Revista Sétimo Selo 5ª Edição

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Revista

Sétimo Selo Edição 5

As ou t ra s form a s de Independência

Edição: música e outras artes.


Foto: Glau Viana


Parque Ecol贸gico Contagem: grupos de dan莽a e teatro usam o lugar para ensaios.


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Editorial

Show com a Sétimo Selo

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Lançamento

Acontecendo por aí...

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Entrevista especial

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Ă rea Reservada

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Coquetel Molotov

Fale Conosco

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conteceu em Bh, no dia 07/02/13, o evento promovido pela Revista Sétimo Selo com algumas das melhores bandas desta cidade. O evento surgiu esporadicamente, assim, do nada, após um convite da galera da Casa Cultural Matriz, para a finada banda de um dos integrantes desta Revista tocar. Como a já citada banda encerrou as suas atividades, e o convite ainda estava no ar, após uma longa, divertida e demorada conversa, rs, a coisa foi ganhando corpo, forma e de repente tudo já estava formado!!! Contamos com as ilustres presenças das bandas [Paz-Me], Hotel Catete e Cuatro. A noite foi incrível, recheada de muita música boa e de qualidade, o bom e velho Rock’n Roll comeu solto e o público, apesar de ser uma Quinta-Feira e véspera de feriado, marcou presença e curtiu muito ao lado dessas bandas. O que se viu não foi só um evento promovido para divulgar a Revista, e é claro, as bandas. Muita gente boa compareceu, muitos músicos independentes e de ótimas bandas de BH esti-

veram presentes, curtindo, se divertindo e mostrando que Belo Horizonte a cada ano vem crescendo e se destacando cada vez mais no seu cenário autoral e totalmente Independente. Nós, da Revista Sétimo Selo, só temos que agradecer o profissionalismo da galera e ao grande público presente, e parabenizar mais uma vez as bandas que fizeram uma sonzeira de responsa.Não podemos nos esquecer também de agradecer ao grande DJ André Azevedo, que com seu set variado e recheado de muita música boa e de qualidade agitou a pista antes, durante e depois dos shows, animando a galera, que no intervalo dos shows, ao invés de ficar no bar do Matriz aguardando a próxima banda se apresentar, ficou lá na pista de dança curtindo e muito o set do grande André. Valeu demais!!! Quem não foi, com certeza perdeu, e muito. E fiquem ligados na nossa página do Facebook, que em breve estaremos fazendo algumas promoções envolvendo essas bandas. Vocês não perdem por esperar....

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A banda mineira Mad Sneaks lança o seu 1º CD.E antes mesmo de chegar às lojas, o material já vem recheado de polêmica!!! Com músicas que misturam grunge, punk, new metal e fortes influências do rock alternativo dos anos 80 e 90, a banda formada em 2009 traz em seu álbum de estreia, intitulado “Incógnita”, uma novidade em se tratando de bandas de rock alternativas mais recentes: todas as músicas do álbum, produzido no fim de 2012, são em português. Como diz o ditado, “Nada como um dia após o outro”. Após se envolver em uma polêmica em que supostamente criticava bandas brasileiras que cantavam em inglês, e que

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fez os fervorosos fãs brasileiros torcerem a cara para suas declarações aparentemente mal colocadas, Jack Endino, lendário produtor de grandes bandas de rock desde 1985, aposta em uma nova parceria com músicos do Brasil para deixar o mal entendido no passado. Depois de bem sucedidas produções com Titãs, Nando Reis e mais recentemente, o capixaba Amaro Lima, é chegada a hora dos mineiros da banda de rock Mad Sneaks terem seu álbum de estreia assinado pelo prestigiado produtor de Seattle. Recentemente, Jack Endino causou um grande furor ao afirmar nas redes sociais que não entende o porque das bandas brasileiras


insistirem em cantar em inglês, já que, segundo ele, não é possível entender nada do que está sendo falado. Pois bem, parece que a opinião do cara ainda não mudou mesmo; e talvez até para reforçar isso, ele finalizou esse novo trabalho.Sempre atentos à nova era digital do mercado fonográfico, o trio mineiro usa como principal meio de divulgação

de seu trabalho, a internet. Através do site oficial da banda (www.madsneaks.com.br), o internauta encontra o videoclipe do single “Rótulo”, vencedor do prêmio Conexão Vivo Movida, além de poder ouvir todas as faixas do álbum “Incógnita”, (ainda em sua primeira produção, anterior à de Endino), totalmente grátis. Ano passado, os caras estiverem em BH e

mostraram muito bem a fúria do seu som, fazendo um show visceral para a galera presente. A Sétimo Selo bateu um papo com eles, que nos contaram um pouco sobre a expectativa em cima do Clipe de “Rótulo”, que eles vieram divulgar, e também dos planos futuros da gravação e finalização do CD“Incógnita”.

Enquanto o cd masterizado por Jack Endino não chega às lojas brasileiras, eles seguem em turnê pelo país. O próximo show do ‘power trio’ acontece dia 23/03, em Curitiba.

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Quer saber mais osbre os caras e ficar por dentro de tudo que acontece com eles? http://madsneaks.com.br/ Baixe agora o single “Rótulo” http://soundcloud.com/mad-sneaks/ rotulo-madsneaks Assista o clipe Oficial de “Rótulo” – vencedor do Conexão Vivo Movida http://youtu.be/VJJAYvY9OzI

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Ac ontec end

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do p or aí...

Mostra do Diretor Quentin Tarantino Jackie Brown

Exposição do Concurso Sesc Minas de Fotografia O futebol é o tema da exposição fotográfica que o Sesc Centro Cultural JK recebe entre os dias 2 de fevereiro e 16 de março. “O impacto sociocultural do futebol” reúne as obras selecionadas no concurso de mesmo nome. O público poderá conferir a exposição de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h. A ideia do concurso foi descobrir novos talentos da fotografia e estimular a diversidade cultural latente em torno do futebol. Os candidatos puderam se inscrever em uma das categorias: profissional e amador. Das 76 inscrições, 31 trabalhos foram selecionados, pela curadoria formada por: Patricia Azevedo (professora do Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema da Escola de Artes Visuais da UFMG), Tales Sabara (artista visual) e André Hauck (artista visual e fotógrafo). A exposição receberá também visitas educativas com grupos e escolas, que poderão ser agendadas pelo telefone (31) 3272-0150.

O cinema de Quentin Tarantino é atração de março no Centro Cultural da UFMG. Entre os dias 12 e 28 de março, sempre às terças e quintas, às 19h, serão exibidos seis filmes do cineasta. A entrada é franca. 19/03/13 - Jackie Brown, 1997, 157min. EUA - Comissária de bordo (Pam Grier) trafica dinheiro para os Estados Unidos, a mando de um vendedor de armas. Quando dois policiais oferecem um acordo para que ela entregue o bandido, a mulher decide dar a volta em todos os envolvidos, com um olho na liberdade e outro numa mala cheia de dinheiro. Próximos filmes: 21/03/13 - Kill Bill Vol. I 26/03/13 - Kill Bill Vol. II 28/03/13 - Bastardos Inglórios Serviço Data: 19 de março Horário: 19 horas Informações: (31) 3409 - 8290

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A Próxima Edição do FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, o maior evento de quadrinhos no Brasil, acontecerá entre os dias 13 e 17 de Novembro de 2013, com atrações surpreendentes que já começam a ser confirmadas. Uma Delas Sera a Exposição Ícones dos Quadrinhos , uma mostra inédita que reunirá 100 artistas de todo o Mundo reinterpretando 100 dos principais personagens da nona arte. A Partir de uma lista pré-definida, cada autor escolheu aquele com quem mais se identifica.

A participação é aberta ao público e as inscrições já começaram! Para saber mais e se increver, confira o link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=579196762092994&set=a.209188225760518.57759.209163172429690&type=1&theater

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Matriz Casa Cultural Apresenta

No dia 22/03 a Casa Cultural Matriz vai destilar o melhor da Cena indepentende de Belo Horizonte e Contagem. Teremos shows com as bandas Somtal, Seu Bulldog, Supersanos e Digo Ribeiro, mostrando o melhor do Rock, Pop e Mpb. Você vai ficar fora desa?? Sexta-feira, 22 de Março, 2013 | 21:00h Rua Guajajaras, 1353 - Lourdes

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Memorial Minas Gerais - Vale (Circuito Cultural Praça da Liberdade) Já no primeiro pavimento os visitantes encontram as mais variadas mídias, reunidas para mostrar a vida e obras de artistas que são símbolos de Minas Gerais. Há também um café temático, cyber lounge, midiateca e sala para projetos educativos.

Às terças, quartas, sextas-feiras e aos sábados: de 10h a 17h30, com permanência até às 18h. Às quintas-feiras: de 10h a 21h30, com permanência até as 22h. Aos domingos: de 10h a 13h30, com permanência até a 14h. *Para visitas guiadas de grupos e escolas é necessário o agendamento através do telefone (31) 3343-7317. Preço: Acesso gratuito

Museu Revelado Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751 - Pampulha Belo Horizonte/MG Telefone: (31) 3277-7443 O Museu abriga trabalhos que dialogam com movimentos artísticos brasileiros; e a Casa do Baile recebe um conjunto de obras contemporâneas que dialogam com a arquitetura, com o design e com a memória modernista da Pampulha. A exposição vai até Dezembro de 2014!

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Planetário de BH Localizado no Espaço TIM UFMG do Conhecimento, está um Planetário de última geração - único do estado a utilizar uma das mais avançadas tecnologias de projeção do mundo. Trata-se do sistema digital Spacegate Duo e do projetor Skymaster ZKP4, produzidos na Alemanha. Essa tecnologia faz com que o céu pareça real, tamanha a definição das imagens, que o público pode ver em 360º. Todo o espaço planetário se transforma em um cinema imersivo, com sensação de profundidade e envolvimento.

Instalado no quinto andar, com cadeiras reclináveis e sala climatizada, o planetário tem capacidade para 65 pessoas e funciona em sessões regulares, ao longo de todo o dia. Basta retirar o seu bilhete nos trinta minutos que antecedem cada sessão. Horário de Visitação: Quintas, sextas e sábados, de 10h a 21h Demais dias de 10h às 17h Não abre às segundas Ingressos: Inteira: R$ 6,00 | Meia: R$ 3,00

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^ Voce valoriza a arte urbana? 25



Matheus Aminadab


Quando e como surgiu o estúdio de arte urbana?

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Colmeia Studio Arte surgiu em 2012, após o fechamento da galeria Ystilingue, no edifício Maleta, em parceria com João Martins Neto. A princípio não tínhamos a ideia de galeria, e sim de um graffiti shop, mas com o passar do tempo começamos a colocar nosso acervo pessoal e convidamos alguns artistas pra exporem seus trabalhos. A partir daí a galeria foi crescendo e tomando forma.

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ateliê expositório, aberto para todos os tipos de artistas urbanos e contemporâneos.

Quem faz parte da Colmeia? Fazem parte do Colmeia: eu (Matheus Aminadab) e João Martins Neto, em colaboração com artistas do cenário nacional.

Porque o nome Colmeia?

Antes de fundar o estúdio, vocês já faziam trabalhos por conta própria e já conseguiram dinheiro com a arte?

O nome Colmeia surgiu a partir do conceito de coletividade, onde o espaço era para produção de arte, venda de materiais artísticos e um

Sim, antes de abrir a galeria eu já vivia de arte. Pra ser mais específico, arte graffiti, desde 1995, e venho atuando até hoje!


Até alguns anos, encontrávamos um massivo preconceito com a arte urbana, sendo muito associada ainda ao vandalismo e marginalidade. Quais foram as maiores dificuldades e quais ainda enfrentam para promover a arte? Sempre vivi esse tipo de preconceito; vi vários artistas desistindo ao longo desses 18 anos. Felizmente não desisti e pude assistir a toda essa transformação; vi o graffiti romper barreiras e com a qualidade que os trabalhos foram tendo, inevitavelmente “formadores de opinião” e a própria sociedade foram acolhendo aos poucos esse tipo de manifestação cultural. Logo depois; o graffiti já invadia não só as ruas, mas as novelas, as estampas de roupas,

os rótulos de produtos conceituados e as galerias de arte! Hoje em dia, todo mundo gosta de graffiti! Já entrou até na grade curricular das escolas da rede municipal. Hoje em dia, temos poucos problemas com isso, exceto [com] as autoridades. Ainda sofremos um pouco de repressão policial, mas em vista do que era a 10, 15 anos atrás, estamos muito bem!

Como você começou a se envolver com a arte urbana? Fez algum curso ou já era simpatizante da arte há muito tempo? Comecei a me envolver a partir do dia em que comecei a pintar na rua, à maneira mais simples: o pixo. Depois veio o gosto pelo graffiti, não tinha muito a ideia de que estava

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Quais as técnicas que o estúdio trabalha? O studio trabalha com artistas do graffiti, artistas plásticos, com sticks, stencil, trabalhamos também com poesia e vídeoarte ou arte digital.

Pra onde você conseguiu levar a street art? Quais eventos e exposições participaram? fazendo arte, e sim um hobby, um lazer, uma maneira de divulgar o skate e a cultura hiphop. Com o passar do tempo, virei artista de tanto as pessoas me chamarem disso. Acabei me envolvendo mais e me aprofundando e profissionalizando. Hoje em dia faço faculdade de artes plásticas e sou artista porque, acima de tudo, gosto do que faço e gosto de mexer com a sociedade com os trabalhos que faço na rua.

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Já participei de alguns eventos internacionais e nacionais, tais como Meeting of Styles, Just Writing My NAME (SP), MOF (RJ), Bienal Internacional de Graffiti (BH), já promovi a exposição Escrita Infame, com grandes nomes do graffiti mineiro e paulista. Também a mostra de design e decoração: morar mais por menos. Já expus para empresas e artistas de reconhecimento nacional


gêmeos, Tinho e Speto, que eram as referências que eu tinha através de revistas. Hoje em dia, gosto do trabalho de muitos artistas urbanos e vanguardistas, mas acho que minha maior referência é a boemia, o skate, o movimento punk e as coisas que eu vivo no meu cotidiano. Quando estou feliz, misturo tudo isso e uso como minhas referências na hora dos meus surtos criativos.

Qual conselho você dá para quem quer começar na área? e internacional e em lugares desde o requintado Alfaville até a periferia dos morros cariocas, de igrejas a prostíbulos! Não existem mais barreiras, são muitos os lugares!

Quais suas referências? Quando comecei, havia poucas referências, ainda nem existia a internet (rsrs), mas eu já era fã dos

Meu conselho é meter a mão na massa literalmente, com o material que estiver disponível e sem muitas expectativas de ser reconhecido. Por isso, faça por prazer de pintar e não desista, porque o caminho é muito difícil! Pinte com paixão e não pelo ego! Pesquisar e ler a respeito também é uma boa dica pra quem está começando.

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“O

espaço Colmeia é um Studio de produção de arte, não é apenas um projeto de galeria comercial e nem um bar que expõe trabalhos. Queremos reunir em um só espaço: ateliê aberto, galeria, divulgar e propagar a arte em diversos formatos. Envolve também educação e compromisso sócio-cultural. A sua principal missão é aproximar o público jovem das artes plásticas, incentivando o colecionismo, produzindo conhecimento e promovendo intercâmbios das mais variadas espécies. Mostrando, lado a lado, artistas brasileiros, estrangeiros, históricos, renomados e novatos. Propondo à sua audiência, uma experiência vívida, não convencional e mais que contemporânea.”

Ma3us

como é conhecido através dos muros de BH; e dá pra conferir mais do trabalho dele em: http://www.fotolog.com/ma3us http://www.flickr.com/ma3us

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Ă rea reservada:

Ilu stradores Convidados 40


As próximas páginas mostram o trabalho de três ótimos ilustradores que a Revista Sétimo Selo teve o prazer de conhecer e pudemos, enfim, reservar-lhes um espaço de direito nesta edição - que ainda fica pequeno, diga-se de passagem. Esses caras merecem mais do que páginas. Confiram o trabalho e por onde contatá-los.

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XSJunior

se resume assim:

Traça a reta e a curva, a quebrada e a sinuosa Tudo é preciso. De tudo viverás. Cuida com exatidão da perpendicular e das paralelas perfeitas. Com apurado rigor. Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo, traçarás perspectivas, projetarás estruturas. Número, ritmo, distância, dimensão. Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória. Construirás os labirintos impermanentes que sucessivamente habitarás. Todos os dias estarás refazendo o teu desenho. Não te fatigues logo. Tens trabalho para toda a vida. E nem para o teu sepulcro terás a medida certa. Somos sempre um pouco menos do que pensávamos. Raramente, um pouco mais.” Cecília Meireles

Blog: http://www.xsjunior.blogspot.com/ Portfólio: http://xsjunior.carbonmade.com/

“Desenho

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Quadrinhos quase subversivos por Carlos Avendaño, o zumbizóide paranóide.

Infectado por um vírus mutante alienígena, o jovem arremedo flanelado de 90 decide dedicar-se aos quadrinhos antes de ter sua carne totalmente decomposta e sua mente tomada por uma fome absurdamente diabólica e sanguinolenta. Acompanhado de muito café e cigarros, como um atípico escarro cancerígeno social, faz ‘Suicide Boys’, contos distorcidos e depravados de uma epóca em que não se alimentava de gatos e pombos.


http://zombieotica.blogspot.com/ https://www.facebook.com/zombieotica

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“Não vivo do passado e não me preocupo com o futuro. Isso me mantém no presente, que é onde a vida acontece.”

Leonarda Lisboa

“Ahhhhh, como gosto de cores! Brincar com elas, depositando todo o meu sentimento de alegria quando estou diante delas. Volto a ser criança, na inocência de uma menina que tudo que vejo se torna uma grande brincadeira...”

Leonarda teve dois trabalhos com grande repercussão, feitos para a instituição de ensino na qual é graduanda. Um deste projetos, a “Arte na Capa” (à esquerda) foi um trabalho premiado pela instituição. leonna_lisboa@yahoo.com.br https://www.facebook.com/leonna.lisboa

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ARTE E CIVILIZAÇÃO As pinturas rupestres são alguns dos mais antigos sinais visíveis da necessidade humana de se comunicar, e, ou no mínimo, registrar e testemunhar o seu cotidiano e suas experiências. Por quê? Porque somos animais sociáveis, porque assim como a maioria das espécies animais, precisamos da companhia de nossos semelhantes. Existe, portanto, em nós o desejo de nos mostrar e nos fazer presentes para o outro. Pode parecer até contraditório, pois nossa presença é marca primária e inequívoca de nossa existência, mas somos seres humanos e a contradição é um dos mais fortes traços de nossa personalidade. Claro que, ao usar os pigmentos iniciais, extraídos dos minerais, os óleos animais e vegetais, nossos antepassados não sabiam que estavam descobrindo a possibilidade de transmitir para as futuras gerações, sua história. E muito menos que estavam inventando a arte, ou seria descobrindo o que em nós existia em estado latente? É uma boa proposta para análise esta, se inventamos ou descobrimos, o que a partir de então passou a ser uma das manifestações mais expressivas da civilização: a arte. Imagens no início, mas teriam sido as imagens nosso primeiro processo de manifestação artística? As pessoas ouviam também, além de ver o mundo ao seu redor. Percebiam a partir de sons, o meio e

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tudo aquilo que, provocando sons, compunham o meio. Então tenho para mim que antes de tudo o homem tentou imitar os ruídos que ouvia. Schopenhauer tem então razão? A música é a arte das artes? Por ser a única que experimentamos no momento exato em que executamos, pois ela é vivenciada pelo artista e percebida pelo ouvinte espectador ao mesmo tempo, quando ao vivo. A arte impregna a humanidade, mesmo que não desejássemos, a arte acompanharia toda a história das civilizações e assim continuará. Nossas vidas, não importando condição material ou social, são representadas através das mais diversas formas de expressão artística. Dos desenhos nas rochas até a computação gráfica, utilizada em nossos dias. Lá estamos nós, os humanos e civilizados. Retratados em filmes; não importa o formato. Em telas, não importa o material, tanto para tingir a superfície ou o suporte a ser tingido. Estamos nos afrescos dos palácios e catedrais, estamos nas pinturas de mestres e gênios e tão democraticamente também nas dos anônimos. As paredes das cidades são suportes para grafites das mais variadas escolas. A arte está nas vestes que usamos. Nossos trajes contam nossa história, mostram nossos hábitos, falam por nós em todos os períodos e idades da caminhada humana. As formas dos objetos que nos cercam estão repletas de exem-

plos da manifestação e da percepção ou visão artística de seus criadores. Os veículos que nos transportam, de uma simples bicicleta, para mim a mais revolucionária e interativa invenção humana, quando se trata de objeto, movimento e corpo, até os já aposentados ônibus espaciais. A arte, senhora das mentes que sonham e vislumbram, encontra-se em todos eles. Delineando as formas para a satisfação do desejo de seus projetistas ou artistas, sem o saber. Este é o animal que nos tornamos, caminhando sobre um planeta que em seu todo ainda não foi desvendado. Somos as personagens retratadas e também os autores de nossa saga. A dança e seus movimentos a expressar nossa condição de animais táteis e sensoriais. As artes cênicas e a imagem. Teatro, desnudando diante da plateia nossos sentimentos, nossas impressões e expectativas; entre risos e lágrimas. Quase todas as manifestações artísticas projetadas em telas gigantescas dos cinemas, ou dos super monitores de plasma em nossas casas. Casa temporária para sonhos. Mas, sonhos impossíveis de serem contidos. Que a arte continue a nos desvendar; e ao desvendar, produza um milagre real. Conhecer-nos e ao outro, compreender-nos e ao outro, perceber-nos em nosso outro semelhante. Viva todas as formas de Arte! E vamos juntos nessa fascinante e misteriosa caminhada, viver!

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Para participar da revista, basta nos contatar atravÊs dos endereços abaixo. Aguardamos vocês!

/Revista7Selo @Rev ista7Selo setimoseloproducoes@gmail.com

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