Ed. 3 - Ano 1 - 04/2009

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REVISTA Ano 1 - Nº 3 - Abril de 2009 Revista mensal de atualidades para os assinantes e anunciantes do projeto Large Lovers

Carreira

Luis Calmon, um chef que não tem medo de arriscar Moda

VIsta-se bem sem deixar de ser quem você é Esporte

Golfe: um jogo para todos os pesos e todas as idades

Comportamento

Ele fez as malas e foi atrás de seus sonhos


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Falando para gordos e gordas de todas as idades por Roberto Paes Como vocês já devem ter percebido, Large Lovers ora fala para o público feminino, ora fala para o público masculino, sem perder de vista, é claro, assuntos que interessem a ambos os sexos. Porém, até o número dois, falamos sobre assuntos que interessavam a pessoas que estão acima dos 27 anos de idade. Neste número, direcionamos nossa atenção para pessoas mais jovens e temos assuntos que irão agradar a todas as idades. Nossa primeira entrevista é com o DJ Bruno Balbino, um jovem que toca desde os 14 anos de idade e agora decidiu seguir a batida de seu coração e mudouse para Londres. A segunda é com Luis Felipe Calmon, que deixou os volantes dos carros de corrida para abraçar sua outra “grande paixão”, a gastronomia. Ambos são exemplos de que fazer aquilo que se gosta é prazeroso e recompensador, nem sempre simples e fácil, mas que certamente faz bem à pele e ao coração. Na seção Gastronomia, descobrimos

um verdadeiro achado culinário, o Maria Brigadeiro, um ateliê que, além de brigadeiros convencionais, apresenta outras três dezenas deste doce tradicional. Apresentamos também as especiarias e os kits montados pela Dá Sabor que, além de agradar ao seu paladar, vão decorar a sua cozinha. Por fim, falamos com uma personal stylist, Paola Elide, que nesta edição dá dicas para que os gordos não saiam de casa sem esbanjar elegância e sensualidade. Na seção Turismo, nosso colaborador Breno Raigorodsky nos apresenta a Bolonha, uma cidade que vai agradar aos olhos e ao paladar e, ainda, Ricardo Coelho dos Santos estréia sua coluna dedicada a comentários sobre cinema e sua estreita relação com a gastronomia. Publicamos nossa receita do mês e nossa resenha de livros e concluímos a edição apresentando um esporte que todos os gordos e gordas vão adorar, o golfe. Boa leitura e navegação.

Ano 1 - Nº 3 - Abril de 2009 A revista Large Lovers é uma publicação eletrônica periódica editada pela Writers Editora e Comunicação Ltda., dirigida aos anunciantes e aos assinantes do projeto Large Lovers. Os artigos publicados aqui não refletem, necessariamente, as posições ideológicas da projeto Large Lovers e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Editores Roberto Paes e Francisco Reis contato@largelovers.com.br Jornalista responsável Francisco Reis (MTb: 14.887) freis@largelovers.com.br Comercialização Roberto Paes rpaes@largelovers.com.br

Writers Editora e Comunicação Ltda. Rua Prof. Guilherme Belfort Sabino, 1347 - Cj 112 - Jd. Marajoara - São Paulo - SP - 04678-002 Tel.: 55 (11) 3729-3534 ou 55 (11) 3628-4825 Web site: www.writers.com.br E-mail: contato@writers.com.br Envie suas colaborações para Large Lovers Para enviar mensagens com sugestões, críticas ou comentários ao conteúdo desta publicação, utilize o endereço contato@largelovers.com.br.

Assuntos desta edição e ainda...

4O DJComportamento Bruno Balbino é um

16LuisCarreira Felipe Calmon é um chef de

jovem que fez as malas e foi para Londres, em busca de seus sonhos.

cozinha que divide sua paixão pela gastronomia com a velocidade das pistas de corrida.

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Presentes

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Ponto de encontro

14 Cinema 15

Decoração

20 Turismo Moda 23 Paola Elide é uma personal stylist que assessora gordos e magros a se vestirem e a se sentirem bem.

Esporte 26 O golfe é um dos esportes que mais cresce no Brasil e para praticá-lo, não é necessário ter um tipo físico atlético.

29 Livros 30 Lição de casa

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Editorial


Revista Large Lover 4 Comportamento

Um sonho na cabeça, um CD no bolso e coragem para arriscar Quando se é adolescente, no meio de adultos, é impossível não ter que responder àquela pergunta de quem não tem algo melhor a dizer: “o que você vai ser quando crescer?”. No caso do DJ Bruno Balbino, pelo visto, a resposta deve ter sido “o mesmo que faço hoje”.

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que, no caso do Bruno, é continuar a ser disk Jóquei, DJ, e agitar as baladas que rolam pelo mundo afora. E ele começou cedo mesmo. Segundo ele, a descoberta da música eletrônica aconteceu aos 10 anos e, aos 13, começou a fazer suas festas de garagem com os amigos do colégio e aos 16 era o aluno mais jovem de um curso para DJs em São Paulo. “Fiz um curso de DJ, lembro até hoje de tudo como foi, inclusive que era o mais novo da turma. Desde então meu interesse foi crescendo mais e mais.”, diz Bruno e enfatiza que naquela época, como até hoje, teve muito apoio dos pais e que ele não foi apenas financeiro.


Bruno em ação numa badalada casa em São Paulo, e esperando o metrô em Londres (foto menor).

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Fotos: Roberto Paes e arquivo pessoal


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O menino de 13 anos cresceu bastante e os disquinhos de brinquedo viraram seu instrumento de trabalho e eternos companheiros de viagem.

Hoje, com 27 anos de idade, Bruno vive em Londres, onde está há 10 meses, vivendo com o irmão mais novo. Ele conta que nos primeiros dias “a coisa foi feia”, o inglês que aprendera na escola não dava pra nada e ele chegou a pensar em voltar para o Brasil. Outro par de meses passou, ele melhorou o domínio do idioma, acostumou-se, se é que é possível para um brasileiro acostumar-se, com o frio, arrumou um emprego no horário comercial e nos fins de semana faz o que realmente gosta de fazer: botar os ingleses para dançar. Parece um conto de fadas, não é? Mas Bruno faz questão de dizer que não. “No começo, explica Bruno, era super difícil conseguir tocar. Eu topava qualquer festa, desde batizado até velório, o importante era estar atrás das pick-ups, mesmo que não me pagassem”, confessa o DJ enquanto solta uma gargalhada que nos faz imaginar que ele talvez tenha tocado em velórios mesmo. “Com o passar dos anos, fui ganhando experiência, fazendo amigos na área e definindo o estilo que eu queria tocar. Aos 19 anos fiz minha primeira apresentação internacional. Toquei na Love Parade Tribute, na Colômbia, para

mais de 6.000 pessoas. Posso dizer que esta festa em Bogotá foi uma das mais marcantes da minha vida e que me rendeu varias idas a Colômbia até hoje e inúmeros amigos”, diz Bruno. Depois da Colômbia, onde já voltou para tocar muitas vezes, Bruno Balbino passou pela Espanha, onde também morou por algum tempo, e Alemanha, além das baladas brasileiras. Atualmente seu estilo de música eletrônica oscila entre o TechHouse e o Techno e, num contexto musical tão globalizado, Bruno faz questão de dizer que uma de suas maiores influências é o DJ brasileiro Mau Mau. “Poderia enumerar vários DJs que admiro e que me influenciaram muito, explica Bruno, mas vou falar apenas de um, que é o DJ Mau Mau. Sem dúvida, um dos melhores DJs que já vi atuando além de ser uma pessoa muito bacana e super atencioso.” A ida de Bruno para Londres foi bastante incentivada pelos pais e também pelo irmão, que vive lá há vários anos. Bruno diz que pretende completar sua formação acadêmica, terminando o curso superior de psicologia, ou iniciando uma nova carreira, desta vez no mundo da gastronomia, um universo com o qual


Em ação, Bruno parece o Octopus. Uma mão faz a mixagem, outra segura os CDs, com um ouvido escuta o som da pista e com outra a música que vai iniciar.

por muitos anos da minha vida, participava de campeonatos e tudo mais, mas desde 2007 que não treino, promete Bruno. Quando perguntamos a ele se ser gordo atrapalhou sua vida, ele responde que sempre foi assim e que isso nunca o impediu de viver e de realizar seus sonhos. Durante o tempo em que esteve com os pais, fez regimes, e diz que alguns o fizeram perder peso, outros “não serviram para nada”. “Hoje cuido da minha saúde e tento manter o meu peso num limite que me faça bem”, diz Bruno. “Nunca fui discriminado ou me senti alvo de piadas, nunca faltaram namoradas. Ser gordo me ajudava até no judô. Imagina alguém magrinho tentando me golpear”, ironiza Bruno. A única coisa que deixa Bruno profundamente irritado são os assentos dos aviões. “Meu único problema em ser gordo e que a classe econômica de qualquer companhia aérea tem bancos que parecem assentos de ônibus escolar de tão pequenos, o que faz um vôo intercontinental não ser tão agradável. Mas espero daqui a algum tempo, viajar apenas de primeira classe”, brinca Bruno.

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ele tomou contato em Londres e pelo qual está se apaixonando aos poucos. Mas tudo isso, é claro, sem deixar jamais de tocar. “Quero muito poder tocar pelo mundo inteiro, quem sabe um dia viver só da profissão de DJ”, explica Bruno. E ele faz o que pode para isso acontecer, a ponto de sempre ter CD com suas músicas no bolso. “Sempre que eu saio com os amigos para bares ou baladas levo comigo um CD meu. Quando chego no lugar já vou perguntando quem é o promoter. Tem que ser cara de pau”, sentencia Bruno Balbino. A receita parece estar dando certo. Em menos de um ano, ele já tocou em clubes famosos da Inglaterra, como o The Egg, 54, Hidden e em festas como Tilted Disco, Holic, Closer, Stand Out London. Mas nem só de música e festas vive um jovem gordo de 27 anos no país dos Beatles. Bruno diz que adora passear por Londres e seus arredores. No início visitou todos os pontos turísticos da cidade e quando está de folga, adora jogar vídeo game e passar horas matando a saudade de quem ficou no Brasil através da internet. Um esporte que ele sempre praticou e que, segundo ele, gostaria de retomar é o judô. “Eu fiz judô


Revista Large Lover 8 Presentes

A divina capacidade de reinventar o convencional

Quando o assunto é festa, o brigadeiro não pode faltar. Esse pequeno confeito sempre é o centro das atenções. Encanto que chamou a atenção de uma doceira de São Paulo que o transformou numa iguaria gourmet.


responsável pela reinvenção do brigadeiro, para a felicidade de todos nós, é a doceira Juliana Motter, que além de inserir novas técnicas culinárias ao preparo do doce, como, por exemplo, técnicas utilizadas na pâtisserie, apostou também no uso de matérias-primas selecionadas, como o chocolate belga para a receita tradicional e outros produtos, alguns deles importados da Itália, para a criação de mais de trinta novas variedades de brigadeiro.

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Fotos: divulgação


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“Adoro brigadeiro e sempre achei que a receita tradicional merecia novas interpretações que valorizassem ainda mais sua fórmula mágica”, explica a doceira Juliana Motter. Uma iniciativa que pelo visto deu certo e atrai chocólatras, noivas, estilistas, publicitários e festeiros e levou suas iguarias para eventos sociais. “O brigadeiro gourmet vai bem em qualquer ocasião, tanto na festinha infantil quanto em jantares e grandes recepções, pois agrada também ao paladar adulto”, afirma a doceira, que lançou na Daslu a moda de servir os seus brigadeiros em eventos diversos e não apenas em festas de aniversário. Os doces de Juliana têm sido requisitados em vernissages, lançamentos de livro, casamentos e festas descoladas da cidade. Entre esta infinidade de sabores estão os de chocolate branco e o amargo (noir), os Vanilla-Cockie (com fava de baunilha e cockies de chocolate crocantes), o Peanut-butter (de chocolate ao leite com manteiga e farofa de amendoim) e o de Ovomaltine (de chocolate com malte). E não pára por aí. Juliana também criou os de pistache, amêndoa, castanha de caju, coco, pinolli e nozes. E, ainda, a linha de etílicos, com brigadeiros com conhaque, run, amaretto e porto e a de exóticos à base de wasabi (raiz forte), gergelim, pimenta, gengibre e massala (especiarias italianas). Para comercializar suas criações, Juliana criou o Maria Brigadeiro, uma casa incrustada em uma simpática vila do bairro de Pinheiros, em São Paulo. Um lugar que confere charme e elegância ao brigadeiro. Isso porque, ao contrário de uma loja comum, só atende seus clientes com hora marcada para que eles possam degustar antes de decidirem o que vão comprar. Um momento em que os felizardos harmonizam os doces ora

com um espumante prosseco, ora com café, ora com vinho do porto. Depois, ainda com os sabores pipocando na boca, podese fazer o pedido e agendar a data para retirar ou para receber em casa. Além de caprichar na cozinha, o Maria Brigadeiro também é um primor quando o assunto é embalagem. Juliana explica que todas elas são customizadas e representam a identidade da loja. A “marmita”, uma das mais pedidas, é uma merendeira de metal com 15 ou 30 unidades, embalada em tecido floral ou de poás. Há também as caixas clássicas, ideais para presente, com 20, 25 ou 50 brigadeiros. Outra especialidade é o brigadeiro de colher, servido em potes de vidro de 30 e 100 ml, que já vem pronto para degustar, com uma delicada colher de metal. Depois de ver tanto cuidado na criação e na comercialização dos brigadeiros deste ateliê é impossível não pensar que eles devem custar uma verdadeira fortuna. Mas não é o caso. A marmita de metal, com 15 ou 30 brigadeiros, custa R$ 40,00 e R$ 70,00. Outra possibilidade na hora de encomendar é escolher uma composição com os brigadeiros que mais gostou. Para os mais gulosos existe a caixa com cem unidades que custa R$ 230,00. Se você já está com água na boca, ou quer proporcionar uma surpresa elegante e inusitada para quem você ama, o próximo passo é ligar e agendar a sua data de degustação. Para isso visite o web site da Maria Brigadeiro pelo endereço www.mariabrigadeiro.com.br ou ligue para o telefone (11) 30853687 ou 8381-6440. O endereço do ateliê é Rua Cristiano Viana, 67 – casa 11 – Pinheiros – São Paulo.

A criatividade não tem limites. As combinações de sabores deixam qualquer chocólatra na dúvida. Para resolvê-la, uma caixa com diversos sabores a um preço bastante acessível.


Comece o fim de semana bombando

Comece o fim de semana em alto estilo, numa balada agitada pelos melhores DJs e repleta de gente transada.

Vanessa Cris, à direita na foto, promoter da noite Heat, aproveita a noite para fazer o que mais gosta: dançar, fazer novas amizades e promover grandes baladas.

Revista Large Lover 11 Ponto de encontro

Fotos: divulgação


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DJs como Mau Mau, Anderson Noise e Renato Cohen são apenas alguns dos nomes que podem ser encontrados embalando a noite daqueles que escolhem a SPKZ para começar o fim de semana em alto estilo. Para quem quer se divertir, sozinho ou acompanhado, curtindo os melhores hits do momento com DJs de alto nível, alguns com experiência internacional, como Bruno Balbino (veja entrevista na página 4 desta edição), recém-chegado de Londres, o SPKZ (se fala speaks) é um ótimo lugar. Localizado na Vila Madalena, um agitado point paulistano, a casa possui três ambientes, que permitem curtir em uma área aberta, no andar superior. Para escutar um som de alta qualidade, mas ainda em um volume mais baixo, ideal para começar a entrar no clima, o lounge, no segundo andar é um bom local. Dá até para sentar, e ficar pertinho do bar e daquela pessoa especial. Depois de “tomar um ar”, se ambientar, entrar no clima da casa e se abastecer no bar do segundo andar, que serve desde água até wiskies importados passando por refrigerantes e energéticos, chegou a hora de cair na balada até o dia amanhecer. No andar térreo fica a pista de dança onde vários DJs se revezam com suas picapes e CDs. A iluminação é perfeita e

sincronizada com o ritmo, criando o clima ideal para curtir, dançar, ver e ser visto. No fundo da pista, um outro bar abastece a galera para que a temperatura não suba demais. O SPKZ existe há dois anos e toca música eletrônica (tech, electro e progressive house) que chega à casa pelas mãos de conceituados DJs, como Mau Mau, Anderson Noise e Renato Cohen, que fazem parte de alguns dos line ups do projeto de sexta-feira. A casa é freqüentada por pessoas que curtem boa música eletrônica, gente bonita e descolada que desfrutam de dois projetos: o Heat e o After Moon. O primeiro é um projeto de música eletrônica da promoter Vanessa Cris, que acontece todas as sextas-feiras, apresentando sempre os melhores DJs da atualidade. Esses artistas dispensam comentários por introduzirem o que há de melhor na e-music contemporânea. O After Moon é organizado por outros promotores e segue a mesma linha. A casa também oferece datas livre (quando não abre o


Revista Large Lover 13 No segundo andar, num ambiente mais tranquilo e acolhedor, é possível sentar-se, pedir uma bebida e, principalmente, fazer novas amizades ao som de um segundo DJ, o que facilita as azarações. Club), que podem ser utilizada para eventos de empresas, ou grupos O SPKZ é um club mais underground voltado para a música eletrônica e oferece um ambiente com a melhor qualidade de som e sound system que existe. Além de uma iluminação única, que também não se encontra em outros clubs de São Paulo, fora o público que frequenta, pois sabem que tipo de som irão encontrar ao virarem frequentadores dos projetos. O lounge é um ambiente diferenciado pois fica no piso superior onde tem outro bar e sofás para a acomodação das pessoas, a área externa é completamente aberta e somente utilizada como área vip para comemorações de aniversários que fazem reserva antecipadamente. NO SPKZ existe pessoas das mais variadas correntes, e tipos físicos, mas, principalmente, respeito a todas eles. “Em um mundo onde a aparência parece ser a coisa mais importante, no meu ponto de vista acredito que é mais importante o ´sentirse bem consigo mesmo´, seja gordinha ou magra o mais

importante é se sentir bem do jeito que é”, afirma a promoter Vanessa Cris. “Desvaloriza a inteligência e a cultura de uma pessoa quando ela da crédito somente para o ´quanto ela pesa´. Às vezes ocorre preconceito porque ela pesa mais que outras. Mas jamais no SPKZ você vai encontrar esse tipo de discriminação e falta de respeito com qualquer freqüentador. As pessoas não podem ser caracterizadas pelo peso e sim pelo que carregam de melhor dentro de si mesmas. É a única coisa que eu considero verdadeira e eterna no meu ponto de vista. O resto pode ser mudado se quiser. Você pode fazer uma dieta ou cirurgia para emagrecer, porém, o caráter não se muda, ou se tem ou não se tem”. SPKZ – Rua Inácio Pereira da Rocha, 109 – Vila Madelena – Telefone: (11) 3816-1694 ou 3816-1699. Entrada: com nome na lista: mulher, grátis, homem R$ 30,00. Sem nome na lista: mulher R$ 15,00 e homem R$ 40,00. Coloque seu nome na lista acessando o web site da casa através do endereço eletrônico www.spkz.com.br.


Foto: divulgação

O filme “A Festa de Babette”, que chegou a inspirar a criação de uma confraria gastronômica em São Paulo, mostra como pode ser prazeroso a preparação de um banquete, ainda que os convidados não dêem o devido valor aos pratos.

Um filme que agrada aos olhos e abre o apetite Revista Large Lover 14 Cinema

por Ricardo Coelho dos Santos magine-se no cinema, assistindo a uma cena mais ou menos assim: a pequena moça, com olhar triste e sofrido, mas paradoxalmente satisfeita, conferia na praia os vários itens de sua encomenda deixada por um navio: pratarias, louças, especiarias, codornas vivas e vinho de excelente qualidade. Não é a única vez que o cinema fez questão de mostrar um banquete. Alguns filmes retratam festas de encher os olhos com os pratos apresentados. Em …E o Vento Levou, vimos uma desesperada Scarlett O’Hara encher os olhos de cobiça por um merengue que merecia ser atacada pelos espectadores. Em Os Brutos Também Amam, vemos uma torta de maçã que, como disse o professor Murray Pomerance, na coletânea 1001 Filmes para ver Antes de Morrer, definiram mais o Velho Oeste do que “armas, gado ou aquele olhar distante e sonhador para o horizonte”. Vimos também o contrário, na apoteose do banquete de sapatos velhos no magistral Em Busca do Ouro, de Charles Chaplin. Mas o que acabamos de descrever foi um filme especificamente sobre um banquete. A história de uma moça que resolve gastar tudo o que ganhara na loteria para oferecer, em gratidão, seu empenho naquilo que ela fazia melhor: cozinhar. Sim, sua determinação era preparar um banquete digno de um rei para uma população pobre com velhos abandonados pela vida, cuidados zelosamente pelas filhas de um pastor que só isso pôde oferecer de herança. Eis A Festa de Babette, um lindo filme de Gabriel Axel, em que Bibi Andersson, que a nova geração nem sabe quem foi, faz uma ponta, e interpretado por atores excelentes, mas pouco conhecidos no meio artístico brasileiro, com exceção de Stéphane Audran, no papel principal. Ela já trabalhou com Luis Buñel em O Discreto Charme da Burguesia. Mas A Festa de Babette, rodado em 1987 na Dinamarca, baseado na bela história de Isak Dinesen (ou Karen Blixen, que já foi interpretada por Meryl Streep em Entre dois Amores), é um grande filme que mostra o que é realmente um banquete: um maravilhoso banquete. Seu preparo, numa cozinha minúscula e desaparelhada, os detalhes da apresentação e do serviço e a

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reação daquela pobre gente experimentando sabores nunca antes sentidos ou imaginados. O comportamento do general diante do que vislumbrou e experimentou foi icônico: ele só tinha visto tamanha qualidade nos melhores lugares de Paris. Pronto: contou-se o filme. Sempre tem um crítico engraçadinho que revela o final da história estragando o prazer de uma sensação nova e diferente. Mas o Titanic afunda no final, Jesus Cristo morre no filme e Superman salva o planeta. Não tem como esconder esses clichês. No filme, Babette faz um banquete. E agora, estraguei a surpresa? Mas o filme é exatamente isso: moroso no início, quase entediante, tudo para engrandecer a apoteose final: ela preparando a festa. Indescritível. É para se assistir muitas vezes e repetidamente: um espetáculo único, soberbo, fantástico e, para alguém como eu, angustiante: onde fica o restaurante mais próximo? Não quero saber de pizza: quero, sim, jantar com classe e vontade, acompanhado do melhor dos vinhos. Já se foi dito que não existe clássico da literatura sem mencionar detalhadamente o que se come. Os fãs de James Bond sabem que ele adora camarões, salada de abacate, ovos com bacon e peixe grelhado. Michel Zevaco, o autor de A Ponte dos Suspiros, detalhava minuciosamente cada refeição, e, não diferente, Alexandre Dumas descrevia o que Porthos comia enquanto flertava com a mulher do dono do cartório em Os Três Mosqueteiros. O cinema não é diferente, mas erros se cometem: em O Príncipe Caspian, ninguém sequer fez um lanche, apesar da equipe do filme ter se esbaldado comendo pizzas na Eslovênia. O filme não fez tanto sucesso, embora tenha sido bom! Valorizada por Fellini, celebrada por Peter Jackson, vangloriada por Francis Ford Coppola, o qual dizem que tem suas melhores idéias na cozinha, a boa comida será sempre uma estrela sem créditos, mas que chama mais a atenção que o trabalho da fotografia. Ricardo Coelho dos Santos, entre tantas atividades, é Secretário Executivo do Fórum Regional ES do Prominp, autor de livros de ficção e um cinéfilo irrecuperável.


Fotos: divulgação

Os chefs Humberto Monteiro e Cello de Vitto estão apresentando ao mercado uma linha de temperos artesanais que além de conferirem um sabor especial aos pratos que você vai preparar, também vão decorar a sua cozinha. egundo Humberto Monteiro, que também trabalha como personal chef, ensinando as pessoas os segredos da gastronomia, uma das maiores dificuldades de seus alunos era ter em suas casas os temperos requisitados para o preparo dos pratos escolhidos. “É claro que eu levava comigo os meus temperos, mas depois, quando eles fossem reproduzir as receitas, eram obrigados a sair correndo em busca dos temperos”, explica o chef. A idéia de criar a Dá Sabor e de fazer kits com os temperos praticamente nasceu desta necessidade, afirma Humberto, que além de simplesmente colocar temperos dentro de vidrinhos, decidiu, junto com seu sócio, dar um toque especial ao que ele passaria a oferecer aos seus alunos. Foi então que surgiram os “Armários de temperos”, móveis de madeira com capacidade para 28, 24 ou 4 frascos diferentes, e que, no caso do kit menor, é acompanhado de um moedor.

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As peças possuem um ótimo acabamento e além de guardar de forma organizada os temperos, ainda dão um toque na decoração da cozinha, seja apoiada em algum móvel ou mesmo fixada numa parede. Entre os temperos que fazem parte dos kits estão os tradicionais, como, por exemplo, alho, cebola, louro, mostarda, tomilho, curry, pimentas diversas e algumas misturas que são utilizadas na culinária tradicional de alguns países. Além de temperos, a Dá Sabor também tem uma linha de azeites, vinagres e sais temperados, chutneys e molhos. Todos os produtos estão disponíveis para aquisição através do web site www.humbertomonteiro.com.br/dasabor, onde se encontram as informações necessárias para realizar qualquer compra. Os móveis têm preços que variam entre R$ 130,00 para o kit de quatro especiarias, R$ 200,00 para o de 24 e R$ 180,00 para o de 28 frascos. Os preços dos azeites variam entre R$ 13,50 a R$ 14,50 a unidade e os vinagres entre R$ 3,50 e R$ 4,50.

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Temperos que aguçam o paladar e decoram a cozinha


Revista Large Lover 16 Carreira

Um chef que pisa fundo na cozinha e nas pistas Pilotar um fogão ou um carro de corridas são duas habilidades que Luis Felipe Calmon possui e que, segundo ele, para se fazer bem é preciso muito conhecimento técnico e, acima de tudo, uma grande dose de coragem.

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uis Felipe Calmon é um homem gordo, calmo e, como ele mesmo faz questão de dizer, quase careca. Outra de suas características é a timidez. No entanto, quando o assunto em pauta é gastronomia ou carros de corrida, ele se transforma e é capaz de conversar, sem parar, por horas a fio. Ele é descendente de italianos e conta que graças à mãe, à avó e alguns tios, desenvolveu sua paixão pela gastronomia e que, graças ao pai, encontrou lugar em seu coração também para a velocidade.


“Para ser um bom chef de cozinha é preciso ser meio ‘porra louca’, não ter medo de errar e jogar um prato na lata de lixo...”

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Fotos: Roberto Paes


“Quando se é descendente de italianos, fica fácil de se apaixonar pela boa cozinha. É algo que já se traz no código genético e que, num primeiro momento, faz a gente apenas se sentar à mesa para degustar e, mais tarde, arrasta a gente para frente de um fogão”, explica Luis. “Já o automobilismo é algo diferente. Trata-se de uma paixão cultivada, que vai ganhando lugar no seu coração com a mesma velocidade com que o carro devora a pista”, afirma Luis. Mas não se enganem pensando que correr ou cozinhar são tarefas fáceis. Luis conta que durante o tempo em que esteve atrás do volante, ele teve que aprender muito. Ao todo foram temporadas nas fórmulas 1600, Ford, 2000, Atlantic e na Fórmula 3. Uma experiência que exigiu dele um grande conhecimento técnico e, segundo ele, uma dose muito maior de coragem. Uma maneira de pensar que ele também aplica à gastronomia. “Acelerar um carro de corridas e preparar um prato não são coisas muito diferentes de se tratar. Para ser um bom piloto, você precisa de técnica e de arrojo. Para preparar um bom prato você precisa conhecer bem a técnica culinária, mas ao mesmo tempo, precisa de arrojo para tentar novas combinações e buscar novos resultados”, afirma Luis.

Uma doutrina divertida Atualmente, Luis e sua mulher, Adriana Santos, são proprietários e gerenciam a Orbacco Espaço Gastronômico, uma empresa que realiza cursos de gastronomia e bebidas para pessoas que querem aprender a dar seus primeiros passos na cozinha e para profissionais interessados em aperfeiçoar suas técnicas e conhecimentos sobre gastronomia. Além disso, através de sua empresa, Luis e Adriana oferecem consultoria para empresas do setor e exercitam suas criações. Recentemente Luis trabalhou para uma empresa de congelados e desenvolveu uma linha de produtos diferenciados para eles. Em outras ocasiões, ele criou um cardápio elaborado para o serviço de bordo de um jato particular. Em tempo integral, longe da cozinha experimental da Orbacco, os dois continuam a se dedicar à gastronomia, cozinhando para eles mesmos e para os amigos, que sempre encontram alguma novidade para comer. “Eu respiro gastronomia”, explica Luis. “Quando não estou na frente do fogão, tentando criar algo novo, estou assistindo programas sobre o assunto na TV, ou estou lendo sobre gastronomia, ou estou em alguma feira ou evento do setor.

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“Para preparar um bom prato você precisa conhecer a técnica culinária e ao mesmo tempo, ter arrojo para tentar novas combinações.”


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“Quando se é descendente de italianos, fica fácil de se apaixonar pela boa cozinha. É algo que se traz no código genético.”

Isso, ao contrário do que as pessoas podem imaginar, não me aborrece, pelo contrário, me faz feliz, renovado”. Para Luis Calmon é a falta desta “paixão” pela gastronomia que faz com que tantos chefs acabem cedendo à rotina de preparar pratos comuns, sem o toque pessoal deste profissional e isto faz, segundo ele, com que os restaurantes destes chefs se tornem comuns e irrelevantes no cenário gastronômico brasileiro. “Nos últimos anos, tornou-se fácil adquirir o conhecimento técnico necessário para se tornar um chef de cozinha e o glamour que a profissão alcançou faz com que as salas de aula fiquem cada vez mais lotadas”, comenta Luis Calmon. “Mas as pessoas que saem destes lugares se esquecem de que além de saber transitar na cozinha é necessário ter criatividade e, mais do que tudo, coragem para arriscar. Errar ou acertar faz parte da gastronomia”, afirma Luis Calmon. Um gordo de bem com a vida Trabalhar, ou melhor, viver cercado daquilo que gosta faz de Luis Calmon um gordo feliz. Além disso, outro motivo para sua

felicidade é amar e sentir-se amado. “Eu adoro minha mulher. Juntamos nossas panelas há muito tempo e a segurança que esta relação estável me traz faz com que eu seja como sou”, explica Luis. “Ambos nos preocupamos com a minha saúde, mas sem as paranóias que algumas pessoas têm quanto ao seu peso”. Luis afirma que sempre esteve acima do peso, desde o dia em que nasceu e um dos poucos momentos em que emagreceu foi para entrar no cockpit de um carro de corridas. Quando perguntamos a ele se em algum momento de sua vida ser gordo atrapalhou, ele afirma que nunca sofreu qualquer tipo de discriminação. “Pra ser sincero, afirma Luis, ser gordo é uma utilidade pública, afinal a gente vira ponto de referência para as pessoas indicarem onde fica isso ou aquilo. Algo do tipo: a loja que o senhor está procurando fica ali, perto do gordo careca”, explica Luis soltando uma gargalhada. “Agora, falando sério”, finaliza Luis Calmon, “sou muito feliz do jeito que eu sou. Gosto de estar ao lado da Adriana, reunir os amigos para jantar, tomar um bom vinho e terminar a noite fumando um charuto e uma infinidade de outras coisas que também gosto muito, mas que não me lembro agora”.


Revista Large Lover 20 Turismo

Pensando em viajar? Ent達o que seja para comer


Na foto maior, uma vista aérea de Bolonha e, no detalhe, o Palácio de Podestà, um dos vários pontos turísticos da cidade.

Você que faz viagens turísticas pensando no que vai comer e beber, está esperando o que para conhecer Bolonha? Por Breno Raigorodsky

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orque Bolonha é uma cidade maravilhosa muito antes de se sentar à mesa. É formada de uma classe de italianos que parecem terem nascidos todos na Inglaterra vitoriana, pois falam baixo, são extremamente solícitos e têm causas sociais a defender. Foi em Bolonha que se criou a primeira universidade do ocidente. É em Bolonha que se anda quilômetros de calçadas cobertas por arcos, que protegem o transeunte do sol escaldante do verão, das chuvas que caem entre estações, da neve e do vento frio cortante do inverno. É na Emilia Romagna, província do centro da Itália cuja capital é Bolonha, que por cinco décadas houve um experimento de gestão socialista, fruto da participação da sociedade emiliana na resistência ao fascismo. A gestão parecia eterna, tão bem sucedida era – com seus meios de transporte gratuitos para trabalhadores e estudantes em hora de rush, com seus sistemas de apoio ao agronegócio, ao pequeno estabelecimento produtivo, ao estudante sem posses – exemplo para todos os administradores da coisa pública no mundo inteiro. Sucumbiu à onda direitista que assola a “Bota” e o resto da Europa, mas não se apaga compromissos de tantos anos em pouco tempo. O povo de lá é mais vigilante do que o de acolá. Ao sentar-se à mesa, até o seu vinho mais famoso e medíocre – o lambrusco – mostra as suas qualidades. À mesa, Bolonha La Grassa mostra porque foi chamada assim pelos italianos de outras partes. Em pesquisa informal sobre gastronomia, os italianos foram chamados a se pronunciar sobre um concurso para eleger

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Fotos: arquivo Weekpedia


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Além do grande atrativo gastronômico proporcionado por Bolonha, não se deve deixar de lado sua arquitetura medieval, muito bem preservada.

a melhor comida italiana. Espertamente, a pergunta básica era “fora a comida de sua terra, qual é a melhor da Itália?” Resposta da esmagadora maioria – Bolonha. São especialidades reconhecidas como bolonhesas a mortadela, tortelini, a lasanha e o molho dito à bolonhesa, o ragu. Além da mortadela, o embutido cozido mais conhecido do mundo e um dos mais consumidos, com produção anual acima dos 18 bilhões de quilos, Bolonha é a capital da província mais famosa pelos seus embutidos, a Emilia Romagna. E lá que se produz o inigualável Culatello di Zibello, a copa piacentina, o salame de felino, presente em dicionários gastronômicos desde 1905, os presuntos de Modena e Parma, símbolo gastronômico da região, a medieval salama da sugo de Ferrara e os zampone e cotechinos de Modena. É possível especular sobre esta fama de boa de mesa, quando pensamos que a fartura opulenta saiu da mesa aristocrática e esteve acessível ao cidadão comum antes de qualquer lugar, como atesta uma carta dos últimos anos do século XVII, escrita por uma inglesa de nome Anne Miller Riggs, reproduzida num artigo de Angelo Varni “Bologna La ‘grassa’: uma storia tra mito e realtà”, em 11 de Março de 209) e traduzido livremente por mim: O almoço de hoje começou com uma sopa branca com macarrãozinho e parmesão finamente ralado na superfície, meia cabeça de porco bolonhês, muito bem assado e temperado, superior a qualquer carne de porco que tenha comido em nosso país; uma fritura muito bem feita, uma torta à moda francesa, um fricandè em navette, uma galinha deliciosa, a melhor que jamais comi, um quarto de carneiro assado, espinafre temperado à francesa, couve flor em trufa, temperado na manteiga e no aliche, um prato de mortadela; como sobremesa, a melhor uva branca que se pode imaginar, peras, nozes de tamanho e suavidade totalmente fora de costume. Esta mesma especulação, nos leva a uma outra constatação: o ambiente universitário precoce, reunia estudantes e professores de muitos lugares da Europa, propiciando um caldeirão criativo inédito.

Ele nos dá a pista de que a fama foi construída através de séculos de fartura e variedade, construída por elementos da agricultura, dos rebanhos e do mar. Localiza a fama por conta de acontecimentos que acompanham a história da cidade desde os primeiros anos do século XI. Como capital de uma região extremamente fértil desde então, já centralizava mercadorias de todo cinturão agrícola das margens do rio Pò, responsável por vasta produção de trigo, verdura, azeite, uva, ervas medicinais, e peixe que chegava à capital por Ferrara desde o Delta do Pò. Vinham marinados em vinho como a enguia ou fresco como o esturjão, os camarões e caranguejos, como as lulas e as ostras. Diz ainda o autor, que carnes bovinas e suínas frequentavam com surpreendente freqüência até a mesa dos menos favorecidos, para não falar da quintessência da culinária bolonhesa – os embutidos, considerados os melhores – “linguicinhas cruas ou cozidas, melhores do que qualquer outra do mundo, aguçam o apetite a toda hora” comenta um viajante francês do século XV. Há comentários por toda parte nos séculos XVI e XVII, feitos por viajantes franceses, ingleses e alemães. Portanto, maravilhas embutidas, massas excelentes, frutos do mar especiais, frutas, verduras, queijos, recebem você de braços abertos. Evidentemente, quem vai a Bolonha não é obrigado a ficar tomando Lambrusco só porque está lá. Em Bolonha, entre dezenas de osterias e enotecas, tem uma em funcionamento desde 1465, a Osteria Del Sole, onde você é lembrado por centenas de garrafas de vinho, que a Emilia faz fronteira com algumas ilustres regiões como o Piemonte, a Toscana, a Lombardia e o Veneto, com seus Barolo, Chianti, espumantes de Franciacorta, e Amarone respectivamente, alguns dos melhores vinhos do mundo.

Breno Raigorodsky é filosofo, publicitário, turista, juiz de vinho internacional. Consultor, escreve sobre, cinema, vinho e comida. Para contatá-lo e trocar dicas de viagem escreva para o e-mail: brenoraigo@gmail.com.


Mostre ao mundo quem você é de verdade Ao contrário do que afirma a propaganda de um refrigerante, imagem é tudo e para ajudar você a descobrir qual é a sua, nada melhor que um consultor de imagem.

ma gravata, um sapato ou então uma bolsa, enfim, qualquer pequeno acessório, faz uma grande diferença no conjunto do seu visual e, se eles não dizem ao mundo quem você é, suas relações sentimentais e profissionais podem se tornar mais difíceis e complicadas. Mas, felizmente, para dar um jeito nisso e “lapidar” seu visual, existem os consultores de imagem. Segundo Paola Chiarello, uma personal stylist, que trabalha em São Paulo, o visual de qualquer um pode ser trabalhado e

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Foto: repordução do quadro Homem com cachorro, de Fernando Botero


Fotos: Roberto Paes

ajustado para que ele, ou ela, atinjam seus objetivos. “Imagine, por exemplo, um cantor de músicas sertanejas que se apresente vestido como Luciano Pavaroti, usando um smoking. As pessoas que pagaram para assisti-lo ficariam na dúvida se erraram de lugar e foram parar numa sala de concertos líricos. Passar uma imagem errada para quem está à nossa volta afeta nosso dia-a-dia, abala nosso bem-estar e destrói a auto-estima”, afirma Paola. “É para acabar com isso que existem os consultores de imagem”, conclui a personal stylist. “Arrumar as pessoas” é uma tarefa que sempre agradou Paola, porém, por força do destino, ela acabou exercendo atividades que por mais de 20 anos a fizeram deixar o que gostava de lado. Mas, de alguns anos para cá, ela pôde voltar a se dedicar à consultoria de imagem e vêm atendendo diversos clientes que retribuem seus conselhos com uma boa dose de carinho e isso, segundo ela, lhe traz uma grande satisfação. “Grande parte do meu sucesso como consultora reside na compreensão de que cada um dos meus clientes é único. Todos eles têm medidas, estilos e personalidades diferentes e cada um precisa de um tipo de lapidação diferente”, diz Paola. “Ao final de uma consultoria, consigo perceber claramente que há uma nova pessoa diante de mim, alguém mais confiante, com um brilho em seu olhar que antes não existia e com a autoestima no topo do mundo. Poder enxergar isso nestas pessoas me deixa gratificada e muito feliz”. Ter acesso a um consultor de estilo não é um luxo reservado apenas para quem está com os bolsos cheios. Paola afirma que oferece consultoria a clientes de diversas classes sociais e de diversos pesos e medidas. “Tenho assessorado pessoas

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“Creio que o maior pesadelo de toda mulher é decidir o que vestir e com a falta de opções isso torna-se mais difícil.”

de todos os tipos e de ambos os sexos, desde executivos bem sucedidos a donas de casa, cada um deles com suas necessidades específicas”, diz a consultora. A culpa não é só deles

“Faltam lojas especializadas em roupas que valorizem as pessoas gordas, o que limita as opções para os meus clientes.”

“Não há como negar que a maioria das pessoas gordas, assim como muitos magros também, se vestem mal”, afirma Paola. “Mas, no caso dos que estão acima do peso, a coisa é mais complicada. Não existem lojas especializadas em tamanhos grandes em todas as esquinas da cidade e as que existem, às vezes praticam preços exorbitantes e a mídia especializada em moda raramente se preocupa em oferecer dicas para que os gordos possam se vestir bem”, questiona Paola. “A sociedade em geral cultua os corpos esbeltos e esguios e impõe aos gordos a tarefa de emagrecer. Ninguém, a não ser por algumas iniciativas semelhantes à da Large Lovers, se preocupa em dizer aos gordos que eles devem buscar a felicidade e a satisfação pessoal como são. Precisamos de campanhas do tipo gordinhos e gordinhas felizes venham para este clube, sejam chiques, felizes, sem estresse, vistam-se com roupas bonitas, que não os façam suar tanto e que não os façam parecer sacos de batatas”. E neste sentido, a consultora é categórica e afirma que se vestir bem está relacionado com bom gosto, com autoconhecimento. “O que uma consultora faz é ajudar o cliente a desenvolver estas qualidades, se ele ainda não as tem e, ainda,


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orientá-lo para que a mudança de imagem não lhe custe uma fortuna”, explica Paola. “O resultado do trabalho de um consultor competente pode ser visto no visual e, principalmente na atitude de seus clientes. Eu costumo avisar os meus que eles mudarão 30 anos em 3 meses e quando termino meu trabalho são eles que me dizem que suas vidas foram mudadas pelos próximos 30”, comenta a consultora. Paola explica que as mudanças nunca são as mesmas de pessoa para pessoa. Alguns de seus clientes dizem que se sentem mais seguros em seus ambientes de trabalho, outros se sentem abertos e confiantes para buscarem novos relacionamentos ou então se sentem melhores com seus relacionamentos atuais. “O que todos os que assessorei tem em comum é uma disposição nova para viverem suas vidas”, afirma Paola. Paola diz que as mudanças são mais sensíveis nas mulheres, principalmente nas gordas. Se para uma mulher que está dentro dos padrões aceitos pela sociedade a descoberta de si mesma é gratificante, no caso de uma mulher que está acima do peso esta vitória tem um sabor ainda maior. “Creio que o maior pesadelo de toda a mulher é decidir o que vestir pela manhã e isso, no caso de uma mulher gorda, com limitação de opções em seu guarda-roupas, deve ser mais frustrante ainda”, afirma a consultora. “Não consigo esquecer uma cliente obesa que me telefonou uma vez. Ela estava no meio de um jantar com seu marido e decidiu me ligar para agradecer pelo que eu havia feito por ela. Resumindo, a consultoria é uma grande terapia, que traz muitos ótimos resultados”, conclui Paola. Para as mulheres, segundo Paola, o que acontece de melhor

“Grande parte do meu sucesso como consultora é compreender cada um dos meus clientes como único.”

depois de uma consultoria é a descoberta de si próprias e isso transforma o mundo em volta delas. A consultora acredita que para as gordinhas isto deve ser libertador. Para ela e para as pessoas ao seu redor, que querem vê-la bem vestida com o cabelo em ordem, mostrando uma postura externa tão bonita quanto sua beleza interior. “Afinal, confidencia Paola, ninguém, mas ninguém mesmo gosta de estar ao lado de uma pessoa mal vestida, descabelada, com sapatos mal cuidados. Nossos cuidados pessoais refletem o cuidado com nossos colegas, com nosso trabalho, com nossa casa, e com quem amamos”, alerta Paola Chiarello. Falta de opções

“A sociedade em geral cultua os corpos esbeltos e esguios e impõe aos gordos a terefa de emagrecer.”

Um grande entrave ao trabalho de Paola Elide é a falta de lojas especializadas em roupas masculinas e femininas que valorizem o corpo de gordos e gordas, o que limita as opções de seus clientes. Segundo ela o que está sobrando no mercado de moda para quem está acima do peso são roupas que parecem “sacos de batatas”, sem opções os gordos acabam ou comprando roupas largas demais ou apertadas demais. A consultora recomenda que todos coloquem uma roupa e que não tenham medo de se olhar no espelho antes de sair de casa. “Troquem quantas vezes for necessário, amem-se, e valorizem-se, para isso enfeitem-se, vistam-se bem”, recomenda Paola. “Ser gordinha não é ser mal vestida. Geralmente as gordinhas tem belas pernas, rosto muito bonito, seios fartos, que precisam ser valorizados, com classe”.


Golfe: um esporte onde seu peso não faz diferença

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Ao contrário de outros jogos, onde agilidade e força física são essenciais, o golfe exige de seus praticantes outras aptidões, como, por exemplo, precisão e concentração.


e você está acostumado a praticar esportes em locais fechados e apertados, a primeira vista, um campo de golfe vai lhe causar a impressão de estar num horto florestal. Em seus milhares de metros quadrados há lugar para todo tipo de árvore, vegetação rasteira, bancos de areia, lagos e, é claro, um gramado muito bem cuidado. Um oásis colocado no meio da selva de pedra das grandes cidades que, além de agradar os seus olhos, atrai e se transforma no lar de inúmeras espécies de aves e outros animais silvestres. Só o fato de estar em contato direto com a natureza já é um motivo mais que suficiente para se tornar um praticante do golfe, mas as vantagens deste esporte não param por aí. Durante uma partida, que pode levar até 4 horas para ser encerrada, o jogador, enquanto dá suas tacadas e avança buraco após buraco, sem perceber, acaba percorrendo sem esforço exagerado de 8 a 10 quilômetros. Além do exercício físico imperceptível de uma partida de golfe, este esporte oferece também uma boa dose de exercício mental. A distância entre o ponto de partida e o buraco está repleta de armadilhas a serem superadas. Árvores, vegetação, grama alta, água, vento e ondulação do terreno são as barreiras que sua mente deve ultrapassar. Alguns golfistas dizem que neste esporte seu adversário é o campo e não seus amigos de jogo. E, neste sentido, esta batalha vai deixá-lo concentrado a ponto de esquecer qualquer problema do dia-a-dia e sumir com o estresse acumulado durante a semana.

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Fotos: Roberto Paes


Durante um jogo, a capacidade de concentração é um fator essencial para se obter um bom resultado.

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Mais popular do que você imagina No Brasil, o golfe é um esporte pouco divulgado e apenas aqueles que assinam alguns pacotes da TV a cabo, ou recebem sinal por satélite, podem se dar ao luxo de acessar notícias e assistir a torneios. Provavelmente, a maioria da população que sabe da existência do golfe lembra de Tiger Woods, um dos maiores nomes deste esporte, mais pelo comercial de lâminas de barbear do que pelos seus torneios conquistados. Já em outros países, a popularidade que o golfe atingiu é bem maior. Ele foi inventado pelos escoceses no século XIV e depois de cinco décadas chegou a ser proibido pelo parlamento porque passou a representar um problema aos interesses econômicos do país. Atualmente estima-se que existam mais de 61 milhões de praticantes deste esporte espalhados pelo mundo, a maioria deles nos Estados Unidos e no Japão. No Brasil, segundo a Federação Paulista de Golfe, o número de jogadores ultrapassa 25 mil pessoas e o número de apaixonados pelo esporte cresce cerca de 10% a cada ano. Números que crescem a cada dia graças às iniciativas semelhantes à da Federação, que mantém próximo ao aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, um campo público,

onde não é necessário ser sócio para aprender e praticar o esporte. Isso tem feito, pouco a pouco, que pessoas comuns deixem de ver o golfe como um esporte praticado por chefes de estado, presidentes e altos executivos de multinacionais. É claro que eles também jogam, mas, com os “campos de aluguel”, você também pode jogar. Nas instalações do FPG Golfcenter, aquele que se aproxima do esporte pode contar com um campo de nove buracos iluminados, possibilitando os treinos e jogos noturnos; um driving range, área do campo reservada ao aprendizado, com 36 boxes e 10 instrutores, alguns deles bilíngues; uma loja com todo material necessário para a prática do golfe, um bar e restaurante, vestiários e serviço de estacionamento. E, para quem não quer gastar logo de cara com equipamentos, eles podem ser alugados no local. Para quem se entusiasmou pelo golfe e quer aprender e praticar o esporte, a primeira providência é acessar o site do FPG Golfcenter pelo endereço www.fpggolfcenter.com.br. Lá você encontrará informações sobre o esporte, sobre o campo da própria federação, ou indicações sobre outros campos públicos localizados na cidade de São Paulo e em outras localidades.

Para não ficar boiando Para minimizar o trauma de participar de uma aula de golfe e não ter que ficar esperando o professor dizer o que significa este ou aquele termo técnico, a seguir, os principais termos e seus significados. Isso vai fazer você ficar mais à vontade no campo. Approach: tacada que leva ao green, geralmente uma distância entre 100 e 150 jardas (91,44 a 137,16 metros) do buraco; Birdie: acertar o buraco com uma tacada abaixo do par, Bogey: acertar o buraco com uma tacada acima do par, Bunker: bancos de areia que servem como obstáculo, Caddie: carregador de tacos, Chip shot: tacada curta, perto do green, Drive: primeira tacada a partir do tee. É também o nome do taco usado para tacadas de longa distância, Eagle: acertar o buraco com duas tacadas abaixo do par, Fairway: região no centro do campo, entre o tee e o green, Green: área onde fica o buraco, onde a grama é fina, compacta e aparada rente ao solo, Hazard: obstáculo (de água ou areia), Hole: buraco sinalizado por uma bandeira colorida,

Hole-in-one: acertar o buraco com uma única tacada, Iron: taco de ferro, usado para jogadas curtas, Par: referência da média de tacadas para embocar a bola. Cada buraco tem seu par e o campo tem um par total, Putt: tacada no green para atingir o buraco. O taco para esse tipo de jogada chama-se putter, Rough: local de grama mais alta e difícil de jogar, geralmente perto de árvores e arbustos, Stance: posição do jogador na hora da tacada, Swing: balanço do corpo para dar a tacada, Tee: local onde é dada a primeira tacada em cada buraco. Também é o nome do pino de plástico que sustenta a bola na primeira tacada, Wood: taco de madeira, usado para jogadas de longa distância, Yards: jardas. No golfe, as distâncias são medidas em jardas. Cada jarda equivale a 91,4 centímetros.


A cozinha e seus vinhos, de Saul Galvão, além de uma introdução contendo as explicações básicas sobre os vinhos tintos e brancos de vários países e suas combinações com diferentes receitas, traz 120 pratos de categorias diferentes (carnes, aves, peixes, frutos do mar, massas, entradas etc.) que, em princípio, podem ser feitos em menos de uma hora, numa cozinha normal, com utensílios e instrumentos comuns, desses que quase todo mundo tem em casa. Junto a cada receita, sugestões de vinhos que poderão complementá-la, com alguns comentários. São idéias para cada um ir testando e não imposições, totalmente descabidas quando se fala em cozinha e vinhos. Nesta obra de referência da Editora Senac São Paulo, gourmets e profissionais das áreas de bares, restaurantes e hotéis, as receitas apresentadas tratam de pratos que podem ser feitos em casa e experimentados em bons restaurantes. Os vinhos sugeridos são encontrados no mercado brasileiro. Enfim, um livro com receitas sofisticadas, mas nunca trabalhosas demais. Borbulhas – Tudo sobre Champanhe e Espumantes Aguinaldo Záckia Albert 1ª edição, 2008 Senac 168 págs., capa flexível R$ 45,00 É uma história muito interessante: na região francesa da Champanha, palco de guerras sucessivas e, porque especialmente fria, favorável à produção de vinhos brancos mais frescos e ácidos, o monge beneditino Dom Pérignon contribuiu para aperfeiçoar o depois célebre champanhe. Essa bebida espumosa e borbulhante ganhou a preferência da corte do Rei Sol, Luís XIV, e teve a sina de agradar também ao inimigo tradicional da França na época, a Inglaterra. Assim conquistou o planeta e se tornou, como aqui diz o autor, “a mais festiva das bebidas”. Esse livro propõe-se a contar tudo o que importa saber sobre o champanhe e os outros espumantes, além de ocupar-se do seu engarrafamento, das suas safras e da harmonização de uma determinada bebida com a aquela comida especial. Memórias de Adega e Cozinha Sérgio de Paula Santos 1ª edição, 2007 Senac 320 págs., capa flexível R$ 65,00 Sérgio de Paula Santos, provando novamente que por prato e copo passam a história e a cultura do mundo, em especial quando se trata dessa nobre bebida, o vinho, traz uma sucessão de textos capaz de abrir afortunadas perspectivas

para o leitor. Não só informando sobre o que há de fascinante na adega e na cozinha nacionais e internacionais, como aprimorando o paladar graças à experiência de um mestre no assunto, que alia a alegria ao dom de escrever sobre comidas e bebidas, à sua forte personalidade. Os prazeres a desfilar por estas ‘Memórias’ são numerosos e variados a ponto de incluir também cerveja, cachaça, rum, tiquira, ‘rabo de macaco’, pão, batata, risoto, doce de leite, marzipan, um restaurante lisboeta famoso, Tavares Rico e muito mais. O Grande Livro das Receitas de Bacalhau 2ª edição, 2008 Impala 177 págs., capa dura R$ 49,00 Apreciado em diversos países, o bacalhau é um dos grandes pratos da gastronomia mundial. E tem inúmeras razões para isso. O uso desse nobre peixe tem deixado muitos com água na boca, desafiando a imaginação de todos os amantes da boa culinária. O certo é que o bacalhau deixou de ser uma iguaria encontrada apenas nos almoços de Páscoa. Ao longo do ano, multiplicam-se as diferentes ocasiões e as saborosas formas de prepará-lo. É isso que este livro propõe: uma viagem pelo universo das receitas de bacalhau, com uma passagem obrigatória pela história desse inconfundível pescado. Experimente deixar de comer só com os olhos e comprove o fino paladar de um peixe que é, não por acaso, apelidado pelos portugueses de “fiel amigo”. Do hábito, nasceu o apuramento e o requinte das magníficas receitas que caminharam pelos mares para chegar até nós, brasileiros. O Guia Definitivo da Ressaca Richard Drunkard 1ª edição, 2004 Senac SP 196 págs., capa flexível R$ 44,00 Quatro são os tipos de ressaca: a paracetamol, a de talento, a dinamite e a dantesca. Pronto, você já sabe alguma coisa do assunto e está apenas no primeiro parágrafo do texto de Richard Drunkard. Não só no parágrafo, como na companhia desse misterioso personagem bem-informado e bem-humorado, um conviva de prazeres que invoca o auxílio de gente como Edgar Allan Poe, Baudelaire, Verlaine, Rimbaud, Oscar Wilde, Bukowski, Vinícius de Morais e incontáveis outros para estabelecer O guia definitivo da ressaca. Que ninguém tome esse “definitivo” ao pé da letra, porém, o próprio autor avisa que gosta de dar sugestões, nunca dispensadoras da orientação médica que o tema não só recomenda como exige. Combinado isso, é sentar e divertir-se com ele, com os muitos casos verdadeiros que conta, as citações sofisticadas ou nem tanto que faz, as explicações de ressaca e as dicas para preveni-las tomando sucos, vitaminas, ingerindo alimentos fortes ou utilizando “remédios” vindos da sabedoria popular. E também com as anedotas, como a do sujeito que estava no bar e...Você vai ler.

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Revista Large Lover 29 Literatura

A Cozinha e seus Vinhos – Receitas Rápidas com Muita Classe Saul Galvão 5ª edição, 2008 ISenac 416 págs., capa flexível R$ 65,00


Cordeiro assado com batatas ao perfume de especiarias por Humberto Monteiro

Revista Large Lover 30 Lição de casa

Foto: Roberto Paes

Pesquisando pela internet, você poderá descobrir uma centena de motivos saudáveis para preparar um prato à base de carneiro, ou cordeiro. Eu gosto de prepará-los porque sua carne é macia, suculenta e não causa o fastio que outras carnes nos fazem sentir. Aliás, a título de curiosidade, a diferença entre um e outro, apesar de falarmos do mesmo animal, está na idade. Você estará preparando um cordeiro quando ele tiver sido abatido entre os 14 meses e dois anos de idade. Mais velho ele será chamado de carneiro. Para começar, vá a um bom comerciante de carnes, de preferência um destes que costumam ficar nos mercados municipais de bairro e peça uma perna de cordeiro. Provavelmente ela estará congelada e será proveniente de um frigorífico que já se deu ao trabalho de limpá-la e retirar a glândula do bodum, que, se assada, transfere para a carne um sabor insuportável. Aproveite para comprar todos os outros ingredientes necessários no mesmo local. O primeiro passo, enquanto você aguarda o cordeiro descongelar, é preparar a marinada onde ele passará mergulhado pelas próximas 24 horas. Numa vasilha grande, despeje as duas garrafas de vinho branco seco e os temperos sugeridos (alecrim, pimenta do reino branca, olho, cebola, mostarda branca, cheiro verde, salsinha e a hortelã – todos picados) e o azeite de oliva extra virgem. Quando o cordeiro estiver completamente descongelado, coloque-o em uma assadeira alta e com uma faca de ponta faça furos na peça toda. Em seguida, acrescente a marinada, cubra a assadeira com papel alumínio e leve ao refrigerador. Deixe que a marinada fique em contato com a carne por 24 horas sem esquecer de, após 12 horas, virar o cordeiro. Este tipo de prato deve ser assado em fogo baixo e por isso, você deve levar umas três horas para que ele esteja pronto para servir. Comece a assá-lo levando em consideração este tempo. Retire a assadeira do refrigerador e deixe-a voltar à temperatura ambiente. Ligue o forno no máximo e quando ele estiver aquecido, coloque a assadeira com o papel alumínio e deixe nesta temperatura por meia hora. Em seguida, abaixe o fogo para o mínimo e deixe que o cozimento termine. De meia em meia hora, regue o cordeiro com a marinada para que ele não fique ressecado. Quando faltar cerca de 40 minutos para terminar o cozimento, em outra assadeira, coloque as batatas com as cascas para assar. De tempos em tempos, abra o forno e agite as batatas para que elas não queimem no lado que ficou em contato com o metal. Cordeiro e batatas ficarão prontos praticamente ao mesmo tempo. Então, retire ambos do forno, desfie o cordeiro e coloque a carne no centro de uma travessa, em volta do cordeiro, acomode as batatas e regue a carne com algumas colheres da marinada, mais reduzida e espessa que ficou na assadeira. Vá para a mesa e sirva-se dessa carne deliciosa junto com seus convidados. Sirva rápido para não esfriar a carne. Harmonização Devido às características da carne de cordeiro e os aromas de ervas provenientes da marinada, a opção mais adequada de harmonização é um vinho tinto de coloração intensa, mostrando alguma evolução, com aromas e sabores que lembrem frutas

vermelhas, especiarias, e notas suaves de madeira. Um vinho de corpo médio, com acidez e álcool equilibrados e taninos delicados. Quando testamos esta receita, optamos por um Marselan, que nos foi gentilmente enviado pela vinícola Vinhos Finos Velha Cantina (www.organisys.com.br/velhacantina), de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Prato e vinho causaram ótima impressão a todos que participaram da degustação.

Prato e acompanhamento 1 paleta de cordeiro (1 peça para 4 pessoas) 1 garrafas de vinho branco (Chardonnay) fino seco 1 xícara de azeite de oliva extra virgem 2 cebolas médias 2 cabeças de alho 1 maço de salsinha e cheiro verde 1 maço pequeno de hortelã 1 colher de sopa de grãos de mostarda branca 1 colher de sopa de grãos de pimenta do reino branca 1 maço de alecrim fresco Sal e pimenta a gosto 1,5 kg de batatas pequenas


Revista Large Lover 31

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A Sociedade da Mesa tem um presente especial para você . leitor da revista LARGE LOVERS. A Sociedade da Mesa leva com exclusividade a seus associados as melhores seleções de vinhos, cursos, viagens e acessórios, e mais do que isso, uma oportunidade única para entrar no mundo do vinho. Como funciona a Sociedade da Mesa Todos os meses o sócio recebe uma caixa de vinho de 4 ou 6 garrafas juntamente com o informativo. No informativo encontrará uma descrição do vinho que o acompanha com a indicação de qual será o vinho do mês seguinte e seu preço. Em caso de não querer receber o próximo vinho, o sócio pode suspender seu recebimento avisando por e-mail (atendimento@sociedadedamesa.com.br) ou telefone. No mês seguinte, receberá somente o informativo pelo correio.

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