Ed. 7 - Ano 2 - 08/2010

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Revista

SEMMEDIDA writers Editora

Comunicação

Ano 2 - Nº 7 - Agosto de 2010

Para quem não tem medo da fita métrica

LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

SUSTENTÁVEL

English version

“Without Measure” with content in English Pages 143 at 150

Gastronomia

Othelo: requinte com um toque contemporâneo

Moda

Maison Spa mostra suas criações

Comportamento

Quem são os homens que pagam por sexo

Uma história comovente, mas com um final feliz

Day Paes



Reconhecimento: um prazer que não se pode comprar

Ana Oliveira/Primelight Fotografia

E

Revista

SEMMEDIDA Para quem não tem medo da fita métrica

“Sem” Preposição Ausência de condição necessária. “Medida” Substantivo feminino O que não pode ou não deve ser ultrapassado; limite, termo. A revista Sem Medida é uma publicação eletrônica periódica editada pela Writers Editora e Comunicação Ltda., de acesso gratuito através do web site: www.semmedida.com.br. Os artigos publicados aqui não refletem, necessariamente, as posições ideológicas do projeto e da editora e são de inteira responsabilidade de seus autores. Editores Roberto Paes e Francisco Reis Jornalista responsável Francisco Reis (MTb: 14.887) freis@semmedida.com.br Produção gráfica e webdesign Roberto Paes rpaes@semmedida.com.br Tradução (português/inglês) Ana Paula Menezes (Mundo GG) Publicidade Departamento - contato@semmedida.com.br

Writers Editora e Comunicação Ltda. Rua Prof. Guilherme B. Sabino, 1347 Cj 112 - Jd. Marajoara - São Paulo - SP Cep: 04678-002 Tel.: 55 (11) 3729-3534 Web site: www.writers.com.br E-mail: contato@writers.com.br

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sta semana, descobrimos que além de agradar o público plus size brasileiro, ou melhor, aqueles que falam a língua portuguesa, estamos agradando também pessoas que não falam o nosso idioma, nos Estados Unidos e na Europa. É claro que eles avaliaram a qualidade gráfica (ops, quero dizer eletrônica) e visual da revista. Alguns chegaram a traduzir os textos e outros desejaram saber ler em português para poder comprovar se eles eram tão brilhantes quanto às imagens publicadas. O fato é que agora, para poder atender a estes novos leitores, vamos publicar algumas matérias em dois idiomas. Outro fato que também chamou nossa atenção nos comentários que acessamos no Judgment Of Paris, importante blog americano para o público plus size, é o grau de descontentamento que os norte-americanos estão tendo com relação ao movimento plus size, que eles traduzem como um “encolhimento” nas medidas dos modelos e, imagino que também, na oferta de vestuário em tamanhos maiores. Quem sabe, por incrível que possa parecer, tenha chegado a hora de inverter a direção da rodovia que trazia a moda plus size de lá para cá. A globalização trazida pela internet, que nos permite comprar qualquer produto, em qualquer lugar do mundo e recebê-lo na porta de nossas casas, é uma aliada de empresários brasileiros de pequeno e médio porte que percebam uma oportunidade de lucrar com a insatisfação deste enorme mercado consumidor. É claro que isso demanda investimento. De um lado, a criação de um comércio eletrônico eficiente e bilíngue, a contratação de meios de pagamento internacionais e o suporte contábil e logístico necessários. Porém, com um dólar na casa dos R$ 1,80, nossos produtos serão bastante competitivos para os norte-americanos e europeus. Resta a pergunta: como divulgar isso para eles? Neste caso, com um alto grau de aceitação, Sem Medida será uma ótima “embaixatriz” dos produtos plus size brasileiros, afinal, foi este mercado que nos descobriu. Além desta matéria, nesta edição, falamos sobre tudo o que vocês, e agora os moradores do hemisfério Norte, gostam de ver: modelos realmente plus size, gastronomia, bebidas, receitas, moda, cultura, motocicleta, lazer, luxo e sofisticação. Afinal, de que adianta ser plus size se não podemos nos divertir? Boa leitura, Roberto Paes

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Ă?ndice 8 Perfil

Tecnologia 96

20 Onde ir

Motos 104


48 Moda

Sexo 114

84 Lazer

Vendas 124


Jรก estรก na hora parar com tudo i

6 |SEM MEDIDA Imagem: Wikimedia Commons/Two Wings


a de iss0

Todos os dias 5 mil pessoas morrem por causa de água potável contaminada 1 bilhão de pessoas não tem acesso sequer à água potável Todos temos o potencial para mudar O que estamos esperando?

Mude seus hábitos. leia em formato digital. Revista

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Day Paes a história de uma modelo, mãe e esposa Texto: da Redação | Imagens: Jô Loureiro Available in English. See page 142

Esta mulher é, sem dúvida, uma das modelos plus size mais charmosa em atividade no Brasil. Sua carreira serviu de inspiração para muitas mulheres que estão acima do peso e, agora, praticamente às vésperas de se tornar mãe outra vez, Day compartilha com nossos leitores o que ela considera uma gravidez milagrosa.

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ara a maioria dos casais, uma gravidez é motivo de comemoração, mas para o casal Célio e Day Paes, o que antecedeu toda a felicidade da chegada de uma nova vida à família foi a preocupação. Há quatro anos, quando engravidou pela segunda vez, Day teve sua gestação diagnosticada como molar, um tipo raro de enfermidade que provoca tumores no útero, e que não foi acompanhada devidamente. Depois de passar por cirurgias para retirar os tumores, os médicos a aconselharam a não engravidar novamente. A gravidez molar, que também é conhecida como mola hidatiforme, surge quando algo de errado acontece durante o processo de fertilização, gerando anormalidades nas células que irão formar a placenta, ocasionando tumores, não cancerígenos, mas que podem se espalhar para fora do útero. Numa gravidez normal, o óvulo fertilizado possui 23 cromossomos herdados do pai e um número semelhante dados pela mãe. Na gestação molar completa, o óvulo fertilizado não possui cromossomos maternos e os do espermatozóide do pai são duplicados. Graças a isso, não há embrião, membrana amniótica e qualquer tecido placentário. No lugar deles, a placenta forma uma massa de cistos que se assemelha a um cacho de uvas e pode ser visto em uma ultrassonografia. Se acontecer, em outro caso, uma gestação molar parcial, o óvulo fertilizado fica com o conjunto normal de

cromossomos da mãe, mas o dobro dos do pai, somando 69 cromossomos em vez dos 46. Nesses casos, há tecido placentário junto com os cistos e o embrião começa a se desenvolver. Mas, mesmo que presente, ele não é um embrião normal e não terá condições de sobreviver e vir a se tornar um bebê. “Quando engravidei do meu segundo filho, passei por uma gestação molar e na época, aqui em Mafra, interior de Santa Catarina, nenhum médico quis acompanhar meu caso e eu acabei ficando sem tratamento. Mais tarde, um dos ‘profissionais’ que me atendeu, me aconselhou a não tentar engravidar outra vez, por conta de não ter feito tratamento quando devia. Isso me fez viver atormentada durante quatro anos. Quando fiz o teste de gravidez e ele deu positivo entrei em pânico, o medo de estar doente outra vez foi enorme. Só consegui comemorar depois que meu ginecologista disse que não havia tumores e que a gestação estava ocorrendo bem. Ainda hoje, faltando poucas semanas para dar a luz, quando paro pra pensar em tudo que aconteceu, parece mentira que agora eu esteja prestes a ter meu filho nos braços”, conta Day. Há poucas semanas, assistir ao nascimento de Matheus, que segundo Day significa “dádiva de Deus”, só será possível graças ao fato de estar acima do peso e, apesar de estar despreocupada quanto à saúde de seu filho, tomou diversos cuidados.

Day conta que sonha com um país onde a desigualdade social desapareça, um lugar onde as pessoas possam ter acesso à educação de qualidade e consigam sustentar a si mesmas e a suas famílias, sem violência, crimes e drogas.

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“Minha gravidez está sendo muito tranquila. Tomo todos os cuidados que qualquer gestante deve tomar, continuei com minha alimentação normal, perdi bastante peso nos primeiros cinco meses, mas isso aconteceu de forma natural, sem ter diabetes”, explica Day. Ela conta também, que está ansiosa para ter seu segundo filho nos braços. A maternidade, segundo a modelo, é algo que a faz sentir-se “super especial” e ela tem certeza de que toda mulher que é mãe, sabe o que isso significa. “Ser mãe, para mim, é educar e preparar um anjo para a vida. É deixar de pensar apenas em mim e voltar minha atenção e todo o meu cuidado para outro ser”, afirma Day. Além de mãe, plus size Além de compartilhar suas apreensões, felicidades e desejos, no que diz respeito à chegada do segundo filho, Daiane Machado Paes, ou melhor, Day Paes, atualmente com 27 anos, também nos contou um pouco a respeito de si mesma, seus sonhos pessoais e profissionais e, emocionada, falou sobre como é fortalecedor receber o apoio e o amor incondicional do marido Célio e da família. Ela diz que nunca foi magra e, como qualquer pessoa que está acima do peso, é vitima de preconceito. “Nunca fui magra, sempre estive acima do peso, às vezes menos, outras vezes mais. Culpa da herança genética. Eu decidi me aceitar como plus

size depois de várias e várias tentativas de emagrecer sem sucesso. Foram dias de sofrimento, muito mau humor e resultado mínimo. Quanto ao preconceito, ele sempre existiu e continuará a existir. Por mais que você se sinta bem consigo mesma e com o seu reflexo no espelho, é impossível não se chatear com um ou outro que apontam para você na rua, num shopping, ou no restaurante. São pessoas assim que nos dão apelidos, criticam e acabam fazendo com que a gente se sinta um patinho feio”, desabafa Day. Parte da aceitação de si mesma, afirma ela, nasceu dentro de casa, principalmente com o amor do marido, que assim como poucos homens, assume que se sente bem ao lado de mulheres que estão acima do peso. “Ele nunca reclamou do meu corpo, ao contrário, sempre me colocava pra cima. E, toda vez que eu começava uma dieta nova, ele tinha prazer em acabar com ela. Conhecendo os meus gostos, ele trazia para casa tudo aquilo que eu tinha que manter distância. Inventava festas, saídas pra pizzaria. E, quando eu conseguia emagrecer, ele dizia que eu não estava mais ‘tão atraente’ quanto eu era”, conta Day. No que se refere à sua carreira de modelo e os sonhos para o futuro, Day conta que, assim que tudo voltar à ordem, pretende retomar sua carreira de modelo e, paralelamente, quer se graduar em Artes Plásticas. Para a modelo, o mercado que requisita sua imagem ainda é muito limi-

“Ainda hoje, faltando poucas semanas para dar a luz, quando paro pra pensar em tudo que aconteceu, parece mentira que agora eu esteja prestes a ter meu filho nos braços”

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tado ao setor da moda e isso faz com que a oferta de trabalhos lucrativos seja pequena. Além disso, como em outras profissões, Day sabe que sua carreira está em contagem regressiva e, com um diploma universitário nas mãos, ela pode seguir em frente e alcançar a realização profissional em outras áreas. Quanto ao futuro que ela deseja para seus filhos, Day conta que sonha com um país onde a desigualdade social desapareça, um lugar onde as pessoas possam ter acesso à educação de qualidade e consigam sustentar a si mesmas e a suas famílias, sem violência, crimes e drogas. Já quando o assunto é o peso de Bianca, atualmente com nove anos e o de Matheus, que está para se juntar à família, Day afirma que não acumula preocupações. “Minha filha está acima do peso ideal para idade dela, mas não me preocupo e procuro não deixá-la preocupada com a balança. O que realmente importa é a saúde e, neste ponto, com ela, está tudo muito

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bem. Tento mostrar a ela que o importante é gostar de si mesmo, do jeitinho que ela é”, finaliza Day. Exemplo a ser seguido Aqui na Sem Medida, todos desejamos a Day um parto tranquilo e um período de recuperação rápido. Como mulher e como mãe, ela representa um exemplo real de que a felicidade está muito além da balança e da fita métrica. Para seu marido Célio, antes de qualquer congratulação pelo nascimento de seu filho, enviamos o nosso profundo respeito e admiração. Em primeiro lugar, por sua atitude corajosa em assumir sua preferência (como nós) por uma mulher plus size e, em segundo lugar, por ofertar a sua esposa o amor e o apoio que são essenciais à autoestima de qualquer ser humano. Ele e Day provam que a felicidade pode ser alcançada, independente de qualquer “padrão” estabelecido não se sabe por quem.


O sabor do saber...

Aulas de gastronomia - Eventos - Treinamentos - Consultorias

www.orbacco.com.br - 11 3873-0098 SEM MEDIDA| 19


Othelo uma casa sofisticada e contemporânea Texto: da Redação | Imagens: divulgação

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Poucos lugares em São Paulo podem se gabar de oferecer um ambiente sofisticado e uma gastronomia contemporânea aos seus clientes. O restaurante e forneria Othelo, no bairro do Campo Belo, em São Paulo, é um deles.

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Othelo é o resultado da paixão de seus sócios pela gastronomia e a de um deles, Cláudio Vieira de Moraes, pelo Pólo e pelos cavalos. Segundo ele, o nome da casa é uma homenagem a um destes belos animais, de propriedade de seu avô. O restaurante fica na esquina das ruas Dr. Jesuíno Maciel com Barão de Jaceguai, num bairro eminentemente residencial, ideal para quem quer fugir da agitação e do burburinho irritante das ruas lotadas de casas noturnas de ponta a ponta. O preço que se paga por isso é o horário restrito de funcionamento do restaurante, que encerra suas atividades à uma da manhã nos sábados e à meia noite no domingo. Mas isso não impede ninguém de comer bem. Visto por fora, o Othelo parece uma caixa. Para os amantes da boa gastronomia, uma caixa que contém vários presentes. O primeiro deles é uma espécie de ante-sala, com cadeiras escuras e muito bem almofadadas, onde ninguém se sentirá incomodado de esperar pela companhia, enquanto passa os olhos por um livro de arte ou por uma revista de Pólo. Para quem quer aplacar a sede, uma opção é ir direto para o bar que fica logo em frente à entrada. Lá é possível pedir diversos tipos de bebidas, da água aos drinques, ou até mesmo um vinho. Quando chega a hora do jantar, à direita encontra-se o salão do piso térreo, com poucas e confortáveis mesas. Aliás, algo que denota que os proprietários são apaixonados pela gastronomia é o conforto que oferecem aos seus clientes. As cadeiras são ótimas, “amigáveis”, como que feitas para nos convidar a passar horas e horas por ali. A decoração é simples, cortinas em tons de marron e, numa das paredes, uma adega que fará qualquer enófilo se sentir no paraíso. No fundo do salão encontra-se uma escada que leva ao andar superior. Lá, outras poucas mesas, garantindo que ninguém vai ter que ouvir a conversa de quem está na mesa ao lado. As paredes mostram um tom esverdeado, com estampas douradas. Ainda neste andar, um corredor, paralelo, delimitado por vidro leva a outros dois

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ambientes. Num deles, mesas para duas pessoas contrapostas a um aconchegante sofá, também muito agradável e convidativo para se sentar. Porém, se o espírito de quem frequenta a casa está para um ambiente mais leve, o Othelo acaba de inaugurar uma área externa. O ambiente é aconchegante, bonito e planejado, com capacidade para acomodar 30 pessoas sentadas. Ele foi decorado com pratos que lembram o estilo marroquino, fazendo uma composição com uma parede artificial de samambaias. Sem abrir mão do conforto, as mesas e cadeiras artesanais de fibra sintética, iluminadas à luz de velas, garantem satisfação em noites agradáveis. Para casais que procuram um ambiente mais reservado, esta área externa ainda traz belíssimos bangalôs. Gastronomia impecável Passados quase dois anos de atividade do Othelo, os sócios, Claudio Vieira de Moraes e Márcio Veiga, já têm motivos de sobra para se orgulharem da casa. Inaugurado em outubro de 2008, ele atraiu os olhares e paladares dos paulistanos com um cardápio altamente elaborado e contemporâneo. Por isso, tornou-se rota obrigatória para os amantes da boa cozinha. Tudo graças ao chef Francisco de Assis Araújo, que gravou em seu currículo uma vasta experiência, em restaurantes renomados da cidade. Mesmo estando fora do eixo gastronômico, o Othelo consegue quebrar esta distância oferecendo um menu que une os mais diversos ingredientes da cozinha internacional. Entre apenas algumas das boas sugestões, estão os bem executados “Costeleta de cordeiro uruguaio ao molho de ervas e risoto de funghi”, “Magret de pato com galette de batatas e cuscuz marroquino”, “Atum grelhado com fettuccine ao vongole e aspargos frescos” e “kedgeree” (risoto de lagostins, curry, gengibre, maçã e chutney de damasco). Outra sugestão, divina, diga-se de passagem, é o “Chateaubriand grelhado ao molho de vinho do porto, funghi e gnocchi de mandioquinha” e, para encerrar a “festa de Babette”,

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uma deliciosa “Ganache” (sobremesa de chocolate com sorvete de paçoca, morangos picados e farofa). Para harmonizar com estes pratos, o Othelo conta com uma adega com mais de duas mil garrafas, rótulos das mais diferentes variedades de uvas, das vinícolas mais aclamadas, de países do novo e do velho mundo do vinho. Todas devidamente cuidadas pelo sommelier da casa, Wesley Moreira, que, além disso, está sempre à disposição para sugestões de harmonização. Além disso, os garçons e assistentes são prestativos, garantindo um ótimo atendimento, os pratos são servidos num tempo justo para o bom preparo e para a garantia de uma noite onde tudo acontece como manda o figurino. Outro fato que atesta a qualidade do Othelo fica pendurado na parede do corredor que leva à cozinha do restaurante. Um mural de fotos de personalidades que costumam passar por lá para fazerem suas

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refeições. São nomes como os de Juliana Paes, Edson Celulari, Susana Vieira, Henri Casteli, Arlete Salles entre outros. Portanto, não estranhe se quando você estiver lá, alguém que você está acostumado a ver na televisão se sentar à mesa ao lado. O Othelo Restaurante e Forneria fica na Rua Dr. Jesuíno Maciel, 728, no bairro do Campo Belo, em São Paulo. Seu horário de funcionamento é à 00h00. Nas quintas ele permanece aberto das 19h00 até às 00h30, de sexta a sábado das 19h00 até a 1h00 e, aos sábados e domingos, para o almoço, das 12h30 às 17h00 e, para o jantar das 19h00 até as 00h00. Ele tem capacidade para acomodar 120 pessoas, acesso para deficientes físicos e serviço de Valet. As formas de pagamento são Visa, Visa Eletron ,Amex e Mastercard. Para conhecer melhor a casa visite www. othelorestaurante.com.br ou ligue para fazer uma reserva através do telefone (11) 2609-4773 e 5093-5234.


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Bierland

cervejas premium para quem aprecia boa bebida Texto: da Redação | Imagens: divulgação

A cada dia surge uma nova marca de cerveja premium no mercado brasileiro. Mas a grande e boa novidade é que são marcas nacionais que apostam na mudança de hábitos e no desenvolvimento do paladar do consumidor brasileiro.

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inguém duvida que o Brasil é um país dedicado e identificado mundialmente como produtor de cachaça. Mas, já há algum tempo, este destilado tem cedido espaço nas prateleiras para outras bebidas, como, por exemplo, o vinho e, mais recentemente, as cervejas de alta fermentação. Esta última, um produto raro e que, quando encontrado, era trazido de fora do País. Porém, o panorama das cervejas premium de alta qualidade está mudando e já é possível encontrar uma boa variedade de marcas produzidas aqui mesmo no Brasil. Uma destas marcas é a Bierland, uma micro cervejaria fundada em 2003, no estado de Santa Catarina, pela determinação dos empresários Antonio L. G. Rolão, Eduardo Krueger e Werner W. Schneider. Eduardo conta que os três eram sócios de uma empresa de distribuição de tintas e, num determinado momento decidiram diversificar seus negócios. De saída eles escolheram o setor alimentício e graças à influência de Eduardo, acabaram enveredando para a produção de cervejas. “A intenção era produzir um alimento de alta qualidade e surgiram várias idéias como, por exemplo, massas e biscoitos. Mas foi a cerveja o produto que realmente nos empolgou. Percebemos que no Brasil, cerveja boa era cerveja importada, e como sou grande apreciador de cerveja, acabei influenciando na decisão”, explica Eduardo. O resultado disso é que, passados sete anos, a Bierland produz cerveja ao estilo Pilsen, Weizen, Bock e Pale Ale e chopp nas variações Pilsem e Weizen. Eduardo conta que o compromisso inicial da empresa, mantido até hoje, é o de produzir cervejas com alto padrão de qualidade, com aro-

A Bierland atualmente produz cerca de 60 mil litros por mês e está se preparando para quase duplicar sua capacidade de produção para atender à demanda dos consumidores.

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ma e paladares apurados. Ele conta que os produtos da Bierland são criados apenas com malte, lúpulo, água e leveduras e a maior parte da matéria prima utilizada na cervejaria vem da Europa, de países como Alemanha e Inglaterra. “O nosso ideal será sempre o de produzir cervejas com alto padrão de qualidade e personalidade”, comenta Eduardo. Produtos diferenciados Segundo ele, a cerveja Pilsen da Bierland é uma Lager, criada com um tipo de malte de cevada que lhe proporciona cor dourada intensa. Para produzi-la são adicionados dois tipos de lúpulo que lhe conferem um amargor médio e aroma agradável. Além, é claro, de um teor alcoólico de 4,8%. Já a cerveja estilo Bock, também da família Lager, é filtrada e possui cor marrom avermelhada, resultado de uma mistura de cinco diferentes tipos de malte de cevada. Nela, dois tipos de lúpulos são utilizados, o que resulta em um amargor médio que remete a memória gustativa a aromas e sabores de caramelo, chocolate e torrefação. Seu teor alcoólico é 5,8%. Na cerveja estilo Weizen, que faz parte faz parte da família Ale, a Bierland utiliza o malte de cevada e o de trigo. O resultado é uma bebida de coloração dourada e turva. Ela possui sabor refrescante e seu aroma carrega cravo e banana e sua graduação alcoólica fica em 4,8%. A Bierland Pale Ale tem coloração âmbar acobreada. É cristalina e brilhante. Seu aroma remete a frutas e lúpulo. No paladar percebe-se a presença de três tipos de malte, além de uma agradável sensação frutada. No paladar, esta cerveja traz um bom amargor e final seco. As cervejas premium, assim como um

“O mito de tomar cerveja ‘estupidamente gelada’ beneficia apenas aquelas bebidas de qualidade inferior. Temperaturas muito baixas adormecem as papilas gustativas e quem está bebendo, não sente o que a cerveja tem a oferecer.” SEM MEDIDA| 37


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bom vinho, é ideal para acompanhar pratos de diversas vertentes da gastronomia mundial. Eduardo elenca uma série de possibilidades de combinações entre seus produtos. “A cerveja Pilsen harmoniza bem com frutos do mar, saladas e com pratos da culinária japonesa. Já a cerveja Bock tem uma rica variedade de harmonizações. Ela é uma ótima parceira do chocolate, das carnes gordurosas grelhadas e até mesmo da nossa brasileiríssima feijoada. Nossa Weizen vai bem com embutidos, defumados ou não, com pratos que levam temperos levemente cítricos e com peixes. Além disso, ela acompanha bem pratos levemente apimentados. A Pale Ale harmoniza bem com carnes vermelhas e queijos que passam por longos períodos de maturação, como, por exemplo, o Grana Padano ou Parmesão”, comenta Eduardo. E quando o assunto é tomar cerveja, Eduardo comenta que, apesar de o brasileiro associar esta bebida ao verão, ela pode ser tomada em qualquer estação do ano. “Não existe época para se tomar cerveja. Quem gosta da bebida a degusta em qualquer ocasião. O mito de tomar cerveja ‘estupidamente gelada’ beneficia apenas aquelas bebidas de qualidade inferior. Temperaturas muito baixas adormecem as papilas gustativas e, consequentemente, quem está bebendo não sente o que a cerveja tem a oferecer. Uma cerveja premium deve ser tomada entre 2 e 4 graus. Isso permite a percepção de seu aroma e paladar”, comenta Eduardo. Outro ponto que ele ressalta como importante para quem deseja realmente apreciar uma cerveja é o tipo de copo utilizado para o serviço. Cada cerveja tem um copo específico, que serve para realçar as características de cada produto. O

Os produtos da Bierland são criados apenas com malte, lúpulo, água e leveduras e a maior parte da matéria prima utilizada na cervejaria vem da Europa, de países como Alemanha e Inglaterra.

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cuidado com o copo é fundamental para melhor apareciação das cervejas, ele tem que estar devidamente limpo e enxaguado, livre de resíduos de gordura e detergente, o principal inimigo da espuma de qualquer cerveja,” enfatiza Eduardo. Segundo ele, a resposta dos apreciadores de cerveja aos produtos criados pela Bierland tem sido muito boa. “A aceitação é muito positiva em todas as regiões de atuação da cervejaria. No ano passado, o chopp Pilsen da Bierland foi eleito o melhor do estilo dentro da Oktoberfest, onde concorremos com outras seis cervejarias”, diz Eduardo. A Bierland atualmente produz cerca de 60 mil litros por mês e está se preparando para quase duplicar sua capacidade de produção para atender à demanda dos consumidores. Quem quiser experimentar seus produtos deve procurá-los em empórios especializados em bebidas finas e, também, é possível encontrá-los em alguns bares e restaurantes. No estado de São Paulo, a Bierland possui um distribuidor, que pode informar os locais exatos onde encontrar a bebida através do telefone (11) 55758725. Além de São Paulo, moradores dos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e, obviamente, Santa Catarina também podem contar com o produto. Aliás, para quem passar por Santa Catarina, a Bierland oferece passeios pela fábrica, que devem ser marcados com a devida antecedência, através do telefone (47) 3337-3100. Outra forma de conhecer melhor esta micro cervejaria catarinense que esbanja qualidade é visitar o seu web site através do endereço www.bierland. com.br ou então, segui-la pelo twitter @ cervejabierland.

“A intenção era produzir um alimento de alta qualidade e surgiram várias idéias como, por exemplo, massas e biscoitos. Mas foi a cerveja o produto que realmente nos empolgou.”

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Gastronomia a tradicional rabada com polenta e agrião Texto: da Redação | Imagens: Adriana Santos

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Falar em polenta faz muita gente lembrar dos almoços de domingo. Assim como a macarronada que nossas mães e avós preparavam, ela também é de origem italiana e além de saborosa, nos faz recordar de momentos felizes passados com a família.

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ssim como muitos outros pratos que enchem a boca d’água e fazem nosso estômago roncar, a polenta nasceu na Itália, mais especificamente ao Norte do país, onde era um prato popular e muito consumido, tanto pelos habitantes locais, como pelas legiões romanas. Naquela época, a receita levava aveia, mas também se encontram relatos de seu preparo com outros tipos de cereal, como, por exemplo, a farinha de trigo. Quando os espanhóis chegaram ao Caribe, por volta de 1492, a Europa tomou conhecimento do milho e, na Itália, ele passou a ser plantado no Norte, uma região com boa precipitação de chuvas, o que favorecia o plantio. Não demorou muito e a tradicional polenta passou a ser preparada com seus grãos. Rapidamente o prato caiu no gosto dos moradores de Veneza e Friuli, onde dizem que ela passou a substituir o pão e o macarrão. De lá, a polenta espalhou-se por toda a Itália. Sua forma de preparo é razoavelmente simples, no entanto, de um lugar para outro, a forma de serví-la pode variar bastante. Em Veneza e Friuli, por exemplo, a polenta é servida firme e na região de Abruzzi é servida cremosa. Hoje, no Brasil, não é difícil vê-la servida das duas maneiras e, numa espécie de variação tupiniquim, pode-se apreciá-la frita ou grelhada, dura e crocante por fora e macia por dentro. Com um pouco de criatividade na cozinha, não demorou muito para que a polenta conseguisse casar perfeitamente com alguns acompanhamentos. Um deles é a rabada, que para quem não sabe, trata-se de um cozido preparado com a cauda do boi. Ele é um prato típico da culinária européia e, por isso, mesmo estando fora do Brasil, pode-se apreciá-lo tranquilamente em Portugal, na Inglaterra ou na França. Geralmente, este cozido leva em sua receita verduras, legumes e temperos frescos e secos. Além de acompanhar divinamente a polenta, pode-se tentar variações acompanhando-o com arroz e batatas cozidas.

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Ingredientes 1 rabo bovino 6 grãos de pimenta-do-reino 6 cravos-da-índia 3 tomate 1 pitada de pimenta calabresa 3 folhas de louro Sal a gosto 250 gramas de fubá pré-cozido 1 maço de agrião Ervas finas Cheiro-verde 1 cebola 4 dentes de alho Modo de preparo Comece picando a cebola, os dentes de alho, as folhas de louro, o cheiro-verde e os tomates. Em seguida, coloque o rabo de boi numa panela de pressão com todos os ingredientes, menos o fubá, o agrião e as ervas. Acrescente água até que ela ultrapasse os ingredientes em mais ou menos um dedo. Deixe cozinhar por cerca de uma hora ou mais, até que a carne fique macia, mas sem se desprender dos ossos. Quando a carne estiver no ponto, desligue o fogo, coe e reserve o molho. Coloque a rabada e o molho na geladeira. Quando o molho estiver gelado, retire a gordura que endureceu na superfície e divida o molho em duas partes iguais, uma parte será usada para o molho da carne e a outra para fazer a polenta. Faça a polenta usando fubá pré-cozido e siga as instruções de preparo impressas na embalagem. Apenas substitua a água pela parte do molho reservada para isso. Durante o preparo, coloque algumas folhas de agrião bem picado, na polenta. Ao final do preparo prove e acerte o sal, se necessário. Coloque a rabada, já cozida, no molho, junte o agrião, e cozinhe até que as folhas estejam amaciadas. Prove e acerte o sal, se necessário. Acrescente o cheiro verde e as ervas finas e sirva tudo bem quente.

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Sapatos

fique na moda, mas com todo o conforto Texto: da Redação | Imagens: divulgação

Comprar roupas criadas exclusivamente para pessoas plus size, até certo ponto, é uma tarefa bastante simples. Mas, quando o assunto é sapato, quem está acima do peso precisava se contentar em fazer suas compras em uma loja convencional.

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e o assunto é roupa, qualquer pessoa concorda que há uma grande diferença entre fazer modelos para gordos e para magros. Mas, quando o assunto é sapato, pouca gente compreende que os pés de quem está acima do peso precisam de um tratamento diferenciado. Pois bem, foi com a certeza de que isso é necessário que nasceu a Calce GG, uma marca especializada em criar calçados resistentes, confortáveis e, principalmente, elegantes para as mulheres plus size. A idéia nasceu da cabeça de Marcelo Breidenbach, um gaúcho de 48 anos, que fala inglês e espanhol e se formou em cursos ligados à vendas, administração e lo-

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gística. Segundo ele, “a necessidade é a mãe de todas as soluções” e, no que diz respeito aos pés, a necessidade específica que Marcelo identificou foi a de sua mãe. “Eu e minha irmã sempre estivemos atentos às necessidades de nossa mãe, a dificuldade que ela, que é plus size, tinha para encontrar calçados que não lhe apertassem os pés, igualmente gordinhos. Foi então que tivemos a idéia de juntar nossos conhecimentos, experiências e networking e criar modelos com características de design diferenciados, mas que, também, fossem bonitos, alegres, coloridos e acompanhassem as tendências da moda”, explica Marcelo. E, ao tentar resolver um problema doméstico, Marcelo e a irmã descobriram que estavam prestes a ajudar um número infinitamente maior de pessoas. Ele conta que depois de terem a idéia, o próximo passo foi começar a pesquisar as possibilidades do negócio. “Uma das primeiras coisas que fizemos foi buscar a opinião de pessoas vinculadas ao setor. Criamos uma pesquisa de mercado e, literalmente, fomos para a rua fazer nossa pesquisa. Visitamos muitas lojas, falamos com proprietários, vendedores, representantes comerciais, fabricantes, modelistas e estilistas e a opinião foi unânime: existe uma enorme procura por calçados para plus size. Então, passamos da prancheta para a ação e lançamos nossa primeira coleção, graças à parceria que firmamos com um fabricante local. Estávamos na segunda metade de 2008”, diz Marcelo. Ele conta que fazer um sapato para quem está acima do peso requer alguns cuidados especiais. Em termos técnicos, tudo começa com a forma usada para dar forma ao sapato e, para chegar onde queria, ele e a irmã tiveram que encomendar formas específicas para seus calçados. Basicamente, o que caracteriza os modelos da Calce GG são sapatos mais largos e mais altos que os fabricados para as pessoas que estão dentro do peso normal. “Projetamos formas mais largas e mais altas mantendo a proporcionalidade no design. Com isso, conseguimos fazer sapatos que não ficassem com uma aparência grosseira”,

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afirma o empresário. “As formas ‘normais’ são padronizadas, tem medidas uniformes e seguem estes padrões há muitas décadas. Já em países com uma tradição no atendimento mais segmentado, como, por exemplo, os Estados Unidos, existem até quatro medidas de largura por tamanho e número. Porém, no que diz respeito ao comprimento dos sapatos, as medidas são as mesmas utilizadas pelo mercado convencional. Nossa forma 38, por exemplo, produz sapatos com o mesmo comprimento de uma forma 38 normal. Se os pés são ‘gordinhos’ e, por consequência, um pouco


mais largos e altos, a mulher não precisa mais comprar um número maior para ter conforto e um sapato bem ajustado nos pés”, explica Marcelo. Para agradar pessoas exigentes Segundo Marcelo, a Calce GG nasceu com a difícil tarefa de tentar agradar todos os gostos, mas como ele mesmo faz questão de dizer, “isso é impossível, afinal, gosto não se discute”. Mas ele afirma que a forma encontrada para agradar a maioria das mulheres plus size foi o feedback de

quem adquiria seus produtos. Desta forma, de coleção para coleção, a empresa passou a inserir modificações seguindo as sugestões das próprias compradoras. “Aprendemos que muitas mulheres plus size adoram salto alto. Entretanto, saltos altos são conhecidamente prejudiciais ao corpo e se forem finos, pior ainda. Também descobrimos que mulheres maduras preferem saltos mais baixos, que lhes transmite uma maior estabilidade e segurança ao caminhar. Assim, fomos melhorando nossa modelagem baseados nestes ‘gostos pessoais’. Com isso, pode ser que

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para muitos olhares, nossos modelos pareçam muito com uma linha mais ‘senhora’. No entanto, o que buscamos é aliar moda ao conforto através de saltos mais baixos, com uma base mais larga, solado antiderrapante, palmilhas espumadas. E isso tem dado certo”, afirma Marcelo. Outra característica que marca os calçados da Calce GG é o fato de suas criações serem feitas apenas com a utilização de couro legítimo. Marcelo e sua irmã admitem que existem muitos materiais sintéticos de ótima qualidade, mas nada é mais charmoso e duradouro que o couro de boa qualidade. “O sintético reduz o preço, o

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couro agrega valor”. Já quando o assunto é design, Marcelo comenta que suas coleções são desenvolvidas com a colaboração de muitas cabeças, mas sempre sem perder de vista que os sapatos são um acessório de moda tão importante quanto a roupa, a bolsa, uma pulseira, um colar e os brincos. “Como terceirizamos nossa produção, desenvolvemos novas criações em conjunto com a fábrica. Usamos e adaptamos as inspirações do estilista deles à nossa realidade, às nossas idéias. No final, o que as pessoas calçam é um mix de criação, sempre direcionado às tendências da moda para a próxima estação”,


explica Marcelo. Ao que parece, a aceitação dos produtos da Calce GG tem sido boa. Segundo Marcelo, todos os dias chegam ao escritório muitos e-mails de mulheres espalhadas pelo Brasil que querem saber onde encontrar os produtos da empresa. Muitas delas vão além das dúvidas e tecem elogios aos produtos. “Em algumas mensagens somos honrados com elogios à nossa idéia, outras querem revender, outras querem ser representantes comerciais e a todas respondemos de acordo e agradecemos pelas mensagens”. Mas, ao mesmo tempo que o sucesso bate à porta da empresa, Marcelo

diz que se sente infeliz com o fato de seus produtos estarem em pouquíssimas lojas. “São poucas as lojas que comercializam nosso produto e, graças à grande procura que temos recebido, resolvemos entrar para a era digital e driblar esta dificuldade lançando nossa loja virtual, onde qualquer pessoa poderá comprar com tranquilidade e segurança, usando várias opções de pagamento e sem precisar sair de seu endereço”, comemora o empresário. Marcelo conta que o momento da Calce GG é o da consolidação da marca num país de dimensões continentais. Em seguida, ele e a irmã pretendem voltar seus olhos para um outro público, com as mesmas dificuldades, o dos homens plus size. “Nosso primeiro foco estava voltado para as mulheres, mas isso não significa que não tenhamos pensado no público masculino, entretanto, precisamos primeiramente nos consolidar no mercado feminino, cuja tarefa é extremamente árdua, pois colocar à disposição do mercado uma idéia nova, por melhor que ela seja, é muito difícil. Precisa-se quebrar paradigmas, precisa-se quebrar um conceito de produção de calçados introduzido nos pés e cabeças brasileiras há dezenas de anos e isso não é fácil”, diz Marcelo. Então, enquanto não chega a vez dos gordos, as mulheres plus size que estiverem interessadas em comprar sapatos que foram criados especificamente para elas, podem fazer isso visitando o web site da Calce GG (www.calcegg.com.br), onde é possível ver informações sobre a empresa, o endereço de lojas que já comercializam seus produtos e, também, visualizar as coleções de primavera/verão e outono/ inverno de 2010. Caso não haja uma loja próxima de você, Marcelo sugere um contato via e-mail para compras diretas. Os pedidos serão entregues pelo correio. Por enquanto, os pagamentos poderão ser feitos através de depósito bancário e, quando a loja virtual estiver ativa, a Calce GG aceitará as mais variadas formas de pagamento. Não perca tempo, visite o site e coloque seus pés na moda, com conforto, durabilidade e, principalmente, sem perder de vista o charme e a beleza.

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Madame G

um lugar para estar na moda e se sentir bem Texto: da Redação | Imagens: divulgação

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Enquanto o mercado de moda convencional não vê o potencial do consumidor plus size, alguns empreendedores, como a Madame G, aproveitam a oportunidade e se dedicam a atender às necessidades de quem está acima do peso.

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É “Saber que uma cliente saiu com um look da loja e quando o usou todos a elogiaram, a satisfação que isso me traz não tem preço. Por isso trabalho com esse público, pois ele ainda é capaz de proporcionar emoção a você.”

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raro entrevistarmos um empresário que se dedica a oferecer produtos e serviços para o segmento plus size e não ouvirmos que seu interesse por este público surgiu graças às dificuldades que ele, ou um familiar, ou um amigo encontravam para ver suas necessidades atendidas. No caso da Madame G, uma loja especializada em moda feminina plus size, em Florianópolis, não foi diferente. Criada, em junho de 2009, pela empresária gaúcha Lísia Lencina, que além de ser formada em Turismo pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul e pós-graduada em Gestão de Moda pelo Senac de Santa Catarina, a Madame G também conta com uma madrinha de peso, a mãe de Lísia. Foi através dela que a empresária, ainda bastante jovem, tomou conhecimento do universo da moda para quem está acima do peso. “Minha mãe, desde que eu me conheço por gente, vestiu manequim 48 e sempre fazia questão de me levar junto com ela quando ia às compras. Eu adorava ver a felicidade dela ao encontrar os modelos que desejava e que, quando ela os vestia, ficavam lindos. Sempre gostei de ajudá-la a escolher roupas”, conta Lísia. Porém, não é só dos momentos alegres que a empresária se recorda. Algo que a marcou também, era o péssimo atendimento que ela e a mãe recebiam. “Muitas vezes me irritava o modo como éramos atendidas, principalmente a falta de atenção das vendedoras”, comenta Lísia. Algum tempo depois, ela se mudou para Florianópolis e começou a receber visitas frequentes da mãe, Dona. Giginha. Nestas ocasiões, as duas, para não perderem o costume, iam fazer compras. Lísia conta que da mesma forma que em sua cidade natal, a capital catarinense também era carente na oferta de roupas para pessoas plus size. “Eu conhecia apenas uma loja especializada na cidade e isso me incomodava, afinal, Florianópolis tem 400 mil habitantes e certamente tinha espaço para um número maior de lojas deste tipo”, comenta Lísia. Foi naquele momento que a Lísia, em-


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preendedora, decidiu transformar uma dificuldade em oportunidade. Em pouco tempo ela começou a pesquisar o mercado plus size da região. Ela, com a ajuda da mãe, levantou uma infinidade de informações sobre os hábitos de consumo, as necessidades e, principalmente, o que a mulher plus size do Sul do Brasil queria encontrar. “Com a ideia na cabeça, comecei uma pesquisa de mercado. Lembro que, até na beira da praia, minha mãe fazia perguntas a possíveis clientes: se gostariam de ter uma loja com roupas bem jovens em tamanhos grandes, se sentiam falta de outras opções, esse tipo de pergunta básica. Ficamos um ano fazendo pesquisas, cadastrando fornecedores e tentando localizar um ponto comercial. Assim que apareceu o ponto certo para alugar abrimos a empresa”, conta Lísia. Aprendendo, com os erros dos outros Ao abrir a empresa, além da forte formação acadêmica, Lísia somou ao negócio uma temporada passada na Inglaterra e alguns cursos no Sebrae. Mas a empresária nos conta que muito do que hoje aplica no gerenciamento de seu negócio foi aprendido observando quem já estava no ramo, vendo o que eles faziam de correto e o que eles faziam de ruim. “O estar presente em outras lojas, observando os diferentes atendimentos, fez com que eu desenvolvesse a sensibilidade que se precisa para tratar com clientes tão especiais. O nome Madame G vem dessa filosofia: o Madame porque é assim que eu quero que minhas clientes se sintam e o G, como não podia deixar de ser, foi uma homenagem à minha mãe”, explica Lísia. E pelo visto, a filosofia empregada na loja deu certo. A Madame G, além de atender ao público plus size da cidade, também atende pessoas de cidades próximas, como, por exemplo, São José, Palhoça e Biguaçu e, algo que nem mesmo Lísia imaginava, pessoas que passam por Florianópolis a passeio, vindas de diversas cidades do Brasil. “Além do público que vive aqui e na região metropolitana, já tivemos clientes de Belém, Brasília, Manaus, Cuia-

“Acredito que hoje você consegue encontrar peças que foram pensadas, estudadas para o público plus size. Claro que é algo novo e que ainda vai se desenvolver mais. O primeiro passo já foi dado, agora cabe às indústrias investirem em pesquisas, em designers especializados nesse segmento ...”

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“Além do público que vive aqui e na região metropolitana, já tivemos clientes de Belém, Brasília, Manaus, Cuiabá, Porto Alegre, Cascavel, Goiânia e Curitiba e, o mais interessante, é que a maioria destas pessoas volta à loja e também, a indica para algum familiar que vive aqui ou que está na cidade a passeio.”

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bá, Porto Alegre, Cascavel, Goiânia e Curitiba e, o mais interessante, é que a maioria destas pessoas volta à loja e também, a indica para algum familiar que vive aqui ou que está na cidade a passeio”, conta Lísia. A Madame G é uma loja que trabalha com diversas marcas, “todas elas”, faz questão de dizer a empresária, “muito conceituadas no mercado”. Lísia diz que procura parceiros que tenham o compromisso de fazer roupas de qualidade e que, ao mesmo tempo, estejam na moda. Desta forma, é fácil encontrar nas prateleiras produtos com a griffe Jes, Jarmod, Loony Jeans, Di.A Cler, Shine, Terra Mística e, valorizando o que a região tem de melhor, Elegance, L’epoque, Bella Mulher e Big Choice. Respaldada em fornecedores de peso, a Madame G oferece ao público feminino, calças, blusas, bermudas, saias, camisas, casacos, casaquetos, batas e vestidos. “Como aqui no Sul temos as quatro estações bem definidas, as peças que estão disponíveis na loja sempre são adequadas para o clima da estação. Eu procuro sempre trazer peças que estejam em alta, na moda mesmo, para que nossas clientes tenham a oportunidade de compartilhar moda que, normalmente, só está disponível na cidade em tamanhos menores. Um bom exemplo foi a wetlegging, aquela legging brilhosa. Assim que as coloquei na vitrine, elas evaporaram”, afirma Lísia. Outra preocupação da empresária é manter seu foco bem direcionado. A Madame G só oferece produtos para mulheres plus size. O que está nas vitrines e nas prateleiras vai do tamanho 44 até o 54. Lísia diz que não trabalha com tamanhos menores porque acredita que o mix de tamanhos faria com que ela perdesse seu diferencial de exclusividade, tanto no atendimento, quanto nas roupas. “Já cansei de ver pessoas magras entrarem na loja, gostarem de tudo e pedirem para que encomende tamanhos que caibam nelas. Eu sempre insisto em dizer que já existem muitas lojas para elas. Manter esta fidelidade ao público plus size deixa as minhas clientes super felizes”, comenta Lísia.


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Gente de peso Lísia conta que dá trabalho manter-se atualizada sobre as tendências de moda para agradar sua clientela. Mas todo o esforço encontra compensação. A Madame G conta com gente de peso e com disposição financeira para se vestir bem. Elas são empresárias, médicas, advogadas, arquitetas e funcionárias públicas que, independente de profissão, querem andar na moda e confortáveis. Segundo ela, sua clientela oscila entre o clássico e o moderno, mas, no geral, todas querem encontrar peças que estejam nas revistas de moda ou que façam parte das conversas no trabalho, na academia ou divulgadas pela televisão. A empresária tem como certo que se trata de um público que segue a moda e que está por dentro das tendências de mercado. E, quando o assunto é moda, a empresária afirma que, quem produz roupas plus size não perde em nada para nenhuma confecção habituada a desenhar para pessoas que estão dentro do peso “ideal”. “Acredito que hoje você consegue encontrar peças que foram pensadas, estudadas para o público plus size. Claro que é algo novo e que ainda vai se desenvolver mais. O primeiro passo já foi dado, agora cabe às indústrias investirem em pesquisas, em designers especializados nesse segmento e, às lojas, cabe o compromisso de continuarem a vender produtos destinados às plus size, sem perder de vista o bom atendimento, livre de preconceitos” diz Lísia. Lísia fala, com um grande sorriso nos lábios, que adora atender ao público plus size. Ela diz que são pessoas diferenciadas, inteligentes e antenadas. Gente para quem não basta um atendimento padrão. “Elas são um público que você tem que saber trabalhar. Não basta ser vendedora para atender este público, você tem que, acima de tudo, entender as angústias que

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algumas delas tem com o corpo. Digo sempre que você tem que atendê-las com o coração para conquistá-las. Muitas vezes, uma peça ficou perfeita, mas a cliente não se vê assim, daí vai de você explicar que realmente ficou muito boa. Quando a cliente leva a peça que ela duvidava que ficaria boa e, na rua, no trabalho ou em casa, recebe elogios, isso faz com que ela se sinta bem. Isso é o mais prazeroso para nós da Madame G e principalmente para mim. Saber que uma cliente saiu com um look da loja e quando o usou todos a elogiaram, a satisfação que isso me traz não tem preço. Por isso trabalho com esse público, pois ele ainda é capaz de proporcionar emoção a você”, conclui Lísia. Para quem ficou com inveja das moradoras plus size de Florianópolis, a empresária tem uma boa notícia. Em meados de agosto, a Madame G estará inaugurando sua loja virtual. Lísia nos conta que a iniciativa tomou fôlego graças aos diversos pedidos que, mesmo antes de pensar na loja virtual, ela já recebia através do blog e do Orkut. Ela acredita que o sucesso alcançado pela Madame G no mundo real será igual ou até mesmo maior no mundo virtual. “É um novo meio de compra, mas com bastante aceitação devido à facilidade do comprar sem sair de casa, do trocar se não ficar bom e da certeza da compra segura. O que eu estou criando é a oportunidade para que todas as mulheres plus size do Brasil possam se sentir e ser atendidas como madames”. Mas, enquanto a loja não finca o pé na internet, quem estiver de passagem por “Floripa” e quiser aproveitar para fazer compras, o endereço da Madame G é Rua João Pio Duarte Silva, 359, loja 08. O bairro chama-se Córrego Grande. O telefone para contatos é o (48) 3206-9682 e os endereços eletrônicos são: www.madameg.com e blog.madameg.com.

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Tendências Texto: da Redação e Imagens: Fernando Siqueira e Ana Oliveira (making-off)

Maison Spa apresenta suas criações para o

Verão

Maiosn Spa na internet: www.maisonspa.com.br



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Um ensaio fora do norma

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O ensaio fotográfico que nossos leitores acabam de ver fugiu drasticamente dos padrões dos ensaios de moda publicados por Sem Medida até hoje. Pela primeira vez na história desta revista, uma empresa ligada ao setor de vestuário plus size, a grife Maison Spa, convidada para mostrar sua coleção Primavera/Verão, reconhecendo a importância editorial de Sem Medida junto ao público plus size, decidiu criar um ensaio fotográfico exclusivo para a revista e que, também, será usado em seu catálogo. Lisonjeados e, ao mesmo tempo, bastante motivados pela iniciativa, os profis-

sionais da revista decidiram colaborar com a produção destas imagens e tomaram parte do processo, desde as reuniões para a criação de um conceito para o ensaio, até a ajuda na localização de um ambiente adequado para o trabalho. Foi um esforço conjunto em nome da qualidade e do bom gosto que as mulheres plus size merecem. O rosto e o corpo que personificaram a Maison Spa ficaram por conta da modelo Márcia Spinelli, entrevistada na edição de fevereiro de 2010. Seus traços adultos e sua desenvoltura diante da lente conferiram às peças da coleção o ar de elegância, poder e maturidade que a marca de roupas


al e que queremos repetir

ajuda a ressaltar em suas clientes. O fotógrafo a cargo das imagens foi Fernando Siqueira, entrevistado na edição de janeiro de 2010. Fernando se caracteriza por ser um “caçador de expressões faciais” e com uma sensibilidade artística impressionante, cria imagens harmoniosas, que inseriram a modelo e as roupas no conceito proposto para o ensaio. O local escolhido para captar as imagens foi o restaurante e forneria Othelo (veja matéria sobre ele nesta edição), localizado no bairro do Campo Belo, em São Paulo. Nosso agradecimento a Cláudio Vieira de Moraes, um dos proprietários do restaurante,

que demonstrou um carinho todo especial para com o “batalhão” de pessoas que invadiu o lugar às 7 da manhã e só arredou o pé de lá por volta das 17 horas. Nós da Sem Medida agradecemos Fabrício e Carla, proprietários da Maison Spa, por nos presentearem com a disposição e o investimento que fizeram para realizar este ensaio. Sua visão empresarial nos impressiona e sua consciência da importância que nossa revista alcançou no universo plus size nacional e internacional, ao longo deste mais de ano e meio de vida, nos deixa orgulhosos.

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Monte Verde sinta-se na Suíça sem sair do Brasil Texto: da Redação | Imagens: divulgação

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Uma cidade que foi colonizada por imigrantes, manteve o ar europeu e ganhou a hospitalidade mineira e recebe a todos visitantes com muito carinho e muita coisa para se fazer, ou entĂŁo, nĂŁo fazer nada, apenas apreciar a natureza, o aconchego dos chalĂŠs e se esconder do frio.

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B

aixas temperaturas, clima romântico e natureza privilegiada são praticamente sinônimos de Monte Verde, distrito de Camanducaia, cidade ao sul de Minas Gerais, conhecida como a Suíça brasileira pelo charme da arquitetura local, a natureza, a estrutura turística e a gastronomia. Cercada pelas montanhas da Serra da Mantiqueira, Monte Verde fica a mais de 1.500 metros de altitude e tem belíssimas casas em estilo europeu, morros, pedras, picos, cerca de 170 hotéis e pousadas, e inúmeros bares e restaurantes que encantam tanto pela simplicidade da comida mineira como pelo sofisticado foundue ou pelos exóticos pratos com carne de javali criados na região. Os costumes trazidos pelos primeiros moradores, o casal letão Verner Grinberd e Emália Grinberd, pelos letões, alemães, suíços e italianos que foram chegando depois, também colaboram para o ‘ar europeu’ que se respira em Monte Verde. Mas a vila tem personalidade e sotaque próprio. A hospitalidade, por exemplo, é típica do povo mineiro. Basta ir a um dos pontos de venda de queijos e vinhos, localizados na principal avenida da estância, para ter certeza que o clima pode ser suíço, mas o prazer em receber é do autêntico mineiro. Ninguém sai sem “provar um bocadinho”. Acolhedora, Monte Verde recebe e agrada famílias com filhos pequenos, jovens em busca do ecoturismo e casais apaixonados. A geografia local colabora para essa união de interesses tão diferentes, pois atende tanto quem busca o turismo contemplativo, como quem não se contenta apenas em apreciar belas paisagens e quer interagir, explorar e viver mais emoções do que cabem em um álbum de fotos da viagem. Ou seja, Monte Verde oferece prazeres para quem só quer fazer uma boa caminhada pela manhã, saborear um strudell numa charmosa casa de chá, namorar à beira da lareira, cavalgar com as crianças e também para os adeptos do montanhismo e dos esportes mais radicais como o rappel, raftting e trecking. Localizada na porção sul da Serra da Mantiqueira, a 1.600 metros de altitude,

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Monte Verde é um paraíso ecológico protegido por lei. Parte de seus 650 hectares está incluído na Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias, que foi criada para preservar os mananciais da região. O rio mais importante é o Jaguari, considerado um dos cinco melhores rios para rafting do País. A vegetação de Monte Verde faz parte dos últimos 7,5% restantes da Mata Atlântica. A flora é riquíssima: líquens, musgos e bromélias, entre outras plantas silvestres, são emolduradas pelas centenas de araucárias que marcam a região. Algumas são centenárias e há registros de árvores com mais de 300 anos. Além da mata nativa, há uma extensa área de reflorestamento, formada por pinheiros e eucaliptos. Caminhando pelas trilhas, o turista pode ser surpreendido por esquilos, veados, tucanos e beija-flores, entre outros animais silvestres. Como se não bastassem as montanhas, os jardins da vila também são caprichados. A flor oficial de Monte Verde é a hortênsia, que dá um colorido todo especial à região com a chegada da primavera, principalmente a partir de novembro. Para conhecer tudo isso, ninguém precisa suar a camisa. Com seu clima seco e frio, Monte Verde oferece dias ensolarados com temperatura agradável o ano todo. Já para as noites, é melhor levar agasalhos quentinhos e se preparar para degustar um bom fondue, namorar em frente à lareira e dormir aconchegado nos edredons. Mesmo no verão, depois do pôr-do-sol, a temperatura pode cair para os 14º C. No inverno, o frio pode chegar a -8º C, o que só reforça o clima europeu da região. Nessa época do ano, vale a pena fazer um esforço e pular da cama cedo só para apreciar o visual dos gramados embranquecidos pelas geadas. O sabor das montanhas O charme da vila, as atividades ao ar livre, o tempo que passa sem pressa, tudo em Monte Verde parece conspirar para despertar o prazer da boa mesa. A gastronomia sempre foi um dos pontos fortes

da vila, que oferece o que há de melhor da cozinha mineira e, sem perder de vista suas origens, também delícias da culinária européia. A excelência da gastronomia local começa pelos ingredientes. Os restaurantes utilizam produtos da região, muitas vezes cultivados sem o uso de agrotóxicos e outros aditivos. O pinhão, fruto das araucárias abundantes nas montanhas, aparece nos cardápios especialmente na época da colheita (de abril a agosto), transformado em pães e farofas, por exemplo. A truta é outro exemplo de produto local que faz sucesso entre os visitantes. Da mesma família que o salmão, esse peixe chegou ao Brasil em meados do século passado, com ovos importados da Escandinávia, e adaptou-se bem nas regiões de clima mais frio, como a Serra da Mantiqueira. A truta é rica em proteína, cálcio, fósforo, sais minerais, vitaminas e ácidos graxos poliinsaturados e ômega 3, que ajudam a reduzir o nível de colesterol “ruim” (LDL). Além disso, é um dos poucos peixes que podem ser consumidos sem risco de contaminação, porque apenas sobrevive e se reproduz em águas puras, livres de qualquer tipo de poluição. Em Monte Verde, a truta foi introduzida por Mathias Hamacher, na década de 60. Ele e sua família também mantêm uma criação de javalis, cuja carne já é apreciada em restaurantes de culinária contemporânea. Como no caso da truta, a região favorece a criação de javalis. Bem menos exóticos que os javalis, os fondues têm presença garantida no cardápio de vários restaurantes. O prato criado na Suíça é uma opção mesmo nas noites frescas do verão de Monte Verde e é preparado em diversas versões, salgadas e doces, todas de dar água na boca. Para quem prefere uma comidinha caseira, a sugestão são os pratos típicos da cozinha mineira, como o leitão à pururuca. Há ainda restaurantes especializados em culinária alemã, italiana e portuguesa e, para uma pausa no meio da tarde, casas de chá, cafeterias e lanchonetes. E ninguém pode sair de Monte Verde sem provar pelo menos um docinho! Entre

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os destaques estão o strudell, sobremesa popular na Europa Central, e as sobremesas à base de morangos e de chocolate, como as servidas nos cafés e casas de chá da vila. Para levar para casa Com o clima da região, não é de se estranhar que uma das especialidades do comércio local sejam as roupas de inverno. As confecções oferecem uma grande variedade de malhas, cachecóis, luvas, meias e gorros feitos sob medida para enfrentar as temperaturas mais baixas. E as compras não param por aí. Apesar de pequena, a vila de Monte Verde possui vários centros comerciais e lojas que são uma tentação para quem gosta de artesanato, produtos naturais e sabores caseiros. Para a casa, os artesãos locais produzem objetos decorativos e utilitários em cerâmica, madeira, metal e couro, além de colchas e toalhas em patch work, por exemplo. Já os sabonetes, perfumes, sais de banho, xampus e outros cosméticos feitos com produtos naturais combinam com o espírito ecológico da região: não agridem a natureza nem o corpo. Até a cozinha e o bar podem ser abastecidos em Monte Verde. Chocolates, geléias, compotas de frutas, queijos, e, claro, cachaças de alambique são algumas das delícias que podem ser levadas para casa. O que fazer durante o dia Se a noite e o frio convidam para um foundue em frente da lareira, o céu limpo e o sol forte são estímulos para muitas atividades. E também nesse ponto Monte Verde é pródiga em opções. Para quem quer ter a sensação de chegar ao topo do mundo, pode percorrer as trilhas das florestas que rodeiam a cidade e abrigam cinco picos principais: Pedra Redonda, Pedra Partida, Chapéu do Bispo, pico do Selado e Platô. Na verdade, as caminhadas (ou trekking) são uma das melhores maneiras de conhecer a região. Existem trilhas para todos os tipos de pes-

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soas. Separamos um tipo para cada “alpinista”. Chapéu do Bispo – Duração de uma hora, considerada fácil e é feita em uma altitude de 1.955 m. Ótimo passeio para toda a família, a trilha até a base da pedra do Chapéu do Bispo é muito fácil de ser percorrida, podendo ser feita por crianças. Já chegar ao topo da pedra exige mais destreza e preparo físico. Platô – Duração de 1h40, considerada intermediária e atinge uma altitude de 1.945 m. Esta subida exige fôlego e cuidado para não torcer os pés nas suas pedras irregulares. É a segunda trilha mais movimentada de Monte Verde e possui vários mirantes em toda a sua extensão, ótimos para apreciar a paisagem e descansar. Pico da Onça – Duração de cinco horas, considerada avançada e chega a uma altitude de 1.955 m. Ainda pouco explorada, une São Francisco Xavier, no fundo do vale, a Monte Verde, no alto das montanhas. É um passeio que exige bom condicionamento físico e conhecimentos de navegação ou então a companhia de um guia. O ponto alto é a Floresta dos Duendes, localizada em um vale úmido e profundo e coberta pela copa cerrada das árvores, é fresca e está sempre na penumbra. Para quem for encarar uma caminhada é sempre bom lembrar que se deve levar sempre uma garrafa com água e mantenhase constantemente hidratado. Para as trilhas mais longas, leve também um lanche. Repelente e protetor solar são indispensáveis. A gente nunca sabe os “amigos” que iremos encontrar pelo caminho. Agasalhos impermeáveis, que mantêm a temperatura do corpo, protegem da umidade e “cortam” o vento, são os mais recomendáveis. Nada de estrear o tênis novo! Prefira calçados já usados e confortáveis, com uma boa folga entre a ponta e os dedos e, se sair à tarde, leve uma lanterna potente e confiável, com estoque extra de pilhas. Imprevistos acontecem e você não vai querer ficar à noite na escuridão. Lazer na natureza Além das caminhadas, o divertimento


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pode ser mais ou menos radical, mas é garantido. Não importa o estilo, a natureza está presente mesmo nos espaços internos, basta olhar por uma janela ou uma porta para avistar os picos sinuosos da Serra da Mantiqueira. Conheça algumas opções Arborismo/Chácara Adélia – Todos são bem-vindos nesta extensa e bem cuidada área verde. Quem quer relaxar pode simplesmente caminhar entre araucárias centenárias e fontes, na companhia de muitos pássaros. Para aqueles que preferem emoções mais fortes, a dica é passear pela copa das árvores. O percurso de arborismo da Chácara Adélia dura cerca de 20 minutos e possui 130 metros de extensão e cinco etapas, com direito até a tirolesa: a pessoa desliza de uma árvore para outra pendurada em uma roldana. Av. Sol Nascente, 27, tel. (35) 3438.1167. Rafting e acquaride – Monte Verde é um destino especial para quem curte enfrentar corredeiras a bordo de um barco inflável ou em bóias. O rio Jaguari é considerado um dos cinco melhores do País para a prática do rafting e do acquaride, também conhecido como bóia cross. O percurso deve ser feito sempre na companhia de guias especializados, que fornecem também o equipamento necessário para a prática segura desse esporte que exige estômagos forte. Escaladas em rocha/rappel – Alguns picos da Serra da Mantiqueira são propícios para a prática destes esportes. Monte Verde tem vias clássicas e esportivas, das quais sete com proteções fixas e duas para proteções móveis, distribuídas na Pedra Redonda, no Chapéu do Bispo e no caminho para o pico do Selado. Para quem está começando ou quer aprimorar suas habilidades, a sugestão é fazer uma clínica de escalada. Se subir não é o seu forte, a opção é o rappel, em que a pessoa desce os paredões de montanhas e cachoeiras pendurada em cordas presas à chamada “cadeirinha”, uma espécie de cinto de segurança. Tanto as escaladas como também o rappel devem ser praticados com o apoio de monitores e guias.

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Casa dos beija-flores – O Hotel Fazenda Itapuá abriga uma das maiores concentrações de beija-flores da América Latina. As aves delicadas, coloridas e rápidas circulam livremente pelo hotel, que consome 250 kg de açúcar por mês só para alimentá-las. São 16 espécies catalogadas, que encantam visitantes, pesquisadores e jornalistas de todo o mundo. Estrada de Monte Verde, km 27, tel. (35) 3438.1177. Cachoeira dos Pretos – Que tal um piquenique diante da maior queda d’água do Estado de São Paulo? Distante apenas 31 km de Monte Verde e com 154 m de altura, a cachoeira dos Pretos está localizada em Joanópolis (SP). Saindo de carro de Monte Verde, é fácil chegar ao local, que possui piscina natural, bicas para banho, banheiros, lanchonete e estacionamento. Cascata Siriema – A única queda d’água urbana de Monte Verde é a cascata batizada com o nome de uma ave pernalta que, adulta, pode chegar a quase um metro de altura e cujo canto tem alcance superior a um quilômetro. Preservada pelos moradores das redondezas, a cascata possui cinco metros de altura e é uma ótima pedida para se refrescar nos dias mais quentes. Bosque do Gato de Botas – Cenário das filmagens do filme de mesmo nome, o bosque está localizado próximo à roda d’água e é uma ótima pedida para quem deseja descansar sobre a grama, à sombra das árvores. Aeroporto/vôos panorâmicos – Em 1948, Verner Grinberg adquiriu um tecoteco e conseguiu aterrissar em um campo de pouso improvisado no meio das suas terras. A aventura deu origem ao aeroporto mais alto do País, a 1.600 m acima do nível do mar, com dois hangares, um deles ainda abriga o pequeno avião de Verner. A visita já vale a pena só pelo mirante, de onde se pode enxergar toda a vila e as montanhas. É possível ainda fazer vôos panorâmicos com duração variável: 15 minutos (sobrevôo sobre Monte Verde), 20 minutos (Monte Verde e cachoeira dos Pretos) e 55 minutos (Monte Verde e Campos de Jordão). Rua do Aeroporto, 740, tels. (35) 3438.1784 e 9931.1784. Cavalgadas – Na vila, existem vários

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pontos de aluguel de cavalos, incluindo animais bem mansos, indicados para crianças e novatos na arte de cavalgar. O turista pode optar por passeios individuais ou em grupo, com o apoio de guias. Mountain bikes – Alugar uma bicicleta é a melhor opção para quem quer desbravar a região sobre duas rodas, distante de motores barulhentos e escapamentos. O passeio pode ser feito com o acompanhamento de guias. Quadriciclos – Não é à toa que Monte Verde possui uma das maiores frotas de quadriciclos do País. Menos radicais que as motos e mais emocionantes que os jipes, esses veículos são uma ótima opção para se aventurar e se divertir nas ruas e trilhas da região. O treinamento oferecido pelos monitores é suficiente para aprender a manobrar os quadriciclos, que são bem fáceis de guiar. Como escolher um hotel Embora mantendo seu estilo de vida simples, a vila reconhece a importância de um bom atendimento e investe nisso por meio da Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde (AHPMV). O principal objetivo da associação é promover o turismo planejado, preservando o ambiente e garantindo a qualidade dos serviços. Para facilitar a identificação das empresas que se preocupam com a excelência dos serviços, a AHPMV criou o selo de qualidade “Plátano de Ouro”. Inicialmente, o selo era destinado apenas aos hotéis e às pousadas, mas hoje, o processo de controle de qualidade estende-se a todos os estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço da região, incluindo restaurantes. Para conferir quais são as empresas que possuem o “Plátano de Ouro”, basta consultar o site da associação (www. ahpmv.com.br). O site também possui uma ferramenta de busca de opções de hospedagem, que permite que o viajante encontre o hotel ou a pousada que oferece os serviços e as facilidades que ele deseja, como estacionamento, piscina aquecida ou acesso para deficientes.

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e-Readers finalmente eles chegaram aqui Texto: da Redação | Imagens: divulgação

Há vários meses, apenas como expectadores alvoroçados, temos publicado matérias informando sobre o lançamento de tablets, aqueles aparelhos eletrônicos usados para a leitura de publicações digitais. Agora, porém, podemos noticiar que alguns deles já chegaram pela “porta da frente” no Brasil.

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LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDO

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esde que o CEO da Apple, Steve Jobs, anunciou o lançamento do tão aguardado e-reader iPad, acompanhamos e noticiamos o lançamento deste e de uma dúzia de aparelhos semelhantes, que desde março já estavam disponíveis nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Mas, apesar de representarmos um mercado consumidor atraente, a maioria das empresas que fabricam este produto não se interessou em comercializálo no Brasil. Os poucos aparelhos que conseguimos ver por aqui, ou chegaram nas malas de quem viajou para fora do País, ou foram comprados através do “mercado paralelo”, por valores absurdamente altos. Porém, a partir deste mês, graças à insistência e visão do potencial de mercado de uma dupla de empresários de Araraquara, no interior de São Paulo, já é possível comprar um e-reader por preços bastante atraentes, com uma boa variedade de marcas e diversos tipos de configuração. Segundo Rodrigo Aparecido Saito Lopes e Cristiana Argentao Saito Lopes, proprietários e diretores da Saito Lopes Importação Exportação Ltda, que desde 1973 trabalham com importação e exportação de vários artigos, o interesse em trazer para o Brasil este tipo de aparelho nasceu do acompanhamento do sucesso que os ereaders alcançaram nos Estados Unidos e Europa em pouco tempo e, também, do interesse do mercado editorial em convergir para o meio digital. “Eu e a Cristiana, ela de origem japonesa, começamos nossas carreiras de comércio exterior de uma forma até que engraçada, enviando automóveis Volkswagen, o Fusca, para colecionadores de carros no Japão. Em seguida, decidimos fazer a via de mão dupla e passamos também a trazer produtos estrangeiros para o Brasil. Começamos com instrumentos musicais, equipamentos para DJs e aumentamos nossa lista, mais tarde, com home theaters profissionais, motos, computadores, televisores e, nossa mais recente aquisição são os leitores digitais”, explica Rodrigo. Ao que parece, a aposta dos dois empresários mostrou-se acertada. Segundo Rodrigo, a primeira remessa de aparelhos

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que recebeu, um pedido tímido de quatro dezenas, se esgotou em apenas uma semana. “Algo me dizia que os readers iriam vender bem, mas eu jamais imaginava que a procura seria tão grande. Somos uma empresa pequena e não temos verbas de marketing para anunciar em grandes revistas de informática ou na mídia de massa. Por isso, usamos canais alternativos, como, por exemplo, o Mercado Livre. Assim que o anúncio foi publicado, os pedidos começaram a pipocar. No início fiquei entusiasmado, depois, preocupado com a possibilidade de não atender à demanda. Passei a mão no telefone e tratei de acelerar os novos pedidos e aumentei a quantidade”, conta Rodrigo. O empresário comenta também, que aos poucos está começando a conhecer o perfil de quem se interessa pelos e-readers e, com estas informações, está modificando seu mix deste tipo de aparelhos. “Hoje, estes equipamentos se direcionam para todos tipos de pessoas que precisam de praticidade na obtenção de informações, gente que trabalha com a internet e quer ter um equipamento mais leve e portátil do que os notebooks. É claro que além da utilização profissional, existem aqueles que querem o aparelho para rodar jogos, acessar redes sociais, ver filmes e ouvir música”, explica Rodrigo. Acostumado a acompanhar o surgimento e, também, o desaparecimento de tendências num mercado altamente canibalista e orientado para a compra por entusiasmo, Rodrigo acredita que os tablets, ou e-readers, ou os pads, apelido que ele deu ao equipamento, são uma tendência duradoura, que nasceu há pouco tempo e que tende a evoluir para algo semelhante ao que os notebooks representaram na década passada. “Quem já passou da casa dos 30 anos, como eu, assistiu ao surgimento dos PCs que rodavam o DOS e os monitores de fósforo verde, viram o surgimento do mouse, do Windows e acompanharam a perda de peso e tamanho dos computadores até chegarmos aos notebooks atuais. Os pads atendem ao apelo do ser humano de estar plugado constantemente e com mobilida-


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de total, seja para trabalhar, para se divertir ou apenas para estar com os amigos apesar da distância. Estamos assistindo a obsolescência de uma série de aparelhos que agora passarão a coexistir num só”, conta Rodrigo. Para ele, que não é uma voz solitária no campo da tecnologia, os pads já são capazes de substituir os palms, que por sua vez enterraram as agendas de papel, os celulares, pois são capazes de fazer ligações através de programas como o MSN e o Skype, com a vantagem de transmitirem sons e imagens e até mesmo os notebooks, graças a uma série de programas (APPs) que surgem diariamente. “Eu acredito que es-

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tes aparelhos irão substituir não somente os palms, telefones e notebooks. Em breve, eles terão recursos que a imaginação mais fértil não é capaz de chegar. Por exemplo, um dos modelos que revendemos, com um processador mais potente, é capaz de rodar o Autocad”, comenta Rodrigo. Os modelos disponíveis Atualmente, a empresa de Rodrigo traz para o Brasil os Pads, Irobot, DS, aPad, ePad e o Mentad. Cada um deles com variações de tamanho que vão de 7 polegadas até os maiores, com 10. Eles rodam com dois tipos de sistemas operacionais,


o Windows CE, produzido pela Microsoft e o Android, originalmente criado pelo Google, com arquitetura Linux. Todas as telas, apesar de seu tamanho, são multi-touch, ou seja, você executa todas as funções disponíveis tocando no teclado. O modelo iPad de 10 polegadas, que está sendo cotado para se transformar em equipamento padrão pela Sem Medida, é comercializado pela Saito Lopes Importação Exportação Ltda por R$ 950,00. Ele vem equipado com um processador Telechip Dual Core de 1.2 GMHZ, memória de 256 megas, disco rígido com memória de 2 GB, que pode ser aumentada até 16 GB, e roda o sistema operacional Android 2.1.

Possui auto-falantes estéreo, entrada para fone de ouvido, microfone embutido, uma entrada USB e, na parte frontal uma câmera de 1.3 megapixels. Além disso, conectase através de WiFi ou 3G. Nele é possível acessar a internet e navegar por sites, acessar redes de relacionamento (Orkut, Facebbok, entre outros), assistir a vídeos no YouTube, ouvir músicas, fazer videoconferências e, dependendo da configuração, ainda usá-lo como GPS. Rodrigo conta que comercializa desde modelos mais simples, com valor final de R$ 600,00 até modelos mais sofisticados, que podem custar até R$ 1.600,00. Para ele, o principal fator a ser levado em

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consideração por quem compra um pad é dimensionar o tipo de utilização que se pretende dar a ele. “Não adianta nada sair por aí comprando o modelo básico, ou o modelo mais sofisticado sem saber para que finalidade o equipamento será usado. O risco que se corre, mais tarde, é ter um equipamento muito inferior ao que se precisa ou, numa hipótese ‘menos ruim’ um equipamento do qual eu nunca utilizarei a quantidade de recursos disponíveis”, explica Rodrigo. Outro fator importante na hora de comprar um destes aparelhos, segundo Rodrigo, é a confiabilidade de quem o revende. Segundo ele, alguns equipamentos comprados lá fora não trazem consigo uma garantia internacional, que se estenda para o Brasil. Em outros casos, comprando pelo “mercado paralelo”, qualquer defeito que surja, pode não estar coberto pela pessoa que o trouxe para cá. “Todo aparelho é passível de defeito. Nós testamos todos os produtos que importamos antes de enviá-

los aos compradores e, além disso, oferecemos garantia de reposição imediata do equipamento se ele apresentar qualquer defeito que não seja proveniente de uso indevido, durante o período de 12 meses”, afirma Rodrigo. Para saber mais sobre os pads comercializados pela Saito Lopes Importação Exportação Ltda, de Araraquara, ligue para o telefone (16) 3357-2252 ou envie um email para rodrigoaplopes@hotmail.com ou saitolopes@hotmail.com. A empresa está remodelando seu web site, onde, em breve, será possível acessar informações sobre todos os pads disponíveis, visualizar fotos e detalhes de cada aparelho e fazer sua compra eletrônica em qualquer lugar do Brasil. Rodrigo comenta que sua empresa entrega para todas as cidades brasileiras e, a pedido de Sem Medida, ele oferece um desconto de 10% no valor de qualquer ereader para os que se identificarem como leitores desta revista. Aproveite.

Todo mundo vai ter um Segundo previsão da Forest Research, com base em uma pesquisa divulgada em junho deste ano, em 2014 os tablets estarão sendo mais usados que os notebooks. De acordo com o IDC (Internacional Data Corporation), o número de tablets vai atingir 7,6 milhões de unidades até dezembro. A expectativa é de um aumento anual de 57,4% até 2014, o que representa 46 milhões de tablets vendidos. Além disso, segundo o Forest Reserarch, em 2015, os computadores portáteis sem teclado serão responsáveis por 23% das vendas gerais de computadores pessoais nos Estados Unidos, saltando dos atuais 3,5 milhões para 20,4 milhões. Ao mesmo tempo, as vendas de notebooks ficarão com 42% do mercado, os desktops com 18% e os netbooks com 17%. Fonte: Folha.Com, Caderno de Tec, 29/07/2010

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O resultado do desequilíbrio. Até 2050 teremos 200 milhões de refugiados climáticos. Você quer que seus filhos e netos façam parte desta estatística?

Mude seus hábitos. Leia em formato digital.

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Revista

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BMW

para você viajar nas nuvens sem sair do chão Texto: da Redação | Imagens: divulgação

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ร isso que permite a BMW K 1300 GT, uma motocicleta para quem aprecia o prazer de pilotar com muita suavidade, conforto e seguranรงa.

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É

difícil descrever essa moto em poucas palavras. São tantos detalhes, tantos recursos que facilmente a gente acaba esquecendo de citar algum deles. Baseada no modelo anterior, teve seu visual atualizado para a nova K 1300 GT. É estreita com seus contornos dinâmicos e excelentes qualidades aerodinâmicas. Difere da anterior devido a uma abertura no painel lateral e ao suporte do logotipo, o que dá à K 1300 GT uma aparência muito mais dinâmica. As superfícies internas da carenagem, agora totalmente pintadas e não mais granuladas, transmitem um padrão ainda maior de qualidade e estilo. E ao mesmo tempo, as superfícies internas foram atualizadas com o painel de instrumentos com acabamento em uma cor escura fosca metálica. Protetores integrados nas seções laterais reduzem o risco de danos em caso de queda ou acidente. Desta forma, a máquina é bem protegida caso ela caia em um acidente ou quando não for estacionada adequadamente. O que nenhum motociclista de respeito deixará acontecer. A BMW K 1300 GT vem com o párabrisa ajustável eletricamente combinando proteção ótima contra o vento e intempéries com dimensões mínimas. Graças ao seu design aerodinâmico e à sua configuração, o pára-brisa guia o vento em torno do piloto, aliviando sua cabeça e tronco da pressão do vento em altas velocidades. Outro aspecto importante é que o párabrisa pode ser ajustado eletricamente em um intervalo de 100 mm ou quase quatro polegadas nos controles do lado esquerdo do guidão, atendendo assim, de forma consistente aos requisitos do piloto. Um párabrisa mais alto (+ 60 mm, quase 2,4”) está disponível como um extra opcional, oferecendo a praticamente todos os pilotos uma proteção perfeita, independentemente de seu tamanho e posição de condução, simplesmente escolhendo o pára-brisa correto e ajustando-o de acordo. Novos controles Por trás do pára-brisa, a K 1300 GT

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exibe uma novíssima geração de botões e controles manuais. Usando a tecnologia Moulded Interconnect Device (MID), ou dispositivo moldado interconectado. As novas unidades de controle são muito menores e mais compactas, e, ao mesmo tempo, oferecem um padrão maior de funcionalidade, um design limpo e ótimo acesso. Os botões do ajuste elétrico do pára-brisa, do aquecimento da manopla e do assento, assim como o controle de cruzeiro, são todos integrados nas unidades de controle da K 1300 GT. Como a sua irmã esportiva, a K 1300 S, a nova K 1300 GT vem com um odômetro e um conta-giros com novo design e um layout ainda mais dinâmico de suas escalas. Estas duas unidades são complementadas no painel digital de instrumentos pelo Info-Flatscreen, um visor de informações que oferece de forma consistente todos os dados que o piloto requer, como temperatura do motor, capacidade do tanque, hora do dia ou a marcha engatada no momento. Quando a moto for equipada com o Electronic Suspension Adjustment II (ESA II) como item opcional, o visor oferece informações adicionais sobre a configuração atual da suspensão. Outros dados disponíveis sob demanda são a quilometragem atual da motocicleta, a quilometragem da viagem e, assim que o nível do combustível cair para reserva, a distância restante. Quaisquer deficiências ou defeitos, finalmente, são exibidos no visor com os ícones e símbolos adequados.

decisivo para sua qualidade. Esta medida particular é a distância entre os dois pés do piloto no solo, medida pelo interior de suas pernas, também levando em consideração o formato e a largura do assento. O assento estreita-se significativamente em torno do piloto, permitindo que ele confortavelmente coloque ambos os pés no chão e dobre os joelhos. Outro aspecto é que a altura do assento pode ser ajustada conforme necessário para 820 ou 840 mm (32,3 ou 33,1”). E para aquele piloto um pouco mais baixo, a BMW Motorrad oferece um assento mais baixo como um extra opcional, medindo 800 mm ou 31,5” de altura (ajustável para 820 mm ou 32,3”). Tanto com um estilo esportivo de condução diária, quanto durante uma viagem, o triângulo ergonômico, composto pelos estribos dos pés, o assento e o guidão, garante uma máxima liberdade de movimento, assim como um estilo relaxado de pilotar sem causar a menor fadiga. E por fim, o garupa também desfrutará do alto padrão de conforto do assento tão típico de uma BMW. E se o assento tem regulagem, o guidão também tem a altura ajustável em quatro níveis, cobrindo um intervalo total de ajuste em direção ao corpo do piloto de 40 mm ou quase 1,6”. Desta forma se adaptando a todos os tipos de pilotos de diferentes tamanhos e permitindo que ele escolha sua posição de assento ideal em todos os momentos. A altura do guidão é ajustada de forma muito conveniente e fácil por meio de um sistema mecânico de rosca e parafuso.

Muito conforto Vamos rodar Não adianta ser altamente equipada, se os assentos não garantirem conforto na viagem. Para garantir o máximo conforto e liberdade de movimento, o assento foi projetado em função do chamado comprimento do arco da perna do piloto como critério

Guidão, pára-brisa e assento ajustados. Agora é hora de sentir o prazer de pilotar uma verdadeira Gran Turismo. Liga-se o motor, engata-se a primeira e percebe-se o alto padrão de qualidade da transmis-

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são, e todos os equipamentos entrando em ação em uma perfeita sincronia. Seu motor de 160 cv e torque máximo de 135 Nm, transforma a nova K 1300 GT em uma das motocicletas mais potentes em seu segmento. A nova K 1300 GT é uma tourer de alto desempenho, que exibe os inovadores e comprovados recursos da nova K 1300 S (esportiva) em termos de desempenho, segurança de condução e tecnologia. A transmissão e suspensão foram aproveitadas em grande parte da K 1300 S, mas foram adaptadas em suas características e detalhes específicos para os requisitos de uma tourer dinâmica. As prioridades do desenvolvimento da nova K 1300 GT foram uma dinâmica otimizada e uma supremacia ainda maior combinadas com um notável conforto e qualidades ótimas para todos os tipos de viagem. O motor foi modificado em termos de fluxo de ar e orientação. Isto aumentou a potência máxima em 8 cv em comparação com a K 1200 GT, atingindo um novo nível recorde de 160 cv, com ênfase ainda maior no torque superior, resultando em uma tração melhor em velocidades baixas e médias do motor. Enquanto a K 1200 GT só desenvolvia sua potência máxima a 9.500 rpm, o motor da K1300 GT oferece sua potência máxima a 9.000 rpm, com mais de 80% do torque máximo disponível a partir de apenas 3.500 rpm. Em relação à K 1200 GT, a curva de torque é significativamente melhor no amplo intervalo entre 3.500 e 10.000 rpm, seguindo o objetivo de oferecer mais tração e força de impulso, particularmente em velocidades baixas e médias do motor. A curva de torque permanece em um alto patamar durante um amplo intervalo de velocidades do motor, o que é ideal para a K 1300 GT como uma genuína Gran Turismo, oferecendo um desempenho prático ainda maior e uma potência superior em comparação com sua predecessora, que já havia estabelecido o padrão neste segmento. A K 1300 GT também define o padrão em termos de conforto, segurança de con-

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dução e equipamentos, não apenas graças à sua excelente suspensão e transmissão, mas também ao sistema ESA II ajustável eletronicamente disponível como item opcional, assim como os recursos como o controle eletrônico de cruzeiro, um párabrisa ajustável eletricamente ou o assento aquecido controlado individualmente para o piloto e o garupa. Os silenciadores traseiros tiveram seu sistema de emissões otimizados com a mudança interna e a instalação de um catalisador de três vias totalmente controlado. A suspensão é ajustável eletronicamente de segunda geração ESA II. Ela permite que o piloto ajuste não apenas o efeito de amortecimento nos dois suportes da mola e na base da mola (pré-tensão da mola) traseira, mas também a taxa da mola e desta forma a sua rigidez de forma suave e conveniente, pressionando apenas um botão. Desta forma, ele é capaz de ajustar a suspensão de forma mais conveniente e precisa do que antes de acordo com seus desejos pessoais, levando em conta particularmente a carga suportada pela motocicleta (o que é muito importante no caso da K 1300 GT) e oferecendo uma nova dimensão de estabilidade de condução combinada com uma ótima resposta sob todas as condições de condução e carga. O ESA II é o primeiro sistema do mundo de controle eletrônico da suspensão da motocicleta, oferecendo uma ampla gama de opções de ajuste. Embora todos os recursos otimizados do motor e suspensão da nova série K também beneficiem a nova K 1300 GT, a caixa de ar foi especialmente ajustada para os diferentes requisitos de ar e condições de fluxo dentro do motor, exibindo um filtro de ar otimizado e novos funis de entrada em comparação com o modelo anterior. O recém-projetado silenciador traseiro também contribui para uma curva de torque ainda mais “musculosa” e qualidades aprimoradas de condução da K 1300 GT,

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que se destaca claramente por seu ruído superior e potente. Ao contrário das esportivas K 1300 S e K 1300 R, o sistema de escape da K 1300 GT com seu substancial volume do abafador e uso consistente de aço inoxidável em todos os componentes não requer uma borboleta de escape controlada eletronicamente. Alavanca de marchas sobre mancais anti-fricção para uma troca de marchas ainda mais precisa. O mancal anti-fricção otimizado na alavanca de marchas com uma redução correspondente da tolerância na transmissão de potência garante uma troca de marchas ainda mais precisa e rápida do que nunca. A BMW K 1300 GT tem ainda controle de tração ASC como item opcional. Os freios integrais ABS (antitravamento) são itens de série para um alto nível de segurança ativa. Ela está equipada com o já testado sistema de freios EVO da BMW, também presente em outros modelos das séries K e R. Os discos do freio têm diâmetro de 320 mm/12,6” na frente e 294 mm/11,6” atrás e garantem uma ótima desaceleração em alta velocidade e com carga máxima. Como item de série, o Integral ABS (semi-integral) da BMW Motorrad atende não apenas às mais altas exigências em termos de segurança, mas também aos desejos e preferências do piloto esportivo graças à sua configuração especial: O Integral ABS da BMW Motorrad controla os freios dianteiro e traseiro por meio da manete de freio, enquanto que o freio de pé atua apenas no freio traseiro. E se você ainda acha que a BMW K 1300 GT não é completa, ela pode oferecer um pacote Premium composto por manual em português, lista de concessionárias no mundo inteiro, pacote de segurança, controle de pressão dos pneus, controle de tração, luz xenon, ajuste de suspensão eletrônico ESA, aquecimento de banco e de manoplas, controlador de velocidade, computador de bordo e pára-brisa alto.


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Sexo

qual é o perfil do homem que ainda paga por ele? Texto: da Redação | Imagens: arquivo pessoal Available in English. See page 146

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Numa época em que as salas de batepapo e os sites de relacionamentos vivem entupidos de pessoas plus size à espera de um contato, o que leva alguns homens a pagarem pelos serviços de uma acompanhante? Nesta matéria Sem Medida, com a ajuda de uma profissional, vamos descobrir alguns motivos que levam um homem a pagar por sexo.

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L

evantar este assunto e pautá-lo como tema da revista Sem Medida foi algo muito simples, principalmente se comparado ao trabalho que tivemos para encontrar uma acompanhante plus size. Foram dois ou mais dias pesquisando na internet e vasculhando salas de bate-papo sem encontrar nada até que, finalmente, esbarramos em um web site de classificados que continha diversos anúncios de acompanhantes plus size. Anotamos todos os telefones celulares e começamos a ligar. Um não atendia, outro apenas chamava, outros dois não existiam e, quando estávamos quase desistindo, conseguimos falar com “Amanda Delícia” (http://amandadelicia.zip.net). Ela, depois de alguns minutos ouvindo nossas explicações, concordou em esboçar para nós o perfil de quem contrata seus serviços e falar um pouco também, sobre sua profissão. Nossa primeira curiosidade a respeito deste assunto foi sobre o sexo das pessoas que buscam este tipo de serviço. Amanda confirmou a expectativa nos contando que a maioria de seus clientes é do sexo masculino. Porém, também figuram em sua lista de clientes alguns casais e mulheres. Entre os homens, segundo Amanda, a maioria é formada por casados, pessoas que estão entre os 35 e 50 anos de idade.

Em seguida, numa quantidade muito menor, vêm os divorciados e solteiros, pessoas que, segundo ela, querem ter relações sexuais sem a necessidade de um compromisso afetivo. Amanda também afirma que seus clientes pertencem, na grande maioria, à classe média. Apesar de acharmos que os homens preferem as mulheres “esculturais”, Amanda nos faz acreditar no contrário. Segundo ela, desde o minuto em que colocou seu anúncio classificado no ar, o telefone não parou de tocar. A acompanhante tinha como certo que seus clientes seriam pessoas que estão acima do peso, como ela, ou então “nerds”, ainda cursando a faculdade ou fetichistas. Mas para sua surpresa, quem chegou ao seu flat no bairro do Ibirapuera, em São Paulo, foram pessoas “normais” e até mesmo homens esculturais. Amanda afirma que a grande maioria dos homens, na intimidade, sem ter que dar satisfações à sociedade, preferem as mulheres “que têm algo para pegar”, o tipo físico que ela define como sendo o da mulher brasileira real. Em seguida, como não poderia deixar de ser, perguntamos a ela por que os homens optam por pagar por uma acompanhante em vez de procurarem o sexo gratuito. Amanda nos disse que os motivos são muitos e, ao falar dos homens solteiros,

Amanda conta que não se sentiu mal ao fazer sexo com alguém em troca de dinheiro e que passados dois anos, até hoje, impõe limites para suas relações e não concorda em fazer nada que a agrida e que seja contra seus princípios.

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No que diz respeito aos casados, ela acredita que se houvesse mais diálogo entre os parceiros, se cada um dissesse claramente o que espera e o que pode oferecer à relação, o número de clientes com alianças nos dedos que ela recebe diminuiria muito.

afirmou que uma parcela paga para realizar um fetiche, outra para realizar fantasias que suas namoradas ou noivas não fariam. Mas, segundo ela, a grande maioria dos solteiros que a procura, não estão envolvidos com ninguém e não querem, saindo com alguém que conheceram na rua, ou numa sala de bate-papo, criar vínculos que surgem com o relacionamento. Já com os homens casados, a maioria de seus clientes, Amanda nos diz que uma parte deles simplesmente paga pelo sexo por machismo, para se afirmarem como homens. Outros, segundo ela, pagam pelo sexo como uma forma de suprir a falta disso dentro do casamento. Outra parcela dos homens a procura para dar vazão à sua necessidade por relações além das que ele pratica com a esposa. Amanda também nos conta que um bom número de homens chega ao seu flat fazendo reclamações de suas parceiras e acabam usando seus serviços como uma forma de encontrarem satisfação e ao mesmo tempo manterem uma relação com as mulheres com as quais não se satisfazem, mas que amam. Até aqui tudo bem, afinal, não estávamos descobrindo nada além do que imaginávamos, ou seja, que homens, casados ou não, por um apelo machista, sentem a necessidade de “acrescentar milhagem” à

sua vida sexual, que estas pessoas buscam no sexo pago a segurança e a tranquilidade da falta de envolvimento que uma relação normal não lhes daria e, finalmente, que os homens pagam para suprir alguma necessidade que suas namoradas ou esposas não conseguem lhes dar. Porém, quando perguntamos a Amanda quais eram os desejos de seus clientes, nos deparamos com algo que nos surpreendeu. Ela afirmou que um grande número de clientes procura a inversão de papéis e, nestes casos, Amanda acaba atuando como o “homem” da relação. São casos que vão de uma simples caracterização, onde o cliente se veste com lingeries até casos mais extremos, onde Amanda chega a maquiar seus clientes para uma transformação completa. Ela nos diz que, por conta disso, mantém em seu flat, diversas peças de lingerie, maquiagem e até mesmo alguns objetos para satisfazer esse tipo de desejo. Diante disso, não nos contivemos e perguntamos à Amanda se ela, alguma vez, fazia sexo “convencional” com seus clientes. Ela sorriu e disse sim. Em seguida, complementando a resposta, contou que, além de realizar as inversões de papéis, em muitos casos, ela também se transforma em terapeuta e acaba dando conselhos para ajudar seus clientes no casamento. Num

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dia que ela mesma classificou de “esquisito”, os seis que a visitaram estavam mais interessados apenas nisso. Incorporada no papel de terapeuta e fazendo um apanhado sobre quem a visita, Amanda nos diz que por uma série de motivos, os homens em geral jamais deixarão de procurar os serviços que ela oferece. Ela também conta que já há algum tempo, tem percebido que as pessoas solteiras, com idade para entrarem em relacionamentos, estão evitando o compromisso porque estão muito centradas em suas carreiras e não querem colocar seu futuro em risco. No que diz respeito aos casados, ela acredita que se houvesse mais diálogo entre os parceiros, se cada um dissesse claramente o que espera e o que pode oferecer à relação, o número de clientes com alianças nos dedos que ela recebe diminuiria muito. O outro lado da moeda Ao conhecermos Amanda, acabamos por desfazer em nossas mentes a idéia que tínhamos a respeito de uma acompanhante plus size. Com 32 anos de idade, 1,66 de altura e usando manequim 46, ela passa a impressão de ser uma pessoa comum que, apesar de ter um diploma universitário, preferiu ganhar a vida de outra maneira. E esta profissão, ao contrário do que muitos imaginam, não é a forma mais fácil de se ganhar a vida ou de se fazer fortuna.

Amanda conta que até hoje não ganhou o suficiente para grandes luxos. No começo, um pouco deslumbrada, ela “torrou” boa parte do que ganhava com roupas, acessórios, restaurantes e diversão. Hoje, mais centrada e madura, ela conta que grande parte do que ganha vai para o pagamento de suas dívidas, a prestação de seu apartamento, por exemplo, e o resto ela investe no que precisa para oferecer conforto e segurança para quem a visita, além, é claro, de se manter sempre muito bem apresentável. Sua rotina não permite luxos, como, por exemplo, reservar os finsde-semana para si mesma e para a companhia de amigos. Ela não tem namorado ou alguém com quem deseje um dia se casar, vive duas vidas completamente distintas, uma delas como Amanda e outra, com seu nome e identidade reais, que, por motivos de privacidade não nos revelou. Porém, o que pode parecer uma vida vazia, para Amanda não é. Em primeiro lugar ela nos conta que adora fazer sexo e que atender aos seus clientes, além de uma necessidade profissional, é algo que lhe dá bastante prazer. Segundo ela, sua carreira de acompanhante começou algum tempo depois da perda do emprego, com a dificuldade de conseguir uma nova colocação no mercado e a necessidade de pagar as contas. Certo dia, uma amiga a convidou para um programa a três. De cara Amanda achou que não iria agradar ao cliente da amiga porque, já naquela época, seu manequim não era

Mas, segundo ela, a grande maioria dos solteiros que a procura, não estão envolvidos com ninguém e não querem, saindo com alguém que conheceram na rua, ou numa sala de bate-papo, criar vínculos que surgem com o relacionamento.

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Amanda afirma que a grande maioria dos homens, na intimidade, sem ter que dar satisfações à sociedade, preferem as mulheres “que têm algo para pegar”, o tipo físico que ela define como sendo o da mulher brasileira real.

o, digamos, normal. Mesmo assim ela foi e, segundo conta, foi mais requisitada na relação do que a amiga que a convidara. Amanda conta que não se sentiu mal ao fazer sexo com alguém em troca de dinheiro e que passados dois anos, até hoje, impõe limites para suas relações e não concorda em fazer nada que a agrida e que seja contra seus princípios. Algo para se pensar Enfim, graças à paciência de Amanda e à sua disposição em responder às nossas perguntas, Sem Medida conseguiu levantar e levar até vocês alguns dos motivos pelos quais os homens pagam pelo sexo, ou, como sabemos a partir de agora, por algo além de uma relação sexual. Descobrimos que há muito para se caminhar até que o homem deixe de lado a atitude machista de se sentir compelido a “adicionar a sua coleção de conquistas” todas as mulheres que passam à sua frente. Confirmamos nossa tese de que muitos, apesar de desfilarem por aí com tipos físicos “normais”, boa parte dos homens, quando ninguém está olhando, prefere as mulheres que estão acima do peso. Neste sentido, quem sabe, se eles deixassem de lado o que a sociedade impõe, seriam mais felizes. No que diz respeito aos solteiros e aos homens mais jovens, causa surpresa a maturidade com que eles encaram a profissão em detrimento de uma vida afetiva estável.

Resta saber se isto é uma opção pessoal e cuja compensação virá mais tarde ou uma imposição ditada pela dificuldade em conseguir alcançar sucesso profissional ao mesmo tempo que se mantém uma vida afetiva construtiva. Outra questão a ser levada em consideração é a falta de paciência e de determinação das novas gerações, onde é mais simples pagar pelo prazer do que se dar ao trabalho de conquistá-lo. Por fim, no que diz respeito aos homens casados, deixando de lado aqueles que supostamente estariam bem melhor se não estivessem com uma aliança no dedo e uma mulher a esperá-los em casa, fica o caso daqueles que, de uma forma ou de outra, procuram fora do casamento, sem um envolvimento maior, se satisfazer com uma acompanhante. Nestes casos, pelo que percebemos, a ausência do diálogo parece ser o maior abismo entre uma meia vida e uma vida plena de amor e satisfação. Novamente a busca do caminho mais fácil no lugar do caminho, mais difícil, porém, mais durador. Nesta matéria, Sem Medida não busca verdades, mas sim convida seus leitores á discussão sobre um tema onde podem discordar ou concordar, mas que sem dúvida, devemos discutir. Numa sociedade onde temos total acesso a todo tipo de informação, das mais diferentes fontes, o que nós desejamos é alimentar a reflexão e fazer com que cada um de nós descubra o que precisa ser mudado no caminho que leva ao equilíbrio e à felicidade.

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Exportação

uma oportunidade que não podemos perder Texto: da Redação | Imagens: Wikimedia Commons arquivo Sem Medida

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Pelos comentários que traduzimos de um importante fórum de notícias plus size, o mercado norte-americano para quem está acima do peso tem dado sinais de cansaço. Isso cria oportunidades para empresários brasileiros mostrarem seus produtos além de nossas fronteiras.

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M

uitas empresas com enorme potencial pela qualidade de seus produtos acabam vendo seu sucesso contido por falta de demanda. Mas a grande maioria delas não tenta expandir suas fronteiras porque acreditam que a exportação é algo muito difícil, complicado e que só grandes conglomerados conseguem colocar seus produtos no exterior. Mas a história não é bem assim. A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) tem desde 2000, o Exporta Fácil, um conjunto de serviços que oferece facilidades para empresas e pessoas físicas (artesãos, agricultores etc.) que desejam exportar seus produtos de maneira mais simples. Ele oferece ao exportador, a possibilidade de vender seus produtos para mais de 200 países, que podem ser alcançados pelos seguintes tipos de remessas:

Mercadoria Expressa: para o exportador com urgência de entrega. Prazo estimado de entrega entre 2 a 5 dias úteis, conforme as cidades de origem e de destino das remessas Mercadoria Econômica: para o exportador que busca obter o menor preço para sua remessa. Entrega acima de 15 dias úteis, variando conforme as cidades de origem e de destino. Leve Prioritário: para o exportador que prioriza o prazo, sem desconsiderar o preço para objetos de até 2 kg e valor máximo de R$ 1.000,00. Entrega estimada entre 5 a 11 dias úteis. Leve Econômico: forma mais econômica de envio de mercadorias e objetos de até 2 kg e valor máximo de R$ 1.000,00. Entrega estimada entre 15 a 30 dias úteis.

Para garantir que um grande número de pessoas tenha acesso a este serviço, hoje já existem aproximadamente 8.000 agências dos Correios habilitadas, espalhadas por todo País. Assim, o exportador não precisa se deslocar até as capitais ou cidades onde existia autoridade da alfândega, para cuidar da liberação das remessas. Fácil como o nome O Exporta Fácil apresenta um formulário único, servindo ao mesmo tempo como informação de endereçamento, recibo de postagem, declaração para alfândega, conhecimento aéreo de embarque de carga e guia de instruções para emissão da Declaração Simplificada de Exportação (DSE) do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). O serviço ainda oferece descontos especiais para clientes com contrato, pagamento a faturar e coleta domiciliária. Para você obter informações mais precisas sobre preços, prazos estimados de entrega, seguros, embalagens e listas de produtos de exportação proibida ou restrita, entre no site (http://www.exportafacil. com.br/) na internet. A partir de 16 de janeiro de 2006, foram disponibilizadas neste site, informações sobre o Sistema Geral de Preferências (SGP), que visa beneficiar, com redução parcial ou total da tarifa de importação, as exportações de determinados produtos originários e procedentes de países em desenvolvimento. O SGP foi estabelecido pelos países desenvolvidos, membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por meio de um acordo aprovado em outubro de 1970 pela Junta de Comércio e Desenvolvimento da UNCTAD. Para usufruir desse tratamento prefe-

O mercado plus size não se resume ao público feminino. Existe também uma grande demanda por roupas masculinas. 126 |SEM MEDIDA


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Pelo que constatamos, o design e a qualidade dos produtos feitos aqui não deixam nada a desejar se comparados aos importados.

rencial, o exportador apresenta ao Banco do Brasil o número da Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e solicita a emissão de um Certificado de Origem (Form A). Em 2003, a ECT firmou um convênio com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Banco do Brasil S.A., com o objetivo de facilitar o acesso das micro e pequenas empresas brasileiras exportadoras, que utilizam o Exporta Fácil, ao benefício do SGP. No caso das exportações via Correios, a DSE é emitida por funcionários da ECT após a postagem. Por intermédio deste convênio, a ECT, o MDIC e o Banco do Brasil acordaram que os exportadores poderão apresentar ao Banco uma Solicitação de Emissão de Certificado de Origem - Form A, sem prévia apresentação de DSE, se comprometendo a fornecer o correspondente número em 30 dias contados a partir da entrega da solicitação. Tanto a Form A, sem prévia apresentação de DSE, quanto informações sobre o SGP podem ser acessadas no link http:// www.correios.com.br/exportafacil/cfm/ SGP/apresentacao_sgp.cfm A experiência deu certo Desde o seu lançamento, o serviço Exporta Fácil vem se constituindo em um grande aliado dos empresários que buscam acesso ao mercado exterior para seus produtos. Em 2007, foram registradas 10.336 remessas, número que cresceu para 11.239 em 2008, evolução de 8,74 e em 2009 cresceu mais 9,96%. A experiência com o Exporta Fácil apresenta um grande potencial de geração de ganhos de aprendizado conjunto para os países sulamericanos. Nesse sentido, ele foi inserido entre os 31 projetos prioritários no âmbito da Iniciativa para a Integração

da Infra-estrutura Regional Sulamericana (IIRSA), organismo responsável por dinamizar projetos governamentais estruturantes na região. Por outro lado, vários correios mundiais têm entrado em contato com os Correios para conhecer essa solução de exportações simplificadas. Indo ao encontro desse interesse crescente, a União Postal Universal (UPU), agência especializada da ONU para o setor postal, convidou o Brasil a ceder a gestão do conhecimento do Exporta Fácil para que, como projeto daquele organismo, o Exporta Fácil seja propagado pelas administrações postais em todo o mundo. Artefatos de joalheria, metais preciosos, bijuterias, instrumentos de óptica, de fotografia, medida, instrumentos médicocirúrgicos, vestuário e seus acessórios, de malha e exceto de malha, máquinas e aparelhos, máquinas e aparelhos, materiais elétricos, livros, jornais e outros produtos das indústrias gráficas, outros produtos de origem animal, obras de couro, artigos de viagem, bolsas e semelhantes, madeira, carvão vegetal e obras de madeira, objetos de arte, de colação e antiguidades e produtos farmacêuticos se destacaram pelo valor total exportado em 2009. Juntos, estes produtos representam 81,12% do valor total das exportações. O segmento Vestuário e Acessórios, de Malha ocupam, em relação ao valor exportado, a terceira posição em 2009. Participa com 9,27% do valor total exportado. As maiores exportações desse segmento foram originadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e os principais destinos Estados Unidos, Portugal, Grã-Bretanha, Espanha, Japão, Chile, Angola, Suíça, Alemanha e Itália. O segmento Vestuário e Acessórios, exceto de Malha, representa 8,31% do total

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de exportações e ocupa o quarto lugar dos produtos de maior volume exportado em 2009. Os principais destinos são Estados Unidos, Grã-Bretanha, Espanha, Portugal, França, Angola, Itália, Chile, Grécia, Japão, Moçambique, Irlanda e Alemanha. Principais estados exportadores: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Mais um serviço O Sedex Mundi é o novo serviço expresso internacional que configura uma ampliação da família Sedex, até então restrito ao mercado doméstico. Lançado em novembro de 2004, ele foi concebido para atender principalmente às empresas envolvidas com comércio exterior, mas também contempla a população em geral, tanto na remessa de documentos, quanto de mercadorias com prazos críticos de entrega. Os maiores diferenciais do Sedex Mundi são o prazo de entrega garantido e a abrangência: as remessas chegam a 215 países, em mais de 5.000 cidades atendidas, com rapidez e a segurança dos Correios. Uma grande vantagem do serviço é o acompanhamento (rastreamento) on-line, passo a passo, com informações ativas para o remetente. Outra é uma atuação intensa junto às autoridades aduaneiras de todos os países, evitando-se prazos dilatados no processo aduaneiro. O Sedex Mundi é resultado de uma pesquisa da área de negócios internacionais dos Correios, sobretudo a partir da necessidade das empresas exportadoras. No estudo realizado, foi verificada a necessidade de agregar garantia de prazo a algumas modalidades de exportação, principalmente para aqueles clientes com mercadorias com prazo crítico de entrega ou com necessidade de um desembaraço aduaneiro diferenciado no destino. O serviço traz so-

luções para essas duas questões ao mesmo tempo. O processo logístico funciona, no Brasil, com a tecnologia desenvolvida na operação da família Sedex, hoje com mais de 100 milhões de remessas anuais e líder absoluto do mercado. A confiabilidade alcançada é tal, que os Correios se comprometem a devolver o dinheiro pago pelo transporte em caso de não cumprimento do prazo contratado. Além disso, o produto já sai com seguro básico gratuito e ainda permite a contratação de um seguro adicional até US$ 20 mil. O Sedex Mundi já é oferecido em mais de 900 agências dos Correios nas principais cidades do Brasil. Essas cidades representam os principais pólos de negócios do País. Entretanto, a cada dia novas unidades de atendimento são credenciadas para a prestação do serviço, para melhor atender as necessidades dos clientes. Ele é a nova logística do Exporta Fácil. Uma solução logística que acelera a velocidade das exportações e garante tranquilidade para o exportador, criando uma entrega ultra-rápida de encomendas e documentos de exportação. Na modalidade Remessa Expressa Internacional, para o envio de documentos e mercadorias na modalidade premium dos Correios o público-alvo são as empresas multinacionais e exportadoras e pessoas físicas que contam com 900 agências nas principais cidades do País. O serviço conta com o Money Back Guarantee, ou devolução do valor da postagem em caso de não cumprimento do prazo garantido, rastreamento passo a passo via internet em todos os países da rede, seguro básico gratuito até R$ 450,00, seguro opcional complementar de até US$ 20 mil, Central Ativa de Atendimento, que contatará o cliente para informá-lo sobre qualquer

O segmento de vestuário e acessórios ocuparam a terceira posição em relação aos valores exportados pelo correio em 2009. 130 |SEM MEDIDA


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Os serviços disponibilizados pelos Correios permitem que qualquer empresa exporte. O que você está esperando? não conformidade e para oferecer alternativas de solução, coleta gratuita, através do Disque Coleta dos Correios (0800 0600100). As embalagens são gratuitas e próprias do serviço (dois tipos de caixa e dois de envelopes) e os prazos variam conforme a cidade de destino. Para Miami ou Buenos Aires, de 1 a 2 dias úteis. Para Nova Iorque, Lisboa, Madri, Paris ou Berlim, de 2 a 3 dias úteis. No site (http:// www.correios.com.br/sedexMundi) está disponível o prazo de entrega para as cidades atendidas pelo serviço. O serviço que alcança 215 países ainda se encarrega do desembaraço no Brasil e no país de destino e a entrega pode ser feita na agência ou porta-a-porta, ou apenas na porta do destinatário. Para usar o Exporta Fácil Procure uma a agência dos Correios, preencha o formulário único de postagem do serviço (AWB). Ele é auto-explicativo. Mas se preferir, você pode fazer o preenchimento, com toda comodidade, pela Internet e já apresentar o formulário pronto. Faça a postagem na agência. Quem tem um contrato com os Correios, pode usar o serviço Disque Coleta (* 3003-0100 - Destinado a capitais, regiões metropolitanas e cidades - sedes de DDD; * 0800 725 7282 - Vale para todas as demais localidades brasileiras que não têm tecnologia para serem atendidas pelo 3003). A partir desse momento, a ECT é responsável pelo seu produto. Além de mercadorias, você também pode enviar amostras ou documentos. Os Correios dispõem de ótimas soluções para o envio de documentos, especialmente aqueles inerentes ao processo exportador. Cada remessa pode ter valor máximo de USD 50.000,00 (cinquenta mil dólares) em mercadorias. Cada pacote pode pesar até

30 quilos, conforme a modalidade de serviço escolhida. Sua exportação já conta com um seguro automático gratuito, mas você pode contratar um seguro opcional quando sua mercadoria tiver valor agregado acima do seguro automático gratuito. Clientes com contrato ganham prazo no pagamento da postagem. Definições Importantes Para você não confundir as coisas, algumas definições importantes: documento: consideram-se documentos as mensagens, os textos, informações ou dados de natureza pessoal ou jurídica, sem valor comercial, gravados em papéis ou meio físico magnético, eletromagnético ou ótico, bem como revistas, jornais, livros e assemelhados. Programas de computador (softwares) não são considerados documentos. Mercadoria: consideram-se mercadorias as amostras de mercadorias e as mercadorias de exportação destinadas à revenda. Amostras de mercadorias: são os fragmentos ou partes de qualquer mercadoria, em quantidade estritamente necessária para dar a conhecer a sua natureza, espécie e qualidade. Mercadorias para venda: são remessas compostas de bens destinados à operação de venda, para as quais é obrigatória a emissão da DSE – Declaração Simplificada de Exportação. Bem, agora que você já sabe como exportar, não fique perdendo tempo. Mostre ao mundo todo que sua empresa é grande e aumente seu faturamento com vendas para todos os lugares onde alguém que está acima do peso.

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Imagem: Wikimedia Commons/Javier Blas

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precisamos bus alternativas viรก


scar áveis

80% de toda a energia que consumimos vem de combustíveis fósseis Em uma hora o sol da à terra energia suficiente para o consumo de toda a humanidade por um ano Todos temos o potencial para mudar O que estamos esperando?

Mude seus hábitos. leia em formato digital. Revista

SEMMEDIDA

LEITURA DIGITAL

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SUSTENTÁVEL


Sem Medida publicação e web site reconhecidos lá fora Texto: da Redação | Imagens: Wikimedia Commons arquivo SM arquivo PSMG

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Após 18 meses na internet, a revista e seu site receberam diversos elogios dos participantes do fórum The Judgment of Paris, um dos mais importantes e frequentados grupos discussão relacionado à beleza plus size. Ele qualifica Sem Medida como um modelo a ser seguido para quem pensa em criar uma revista sobre o assunto.

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T

odos os meses, recebemos em nossa caixa postal eletrônica, diversas mensagens congratulando a nova edição. São leitores antigos e pessoas que acabam de descobrir a revista falando a respeito de uma ou outra matéria que chamou sua atenção. Isso, aos poucos, além de nos dar disposição para continuar editando e colocando no ar, religiosamente, Sem Medida, também nos enche de orgulho e nos dá uma sensação de “dever cumprido” a cada fechamento. No dia 12 de agosto, enquanto conversava com uma chef de cozinha para acertar os detalhes de um novo projeto para a revista, a inserção de vídeos demonstrando passo a passo as receitas que publicamos, um de nossos editores, Roberto Paes, foi chamado no MSN por Ana Paula Menezes, do Blog Mundo GG. Ela me cumprimentou por posts que foram publicados em um fórum de notícias internacional e aproveitou para me passar o endereço eletrônico destas postagens. Quando acessamos o fórum, descobrimos diversos elogios rasgados à revista, ao seu web site, às modelos que foram capa ou figuraram em alguma matéria publicada por Sem Medida e também aos empresários brasileiros que fazem moda plus size. Mais tarde, bastante felizes com a notícia, descobrimos através de alguns amigos que este fórum é um dos mais importantes existentes no hemisfério Norte e que, além disso, ele havia sido eleito como

o segundo mais importante a tratar sobre assuntos relacionados ao universo plus size. Numa leitura mais atenta, além dos comentários elogiosos, o que se percebe nestes textos é um profundo descontentamento quanto à forma como a indústria norte-americana voltada ao universo plus size tem se distanciado de seus consumidores. Ao mesmo tempo, é possível perceber que, apesar das críticas recebidas recentemente, o Brasil e os empresários de moda plus size estão despontando em termos de qualidade e de compromisso com a realidade daqueles que estão acima do peso. Quem sabe, de agora em diante, nos tornemos exportadores de produtos plus size. Os comentários Segundo Kaitlynn, um membro veterano do fórum, “Enquanto nos Estados Unidos a indústria de tamanhos grandes está se tornando cada vez mais decepcionante, com suas modelos encolhendo e procurando dimunuir mais o tempo todo, a indústria brasileira está fornecendo uma alternativa bem-vinda”. Neste ponto de sua postagem, ela faz referência a outra postagem, feita por Meredith, que diz “recentemente vi lindas e várias modelos realmente plus size. São modelos brasileiras e foi muito encorajador. Bem, eu descobri outro exemplo de brilho do Brasil, as modelos plus size, publicadas na América do Sul e achei

Enquanto nós estamos dando pouca atenção aos tamanhos maiores de modelagem, no Brasil, eu chequei ao site do plus size varejista Lepoque, cujo atual catálogo apresenta uma modelo muito bonita, que aparece em um anúncio na página 2 da edição da Sem Medida.”

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“O layout também é limpo e com aparência profissional, especialmente para um site. Se houvesse uma revista plus size impressa, este seria um bom modelo a seguir, especialmente na área mais importante, que é o tamanho do modelo.” muito positivo. É chamada Sem Medida, significa Without Measure. O site da revista tem declaração da equipe da redação que o Google traduz como: Sem Medida é uma publicação digital de acesso livre, que aborda vários assuntos, que vão desde entrevistas com os temas sobre os alimentos, bebidas, turismo, entre outros. É dirigida a todos os tipos de pessoas, mas principalmente para um público que é conhecido na Europa e nos Estados Unidos como plus size e, especialmente, com um olhar para uma leitura orientada para a sua identidade cultural, de lazer e entretenimento, além disso, naturalmente, autoaceitação e auto-estima alta”. Depois disso, Kaitlynn retoma seu comentário. “Parece bom, né? Além do modo de vida, cada edição apresenta modelos plus size diferentes na capa e dá-lhe um editorial. A última edição (julho) apresenta uma linda e jovem modelo plus size chamada Stephane Cavalcante. Ela é definitivamente uma modelo plus size de verdade. Basta olhá-la suave. Melhor ainda, olha como ela realmente ama seu corpo. O editorial é divertido e tira proveito de sua juventude. Este é um lado muito bonito. Parece ter sido fotografado em um parque de diversões, que é um lugar perfeito para um ensaio fotográfico plus size jovem... Ela é definitivamente um modelo plus size. Basta olhá-la suave, braços simétricos. Melhor ainda, olha como ela realmente ama seu corpo”. E Kaitlynn continua. “A edição de junho

apresentando uma imagem que eu achei especialmente muito bonita (ela se refere a uma foto da modelo Fabi Borges). Essa modelo realmente preenche seu jeans e parece confiante. O que eu não faria para ver as empresas dos Estados Unidos produzirem fotos como essa”. Ainda falando sobre a graça das modelos publicadas pela revista, Kaitlynn diz “A edição de fevereiro apresentou uma outra linda top model plus size brasileira chamada Marcia Spinelli. Você pode definitivamente perceber a plenitude de sua figura debaixo da blusa. Ela tem uma luxúria própria nasua beleza. Eu não sou louca pelo vestido (referindo ao traje usado por Márcia), mas suas características faciais e penteado, olhar muito suave e bonito, ficaram ótimos nesta foto. A edição também incluiu uma aparição de Mayara Russi, que foi mencionado num post de Meredith. Mayara foi a estrela da edição de dezembro de 2009. Em um tamanho 48 (o que equivale ao nosso 18, creio), Mayara é muito cheia de curvas. O tema também incluiu uma outra modelo fascinante chamada Agatha Godoi em uma imagem altamente sedutora. Seus olhos são sedutores”. Continuando os elogios às modelos do Plus Size Models Guide publicadas pela revista, o post afirma “eu amo o fato de que todas estas belezas brasileiras são realmente plus size, e foram fotografadas para mostrar a sua plenitude, não para escondê-la. Cada uma delas é pelo menos um tamanho 16 (numeração norte-americana),

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“Há 18 meses éramos apenas um sonho. Com a colaboração de empresas ligadas ao mundo plus size e, principalmente, o apoio de nossos leitores, alcançamos projeção internacional. Esses elogios também são para vocês.” Francisco Reis, editor de Sem Medida.

e muitas são consideravelmente maiores. Eu também adoro o fato de que essas garotas mostram o seu peso em seus rostos, bem como em suas figuras. Isso as torna muito bonitas, e é o que o público plus size realmente quer ver, tanto aqui na América do Norte quanto no Brasil. Graças a Deus que pelo menos um país entende que os modelos plus size são muito mais do que a suposta aparência. Desejo que a indústria americana aprenda com o bom exemplo do Brasil”. O membro denominado tkds, participante do fórum desde novembro de 2005, diz “Uau. Todos os modelos Sem Medida são bonitos, embora eu ainda ache que a Mayara é a minha favorita (e que é um nome tão lírico). O resto da revista é definitivamente digno de nota. Cada edição tem uma reportagem sobre comida, vinho, cerveja ou bebidas espirituosas, um perfil de um restaurante elegante e artigos de viagem, arte, cultura e novos carros de luxo ou esportivo. A mensagem é muito clara: as mulheres Sem Medida apreciam as coisas boas e aproveitam a vida ao máximo. De acordo com a sua incomparável beleza, esperam ser tratadas com o melhor de tudo. Sem Medida, de fato!” Para Melanie W, outra veterana do site, “as modelos são lindas e a revista é uma ótima idéia. Eu só desejo poder entender o texto em Português! Se as palavras são tão positivas como as imagens, então ela pode realmente ser uma grande publicação. A mesma empresa que publica o site também tem um Plus Size Models Guide com todas as garotas que aparecem na revista. Minha favorita é Stephane Cavalcante. De acordo com sua ficha, ela tem 19 anos, um tamanho 50 (que seja um 18 ou 20, eu acho - perfeito!), e suas medidas são 43-37-51. Melhor ainda, sua altura é dada como 1,68 m, que eu estou supondo

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que significa metros, e que converte a 66 polegadas, ou 5’6”. Não é à toa que ela parece tão esplendidamente sexy! Esses são os tipos de proporções que as modelos plus size deveriam ter”. Emily, também veterana de postagens no fórum começa seus comentários fazendo referência ao post de Tdks e em seguida dispara “a publicação parece ter um nível cultural acima da média. Sem Medida também inclui obras de arte, uma vez a cada edição, que é maravilhoso de se ver. Por exemplo, uma edição contou com a pintura Hayez chamada The Kiss. Em outra a obra incluída é o pesadelo. O layout também é limpo e com aparência profissional, especialmente para um site. Se houvesse uma revista plus size impressa, este (Sem Medida) seria um bom modelo a seguir - especialmente na área mais importante, que é o tamanho do modelo (como os modelos de todas as deusas são plus size, acima de um tamanho 14 (novamente o padrão norte-americano), que é o que modelos plus size deve ser”. O membro Blackcap escreve o seguinte. “Enquanto nós estamos dando pouca atenção aos tamanhos maiores de modelagem, no Brasil, eu chequei ao site do plus size varejista Lepoque (http://www.lepoque.com.br/), cujo atual catálogo apresenta uma modelo muito bonita (que aparece em um anúncio na página 2 da edição da Sem Medida”. Definitivamente, uma beleza bem alimentada... Este é outro exemplo de como a indústria plus-size do Brasil está começando a emergir, enquanto a indústria na América do Norte está, infelizmente, indo na direção errada”. E nós, da revista, queremos que a indústria nacional amplie suas fronteiras. Por isso, publicamos a matéria sobre como exportar de maneira simples, utilizando os serviços dos correios.


English content

Translation: Ana Paula Menezes

Day Paes

Lessons from a model and a great mother

This woman is doubtless, one of the most charming plus size models Brazil. Her career served as an inspiration to many overweight women and now that she is about to be a mother one more time, Day shares with our readers what she calls a miraculous pregnancy. To most couples, pregnancy is a reason for celebration, but to CĂŠlio and Day Paes, before happiness with a new life coming to the world, there was a lot of preoccupation. Four years ago, when Day got pregnant for the second time, she had her pregnancy diagnosed as molar; a rare type of malady that causes uterine tumors and that was not treated correctly. After many surgeries for removing the tumors she was advised not to get pregnant again. The molar pregnancy, also known as mola hidatiforme, occurs when something is not correct during fertilization, creating anomalies in the cells that will become the placenta, occasioning non carcinogen

tumors; however they can spread outside the womb. In a normal pregnancy the fertilized egg has 23 chromosomes from the father and another 23 from the mother. In a molar complete pregnancy, the fertilized egg has no maternal chromosomes and the ones from the father spermatozoon are duplicated. Due to that, there is no embryo, no amniotic membrane and no tissue relating to the placenta. In their places, the placenta creates a mass of cyst that is very similar to a bunch of grapes and that can be seen in an ultrasound. In another case, if a partial molar pregnancy happens the fertilized egg receives the right amount of maternal chromosomes

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but still receives the duplicate chromosomes from the father in a total of 69 chromosomes instead of the regular 46. In those cases there is tissue from the placenta altogether with the cyst and the embryo starts to develop. However, he is not a normal embryo and will not have any conditions to survive and become a baby. “When I got pregnant with my second child, I’ve been through a molar pregnancy and at that time here in Mafra, the interior of the state of Santa Catarina, there was not a single doctor who would offer to treat my case and I just ended up without a correct treatment. Later on, one of the so called professionals who I have been to advised me not to go through a pregnancy again, because I should have done a treatment at that time. That made my life tormented for four years. When my pregnancy test turned out positive I just panicked, I was afraid of being sick again. I could only celebrate after my gynecologist told me there were no tumors and that I was doing fine. Up this moment, just a few weeks from having my baby, when I stop to think about all that has happened to me, it seems like it is not true that I am about to have my child in my arms” Day tells us. From few weeks to watch her son Matheus, which according to Day means “a blessing from God” come to the world, Day explains that having her baby is only possible because she is overweight and despite being calm about her son’s health she was very careful during the gestation. “My pregnancy has been a very calm moment. I do what all the other pregnant women do, I still have the same eating habits, I lost a lot of weight in the first five months but that was natural and not due to diabetes” she explains. She also tells us that she is looking forward to having her second child in her arms. Maternity is, according to the model, something that makes her feel very special and she is sure all the mothers know what that means. “Being a mom for me is to educate and prepare and angel to life. It’s not to focus on me only and turn all my attention to another being” she says.

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Mom and plus size Besides sharing her fears, happiness and wishes about her second child to be born, Daiane Machado Paes, or Day Paes, now 27 years old, also told us a little bit about herself, her personal and professional dreams and with tears in her eyes also spoke of how strengthening it is to receive so much love from her husband and family. She says she was never a thin girl and like all people overweight she suffered a lot of prejudice. “I was never skinny, I’ve always been overweight and I got that from my family. I decided to accept myself as a plus size woman after so many frustrating attempts to lose weight. There were many days of suffering with minimum results. As for the prejudice it has all existed and it will always exist. It doesn’t matter that you feel ok about yourself it is impossible not to get upset with people pointing at you on the street, at the mall or a restaurant. It is that kind of people that gives your bad nicknames and make you feel like the ugly duckling” reveals Day. Part of her self acceptance, Day says, started at home with her loving husband, which like only a few amount of men admit that he likes chubby girls. “He never complained about my weight, on the contrary, he was the one to put me up about it. And every time I started a new diet he had a lot of pleasure in spoiling it. As he knew all the things that I like eating he always brought them home. He also made up parties and dinners at pizza places, for example. And if by any chance I lost some weight he used to say I wasn’t so attractive anymore” Day tells us. Day also reveals that once she has everything in order she intends to go back to modeling and also graduate in Arts. According to her the plus size market is still limited to the fashion branch and as a consequence the profitable jobs are still too little. Besides Day knows that her modeling career will come to an end eventually and she wants to have other prospects for the future and with a


diploma it is easier. About the future of her children, Day reveals that she dreams with a country with no social injustice, a place where people can have access to high quality education and where people are able to support themselves without violence, criminality and drugs. When it comes to the weight of her children, the oldest Bianca is nine, and Matheus is to be born yet, Day says that she is not very concerned. “My daughter is a little overweight for her age, but I am not worried and I also don’t let her worry about that either. What really matters to me is health and when it comes to that she is alright. I always try to show her that the most important thing is that she likes herself just the way she is”. Newsroom Note We at Sem Medida wish Day a very smooth and calm labour and a fast recovery. As a mother and a model she represents a real exemplo on how happiness is beyond weight and measures. To her husband Célio before congratulating him for the birth of his second child we also want to show our respect and admiration. Firstly for admitting that he likes chubby girls - just like we do - and secondly for giving his wife the love and support she needs – and all human beings need that – to grow her confidence and self esteem. They prove us that happiness can be conquered no matter what standard weight someone says it should be ideal.

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Sex

why do some men stil pay for it?

In a time that chats and websites are filled with plus size people waiting to meet someone, what makes a man pay for the services of a pro? With the help from a professional of sex we are going to find out. To bring this subject up as the first Special from Sem Medida Magazine was relatively easy if it is compared to the difficult task of finding a plus size escort. It was more than two days searching the net and and chat rooms until we finally found a classified ads website in which we found many ads offering plus size escorting services. We wrote down all the numbers and started making calls. Many of these telephone numbers were out of reach and when we were almost giving up we reached ‘Delicious Amanda’ (website: http://amandadelicia.zip.net). After listening to our ideas about this project she decided to make a profile of her clients and talk a little bit about her profession. Our first question was about the gender of her clients to which she

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confirmed that the majority of people who hire her services are men. However she has in her client’s list some women and also couples. Among men Amanda told us that most men are married and are between 35 and 50 years old. In a smaller number the divorced and single guys, who, according to her, want no sexual relationships with no strings attached. Amanda also tells us that most of her clients belong to the medium social class. Although there is a belief that men like the thin and model-like women Amanda reveals it is not like that. According to her from the minute she published her ad her phone never stopped ringing. At first she thought she would have for clients only overweight men, nerds or fetishists. To her surprise she receives in her flat located at Ibirapuera, São Paulo, what she calls


regular man and even very handsome man. Amanda tells us that most men want to avoid giving explanation to society about what they like on their intimacy but they like women with curvy bodies they can see or hold and she defines as the real Brazilian woman. Our next question was why men would prefer to pay for a prostitute rather than find a partner and thus have free sex. Amanda told us there are many reasons depending on the type of men. Single guys want a partner to accomplish their fantasies and fetishes or the fantasies and fetishes their fiancés and girlfriends would not go for. According to her, however, the majority of single guys she receives in her flat is not emotionally involved with anyone and wants to keep things that way, so they look for a professional in order not to create any bonds. A part of married men pay for sex for their masculinity in order to establish themselves as men. Others, according to her, pay escort services as a way to suppress the lack of sex inside their own marriage. Other range of the married men looks for her services as a way to fulfill the need of sex outside the relationship. Amanda also tells that a good number of men complains a lot about their partners and uses her service as a way of satisfying their needs and at the same time keep the women they love but that don’t satisfy them in bed. So far we had no surprises, everything according to Amanda was pretty much similar to what we have imagined: people pay for sex, married or not, for their masculinity or a need to have more than one woman, for security, the lack of involvement or to suppress something that they partners deny to them. However when we asked Amanda what her clients want in bed, her answer surprised us. She says that a great number of clients want a change of roles and in those cases Amanda is the man in the relationship. There are some cases in which the client wears lingerie and also cases in which Amanda has to transform the client, using

make up. She tells us that for this reason she keeps in her flat many kinds of lingerie, make up and other objects. We asked Amanda if she ever did conventional sex with her clients. She smiled and said yes. She also told us that besides changing roles sometimes she is like a therapist to those clients and she helps them saving their marriages. In a ‘weird’ day, according to her she had all her six clients looking for a therapist instead of an escort. Playing the ‘therapist’ and thinking about her clients Amanda concludes that for a number of reasons men will never stop looking for her services as an escort. She tells us that she has been realizing for some time now that may single people avoid having serious relationships because they are focused in their careers and they don’t want to put it at risk. As for the married man she believes that if there were more dialogue between partners, the number of married clients would decrease. The other side of the story After meeting Amanda we had to put aside all our conceptions about a plus size escort. She is 32, 5’44 feet, size 16 she looks just like an ordinary girl that besides having a diploma chose to make a living in a different way. And despite the belief that this profession is an easy way to make a living the reality is not always that. Amanda explains that she has not made enough money to afford expensive things. In the beginning she spent a lot of money on clothes, accessories, restaurants and leisure. Today she is more mature, so part of what she earns she pays her apartment and other bills. The rest of it she invests in security and comfort to her clients and of course to keep herself always presentable to others. She can’t afford spending the weekend with her friends or at home doing nothing. She is single and she lives two different types of life, one using the name of Amanda and the other using her real name. Although many people may thinks

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she leads an empty life Amanda assure us she does not. First of all she loves to have sex and thus having clients are part of her professional but also personal satisfaction. Also, her escort career started after she lost her job and had difficulty finding a new one. One day a friend invited her to a threesome and she thought the client would not like her. Even though she went with her friend and she tells that the client liked her better that her friend. She did not feel bad about having sex in exchange for money and two years later she impose some limits to her relationships with her clients and does do anything that can harm her or her principles. Food for thought Thanks to Amanda’s patience and disposition to answer all our questions, Sem Medida could show you some of the reasons why men pay for sex or as we now know for something beyond a sexual intercourse. We found out that there is a long path until men set aside chauvinist ideas such as conquering all women. We also confirmed our thesis despites walking around with the so called standard women, a good number of men like the plump, curvy women. They should forget what society imposes and we are sure they would feel happier. As for single man their maturity to make as priority their professional lives instead of love life impresses us, however we must know if that is a real personal choice or another imposition from our society that determines that we have to reach success at early age. Another question is the lack of patience of those young men that prefer to simply pay for their pleasure instead of earning the right to it. Finally concerning married man, setting aside the ones who would actually be happier if they weren’t married, there are the ones that one way or another still look for satisfaction with an escort. In those cases we could realize that the absence of dialogue is like an abyss between a life

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full of love and satisfaction and an empty one. Again, we notice the search for the easier path which, in most cases is not the enduring one. This article as many that are still to come is not trying to look for absolute pieces of the truth, instead we ask our readers to discuss themes in which we can agree or disagree, but that we should definitely discuss about. We live in times when we have access to all sorts of sources and we wish to bring something to our readers think about so we could discover what needs to be improved on the way to balance and happiness.


Weight

Published December 2009.

why does everyone think we want to lose? If being thin is what our society values nowadays there are many characteristics associated with being fit that fat people, according to this society do not possess. That is not entirely true once many fat people live happily with their extra pounds. No one denies the fact that being overweight can bring a series of health problems in which death can be a consequence. The World Health Organization (WHO) uses the Body Mass Index (BMI) to measure how much a person can be overweight and according to that scale a person between 20 and 25 is at normal range. Beyond that people can be overweight or obese I, II and III. Anyone who is beyond overweight according to IBM list has a bigger tendency to have diabetes, high blood pressure and high cholesterol. If the person is already obese the list is increased with heart diseases and some types of cancer. The more obese you are the higher are your chances to develop one of those kinds of problems. What has never been created is a scale to measure the pshycological and emotional state of overweight people specially the ones are condemn to live with other people telling them how abnormal they are. It is a dichotomy that reaches people trying to lose weight and can’t or people who are that inside IBM limits due to effort, medication or surgical intervention. “To be or not to be� Of course that if we could choose between being fat or thin some part of fat population would not exist. However this is not always a choice in real life. Some people gain weight because they have some physical predisposition to it, with

other people it is a matter or inevitable compulsion trying to suppress some sort of frustration. The ones who cannot accept their weight are the ones who look for ways to lose it such as medication. A part of this group is successful in losing weight and they never gain it again. Another part, and a big part we should say, nevertheless can never lose weight and have to face the yo yo effects, they keep gaining and losing weight. The result of living under a yo yo diet is the end of determination, lack of self esteem and physical problems due to changing eating habits. Besides that, these people have to live with the premise that their bodies is unacceptable, unhealthy and other things. A probable cause to the yo yo effects is in the fact that people lose weight but they never treat the emotional problems that lead them to the wrong eating habits. It is similar to trying to treat insomnia if the cause of it is stress without eliminating the stressing factor before, for example. Finally those who have already lost faith in gyms, support groups and in their own ability to lose weigh there is surgical intervention in an attempt to physically stop the body. However in some cases what could be a light in the end of the tunnel is only the beginning of a new neurosis and the problem is far from being over. It is the case of a mid thirty woman Who spent all her life hiding her body, never able to use a bikini. Few years ago she had a surgery and lost all the weight

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that bothered her. But due to the huge weight loss her skin became limp and she still avoids wearing bikinis. Currently this woman is trying to save money to submit herself to plastic surgery. Happy the way you are The example above as many others is not trying to make surgical interventions as a way to prevent obesity look bad, the same way that medication, physical exercises and other resources are not. Her case is just an alert that fast solutions may bring consequences and sometimes these consequences may not be what people want. On the other hand there are the one who do not desire to lose weight, they do not want to become ‘normal people’. Despite all the war against weight they love their curves and start building up a movement that we have already seen in Europe and America. Fat acceptance like is called is a way of living happily the way you are. In another words, different is also good. This movement on the contrary of what people may think is not trying to make people fatter. It is just trying to bring a balance to psychological and emotional problems that are part of the inner acceptance every person should have. This is the principle that all human beings try to follow, under the logic “if we do not love ourselves the way we are, how can we expect other people to love us?” And as far as we can see the idea has found followers. In USA an Europe it is possible to find countless websites telling you to be a “happy fat person” and in a sexual context it is possible to find a bigger number of adult sites with pictures of fat men and women. Apart from the fetishist, giving value to a curve body bring back the age of Renaissance when it was common to find portraits of curvy women. As a result, we can see chubby, fat, curvy people being more valued, for the admirers of a curvy body or for the curvy themselves, who are learning that being different is not a reason to go hiding

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anymore. Media’s support You have probably already seen a scene in which a person looks up and almost immediately people follow his glare. The beginning of fat movements in Brazil started in the same way as described above and the key to all that was a Brazilian living in the USA. Flúvia Lacerda is a plus size model and after her appearance in many TV shows in Brazil many fat people ‘got out of the closet’. The model was the starting point of a movement that has been happenin for over ten years in USA and Europe and it giving the first steps here in Brazil. In the beginning the subject was treated non seriously but as time is passing by it is getting more and more followers. Websites and blogs that treated the plus size subject are gaining more space and notoriety and other types of periodic are coming to existence or the ones who already existed are becoming more and more accessed everyday. It is more common now to turn on the TV and find someone discussing the subject. Even the idea of discussing it is becoming more acceptable and conventional. As we watched women burn their bra or African Americans fight for their rights or even the conquer of homosexual people we may also find someday the conquers of the so called Fat Pride (maybe we could have our own parade). After that we will win capitalism so we can finally buy all the plus size products we need, because the stores will rush into filling their windows with all the clothes we need, airlines will announce their super sized chairs (and guess what, maybe we will not have to pay for two tickets) and at the gym instead of making us feel bad about our weight instructors will help us keep healthy, after all we have to change the notion that the only thing we want is to lose weight.


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Restaurante de cozinha variada com inspiração brasileira

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