeto, Marisa Zikan. Ela pontua que além das atividades, foram realizados dois cafés coletivos, em dois finais de tardes, de 30 minutos funcionando como um momento de pausa, conversa e troca de ideias nas sextas-feiras. O projeto se divide em dois eixos centrais de atuação. Em primeiro lugar, existem os encontros “Compartilhando conhecimento”, onde os auditores internos podem compartilhar os principais pontos aprendidos em um treinamento ou seminário, dividir uma descoberta tecnológica, apresentar boas práticas ou colaborações e fazer um brainstorming antes do início dos trabalhos da Diretoria - especialmente auditorias mais complexas que requerem informações que outros possam ajudar, como as operacionais, por exemplo. É a oportunidade também para apresentar trabalhos da Diretoria já finalizados para o conhecimento de todos. Em segundo lugar, eles participam também do “Unindo Elos” que são atividades coletivas no corredor da Diag que duram entre uma semana e dez dias, onde os servidores interessados participam pontualmente, em seus momentos de intervalo ou chegada e saída do trabalho. Em todas as atividades a participação é voluntária e pode ser realizada, não só marcando presença nos encontros, mas também sugerindo temas ou se candidatando para apresentar assuntos e se conectar com os colegas. “A proposta não é ter ideias mirabolantes ou grandiosas e já validadas, queremos ver os servidores arriscando-se e inovando”, incentiva Marisa. Desde maio, foram realizados cinco encontros, que dispuseram sobre: Governo do Futuro com Renato Lacerda; Saúde Mental no Trabalho e na Vida com Rafaela Trevisan; Programa UNIEDU com a equipe da Auditoria Cidadã; Missão do Conaci na Indonésia com Rodrigo Dutra; e por fim, Tecnologia da Informação aplicada ao Setor de Saúde com Thiago Freitas. A ideia está servindo de modelo para outros órgãos e entidades governamentais. “Recentemente eu apresentei o projeto para uma equipe do IMETRO que está interessada em implantar essas atividades na unidade em Santa Catarina”, pontua Marisa.

ria/Divulgação

Fotos: Sindiaudito


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PERFIL

"CADA DIA MAIS, A TECNOLOGIA CONSEGUE ABSORVER GRANDE PARTE DAS TAREFAS "BRAÇAIS" DE AUDITORIA" Durante o mês de maio, o auditor interno do Poder Executivo Thiago Freitas participou do curso Tecnologia da Informação aplicada ao Setor de Saúde promovida pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard, campus da cidade de Boston, nos Estados-Unidos. O objetivo principal da capacitação foi estabelecer, por meio da universidade, uma rede mundial de lideranças na área de tecnologia da informação do setor da saúde. Neste sentido, a formação buscou desenvolver as habilidades de liderança dos participantes para a elaboração, o desenvolvimento e a implantação de estratégias para uma prestação de serviços de saúde mais eficaz e eficiente. “Como eu já esperava, o nível de exigência foi altíssimo. Durante o curso, praticamente não havia tempo para nada que não fosse estudar, discutir casos e fazer networking. A excelência e a qualidade dos professores também foi um fator de destaque para mim. Participaram do curso, para citar apenas dois exemplos, o doutor John Halamka - segunda pessoa a doar seu DNA para mapeamento no Projeto GENOMA Humano - e o doutor Kenneth D. Mendel - idealizador do aplicativo SMART on FHIR, uma das referências mundiais de prontuário

médico eletrônico open source”, explica Freitas. O servidor público pontua ainda que essa experiência internacional serviu também para aprimorar os conhecimentos nas áreas de Inteligência Artificial, Big data e prontuário médico eletrônico com foco no paciente. Entre as outras habilidades trabalhadas durante o curso, Thiago destaca: Ampliar a capacidade de liderar transformações digitais; Obter conhecimento aprofundado do cenário de mudança de assistência médica e do impacto que terá nos gastos com TI; Construir um alto nível de confiança na compreensão de ferramentas, processos e metodologias de TI; Desenvolver compreensão dos desafios e complexidades na extensão do Prontuário Médico Eletrônico em telemedicina, tecnologias centradas no paciente e gestão populacional; Preparar para os desafios de liderança no desenvolvimento de estruturas de governança eficazes; Reconhecer o valor da experimentação contínua e inovação em TI de saúde como um facilitador para melhoria contínua da qualidade; e Maximizar conhecimento das oportunidades e desafios com Big data. “Depois de concluir o curso e de conversar com os outros alunos que

participaram deste programa, eu reafirmei minha convicção de que meus colegas auditores internos têm qualificação técnica e intelectual para tornar a Diretoria de Auditoria Geral uma referência, não apenas nacional, mas até mesmo internacional. Em Santa Catarina, nosso corpo técnico é muito bom e qualificado, não perde em nada para os profissionais estrangeiros”, conclui Freitas. Ele é categórico ao afirmar que os profissionais que não se aprimorarem nos próximos anos em tecnologia da informação correram o risco de se tornarem obsoletos e não agregarem mais valor. “Cada dia mais, a tecnologia consegue absorver grande parte das tarefas “braçais” de auditoria, sendo agora tarefa do auditor interno gerar inteligência, ao invés de relatórios, e agregar valor ao invés de apenas fornecer informações aos gestores”, finaliza. Entre as atividades que desempenhou no Poder Executivo catarinense, durante os últimos anos, Freitas passou pela Secretaria de Estado da Saúde, onde ganhou experiência nessa área, atuando como Controlador Interno. O servidor também é autor do livro Sustentabilidade e Contratações públicas(Editora Lumen Juris, 2014, 178 páginas). Arquivo pessoal / Divulgação

THIAGO FREITAS e a turma do curso Tecnologia da Informação aplicada ao Setor de Saúde promovida da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA)


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REDES SOCIAIS

O EMPODERAMENTO DO CIDADÃO NO CONTROLE SOCIAL Com a lei de acesso à informação, a obrigação de divulgar e gerir a máquina pública de forma transparente ficou ainda mais concreta. O cidadão eleitor passou a contar com uma série de informações, aumentando sua participação nas decisões. No YouTube, o Ministério Público de Santa Cataina (MPSC) aborda esse tema através de uma série de vidéos chamado “Portal da Transparência”. Nela, o Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Moralidade Administrativa (CMA), do MPSC, Promotor de Justiça Samuel Dal-Farra Naspolini, fala dos sites organizados pelos entes públicos para divulgação das informações internas de interesse coletivo e explica a lei de acesso à informação que dá sustentação jurídica a essa transparência. Os vídeos destacam ainda o trabalho que o Ministério Público de Santa Catarina desenvolve para o aperfeiço-

Informativo do Sindicato dos Auditores Internos do Poder Executivo do Estado de Santa Catarina - SINDIAUDITORIA

Os vidéos da série Portal da Transparência estão disponíveis em: https://youtu.be/xKutmIRSCTw amento dos Portais da Transparência pelas Prefeituras e Câmaras municipais. Trabalho que a Instituição também dá o exemplo. Recentemente, a Instituição ficou em primeiro lugar no ranking que avalia a transparência nos Portais da Transparência em todos os ramos do Ministério Público brasileiro. “Um Portal da Transparência bem estruturado é um instrumento de exercício da democracia”, finaliza Naspolini.

SINDIAUDITORIA ENTREGA AS DOAÇÕES DA CAMPANHA DO AGASALHO 2018 As doações recolhidas durante a Campanha do Agasalho que o Sindiauditoria promoveu este ano foram entregues para o Grupo de Voluntários da Grande Florianópolis. Roupas, sapatos, cobertores e agasalhos para homens, mulheres e crianças serão destinados às famílias que são ajudadas mensalmente pela organização sem fins lucrativos. Todos os anos, o Sindiauditoria incentiva a participação dos seus filiados nesta campanha, pois esta é uma forma bastante concreta de contribuir com a sociedade e ajudar quem mais precisa nessa época do ano.

Diretor de Comunicação Rafael Lima Palmares Diretora Administrativo-financeiro Simone de Souza Becker Diretor Jurídico Valdor Angelo Montagna Diretor de Relações Sociais e Intersindicais Rodrigo Stigger Dutra Secretária Fabiana Ribeiro Borges Conselho Fiscal Caio Jamundá e Ricardo Cavalcanti Peixoto Filho Suplentes do Conselho Fiscal Inês Marina de Souza, Cristiano Socas da Silva e Clóvis Renato Squio Texto e edição Jaércio da Silva (DRT|SC 4026)

CONTATO assessoria@sindiauditoria.com.br www.sindiauditoria.org.br


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