Ed. 1 - Ano 3 - 02/2011

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Revista Ano 3 - Nº 1 - Fevereiro de 2011

SEMMEDIDA writers Editora

Para quem não tem medo da fita métrica

Comunicação

Gastronomia

Clos de Tapas, um novo olhar sobre a Espanha Culinária

O romantismo de uma sobremesa inesquecível Moda

Lepoque mostra seus lançamentos de outono/inverno Automóvel

BMW Série 5 GT, um carro que fará história nas ruas LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

SUSTENTÁVEL

Ela caiu, mas aprendeu a se levantar e ir em frente

Helena Custódio


O FUTURO DA LEITURA

SEMMEDIDA

Revista Ano 3 - Nº 1 - Fevereiro de 2011

SEMMEDIDA writers

Apple e iPad são marcas registradas da Apple Corporation

Editora

Para quem não tem medo da fita métrica

Comunicação

Without Measure: now content in english too Gastronomia

Clos de Tapas, um novo olhar sobre a Espanha Culinária

O romantismo de uma sobremesa inesquecível Moda

Lepoque mostra seus lançamentos de outono/inverno Automóveis

BMW Série 5 GT, um carro que fará história nas ruas LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

SUSTENTÁVEL

Ela caiu, mas aprendeu a se levantar e ir em frente

Helena Custódio

SEMMEDIDA

2 UMA PUB


JÁ CHEGOU AO BRASIL. 3

Finalmente, o iPad chegou ao Brasil e, com ele, inaugura-se uma nova forma de acessar informações. Em breve Sem Medida também estará disponível para ele, gratuitamente e sem agredir o meio ambiente. Prepara-se para vivenciar uma nova aventura multimídia.

SEMMEDIDA BLICAÇÃO À FRENTE DO SEU TEMPO.

LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

SUSTENTÁVEL


SEMMEDIDA Editora

Comunicação

“Sem” Preposição Ausência de condição necessária.

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Helena Custódio: um exemplo de perseverança

“Medida” Substantivo feminino O que não pode ou não deve ser ultrapassado; limite, termo. A revista Sem Medida é uma publicação eletrônica periódica gratuita editada pela Writers Editora e Comunicação Ltda., disponível para leitura através do site: www.semmedida.com.br. Sem Medida é uma publicação voltada ao entretenimento de pessoas plus size de lingua portuguesa e inglesa. Os artigos publicados aqui não refletem, necessariamente, as posições ideológicas do projeto e da editora e são de inteira responsabilidade de seus autores. Editores Roberto Paes e Francisco Reis Jornalista responsável Francisco Reis (MTb: 14.887) freis@semmedida.com.br Colaboradores Alcione Ribeiro contato@semmedida.com.br Tradução Ana Paula Menezes contato@semmedida.com.br Produção gráfica e webdesign Roberto Paes rpaes@semmedida.com.br Publicidade Adilson Teixeira ateixeira@semmedida.com.br Writers Editora e Comunicação Ltda. Rua Prof. Guilherme B. Sabino, 1347 Cj 112 - Jd. Marajoara - São Paulo - SP - Cep: 04678-002 Tel.: 55 (11) 3729-3534 Web site: www.writers.com.br E-mail: contato@writers.com.br

Foto da capa Monica Casareggio Modelo Helena Custódio, fotografada na cidade de Embu das Artes, em São Paulo.

Mude seus hábitos. Leia em formato digital. Nós temos a capacidade para virar o jogo.

LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

SUSTENTÁVEL

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Lepoque apresenta sua coleção outono/inverno 4


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Clos de Tapas: a culinária espanhola ao seu alcance

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Peras à Belle Helène: uma sobremsa para conquistar um amor

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iPad mostra uma nova maneira de se informar

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Escola São Paulo leva cultura a um número maior de pessoas

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Um concurso para descobrir novos talentos literários

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Ana Oliveira: uma psicóloga que trocou tudo pela fotografia

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Anuário Plus Size mostrará a beleza da mulher brasileira

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132 BMW Série 5 GT: um novo conceito nas ruas

Uma opção para quem quer entrar no mercado das modelos


o ã r e V a r e v a Prim

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2010 • 2011

Moda coomnforto estilo e c iza que valoro todos seu corp os dias.

www.lepoque.com.br

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Ana Oliveira

Aniversário: Texto: Roberto Paes

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outro ano de dedicação e reconhecimento

Editorial

hegamos a fevereiro e Sem Medida caminha para o terceiro ano de vida. Mais uma vez, olhando para as edições anteriores, percebo que nos divertimos bastante fazendo o que alguns consideram trabalho. Entrevistamos mulheres maravilhosas, falamos sobre restaurantes e pratos que dão água na boca. Discutimos alguns assuntos sérios e falamos, com muito mais ênfase, sobre o que agrada aos nossos leitores. Daqui para a frente, o que se apresenta para nós como desafio é continuarmos a fazer uma publicação eletrônica gratuita que mereça os elogios e a predileção do universo plus size. Continuaremos a existir no formato flipping book, estaremos disponíveis no formato PDF e, a partir de abril, estaremos disponíveis também para quem comprou um iPad. No mundo todo, 15 milhões de aparelhos já foram vendidos. Esperava-se que este número não ultrapassasse os 7,5 milhões. No Brasil, apesar de não haver uma informação precisa, alguns acreditam que até o final de 2011 chegue-se à casa dos dois milhões comercializados. E, uma notícia que nos deixa animados é a perspectiva de que até o final deste ano, em todo o mundo, o número de usuários do tablet chegue a 44,3 milhões. Com isso, diminuirão o número de publicações impressas, diminui o número de árvores derrubadas para se produzir papel, caem os preços das revistas graças à saída das gráficas do processo produtivo. O leitor e o planeta ganham com isso. Nós, como nascemos eletrônicos, não estranhamos essa evolução. Afinal, apoiamos a digitalização da leitura desde o nosso primeiro número. Se não fomos os primeiros a voltar nossos olhos para o mundo plus size, certamente fomos os primeiros a inovar no que se refere ao tipo de conteúdo jornalístico oferecido a este público. Uma receita que agrada, caso contrário, em nossas pesquisas, não alcançaríamos mais de 97% de aprovação. Eu sou uma pessoa inquieta por natureza. As pessoas que trabalham comigo ou são assim, ou acabam se tornando inquietos também. O resultado é uma revista solidificada, referência no Brasil e no exterior, elogiada sempre que possível. Este aniversário e todo o reconhecimento que alcançamos ao longo destes dois anos é uma vitória que conseguimos graças a você. Graças às suas opiniões, seus pedidos de assuntos a serem abordados e o carinho com o qual vocês nos acolheram em suas vidas. Se alguém merece os parabéns, este alguém são vocês. Um beijo gordo, como todos nós gostamos de ser.

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Helena Custódio Ela caiu, mas aprendeu a se levantar e seguir em frente Texto: da Redação Imagens: Monica Casareggio

Essa é a história de Helena Custódio. Uma mulher de fibra, que aprendeu a superar as dificuldades da vida com muito bom humor, distribuindo carinho, amor e atenção a quem precisasse.

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uando se é filha única de uma gravidez considerada improvável, é normal que a criança cresça cercada de mimos e tenha direito a fazer quase tudo, incluindo a alimentação. Junte-se a isso o fato de que as mães de antigamente consideravam gordura sinal de saúde, e teremos uma criança obesa. “Desde que eu era criança, minha mãe tinha aquele pensamento das mães de antigamente, que criança gordinha era criança saudável. Então ela caprichava na minha alimentação. Mesmo sem fome, ela me oferecia comida achando que se eu engordasse estaria saudável. Sempre achou que fazia tudo isso pelo meu bem”, lembra Helena. “Pelo menos, como minha mãe sempre achou que saúde e beleza estavam relacionadas a ser gordinha, nunca fui criticada pela família e todos ainda diziam que puxei papai, porque ele era um homem gordo”. O pai de Helena pesava 130 quilos, mas era alto, 1,80 metro e nunca se importou com isso. Um sujeito sempre de alto astral, brincalhão, de bem com a vida e não se achava gordo, ao contrário, dizia que era “forte para aguentar a rotina do dia”. E essa rotina, apesar do pouco tempo que dispunha devido ao trabalho, incluía cobrir de carinho a sua única filha. “Ele fazia tudo para me agradar”, recorda Helena. “Lembro-me que ele trabalhava de segunda a sexta e os finais de semana dedicava a nós duas, eu e

minha mãe. Nesse momento, estou me lembrando do café da manhã na cama que ele me levava aos sábados de manhã. Era um super pai, tinha muita paciência comigo e adorava me levar à praia, circo, parquinho. Me levava para almoçar ou jantar em restaurantes, mas o interessante que saí muito parecida com ele. Minha mãe sempre foi diferente, era mais séria, não gostava desses passeios preferia ficar em casa sozinha, lendo livros, fazendo bordado e cuidando da casa, eu e meu pai nos dávamos muito bem. Tivemos muitos momentos gostosos e felizes juntos”. Mas a felicidade durou pouco. Aos 12 anos, Helena perdeu o pai, o melhor amigo, o herói. Depois de lutar dois anos contra um câncer no estômago, seu Heleno não aguentou e morreu. Para Helena, ficaram as lembranças e a saudade, além da certeza de que ele seria muito feliz se visse seus netos crescidos. Um deles, no Exército, lhe daria muito orgulho ao trazer na farda, seu nome, Custódio. Proteção em excesso Helena classifica a mãe como uma super mulher. Professora, casou-se aos 30 anos e na época descobriu que não podia ter filhos. Ficou muito mal, mas nunca desistiu de tentar. Como sempre foi uma mulher muito religiosa, acreditava em milagres e isso aconteceu três anos depois. Porém, foi uma gravidez de risco, passou os nove meses prati-

Ela sugere que se criasse uma lei que obrigasse as confecções a fabricar os modelos plus size, colocassem em seus catálogos e folhetos promocionais também fotos com tamanhos grandes.

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15 camente deitada e teve Helena, a qual criou com muito amor e carinho. Era uma casa com todas as atenções voltadas para a criança. Depois que o pai de Helena faleceu, sua mãe precisou ir trabalhar e pagava uma moça para cuidar da criança. Por ter perdido o marido, que era seu porto seguro, ela que já era super cuidadosa, aumentou os cuidados se tornando uma mãe super protetora. Não deixava que Helena saísse de casa sozinha, até que casasse. Esse excesso de amor acabou precipitando o casamento de Helena. “Quando perdi meu pai, me senti muito sozinha e tendo uma mãe como a minha, que me amava tanto que acabava me sufocando, super protetora, queria só um pouco de liberdade como todos os jovens”, lembra Helena. “Quando conheci meu primeiro namorado, que era um homem mais velho, maduro e que adora gordinha, não quis ficar enrolando e com um ano de namoro e noivado, resolvemos nos casar”. A mãe de Helena não gostou quando ela se casou, pois tinha medo de perdê-la. Mas Helena, cansada de ser tão presa a ponto de não poder sair com amigas, nem dormir na casa de colega, tinha que fazer tudo em casa e até para comprar roupa tinha que ser junto com a mãe, decidiu casar. “Adoro liberdade, nunca gostei de viver daquele jeito, sob aquele controle”, confessa Helena. “Hoje tenho certeza que

casei para poder me sentir livre”. Mas nada melhor do que o tempo para cicatrizar as feridas. Hoje, a mãe de Helena mora com ela, a apóia em tudo, virou seu braço direito, mas de vez em conta faz uma volta ao passado e ainda “pega no pé” dela. Chega a ligar duas vezes para ela, quando Helena sai de casa para resolver algum compromisso. “Quem me vê atendendo o telefone, pensa que sou solteira e não tenho filhos”, ri Helena. Sem pressão Helena nunca teve grandes problemas com seu peso. “Fui criada com muito carinho, atenção e amor”, lembra. “Só me lembrava que era gordinha quando alguma criança mal educada me chamava com aqueles apelidos pejorativos. Mas isso só me incomodava na hora. Quando contavam para meus professores, eles ficavam sempre do meu lado, pois eu era uma boa aluna, com ótimas notas e de boa educação. Com meus familiares e professores do meu lado me sentia apoiada e segura. Até ter meu primeiro filho nunca pensei em fazer regimes, mas também não era uma mulher muito gorda na época que casei, era só 10 quilos acima do meu peso”. No primeiro filho ela engordou um pouco, mas na terceira gravidez foi mais complicado. “Já era gordinha, mas depois que o Natan nasceu, meu

“Estava obesa, não tinha roupas que lhe servisse nas lojas que ela estava acostumada a comprar. Nem o tamanho EXG serviu. Não foi a madrinha, caiu em depressão e se isolou ainda mais.”

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SEMMEDIDA marido não quis que o ajudasse mais e então resolvi me dedicar só a casa e aos filhos e muito mais ao bebe recém nascido”, lembra Helena. “Com isso engordei mais que 10 quilos e fui perdendo a vontade de sair, de passear com a família e de me cuidar. Tudo eu colocava meus filhos e tarefas do lar na frente. Parei de frequentar salão de beleza, comecei a achar que não precisava me cuidar e me larguei pra lá”. Helena só percebeu o rumo que sua vida estava tomando quando uma amiga de infância veio convidá-la para ser madrinha de casamento e ela aceitou. A poucos dias do casamento, foi comprar vestido e descobriu que era outra pessoa. Estava obesa, não tinha roupas que lhe servisse nas lojas que ela estava acostumada a comprar. Nem o tamanho EXG serviu. Não foi a madrinha, caiu em depressão e se isolou ainda mais. No fundo do poço, procurou um médico que lhe disse que o próximo passo seria a morte. Assustada com a “profecia”, Helena resolveu voltar para a vida. “Meu primeiro passo foi me afastar de tudo o que me causava mal, que era o exagero em cuidar só dos outros e esquecer a mim”, lembra Helena. Contratou uma senhora para ajudála nos afazeres domésticos e começou a cuidar da saúde. Primeiro com caminhadas, mas ainda em lugares que não passava ninguém, pois tinha vergonha por estar tão gorda. Começou a se ali-

mentar direito. Os “Vigilantes do peso” foram um grande apoio, onde ela fez amigas e trocou experiências, o que a ajudou muito. Com uma reeducação alimentar e apoio de toda família, Helena resolveu fazer faculdade, o que a fazia sentir útil. “Aos poucos voltei a frequentar o salão de beleza já que estava saindo de casa precisava me cuidar bem”, lembra. “Aconteceram muitas coisas boas durante esse tempo, sei que fui emagrecendo e me sentindo melhor e feliz. Comecei a fazer novos amigos, sair à tarde com amigas para bater papo, ir ao shopping e ao cinema, tudo isso só me fez bem e com apoio da minha família eu venci a depressão”. Nasce uma estrela Para coroar essa nova fase, Helena recebeu um convite para ser modelo plus size. “Na ocasião, eu tinha perdido 25 quilos, superado a depressão, voltado a cuidar dos negócios da família”, explica. “Gostei do convite porque sempre fui uma mulher carismática, bonita e que adora ser fotografada. E essa nova fase na minha vida me ajudou a me sentir melhor comigo mesma”. Por ter sido sempre plus size, usar até o tamanho GG não a incomoda, porém, se cuida muito para não passar desse limite. Ela afirma que para ser modelo plus size não basta ser bonita,

“Quando perdi meu pai, me senti muito sozinha e tendo uma mãe como a minha, que me amava tanto que acabava me sufocando, super protetora, queria só um pouco de liberdade como todos os jovens.”

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23 é necessário ter carisma, fotogenia e muito profissionalismo. Ela entrou no ramo a convite da dona de uma agência em São Paulo que a viu no Orkut. Segunda ela, no meio das grandes lojas existe muito preconceito, contra quem é plus size. Ela sugere que se criasse uma lei que obrigasse as confecções a fabricar os modelos plus size, colocassem em seus catálogos e folhetos promocionais também fotos com tamanhos grandes. Esclarecida, Helena defende não apenas a valorização do corpo das plus size, mas também da cabeça. “Para mim, a beleza feminina não é somente o que tem no exterior, como cabelo bem cuidado unha bem feitas, etc”, diz. “Isso é importante para uma modelo, mas é muito importante termos essência. Muitos dizem que a beleza é fundamental para ser uma modelo plus size. Mas pra mim, beleza não é tudo, só que estaria mentindo se dissesse que a inteligência é tudo. De que vale ser bonita e ser burra. Ambos reunidos dariam uma união perfeita”. Mulher realizada Hoje, casada, com três filhos, aos 36 anos, Helena é uma mulher realizada. “Tenho três filhos, Talita 20 anos, Renan 18 anos e Natan oito anos”, diz orgulhosa. “Sou gordinha e não vejo mau nenhum nisso. Hoje sou uma mulher feliz que me aceito como sou, estou

em fase de amadurecimento em busca de acertos, às vezes erro. Acredito que a mulher tem que fazer de tudo pra se sentir feliz. Se ela se sente feliz magra, então emagreça, mas se sente bem do jeito que está, não deixe que as pessoas digam como deve ser o seu corpo, não se deixe levar pelos comentários preconceituosos, cuide bem da sua saúde e do seu bem estar, hoje procuro fazer coisas que me deixam feliz”. Helena se auto define como uma mulher de bem com a vida e que acha que a primeira impressão, todos são bons até que provem o contrário. Aquariana, tem facilidade em fazer amigos e manter, amigos de infância com os quais mantém contato até hoje. Ama a natureza e tudo que nela existe. Cristã, ama a Deus sobre todas as coisas e procura fazer o bem sem olhar a quem nunca esperando a recompensa. Por fora, uma mulher trabalhadeira, dinâmica, bem humorada, festeira e muito feliz. Por dentro, uma menina, sensível, dengosa, meiga, doce, compressiva, mãezona dedicada e cuidadosa. Mais amiga. Tão amiga que as vezes acaba recebendo ordens deles, e o pior, as cumpre. Para ela, sua beleza está em sua essência e no seu caráter. Acredita em sonhos, mas quando sonha, sonha grande. Quer ser uma mulher ainda mais bem sucedida. Cansou de ficar sempre debaixo da asa de alguém. “Eu vim à Terra pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente”, afirma com convicção.

“Desde que eu era criança, minha mãe tinha aquele pensamento das mães de antigamente, que criança gordinha era criança saudável. Então ela caprichava na minha alimentação.”

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O restaurante Clos de Tapas apresenta a nova cozinha espanhola em um ambiente sofisticado, de muito bom gosto unindo profissionais renomados em vรกrias รกreas.

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Clos de Tapas

No melhor estilo da gastronomia espanhola

Texto: da Redação Imagens: divulgação

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esde janeiro, São Paulo conta com o restaurante Clos de Tapas, novo empreendimento de Marcelo Fernandes, que também é sócio do premiado Kinoshita e da Mercearia do Francês. A casa traz para o Brasil um conceito gourmet para as tapas, as pequenas porções de comida que são um dos símbolos da gastronomia espanhola. O nome do restaurante faz referência aos clos, os terroirs europeus conhecidos por produzir as melhores uvas de cada safra. A palavra se tornou sinônimo de local exclusivo, cuja produção é conhecida por sua qualidade e pelo cuidado em sua criação. A nova casa, na Vila Nova Conceição, é comandada pelos chefs Ligia Karazawa e Raúl Jímenez. Jímenez, nascido em Madri, trabalhou também nas cozinhas dos estrelados restaurantes espanhóis La Alqueria-Hacienda Benazuza e Mugaritz, ambos detentores de duas estrelas no respeitado guia “Michelin”. Já a brasileira Ligia, trabalhou nos restaurantes da Espanha, como o El Celler de Can Roca, Quique Dacosta e El Bulli, foi chef da cozinha do Casa Lluiset (Valência) e do El Racó de Can Fabes, premiado com três estrelas no guia “Michelin”. Juntos, os dois ainda trabalharam no Quique Dacosta, El Celler de Can Roca e Mugaritz. No Clos de Tapas, o sotaque brasileiro é percebido claramente na proposta da casa, já que os chefs também usam ingredientes nacionais, com o que há

de mais fresco no dia. “Nossas tapas são uma forma diferente e especial de comer. Sempre em porções reduzidas, fazendo uso de técnicas, apresentação e sabor, para proporcionar ao comensal uma experiência gastronômica única”, diz Jímenez. Cardápio Modernos e criativos, os chefs Lígia Karazawa e Raul Jímenez apresentam um menu lúdico, cheio de sabores e experiências. Um dos exemplos é o couvert, onde são servidos cinco discos de massa crocante de pastéis em formatos de pizza, acompanhados por uma bisnaga de ervas e farofa de calabresa, para que cada cliente monte a sua própria entrada. O menu da casa é dividido em três partes. A primeira seção do cardápio, chamada Pensadas para Compartilhar, apresenta tapas que servem duas pessoas, com sugestões como a de jamón ibérico de pata negra (R$ 55) e a de queijo coalho com matizes doces, ácidas, amargas e picantes (R$ 23) Já a seção Tapas Individuais é dividida entre pratos frios e quentes. Entre as opções frias estão o robalo em ceviche e sua sopa fria ao manjericão (R$ 24) e O Tronco, uma pele crocante de mandioquinha, acompanhada de folhas frescas, cogumelos, tubérculos, defumados e flores (R$ 16,80). Nove tapas quentes compõem a outra parte do menu – caso da tapa de lula e ervi-

Uma aposta da casa são os vinhos. A moderna adega do Clos de Tapas acolhe 1.200 rótulos, divididos com dupla climatização para os vinhos brancos e tintos.

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No Clos de Tapas, o sotaque brasileiro é percebido claramente na proposta da casa, já que os chefs também usam ingredientes nacionais, com o que há de mais fresco no dia.

lhas tortas (R$ 24,50), a com leitão, graviola, rabanete e diferentes cebolas (R$ 34) e a de foie gras de pato no tucupi (R$ 35). Cinco sugestões de sobremesa completam a carta, com doces como o iceberg de lichia, jambo e rosas (R$ 14) e os extratos de chocolate, servido em um mini vaso, trazendo diferentes texturas e temperaturas do ingrediente (R$ 16). Por fazer uso dos ingredientes do dia, os chefs do Clos reservam surpresas para as duas opções de menu degustação. O primeiro é o Menu Tapas com seis pratos elaborados a cada semana pelos chefs, incluindo uma sobremesa (R$ 136). Já o Menu Clos é composto por nove pratos criados especialmente para a degustação (R$ 185). Outra aposta da casa são os vinhos. A moderna adega do Clos de Tapas acolhe 1.200 rótulos, divididos com dupla climatização para os vinhos brancos e tintos. Na carta, 120 opções de vinhos do Novo e do Velho Mundo, com destaque para os rótulos espanhóis e para os champanhes Veuve Cliquot. Ambiente Vencedor do V Prêmio de Arquitetura Corporativa em 2008 com o restaurante Kinoshita, o arquiteto Naoki Otake é responsável pelo projeto do Clos de Tapas. De linhas retas, o restaurante revela sua contemporaneidade mesclando pedras, madeira, colunas

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de aço corten e vidro, entre outros elementos. Com paisagismo de Gilberto Elkis, o restaurante acolhe uma árvore de jasmim manga em sua ampla calçada, feita em mármore travertino, de onde é possível enxergar o salão do restaurante. Com fachada toda em vidro, o Clos de Tapas lembra uma agradável vitrine, iluminada por luz natural. Ao entrar, do lado esquerdo, uma imponente parede de pedra de sete metros abriga obras do artista Enrique Rodríguez. As mesas deste lado do restaurante recebem um sofá, luzes indiretas, traduzindo este espaço num ambiente cosy (aconchegante e confortável). Do lado oposto, há mais outras mesas distribuídas em um claro ambiente. A envidraçada cozinha ao fundo do salão chama a atenção pela porta iluminada em amarelo. Os utensílios são importados da Europa, como, por exemplo, os equipamentos da KitchenAid. Outro destaque no salão é a escada feita em aço corten que leva os comensais ao segundo piso, local onde está o descolado bar, integrado as mesas de espera, e a adega. Serviço Clos de Tapas – Rua Domingos Fernandes, 548 – Vila Nova Conceição. Aceita todos os cartões de crédito Estacionamento Tel.: (11) 3045-2291


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Belle Helène

Uma sobremesa de peras que você não vai esquecer Texto: Luis Felipe Calmon Imagens: divulgação e Wikimedia Commons

Preparar pratos soberbos é uma arte e requer paixão e dedicação daqueles que se dedicam a agradar ao paladar. Por isso, não é de se estranhar que alguns gênios gastronômicos tenham buscado inspiração para suas obras culinárias em outras vertentes da criação artística, como, por exemplo, o teatro.

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este sentido, nada ilustra melhor esta tese do que as “Poire Belle Hélène, em nosso idioma, Peras à Belle Hélène, uma sobremesa deliciosa feita à base de peras, chocolate, vinho, especiarias e que teve sua criação inspirada numa opereta chamada “La Belle Hélène”, criada por Jacques Offenbach e baseada na famosa e tórrida história de amor e sedução entre Helena, rainha de Esparta e Paris, príncipe de Tróia, que gerou a guerra que o grego Homero descreveu em sua obra Ilíada. A história da gastronomia não revela o nome do criador desta iguaria culinária. Porém, sabe-se que ela surgiu na França do século 19, mais precisamente na ocasião em que estreava a opereta, em 17 de dezembro de 1864. Outro fato notório e que também agrega à sobremesa um certo ar romântico, é o fato de que a estrela que interpretava o papel de Helena, a soprano Hortense Schneider, além de uma poderosa voz, era também uma mulher sensual e bastante dedicada ao amor e à sedução, vividos em sua personagem. Comenta-se que, mesmo não tendo uma beleza notória, a soprano era considerada muito sensual, e sua vida, principalmente a amorosa, era bastante tumultuada, e contou com uma sucessão de amantes nobres, entre eles o Príncipe de Gales, Napoleão III e o

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Hortense Schneider, a artista que interpretou Helène, na opereta “La Belle Helène, e arrebatou o coração de muitos príncipes, no século XIX.

duque de Morny. Isso teria lhe valido o apelido de “le passage des princes” (passagem dos príncipes) ou “la divine scandaleuse” (a divina escandalosa). Ninguém duvida que foi essa grande e polêmica artista a mulher que inspirou o cozinheiro anônimo a criar a receita da Poire Belle Hélene, que acabou se tornando presença marcante nos cardápios românticos daqueles tempos e, por que não, nos de hoje também. E, se observarmos um pouco mais atentamente o prato, a pera é uma fruta sensual, feminina na alma e no paladar, que harmoniza de forma escandalosa com diversas especiarias e ervas, sabores picantes e surpreendentes. Ela é suculenta, macia, delicada, perfumada, refrescante e seu formato, inegavelmente, pode ser comparado aos seios femininos. Mesclar peras com chocolate, conhecido estimulante do corpo e da alma, beira à perfeição, deixando na boca uma sensação deliciosa, que evidencia aromas açucarados, levemente amadeirados, exalados pelo chocolate derretido. Portanto, se você deseja despertar em seu relacionamento uma certa dose de sedução e ardor, semelhante ao de Helena e Paris, ou igual ao de Hortense Schneider por seus incontáveis príncipes, prepare para o seu amor esta sobremesa. Você não vai se arrepender.

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Peras à Belle Helène por Luis Felipe Calmon

Ingredientes 3 peras Willians 40 gramas de açúcar 2 unidades de pau de canela 2 unidades de cravos da índia 2 unidades de anis estrelado 2 unidades de cardamomo 400 ml de água 150 gramas de chocolate amargo 100 gramas de creme de leite fresco 100 gramas de amêndoas em lâminas Modo de preparo Comece o preparo desta sobremesa descascando as peras, corte-as ao meio e retire o centro de todas elas. Em seguida, em uma panela alta, coloque a água, o açúcar e as especiarias. Adicione as metades das peras e deixe-as cozinhar até que fiquem macias, porém, ainda firmes. Escora e reserva a água utilizada no cozimento e coloque as peras para descansar na geladeira. Para preparar a calda de chocolate coloque uma frigideira com água até a metade de sua altura e deixe-a aquecer em fogo baixo. Em seguida, sob a água quente, coloque uma panela que caiba inteiramente na frigideira. Isso é chamado de “banho Maria”. Então, coloque o chocolate nesta panela mergulhada em água e mexa suavemente até que ele esteja totalmente derretido. Então, acrescente ao chocolate o creme de leite e misture ambos até que a cor se torne homogênea. Em seguida, comece a adicionar ao chocolate à água do cozimento das peras e continue misturando até que a textura do chocolate retorne. Sua sobremesa está pronta. Para serví-la coloque uma das metades de pera em um prato pequeno, regue-a com a calda de chocolate e, ao lado dela, coloque uma bola de sorvete de creme, chantilly e salpique lâminas de amêndoas torradas.

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Tendências

A Lepoque apresenta sua coleção outono/inverno A convite da revista Sem Medida, esta confecção catarinense apresenta, com exclusividade, sua coleção para a próxima estação. Texto: da Redação Imagens: divulgação

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Blusa Visco com Renda em Poliamida Sobreposta. O básico deixa de ser básico e ganha sofisticação. Calça By Elastic. Com um corte alto, a peça valoriza o corpo, deixando a cintura bem marcada e firme. A abertura na lateral foge dos padrões de aberturas centralizadas.

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Blusa Visco com Tricoline Xadrez. O xadrez que estĂĄ cada vez mais em alta e esta tendĂŞncia trazida em detalhes.

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Camisete em Tricoline. A combinação de preto com branco é praticamente um clássico e além de tudo, lindo.

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Blusa Liganete Estampada. As estampas com fundos escuros ajudam a diminuir medidas. Legging Cotton. Por ser considerado um artigo esportivo, ela ĂŠ muito bem aceita em ocasiĂľes formais, deixando o look elegante.

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Blusa Visco. A peça básica sempre presente Saia Max Jeans. A composição de renda com a viscose jeans, deixa a peça ainda mais moderna.

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Blusa Visco c/ Colete em Visco Mescla. Um conjunto super divertido. O colete pode ser usado separadamente, em uma outra produção.

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Blusa Visco c/ Detalhes em Cotton Satim. O detalhe no decote formando um laço é o diferencial da peça que de básica, torna-se algo mais sofisticado.

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Vestido Visco. O vestido é básico, este numa produção um pouco mais moderna pode ser usado com lenços e adornos no pescoço.

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Vestido Visco. A sua combinação de tom sobre tom torna-se o destaque da peça.

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Blusa Visco. A jogada do liso com o estampado sempre casa muito bem. Nesta peça o recorte diagonal, permite a impressão de a pessoa estar mais magra.

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Blusa Visco. Além de charmosa, a corrente na cor ouro, traz a sofisticação para a peça.

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Vestido Tricoline. A abertura frontal e a marcação de cintura dão um ar jovial ao look.

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Sobretudo em MatelassĂŞ. O sobretudo aquece com muito mais estilo e charme.

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Blusa Visco. A cor chumbo é indicada para quem está acima do peso, isso porque ela é da família do preto. Assim como o pretinho, o chumbo também é básico.

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Blusa Visco Flamê. Filetes sobrepostos na blusa dão todo o diferencial para a peça.

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O lançamento da coleção na FENIM

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A Lepoque, a exemplo de anos anteriores, decidiu fazer o lançamento de sua coleção de Outono/Inverno num dos palcos mais privilegiados do Sul do Brasil, a Fenim, - Feira Nacional de Moda Inverno. O Evento reuniu um público superior a 27 mil pessoas e contou com cerca de 600 expositores. Nesta edição, além dos lojistas brasileiros, a feira recebeu visitantes de 11 países como, por exemplo, Argentina, Espanha e Hong Kong. Esta foi a terceira participação da Lepoque no evento, porém, foi a primeira estada de forma individual. Nas edições anteriores a empresa contou com uma participação menos expressiva, através de entidade de classe da região. Jonathan Muller, gerente comercial da Lepoque, conta que os resultados alcançados foram ótimos. “Tivemos grande êxito na feira, com o stand sempre bem movimentando. Apresentamos uma coleção moderna, com elementos que retratam a moda contemporânea para um público com muitas necessidades. Vemos que os lojistas estão cada vez mais atentos às consumidoras acima do peso, buscando roupas bonitas e confortáveis”, afirma Jonathan. Lojas em São Paulo VITORIA MODAS PIRAJUSSARA - Fone: (011) 3132-0867 COMERCIO DE ROUPAS HOSHIDA VILA GRANADA - Fone: (011) 2957-4268 FOFINHAS MODA GRANDE JARDIM SANTA TEREZA - Fone: (011) 3444-2242 LENNER BRAS - Fone: (011)2698-5140 LOJA E BAZAR THAZ MANIA PARELHEIROS - Fone: (011) 5921-8469 IDEAL MODA GRANDE VILA SIMONE - Fone: (011) 2572-7887 ODETE MODAS SANTO AMARO - Fone: (011) 5548-7920 PETUCHA WEST VILA BUTANTA - Fone: (011) 3735-7363

Blusa Liganete. Estampada. Uma malha leve para dias não tão frios.

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WATER MARK JACAREPAGUA - Fone: (021) 2427-6595


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Revista Ano 3 - Nº 1 - Fevereiro de 2011

SEMMEDIDA writers Editora

Para quem não tem medo da fita métrica

Comunicação

Without Measure: now content in english too Gastronomia

Clos de Tapas, um novo olhar sobre a Espanha Culinária

O romantismo de uma sobremesa inesquecível Moda

Lepoque mostra seus lançamentos de outono/inverno Automóveis

BMW Série 5 GT, um carro que fará história nas ruas LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

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Ela caiu, mas aprendeu a se levantar e ir em frente

Helena Custódio

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Apple iPad

O prenúncio de uma nova maneira de ver a informação Texto: da redação Imagens: arquivo SM

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SEMMEDIDA Se alguém tinha dúvidas de que ler notícias impressas em papel está se tornando algo ultrapassado e, por que não dizer, antiecológico, basta prestar atenção aos números de venda do iPad, o tablet criado pela Apple.

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assada a euforia do Natal, as empresas de diversos setores da economia começaram a divulgar seus números de comercialização em 2010. Alguns tiveram queda nas vendas acumuladas, outros conseguiram lucros dignos de comemoração. A Apple está entre aqueles que mais lucraram e um motivo extra para alegrar Steve Jobs, CEO da empresa, é a vertiginosa sede dos consumidores mundiais por seu tablet. Enquanto os especialistas de Wall Street estimavam que as vendas do iPad, sob uma ótica bastante otimista, alcançariam no máximo 7 milhões de unidades, o número real de aparelhos comercializados chegou à casa dos 15 milhões. E destes, 7,3 milhões foram vendidos apenas no último trimestre do ano passado. Outra estimativa, relacionada ao mercado de tablets em geral, bastante divulgada até o final do ano passado, inclusive por Sem Medida em várias edições, é a de que, até o ano de 2014 cerca de 14 milhões de pessoas estariam usando um destes aparelhos para acessar seu jornal ou revista preferido, ou então, para acessar a internet, ou realizar tarefas básicas de seu dia a dia. Com base nos números divulgados, esta previsão se modificou e espera-se que até o final de 2011, dois anos antes do previsto, cerca de 44,6 milhões de usuários comprem um tablet. Entre as opções disponíveis no mercado, estima-se, também, que 98% dos compradores optem pelo iPad e apenas 2% recorram a modelos concorrentes. Em nossas pesquisas, não encon-

tramos nenhum dado que possa ser comprovado a respeito da venda de iPads. Esperamos que em breve, a própria Apple divulgue este número, ou esperamos que algum site, blog ou revista ligada à área de tecnologia ou economia, divulguem a quantidade de aparelhos comercializados oficialmente. Até agora só se tem notícia sobre o fato de que muitos brasileiros estão adquirindo o aparelho em sites como, por exemplo, o Mercado Livre, conseguindo uma economia que pode chegar a 30% do valor oficial colocado pelas lojas. No Brasil é possível encontrar o iPad nas lojas oficiais da Apple, nos supermercados Extra, na rede Ponto Frio, na livraria Saraiva e em muitos outros pontos de venda. Mercado editorial Atentos para uma tendência irreversível e que, graças à Apple está se concretizando muito antes do esperado, várias publicações brasileiras lançaram suas edições para o iPad. Entre as revistas semanais é possível encontrar a revista Veja, IstoÉ e Época. Na área de economia a revista Exame, no setor automobilístico Auto Esporte, no setor de moda, Lola, Elle e, na área de propaganda e marketing a revista ProXXIma, da Meio & Mensagem. E provável que muitas outras revistas nacionais já estejam disponíveis para o iPad, mas precisaremos de muito mais tempo para catalogá-las. No APP Store da Apple estão relacionados mais de 1770 títulos de publicações de todo o mundo. Na lista de jornais, en-

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61 contram-se Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, o Globo, Correio Brasiliense, Estado de Minas. Nos internacionais, estão listados, The New York Times, The Wall Street Journal, Time, Financial Time, Wired e a National Geographics, entre outros. Segundo Roberto Paes, editor da revista Sem Medida, a partir de abril, a Writers também fará parte do grupo de publicações editadas para o iPad. “Apesar de Sem Medida sempre ter sido eletrônica, depois de acessarmos uma publicação feita especificamente para o iPad, achamos impossível não lançar uma versão adaptada para este aparelho. As possibilidades de trabalhar a notícia de uma forma multimídia é encantadora. Até hoje, o que nossos leitores tiveram foi a possibilidade de ler sem que o conteúdo estivesse em papel. Agora, com o iPad, será possível criar diferentes desenhos de página para serem lidos na horizontal ou na vertical, incorporar som e imagem, vídeos, gráficos e animações. Ou seja, não há limite para a nossa imaginação”, afirma entusiasmado Roberto. Isso não significa, diz ele, que os leitores da revista terão que comprar um iPad para continuar a acessar e ler Sem Medida. A Writers continuará a fazer e disponibilizar as versões em flipping book e em PDF. “Nós não vamos ‘obrigar’ nossos mais de sete mil leitores a comprar um aparelho para ler a revista. O que queremos é proporcionar a quem tem um iPad uma experiência mais rica no que diz respeito a possibilidades. Para que vocês tenham uma idéia, antes do iPad nós enviávamos um repórter e um fotógrafo para realizar uma entrevista. Agora, podemos

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mandar também um cinegrafista. Aquelas frases que destacamos ao lado do texto, poderão, a partir de agora, ser o áudio da reportagem. Isso para ficar no que há de mais simples com os recursos que teremos em mãos”, afirma Roberto. E se o assunto é possibilidade, com a chegada do iPad, elas parecem não ter limites. Após a chegada dos aparelhos à redação, tivemos a oportunidade de acessar, por exemplo, a revista Alpha e quase caímos de costas quando na capa, em vez de uma imagem estática, uma modelo começou a nos apresentar o conteúdo. Na área de propagada tivemos as mesmas surpresas, anúncios animados onde era possível ver filmes. Pelo visto, agora só falta mesmo é inventarem algo que nos faça sentir o sabor, a textura e o aroma daquilo que está sendo anunciado. Meio-ambiente Ao mesmo tempo que o iPad e os demais tablets vão definir uma nova forma de como o leitor interage com a informação, estes aparelhos também vão colocar em xeque, definitivamente, a impressão de informações em papel. Para Roberto Paes, continuar a consumir informações em papel será algo que, daqui a algum tempo, demonstrará um alto grau de desprezo para com o meio-ambiente. “Até a chegada da internet, nós não tínhamos opções e éramos obrigados a passar em uma banca de jornal para comprar um exemplar. Hoje, levanto da cama, ligo meu laptop e em poucos segundos, entre um gole de café e um cigarro, fico sabendo de tudo o que


SEMMEDIDA acontece no mundo. A partir de agora, com um tablet, até mesmo aqueles que gostam de ler no banheiro, terão a oportunidade de fazer isso sem que, para seu prazer literário, árvores tenham que ser derrubadas”, diz Roberto Paes. Ele vai mais longe em sua defesa da leitura digital e afirma que, uma vez abolida a leitura impressa, no lugar das árvores que são usadas para a produção de papel, poderão ser plantadas diferentes culturas, voltadas para o fornecimento de alimentos. “Eu não tenho números específicos sobre o tamanho das plantações que hoje são usadas para se fabricar papel em todo o mundo, mas acredito que qualquer metro quadrado usado para se plantar tomates é uma opção melhor”, diz Roberto. “Outra informação que não é divulgada para o público é algo que nós do setor editorial chamamos de encalhe, que nada mais são do que as revistas e jornais que não são vendidos e retornam às editoras. Na última vez que tive acesso a este tipo de informação, estimava-se que 50% da tiragem de uma revista retorna à editora como encalhe e fica por lá, esperando para ser vendida como ‘apara de papel’ ou para ser dada gratuitamente em promoções ou mídia kits. Com as publicações digitais isso acabará”, afirma Roberto. Baixando preços Além de preservar o meio ambiente, outro beneficiado pelo consumo de publicações eletrônicas, sem dúvida, daqui a algum tempo, será o bolso do leitor. Atualmente, as publicações que circulam no iPad ainda ostentam

preços pouco convidativos em comparação ao exemplar impresso. A revista Veja, por exemplo, custa em bancas R$ 8,90 e no APP Store pode ser adquirida por US$ 4,99, que ao dólar de R$ 1,60 faz com que ela custe R$ 8,33. Uma diferença pequena se levarmos em consideração que para o exemplar digital não existem o custo da matéria-prima (papel e tinta) e da industrialização (gráfica, acabamento e distribuição). “Não sei dizer ao certo quem determina o quanto uma edição digital deve custar, mas, pela minha experiência, retirando-se os custos que envolvem a impressão, acabamento e distribuição, uma revista como a Sem Medida, se ela fosse impressa, teria uma redução de custos da ordem de 60%. Que as grandes publicações tenham custos operacionais maiores eu até posso entender, mas creio que ainda veremos estes preços caírem bastante ou, quem sabe, cheguemos a uma situação onde não seja preciso pagar para se ter acesso a elas e este custo seja totalmente pago pelos anunciantes”, diz Roberto. Vantagens e dificuldades são algo que durante algum tempo farão parte da história recente das publicações eletrônicas. Afinal, até agora, tudo o que se sabia a respeito disso não passava de especulação, ou do que se ouvia a respeito disso através de amigos ou de publicações internacionais. Mas, a partir de agora, passaremos a ver com frequência estes aparelhos circulando por aí e, consequentemente, acompanharemos uma evolução vertiginosa na forma como se faz e se apresenta notícia e, também, na forma como se agrega valor ao conteúdo que estará disponível para o iPad e as centenas de outros tablets que serão lançados.

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ad o iP la d e t de ões duç o r Rep

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LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

SUSTENTÁVEL

Além das publicações nacionais que já aderiram ao formato eletrônico, centenas de publicações internacionais também seguem na mesma diração.

O que é isso afinal de contas? Você está acostumado a ver códigos de barras em diversos produtos, desde uma lata de salsichas até a capa de uma revista impressa em papel. Pois bem, o desenho que mostramos ao lado deste texto é a evolução deste código, criado por uma empresa japonesa em 1994, e que recebeu o nome de QR Code, ou melhor, Quick Response Code, código de resposta rápida. Sua principal diferença em relação ao código de barras é que ele pode ser lido por câmeras digitais, como as que veem acopladas ao seu celular. Hoje, os QR Codes são muito comuns também em revistas e propagandas, onde usam-se os códigos para guardar endereços e URLs, além de informações pessoais detalhadas, no caso de cartões de visitas, facilitando muito a inserção destes dados em agendas de telefones celulares. Consumidores com programas de captura ou PCs com interface RS-232C, podem usar um scanner para capturar as imagens. A banda Pet Shop Boys utilizou imagens do código QR no clipe da música “Integral”. São dezenas de códigos que aparecem durante o clipe. Todas as imagens quando decodificadas apresentam links para diferentes sites, em geral tratando da questão da privacidade no mundo contemporâneo. No Brasil, o primeiro anúncio publicitário a utilizar o código QR foi publicado pela Fast Shop em dezembro de 2007. Mais tarde a Nova Schin publicou um anúncio com o código em junho de 2008 e a Claro fez uma campanha utilizando o Código QR em novembro de 2008. A Revista Galileu, da Editora Globo, também aderiu QR para que o usuário tivesse acesso a informações extras através do seu celular. O formato de QR Code utilizado pela revista Sem Medida é conhecido como BeeTagg e a informação contida nele é o endereço do web site da publicação. Em breve, poderão ser incluídos outros tipos de informação neste código e você terá acesso a elas simplesmente capturando a imagem através de um programa instalado em seu celular. A capacidade de armazenamento de dados neste código corresponde a 7.089 carecteres numéricos e 4.296 caracteres alfanuméricos.

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Escola São Paulo

Difundindo cultura para um número maior de pessoas Em um país de Tiriricas, descobrir pessoas empenhadas em levar cultura a quem não teve oportunidade, é um grande alento e a convicção de que é possível remediar as falhas do Governo.

Texto: da Redação Imagens: divulgação

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epois de trabalhar com artes, desenvolvendo projetos para empresas e museus duante 20 anos com sua empresa de consultoria e produção cultural, Isabella Prata resolveu dedicar-se exclusivamente à Escola São Paulo, projeto que dirige desde 2006. Os objetivos do Instituto Escola São Paulo são proporcionar estudo em artes para estudantes, professores e arte educadores da rede pública, suporte financeiro para jovens artistas e manutenção do espaço cultural aberto gratuitamente com exposições, eventos culturais e biblioteca. Com isso, espera-se que os bolsistas tenham condições de reaplicarem as atividades aprendidas em suas comunidades, tornem-se referências de informação sobre a produção cultural contemporânea no local onde vivem e tenham uma nova perspectiva profissional. “Os nossos educandos que participaram do Seminário de Produção Cultural em outubro passado, na Escola São Paulo, acabam de ser contratados pela Rede TV. Trata-se da primeira turma de jovens de baixa renda capacitados para trabalhar com este tipo de tecnologia na região Oeste da Grande São Paulo”, conta Elaine Lavezzo, coordenadora de Projetos Sociambientais da Escola Internacional de Alphaville. Como funciona “A Escola São Paulo é um espaço de cultura contemporânea que foge dos padrões convencionais de educação acadêmica, com propostas pedagógi-

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71 cas desenvolvidas especialmente para quem deseja aprimorar sua carreira, seu repertório e inserir-se no mercado de trabalho”, explica Manuela Sánchez, coordenadora de Comunicação da Escola São Paulo que oferece além de cursos livres de curta duração, semestrais e anuais, palestras, workshops, cursos on line, in company, oficinas, buscando sempre novas experiências educativas. O curso livre é de curta duração, de fácil acesso e mobilidade na agenda. Uma forma prática de se atualizar em diversos temas como moda, artes visuais, cinema, mídias, gastronomia, arquitetura, negócios, dentre outras. Ele dá a oportunidade de interagir em diversas áreas e obter um conhecimento multidisciplinar enriquecendo o repertório individual. Oferece conhecimento nas seguintes áreas: arquitetura, artes visuais, cinema/vídeo, design, fotografia, gastronomia, gestão/negócios, literatura, moda, mídias, música, pintura, sustentabilidade, teatro e tv. É indicado para qualquer pessoa, porém, a recomendação é para que seja feito preferencialmente para maiores de 16 anos. Os cursos à distância são feitos on line que permite ao aluno ter a Escola São Paulo dentro da sua casa em apenas um clique. Nomes como Marie Rucki (diretora do Studio Berçot de Paris) e Isabela Capeto (estilista) já estão no ar. Em breve, haverá o lançamento dos cursos on line com Glória Coelho (estilista), Vik Muniz (artista) e Marcelo Tas (jornalista), aguarde. Para quem preferir estudar na própria escola, irá encontrar um ambiente

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SEMMEDIDA descontraído que transmite a linguagem e o DNA da Escola. Com um pátio aberto, café, cinema ao ar livre, auditório, salas abertas, biblioteca, CDteca e DVDteca, os alunos têm a oportunidade de interagir nos diversos espaços oferecidos. Também são realizadas algumas exposições com artistas ou com os próprios alunos que fazem a apresentação de seus trabalhos. Os cursos presenciais são o foco da Escola São Paulo, sendo eles os cursos livres, anuais e semestrais. As palestras, workshops, oficinas acontecem na Escola, porém, com menos frequência. Os cursos livres são encontros semanais com a média de 5 a 6 aulas. A seleção dos alunos é feita por instituições parceiras da Escola São Paulo como a Ashoka, Aprendiz, Instituto Criar, Projeto Ascenção, Janelas para o Futuro, Secretaria de Coordenação da Subprefeitura da Sé, Secretaria Estadual da Educação, Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade reduzida da Prefeitura de São Paulo, Fundação Abrinq e o Instituto Sou da Paz. Os alunos recebem apoio financeiro para transporte e alimentação e a formação é finalizada com um curso de empreendedorismo, acompanhado de certificado de conclusão. Mas tudo isso não seria possível, sem o apoio de empresas como a Gerdau, Contax, Oi Futuro, Programa Associados Escola São Paulo e do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo Governo de São Paulo. Para quem quiser saber mais informações sobre a Escola e seus cursos, é só acessar o site www.escolasaopaulo. com, ou enviar um email para info@escolasaopaulo.com.

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Texto: da Redação Imagens: Wikimedia Commons

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75 Wikimedia Commons/William Hoiles

Literatura

Um concurso para descobrir novos talentos Este ano, a Editora Writers e a revista Sem Medida editarão um e-book contendo histórias inéditas de autores brasileiros. O livro será uma coletânea de contos curtos onde a temática abordará o universo plus size.

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ntes de editar revistas e dar suporte a clientes na área de assessoria de comunicação, a Editora Writers foi uma empresa especializada na produção de livros virtuais. Isso aconteceu há mais de dez anos, quando a internet estava dando seus primeiros passos e apenas a Amazon Books, nos Estados Unidos e o Submarino, no Brasil, comercializavam livros utilizando a internet. Segundo Roberto Paes, diretor da empresa, naquela época, a Writers se especializou em criar e comercializar livros de autores nacionais sem renome, ainda desconhecidos, principalmente aqueles que produziam textos relacionados à ficção científica, suspense e terror. “A Writers nasceu como uma das primeiras editoras nacionais voltadas para a produção de livros virtuais e, por algum tempo, voltamos nossos olhos para os autores novos, que não conseguiam espaço para publicar suas obras nas grandes editoras brasileiras”, diz Roberto. “Nós lançamos e demos o primeiro impulso, por exemplo, à carreira da escritora Martha Argel, que depois de publicada em formato virtual, passou a ser notada pelas editoras convencionais. Martha publicou pela Writers, seu primeiro livro, Contos Improváveis. Depois vieram Olhos de Gato e a coletânea de contos de terror, Lugar de Mulher é na Cozinha, no qual Martha, além de publicar um de seus contos, também foi a responsável pela organização do livro”, afirma o editor. Este ano, usando toda a experiência que adquiriu na editoração de livros, Roberto está com um novo projeto editorial em mente: a publicação de um e-book contendo diversos contos curtos de autores brasileiros, sejam eles conhecidos ou ainda não, sem um gênero literário específico, mas, independente disso, com a abordagem direcionada para o universo plus size. “Através da revista Sem Medida, que-

ro divulgar e promover um concurso literário que receberá e selecionará contos de diversos autores, de qualquer gênero literário e que tenham como personagem principal, uma pessoa plus size, ou histórias que narrem acontecimentos ligados a este universo”, explica Roberto. O editor diz que o concurso acolherá contos curtos, escritos em um redator de textos convencional e com no máximo dez páginas. O gênero escolhido pelo autor poderá ser qualquer um, romance, terror, aventura, ficção científica, etc. Roberto só faz questão de frisar que os contos devem ser inéditos e, consequentemente, nunca publicados em livros individuais, coletâneas ou periódicos, como, por exemplo, uma revista ou fanzine. O prazo para a entrega dos originais está estipulado entre março e agosto de 2011. Passado este prazo, eles serão enviados para uma banca julgadora que escolherá os 20 melhores. Então, estes serão editados como um e-book que será distribuído gratuitamente através do web site da revista Sem Medida. “Ao editar esta coletânea, a Writers não pretende ganhar com a comercialização de exemplares. Nossa intenção é apenas viabilizar a publicação, principalmente, de autores novos, que dependem de investimento próprio para ver seus trabalhos formatados. Quem sabe, desta leva de contistas não surja um novo talento literário que possa ser contratado por uma editora totalmente voltada à edição de livros?”, explica Roberto. Como participar Se você escreve e deseja participar da Primeira Coletânea de Literatura Plus Size, promovida pela Editora Writers, crie um conto curto, com no máximo 10 páginas e envie-o para o email contato@semmedida.com.br. Em agosto, se seu trabalho for selecionado, ele fará parte da coletânea.

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Ana Oliveira

A psicóloga que se encantou pela fotografia

Tem gente que passa a vida toda tentando descobrir o que fazer de sua vida. Alguns acham que descobriram sua vocação e seguem uma carreira. Outros, por mero acaso e sem compromisso nenhum, acabam batendo de frente com algo que realmente faz seus corações palpitarem. No caso de Ana Oliveira, foi a fotografia.

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Texto: da Redação Imagens: Ana Oliveira

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uem já ouviu falar sobre a filosofia de vida dos samurais, provavelmente conhece também a fábula de que estes homens transformavam a espada numa “extensão” de seus braços. A fotógrafa Ana Oliveira, apesar de não ser descendente destes bravos guerreiros, leva esta filosofia muito a sério. Só que no seu caso, ao invés de espada, sua arma é uma máquina fotográfica. Aliás, levando em conta que ela se formou em Psicologia, seu caso de amor com a imagem facilmente poderia ser confundido com uma obsessão. Mas, para nós que apreciamos o resultado, seja como retratados, ou como meros espectadores, não importa o nome que se dê a isso, afinal, como artista, esta fotógrafa esbanja talento. Uma carreira que, segundo Ana, começou por acaso. “Meu caso de amor com a fotografia começou há dois anos e na verdade foi até engraçado. Eu tinha decidido ir morar no exterior e estava tudo certo para fazer a viagem, data da partida, local onde ficar. Então, como sou uma pessoa muito inquieta, resolvi fazer um curso antes de ir e pensei, por que não fotografia? Quando percebi, depois do primeiro dia de aula, quase não dormi. Fotografei tudo que tinha em casa. Parafuso, bolinha, teto, chão. Tudo. E descobri que estava perdidamente apaixonada”, conta Ana. Ela diz que depois de decidir fazer o curso, vasculhou a internet em busca de escolas especializadas. Na época, ela escolheu a Primelight por dois motivos: primeiro porque ficava perto

de sua casa, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo e, segundo, pelo fato de eles emprestarem a máquina fotográfica. “Depois que decidi, minha primeira atitude foi procurar um lugar legal para estudar, meu intuito era apenas diversão, mas queria aprender a me divertir com qualidade. Busquei algumas escolas na internet e encontrei a Primelight, do lado de casa, quando liguei e soube que não precisava de equipamento, fechei na hora. Só depois de um mês decidi comprar a minha máquina. Não tinha outro jeito. Tudo virou fotografia e eu precisava da minha própria câmera”, conta Ana. O que Ana não esperava encontrar, também na Primelight, era o amor por alguém de carne e osso. Seu professor naquela época foi o fotógrafo Fernando Siqueira (veja matéria sobre ele na edição nº 7 – Ano 1 – Janeiro de 2010), que além de ensiná-la tudo sobre fotografia e contagiá-la ainda mais por este universo, acabou se tornando seu namorado. Hoje, ambos cultivam o hábito de sair de casa ou do trabalho, sempre com uma máquina fotográfica debaixo do braço e em busca da imagem perfeita. “Saio sempre para fotografar. Adquiri este hábito com o Fernando. Tanto faz se é em São Paulo, no Rio, ou no interior. Não importa o lugar, em qualquer cidade, eu tenho que fotografar, não saio procurando um tipo de imagem especifica e nunca saio de casa com uma ideia formatada na cabeça. Geralmente a foto se mostra para mim, você dá um passo e ela está lá. Parece até que me esperando. Toda esta quí-

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87 mica é a junção da hora e do lugar certo. É tudo muito rápido e quando eu me dou conta, a foto está feita”, explica Ana. Aliás, explicar essa relação com a fotografia é algo que Ana deixou de fazer há muito tempo. “Para ser honesta, desisti de tentar explicar o que faço. O que eu sei é que me sinto tão apaixonada pela fotografia que deixar a máquina de lado para fazer qualquer outra coisa é quase que impensável. E quando isso acontece, de eu baixar a lente, sempre perco uma foto. Então, como garantia, é melhor andar sempre com ela pronta para o clique”, confessa a fotógrafa. Além disso, a caçadora de imagens também diz que adora fazer fotos na rua e afirma que suas melhores imagens, até hoje, foram conseguidas assim. “Pessoalmente, amo fotografia de rua, acho que são minhas melhores fotos. Se elas são ‘roubadas’, quando a pessoa nem vê, melhor ainda, dá mais adrenalina, emoção, tesão. Isso sem falar que da mais realidade ao trabalho. Todo mundo percebe quando uma foto é espontânea e quando ela é posada”, comenta Ana. Porém, apesar de saber que a fotografia descompromissada de rua lhe traz excitação e permite que ela aprimore suas técnicas e sua sensibiliade, Ana também precisa ganhar a vida e, quando não está se “divertindo”, sua ocupação é a criação de imagens de moda e retratos. “Hoje fotografo moda, assim como gestantes e pessoas comuns, tento sempre inovar, pegar algo que vem do mundo fashion e inserir no

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contexto de pessoas comuns, desde crianças, gestantes, modelos iniciantes e os que já estão neste universo. Quando eu faço algo novo e que apresenta um ótimo resultado final, fico extremamente empolgada”, comenta Ana. Ela afirma que fotografar pessoas é uma experiência sem igual, onde é dada a ela a oportunidade de mostrar a quem é retratado sua verdadeira imagem. Segundo Ana, não existe sensação igual à de se fotografar alguém e, em seguida, ouvir desta pessoa frases como, por exemplo, “nossa, não sou eu. Estou linda.” Ou então, “você mudou minha vida. Não tem dinheiro no mundo que pegue isso.” Ana trilha a carreira solo já há algum tempo, mas não se deixa levar pelo sucesso que alcançou e diz com bastante humildade que ainda tem muito para aprender. Neste sentido, ela acompanha a carreira de diversos profissionais de destaque. Sem deixar o profissionalismo de lado, ela afirma que uma grande influência em sua carreira é Fernando Siqueira, professor e seu namorado. Em seguida, em sua lista, aparecem nomes como os de Henri Cartier Bresson, Steve McCurry, Robert Frank e Gerard Castello. “Não colocar o Fernando no topo da minha lista de fotógrafos admirados seria uma heresia. Foi ele quem me ajudou a dar meus primeiros passos no mundo da fotografia. Ele me mostrou a fazer arte e não a fazer fotos. A paixão dele pela imagem é algo que me contagiou e me influencia até hoje. Atualmente seguimos caminhos totalmente diferentes,


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mas é impossível não se encantar pelo trabalho dele”, afirma Ana. No que se refere a aconselhar quem deseja entrar para este mundo, o conselho de Ana não é nada ortodoxo e se parece mais com a receita que ela mesma decidiu seguir. “Primeiro eu acho engraçado as pessoas me perguntarem o que devem fazer para se tornarem fotógrafas. Por um lado é super bom para o meu ego alguém achar meu trabalho fascinante e tentar seguir o meu caminho. Porém, por outro lado, não me acho tão sábia a ponto de ficar passando conselhos. Enfim, em primeiro lugar digo para as pessoas fazerem cursos, acho que todos devem estudar muito. Em seguida recomendo que comam, respirem e vivam a fotografia. Se puder fazer

isso em tempo integral, melhor ainda. Claro que pra ser um bom fotografo é preciso ter talento, e você só descobre se tem quando começa a fotografar. Sempre perguntam se quem não tem talento pode ser fotógrafo. Claro que pode, mas esta pessoa terá que se esforçar cinco vezes mais do que quem já nasce com talento”, conclui Ana. Com relação ao futuro, Ana diz que pretende ampliar seu universo profissional direcionando seu olhar para outras áreas. Além disso, ela afirma que uma ideia que não lhe sai da cabeça é reservar duas semanas do mês para viajar, trabalhar e passear, seja pelo Brasil ou pelo Exterior. Com o tempo, confessa Ana, ela pretende estender essas saídas de São Paulo, passando um ou até dois meses fotografando.

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Texto: da Redação Imagens: divulgação

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Série 5 GT redefine conforto e elegância A BMW está definindo um segmento novo em folha no mercado automobilístico. O BMW Série 5 Gran Turismo combina elegância, espaço, conforto e variabilidade em um estilo único.

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omo uma extensão atraente e preparada para o futuro da família BMW Série 5, o novo modelo é incomparável no segmento de carros médios de luxo, combinando características de um sedan de prestígio com um Gran Turismo clássico totalmente novo, com um estilo sem precedentes. Através do design de sua carroceria, o BMW Série 5 Gran Turismo combina as proporções típicas de um BMW, uma silhueta elegantemente alongada e uma linha do teto como a de um coupé, bem como as quatro portas com janelas sem batentes para criar uma unidade completa e harmoniosa. A frente do carro confere dinamismo com a grade vertical em forma de rim, característica da BMW, amplas entradas de ar e faróis duplos inclinados para trás em um ângulo atraente. Pela primeira vez a função de luz de condução diurna é fornecida através de anéis luminosos com tecnologia LED. Dotado de linhas horizontais claras, a extremidade traseira vem com o característico visual de largura, potência e musculatura ainda mais aperfeiçoados pelas luzes traseiras em forma de L com linhas homogêneas iluminadas por unidades de tecnologia LED. Luxuoso e generoso, seu interior

oferece tanto ao motorista quanto aos demais passageiros, conforto e bemestar, aumentados pelo acesso confortável ao carro, a posição dos assentos sutilmente elevada, as amplas janelas, o teto solar opcional, bem como materiais primorosos e qualidade de acabamento superior. O interior é ajustável, permitindo que motorista e passageiros variem o espaço interno do carro conforme suas necessidades individuais e pessoais. Na posição padrão, os assentos traseiros oferecem aos passageiros o mesmo tipo de espaço para as pernas do BMW Série 7 combinado com o mesmo espaço para a cabeça do BMW X5. Nesta configuração, a capacidade do portamalas já é de 440 litros. Graças à divisão atrás dos assentos traseiros, os compartimentos de passageiros e de bagagem são separados entre si acusticamente e em termos de condições climáticas como em um sedan. Quando necessário, os assentos traseiros podem ser movidos individualmente para frente em até 100 mm, com o espaço para as pernas sendo mantido como no BMW Série 5 sedan e aumentando a capacidade do portamalas para 590 litros. E após descer os encostos dos assentos traseiros junto com a divisão, finalmente o espaço de

Faróis duplos de bi-xenônio incluindo uma função de luz de direção diurna bem como faróis adaptáveis com distribuição variável de luz e luzes de curvas também como opcionais.

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101 bagagem aumenta para sua capacidade máxima de 1.700 litros. Oferecendo uma funcionalidade única, a porta traseira bi-partida do BMW Série 5 Gran Turismo fornece uma variabilidade excepcional e máximo conforto no carregamento do compartimento de bagagem. Abrindo a pequena tampa do bagageiro tipo sedã sob a janela traseira, com a porta traseira ainda fechada, o motorista e os passageiros podem carregar o compartimento traseiro sem causar nenhum barulho desagradável, correntes de ar ou mudanças na temperatura no compartimento dos passageiros. Para carregar objetos grandes e volumosos, por sua vez, basta abrir a grande porta traseira para máxima conveniência. O conforto dos bancos, espaço para a cabeça e liberdade de cotovelos são todos do mais alto padrão, encontrado até então apenas em categorias de luxo. A posição do assento levemente elevada, a disposição clara e estruturada dos controles, com o novo BMW iDrive com seu Control Display de até 10,2 polegadas de tamanho, e o cockpit na tecnologia Black Panel ajudam a dar ao motorista a supremacia máxima o tempo todo. Os assentos traseiros podem ser ajustados individualmente para frente e para trás e também pode

vir com ajuste individual do ângulo do encosto. Para atender às maiores demandas em termos de luxo individual, finalmente, dois assentos individuais traseiros confortáveis estão disponíveis opcionalmente. Motorização O BMW Série 5 Gran Turismo chega ao mercado com a escolha de três motores trazendo o BMW EfficientDynamics a um novo segmento no mundo automobilístico. O BMW 530d Gran Turismo oferece um equilíbrio entre a experiência de dirigir e a economia de combustível, com consumo médio no ciclo de testes de apenas 15,31 km/l. Os dois modelos a gasolina também estabelecem novos padrões de eficiência em suas respectivas categorias de motores. Introduzindo pela primeira vez uma nova e ainda mais eficiente gama de motores, o BMW 535i Gran Turismo vem com o primeiro motor a gasolina com seis cilindros em linha com TwinScrollPower Turbo, injeção de alta precisão e Valvetronic, desenvolvendo uma potência máxima de 225 kW/306 hp. O motor topo de linha é o V8 TwinPower Turbo apresentando potência máxima de 300kW/407 hp no BMW 550i Gran

Todos os modelos vêm de fábrica com transmissão automática de oito velocidades que anteriormente estava disponível somente no sedan de luxo de doze cilindros BMW 760i.

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SEMMEDIDA Turismo. O BMW 530d Gran Turismo, por sua vez, vem com um motor a diesel com seis cilindros em linha e potência de 180 kW/245 hp de última geração com um cárter todo de alumínio e injeção direta de combustível common-rail. Todos os motores atendem aos padrões de emissão de poluentes Euro 5. Todos os modelos vêm de fábrica com transmissão automática de oito velocidades que anteriormente estava disponível somente no sedan de luxo de doze cilindros BMW 760i. Apresentando uma configuração inovadora de conjunto de marchas, um nível único de eficiência interna, e o mesmo peso baixo e dimensões compactas de uma transmissão automática de seis marchas, este câmbio combina conforto na troca de marchas, desempenho dinâmico e eficiência automobilística. A mais avançada tecnologia em motores, a inovadora transmissão automática de oito marchas e uma ampla gama de tecnologias únicas no contexto da estratégia BMW EfficientDynamics permitem que o BMW Série 5 Gran Turismo estabeleça novos padrões também em termos de economia de combustível e gerenciamento de emissão de poluentes.

Suspensão A moderna e exigente tecnologia de suspensão do BMW Série 5 Gran Turismo foi criada tanto para um dinamismo de condução quanto para conforto para longas viagens. O braço duplo do eixo frontal e o eixo traseiro Integral-V exclusivo da BMW, são feitos, em grande parte, de alumínio. Características padrões também incluem suspensão a ar do eixo traseiro, bem como direção hidráulica do tipo pinhão-e-cremalheira com um servomecanismo operando sob demanda. Direção Integral Ativa está disponível como opcional, combinando direção ativa das rodas dianteiras com direção das rodas traseiras variando de acordo com as condições de dirigibilidade e solicitações atuais. Como item de série, o Controle Dinâmico de Condução influencia não apenas a dinâmica da troca de marchas, mas também o pedal do acelerador e o mapa de controle da direção. Combinados com o Adaptive Drive opcional, os amortecedores com variação infinita do curso de avanço e recuo contribuem para uma função de suspensão superior. Além dos programas Normal, Sport e Sport+, o motorista também tem a opção do modo

Abrindo a pequena tampa do bagageiro tipo sedã sob a janela traseira, com a porta traseira ainda fechada, o motorista e os passageiros podem carregar o compartimento traseiro sem causar nenhum barulho desagradável.

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109 Confort, disponível no botão Dynamic Drive Control no console central. Outro aspecto é que a intervenção no Controle Dinâmico de Estabilidade DSC é reduzida no modo Sport+ e no modo de tração. A estrutura otimizada da carroceria junto com sistemas de segurança passiva asseguram segurança máxima dos ocupantes o tempo todo. Estes sistemas incluem cintos de segurança inerciais de três pontos em todos os bancos, airbags frontais e laterais bem como airbags de cabeça laterais, apoios de cabeça ativados em caso de colisão nos assentos dianteiros, pneus runflat (rodam mesmo furados) e um indicador de defeito nos pneus. As características padrão incluem luzes de neblina e luzes de freio adaptáveis, com faróis duplos de bi-xenônio incluindo uma função de luz de direção diurna bem como faróis adaptáveis com distribuição variável de luz e luzes de curvas também como opcionais. Tecnologia de sobra O BMW Série 5 Gran Turismo também está disponível opcionalmente com o BMW ConnectedDrive, incluindo controle de cruzeiro com função

Stop&Go, um assistente de luz alta, avisos de mudança de faixa, de abandono de faixa, informação de limite de velocidade, BMW night vision com detecção de pessoas individuais, Side View, Top View e uma câmera para auxílio em manobras traseiras. Além destas características excepcionais, o BMW ConnectedDrive também oferece BMW Online, BMW Assist, BMW TeleServices, bem como uma função Enhanced Emergency Call que determina e informa a localização atual do carro. A ampla gama de características padrão oferecidas pelo BMW Série 5 Gran Turismo inclui ar condicionado automático, sistema de áudio, um conector de entrada AUX-In, e o Manual Integrado do Proprietário. Características opcionais incluem ar condicionado automático de quatro zonas (item de série no BMW 550i Gran Turismo), sistemas de telecomunicação e navegação, entrada USB, um disco rígido de 80 GB para informações de navegação e coleção particular de músicas do usuário, um sistema de áudio multicanal, um rádio duplo DAB, um sistema de entretenimento de DVD na parte traseira, um Head-Up Display, um teto solar panorâmico otimizado para controle de ruídos e de design atraente.

Dotado de linhas horizontais claras, a extremidade traseira vem com o característico visual de largura, potência e musculatura ainda mais aperfeiçoados pelas luzes traseiras em forma de L com linhas homogêneas iluminadas por unidades de tecnologia LED.

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Durante o último trimestre de 2010, a revista Sem Medida e o Estúdio Fotográfico Monica Casareggio trabalharam para criar um calendário sensual, com 12 mulheres plus size brasileiras. Desde o final de dezembro ele está disponível no web site da revista, para download gratuito.

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A sensualidade plus size vista mês a mês Texto: da Redação Imagens: Arquivo SM e Monica Casareggio

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“Pelo visto, conseguimos realizar estes dois objetivos. Isso nos faz pensar em realizar um novo calendário, em 2011, e também nos fez parar para pensar em criar um projeto mais amplo, sem restrição de meses ou páginas e onde poderíamos colocar um número ilimitado de mulheres.” Roberto Paes

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riar calendários mostrando mulheres plus size não é lá o que se pode chamar de novidade, afinal, ao longo de 2009 e 2010, vários deles estiveram disponíveis por aí. Mas, como a existência de um não invalida a possibilidade de se criar outro, a revista Sem Medida decidiu fazer o seu e, a partir de 2011, criar a tradição anual de presentear seus leitores com um calendário gratuito, recheado de lindas mulheres plus size. Segundo Roberto Paes, editor da Sem Medida, o projeto deste calendário surgiu em setembro, quando ele visitou o estúdio de Mônica Casareggio e eles acertaram a confecção de um ensaio da fotógrafa com a modelo Talita Kobal para a edição do mês seguinte. O editor já conhecia Monica atuando como modelo e se surpreendeu com o olhar que agora, como fotógrafa, ela imprimia às suas imagens. “Havia um bom tempo que não conversava com a Monica, aliás, sempre que estávamos juntos, preferíamos falar sobre vinhos a discutir sobre o mercado de modelos plus size. Porém, desta vez, decidimos deixar os vinhos de lado e conversamos a respeito do que pretendíamos fazer com relação ao ensaio da Talita e o assunto calendário sensual acabou surgindo do nada e tomou forma em poucos minutos,” comenta Roberto. Já Monica Casareggio conta que a vontade de fotografar um calendário sempre esteve em sua mente e com a sugestão de Roberto, ela acabou se tornando uma realidade. “Eu direcionei meu trabalho para uma vertente mais sensual. Preparei o estúdio para receber todo tipo de pessoa que deseja fazer um book e se apresentar de uma maneira mais despojada e sensual. Não para se tornar modelo, mas sim para a satisfação pessoal da retratada. Muitas pessoas me procuram hoje para fazer fotos para presentear o marido, por exemplo”, afirma Monica. E foi com o intuito de criar fotogra-


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115 fias sensuais, de mulheres plus size comuns e com idade acima dos 27 anos que o estúdio e a revista anunciaram a seleção de interessadas em fazer parte do calendário. O tempo foi curto, mas a divulgação através da revista e em diversos blogs amigos da Sem Medida resultaram em mais de 60 inscrições. A tarefa seguinte, selecionar as participantes, segundo Roberto e Monica, foi a tarefa mais complicada. “Nós tínhamos que escolher apenas 12 pessoas e estávamos com um número de candidatas cinco vezes maior. Quando sentamos para decidir quem iria estar no calendário, eu e a Monica ficamos bastante divididos. Era um número enorme de mulheres lindas para se escolher”, afirma Roberto. Monica conta que foram horas separando fotos e tentando achar critérios além dos divulgados para dizer que uma inscrita deveria ser eliminada. “Quem está de fora de um processo de seleção, com o poder de dizer ‘entra ou não entra’, não sabe o que nós passamos. Cada candidata que analisávamos se encaixava perfeitamente no perfil que queríamos, mas tínhamos que escolher apenas 12. Isso foi de partir o coração. Mas, no final das contas, acho que fizemos uma ótima seleção e escolhemos mulheres que souberam representar muito bem o universo plus size que não aparece nas passarelas”, comenta Monica.

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A execução Selecionar as modelos foi muito mais difícil do que fotografá-las, comenta Monica. Ao todo, os responsáveis dispensaram dois dias para a realização dos ensaios. Eles ocorreram durante um fim de semana de dezembro, no estúdio da Monica, na zona Norte de São Paulo. As modelos fotografaram usando as lingeries da GG Sexy Lingeries (www.ggsexylingeries.com. br) e, apesar de as sessões terem levado muitas horas, tudo acabou muito

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O que Monica também faz questão de dizer é que nunca viu um grupo de mulheres que, apesar de não serem modelos e de não estarem acostumadas a fotografar, em sua maioria, se comportou de maneira tão profissional.


“Nós tínhamos que escolher apenas 12 pessoas e estávamos com um número de candidatas cinco vezes maior. Quando sentamos para decidir quem iria estar no calendário, eu e a Monica ficamos bastante divididos. Era um número enorme de mulheres lindas para se escolher”. Roberto Paes

bem. “A princípio eu fiquei assustada por fotografar tantas mulheres em apenas dois dias. No começo dos ensaios eu estava apreensiva, mas à medida que comecei a clicar e a interagir com as modelos, o pânico passou”, explica Monica. O que Monica também faz questão de dizer é que nunca viu um grupo de mulheres que, apesar de não serem modelos e de não estarem acostumadas a fotografar, em sua maioria, se comportou de maneira tão profissional. Falando a respeito disso, inclusive, a fotografa chegou a descrever, sensivelmente emocionada, a história de uma das participantes que na ocasião ficou adoentada e praticamente teve que ser levada até o estúdio. “Acho melhor não citar nomes, mas fiquei impressionada com a bravura e a determinação destas mulheres, inclusive a força de uma delas que teve que vir carregada para o estúdio. Quando perguntei a ela por que estava fazendo aquilo, a resposta foi: ‘eu não perderia esta oportunidade por nada neste mundo’”, afirma Monica. No que diz respeito às selecionadas, o clima era de imensa descontração e felicidade. Em e-mails trocados após a realização do trabalho, a maioria delas agradeceu o carinho e o profissionalismo com que Monica e a Sem Medida realizaram o ensaio. Todas fizeram questão de dizer que se sentiram à vontade, valorizadas e muito respeitadas por Monica. Quando o calendário foi colocado para download, no site da revista, uma nova chuva de e-mails despencou, desta vez elogiando a escolha das imagens e o resultado final do trabalho. Esta atitude, comenta Roberto Paes, deixou todos os envolvidos muito felizes e colaborou em muito para a decisão de fazer uma nova edição do calendário em 2011 e o desenvolvimento de outro projeto com características semelhantes (veja reportagem nesta edição). “Quando decidimos fazer o ca-

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SEMMEDIDA Reprodução da capa do calendário

O calendário 2011 da revista Sem Medida é gratuito e pode ser baixado através do endereço www. semmedida.com.br

lendário, pensamos em distribui-lo gratuitamente, algo que é também uma tradição em tudo o que a revista sempre faz e oferece aos seus leitores. Esperávamos brindar nosso púbico com um calendário e desejávamos fazer com que 12 mulheres plus size se sentissem lindas e maravilhosas. Pelo visto, conseguimos realizar estes dois objetivos. Isso nos faz pensar em re-

alizar um novo calendário, em 2011, e também nos fez parar para pensar em criar um projeto mais amplo, sem restrição de meses ou páginas e onde poderíamos colocar um número ilimitado de mulheres”, diz Roberto. Ele está se referindo, quando fala sobre este novo projeto, a um anuário plus size, que novamente terá como fotógrafa oficial Monica Casareggio.

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nacozinha

o na , d a z bo ali Loc ock Lo à o d Had próxim a t , 955 . Paulis av

centro de gastronomia

Chef Carlos Ribeiro

Restaurante de cozinha variada com inspiração brasileira

Salada de folhas e flores

Bobó frito de camarão

Bolinho de arroz com queijo

Acarajé e abará com vatapá

Pastel aberto com pernil desfiado

Filé-mignon com baião-de-dois

Moqueca Paraense

Risoto de rabada desfiada com agrião

Cupim de panela com purê e aipim frito

Lombo de peixe com purê de inhame

Rabanada ao Porto com sorvete

Compotas de frutas com queijos

Cursos para iniciantes e profissionais • Espaço para eventos

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Reprodução da concepção artística do Anuário

Texto: da Redação Imagens: arquivo SM

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Anuário

Imagens que irão permenecer na história Depois do sucesso alcançado com a publicação do Calendário 2011 de Sem Medida, a editora Writers decidiu ampliar seu projeto de apresentação de mulheres plus size de todo o Brasil e irá lançar, em novembro de 2011, a primeira edição do seu Plus Size Yearbook, desta vez sem limite de páginas.

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epois de publicado, em dezembro de 2010, o calendário plus size da revista Sem Medida recebeu apenas uma queixa: a limitação da quantidade de mulheres fotografadas. Mas, isso se deve, é claro, ao fato de que um ano tem apenas doze meses. Para solucionar este problema, Roberto Paes e Monica Casareggio, pretendem lançar, além da segunda edição do calendário, uma outra publicação, que ambos chamaram de “Anuário Plus Size”, ou melhor, Plus Size Yearbook. Segundo Roberto, a ideia de fazer este anuário surgiu da recordação das publicações escolares que as High Scholl norte-americanas fazem com seus alunos ao final de cada ano. “Às vezes, ficamos preocupados em criar algo novo, sem precedentes e acabamos deixando de lado iniciativas que dão certo há décadas e que apenas precisam de uma adaptação para se

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tornarem adequadas aquilo que pretendemos fazer. Que solução editorial poderia ser melhor para conter centenas de pessoas que um anuário?”, pergunta Roberto. Para Monica, a fotógrafa responsável por registrar as imagens desta publicação, o conceito de yearbook é algo que se encaixa perfeitamente nas necessidades que surgiram após a realização do calendário. “Quando decidimos fazer o calendário, tivemos que selecionar apenas 12 mulheres entre mais de 50 inscritas. Isso foi difícil. Depois dele pronto, ficamos com a impressão de que muita gente bonita tinha sido deixada de fora e, além disso, apenas uma imagem destas mulheres não era o suficiente para mostrar toda a beleza que elas possuem”, conta Monica. Colocadas no papel todas as características que tiveram que ser deixadas de lado no projeto do calendário, os organizadores decidiram criar este novo


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formato de publicação que contará com três formatos distintos: o primeiro será o arquivo PDF, para ser baixado e acessado em qualquer computador, inclusive permitindo a impressão. O segundo será o formato de web site, com visualização em páginas semelhantes à de qualquer web site, contendo inclusive um mecanismo de busca baseado em um índice de nomes organizado por ordem alfabética e, em terceiro lugar, acompanhando a evolução da tecnologia de leitura digital, o yearbook terá uma versão APP, para ser visualizado no iPad da Apple. Passo a passo O Plus Size Yearbook criado pela editora Writers em parceria com o Monica Casareggio Estúdio fotográfico terá na versão PDF e iPad o mesmo formato de uma revista digital, e no design para a web, um formato visível para monitores de 15 polegadas, o padrão de monitor usado por mais de 95% dos usuários da internet. Em todas as versões, ele não terá um limite de páginas estabelecido e, portanto, poderá apresentar um número indefinido de mulheres plus size. Ele não terá exigência de idade ou qualquer característica física, ou seja, qualquer pessoa poderá participar. “No calendário nós estipulamos que as participantes tivessem mais de 27 anos. No anuário não haverá barreira de idade, todo mundo poderá participar. Vamos realizar apenas ensaios

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externos, em locações que iremos oferecer para que cada retratada escolha. Nesta lista ofereceremos um ambiente sensual, um romântico, um natural e relacionado a fantasias pessoais. No sensual, por exemplo, faremos as fotos em um quarto de hotel luxuoso, locado exclusivamente para isso. Já no romântico, selecionaremos um lindo e agradável restaurante. Os ensaios naturais terão como pano de fundo um ambiente que represente a personalidade da retratada, como um museu, um ambiente urbano e, no ensaio fantasia, ofereceremos locações sonhadas pelas participantes, como, por exemplo, um parque de diversões”, comenta Monica. Ela também explica que para o Yearbook, o grau de produção envolvido será muito maior do que o apresentado no calendário. “Desta vez, como o trabalho apresentará muitas imagens e em locações específicas, vamos ter um grau de sofisticação ainda maior. Todas as participantes poderão contar com cabeleireiro e maquiador, para cada cenário haverá um guarda-roupa específico e muitos objetos de cena para uma composição mais realista do ensaio”, complementa a fotógrafa. Segundo Roberto Paes, cada participante do anuário terá direito a 10 páginas com diversas imagens que ela selecionará juntamente com Monica Casareggio. “O projeto prevê uma abertura em página dupla, com uma foto tamanho pôster da pessoa retratada e, daí em diante, em cada página dupla que se seguir, colocaremos quatro

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fotos, alternando o horizontal e o vertical. Ao todo, cada participante terá 17 imagens para compor seu ensaio. Além das imagens, teremos um texto falando sobre a retratada redigido em português e inglês. Como o acesso a este material será livre e temos muitos leitores acostumados a visitar a revista que vivem em países estrangeiros, não poderíamos deixar de pensar em um conteúdo bilíngue”, comenta Roberto Paes. Além disso, cada participante receberá, ao final do trabalho, um CD com todas as imagens produzidas em seu ensaio e poderá optar por receber uma ampliação impressa da foto de abertura de suas páginas e, também, um book impresso com as imagens utilizadas no anuário. “Além de estar visível para quem tiver acesso à internet, em qualquer lugar do mundo, todas as mulheres que participarem poderão ter uma ampliação para emoldurar e colocar em sua casa ou escritório e um ‘álbum de fotografias’ para mostrar”, afirma Monica. O andamento O projeto do Plus Size Yearbook terá início no mês de março, quando a Writers iniciará o cadastramento das mulheres que desejem participar da publicação. Esta etapa durará até o mês de agosto. A partir de então terá início as sessões de fotos, a seleção das imagens, a criação dos textos em português e inglês e, finalmente, a mon-

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tagem do livro. O lançamento do yearbook ocorrerá em meados de novembro, num evento especialmente criado para apresentá-lo às participantes e a toda a imprensa. “A criação deste anuário será uma iniciativa inédita no que diz respeito ao universo plus size. E, para ser sincero, nem mesmo no mundo das pessoas que não estão acima do peso, eu ouvi falar em algo semelhante. Por isso mesmo, desta vez não vamos apenas criar e distribuir este produto. Vamos fazer uma festa de lançamento e chamar para este evento, todos os meios de comunicação. Algo assim merece ser visto e divulgado para todo o Brasil”, explica Roberto Paes. Segundo Monica, o evento será memorável e poderá ser lembrado como “um tributo” à beleza de todas as mulheres que participarem do projeto. “Nossa concepção de lançamento do anuário prevê uma noite que comece com um coquetel e uma exposição de fotos mostrando detalhes de todo o processo de produção, um making off ao lado de uma imagem de cada participante. Depois pretendemos fazer a apresentação multimídia do yearbook. Mais tarde, para confraternizar, ofereceremos um jantar aos participantes e encerraremos a noite com chave de ouro”, diz empolgada Monica Casaregio. Além da cobertura da mídia durante a realização do anuário e no seu lançamento, a Writers também pretende divulgar, através da revista Sem Medida, o andamento de todo o pro-

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jeto. “Queremos fazer uma cobertura completa de tudo o que diz respeito ao nosso anuário. Vamos divulgar a adesão das pessoas e até entrevistar estas mulheres para saber quem elas são e o que pensam a respeito do mundo plus size”, afirma Roberto. Como participar As mulheres plus size que estiverem interessadas em ter suas imagens no Plus Size Yearbook 2011 deverão entrar em contato com a Writers através do email contato@semmedida.com.br para que possam receber as orientações necessárias para participar do projeto. Os organizadores dizem que, ao contrário do calendário, cuja participação foi gratuita, para participar do anuário haverá a cobrança de uma taxa de participação, estipulada em R$ 2.000,00, que poderá ser dividida em nove parcelas de igual valor, ou seja, R$ 222,00, pagos mensalmente, de março a novembro. “A diferença entre o calendário e o anuário é qualidade da produção envolvida neste segundo. Vamos fazer algo que seja memorável, com locações deslumbrantes, acessórios de cena requintados e uma festa de lançamento que vai ser lembrada durante muito tempo. O que eu posso garantir a quem estará presente neste projeto é um resultado brilhante, individualizado e marcante. Mas, para que tudo possa acontecer, precisamos dividir os custos de produção com as participantes.”, explica Roberto Paes.

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Mercado

Uma nova opção para quem está começando Quem está tentando entrar para o mercado de modelos plus size deve pensar que a maior dificuldade seja encontrar uma agência. Porém, na prática, quase que impossível mesmo é conseguir trabalho.

Texto: da Redação Imagens: Toni Escalante

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mercado de trabalho para modelos plus size não é um mar de rosas e glamour. De fato, da mesma forma como acontece com outras profissões, a oferta de profissionais supera em muito a necessidade das empresas que requisitam este tipo de atividade. Além disso, a falta de organização das próprias modelos, o quase inexistente hábito das empresas de requisitarem os serviços de agências especializadas e a falta de uma regulamentação deste tipo de atividade, fazem com que muitas distorções aconteçam. Vivenciando estes problemas em sua atividade profissional todos os dias, o fotógrafo Toni Escalante (veja matéria sobre ele na edição nº 10 – Ano 2) decidiu criar um casting de modelos formado apenas por pessoas que tenham vontade de atuar nesta área e que sejam praticamente desconhecidas. Este grupo particular será parte do “pacote” oferecido por Toni às empresas que trabalham para quem está acima do peso, que ele pretende começar a visitar ainda antes do final do primeiro trimestre de 2011. “Eu sou um fotógrafo habituado a fazer imagens de ‘modelos normais’ e, comparando o que elas vivenciam em relação ao que tenho observado no mundo das modelos plus size, pode-se dizer que este segundo é uma verdadeira ‘terra de ninguém’. Todos os dias ouço histórias de pessoas que saem com seu book embaixo do braço, visitando loja após loja para oferecer suas imagens e o pior, cobrando cachês irrisórios, que não pagariam sequer uma refeição decente numa pizzaria qualquer”, comenta Toni. Neste sentido, o fotógrafo comenta também, estar cansado de ouvir histórias tristes de modelos que aceitaram cachês baixíssimos, ou até mesmo de

algumas que literalmente “pagaram” para trabalhar e, depois de tudo feito, viram suas imagens sendo utilizadas de uma forma muito maior que a combinada. “Uma das coisas que eu mais escuto desde que comecei a trabalhar com o universo das modelos plus size é que elas aceitam alguns tipos de aparições na esperança de um dia serem ‘descobertas’ e se tornarem modelos famosas e bem pagas. Eu acho isso uma grande ingenuidade da parte delas”, explica Toni. Segundo ele, exposição gratuita e oferta da própria imagem são atitudes que precisam desaparecer, caso contrário, as modelos plus size jamais conseguirão atingir um patamar de profissionalismo semelhante ao das modelos de tamanhos “normais”. É por isso, segundo Toni afirma, que ele pretende montar um casting exclusivo de modelos que trabalharão com ele e, nos mesmos moldes de uma agência de modelos, terão suas imagens comercializadas por ele. “O que eu pretendo fazer a partir deste ano, é ir para a rua e vender meu trabalho de fotógrafo, seja para a produção de fotos publicitárias, ou fotos editoriais. Quero chegar num cliente potencial e oferecer a ele meus ‘clicks’ e, também, uma grande variedade de modelos que trabalham comigo. Para o cliente, a vantagem é não precisar correr atrás deste tipo de profissional e, para as modelos do meu casting, a vantagem é saber que tem um sujeito na rua todo o santo dia tentando arrumar trabalho para elas”, comenta o fotógrafo. Para colocar sua ideia em prática, Toni começou a buscar pessoas interessadas em abraçar esta profissão e que aceitem, antes de tudo, seguirem suas orientações para preservar e melhorar este mercado de trabalho. Ele

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139 afirma que já está entrevistando e selecionando vários rostos desconhecidos e, aquelas que ele acha que têm potencial, estão sendo convidadas para participar de seu casting. “Tem muita gente que me procura tentando ingressar na carreira de modelo. Algumas têm um grande potencial, só precisam de um bom book, algum treinamento e lapidação. Outras, sem sombra de dúvida, não servem para fotografar ou desfilar. Eu tento ser o mais polido possível quando tenho que dizer a alguém que ela não tem o que é preciso para se tornar modelo. É algo muito difícil, mas precisa ser feito”, explica Toni. Depois de escalar seu time de modelos e aperfeiçoar a qualidade de quem estará junto com ele neste projeto, Toni pretende colocar seu novo web site no ar e o corpo na rua, visitando clientes ligados ao mundo plus size e até mesmo aqueles que nunca viram a possibilidade de utilização deste tipo de modelos. “Vou ser honesto: não sou rico, não vivo de brisa e preciso trabalhar. Se eu não for para a rua e vender meu trabalho eu morro de fome. Portanto, quem estiver comigo neste projeto, pode ter certeza de que todo santo dia estarei em algum lugar oferecendo meu trabalho e as minhas modelos”, garante Toni. Se alguém acredita que Toni Escalante não tem a disposição e a coragem necessárias para tocar este projeto adiante e fazer dele uma realidade é porque não conhece bem este fotógrafo. Quando o entrevistamos para uma das edições de Sem Medida, tivemos a oportunidade de conhecer sua história e descobrir que se ele chegou onde chegou, certamente isso não foi uma questão de sorte, mas sim de superação, persistência e determinação. Segundo Roberto Paes, editor da

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revista, uma das marcas registradas de Toni é a inquietação, uma qualidade que o faz estar sempre em busca de algo melhor e, também, seu alto grau de qualidade. “Toni produziu para nós um ensaio com a modelo Nell Silva, publicado na mesma edição onde o entrevistamos. Lembro-me claramente de ele me ligar às dez da noite para falar, no mínimo durante umas duas horas, de sua proposta para a realização do trabalho. Ele fez os clicks, me prometeu um prazo e me mandou o CD com as imagens dois dias antes do prometido”, comenta Roberto. Como forma de apoiar esta iniciativa de Toni, segundo Roberto Paes, Sem Medida, de tempos em tempos, publicará ensaios produzidos pelo fotógrafo com seu casting de modelos e, aquelas que se enquadrarem nos padrões exigidos pela revista, se tornarão capa e entrevistadas de futuras edições da publicação. “Sem Medida sempre apresenta aos seus leitores nomes que se destacam no mundo da fotografia, seja ela voltada para o universo plus size, ou não. Foi assim com Antônio Larghi, Fernando Siqueira, Jô Loureiro e o próprio Toni. Profissionais que tiveram suas histórias e suas imagens registradas em nossas páginas. Em breve, vamos mostrar o trabalho de Ana Oliveira e, número após número, muitos outros fotógrafos ainda virão. Sempre que tivermos oportunidade apoiaremos suas iniciativas e valorizaremos sua arte”, conclui Roberto Paes. Se você está interessada em se tornar uma modelo plus size e quer fazer parte do casting do fotógrafo Toni Escalante, tire duas fotos caseiras. Em seguida, mande as imagens e suas medidas para ele, através do e-mail toniescalante@gmail.com.br ou ligue para (11) 3856-7902 ou (11) 7664-4774.


Jรก estรก na hora parar com tudo i SEMMEDIDA

140 Imagem: Wikimedia Commons/Two Wings


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