Ed. 3 - Ano 2 - 04/2010

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Revista

SEMMEDIDA writers Editora

Comunicação

Ano 2 - Nº 3 - Abril de 2010

Para quem não tem medo da fita métrica

Gastronomia

Tastare: a Itália de maneira descontraída Culinária

Faça pratos maravilhos em sua casa Carros

Passat CC: tire os pés do chão com ele

Ela viu uma oportuniade e tratou de agarrá-la

Andréia Miura Jennifer Barreto-Leyva conta como é ser plus size na Venezuela


WORKSHOP GRATUITO

AUTO-ESTIMA UM MERGULHO EM SI MESMA

Imagem: Wikipedia Commons/Truzguiladh

Se você é plus size, venha assistir a esta apresentação de Tânia Sanches e receba dicas essenciais para tornar melhor o seu dia-a-dia.

Dia 13 de maio, às 19h30, no auditório do Edifício Fortune. Rua Vergueiro, 2087 – 1º andar, São Paulo - SP. (prox. ao metrô Ana Rosa) Para quem vier de carro, há estacionamento pago no local.

Vagas limitadas a 30 participantes. Inscreva-se já. Reserve sua vaga pelo telefone: (11) 5539-3560. Organização

Apoio

writers Editora

Comunicação


Uma edição repleta Antonio Larghi

de mulheres que sabem muito bem o que querem

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Revista

SEMMEDIDA Para quem não tem medo da fita métrica

“Sem” Preposição Ausência de condição necessária. “Medida” Substantivo feminino O que não pode ou não deve ser ultrapassado; limite, termo. A revista Sem Medida é uma publicação eletrônica periódica editada pela Writers Editora e Comunicação Ltda., de acesso gratuito através do web site: www.semmedida.com.br. Os artigos publicados aqui não refletem, necessariamente, as posições ideológicas do projeto e da editora e são de inteira responsabilidade de seus autores. Editores Roberto Paes e Francisco Reis Jornalista responsável Francisco Reis (MTb: 14.887) freis@semmedida.com.br Produção gráfica e webdesign Roberto Paes rpaes@semmedida.com.br Publicidade Departamento - contato@semmedida.com.br Writers Editora e Comunicação Ltda. Rua Prof. Guilherme B. Sabino, 1347 Cj 112 - Jd. Marajoara - São Paulo - SP Cep: 04678-002 Tel.: 55 (11) 3729-3534 Web site: www.writers.com.br E-mail: contato@writers.com.br

lá novamente. Depois de tantas edições, nós da Sem Medida, já nos sentimos como convidados bem-vindos em seus computadores. E acreditamos nisso, não apenas como uma suposição. Nossa certeza vem aumentando durante todo este tempo graças às centenas de mensagens que temos recebido. Cada uma, à sua maneira, elogiando e incentivando nosso trabalho, que realizamos com profissionalismo e responsabilidade e, por que não confessar, com um grande prazer. Nesta edição, traçamos o perfil da modelo plus size Andréia Miura e, ultrapassando fronteiras, apresentamos Jennifer Barreto-Leyva, uma modelo venezuelana que também é advogada e trabalha ativamente na defesa de pessoas que sofrem qualquer tipo de discriminação. Na gastronomia, apresentamos o restaurante Tastare, publicamos uma matéria onde Lumi Toyoda fala sobre etiqueta numa refeição tradicional japonesa, aprendemos como escolher um bom azeite com a sommelier Laura Reinas e, com a ajuda do chef Luis Calmon, aprendemos a preparar um prato delicioso. Falando sobre moda, batemos um papo com a personal stylist Marina Käfer e descobrimos como quem está acima do peso pode se vestir de forma elegante e recheamos várias páginas com um ensaio produzido com as roupas criadas pela Lepoque para esta estação. Entre os assuntos ligados a comportamento e estilo de vida, Godofredo Sampaio, nosso mais novo colaborador, dá dicas sobre charutos e mostramos o Passat CC, da Volkswagen. E, como não vale a pena viver sem saúde, nesta edição apresentamos a você a acupuntura. Passeando pelo mundo virtual, apresentamos Carla Manso, uma colunista que apresenta, no iG, suas idéias e notícias do universo plus size. E, para agradar os ouvidos, em nosso bloco de cultura e lazer, apresentamos a voz e o violão do jovem Bruno de La Rosa. Boa leitura a todos. Roberto Paes

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Ă?ndice 6 Perfil

Charuto 76

14 Onde ir

30 I

Carros 82


Internacional

Moda 95

48 Etiqueta

MĂşsica 122


Andréia Miura

saber aproveitar uma oportunidade é fundamental Texto: da Redação | Imagens: Hilton Costa

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Estar no lugar certo e na hora certa pode mudar a vida de qualquer um. Isso, desde que esse alguĂŠm esteja disposto a ver uma oportunidade. Foi isso que aconteceu com esta modelo plus size, que, ao assistir um programa de televisĂŁo, enxergou um novo futuro em sua vida profissional.

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ndréia Miura sempre teve uma constituição grande. Apesar de ter tendência a engordar, sempre conseguiu ficar no limite. Porém, com a gravidez, além de uma linda menina, ela também ganhou alguns quilos, apesar dos cuidados alimentares e da prática em academia. Mas ela nunca teve problema algum com isso, até por que, seu marido a ama como ela é, sua família também e ela está muito bem, obrigado. E só quem está com o astral sempre em alta, pode sacar coisas que aos demais passariam desapercebidas. Foi assim que ela começou na carreira de modelo plus size. “Foi absolutamente por acaso”, lembra Andréia. “Estava assistindo televisão em um domingo, quando vi uma reportagem sobre este tipo de modelo. A identificação foi instantânea. Como havia saído do emprego, discuti com meu marido a possibilidade de trilhar aquele caminho, procurei uma agência dedicada a modelos plus size, fiz o book e tudo começou”. O marido é o seu fã e incentivador número um. “No dia a dia, com seu carinho e amor, ele me prova que sou uma mulher atraente, amada e muito desejada”, diz orgulhosa Andréia. “Quanto à minha família, tenho apoio total e irrestrito de todos, o que é muito importante pois, a família, primeiro o marido e a filha, depois mãe, pai e irmãos, são a base de tudo. O porto seguro para onde podemos voltar em dias de tormenta, ou simplesmente aquelas pessoas que só de sabermos que estão lá, já nos deixam mais tranquila”.

“Quanto à minha família, tenho apoio total e irrestrito de todos, o que é muito importante pois, a família, primeiro o marido e a filha, depois mãe, pai e irmãos, são a base de tudo. ...”

Uma carreira meteórica Depois que assistiu o programa sobre modelos plus size, Andréia investiu na produção de um, comprou roupas descoladas

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“Nós desempenhamos um papel muito importante. Além de desfilarmos mostrando a moda para quem está acima dos padrões estabelecidos sabe-se lá por quem, levantamos a auto estima das pessoas. ...”

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e manteve vários contatos com agências de modelos, lojistas e até imprensa. Esse esforço lhe rendeu “um dia de modelo”. Depois ela participou do desfile Mulheres Reais, promovido pela editora Haz. “Esse desfile me rendeu um convite para participar de um desfile ao vivo na RedeTV, no programa Manhã Maior”, conta ela. “E os trabalhos começaram a aparecer. Fez um desfile no SBT, no programa no Netinho, outro desfile no programa da Eliana SBT, depois no Programa da Hebe Camargo SBT. Fui entrevistada no Super Pop, programa da Luciana Gimenez, na RedeTV. Também participei de matérias no caderno feminino do jornal O Estado de São Paulo. No início do ano de 2010, participei do primeiro Fashion Wekeend Plus Size, edição Outono/Inverno 2010, e acabei de fotografar o catálogo da coleção Outono Inverno Massambani 2010”. Essa vida atribulada agrada Andréia Miura, e, para ela, estar nas passarelas é uma realização que compensa qualquer esforço, pois ela consegue sentir a energia do público, o que é muito gratificante, deixando-a realizada a cada desfile. Para o futuro, ela gostaria de amadurecer como modelo e poder alcançar trabalhos internacionais, pois, segundo Andréia, esse é um tema comum a mulheres de muitas nações e não apenas no Brasil. Inclusive, no exterior esse mercado está mais difundido. E esse maior interesse em modelos plus size elimina um grande problema enfrentado por quem se atreve a entrar nesse mercado: os baixos salários. “Aqui as modelos plus size ainda não são reconhecidas como as modelos ‘normais’, as magrinhas”, brinca ela. “Nós desempenhamos um papel muito importante. Além de desfilarmos mostrando a moda para quem está acima dos pa-


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drões estabelecidos sabe-se lá por quem, levantamos a auto estima das pessoas. A mulher que está acima do peso e conhece esse universo, passa a se cuidar mais, ser vaidosa, a auto estima fica absolutamente em alta e isso reflete no humor, no cuidado com a saúde, com o corpo. Quem não gosta de receber um elogio?” Mas Andréia Miura tem os pés na chão e sabe que a obesidade em excesso exige cuidados. Ela defende a filosofia de que é possível ser uma modelo plus size com saúde e não aprova quem come sem limites, sem se preocupar com o peso. Com a mesma ênfase ela condena as modelos anoréxicas, escravizadas pela balança. Ela própria já pensou em perder peso, mas sem obsessão, de uma maneira muito tranquila, procurando sobretudo manter uma alimentação sadia e malhação durante a semana. “Já me consultei com endocrinologista para perder peso, e já tomei remédios”, lembra ela. “Cheguei a emagrecer um pouco, mais depois que parei o tratamento, todos aqueles quilos perdidos me encontraram, não sei como”, brinca a bela modelo de 1,80 m de altura, cabelos loiros e olhos verdes. Mesmo sem ter grande experiência na área, o pouco tempo que tem já lhe deu uma boa bagagem para aconselhar quem pretende entrar neste mercado. “Levem sua saúde a sério e aprendam a descobrir a beleza do seu corpo, mesmo fora dos padrões convencionais”, afirma Andréia. “Primeiro de tudo está a saúde. Procure orientação médica para adequar seu peso à sua constituição física. Saiba que você é a pessoa mais importante para você. Se ame, se olhe no espelho e veja a pessoa mais linda do mundo. Você se amando, emanará amor, e nós recebemos aquilo que damos. Depois, é só ser feliz”.

“... A mulher que está acima do peso e conhece esse universo, passa a se cuidar mais, ser vaidosa, a auto estima fica absolutamente em alta e isso reflete no humor, no cuidado com a saúde, com o corpo. ...”

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Tastare

Gastronomia italiana com sabor e sem afetação Texto: da Redação | Imagens: divulgação

Essa é a proposta do restaurante Tastare que oferece a típica comida italiana, em um ambiente decorado de maneira arrojada criando uma atmosfera aconchegante e acolhedora.

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runo dos Anjos sempre esteve ligado ao ramo gastronômico. Proprietário de bares e restaurantes, em novembro de 2009 decidiu abrir o Tastare Cucina Italiana, fruto de um desejo de ter um restaurante descolado”, com uma comida clássica. “O Tastare, que em português, siginifica ‘degustar’, promete atrair amantes da arte, da moda e da culinária com sua cozinha italiana moderna, sem frescuras. Nossa proposta é trazer uma cozinha de qualidade, mas a preços competitivos e um ambiente mais informal”, explica Bruno. Essa informalidade foi conseguida por meio da concepção do projeto do designer Lourenço Costa, que investiu num estilo rústico-chique. Entre os destaques, está uma instalação feita de PVC com uma pintura, que simula o ferro fundido, e um balcão com barris de carvalho no salão principal. Madeira e tijolos de demolição são algumas das apostas da decoração. No menu, a casa aposta nos clássicos italianos como a polenta com mascarpone, nozes e gorgonzola (R$ 26,00), risoto de ragú de osso buco e funghi fresco (R$

Para se criar boa gastronomia é preciso, entre de mais nada, competência. Deixar de lado a afetação de um ambiente sofisticado ajuda a fazer com que as pessoas se sintam bem é à vontade.

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Os pratos do Tastare tem uma apresentação excepcional e a capacidade de encantar os olhos, o olfato e, principalmente, o paladar. Ou seja, tudo que se espera de um bom restaurante.

37,00), ravióli de queijo brie ao molho de manteiga, rúcula e pinolli (R$ 32,00), talharim negro de tinta de lula ao molho de camarões (R$ 41,00) e nhoque tricolor de abóbora, espinafre e batata ao molho gorgonzola (R$ 34,00). Além disso, o Tastare investe em uma culinária fresca, que explora a sazonalidade dos ingredientes. Todas as massas e itens de pâtisserie são produzidos artesanalmente, dentro da cozinha do restaurante. “Queremos oferecer uma culinária de sabor e qualidade, por isso optamos por não usar produtos industrializados”, conta o Bruno que também é o chef. Para quem prefere curtir um happy hour ou apenas degustar alguns aperitivos, o restaurante também oferece um menu especial. Entre os destaques estão as focaccias em forma de pizza, endívias cobertas com tartare de salmão ao molho de iogurte e paninis de hambúrguer com mussarela, alface e tomate ou de funghi fresco. Mas as opções mais pedidas da casa são as polentas e os risotos. Em termos de bebidas, o cliente não ficará desapontado. A casa oferece whisky, vodka, gin, tequila, rum, cachaças, licores,

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vinhos, brancos e tintos, nacionais e de outros países como Argentina, Chile, França, Espanha, Itália e Portugal. Além de coquetéis como Cosmopolitan, Mojito, Bellini, Bloody Mary, ente outros. Clientela diversificada O Tastare tem recebido um bom público que se divide no almoço, quando a clientela são pessoas da região procurando almoçar bem, em pouco tempo e com preços justos. No jantar, o público muda para casais e famílias para degustar bons pratos acompanhados de bons vinhos. Em média, o cliente irá gastar almoço cerca R$ 40,00 e no jantar 60,00, sem vinho. O desempenho do restaurante poderia ser bem melhor caso não existissem as leis anti-bebida e anti-fumo. “Todas as casas sofreram com essas leis, pois o consumo de bebida e tabaco está ligado a divertimento e entretenimento”, analisa Bruno dos Anjos. “Na minha opinião, a lei deveria dar a opção às casas de ser fumante ou não fumante. Quem não gosta de cigarro, não frequenta um lugar que aceita fuman-

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tes. Seria mais democrático. Além disso, não se pode utilizar a mesma lei, para restaurantes, bares, baladas e hospitais e cinema por exemplo”. Mas, deixando os problemas de lado, Bruno aconselha a quem pretende conhecer o Tartare, que peça o couvert formado de pão italiano, azeite temperado e sardela. Como entrada, tartar misto de salmão e atum ao limão siciliano. Um bom prato principal pode ser a costeleta de cordeiro ao poivre e risoto de funghi. E para finalizar, tiramissu como sobremessa. O Tartare tem capacidade para 85 lugares internos e 44 externos. Funciona às segundas das 12 às 15 horas, de terça a sexta, das 12 às 15 horas e das 18 até às 24 horas. No sábado, a casa funciona das 12 até o último cliente e de domingo, das 12 às 17 horas. Aceita todos os cartões de débito e crédito, para oferecer maior comodidade aos seus clientes, possui cadeiras para crianças, estacionamento com manobrista (R$ 10,00 almoço e R$ 15,00 jantar), acesso para deficientes físicos e Wi-Fi.

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e-Reader ele será tão essencial quanto seu celular Texto: da Redação | Imagens: divulgação

Nos sites e blogs especializados em tecnologia começam a pipocar notícias sobre a apresentação de novos tablets, que além de iniciarem a concorrência ao iPad, da Apple, demonstram uma tendência inevitável para o abandono das publicações impressas.

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á várias edições estamos apresentando, um a um, os novos equipamentos para leitura de publicações digitais, os chamados e-Readers. E, para não fugirmos ao hábito, este mês mostramos o “Q”, criado pela empresa norte-americana Plastic Logic. Ele não é o pioneiro neste setor e, provavelmente, não será o último equipamento que apresentaremos em nossas páginas. Porém, o que ele apresenta em termos de avanço tecnológico, nos faz pensar no que surgirá nos próximos meses. Entre as inovações apresentadas pelo “Q”, merece destaque seu design ultrafino, 7,6 milímetros de espessura, 27,9 centímetros de altura por 21,6 centímetros de largura. Sua área de tela mede 21,7 por 16,3 centímetros, com uma resolução de 960 por 1280 pixels e oito tons de cinza. Sua tela possui um teclado virtual e capacida-


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de touchscreen. O “Q”, será comercializado com capacidade de armazenamento de 4 ou 8 giga bytes. Na primeira configuração com conectividade WiFi e, na segunda, com WiFi e 3G. Além disso, ele dispõe de conectores USB e bluetooth. Porém, a boa notícia mesmo é que ele, além de servir para a leitura de livros, também possibilita o acesso a jornais e revistas. Pensando nas necessidades multitarefas de quem irá comprar este tipo de equipamento, a Plastic Logic incorporou ao “Q”, a capacidade de rodar diversos programas, entre eles o Word, Excel, Power Point, PDFs e muitos outros aplicativos serão incorporados a esta lista em breve. Atualmente, no que diz respeito a publicações digitais, o “Q” conta, graças a um acordo entre a Plastic Logic e a Barnes & Nobles, com um acervo de mais de um milhão de e-books. E, como conectividade é a palavra-chave para os próximos anos, a Plastic Logic e seu “Q” estão formando parcerias para desenvolver aplicativos neste sentido. Entre o que se pode esperar estão o “Q Mail” e o “Q Agenda”, desenvolvidos em parceria com a Good Technology, uma provedora líder na oferta de serviços para as principais plataformas de dispositivos móveis. Inicialmente baseada na Good Mobile Email Exchange e Good Mobile Access, os serviços agregados do “Q” serão ampliados e terão compatibilidade com uma variedade de serviços de e-mail, incluindo o Microsoft Exchange. A Plastic Logic tem planos para oferecer serviços de correio e QUE Calendário. Embora os planos com a Good Technology é inicialmente abranger o desenvolvimento de e-mail pessoal e calendário, o roteiro planejado para o desenvolvimento de Correio e Calendário QUE inclui empresas e serviços do governo seguinte. O preço incial do “Q” será de US$ 649,00 para o modelo de 4GB e US$ 799,00 para o modelo de 8GB. Se você deseja saber mais sobre o “Q”, visite o web site www. plasticlogic.com.

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Venezuela

a discriminação existe em qualquer lugar Texto: da Redação | Imagens: May Martinez

Não se abater e lutar contra ela é a melhor maneira de provar que todo ser humano é igual e merece respeito. Afinal, não é uma balança que determina o caráter de alguém.

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ma mulher de fibra. Assim pode ser definida Jennifer Adriana Barreto Leyva. Uma venezuelana que sempre sofreu preconceito por estar um pouco acima do que a população determinou como o padrão ideal de peso, até que resolveu virar a mesa. Tornou-se advogada e agora ajuda outras pessoas que sofrem o mesmo que um dia ela sofreu.

Revista Sem Medida – Qual a sua formação acadêmica e no que você trabalha atualmente? Jennifer Adriana Barreto Leyva – Sou advogada, escrevo para várias revistas, sou conselheira contra discriminação, modelo plus size, e tenho um espaço de moda plus size em um programa em Porto Rico. Trabalho por conta própria. Lamentavelmente na Venezuela, não se dá trabalho para pessoas acima do “peso padrão”, por isso, pessoas como eu, precisamos nos virar para sobreviver. Sem Medida – Como você descobriu a discriminação do universo plus size? Jennifer Leyva – Aconteceu há 10 anos, quando fui fazer um exame médico e não me permitiram entrar por causa do meu peso. Além de tudo, foram grosseiros comigo. Senti-me impotente, tinha muita raiva, dor por ter sido discriminada mais uma vez, depois de tantos anos e de tantas maneiras. Então resolvi buscar alguém em quem me apoiar. Para minha surpresa, não havia nada, ninguém que pudesse me ajudar. Sem Medida – Conte uma dessas situações de discriminação. Jennifer Leyva – Foram tantas que não dá para contar em números. As que mais me marcaram, me doeram mais, foram as que aconteceram quando eu era criança. Um adulto pode se defender, uma criança não. Além disso, um bebê, uma criança é sagrada, não se pode mexer, não se pode ofender. Recordo uma vez que estávamos passando um fim de semana na casa de praia de uns amigos de meus pais, quando eles começaram a fazer comentários horrí-

veis sobre meu peso. Quando cansaram de falar sobre meu peso, o dono da casa disse: és uma lástima teu caso. Tens cara de carnaval e corpo de semana santa. E eu só tinha seis anos. É algo que eu jamais na minha vida vou esquecer. Que Deus o perdoe. Sem Medida – E o que você fez com esse sentimento de discriminação? Jennifer Leyva – Me senti como uma cidadã de terceira classe. Como se fosse a menor, o pior dos seres humanos. Aí disse para mim mesma: não mais e tomei as rédeas deste problema nas minhas mãos. Sem Medida – Hoje você atua como advogada de pessoas que se sentem discriminadas. Como isso aconteceu? Jennifer Leyva – Foi algo que aconteceu pouco a pouco. Nunca me propus isso como meta. Começou comigo mesmo. Cada vez que era discriminada, ia atrás dos meus direitos. Ao conhecerem meu trabalho, as pessoas foram entrando em contato comigo. Pessoas que passaram por situações similares e assim fui ficando especialista no assunto. Depois de pouco tempo do meu primeiro caso, já havia mais de 1.500 denúncias iguais. Não me deixaram entrar em um pub (bar estilo inglês), por que segundo o gerente, meu peso afetaria a imagem do local. Nem sequer veio falar comigo, mandou os seguranças me avisarem. Já havia passado por este constrangimento uma outra vez, mas daquela vez decidi reclamar porque todos tinham visto a humilhação a qual eu tinha sido submetida. Procurei várias portas, muitas pessoas riram de mim. Me senti indignada até que uma oficial do Governo onde se encarregam das queixas dos consumidores se preocupou comigo e mesmo meu caso estando totalmente desamparado pela lei, a encarregada puniu severamente o bar. O nome e a foto do bar saiu nos jornais como sendo um local que discrimina as pessoas. O bar ficou fechado por três dias e pagou uma multa bem pesada. Prometeram desculpar-se comigo, mas nunca fizeram isso e também não quero mais. Sem Medida – Além de advogada, você também escreve para jornais e revistas.

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Que assuntos você aborda em suas colunas? Jennifer Leyva – Falo de vários temas. Em uma revista falo exclusivamente sobre moda plus size. Em outra publicação, falo sobre o lado social do sobre-peso, das discriminações, aspectos legais e tudo o que se refere a ele. Em uma terceira revista, escrevo sobre como é a vida de uma menina plus size. Por exemplo, com o passar o “Dia dos Namorados”, como fazer certas coisas em sociedade. Gosto muito disso porque me sinto em uma posição de ajudar muitas pessoas, e dar voz a elas. Sei que poucas se atrevem a falar por medo, vergonha, graças a conceitos que a sociedade impôs. Mas eu tenho fé de que algum dia isto mudará, pois todos temos que fazer a nossa parte. Sem Medida – Além de advogada e colunista, você também atua como modelo. Fale como isso começou? Que tipos de trabalho você fez como modelo? Jennifer Leyva – Tem sido muito duro. Na Venezuela especificamente, não existem modelos plus size, nem tão pouco querem dar espaço. Lamentavelmente tive que me fazer conhecida no exterior e depois, pouco a pouco, ir abrindo as portas deste lado. Tenho feito alguns trabalhos para a casa de modas Igigi, para a Missphit e para a Fashion Overdoze e para o estilista Jean Marc Phillipe. Tenho sido fotografada para muitas revistas. Fiz um comercial para uma marca de refresco muito famosa e para uma marca de cerveja mexicana. Também fui a imagem de uma organização muito importante nos Estados Unidos, que promove a autoestima das crianças plus size e que organiza eventos e muitas coisas. Sinto que não tenho feito nada, diante de tanto que

“... Não nos respeitam. Se subimos em um ônibus, nos obrigam a pagar por dois assentos. Não há confecções que ofereçam roupas para nós, somos objetos de brincadeira e discriminação. 34 |SEM MEDIDA


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tenho para fazer e peço a Deus que me dê oportunidade para fazê-lo. Tenho talento, beleza e muita garra. Sem Medida – Em seu país, existem empresas voltadas para o mundo plus size? Jennifer Leyva – Não há nada. Os empresários dizem que não vale a pena investir nesse público. Eu penso ao contrário. Podemos ser minoria na Venezuela, mas somos a maioria em termos mundiais. Além disso, somos pessoas, temos direitos. A beleza existe em todos os tamanhos. Por que negarmos o direito de viver com dignidade a uma pessoa só por ela ter uns quilinhos a mais? Sem Medida – Qual a maior dificuldade de quem é plus size em seu país? Jennifer Leyva – Tudo para nós é uma grande tragédia. Não nos respeitam. Se subimos em um ônibus, nos obrigam a pagar por dois assentos. Não há confecções que ofereçam roupas para nós, somos objetos de brincadeira e discriminação. Não temos leis que nos protejam e é até melhor ser um delinquente do que ser plus size. As mulheres sofrem terrivelmente por isso, de uma maneira cruel e imperdoável. Já disse isso várias vezes e repito: a Venezuela é o país mais intolerante e que tem a maior aversão as pessoas plus size da América Latina.

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maneira de romper a barreira do idioma e nos tornarmos um só, forte e invencível. Admiro a comunidade GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais) por se protegerem e se defenderem com força e terem sido capazes de conseguir grandes mudanças sociais através do trabalho. E se alguém se mete com um deles, todos se unem para protegê-los. Sinto que nós, plus size, somos demasiados passivos e seguimos permitindo abusos. Por isso estamos onde estamos. Sem Medida – Que conselhos você daria para quem é gordo e sofre discriminação? Jennifer Leyva – Primeiro é necessário que entendamos que a pessoa que discrimina é uma ignorante e sofre de “nanismo” psicológico e emocional. Pensa que é necessário por as outras pessoas no seu tamanho para sentir-se valente e forte. O segundo ponto é ignorar de todas as formas possíveis a agressão. Se contestarmos e reagirmos antes dos ataques, estaremos sendo iguais as nossos opositores e isso não é o mais inteligente. Se a agressão é relevante, não devemos perder um minuto para contatar as autoridades, imprensa para que todos fiquem sabendo o sucedido. Sem medo e com muita valentia para contar o acontecido e denunciar mil vezes se for necessário. Quem deve ter medo são os que não se agradam com o público plus size.

Sem Medida – O que você faz para se divertir? Jennifer Leyva – Gosto muito de viajar. Gosto tanto de moda, que vou a outros países comprar roupas e às vezes desenho minhas próprias roupas. Quando não estou fazendo compras em outros países, gosto de ver minha família, ouvir músicas, principalmente as dos anos 80. Também gosto de ler sobre pessoas que admiro. Enfim, estou sempre fazendo coisas positivas.

Sem Medida – O que você espera para o seu futuro? Jennifer Leyva – A nível profissional espero poder concretizar as metas que tenho em mente. Espero que minhas orações sejam escutadas nos céus e terminemos por unir todas as pessoas plus size e acabemos com os abusos. No aspecto pessoal, gostaria de encontrar um bom homem para me casar, mas isso quem decide é Deus.

Sem Medida – O que você acha do movimento plus size em outros países? Jennifer Leyva – Respeito e aplaudo muitíssimo. Admiro com coração. São pessoas valentes. Conseguiram tantas coisas que nós nunca poderíamos imaginar. Acho que todos devíamos nos unir, para buscar uma

Sem Medinda – Como você conheceu a revista Sem Medida? Jennifer Leyva – Sempre estou investigando pela internet o mundo plus size. Encontrei a revista Sem Medida e senti a necessidade de cumprimentá-los, contatá-los e de alguma maneira ser parte de vocês.


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Cozinhar

divirta-se preparando seus próprios pratos Texto: da Redação | Imagens: Roberto Paes

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Não é necessário frequentar restaurantes sempre que se quiser ter acesso à boa gastronomia. Às vezes você pode optar por preparar em sua própria casa pratos que deixariam qualquer chef de cozinha com água na boca.

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laro que sair de casa para visitar um ótimo restaurante, sem se preocupar com nada além do trânsito, é muito bom. Porém, de vez em quando, é bom lembrar que você tem uma cozinha em sua casa e colocá-la para funcionar pode trazer um enorme prazer. Foi pensando em ajudá-lo a fazer isso, que pedimos ao chef Luis Calmon que escolhesse um de seus pratos preferidos e ensinasse nossos leitores a prepará-lo. Luis optou por nos ensinar, passo a passo, o preparo de um “entrecot ao molho sauce bearnaise com batatas rústicas”. Para preparar cinco porções deste prato, ele investiu R$ 40,00, o que resultou em um valor de R$ 8,00 por prato. O que prova que a boa gastronomia não precisa, necessariamente, custar “os olhos da cara”. “Muita gente acredita que para se comer bem é preciso gastar muito. Isso não é verdade. Dependendo do prato que nos propomos a preparar, os ingredientes, mesmo que sejam de alta qualidade, não custam caro. Para o preparo deste entrecot, por exemplo, optei por comprar um corte de gado de origem inglesa, muito mais macio e saboroso que a carne de outros tipos de gado. Porém, no final das contas, o prato saiu mais em conta que um sanduíche de lanchonete”, diz Luis. Segundo ele, a grande estrela deste prato é o molho. Sua origem é incerta, sendo que alguns historiadores datam-no de 1836, em Saint-Germain, em Laye, outros de 1860, na mesma localidade da França. O que é certo é que seu nome deriva da antiga província de Béarn, ao sul da França, pertencente hoje, ao país basco francês e

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não, como muitos confundem, da cidade de Bern, capital da Suíça. Seja qual for sua origem, é acompanhamento indispensável e que enriquece carnes e pescados,” explica Luis. Luis Calmon é chef de cozinha e sóciodiretor da Orbacco Espaço gastronômico, uma escola que oferece cursos ligados à gastronomia e outras atividades relacionadas ao comer e beber bem. A Orbacco fica no bairro do Sumarezinho, em São Paulo, e todos os meses realiza diversos cursos livres voltados para profissionais e, também, para pessoas que querem apenas se divertir na cozinha e apreciar um prato bem preparado. Para saber mais sobre a Orbacco e seus cursos, visite o web site www. orbacco.com.br. Ingredientes 500 gramas de entrecot 4 batatas médias 4 ovos (de preferência caipiras) 150 gramas de manteiga 50 ml de vinagre de vinho branco 50 ml de vinho branco seco 1 cebola média 2 ramos de estragão fresco (para temperar e decorar) 2 pitadas de estragão seco Modo de preparo O entrecot é a parte do contra-filé do boi que fica mais próximo da coluna do animal e é mais macia e saborosa que o contra-filé comum que a maioria das pessoas conhece. Nos bons supermercados é possível encontrar peças embaladas à

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vácuo de aproximadamente 1300 gramas. Um pacote com este peso é o suficiente para o preparo de cinco porções com uma espessura de dois dedos. Para começar a preparar o prato, que leva aproximadamente 50 minutos para ficar pronto, corte a carne de forma a obter bifes grossos, com mais ou menos 2 dedos de espessura. Em seguida, corte as batatas em tiras, como se você fosse obter palitos, só que para o nosso prato, elas devem ficar grossas e com as cascas. Divida a manteiga, ainda gelada, em cubos de tamanhos iguais. Pique a cebola de forma grosseira e, para terminar o preparo dos ingredientes, pique finamente o estragão fresco. Reserve alguns ramos para a decoração do prato. Depois de ter preparado todos os ingredientes comece o preparo do prato cozinhando as batatas. Numa panela com óleo em temperatura média frite as batatas até ficarem macias. Quando elas estiveram no ponto retire-as do óleo e coloque-as para secar em papel absorvente. Passe então para o preparo do molho Sauce Bearnaise. Em outra panela, coloque a cebola e o estragão seco picados, junto a estes ingredientes o vinagre e o vinho. Coloque a panela para ferver até que os líquidos se reduzam a um terço da quantidade original. Em seguida, coe e reserve a redução. Coloque um recipiente, de preferência de cerâmica, em banho Maria, despeje nele a redução e acrescente as gemas dos ovos. Com um batedor de arame comece a bater até que as gemas formem espuma e clareiem. Em seguida, comece a acrescentar os cubos de manteiga, um de cada vez, não deixando nunca de bater até que

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Luis Calmon ĂŠ um chef de cozinha que sempre se preocupa com a qualidade dos ingredientes e ao mesmo tempo procura criar pratos que nĂŁo custem caro.

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a mistura adquira uma consistência semelhante à de uma maionese firme. Quando chegar a este ponto, retire do fogo e acrescente o estragão fresco picado. Prove e, se achar necessário, coloque sal e pimenta à gosto. Neste ponto, retorne com as batatas na panela com óleo e inicie uma nova fritura, desta vez com ele bem quente, até que elas fiquem douradas. Quando as batatas atingirem a cor ideal, retire-as, escorra o excesso de gordura em papel absorvente e reserve-as. Numa grelha ou numa frigideira antiaderente, coloque os bifes para serem grelhados sem acrescentar nenhum tipo de gordura ou sal. Grelhe cada lado do bife por aproximadamente três ou quatro minutos para que a carne fique ao ponto. Se desejar, aumente o tempo de cozimento para ter uma carne bem passada. Depois de grelhada, a carne deve descansar por cerca de quatro minutos antes de ir ao prato. Montagem Para montar o prato, coloque um bife, uma porção de batatas e acrescente o molho de forma a cobrir a carne e as batatas, mas sem exagero. Utilize ramos do estragão fresco para decorar. Leve os pratos para a mesa e divirta-se com seus convidados. Para quem desejar harmonizar o prato com algum tipo de bebida, sugiro um vinho tinto jovem e de ótima acidez. Ao preparar este prato para a Sem Medida, degustamos um Fortaleza do Seival Tempranillo, safra 2007, da Miolo. O resultado agradou e o valor gasto foi de R$ 26,00.

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Japão

tradição e detalhes levados para a mesa Texto: da Redação | Imagens: Wikipedia Commons arquivo entrevistada

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Wikimedia Commons/Think Draw

Na cultura milenar japonesa, o ato de sentarse à mesa e comer não se resume a matar a fome. Para ela, trata-se de um ritual no qual cada detalhe é de fundamental importância.

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cultura japonesa é rica em tradições e rituais. Anos de tradição estão presentes em tudo, da arquitetura à arte, da filosofia de vida à mesa de jantar. E não precisa ter nascido no Japão para admirar e desfrutar o que há de bom na “terra do Sol nascente”. Se você não se interessa, não tem problema, porém, se pretende arriscar-se a frequentar algum restaurante japonês, é bom tomar alguns cuidados para não cometer nenhuma gafe. Por exemplo: o que poderia haver de “perigoso” na degustação de um sushi? Bem, o sushi, ou mais especificamente o niguirisushi, é aquele bolinho de arroz com uma fatia de peixe cru por cima ou outro ingrediente preparado pelo sushiman. A primeira norma é para o sushiman, que deve confeccionar cada sushi exatamente do tamanho da boca de seu cliente. Se for em tamanho menor, não há nenhum problema, porém, se o bolinho for maior que a boca do cliente, poderá causar uma situação constrangedora. O sushi pode ser levado à boca com o hashi (também conhecido como os dois pauzinhos unidos em uma das extremidades) ou com os dedos, mas antes, deve ser molhado no shoyu. Neste detalhe se esconde um perigo: a parte a ser temperada com o shoyu é o peixe que está em cima do bolinho. Então, vira-se o sushi de ponta cabeça para molhar o peixe. “Nunca, jamais molhe o arroz no shoyu”, adverte Lumi Toyoda, professora de etiqueta japonesa. “Este procedimento desmonta totalmente o bolinho de arroz que deve se desfazer somente quando levado à boca”. Essa é apenas uma das dicas que você pode aprender frequentando os cursos de etiqueta japonesa à mesa ministrados por Lumi Toyoda, nos quais é possível aprender a degustar valorizando os pratos e o

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preparo de chefs, bem como o aprendizado da maneira comportada à mesa e de se servir de forma elegante. De conversa ao curso No início dos anos 80, Lumi fundou, junto com Antonio de Freitas Maia, um restaurante naturalista chamado “Restaurante Espade”, localizado no nº 925 da rua Pamplona, no Bairro Jardins, em São Paulo. O nome do restaurante foi tirado da Escola Paulista de Arte e Decoração (ESPADE), escola de arte vanguardista fundada em 1966, por Antonio de Freitas Maia e que atuou no ensino das artes decorativas e outras artes. Procurando ser diferente, introduziu no Restaurante Espade um cardápio diferenciado, além do tradicional “naturalista” da linha vegetal, lacto-vegetal, macrobiótica, etc., aqueles denominados de diet e light, utilizando ingredientes e receitas da culinária japonesa com tempero e visual agradável para clientes, quase 100% brasileiros. De troca de receitas e troca de informações, os clientes se interessavam muito sobre assuntos japoneses: desde a gastronomia, filosofia, cultura, até sobre comportamento e relacionamento. Nessa época, ainda eram muito escassos livros e reportagens sobre o Japão, o que levou os clientes a sugerirem para Lumi, que ela transformasse aquelas conversas em cursos. A ideia demorou muito pouco para se concretizar, “apenas” dez anos. Motivo: Lumi Toyoda era muito tímida. Para vencer essa barreira, ela passou por vários cursos, desde cursos de desinibição, comunicação verbal, até técnicas de apresentação. Uma vez dominado o medo de falar, o tão esperado curso de Cultura e Etiqueta Social Japonesa foi lançado em 1989. Primeiramente para o público em geral e em

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seguida o curso de Cultura e Etiqueta Empresarial Japonesa para empresas, empresários e executivos. E, na terceira fase, o curso de Etiqueta à mesa, lançado no início dos anos 90 no Restaurante Suntory (hoje Shintori). O curso informava detalhes de etiqueta japonesa à mesa, enquanto participantes degustam a maravilhosa comida, em um dos ambientes mais charmosos da cidade de São Paulo. O curso de etiqueta à mesa japonesa pode ser destinado tanto para o público em geral, como para empresários e executivos em negócios com japoneses. Amantes ou iniciantes da gastronomia japonesa, nikkeis ou não nikkeis, também podem desfrutar do clima, do alto astral que a arte culinária oferece aos comensais. Sucesso absoluto Já foram tantos cursos que Lumi Toyoda perdeu a conta. Seus alunos se encontram nos mais luxuosos restaurantes até os mais simples, passando por clubes, associações e residências em São Paulo, Rio, Londrina e várias localidades no interior do Estado de São Paulo. E até, por incrível que pareça, no Japão, para dekasseguis e nativos. A razão do sucesso, além do vasto conhecimento de Lumi, pode ser atribuído ao fato de que até os anos 90, a grande maioria de frequentadores de restaurantes japoneses era japoneses e seus descendentes. Durante os anos 90, este hábito foi adotado por brasileiros. Hoje, com o crescimento de restaurantes japoneses, os frequentadores brasileiros superam muito os japoneses. A difusão desta culinária aumentou em escala geométrica os praticantes brasileiros de hashis. “A culinária japonesa tornou-se sinônimo de elegância e sofisticação, aliada à

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dieta sadia, correta, light e diet”, analisa Lumi Toyoda. “Esta divina, luxuosa e ao mesmo tempo simples refeição, hoje faz parte da vida de gaijins (estrangeiros, pessoas não nipônicas), em todas as grandes metrópoles brasileiras e que está se expandindo para o interior. Nada mais justo que o portar-se corretamente à mesa como essas pessoas procuram”. O curso tem duração de 2 a 3 horas onde nos primeiros momentos é oferecida uma pincelada histórica sobre a gastronomia e técnicas básicas de manipulação de apetrechos à mesa como: hashi, tchawan (tigela para arroz), wan (tigela para sopa), pratinhos, cumbucas, etc. “A refeição é posta à mesa e começa na prática o ‘se servir’ com tudo que se encontra à mesa”, explica Lumi. “Correção de postura, dicas de como se servir corretamente de cada prato são informadas o tempo todo. O importante é que cada comensal adquira desenvoltura e elegância à mesa”. O curso para o público em geral, contratando restaurante ou local apropriado com refeição inclusa, requer um investimento entre R$ 80,00 a R$ 160,00 por pessoa. Para grupo de familiares ou amigos: o curso pode ser ministrado em restaurante ou residência. O curso de duas horas sai por R$ 50,00 por pessoa, mais o valor da refeição, com a garantia mínima de 15 participantes. Para clubes e associações, o investimento varia de acordo com o número de participantes. Para executivos e empresários, o curso inclui negócios à mesa e tem um investimento de R$ 1.200,00 mais o valor da refeição, para máximo de 8 participantes. Além das aulas de etiqueta é possível ainda ter uma sobre Culinária. Eles são anunciados no site www.etiquetajaponesa.com.br ou pelos telefones (11) 3422-5122 ou 9630-5633.

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Estilo

Marina Käfer pode ajudar você a encontrar o seu Texto: da Redação | Imagens: Wikipedia Commons Vanessa Capra

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Wikimedia Commons/Jim.henderson

Em um mundo onde as pessoas plus size são vistas como gente de “outro universo”, partilhar de um olhar diferente sobre elas pode ser uma chance para se fazer bons negócios e, ainda por cima, ajudar quem está acima do peso a se vestir bem.

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ocê já escutou aquela história da menininha gordinha que era desprezada, ridicularizada, e sempre era deixada de fora das coisas boas? Pois é. Tem muitas meninas que conhecem bem essa história. São personagens principais delas. Algumas se renderam à opinião do mundo e passaram o resto das suas vidas em um canto, para que ninguém as perturbassem. Mas um grupo dessas gordinhas percebeu que em um mundo onde todos são igualmente magros, os gordinhos podem se ajudar, e até tirarem proveito da situação. Marina Manito Käfer faz parte do segundo grupo. Transformou sua sensibilidade e conhecimento para sugerir vestimentas às outras pessoas em profissão. “Eu sou uma personal stylist. Ou seja, o melhor amigo do meu cliente”, explica Marina. “Aqui no Brasil, também podemos chamar de consultor de estilo, ou de moda. Todos com a mesma função de trabalhar com o visual estético da pessoa. O consultor de estilo ajuda desde as peças de roupa do próprio guarda-roupa da pessoa, até mesmo na hora da compra. Vai às lojas junto com o cliente, cabeleireiro, faz estudo de cores a partir do tom de pele e cabelo, para saber quais as cores que valorizam o tipo de pele e corpo do cliente”. Mas as coisas não aconteceram do dia para a noite. A história começou muito an-

tes, quando Marina era uma criança. Sua mãe tinha um comércio de vestuário no interior e desde os quatro anos de idade, ela sempre teve contato com a moda desde a parte de compras, venda, vitrine e pesquisa de tendências. Sua mãe fazia isso e a cada dia foi fazendo com que ela ficasse apaixonada pelo ramo da moda. Decidida, aos 15 anos já sabia que queria seguir a carreira na área da moda. Na época fez vestibular na Feevale, quando só existiam duas universidades no Sul com o curso de moda. Decidiu cursar Design de Moda na Feevale, onde entrou com 18 anos. Desde o início da faculdade até os dias atuais ela trabalha na loja da mãe e, durante algum tempo, nos finais de semana e durante a semana trabalhou como promoter em casas noturnas de Porto Alegre, algo que, apesar de gostar muito, sua rotina atual não lhe permite mais fazer. Uma promoter gorda? Isso mesmo, Marina excede não só em peso, mas também em simpatia, delicadeza, inteligência e sabe se comunicar como ninguém. Além do que, ela não tem nenhum problema com os quilinhos a mais, muito pelo contrário, se ama, e muito. “Sempre fui muito comunicativa, e nunca tive vergonha do meu corpo nem do meu jeito”, afirma Marina. “Por ser gordinha não poderia ser promoter de casa noturna, por não ser o padrão de beleza de uma ‘menina normal’. Mas sempre fui

“O consultor de estilo ajuda desde as peças de roupa do próprio guarda-roupa da pessoa, até mesmo na hora da compra. Vai às lojas junto com o cliente, cabeleireiro, faz estudo de cores a partir do tom de pele e cabelo, para saber quais as cores que valorizam o tipo de pele e corpo do cliente.”

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chamada pra trabalhar pela minha comunicação com todos. Adoro conhecer gente nova, então, trabalhar numa casa noturna era maravilhoso, mas gostava mesmo era de trabalhar na loja. Como sempre tive contato direto com clientes, comecei dando dicas de cores, modelagem para valorizar a silhueta, peças fundamentais no guarda roupa e assim fui decidindo em qual ramo da moda queria seguir, o de personal stylist”. Para isso, além da faculdade de moda, ela fez o curso de Consultoria e Produção de Moda e Desenho de moda no Senac-RS. Além desses cursos no Brasil, ela morou um tempo em Nova Iorque onde aproveitou para fazer um curso de verão, de fashion design. Foi um curso de duas semanassobre tendência da moda, criação, desenho e modelagem. Uma razoável experiência Marina está direcionada como personal stylist há cinco anos, além de trabalhos paralelos na área da moda como estilista e produtora, porque aqui no Sul ainda não existe uma aceitação para um personal stylist. Ela atua na área desde que fez o curso de consultoria e produção de Moda em 2004. No início, o trabalho dela era mais amplo, e até hoje tem clientes de diversos es-

tilos e profissões, mas procurou direcionar seu trabalho o universo plus size. “É um público que eu me ‘entendo melhor’, conheço cada necessidade dele por ser uma delas”, explica Marina. “Tive clientes de vários estilos, desde homens e é claro meu público alvo as mulheres. Com homens é mais simples de trabalhar. É mais difícil de contratar um profissional da área da moda. Mulher entende, necessita de uma ajuda, de uma amiga. Mantenho contato com todas as minhas clientes desde as do início da minha carreira e tiro algumas dúvidas com elas até hoje”. Segundo Marina, quem procura um personal stylist é uma pessoa com poder aquisitivo maior que a média, pois, além de ter dinheiro, em geral tem uma carreira profissional que exige estar bem vestido. Essa é a maior dificuldade do público de Marina. A maioria das clientes plus size é bem sucedida e sempre tiveram dificuldade de encontrar roupa pra reuniões, encontros de trabalho, eventos ou até mesmo nos dias de folga. “As mulheres sentem falta de uma ajuda no que vestir, no que elas podem usar para se sentir bem. Por serem gordinhas, ficam com medo de usar roupas que chamem mais a atenção pelo tamanho do corpo do que pelo trabalho, por exemplo”, explica a personal stylist. “Sou amiga do meu cliente. Vou nas lojas, entro no provador. Se fi-

“Tive clientes de vários estilos, desde homens e é claro meu público alvo as mulheres. Com homens é mais simples de trabalhar. É mais difícil de contratar um profissional da área da moda. Mulher entende, necessita de uma ajuda, de uma amiga.”

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car boa a roupa eu falo, se a roupa não cair bem, não favorecer na cor, eu digo a cliente, mas sem a ofender, pois não posso agir com agressividade, pois trabalho com pessoas com gosto e opiniões e aos poucos tento mudar o vestir, o pensar da pessoa. Se a cliente gosta de rosa desde pequena e continua usando rosa por completo no vestuário, tendo diminuir esse uso a um brinco ou um lenço”. Marina diz que como profissional da moda, acha que as marcas em geral excluem o tamanho grande, mesmo sabendo que mais de 30% da população está com excesso de peso. E isso dificulta as pessoas a se vestirem. “Se existem pessoas que usam 48/50 e as marcas não fazem roupas para esse tamanho, como essas pessoas vão se vestir?” pergunta Marina. “Isso acaba fazendo as pessoas com excesso de peso a usarem o que existe no mercado. Algumas marcas especializadas no tamanho grande trabalham com cores escuras, roupas sem corte e sem tendências de moda, e isso acaba rotulando as pessoas plus size”. Ela diz ainda que este público sente uma carência, uma necessidade de se vestir bem, uma necessidade de encontrar uma roupa que encaixe perfeitamente no seu corpo, e muitas vezes isso não acontece com marcas especializadas no tamanho grande. Ela deixa bem claro que não existe

a regra em que gordinhos não podem usar roupas coloridas, não podem usar roupas sensuais, não podem usar decotes, não pode usar listras, não pode, não pode e não pode. “Isso não existe. Pessoas com excesso de peso podem usar tudo que todo mundo pode, como o magro tem limites no se vestir, o gordinho também vai ter, mas tudo com moderação, nada de rótulos de NÃO e NÃO”, adverte Marina. Algumas dicas “A idéia de que os gordinhos têm que usar roupas largas e tecidos leves, é uma mentira”, desmistifica Marina. “Gordinho pode tudo, mas com limitações como o magro também vai ter. Roupas que alonguem a silhueta é a melhor pedida”, aconselha Marina. “Camisa é uma peça-chave, pois mostra o decote volumoso e lindo que uma gordinha tem. Utilize cores no visual. Mas saiba os limites. Não exagere nas cores em ambas as partes, utilize cor por exemplo, na parte de cima e uma cor neutra na parte de baixo”. Marina já trabalhou com homens, mas no momento, está trabalhando somente com mulheres. O público masculino é mais difícil de aceitar a ajuda deste profissional. Segundo ela, as mulheres são mais fáceis de trabalhar por entender de moda e

“A idéia de que os gordinhos têm que usar roupas largas e tecidos leves, é uma mentira. Gordinho pode tudo, mas com limitações como o magro também vai ter. Roupas que alonguem a silhueta é a melhor pedida.”

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saber que um profissional da moda é bem vindo no guarda-roupa delas. Ao trabalhar com perfil, Marina lembra que o cliente tem vícios, sentimentos, gostos e muito mais. Por isso ela trabalha com muita paciência e calma. Para ela, o trabalho de um personal stylist é como o de um psicólogo, tem que saber o que o cliente gosta, quais seus hobbies e tudo mais. Um consultor de estilo cuida do visual inteiro da pessoa, desde o vestuário, até a cor do cabelo, mas tem que ver se ela aceita a ajuda no geral ou só quer que o personal ajude no seu vestuário. O consultor de estilo ajuda o cliente a encontrar sua imagem ideal, auxiliando o cliente a descobrir quais cores, modelos que favoreçam cada tipo de pessoa. Para quem é plus size, Marina aconselha que elas amem seus corpos, procurem um profissional mais perto de você. “Vale a pena. Você vai descobrir que a arte de se vestir não é só apenas cobrir o corpo e sim, uma identidade, uma expressão”, explica Marina. “Abuse das cores e cortes que valorizem o corpo, como decotes V, ombro a mostra, salto alto”. Análise crítica Com sua experiência, Marina Käfer critica as confecções dizendo que a maioria exclui o tamanho grande. Os “gordinhos” não

teriam o livre arbítrio de decisão do que comprar, pois seriam obrigados a comprar o que é oferecido e que no Brasil é muito escasso o segmento plus size. “Como morei durante um ano nos Estados Unidos, na cidade de Nova Iorque, tive oportunidade de conhecer muitas marcas especializadas no tamanho plus size, e até mesmo grandes marcas como Guess, HeM, maior fast fashion do exterior, com modelos tamanhos grandes. Lá eu tinha opção, comprava o que eu queria não o que me servia e isso me fez perceber como o nosso Brasil é carente desse mercado plus size. Existe algumas marcas que conheço que tem estilo, tendências no tamanho grande, outras são apenas roupas”, diz Marina. Ela afirma que usa tudo. Entra nas lojas e experimenta, se der deu, se não der paciência. Ela não gosta dos cortes que existem na moda tamanho grande atualmente. Cortes retos, sem sensualidade, deixando as pessoas mais velhas e sem identidade nenhuma. “Nunca usei, mais vi catálogos e amei as coleções da Elegance, que é uma marca especializada em tamanhos grandes”, afirma a consultora. “Acho que lojas de departamentos deveriam perceber que a população está acima do peso e nesse sentindo, uma necessidade de se vestir com tendências, e deveriam se especializar no tamanho grande aumentando suas grades de roupa”.

“Como morei durante um ano nos Estados Unidos, na cidade de Nova Iorque, tive oportunidade de conhecer muitas marcas especializadas no tamanho plus size, e até mesmo grandes marcas como Guess, HeM, maior fast fashion do exterior, com modelos tamanhos grandes.

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Azeite

um grande sabor revelado por equenos detalhes

Texto: da Redação | Imagens: Wikipedia Commons Arquivo entrevistada

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Pouca gente conhece as vantagens que temperar ou cozinhar com o azeite de oliva oferece em relação aos óleos de cozinha que existem por aí. Além de fazer bem à saúde, ele também acrescenta aroma e sabor aos alimentos.

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om certeza você já deve ter visto uma lata de azeite em uma de suas visitas ao supermercado. O azeite é um óleo retirado de um fruto, chamado azeitona ou oliva. Existem mais de dois mil tipos de azeitonas, que podem ser destinadas para consumo em conserva ou para transformação em óleo. Para virar óleo, elas passam por um processo de colheita e extração a frio, e logo são engarrafadas. Por ser um óleo retirado do fruto e não da castanha, como o óleo de girassol, ou mesmo o óleo de amendoim, é rico em antioxidantes naturais, o que o torna ideal para o organismo e alimentação. O azeite mais fácil de encontrar para consumo é o extra virgem, composto por no mínimo dois tipos de azeitonas. Ele é o mais saudável por ser obtido da primeira prensagem e tem uma acidez mais baixa. Já o azeite virgem conseguido por uma segunda prensagem, tem uma acidez mais alta. Também existe o composto, uma mistura de óleos, mas que tem azeite somente para caráter aromático. Basicamente o que diferencia um azeite de outro é sua acidez. Um extra virgem tem uma acidez que varia entre 0,2 e 0,7%, já o virgem varia entre o 0,8 e 2,5%. É bom tomar precaução também, na hora da comprar, para saber se o azeite é puro ou composto. E cuidado com anúncios nos rótulos de azeite extra virgem como “primeira prensagem”, ou “extração a frio”. Essas informações são redundantes, considerando que todo azeite extra virgem é extraído a frio e vem da primeira prensagem. Para que o consumidor não se engane, quando o assunto é qualidade comparada a preço, um azeite que custe entre R$ 2,00 e R$ 4,00 pode, com certeza, ser considerado péssimo, só servindo para frituras. Um azeite razoável é aquele com preço variando de R$ 4,00 a R$ 8,00, que pode

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ser utilizado, recomendado para se fazer conservas. Ao pagar entre R$ 8,00 e R$ 20,00, você terá um azeite indicado para assados e cozidos. Um ótimo azeite tem o preço em torno de R$ 20,00 e R$ 40,00. Este é aquele recomendado para diversas preparações e finalizações de prato. Um excelente azeite custa a partir de R$ 40,00 e pode chegar à casa dos R$ 200,00. Na cozinha Mas é na hora da mesa, quando o azeite toma seu lugar, que ele demonstra sua grande utilidade gastronômica, tanto na alimentação, como tempero, ou como complemento para um prato. Muita gente o usa em pratos salgados, mas hoje em dia, a gastronomia é tão abrangente e inovadora, que podemos encontrá-lo até mesmo em sobremesas. Para você não “pagar mico” com seus convidados, fique atento à qualidade do azeite, pois a diferença entre um ótimo e um ruim está em seu aroma e sabor. Como em uma prateleira de mercado você não pode abrir uma garrafa para provar, vale uma dica: o preço. “Para comprar um azeite, vale a regra do custo-benefício”, explica Laura Reinas, formada em Gastronomia pelo Senac, pós graduada pela FAAP em Comércio Exterior e em Gastronomia Italiana, no ICIF, da cidade de Asti, na Itália. “Um azeite de boa qualidade teve a preocupação dos produtores quanto à sua qualidade final, e isso se reflete no seu preço. Outro truque para perceber se um azeite é bom ou não, é na hora da compra, reparar se a garrafa é escura, o que protege o produto do sol e demosntra o cuidado do produtor em conservar as qualidades do óleo”. Segundo Laura, é preciso que as pessoas aprendam mais sobre o azeite para que possam aproveitar tudo o que ele pode


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oferecer em termos de saúde e prazer. “Já vivemos tão estressados e temos uma vida tão corrida, que parar para apreciar o sabor de um prato, ou mesmo seu aroma, tem que ser uma experiência prazerosa”, explica Laura. O azeite no mundo São muitos os países produtores de azeite. Praticamente todos os da bacia do Mediterrâneo e a grande maioria localizada entre os trópicos 30° ao norte e 30° ao sul da linha do Equador. Os maiores produtores e exportadores são a Espanha, Portugal e Itália, com suas plantações ao redor de praticamente toda a extensão de seus respectivos países. “Já, sobre o melhor azeite do mundo, posso dizer que um grego vai te falar que o melhor azeite do mundo é o grego, a mesma coisa de um espanhol, que dirá que o melhor azeite do mundo é o dele”, avisa Laura Reinas. “Mas na verdade, o melhor azeite do mundo é aquele que agrade seu paladar e que combine com a comida. O que diferencia um de outro, é somente o tipo de azeitona e o terroir, combinação de clima e solo que dão as características ao fruto”. Laura já viajou pela Itália e Espanha em 2008 visitando fazendas e conhecendo os processos de produção empregados. Visitou alguns outros países produtores como Argentina, Peru e Chile, degustando os produtos locais. Ela também compra e ganha muitas garrafas de azeites de amigos que viajam ao exterior e que, segundo ela, “trazem sempre uma lembrancinha”. O Brasil também produz azeites sim. “Atualmente os produtores de azeite brasileiro desenvolvem uma árdua tarefa ao cultivar uma grande fazenda de oliveiras na Serra da Mantiqueira, divisa com os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com suas mudas adaptadas às

condições climáticas, que não são muito favoráveis fora da região mediterrânea”, explica Laura. “Embora a primeira colheita tenha sido frustrada, por causa das chuvas de granizo que ocorreram na região, a expectativa ainda é grande de que um dia produzam com qualidade e em grande escala como em países europeus como Portugal e Espanha, exemplos de sucesso e tradição na produção desse grande fruto”, comenta Lura. Apaixonada pelo azeite Mesmo fazendo cursos na Itália, e sendo sommelier, Laura não exerce a profissão, pois sua paixão é o azeite. “Acho que ele é um alimento com uma história tão rica quanto seu aroma, e isso me desperta curiosidade e respeito”, diz Laura. “Além de estudar e dar aulas sobre azeite, eu também comercializo um azeite chamado Vega Carabaña, de origem espanhola, com garrafas numeradas e certificado de procedência, e também escrevo para dois sites de gastronomia a cada quinze dias e para outros sites quando entram em contato. Minhas aulas sobre degustação de azeites, sua qualidade e utilidade culinária podem ser assistidas na Orbacco (www.orbacco.com.br), em São Paulo. Para encontrar algumas matérias escritas por Laura Reinas, basta entrar nos sites: www.temperus.com.br e no www.obasgastronomia.com.br. Se o interesse for em saber onde Laura irá dar aulas ou sobre como obter mais informações sobre o mundo do azeite, ela mantém um blog: www.naosocomidinha. blogspot.com. Para se corresponder com ela envie um e-mail para laureinas@hotmail.com. No dia 27 de maio e 19 de junho, Laura dará aulas na Orbacco Espaço Gastronômico. Viste o web site www.orbacco.com.br.

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Charutos

aprenda o ritual que antecede as baforadas Texto: da Redação | Imagens: Roberto Paes

Alguns rituais são muito prazerosos e nos causam a sensação de bem-estar e aconchego. É assim que nos sentimos ao beber um bom vinho, ao entrar numa livraria para escolher um livro, ou mesmo comprar o último CD de nosso artista predileto.

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ambém é desta forma quando escolhemos a roupa certa para a ocasião, ou quando sentamos numa mesa bem montada e as pessoas se comportam adequadamente. Com os charutos não é diferente, porém, eles exigem um pouco mais. O processo passa pela pesquisa da marca com sua história, pela escolha das características que melhor se adaptam ao nosso gosto, pelo ritual da compra e pelo armazenamento correto. A complexidade da degustação aumenta à medida que abrimos nosso umidor e escolhemos o exemplar que vamos degustar. Portanto, algumas dicas de etiqueta, de conservação, de como cortar, acender e manusear os charutos são importantes para começar bem. Certamente, os mais experientes conhecem muito deste teor, mas poderão ter surpresas com alguns detalhes. Esse roteiro vale para degustações clássicas, podendo ter variações. Se o seu objetivo é apenas fazer fumaça e ter prazer com as baforadas, a transgressão de algumas regras não implicará no resultado final, contudo, os mais exigentes devem seguir o conteúdo que aqui incluímos. A escolha do charuto – O ideal é começar com um charuto mais fraco, com melhor queima e maior fluxo. Os charutos nacionais (baianos) de maior bitola (diâmetro) são os mais indicados. Você pode começar bem com um robusto, que leva cerca de 40 minutos para ser degustado. Dê preferência para os de capa clara (Sumatra), pois são mais suaves. Os charutos caribenhos, principalmente os cubanos, são mais fortes, deixe-os para quando você tiver maior “tempo de vôo”. Um charuto bem conservado não deve ter a consistência amolecida e muito menos dura. Apalpe o charuto por inteiro para verificar se há nódulos. Evite os charutos com variações de consistência. O momento certo de degustar – Embora o charuto possa ser degustado a qualquer momento, o hábito mais comum é após o jantar. O charuto deve ser o último a ser degustado. A sequência normal é a refeição, a sobremesa, um digestivo, e, por fim, o charuto. Lembre-se apenas que você não

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deve incomodar outras pessoas. O prato principal – Qualquer comida pode ser seguida da degustação de um charuto. Você deve se preocupar apenas com pequenos detalhes para uma boa harmonização. Comidas fortes com temperos encorpados devem ser seguidas por charutos mais fortes (caribenhos), para que não haja predomínio de um sobre o outro. Pela mesma razão, comidas mais leves, ou com temperos suaves, exigem charutos mais fracos. Charutos não são degustados durante as refeições. Se você acender um charuto antes da refeição, tenha o cuidado de deixá-lo no cinzeiro apropriado para que ele apague no momento em que a comida for servida. Após a refeição, você poderá acender novamente e continuar a degustação. Aliás, reacender um charuto faz parte da etiqueta, portanto, aja naturalmente. Neste tópico, a dica importante é que charutos não combinam com estômago vazio. A bebida – As bebidas que melhor se adaptam ao charuto são: cognac, brandy, vinho do porto, whisky, rum, vinhos, cervejas encorpadas, e entre nós, uma boa cachaça. Cada bebida tem a sua particularidade, e você deve escolher a que melhor se adapte ao seu gosto. É importante salientar que os aficionados mais experientes preferem sentir o gosto do tabaco, portanto, não degustam bebendo, principalmente quando vão experimentar um charuto novo, ou mesmo um exemplar que faz muito tempo que não degusta. Como no Brasil o whisky tem sido o preferido entre os aficionados, a dica é escolher um single malt. O corte – Alguns charutos já estão prontos para serem degustados, porém, o normal é que eles estejam com a cabeça fechada, o que exige seu corte. Temos três opções para cortar a cabeça do charuto: guilhotina, tesoura e furador. Se escolher uma guilhotina, dê preferência para as de duas lâminas, pois cortam melhor e uniformemente que as de lâmina única ou de corte em “V”. As tesouras devem ser apropriadas (evite usar as tesouras comuns). Os furadores também são próprios. Alguns isqueiros são acompanhados de furadores, o que facilita o trabalho. Todos os cha-


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rutos podem ser cortados com guilhotinas e tesouras, enquanto que apenas os de cabeça regular (corona, robusto, panetela, Churchill, etc) podem ser abertos com furador próprio. Usando guilhotina ou tesoura, o corte deve ser proporcional ao calibre e tamanho do charuto, e deve ficar uniforme. Em qualquer um dos casos, envolva o charuto com uma das mãos, deixando apenas a cabeça de fora, e tenha calma: corte ou perfure com cuidado para não desenrolar a capa. Acendendo o charuto – Tenha sempre em mente que o sabor de um charuto pode ser influenciado pelo jeito de acender. Você pode utilizar fósforos próprios ou isqueiros de gás butano. Os fósforos para charutos são encontrados em tabacarias, tendo como característica principal o fato de serem longos. Os isqueiros podem ser os de chama ou do tipo maçarico, sempre com gás butano, uma vez que os isqueiros com fluídos podem transmitir um odor desagradável ao tabaco. Tanto com fósforo quanto com isqueiros, o charuto deve ser inclinado sobre a chama, sem deixar encostar no fogo. Gire-o até ficar em brasa. Leve-o à boca e depois de puxadas suaves, ainda girando o charuto, dê uma puxada mais forte diretamente sobre o fogo, de maneira que promova uma chama. Caso o charuto acenda de forma irregular, você pode continuar degustando que ele se acertará sozinho, ou se preferir, promova novo contato com a chama para que ele comece a queimar uniformemente. É importante saber que a fumaça do charuto não deve ser tragada, como é o hábito dos fumantes de cigarros. Lembre sempre que ao acender é o charuto quem gira na sua mão e não o isqueiro, como é hábito de alguns. Tempo entre cada baforada – O charuto deve ser degustado lentamente. Os formatos mais comuns (corona e robusto) levam entre 35 e 50 minutos, entretanto, existem formas que levam cerca de duas horas para queimar. Entre duas puxadas, o ideal é que o tempo seja o mais longo possível, mas que não deixe o charuto apagar. Quanto maior o tempo entre uma baforada e outra, você poderá degustar mais o sabor do tabaco e não esquentará muito o charuto,

o que o tornará apimentado, prejudicando o sabor original. Apagando o charuto – O charuto deve apagar-se sozinho, num cinzeiro próprio. Após o prazeroso ritual que nos proporciona é justo que o deixemos “descansar em paz”. Do contrário, se o pressionarmos contra o cinzeiro ou apagá-lo com líquidos, “ele se vingará”, produzindo um odor forte e bastante desagradável. Conservação – Para conservar os charutos, há necessidade de um local apropriado, que mantenha uma temperatura em torno de 15 a 20ºC, umidade em torno de 70%, e pouca luz. O ideal é uma caixa forrada de cedro que feche hermeticamente (umidor), e com equipamentos próprios para manter as condições exigidas. Não existe consenso sobre o tempo de durabilidade de um charuto. Existem casas especializadas que guardam charutos por muitos anos sem que eles percam suas qualidades. O ambiente de guarda dos charutos (umidor) deve ser limpo periodicamente. Existem soluções prontas vendidas por fabricantes de máquinas umidoras, mas você pode usar vinagre branco diluído em água. A dica é enxaguar com muita água corrente e deixar secar ao sol, evitando mofo. Faça isso pelo menos uma vez por mês. Saiba que a naturalidade é a marca de um aficionado. Um charuto deve ser degustado apenas pelo prazer, sem exibições desnecessárias ou gestos exagerados. Agir de forma simples permite maior concentração em relação às qualidades do charuto. Só assim é possível absorver as melhores características de uma queima perfeita, descobrindo os sabores e sentindo os aromas, além do que, denota a diferença entre um dégustateur e um fumador comum.

Godofrêdo Chaves Sampaio é médico, escritor, aficionado por charutos e alta gastronomia. Membro e ex-presidente da Academia Jundiaiense de Letras.

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Passat CC

conforto e desempenho para agradar pessoas exigentes Texto: da Redação | Imagens: divulgação

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Maciez, conforto, beleza e elegância. É isso o que o Passat CC oferece. Dentro dele, a sensação é de se estar flutuando. Mas, cuidado para não sair do chão, afinal, motor para isso ele tem.

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em fazer muito alarde, a Volkswagen está trazendo para o Brasil, desde março do ano passado, o Passat CC, um modelo que tem como essência, a harmonia de conceitos bem diferentes, aliando esportividade e elegância em um cupê com quatro portas. Produzido na fábrica de Emden, na Alemanha, o modelo tem design inovador e toda a tecnologia da marca alemã. Apresentado no Salão de Detroit em 2008, o modelo chegou ao mercado brasileiro como um dos mais sofisticados da linha de importados da Volkswagen no Brasil. O Passat CC conta com toda a base técnica do modelo sedan, que já tem seu sucesso comprovado há mais de três décadas. A personalidade do novo modelo foi inteiramente descrita na carroceria que ganhou um novo desenho e uma silhueta de linhas fluidas. O teto estende-se em raio plano desde o pára-brisa até a traseira. Um dos traços característicos do design do modelo é a acentuada linha arqueada que corre pelas laterais, logo abaixo das janelas e acima dos arcos das rodas dianteiras e traseiras. Outra novidade introduzida como opcional por esse cupê é o teto panorâmico de vidro que aumenta a sensação de espaço e proporciona uma vista ampla. Design, requinte e conforto O desenho do Passat CC não se destaca somente pelas linhas de sua carroceria. Vários detalhes visuais aumentam a sensação de requinte inerente ao modelo, como os faróis bi-xenon direcionais com lavador e ajuste automático de altura, os frisos cromados no contorno das janelas, na grade dianteira, nas laterais e no párachoque traseiro e a dupla saída de escape com ponteiras cromadas. O cupê traz também o jogo de rodas de liga-leve de aro 18”, modelo Interlagos. A parte interna foi cuidadosamente elaborada para oferecer o máximo em con-

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forto. O novo Volkswagen traz forração de couro, volante multifunção esportivo com três raios e detalhes cromados, bancos dianteiros esportivos com ajustes elétricos e memória de posição para o banco do motorista, rádio CD-Player MP3 com entrada multimídia para fontes de áudio externo, ar-condicionado Climatronic de duas zonas e apoio de braço central para os ocupantes dos bancos da frente. O Passat CC oferece amplo espaço para os ocupantes, porta-copos central com cobertura escamoteável e apoio de braço central. Já o porta-malas do modelo pode acomodar até 452 litros de bagagem. Tecnologia com total prazer ao dirigir O nível de tecnologia empregada no Passat CC torna tudo muito simples para o condutor, que, se preferir, pode comandar as trocas de marchas por meio das teclas alojadas no volante, em vez de optar pelo modo de seleção automática. O display multifunção indica a ocorrência de eventuais inconvenientes, como a perda de pressão dos pneus e permite diversas visualizações e configurações. Já o retrovisor interno, com antiofuscamento automático, preserva a visibilidade adequada do condutor, enquanto a função “coming home/leaving home” dos faróis mantém as lâmpadas acesas, mantendo o caminho iluminado para que o condutor vá do carro para casa ou para que ele saia de onde está e se aproxime do modelo com maior segurança. O Passat CC também conta com o freio de estacionamento eletrônico, com função “auto hold”, que mantém o veículo estático enquanto o pedal do acelerador não volta a ser pressionado o que evita que o condutor tenha que manter o pedal do freio acionado. Também possui sensor de chuva e piloto automático. Segurança em evidência O novo cupê da Volkswagen traz de sé-

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rie, um pacote completo de itens de segurança. Seus pneus especiais Conti-Seal nas medidas 235/40 R18, por exemplo, não apenas garantem a aderência ao piso, mas também contam com proteção interna contra perfurações de até cinco milímetros. O Passat CC têm airbags frontais de duplo estágio de abertura, laterais e do tipo cortina e dispositivos eletrônicos que mantém a pilotagem segura, o que é garantido pelo sistema de freios ABS, pelo controle de tração (ASR), pelo controle de estabilidade (ESP) e pelo bloqueio eletrônico do diferencial (EDS). Para um modelo tão completo, a lista de opcionais acaba sendo reduzida: teto de vidro panorâmico com abertura angular, insertos internos em madeira e pintura metálica ou perolizada. Potência de sobra Para um “sóbrio” sedan, o Passat CC esbanja potência. Ele vem equipado com o motor V6 3.6 FSI, sistema de injeção direta de última geração, o que lhe rende 300 cavalos de potência a 6.600 rpm e 35,6 kgfm de torque entre 2.400 e 5.300 rpm. Isso significa dizer que ao atingir as 2.400 rpm, ele despeja seu torque máximo, que continua disponível até as 5.300 rpm. Junte-se a essa usina de força, uma transmissão automatizada de dupla embreagem DSG Tiptronic de seis velocidades e a tração integral permanente 4Motion (tração nas quatro rodas) e você terá um sedan capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 5,6 segundos e de atingir os 250 km/h de velocidade máxima. Tudo com muito conforto, segurança e suavidade. Um carro tão exclusivo, merece uma venda especial. Assim sendo, a Volkswagen delegou a tarefa à sua rede de concessionárias Premium, especializada na venda de produtos importados com show room diferenciado e profissionais de vendas e assistência técnica capacitados para dar todo o atendimento necessário.

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FATshion

uma coluna indispensável para quem é plus size Texto: da Redação | Imagens: Marjorie Yamaguti

Quem acompanha o universo plus size já está acostumado a ver, praticamente todos os dias, um novo web site ou blog falando sobre esse tema. Porém, quando se achava que nada de novo podia surgir na internet, o portal iG lança a coluna FATshion, assinada pela jornalista Carla Manso e imprime novo fôlego ao assunto.

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“... Os pots que a coluna traz carregam um pouco da minha história para estimular as leitoras a buscar transformações interiores que se exteriorizem, independente do que indica o ponteiro da balança.”

uando o assunto plus size se tornar algo corriqueiro no Brasil e a mídia apresentar quem está acima do peso com a mesma naturalidade com que apresentava outros temas, quem acompanhou o desenvolvimento do que se pode chamar de “movimento plus size” certamente irá lembrar que alguns acontecimentos contribuíram muito para isso. O primeiro a ser lembrado será a aparição da top model internacional Fluvia Lacerda em diversos programas de televisão e, o segundo, será o dia em que um mega portal de internet, o iG, decidiu passar por cima da idéia comumente propagada de que “quem está acima do peso é doente e precisa emagrecer” e criou uma coluna de moda exclusivamente dedicada ao universo plus size. Assinado por Carla Manso, que além de ser jornalista, é fotógrafa, webdesigner e modelo, o blog contou com o apoio de toda a equipe de conteúdo do iG durante sua criação. “Senti que o pessoal do portal ficou curioso e entusiasmado com a notícia de que eu atuava no mercado também como modelo plus size. Não neguei interesse em escrever sobre o tema e cobrir eventos relacionados. Passado algum tempo a coluna estreou com uma matéria onde descrevo como foi desfilar e clicar para grifes deste setor”, comenta Carla. Desde sua estréia, a coluna publica informações sobre como se vestir, onde encontrar roupas e também descreve de forma sincera como é a vida de quem está acima do peso. Porém, segundo Carla, um assunto que para ela e sua coluna se tornou bastante importante é a questão do amor-próprio. “No FATshion, dou dicas de como se vestir e onde comprar, abro o jogo sobre a vida de modelo plus size e oriento as leitores que pretendem seguir a carreira. Trabalho muito o tema amor-próprio porque considero essencial para quem está acima do peso encontrar a vaidade e ser feliz ao lado de alguém que a ame e a aceite como ela é. Os pots que a coluna traz carregam um pouco da minha história para estimular as leitoras a buscar transformações interiores que se exteriorizem, independente do que indica o ponteiro da balança”, co-


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menta a colunista do FATshion. Carla diz que a periodicidade de publicação de notícias na coluna, por enquanto, se resume a dois pots semanais, mas ela comenta que isso não se deve ao desinteresse do público e sim à sua falta de tempo. “Gostaria de dividir experiências com as leitoras com uma freqüência maior”, confessa Carla. “Todos os dias recebo o retorno de quem acessa a coluna através de comentários no blog e da minha conta do twitter. Ver a resposta delas é bastante gratificante e fico honrada pela oportunidade de poder ajudar algumas meninas e mulheres vítimas do preconceito e, ainda, ajudá-las a alimentar seus amores-próprios”, diz Carla. As opiniões que Carla expressa em sua coluna são pessoais e reflexo de sua vivência profissional e pessoal, afinal, ela também é plus size. Carla acredita que a moda para quem está acima do peso ainda tem muito que fazer para se impor. “A moda plus size ainda bate muito à porta de eventos e não adianta só pedir licença. Embora o número de grifes tenham crescido, em geral, a ‘idade das peças’ não agrada as mais novinhas. É preciso que os fabricantes imprimam uma certa vitalidade e criem looks modernos.Uma bola na rede dentro deste universo foi a realização do Fashion Weekend Plus Size, em janeiro de 2010, na cidade de São Paulo, onde o trabalho das modelos plus size e o segmento receberam destaque do público a qual se destina”, comenta Carla. Indo ao encontro ao que Carla afirma ser necessário imprimir ao cenário da moda para quem está acima do peso, está a loja inglesa Evans, que convidou Beth Ditto para desenhar a coleção plus size da marca. “A Evans teve uma ótima sacada ao convidar a Beth para desenhar uma coleção. Não havia ninguém melhor do que a dona de um manequim 54, muito bem resolvida com suas curvas e considerada ícone de estilo pela irreverência ao se vestir, para incentivar demais marcas a também se arriscarem a estreitar laços com o público carente de peças grandes. A moda precisa de mais incentivos como o da vocalista da banda The Gossip”, afirma Carla.

“A moda plus size ainda bate muito à porta de eventos e não adianta só pedir licença. Embora o número de grifes tenham crescido, em geral a ‘idade das peças’ não agrada as mais novinhas. ...”

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“Considero um gênio quem comparou a Fluvia Lacerda à Gisele Bündchen, duas brasileiras de belezas exóticas que alcançaram o sucesso profissional, dentro de seus manequins.”

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E, indo de quem cria para quem desfila estas criações, Carla conta que no mercado internacional de modelos, o nome que mais tem chamado a sua atenção é o de Tara Lynn. “A Tara roubou a cena com a capa e recheio da revista Elle francesa, divulgada em março. A modelo quebrou regras ao aparecer como destaque de uma revista de moda mundialmente respeitada em um macacão de tamanho 48 e arrepiando no carão. Carão este, que ela deu a bater, já que, infelizmente, são muitos os desinformados que acreditam na saúde como um sinônimo de IMC (Índice de Massa Corporal) ideal, assim como são muitos os preconceituosos e os única e exclusivamente simpatizantes do movimento semianoréxico do mundo da moda”, diz Carla. E, por falar em quem está fazendo sucesso lá fora, Carla fala sobre Fluvia Lacerda também. “Considero um gênio quem comparou a Fluvia Lacerda à Gisele Bündchen, duas brasileiras de belezas exóticas que alcançaram o sucesso profissional, dentro de seus manequins”, celebra Carla. Ligada ao mundo da moda para quem está acima do peso, Carla Manso não deixa de notar a explosão de modelos plus size que está acontecendo no Brasil, mas ela afirma que não basta estar acima do peso para ser modelo. Atuar nesta área, segundo ela, requer, antes de mais nada, atitude. “Ser modelo é também uma questão de atitude. Não basta ser ‘gordinha’ e saber posar diante de uma lente. Ter as curvas assumidas, cuidar muito bem da pele, dos cabelos, ter um olhar diferenciado, um sorriso cativante e uma bela postura são fundamentais para que se atinja o sucesso, por isso são tantas as garotas que tiveram apenas uma oportunidade ou outra dentro do mercado”, esclarece Carla. Para quem não a conhece e acredita que as opiniões que Carla Manso em sua coluna são meras divagações de alguém que assiste a tudo “pela janela do carro”, está na hora de mudar de idéia. Esta jornalista de 23 anos tem muita história, alegre e triste, onde apoiar suas opiniões. “Para mim não foi fácil assumir o peso diante do espelho. Eu passei por muitas provas


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até atingir este nível de envolvimento que tenho com as minhas curvas”, desabafa Carla. “Sofri, chorei, me desgastei... Tive sonhos, ilusões, frustrações e consideravame o auto-retrato do fracasso por não conseguir manter o peso intitulado como o ideal pela mídia. Hoje, tenho orgulho de pesar 87 quilos, ter 1,70 de altura e usar manequim 46 ou 48. A vida me ensinou a amar meu braço gordo, branco e forte, mas capaz de carregar meu filho e o trazêlo para perto do meu coração. Ela me ensinou a amar minhas pernas, até então intituladas como moles e vergonhosas, como capazes de me fazer andar e conhecer o mundo. Ela também me ensinou a amar a minha barriga, que ganhou estrias durante a gravidez e hoje só me traz satisfação, porque teve participação fundamental na formação daquele que hoje mais demonstra amor por mim e alimenta minha alma da sede de vencer: o meu filho”, diz Carla. “Diante do dado divulgado pelo IBGE em 2004, de que existem cerca de 39 milhões de adultos acima do peso no Brasil, acredito que minha coluna tenha entrado na minha vida como um presente de Deus”, diz Carla. Quando perguntamos a ela como sua coluna se destacará frente a tanto material existente para o público plus size, ela diz que “são muitos os meios pelo qual a mídia entra em contato com quem está acima do peso atualmente, e, vejo dicas de beleza, divulgação de grifes e eventos especializados para este público. Mas, qual deles têm a consciência de que através das palavras, fotos e vídeos, podemos ajudá-las a aceitarem suas formas para construir uma vida sem sofrimentos, de paz? Enquanto a mídia divulga que a ‘gordinha’ pode ser bonita, se vestir bem e oferece produtos à ela, eu a ensino a encontrar esta beleza e se cuidar, de maneira natural, através de depoimentos e reflexões” conclui Carla Manso. Visite a coluna FATshion e troque suas opiniões com Carla Manso, acesse a coluna através do endereço eletrônico http:// colunistas.ig.com.br/fatshion. Carla nos disse que adora receber e acompanhar os comentários das pessoas.

“Sofri, chorei, me desgastei... Tive sonhos, ilusões, frustrações e considerava-me o auto-retrato do fracasso por não conseguir manter o peso intitulado como o ideal pela mídia. ...”

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Nota da redação: A revista Sem Medida, além das matérias que faz, apresentando aos leitores confecções e lojas que produzem e comercializam vestuário plus size, passa a publicar, também, ensaios fotográficos apresentando tendências de moda. Para ter suas coleções publicadas, entre em contato através do e-mail: contato@semmedida.com.br

Tendências

Lepoque apresenta suas criações para o inverno Texto e Imagens: divulgação

Com estampas que retratam as peles de animais, cores alegres e botões de diversos tamanhos e estilos e muitos acessórios, esta coleção vem para modernizar ainda mais a moda em tamanhos grandes, dando a ela um ar mais jovial, alegre e sensual. Ela utiliza, em sua variedade, peças funcionais que podem ser usadas em ocasiões formais e mementos de descontração, pois são elegantes e confortáveis. Lepoque na internet: www.lepoque.com.br



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Acupuntura

uma tradição chinesa que se espalha pelo mundo Texto: da Redação | Imagens: Arquivo entrevistada

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Apesar de ainda estar coberta por uma aura de desconfiança por parte da classe médica e pela população em geral, a acupuntura vem ganhando adeptos em todo o Brasil, comprovando o que o Oriente já sabe há milhares de anos.

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acupuntura é aceita e bastante utilizada como prática terapêutica em diversos países ocidentais. No Brasil, porém, sua disseminação encontra resistência entre a classe médica, que se apega no fato de não existir uma formação acadêmica convencional para o profissional que a aplica. Já entre as pessoas comuns, um dos fatores que impedem seu crescimento é a falta de informação, apesar do fato de que muitos convênios médicos já incluirem a acupuntura entre suas coberturas. Atualmente, para ser um acupunturista, o profissional deve ter no mínimo uma formação para-médica, conhecimentos de anatomia e fisiologia e um curso específico em acupuntura. Além de o profissional ter uma preparação acadêmica, antes de clinicar, é preciso que ele esteja ciente, e que informe a todos os seus pacientes, que acupuntura não cura tudo, nem é indicada para qualquer pessoa. “Existem várias contra-indicações”, alerta Aparecida Enomoto, acupunturista e fisioterapeuta, com especialização em UTI respiratória e que, além de tudo isso, cursou seis anos de medicina chinesa na Academia Tradicional de Beijing. “No caso de um paciente em tratamento de quimioterapia, por exemplo, ele só deve fazer acupuntura sem a utilização de agulhas. Já as grávidas podem fazer, mas com algumas restrições. Existem alguns pontos próximos do pulmão e um ponto no mediastino que não são indicados”. Como optar pelo tratamento Mas não basta a disposição de uma pessoa para que ela passe a fazer um tratamento através da acupuntura. Segundo Aparecida Enomoto, qualquer acupunturista sério fará, em primeiro lugar, uma entrevista com seu candidato a paciente, e através do resultado deste, que podemos chamar de diagnóstico, o terapeuta definirá o tratamento. Com a intenção de obter o melhor quadro possível, o profissional também leva em consideração, além das queixas do paciente, algumas outras informações, como, por exemplo, suas preferências de

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sabor e cor. Faz uma leitura visual da pele, da língua e pressiona determinados pontos de concentração de energia, além de um exame minucioso do pulso. Uma vez determinado o problema, se inicia o tratamento. Nunca é possível definir quando tempo ele irá durar. Tudo depende da idade, da patologia e de como os resultados irão se manifestar. O máximo que um profissional sério pode fazer é dar ao paciente uma previsão, mas nunca determinar início, meio e fim do tratamento categoricamente, pois cada caso é um caso. Já o valor cobrado irá depender do profissional, que pode variar de R$ 80,00 a R$ 230,00 cada sessão. Se você se interessou pela acupuntura e deseja saber um pouco mais dessa medicina milenar e sobre a acupunturista Aparecida Enomoto, entre no web site www. acupunturaenomoto.com.br. Acupuntura e o câncer de mama Milhares de mulheres lutam contra o câncer de mama todos os anos. Este é o tipo de carcinoma que mais atinge as mulheres em todo o mundo. No Brasil, a data oficial de combate ao câncer de mama é 29 de abril e é marcada por muitos eventos e campanhas de prevenções. Uma das formas de amenizar os sintomas do tratamento que tantas mulheres sofrem é com a acupuntura. A técnica é muito eficiente na redução de efeitos colaterais no tratamento de câncer de mama. Sintomas como náusea, vômitos, transpiração excessiva, queda da imunidade, depressão, tristeza, calores são bem controlados com a acupuntura, além da diminuição da dor e efeitos colaterais da quimioterapia que sempre incomodam as mulheres nesse período de recuperação. A acupuntura melhora o sono, aumenta os hormônios da alegria (serotonina e endorfina) e reduz os sintomas da medicação obrigatória por 5 anos, explica Aparecida Enomoto. Segundo ela, a acupuntura traz outros benefícios para as mulheres que fazem o tratamento, como, por exemplo, o aumento da sensação de bem-estar, mais energia e disposição.

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Música

os encantadores violão e voz de Bruno de La Rosa Texto: da Redação | Imagens: divulgação Na foto, sentado com o violão, Bruno de La Rosa e ao seu lado, em pé, Gerson Conrad, um dos integrantes do grupo Secos e Molhados.

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Um jovem, de apenas 22 anos, vem deixando os críticos encantados com sua cultura musical, estilo, desempenho e talento ao violão, interpretando o que há de melhor em nossa MPB

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runo de La Rosa é um profundo conhecedor da música brasileira e inclui em seu repertório, músicas de Toquinho, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Francis Hime, Edu Lobo, entre alguns dos grandes ícones além de outras canções de sua autoria. Mas ele não é um novato. Em 2006, realizou o show “Reencontro”, no Teatro Municipal de Santos, gravando DVD, e em seguida, ganhou o Troféu Brás Cubas de melhor cantor da Baixada Santista. Em 2007, defendeu o samba “Chá de Sumiço”, de seu parceiro Valdir da Fonseca, no “I Festival de Samba Paulista” e ganhou o 3º lugar no TUCA, em São Paulo. Realizou o show em homenagem a Antônio Carlos Jobim. Visando o aprimoramento acadêmico, entrou na Escola de Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi e na Universidade Livre de Música. Em 2008, fez aberturas de shows de Francis Hime, Gerson Conrad (ex-Secos &

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Molhados) e passou a escrever arranjos, compor novas canções e realizar gravações com nomes importantes, tais como Bocato. Em 2009, iniciou a preparação do Songbook do Toquinho. Além de shows no SESC e eventos empresariais, ele se apresenta toda segunda quarta-feira de cada mês na casa de show AO VIVO MUSIC (www.aovivomusic.com.br) em Moema, São Paulo. Em 20 de novembro, Bruno De La Rosa venceu o II Festival de Música de São Vicente defendendo a canção de sua autoria “A Grande Senhora”, no Centro de Convenções de São Vicente, em São Vicente – SP. O festival, com mais de 300 canções inscritas, sem dúvida, engrandeceu a conquista desse jovem talento. O cantor e compositor Guilherme Arantes fez o show de encerramento do Festival. E para terminar o ano bem, Bruno ainda ganhou os prêmios Plínio Marcos de melhor cantor e de melhor instrumentista do ano (Santos-SP).


Jรก estรก na hora de deixarmos as nossas diferenรงas de lado... Afinal,

todos precisamos de um lar.

Uma mulher linda e com curvas de verdade.

Lute contra o aquecimento global. Ajude deixando de ler em papel.


Crenças

às vezes aquilo que pensamos pode atrapalhar Texto: Tânia Sanches | Imagens: Wikimedia Commons Arquivo da entrevistada

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omos aquilo que pensamos e vivemos aquilo que acreditamos. E isto pode favorecer a busca da concretização de sonhos, metas ou não. Ao longo do caminho que percorremos na vida, vamos acumulando uma série de informações em relação aos acontecimentos que nos ocorrem, ao mundo, às pessoas e sobre nós mesmos. A cada momento que passamos da fase infantil para a fase adulta, nossa mente vai gravando o que nos é enviado em forma de palavra, pensamento, ação e isto ocorre independente do resultado que irá promover. Para vivermos, necessitamos de receber informações e nossa mente não filtra os dados que lhes são passados pelo ambiente,

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cultura ou educação. Ela simplesmente arquiva em nós para que possamos utilizar quando necessário. Vamos criando assim um arquivo interno de regras, dados ou informações que criam estados mentais, que por sua vez vão moldando nossa vida e determinando nossa realidade. A estes estados mentais damos o nome de crenças. As crenças são uma tomada de posição que temos na vida e na qual acreditamos como sendo verdadeira, sem ter a certeza ou prova disto. Elas são herdadas ou assimiladas de muitas fontes que temos acesso como os ensinamentos de nossos pais, a escola, a representação de pessoas importantes a nós, bem como de trau-


Wikimedia Commons/Irish Typepad

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mas vivenciados. É através desta bagagem que olhamos para todas as situações de nossa vida e nos posicionamos frente a elas. Elas são a nossa verdade e estão tão enraizadas dentro de nós que raramente conseguimos perceber as mesmas regendo nossa vida. Imersos em uma rotina, dificilmente conseguimos perceber o quanto ela está determinando o que vivemos e como vivemos, o nosso comportamento em relação a um determinado assunto, as nossas reações padronizadas, as quais, muitas vezes e orgulhosamente chamamos de “traço de personalidade”. Podemos dizer então que as crenças são uma “constituição da vida de uma pessoa”, pois elas formam leis que determinam o que podemos ou não ser, fazer ou ter. É um sistema de regras internas que vai permitir ou não, a satisfação de um objetivo, a conquista de um sonho, a realização de algo que realmente queremos. Elas é que vão autorizar ou não que tenhamos uma vida plena, pois, elas ditam o que é certo, errado, o que pode ou não ser feito de acordo com tudo que vivenciamos. Interpretamos a nossa vivência diária de acordo com este conjunto que infelizmente não é tão racional e consciente assim. Na maior parte do tempo, não temos noção do quanto elas estão nos limitando de sermos felizes, limitando nossa atuação na vida. Cabe a nós decidir sobre as mesmas e assimilar crenças novas que nos favoreçam na busca de nossos objetivos. Felizmente, podemos trabalhar para reforçar as nossas crenças positivas, pois todas elas são assimiladas em nosso cérebro através de palavras que acreditamos serem verdadeiras. Mudando o padrão de palavras associadas em nossa mente, podemos nos fortalecer como pessoas. Existem dois tipos de crenças: as limitantes e as fortalecedoras. As crenças limitantes bloqueiam a realização de nossos objetivos e o encontro da felicidade e as crenças fortalecedoras nos impulsionam a agir, pois elas nos mostram que o passado não é igual ao futuro e sempre existe um jeito de as coisas acontecerem a nosso favor, desde que estejamos comprometidos

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para que isso venha a acontecer. Se você possui em sua mente, crenças que dizem que você não nasceu para ser feliz, para ter sucesso, para deixar seu nome na história ou para realizar coisas importantes na sua vida, provavelmente não conseguirá se dedicar de forma eficaz para fazer as coisas acontecerem e nas primeiras dificuldades irá desanimar e desistir de ir atrás do que quer, pois você acredita nisto e qualquer coisa negativa que aconteça, vai somente reforçar o que você crê. Para que se esforçar se tem a certeza de que não chegará lá? Sem esforço, foco e determinação realmente são inevitáveis a concretização de algo. E isto só vai reforçar sua crença de fracasso. Por outro lado, se você possuir crenças que reforçam o seu direito de ser feliz, ter sucesso, amar e ser plenamente amada, bem como concretizar tudo que você se propor a fazer, com certeza vai se esforçar para chegar lá, dando o melhor de si, superando obstáculos, encontrando oportunidades e promovendo realizações. Isso vai promover e fortalecer sua crença de sucesso e o seu bem estar na vida. Blaise Pascal, filósofo francês, já descrevia o poder das crenças, em 1653, quando dizia “se você aposta acreditar em algo positivo o seu ganho é infinito, porém, se você aposta em não acreditar, o seu ganho é finito. Portanto, vale a pena apostar e acreditar em palavras, pensamentos e ações positivas, pois estes vão gerar crenças fortalecedoras. O poder das crenças gera uma onda de realizações e se você apenas acreditar que algo muito bom pode acontecer, você realmente pode se surpreender muito com os resultados.

Tânia Regina Sanches é psicóloga com pós-graduação em Administração de Recursos Humanos, especialização em Terapias Alternativas pelo Instituto Avathar e formada em Coaching pela Sociedade Latino Americana de Coaching.


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