Empreendedor 204

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Principais obstáculos

Carga Tributária De acordo com a própria Receita Federal, a carga tributária alcançou 33,56% do PIB em 2010 – 0,42% a mais que no ano anterior. A estimativa é de alta para

Tales, da FGV: inovação é imprescindível para quem não quer competir só pelo preço

capital, impactando nos investimentos do setor produtivo. Um dos efeitos da alta de juros, por exemplo, é a queda no índice de pontualidade dos pagamentos das empresas junto aos seus credores.

Deficiência de infraestrutura Falta de modais de transporte mais eficientes, energia elétrica cara, telecomunicações deficientes, tudo isso aumenta os custos e compromete a eficiência dos negócios no País. Um estudo divulgado pela Associação Brasileira da Juros altos Fixada em 12% (dado de 31 de agosto), Indústria de Máquinas e Equipamentos a taxa de juros brasileira é a mais alta (Abimaq), no início do ano passado, mosdo mundo. O índice é maior do que o da trou que o chamado “custo Brasil”, que Rússia e do Egito (8,25%) e Índia (8%). inclui entre outros fatores as despesas A taxa de juros da China é de 6,56%. Nos com infraestrutura, encarece em mais países mais desenvolvidos, como Estados de 36% o preço do produto brasileiro em Unidos e Japão, ela é praticamente zero. O comparação com os produzidos nos Estaaumento dos juros é considerado um dos dos Unidos e na Alemanha. Estima-se que principais instrumentos para controle da se a relação fosse feita com a China, esse inflação, mas também onera o custo do índice seria o dobro.

inovação. Na ocasião, o governador Raimundo Colombo se comprometeu a não aumentar impostos. As iniciativas do governo federal para melhorar a competitividade das empresas brasileiras ainda são vistas como tímidas por especialistas. Para o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), David Kupfer, o Plano Brasil Maior, anunciado fernando willadino/fiesc

ou semiprofissionalizantes é de 54%, no Brasil a média é de apenas 10%. Para Côrte, muitos entraves à competitividade da indústria nacional estão “mascarados pelo crescimento econômico que o Brasil vem apresentando”. Preocupada com a questão, a Fiesc assinou no dia 23 de setembro um “pacto de competitividade” com o governo do estado. A proposta é priorizar iniciativas e investimentos em educação e

2011. Um estudo elaborado pelo órgão mostra que ela é inferior à de países como Dinamarca (48,2%) e Alemanha (37%), mas bem superior à da Espanha (30,7%), Suíça (30,3%) e Estados Unidos (24%) – dados de 2009. Segundo a Receita, o crescimento é decorrente da boa fase da economia brasileira. Para 91% dos empresários brasileiros ouvidos em pesquisa da CNI, a carga é excessiva e compromete a competitividade da indústria brasileira.

David, da UFRJ: iniciativas do governo são tímidas, mas já é um começo

em agosto, dificilmente conseguirá cumprir uma de suas principais metas – elevar o nível de investimento para 22% do PIB. Por outro lado, o professor acredita que o Plano é uma prova de que, finalmente, o governo percebeu o agravamento da competitividade nacional. Kupfer diz estar na expectativa de que mais medidas sejam anunciadas. “O Brasil precisa fazer escolhas nacionais que, num primeiro momento, podem favorecer apenas alguns segmentos, mas a longo prazo podem trazer benefícios a todos”, defende Kupfer.

LINHA DIRETA Abit: (11) 3823-6100 Átimo Software: (69) 3442-2391 Buddemeyer: (47) 3631-7000 David Kupfer: www.ie.ufrj.br Escovas Fidalga: (11) 3858-4266 Fiesc: (48) 3231-4100 IBGE: www.ibge.gov.br Reinaldo Messias/Sebrae SP: 0800 570 0800 Sinapse Informática: (21) 3335-9674 Tales Andreassi: www.cenn.fgv.br

empreendedor | outubro 2011

Burocracia O Brasil ocupa a 129ª posição na lista do Banco Central que classifica 183 países de acordo com a facilidade em se fazer negócios (Easy of Doing Business). A informação vem de encontro ao resultado de uma pesquisa sobre burocracia realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2010, onde quase 90% das empresas responderam que o número excessivo de normas é a maior dificuldade para o cumprimento das obrigações legais. Em relatório sobre os custos econômicos da burocracia para o País, a Fiesp concluiu que é preciso “simplificar e unificar os procedimentos e regulamentos” e “intensificar o uso dos meios eletrônicos”.

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