Ed. 2 - Ano 2 - 03/2010

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Bahia Cigar Club já existe há quase seis anos e foi fundada, em agosto de 2004, por um grupo de amigos que, além de outras afinidades, comungavam a paixão pelo charuto. Segundo Godofredo Chaves Sampaio, um destes amigos, o grupo se reunia de forma descompromissada para degustar e um dia, sem mais nem menos, surgiu a idéia de criar a confraria. “Imaginamos que desta forma, passaríamos a fazer reuniões organizadas e mais rotineiras e poderíamos também discutir sobre o mundo dos ‘puros’, um dos apelidos carinhosos dado ao charuto, e, principalmente, possibilitaríamos a participação de outras pessoas”, explica Godofredo. A idéia seguiu adiante e hoje, a confraria já conta com 47 participantes e eles se reúnem “religiosamente” todas as segundas terças-feiras do mês e, quando algo de importante acontece, fazem uma reunião extraordinária, geralmente nas tardes de sábado. Godofredo comenta que nestas ocasiões, eles discutem temas relacionados ao universo de sua paixão e, é claro, degustam charutos. Às vezes harmonizados com bebidas, ou não. “Nosso grupo é bastante heterogêneo. Hoje só existem homens na confraria, mas isso não significa que sejamos contrários à participação feminina. Inclusive, um dos fundadores da confraria era mulher. A média de idade do grupo esta em torno dos 35 anos e somos, em nossa grande maioria, profissionais liberais ou autônomos. E, para quem acha que falamos apenas de charutos, isso não é verdade. Discutimos música, cinema, es-

porte e, outra grande paixão de todos, a boa mesa”, comenta Godofredo. Ele também comenta que para participar da Bahia Cigar Club não é necessário ser um profundo conhecedor de charutos e, como ele mesmo faz questão de frisar “endinheirado”. “A maioria das pessoas acha que para fazer parte de um grupo, como o nosso, por exemplo, é preciso ser um especialista em charutos e, ainda por cima, um milionário. Isso é um grande engano. Na Bahia Cigar Club, não cobramos nada das pessoas que querem se associar, elas apenas devem pagar pelo que consomem quando participam de nossos encontros”, comenta Godofredo. E se você acha que vai pagar uma fortuna ao degustar um charuto, está enganado. Godofredo, que já circula por esse universo há muito tempo, comenta que não conhece nenhum aficionado esnobe. “Endinheirados? Depende do ângulo observado. Por exemplo, temos excelentes charutos dominicanos, hondurenhos, nicaragüenses e nacionais na faixa dos R$ 15,00 e, se pesquisarmos bem, podemos encontrar charutos ainda mais baratos. Um consumo médio de 20 charutos mensais sairia o equivalente a um bom jantar, ou três garrafas de vinho de boa safra, portanto, este é um prazer acessível para muitos”, sentencia Godofredo. Mas e quanto à saúde? Participar de uma confraria de apreciadores de charuto, como o Ministério da Saúde afirma, faz mal à saúde? Godofredo diz que sim, mas, como além de apreciador ele é médico, sua opinião é a de que o charuto faz muito

“A maioria das pessoas acha que para fazer parte de um grupo, como o nosso, por exemplo, é preciso ser um especialista em charutos e, ainda por cima, um milionário. Isso é um grande engano.” 78 |SEM MEDIDA


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