Resumo Revista Robótica 108

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FICHA TÉCNICA

editorial 2

robótica 108 3.o Trimestre de 2017

Conselho Editorial A. Loureiro, DEM UC; A. Traça de Almeida, DEE ISR UC; C. Couto, DEI U. Minho; J. Dias, DEE ISR UC; J.M. Rosário, UNICAMP; J. Sá da Costa, DEM IST; J. Tenreiro Machado, DEE ISEP; L. Baptista, E. Naútica, Lisboa; L. Camarinha Matos, CRI UNINOVA; M. Crisóstomo, DEE ISR UC; P. Lima, DEE ISR IST; V. Santos, DEM U. Aveiro Corpo Editorial Coordenador Editorial: Ricardo Sá e Silva Tel.: +351 225 899 628 · r.silva@robotica.pt Diretor Comercial: Júlio Almeida Tel.: +351 225 899 626 · j.almeida@robotica.pt Chefe de Redação: Helena Paulino Tel.: +351 220 933 964 · h.paulino@robotica.pt Design Luciano Carvalho · l.carvalho@publindustria.pt Webdesign Ana Pereira · a.pereira@cie-comunicacao.pt Assinaturas Tel.: +351 220 104 872 assinaturas@engebook.com · www.engebook.com

Design considerations of ASBGo++ (Plus Plus) Smart Walker

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Omnidirectional Robot using Internet of Things (IoT)

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Variadores de velocidade: uma ferramenta IIoT que beneficia os fabricantes de máquinas e o processo produtivo

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Automatismos elétricos cablados (3.ª parte)

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O paradoxo da felicidade

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Servomotores

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A impressão 3D no FabLab IPB, um caso solidário

26

A impressão 3D é uma nova plasticina

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notícias da indústria

vozes de mercado

automação e controlo

sociedade portuguesa de robótica

eletrónica industrial

portugal 3d

52

dossier sobre Robótica Colaborativa

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Robots industriais colaborativos

FICHA TÉCNICA . SUMÁRIO

Diretor-Adjunto Adriano A. Santos, Departamento de Engenharia Mecânica, Instituto Politécnico do Porto · ads@isep.ipp.pt

artigo científico 4

56 Robots móveis colaborativos na otimização da logística interna 58 Robótica guiada por visão, uma tecnologia imprescindível para a logística 60 Maximize o desempenho das suas operações com os sistemas de supervisão e telemetria do futuro 62

Especificidades da comunicação com robots Nota técnica

64 Design e inovação com recurso à impressão 3D na indústria automóvel informação técnico-comercial 68 AMADA – A voz dos nossos clientes no mundo! Transformados Ruiz – A paixão pelo metal 70 Endress + Hauser: IIoT na indústria de processos 72

F.Fonseca: Soluções de segurança para colaboração inteligente homem-robot

76 Fluidotrónica: 15 recomendações para manipulação de peças na indústria dos metais

1

Colaboração Redatorial Norberto Pires, Adriano A. Santos, Joana Alves, Inês Caetano, Eurico Seabra, Cristina P. Santos, Luís Pires, Diogo Serra, António Varandas, Paula Domingues, João Rocha, Jorge Santos, José Barbosa, Paulo Oliveira, Nuno Pinho, Ricardo Oliveira, Filipe Carrondo, Salvador Giró, Frederico Mota, Miguel Malheiro, Carlos Alberto Costa, Susana Valente, Marta Caeiro e André Mendes

78 iglidur X da igus: casquilhos deslizantes desafiam temperaturas de -100ºC a +250°C 80 INOVASENSE: OCRMax™, leitura automatizada de carateres com taxas de precisão acima de 99% 82

Lusomatrix: Novidades na iluminação LED

84 M&M Engenharia: Novas entradas no EPLAN Data Portal 86 Omron: Terceira vaga de dispositivos de automação construídos numa plataforma de design comum

Redação, Edição e Administração CIE - Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.® Grupo Publindústria Praça da Corujeira, 38 · Apartado 3825 4300-144 Porto Tel.: +351 225 899 626/8 · Fax: +351 225 899 629 geral@cie-comunicacao.pt · www.cie-comunicacao.pt Propriedade Publindústria - Produção de Comunicação Lda.® Empresa Jornalística Reg. n.º 213 163 NIPC: 501777288 Praça da Corujeira, 38 · Apartado 3825 4300-144 Porto Tel.: +351 225 899 620 · Fax: +351 225 899 629 geral@publindustria.pt · www.publindustria.pt Publicação Periódica Registo n.º 113164 Depósito Legal n.o 372907/14 ISSN: 0874-9019 · ISSN: 1647-9831 Periodicidade: trimestral Tiragem: 5000 exemplares INPI: 365794

88 RS Components: Descobrir a IoT industrial com ferramentas de aprendizagem adequadas para estudantes e engenheiros 90 Shaeffler: Relubrificação como forma de evitar paragens das máquinas-ferramenta 92

Stauff: Transição gradual para revestimento de zinco/níquel

94 TM2A: Assistência técnica eletromecânica e eletrónica 96 TME: Riverdi, família de controladores de ecrãs FT8xx 98 Weidmüller: Conetores de derivação e distribuição de sinais e energia PRV e PPV

case-study 100 Rutronik: Económico e de grande alcance para a IoT, o novo chip de rádio da STMicroelectronics reportagem 102 EMO Hannover 2017: “Connecting systems for intelligent production“ 104 Siemens Automation Days 106 3.ª edição do TECNET desvenda autêntica “montra de tecnologias” 110 Jantar de gala no Palácio Nacional da Ajuda: Weidmüller Portugal celebra 25 anos 116 bibliografia www.robotica.pt 118 produtos e tecnologias 140 eventos e formação 144 links

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Impressão e Acabamento Gráfica Vilar de Pinheiro Rua do Castanhal, 2 4485-842 Vilar do Pinheiro Apoio à capa Conetores de derivação e distribuição de sinais e energia PRV e PPV Os inovadores conetores PRV múltiplos com 16 vias distribuem mais de 1700 sinais por metro. Projetados para derivação e distribuição de sinais em centrais elétricas e aplicações em engenharia de processos. Oferecem um contacto seguro graças à sua tecnologia de conexão “PUSH IN”. Toda a informação sobre o artigo na página 98. Estatuto editorial disponível em www.robotica.pt Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Weidmüller – Sistemas de Interface, S.A. Tel.: +351 214 459 191 · Fax: +351 214 455 871 weidmuller@weidmuller.pt · www.weidmuller.pt

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Diretor J. Norberto Pires, Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade de Coimbra · norberto@uc.pt

O verdadeiro unicórnio da indústria nacional (2.ª parte)


O verdadeiro unicórnio da indústria nacional 2.ª Parte

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DA MESA DO DIRETOR

J. Norberto Pires Prof. da Universidade de Coimbra

A AIMMAP está a comemorar 60 anos de existência. Organizou a 23 de maio, na Fundação de Serralves, uma interessante conferência sobre os desafios da indústria que se revelou um debate realista sobre o futuro de um setor de elevado dinamismo, que aposta na inovação e desenvolvimento, mas recusa caminhos fáceis e baseados em buzzwords. É muito importante colocar a indústria e os seus resultados no debate que fazemos sobre o futuro do país, porque a indústria cria valor, gera atividade económica e, com isso, cria emprego. Mas também porque a indústria, pela sua essência e propósito, vive de realismo e de ter os pés bem assentes na terra, e isso é muito importante num mundo em transformação rápida que tem uma certa dificuldade em encontrar e manter referências. Infelizmente, durante muito tempo dominou a ilusão de que o país poderia sobreviver apenas com o turismo e com os serviços: isso ainda é um discurso que confrangedoramente vemos e ouvimos em alguns locais do país. Mais grave é que essa ilusão teve impacto na política económica e industrial do país, mas também em opções educativas e de formação e qualificação profissional. A inversão que observamos no passado recente, com investimentos mais ou menos eficazes na inovação e na promoção da internacionalização (apesar de serem acompanhados de iniciativas menos felizes na área crítica da formação

e qualificação profissional), permitiu alterações significativas em poucos anos: as exportações cresceram de 28% para 41% do PIB; a balança comercial passou a ser superavitária pela primeira vez em muitas décadas; o investimento aumentou significativamente; o emprego é mais qualificado. Mas, apesar destes resultados e da evidência que representam, a palavra indústria, a promoção da sua atividade, o foco no reforço da competitividade da indústria nacional, o reforço da capacidade de inovação, especialmente em colaboração com os centros de conhecimento, ainda não é uma prioridade nacional, e nem está perto disso, apesar das boas palavras e das boas intenções. Além disso, e tendo por base tendências oriundas de países mais desenvolvidos e uma certa imagem mais atrativa (mais sexy, mais cool) de que gozam certas áreas de atividade, nomeadamente ligadas às novas tecnologias, emergiu recentemente uma outra ilusão que pode ser

"A AIMMAP está a comemorar 60 anos de existência. Organizou a 23 de maio, na Fundação de Serralves, uma interessante conferência sobre os desafios da indústria que se revelou um debate realista sobre o futuro de um setor de elevado dinamismo, que aposta na inovação e desenvolvimento, mas recusa caminhos fáceis e baseados em buzzwords. É muito importante colocar a indústria e os seus resultados no debate que fazemos sobre o futuro do país, porque a indústria cria valor, gera atividade económica e, com isso, cria emprego. Mas também porque a indústria, pela sua essência e propósito, vive de realismo e de ter os pés bem assentes na terra, e isso é muito importante num mundo em transformação rápida que tem uma certa dificuldade em encontrar e manter referências."

também muito perigosa. É a ilusão de que as startups, as empresas de crescimento rápido, também elas normalmente associadas a novas tecnologias, podem substituir, ou ser alternativa, a uma indústria que apesar de não ter nada de tradicional, pois vive de uma relação muito próxima dos centros de conhecimento e promove a inovação, é uma indústria de manufatura que exige instalações industriais, equipamentos produtivos caros e complexos, relações multidisciplinares que envolvem várias áreas de engenharia e que, por isso, cresce de forma mais lenta, exige competências muito diversas, investimentos elevados, mas que se caracteriza por ser sustentável. Essa ideia é perigosa porque permite antever que os decisores políticos ainda não perceberam que os dois tipos de indústria são complementares, e que um grande dinamismo de empresas do setor tecnológico precisa de um setor industrial de manufatura e transformação muito forte que as suporte e dê propósito. Os bons resultados das empresas metarlúgicas e metalomecânicas, nomeadamente em termos de exportação, mostra bem que o país pode contar com este setor, que a aposta no setor industrial é uma aposta segura, mas também que as políticas de promoção e desenvolvimento industrial exigem reflexão estragtégica, a longo prazo, que não é compatível com “modas 4.0”. Às vezes, perante as declarações dos responsáveis políticos, fica uma sensação de ligeireza, de imediatismo, como se uma política para o setor industrial tivesse de ser sexy e basear-se nas buzzwords do momento. O setor melaúrgico e metalomecânico não é um setor constituído por startups, nem por empresas gazela, nem gera com facilidade empresas unicórnio, mas é um setor com empresas bem sustentadas que cresceram de forma segura e são uma garantia de serviço, inovação e de resultados. O unicórnio aqui é o próprio setor que se gosta de caraterizar pela máxima: inovação que funciona e que dá resultados. Pensem nisso.


Joana Alves, Inês Caetano, Eurico Seabra, Cristina P. Santos

Abstract – The development of a gait disorder leads to the loss of the ability to walk and may cause dependence of others in daily life, which is a major determinant in life quality. Thus, devices that provide mobility assistance and ambulatory daily exercises are essential for the health and life quality of such individuals. The ASBGo Smart Walker is an academic project aimed to create a medical solution for rehabilitation of patients with gait disorders. Based on the acquired know-how, the physicians, physiotherapist and patients’ feedback, a new prototype, named ASBGo++ (Plus Plus) was developed, mechanically and electronically improved. This paper will focus on the proposed mechanical, design and ergonomic considerations, enhancing the positive aspects of this smart walker and emphasizing the features that are most highlighted in its design, structure, and functionality. Keywords: Smart Walkers, gait disorders, mechanical design.

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artigo científico

Design considerations of ASBGo++ (Plus Plus) Smart Walker

I. INTRODUCTION Bipedal locomotion is one of the most important function of the human body, as it enables the mobility of the body through space, changing, therefore, the position of the person [1]. As part of human locomotion, the human gait affects not only the individual’s locomotion capacity but also the physical and psychological health, and the ability to perform personal tasks. Nonetheless it has the tendency to decrease, gradually, with age as a consequence of neurological, muscular and/or osteoarticular deterioration [2]. Different conditions such as poliomyelitis, spinal cord injuries, stroke, Parkinson, cerebral palsy and multiple sclerosis may lead to gait disorders such as ataxia, waddling, disequilibrium and antalgic, causing a loss of locomotion capacities [3]. Therefore, as daily exercise and rehabilitation may lead to fall prevention and postural stability, the

demand for augmentative devices that extend independent living and promote improved health is growing [4]. These devices, help to stable the gait, support the body weight and prevent falling accidents enabling at the same time an adequate progress in the rehabilitation [5]. In the field of robotic technologies for gait assistance, a well-known augmentative device is the smart walker (SW). Such device empowers the user’s natural mean of locomotion with the help of mechanical structures, electronics, control systems, and sensors. Also, it presents a similar mechanical structure to the four-wheeled walker with a controlled guidance maneuverability. These devices include functionalities like physical support; navigation and localization (i.e. cognitive and sensorial) assistance, and integrates an interface able to read and interpret the user’s command intentions to drive the device accordingly [4]. Nevertheless, some of the existing robotic walkers do not incorporate all these required features for the rehabilitation adapted and focused on gait disabled people. In other words, walkers that provide sensorial and cognitive assistance, often, do not present an appropriate physical support or an advanced human-machine interface, and vice versa. This paper introduces the latest prototype developed by the working group with the same acronym, after six years of research and clinical trials: the ASBGo++ Plus Plus (Smart Walker for Mobility Assistance and monitoring System Aid). This device was subjected to improvements in the mechanical and ergonomic design to contribute towards better and efficient rehabilitation purposes. In the following sections, a brief state-of-the-art of Smart walkers will be presented. Section III describes the ASBGo++ walker in detail, in terms of the project evolution. Thus, in this section are described the mechanical and ergonomics considerations and the proposed

modifications of the prototype to achieve a better and improved walker. Section IV presents and discusses the results obtained. Finally, section V presents conclusions and future work.

II. STATEOFTHEART There are many smart walkers that fulfill the functionalities previously mentioned. The physical support functionality focuses on structural enhancements to the standard four-wheel walker device, improving stability during gait. The totality of the SW (Figure 1) has physical support, and what distinguishes from each other is the type of enhancements. For example, Simbiosis [5] and JARoW (JAIST Active Robotic Walker) [6] provide a forearm support to offer more assistance during gait, through the upper extremities, thus reducing the weight bearing on the lower extremity joints. The shape of the SW also differs. Examples are the U-Shape frame of the i-go walker [7], that also has a regulatory rod for adjusting the handle’s height for the user and the circular shape of the JARoW, which reduces the potential of collisions with obstacles. The SW may also provide navigation and localization assistance. The walking aid robot of Ye et.al has ultrasonic sensors placed around it to detect the surrounding range, leading the rods to contract when passing through the door, even in narrow spaces [8]. On the other hand, RT Walker, by using laser range finder sensors, could detect an obstacle and therefore realize a collision avoidance and compensation function [9]. The i-walker has also navigation and obstacle avoidance assistance, for instance it incorporates inclinometers on its system that can detect if the surface is inclined or not [10]. The interfaces appear as elements that establish a bridge of interaction between human and machine. These interfaces may be direct or indirect, depending on whether the user


The interface between the user and motor controller of the wheels, the handlebar, is based on low-cost electronics composed by potentiometers to detect forward and turning directions: a linear potentiometer to detect directional changes in speed and a rotatory potentiometer to detect forward changes in speed. The walker is also equipped with other sensors such as force sensors resistors, infra-red sensor, laser range finder, active depth sensor and sonar sensor, all acting as indirect interaction [13]. It is important to note an existing abdominal surface area with a curvature in the contact area with the user to center him and correct his back posture with normal flexion of the back, independently of his anatomy. As mentioned, after clinical trials some considerations regarding the third prototype were discussed and mechanical modifications were implemented, following five steps: 1) definition of the user’s central point to define the base position of the handlebar – ideal user’s position; 2) definition of the structure’s base – Interference in gait; 3) selection of the lifting system; 4) restructuring of the surface’s area; 5) reformulation of handlebar’s structure. Detailed considerations, modifications, and the implementation’s process can be consulted in previous work [14]. The design CAD and the physical model are represented in Figure 3. Currently, the production of the mechanical features of the fourth prototype is made by the Orthos XXI Company, a Portuguese manufacturer company of orthopedic devices.

(a) Figure 3. ASBGo++ Smart Walker: (a) CAD and (b) physical model.

(b)

(a)

The physical structure of the smart walker is made of aluminum alloy, has two front caster wheels, and two rear wheels coupled to the motors (direct connection). In the fourth prototype, wheels with smaller diameter were installed for a better device’s driving. The gait’s area is 58cm of width and 69cm of length, giving the necessary space for the mid stance phase gait of patients with ataxia and cerebellum lesions, as they have a wider gait base of support [13]. An improvement implemented on the new prototype when comparing to the previous one. One of the major goals of this project is to make the device adaptable to users with different degrees of disability and different body structures.

(b) Figure 4. Handlebar: (a) third and (b) fourth versions.

artigo científico

(c)

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(b)

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(a)

Figure 2. ASBGo prototypes: (a) first; (b) second and (c) third.

Therefore, the walker allows an adjustment in height of 65cm, through electric lifting columns, and a lateral adjustment of the handles according the patient’s shoulder width. There are two types of physical support: forearm support and two handles on the back of the walker. The forearm supports are placed on the abdominal surface area, made of wood. The box compartment for the electronics was placed on the front of the walker in a lower level to improve the general stability of the walker. The handlebar is the main interface of the device, providing a direct interaction between the smart walker and the user. It is used as Human Machine Interface, during manual mode that is characterized by the movement of the device under the guidance of commands defined on the interface by the user: start to walk, accelerate, slow down and turn left or right. Concerning the reformulation of handlebar’s structure, the material previously used (aluminum 6063-T6) was not very resistant, and with excessive friction and the tensions caused on the device lead to a buckling of the handlebar’s tubes. Therefore, the change to a more resistant material such as steel plate S235JR (EN 10025-2) and Chrome Steel for the tubes was taken into consideration in the fourth prototype. Thus, the mechanical components were rearranged. For instance, the compression spring for the translation movement was moved from the edges to the center of the device. The modifications on the handlebar’s prototype are seen in Figure 4.


Omnidirectional Robot using Internet of Things (IoT)

Luís Pires e Diogo Serra lpires@inete.net INETE- Instituto de Educação Técnica

Assim, este projeto, de cariz académico tem como objetivos desafiar os alunos no sentido de desenvolverem soluções robóticas que se interliguem a diferentes redes promovendo o conceito IoT, encontrando pontos de convergência tecnológica e novos paradigmas, com recursos relativamente baixos, contemplando soluções modulares e open source.

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artigo científico

A Internet das Coisas (IoT) é um ambiente no qual os objetos, animais ou pessoas são “vistos” como identificadores únicos, com capacidade para comunicar através de qualquer tipo de rede sem fios. O conceito pode também ser referido como a Internet de Tudo. Uma “coisa” em IoT, pode ser uma pessoa com um implante, um animal com um biochip integrado, um automóvel que possui sensores que comunicam com a estrada, um robot de busca e salvamento, ténis que permitem localizar crianças, entre outros. Todas as “coisas” são “vistas” como nó de rede com capacidade para comunicação sem fios.

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1. INTRODUÇÃO O artigo aborda o desenvolvimento de um robot com locomoção omnidirecional que comunica e é controlado usando

Figura 1. Aspeto físico do Robot e da Luva.

IoT. Este foi realizado no curso de Técnico Eletrónica, Automação e Comando do INETE [1]. O projeto suporta duas redes sem fios diferentes: Wi-Fi e Bluetooth, com duas plataformas diferentes, um web server e uma luva equipada com sensores para controlo do robot, respetivamente. A rede Wi-Fi estabelece a comunicação entre o web server integrado no Raspberry e um browser de Internet, permitindo que qualquer dispositivo com ligação Wi-Fi, que aceda ao Access Point (AP) criado no Raspberry possa controlar o robot. Neste modo são transmitidos

dados de controlo do Raspberry para o Arduíno, por exemplo, dados de telemetria da bateria. Está embebido na página web (estando alojada no web server) um vídeo em tempo real resultante da imagem capturada pela câmara integrada na frente do robot. A rede Bluetooth estabelece a comunicação entre o Arduíno Nano presente na luva, (equipada com dois sensores flexíveis e um acelerómetro) e o Arduíno presente no robot. O Arduíno presente no robot é responsável pelo controlo dos atuadores e leitura de sensores e pela execução dos dados de controlo transmitidos pelos Raspberry e pelo Arduíno Nano. O robot tem uma locomoção omnidirecional e aplica o conceito de IoT, um sistema de interligação de dispositivos computacionais, mecânicos, objetos e pessoas que através de uma identificação única têm a capacidade de transferir dados para uma rede (Internet ou Intranet) sem a necessidade de uma interação homem-homem ou homem-máquina, no controlo de um robot através das redes sem fios: Bluetooth e Wi-Fi.


a

b

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artigo científico

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mecânica ou numa ação sinalizadora): quatro motores DC, dois LEDs RGB e ainda dois pré-atuadores para controlar os motores (drive de potência L298N). Os LEDs RGB utilizados têm o intuito de fornecer indicações ao utilizador que rede de comunicação está a ser utilizada, azul para a rede Bluetooth e verde para a rede Wi-Fi e o nível de carga da bateria, verde para carregada e vermelho para descarregada. Em termos de sistema de alimentação, o projeto é alimentado através de uma bateria de Lipo com 12 V e 3000 mAh para o robot e uma pilha de 9 V para a luva.

n

Figura 3. Exemplos da locomoção omnidirecional.

o elemento que sofre alterações físicas aquando da presença que se pretende medir, e o transdutor, que transforma as alterações físicas em impedâncias (resistivas, capacitivas, indutivas). Os sensores utilizados neste projeto encontram-se repartidos entre a luva de controlo e o robot. A luva possui dois sensores flexíveis e um acelerómetro, que com a combinação de contração dos dedos e com a inclinação da mão enviam comandos de controlo para o robot. Já no robot existe outro acelerómetro, para indicar a posição em que este se encontra e realizar o ajuste dos controlos, um circuito de análise de bateria, para indicar quando esta se encontra descarregada e a corrente a ser consumida. O sensor flexível é um sensor do tipo resistivo que varia a sua resistência interna consoante o ângulo de deformação. O MPU-6050 combina no mesmo chip um acelerómetro e um giroscópio de três eixos, que permite calibração automática, está ligado por rede I2C ao Arduíno. Permite ao utilizador através inclinação da mão indicar o sentido para o qual o robot deve deslocar-se. É também implementado no próprio robot com intuito de permitir identificar-se a posição em que se encontra e realizar correções nos comandos.

A câmara utilizada neste projeto é desenvolvida para a solução Raspberry Pi, possuindo assim um conetor para a interface CSI, garantindo uma maior velocidade de processamento de dados. No projeto são utilizados atuadores (dispositivos que convertem energia elétrica, hidráulica, pneumática em energia

2.3. Comunicações: rede I2C e rede sem fios A rede Bluetooth realiza a comunicação entre a luva de controlo, constituída por dois sensores flexíveis, um acelerómetro e um Arduíno Nano com o respetivo shield Bluetooth e o Arduíno Mega presente no robot. O controlo realizado através da luva ocorre devido à variação da contração do dedo indicador, do polegar e inclinação da mão. A rede Wi-Fi permite que qualquer dispositivo com este tipo de ligação se ligue ao robot (Raspberry Pi) e assim o controle através do envio de comandos pela página web desenvolvida para o efeito. Este modo de comando, para

Início

Auto Calib()

STOP()

Bluetooth Ler S. Flexíveis Ler Giro

Locom. Robot: 14 DIR

Wi-Fi Modo Rede?

Ativar Câmara

Control webpage

Atualizar webpage

Figura 4. Algoritmo geral do robot.


António Varandas Marketing & Business Development Industry Manager Schneider Electric Portugal

A produção industrial, num esforço para permanecer globalmente competitiva, enfrenta múltiplos desafios, incluindo a procura aleatória e variável, personalização em massa, expetativas elevadas de produtividade/resultados, e consistência de elevada qualidade. Os fabricantes de máquinas que os apoiam enfrentam o seu próprio conjunto de desafios. No ambiente competitivo atual tornou-se um fator diferenciador o facto da capacidade das máquinas se adaptarem, continuamente, às mudanças exigidas pelos utilizadores finais.

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vozes de mercado

Variadores de velocidade: uma ferramenta IIoT que beneficia os fabricantes de máquinas e o processo produtivo

Para os fabricantes de máquinas, o sucesso depende da sua capacidade de construir máquinas com um desempenho melhorado, em termos de velocidade de produção e qualidade de resultados. Arquiteturas flexíveis são necessárias para responder às especificidades dos utilizadores finais e a conetividade é uma funcionalidade fundamental para a integração do equipamento numa infraestrutura onde necessitem de dar uma resposta adequada ao conceito da Industrial Internet of Things (IIoT). Por fim, mas não menos importante, as máquinas não devem comprometer a segurança do operador.

nente de automação que controla e regula

Responder a estes novos desafios

nicos nestas áreas de aplicação resulta nos

a velocidade e força rotacional, ou binário, de um motor elétrico. Os variadores de velocidade estão a alterar a forma como os processos mecânicos orientados para o movimento, tais como o embalamento, manipulação, encaminhamento e elevação de materiais, são geridos. Para o controlo de movimentos mecânicos é fundamental o recurso a tecnologias de acionamento com a capacidade de controlar motores rapidamente, garantindo fluxos de corrente suficientes e com capacidade para repetir tarefas durante um determinado processo, com a precisão requerida. O controlo preciso de movimentos mecâ-

tornou-se mais simples graças às recentes

seguintes benefícios:

evoluções dos variadores de velocidade.

Um variador de velocidade é um compo-

Eficiência – De acordo com a Administração de Informação Energética

dos EUA, a indústria representa mais de 40% do consumo mundial de eletricidade. No setor industrial, os motores elétricos consomem mais de metade do total do consumo energético. Hoje em dia, os motores síncronos são mais utilizados em aplicações industriais do que os motores de indução, devido à maior eficiência energética e a uma maior capacidade dinâmica. Os variadores de velocidade podem controlar motores de indução IE2, IE3, IE4, motores de relutância e motores síncronos e são mais eficientes do que os tradicionais métodos de arranque direto. Dependendo da aplicação, com um variador de velocidade é possível conseguir uma economia energética até 30%, função do perfil de binário necessário. Em cenários de arranque direto, o motor funciona na frequência nominal sem possibilidade de controlo sobre a velocidade do motor. Além disso, os métodos de arranque/ paragem direta geram um elevado esforço mecânico no equipamento, reduzindo significativamente a vida útil do equipamento. As aplicações com variadores de velocidade fornecem uma proteção térmica ao motor e o binário necessário e adequado a cada arranque, reduzindo simultaneamente o esforço mecânico do sistema e o consumo energético resultando, portanto, numa maior eficiência de todo o processo. Segurança – Nas aplicações de corte de material, normalmente com velocidades muito elevadas, as funções de paragem de emergência – que colocam a máquina num estado operacional seguro no menor tempo possível – contribuem para evitar acidentes e aumentar a produtividade.


Automatismos elétricos cablados

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Adriano A. Santos Departamento de Engenharia Mecânica Politécnico do Porto

AUTOMAÇÃO E CONTROLO

3.ª Parte

ESQUEMAS BÁSICOS DE SISTEMAS CABLADOS Nos sistemas de lógica cablada há a necessidade de se desenhar todas as ligações quer se trate de sensores e atuadores quer sejam elementos de proteção e de segurança. Isto quer dizer que todas estas ligações devem ser traduzidas num esquema elétrico de controlo, comando ou mesmo de manobra em que os elementos de força e de potência também terão que ser contemplados. Os esquemas de comando serão responsáveis pelo correto funcionamento de todas as condições de funcionamento estabelecidas para os elementos de comando. Nestes encontrar-se-ão conetados todos os contactos dos detetores, os contactos auxiliares dos contatores, dos relés de acionamento das bobinas dos contatores, elementos de sinalização luminosa e eletroválvulas entre outros. Por seu lado, aos esquemas de força serão conetados todos os contactos principais dos contatores responsáveis pelo acionamento dos recetores elétricos monofásicos ou trifásicos.

CONTROLO ELÉTRICO DE UMA LÂMPADA POR RELÉ Para que se possa acender uma lâmpada sinalizador será sempre necessário aplicar-se uma diferença de potencial nos seus terminais, o qual será estabelecido entre fase e neutro, (L1) e (N) respetivamente (Figura 20). O mesmo se passará com a excitação da bobina do relé, à qual será também necessário aplicar uma diferença de potencial para que os contactos sejam atuados. A representação esquemática de uma bobina será realizada por um retângulo referenciado com a designação do relé (K1). Ao atuar-se o botão de impulso (A) a bobina do relé (K1) será excitada. A excitação da bobina levará a que o contacto NA, associado ao relé K1, mude o seu estado de aberto para fechado acendendo o sinalizador luminoso, lâmpada, (S1).

uma motobomba, acionamento e sinalização da entrada em funcionamento. No esquema seguinte (Figura 21) apresentam-se o esquema de comando, à esquerda, e o esquema de potencia da motobomba, à direita. A junção destes dois esquemas faz agora mais sentido do ponto de vista do acionamento e do controlo.

L1

3

A

13

4

L1 L2

K1 14

L3 Fusíveis

K1

S1

Verde

N

K1

Contator

RT1

Relé térmico

M1

Motor

Figura 21. Esquema de controlo e de potência do arranque de um motor trifásico.

LIGAÇÃO COM RETENÇÃO No esquema apresentado anteriormente o processo de ativação da lâmpada S1 era realizado por uma ação de impulso do botão A e, como tal, ao libertar-se A a lâmpada apagar-se-á. Assim, e para que a lâmpada permaneça acesa terá que se usar um contacto que permita manter a alimentação da mesma. Para isso usar-se-á um contacto de retenção, também chamado de realimentação, memória ou encravamento que desempenhará esta função (Figura 22). A motobomba terá também ela o seu funcionamento condicionado pela atuação/desatuação do botão A e do botão P.

L1 3

13 K1

A 4

14

24V A

K1

S1

Verde

K1

K1

P

N

Figura 20. Esquema de comando de uma lâmpada por ação de um botão de pressão associado a um relé.

O esquema anterior mostra-nos unicamente o funcionamento de um relé, através da visualização da lâmpada acesa ou apagada, carecendo de um sentido prático do ponto de vista do controlo. Para se dar sentido a este sistema de controlo juntar-se-á

K1

S1

Verde

0V

Figura 22. Esquema do comando de acionamento de uma lâmpada com realimentação, arranque e paragem.


O paradoxo da felicidade

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Paulo Oliveira Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Robótica

SOCIEDADE PORTUGUESA DE ROBÓTICA

A Revolução Industrial que decorreu ao longo de todo o século XIX caraterizou-se pelo uso de máquinas a vapor na manufatura de bens e produtos. Existe mesmo o consenso entre os historiadores económicos de que o início da Revolução Industrial é o evento mais importante na história da humanidade. Os novos processos de fabricação desenvolvidos exigiam no entanto o recurso ao uso crescente de energia. A elevada necessidade de mão de obra fez com que a população se deslocasse dos meios rurais para as cidades, que cresceram desordenadamente dando origem às primeiras metrópoles.

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida, proporcionando o acesso da população aos novos produtos produzidos em larga escala. No entanto estava latente um “Paradoxo da Abundância”. O crescimento económico foi muito elevado mas apareceram imediatamente enormes tensões sociais na negociação das condições e contratos de trabalho, bem como na divisão da riqueza gerada. Vindos do meio rural os operários viviam em péssimas condições de vida. Também o ambiente de trabalho nas fábricas era insalubre. Os operários, elos vitais da cadeia de produção, tiveram de se organizar para conseguir pressionar os patrões, reivindicando melhores condições de trabalho, maiores salários e crescentes reduções da jornada de trabalho. Com a melhoria das condições salariais e dado o acesso aos produtos produzidos em larga escala, os trabalhadores elevaram o seu nível de consumo. Pela primeira vez na história da humanidade verificou-se um crescimento sustentado no padrão de vida da população dos países industrializados [1].

Alicerçados nos desenvolvimentos anteriores, durante o século XX ocorreram avanços extraordinários nos métodos e processos industriais de produção, dando origem ao que se veio a denominar por Automação Industrial. Com base em técnicas de automação e de controlo desenvolveram-se soluções para a operação de maquinaria industrial cada vez mais complexas. Alguns exemplos relevantes, a que esta revista se tem dedicado extensivamente, são o desenvolvimento de máquinas-ferramenta e dos primeiros manipuladores robóticos, de meios de transporte automáticos em ambiente fabril, a operação de caldeiras e sistemas de permutação de calor, o desenvolvimento e uso dos primeiros pilotos automáticos para barcos e aviões, entre outros. A Automação Industrial permitiu o aumento da produtividade e da robustez dos processos de fabrico mas ocorreu uma redução no volume de recursos humanos envolvidos, que se têm exigido cada vez com maior grau de especialização. Além disso, sendo o investimento inicial necessário muito elevado, tornou-se fulcral

Gráfico 1. Produto Interno Bruto per capita em Paridade de Poder de Compra.

um planeamento cuidado para permitir a amortização do mesmo ao longo do tempo de vida dos equipamentos. Nestes fatores enunciados já se antevê aquilo que se também denomina como “Paradoxo da Automação” [2]: quanto mais eficiente for o sistema de automação mais crucial é o contributo dos operadores humanos. Estes estão menos envolvidos nos processos mas a sua intervenção é cada vez mais crítica para a operação e segurança dos mesmos. Como consequência da automação, a riqueza criada aumentou substancialmente ao longo do século XX, conforme se pode ver no gráfico, onde se apresentam os dados referentes à evolução do PIB per capita em Paridade de Poder de Compra para alguns países [3]. É hoje uma evidência que a automação pode ser um risco para o desemprego nas sociedades desenvolvidas, especialmente para operários que fazem tarefas mais repetitivas e de pouca complexidade. Em [4] discutem-se as consequências da automação e conclui-se que a procura de operários menos especializados decresce mais lentamente do que a de recursos humanos especializados. A procura de soluções para este problema é um desafio de grande atualidade. No dealbar do século XXI passou-se a ter acesso a soluções de automação e robótica inimagináveis anteriormente. O desenvolvimento de novos materiais, da microeletrónica, das ciências da computação e da informática, do controlo e das telecomunicações permitiram a


robótica

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Paula Domingues Formadora nas áreas de Eletrónica, Telecomunicações, Automação e Comando IEFP – Évora pauladomingues47@gmail.com

ELETRÓNICA INDUSTRIAL

Servomotores O QUE É UM SERVOMOTOR? Um servomotor é um dispositivo eletromecânico, cuja velocidade de rotação e ângulo de rotação são possíveis de controlar através de um circuito de comando. São por isso utilizados em aplicações de posicionamento. Existem diversos modelos de servomotores, com diferentes formas de realimentação, com diferentes tipos de motores, com diferente robustez. Algumas aplicações de servomotores são por exemplo: a robótica e o modelismo.

QUAIS SÃO AS CARATERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UM SERVOMOTOR? Ao contrário de um motor que gira 360°, continuamente, o servomotor gira, geralmente, até aos 180°, apresentando sempre uma posição muito precisa. Este dispositivo apresenta também um baixo consumo energético quando comparado com outros tipos de motores. As caraterísticas fundamentais para especificação de servomotores são: a velocidade, o torque, o tamanho, o ângulo de rotação do eixo, o consumo e o material de fabrico das engrenagens.

COMO É CONSTITUÍDO UM SERVOMOTOR? Este dispositivo é constituído por um motor, uma caixa de velocidades e um circuito de controlo. O motor elétrico utilizado nos servomotores é geralmente um motor elétrico de Corrente Contínua, embora também possa encontrar, apesar de menos frequente, motores de Corrente Alternada. O torque do servomotor aumenta, graças á existência de um conjunto de engrenagens que formam uma caixa redutora. Conetado ao eixo do servomotor, existe um potenciómetro, cuja resistência elétrica permite definir a posição angular do eixo do servomotor. Quanto melhor a qualidade deste potenciómetro, maior será a precisão e a estabilidade do servomotor.

Figura 1. Servomotor com engrenagens e condutores de alimentação.

O servomotor tem ainda um circuito de controlo, construído por componentes eletrónicos que podem ser componentes discretos ou circuitos integrados. Este circuito tem um oscilador, bem como um controlador de malha fechada, do tipo PID (controlo proporcional, integrativo e derivativo) que, ao receber um sinal elétrico do sensor (posição do eixo do servomotor), aciona o motor, fazendo-o girar até á posição desejada. Tem ainda três fios condutores para ligação, dois deles são para a alimentação e o terceiro corresponde ao sinal de controlo. Atenção: uma ligação errada dos condutores pode queimar o servomotor. O sinal de controlo de um servomotor utiliza, geralmente, o protocolo PPM (modulação por posição de pulso), apresentando como caraterísticas básicas: • Largura máxima do pulso de controlo; • Largura mínima do pulso de controlo; • Taxa de repetição (frequência) do pulso de controlo. Assim, a posição do eixo do servomotor é determinada pela largura do pulso de controlo:

Largura do pulso de controlo

Deslocamento do eixo do servomotor relativamente á posição central

Máxima

+ 90°

Mínima

- 90°

Intermédia

Proporcional

A taxa de repetição é, geralmente, de 50 Hz e a largura de pulso do sinal de controlo varia entre 1 e 2 ms.

COMO FUNCIONA UM SERVOMOTOR? A posição do eixo do servomotor é controlada através de um sistema de realimentação – feedback – formado entre o potenciómetro e o circuito de controlo. Ao aplicar um sinal elétrico na entrada de controlo, o seu eixo roda entre 0 e 180°. Mantendo o sinal aplicado, o servo mantém a sua posição. Quando o sinal de controlo muda, o eixo do servomotor roda para nova posição angular. Existe um potenciómetro, ligado fisicamente ao eixo de saída do servomotor, que funciona como sensor de posição. O circuito de controlo compara o valor do potenciómetro, com os impulsos que recebe através da linha de controlo, fazendo girar o motor, de forma a corrigir qualquer diferença que exista entre ambos. A tensão aplicada ao servomotor é proporcional ao ângulo de rotação necessário, ou seja, quando o motor do servo precisa de rodar muito, o motor roda à sua velocidade máxima, se precisa de rodar pouco, o motor roda a uma velocidade mais baixa. Esta propriedade designa-se por controlo proporcional.


robótica

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João Rocha, Jorge Santos e José Barbosa Instituto Politécnico de Bragança

portugal 3d

A impressão 3D no FabLab IPB, um caso solidário

Figura 1. Modelação 3D do protótipo de comando e acionamento.

A primeira vez que tivemos contacto com a tecnologia 3D foi em 1998 no INEGI, no âmbito de um mestrado em Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, sob orientação do professor J. Lino Alves. Nesta época iniciava-se o uso destas tecnologias, a primeira impressora fora lançada para o mercado cerca de 10 anos antes pela 3D Systems. Não se falava em fabrico aditivo. O grande objetivo era o fabrico rápido de protótipos, preferencialmente funcionais, falava-se de prototipagem rápida. A outra grande área era o fabrico rápido de ferramentas, área onde se inseriu esta tese de mestrado. As tecnologias disponíveis nos finais dos anos 90 de seculo XX no INEGI eram o LOM (laminated object manufacturing - fabrico de objetos por camadas) e um equipamento de Estereolitografia. Com o passar do tempo mudou a terminologia, começou a falar-se de tecnologias de fabrico aditivo e impressão tridimensional destinada a prototipagem rápida. Esta designação, fabrico aditivo, opõe-se ao fabrico subtrativo, por exemplo fresagem ou torneamento. Outra grande alteração que esta tecnologia sofreu rumo à democratização foi a alteração do preço dos equipamentos de fabrico aditivo. Na década de 90 do século passado um equipamento podia custar de 100 000 a 500 000 euros o que os tornava pouco acessíveis para a maioria das empresas. A democratização começa com uma forte e progressiva

concorrência neste mercado, provocando uma redução nos preços. A qualidade influencia decisivamente o preço, mas hoje é possível comprar uma pequena impressora com cerca de 500 euros. Para reduzir ao máximo o preço de venda, alguns fabricantes vendem o equipamento em peças, devendo cada um montar a sua própria impressora. A impressão 3D está inevitavelmente associada a uma mudança de paradigma na sociedade, em particular as gerações mais novas. Refiro-me à facilidade com que os jovens interagem com equipamentos, por exemplo smartphones e tablets, considerando que esta tecnologia sempre existiu. Seria fácil, porém imprudente, generalizar o papel da impressão 3D num contexto industrial. As tecnologias tradicionais, têm e continuarão a ter uma função fundamental na industria. Voltando aos nossos jovens, é aqui, entre jogos, aplicações e acessos a informação massificada que se desperta o grande interesse pelo invento, prototipagem e fabrico de peças ou ferramentas únicas e dedicadas a um determinado objetivo. Claro que para tudo é preciso conhecimento e para que este possa ser assimilado tem de haver um interesse objetivo pelo uso e perceção das tecnologias envolvidas em todo este processo. É aqui que entram os “FabLabs” e a rede internacional associada a estes laboratórios locais, reconhecida pela

fabfoundation (www.fabfoundation.org), ligada ao MIT (Massachusetts Institute of Technology), que possibilitam a invenção fornecendo acesso a ferramentas para a fabricação digital. Estes laboratórios são dotados de diversos equipamentos como computadores, scanners, impressoras 3D, plotters de vinil, fresadoras (CNC), máquinas laser, canetas 3D bem como diversos componentes e equipamentos eletrónicos. Estes equipamentos facilitam também o acesso à programação básica e objetiva, com vista à resolução da necessidade de um automatismo específico para um determinado invento. Contudo, no FabLab, o segredo não são os equipamentos, mas sim a partilha de conhecimento e o apoio dos todos os intervenientes presentes o que torna esta aprendizagem mais fluída e divertida. É frequente surgirem cursos de formação específica com vista à divulgação e partilha de conhecimento. Estes FabLabs surgem com vertentes de conhecimento diversificadas, porém muitas vezes condicionadas pela sua localização e potencial local em que estes se inserem. É fácil encontrar laboratórios com uma vertente vocacional mais dirigida ao corte laser ou maquinação de materiais nacionais como é o exemplo da cortiça para fins decorativos industriais, ou então de madeiras para a conceção de placas decorativas, informativas ou mesmo de protótipos de mobiliário ou estruturas de stands concebidos por makers com conhecimentos de design, engenharia e/ou arquitetura. Neste contexto o FabLab IPB é apenas um dos que se destaca no âmbito nacional por estar fortemente vocacionado para a investigação e fabrico de protótipos associados à investigação, tendo vindo a ganhar utilizadores das mais diversas áreas como é o caso da engenharia mecânica, engenharia biomédica, engenharia eletrónica e design. Este laboratório encontra-se localizado no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), mais precisamente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTiG), um local de fácil acesso a toda a comunidade académica. Com uma grande


A impressão 3D é uma nova plasticina

Nuno Pinho Industrial Designer CENFIM – Núcleo das Caldas da Rainha

robótica

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portugal 3d

A impressão 3D é uma nova tecnologia que está neste momento a entrar em vigor nas nossas salas de aula. Nesta nova temática estamos a encontrar um curioso e entusiástico paradigma na experimentação, e no entusiasmo por tudo o que é palpável entre formandos e formadores.

Embora a impressão 3D tenha sido inicialmente alvo de contestação, o seu potencial só agora está a ser mais dinamizado. À medida que se começa a criar valor para a formação e se começa a transformar as ideias preconcebidas, começarmos a entrar numa nova fase. Esta está a criar novas formas de motivar os formandos, permitindo que estes se tornem mais criativos, proativos e pragmáticos. Esta tecnologia veio trazer-nos uma maior facilidade em dar vida a novos projetos, usando uma máquina com um alto nível de “artesanato”, uma vez que cada peça é produzida separada e individualmente. Assim, um formando consegue não só ajustar os seus projetos de uma maneira fácil e acessível, como pode criar variantes das suas peças, quer em termos de cores, formas ou detalhes. Esta modificação só tem sido possível, devido ao uso dos softwares de Desenho Assistido por Computador (CAD), que dão vida aos trabalhos dos formandos e lhes permite verificar que os mes-

mos conseguem construir formas que genuinamente os motivam. Ao haver uma procura maior destes softwares de CAD, os mesmos têm vindo a evoluir vertiginosamente nos últimos anos. E a procura pela tecnologia nas salas de formação tem vindo a caminhar para uma tecnologia cada vez mais aberta, de modo a atender às necessidades educacionais, como podemos constatar no caso dos softwares da Autodesk. Acontecendo o mesmo com as impressoras 3D, que têm vindo a ser projetadas para atender a uma fácil compreensão e utilização, através dos seus softwares próprios, como o Cura, BeeSoft, entre outros. A massificação no acesso à Internet e às redes sociais tem ajudado muito neste aspeto, já que este acesso sem precedentes à informação e à comunicação, tem levado muitos dos formandos a compreender facilmente como os programas funcionam, principalmente através do YouTube. Agora, com a impressão 3D estamos a adicionar mais um elemento a esta procura. Apesar de existirem muitos aplicativos e programas de que poderíamos falar, aquilo que reparamos é que todos gostamos de criar objetos e de interagir com eles. Tal como quando éramos crianças, gostávamos da plasticina, porque esta nos ajudava a moldar as nossas ideias, de um modo fácil e prático. Assim, vejo a tecnologia de impressão 3D como a nova plasticina dos tempos modernos, e é aqui que esta começa a fazer interação com os projetos, tão rapidamente quanto a nossa imaginação e a impressora permite. Reparamos que os formandos começaram a estar visualmente mais preparados para pensar em 3D, especialmente devido aos jogos online, os quais, muitos deles, apresentam um realismo extraordi-

nário, levando a que estes também queiram criar imagens iguais. Esta mudança é fundamental a nível do foco e do desenvolvimento que se está a criar na nova geração. Assim, e em vez de termos apenas engenheiros a criar protótipos, estamos agora a formar formandos que participam em projetos de empreendedorismo usando a impressão 3D, para projetar os seus objetos e projetos, que antes seriam quase impossíveis de alcançar. Com esta evolução, estamos a conseguir que se afastem cada vez mais dos antigos trabalhos de cartazes em cartolinas, para uma experimentação mais prática, sensitiva e visual com a modelação e a impressão 3D, sendo estas mais inspiradoras. Deste modo, vamos notando que os formandos começam a apresentar níveis cada vez mais elevados de motivação e concentração, e a ter a oportunidade de exercitar a sua imaginação, bem como, de desenvolver apetências que lhes serão muito úteis no futuro. À medida que vão aparecendo os programas de modelação 3D mais simples, estes têm-nos ajudado a quebrar barreiras, e a ensinar-nos como funciona o processo de impressão 3D. Reparamos, que os mais jovens conseguem apreender e manipular com alguma facilidade e precisão as ideias que lhes vão aparecendo nos monitores, e que posteriormente conseguem tirar elações dos resultados finais dos seus trabalhos de uma forma mais palpável. Ao ajudarmos os nossos formandos a pensar de um modo diferente estamos, não só, a inspirá-los, mas também a provocar neles novas formas de pensar sobre certos problemas e as suas soluções. Deste modo abrimos a oportunidade de se puder mudar a forma como vemos as coisas nos dias de hoje. Ao aprenderem a modelar e a imprimir em novos materiais, eles estão também a aprender que a tecnologia em si abre portas a infinitas possibilidades. Este desenvolvimento na impressão 3D trará recompensas enormes às gerações futuras. Tal como a massificação


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Robots industriais colaborativos Ricardo Oliveira ABB Portugal

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Robots móveis colaborativos na otimização da logística interna Filipe Carrondo, General Manager EPL – Mecatrónica & Robótica

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Robótica guiada por visão, uma tecnologia imprescindível para a logística Salvador Giró, CEO INFAIMON, S.L.

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Maximize o desempenho das suas operações com os sistemas de supervisão e telemetria do futuro Frederico Mota, Automation, HMI & SCADA Product Manager Schneider Electric Portugal

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Especificidades da comunicação com robots Universal Robots

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DOSSIER SOBRE ROBÓTICA COLABORATIVA

DOSSIER

Os robots colaborativos foram desenvolvidos para trabalhar lado a lado com os seres humanos de forma segura. Estes são a evolução dos tradicionais robots industriais convencionais, completamente isolados da coabitação humana por barreiras e diretivas de segurança que tornam a sua instalação complexa, cara e com elevado espaço físico de implantação. Esta nova categoria de robots industriais veio revolucionar o mercado criando inúmeras oportunidades de aplicação devido essencialmente às suas caraterísticas inovadoras. É, pois, com base nestas caraterísticas que se tem criado uma enorme expetativa de que o uso dos robots colaborativos cresça exponencialmente nos próximos anos, em todos os setores industriais e, não só, ao nível dos robots estáticos como dos robots colaborativos móveis. A relação de proximidade e de iteração direta com humanos, dentro de uma área de trabalho colaborativa

definida, permite que robots e humanos desenvolvam simultaneamente tarefas isoladas e conjuntas, durante o ciclo produtivo. Esta colaboração, para além dos problemas sociais que possam advir da substituição do ser humano por robots, terá que se traduzir numa maior especialização e formação dos colaboradores onde os seres humanos serão parte integral do sistema produtivo e da transição da indústria tradicional para a Industria 4.0. Com o advento da Industria 4.0 abrem-se novas portas à comunicação industrial onde as máquinas podem comunicar entre elas (M2M) funcionando como um todo. A monitorização e o controlo remoto assumem aqui um papel preponderante tornando a indústria mais flexível onde os robots, as máquinas e as pessoas monitorizam-se e são monitorizadas em tempo real. Os robots colaborativos, quando operando conjuntamente como os humanos,

apresentam-se como elementos de extrema segurança, confiança e preponderantes para a flexibilidade industrial e para a parceria humana. Esta combinação de trabalho produzido por humanos e robôs, combinará o que há de melhor em cada elemento tirando partido da capacidade cognitiva e da cooperação humana com a repetibilidade e a precisão dos robots. Estas combinações e parcerias tornam-se de tal modo promissoras que justificam todos os investimentos realizados ao nível industrial, bem como todo o investimento no desenvolvimento de novos e mais eficientes robots colaborativos realizado pelos diversos fabricantes, dos quais se destacam entre outros a ABB (Suíça), KUKA (Alemanha), FANUC (Japão), MOTOMAN (Japão), COMAU (Itália) e a UNIVERSAL ROBOTS (EUA).

Adriano A. Santos


Robots industriais colaborativos

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Ricardo Oliveira ABB Portugal

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DOSSIER SOBRE ROBÓTICA COLABORATIVA

A produtividade de alguns processos de fabrico industrial pode ser otimizada com recurso a robótica colaborativa. Tal ocorre nos casos em que o espaço físico de execução de tarefas ou as próprias tarefas em si apresentem vantagens ao serem partilhadas com muita frequência, ou até de um modo permanente, entre o operador humano e o robot. Considerando os requisitos de segurança que um cenário destes envolve, surgiu no mercado de robótica industrial o conceito “colaborativo”, referente aos robots preparados para interagirem de forma segura com as pessoas que os rodeiam.

Praticamente qualquer indústria pode obter os benefícios da robótica colaborativa. Em primeiro lugar, ela permite a automação de processos que ainda exigem que os humanos façam parte da solução e não podem ser totalmente automatizados com a tecnologia existente. Em segundo lugar, embora os sistemas robóticos convencionais ainda sejam necessários por um longo período de tempo e tenham várias vantagens principais em relação à tecnologia colaborativa atual (por exemplo, cargas úteis mais altas, tempos de ciclo muito mais rápidos e proteção mais forte em ambientes agressivos), os robots colaborativos são menos intensivos nos recursos em termos de projeto do layout, instalação, comissionamento e operação do sistema, quando comparados aos robots industriais convencionais. Em muitos sistemas robotizados convencionais já se encontram alguns dos benefícios da robótica colaborativa, graças aos avanços no software e hardware de controlo de segurança, como no exemplo da

solução SafeMove 2. Combinada com diferentes tipos de visão e sistemas de monitorização do ambiente, esta opção de segurança atribui aos robots convencionais as caraterísticas para a execução de determinadas operações colaborativas. Em terceiro lugar, os robots colaborativos elevam a natureza do trabalho ao permitirem que as pessoas façam as tarefas que necessitam mais pensamento e são menos exigentes fisicamente. Além disso, quando humanos e os robots trabalham juntos, isso resulta muitas vezes em superar a precisão e velocidade do trabalho humano, levando a produções de maior qualidade e menos desperdício.

TECNOLOGIA SAFEMOVE 2 Esta tecnologia é uma ferramenta desenvolvida para facilitar a colaboração entre humanos e robots nos sistemas de fabrico em que a segurança do robot por limitação da força e da potência do impacto, por si só, não é viável. Como exemplo, basta verificar uma aplicação robotizada

que requer grande capacidade de carga ou grande velocidade nos movimentos do manipulador para ser eficiente, mas que assim se torna um risco potencial para as pessoas nas suas proximidades. Nestes casos, historicamente têm sido utilizadas vedações ou gaiolas para separar o homem do robot. Introduzido em 2008, o SafeMove 2 permite uma monitorização redundante com certificação de segurança dos movimentos do robot, da sua ferramenta, do modo paragem monitorada também designado standstill, ou limitações de velocidade. É constituída por software e hardware adicional no controlador IRC5 do robot, sendo configurável. Duas das principais caraterísticas do SafeMove 2 são: • Supervisão da ferramenta do robot: protege o operador e aumenta a segurança da máquina e dos equipamentos periféricos através da supervisão da ferramenta do robot quanto à sua posição, velocidade e orientação; • Supervisão do manipulador: protege o operador e os periféricos do manipulador do robot, através da supervisão da posição e da velocidade das juntas e do braço. Como exemplo de segurança para o operador, se existir uma necessidade de interação humana com o sistema robotizado, sensores de segurança devem ser incorporados na célula para detetar a presença de uma pessoa. Ao ser detetada essa presença, o SafeMove 2 vai

"Introduzido em 2008, o SafeMove 2 permite uma monitorização redundante com certificação de segurança dos movimentos do robot, da sua ferramenta, do modo paragem monitorada também designado standstill, ou limitações de velocidade. É constituída por software e hardware adicional no controlador IRC5 do robot, sendo configurável."


Robots móveis colaborativos na otimização da logística interna

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A robótica e outras tecnologias de automação estão a transformar o manuseamento de materiais no recinto das fábricas, tanto quanto estão a fazer noutros processos. Mas ao invés de serem vistos como precursores da Idade da Máquina e de um futuro bastante distópico para os humanos, muitos especialistas dizem que é um sinal de que um mundo industrial mais centrado no ser humano está a tomar forma.

Filipe Carrondo General Manager EPL – Mecatrónica & Robótica

DOSSIER SOBRE ROBÓTICA COLABORATIVA

A robótica na logística interna sinaliza um ambiente de trabalho mais centrado no ser humano

Robots colaborativos e robots móveis autónomos CMR (collaborative mobile robots) podem funcionar lado a lado com os trabalhadores humanos, dividindo tarefas para que cada um faça o que faz melhor. Os robots estão a assumir funções repetitivas e monótonas, libertando os humanos para mais desafios mentais e papéis de maior valor. Nessa situação, um robot torna-se apenas mais uma ferramenta na caixa de ferramentas de um trabalhador. O uso de robots móveis e outros robots para mover materiais no recinto da fábrica e num armazém ainda está em fase inicial, mas o fundador e CTO da

Mobile Industrial Robots, Niels Jul Jacobsen, vê um grande potencial nesta área de automação exata: “Este é realmente um novo mercado que estamos a abrir. Eu penso que apenas vendemos alguns milhares de robots neste campo mas estamos a falar de várias centenas de milhares que devem estar no mercado nos próximos cinco anos. Os robots móveis irão revolucionar a forma como estamos a usar as fábricas devido às diversas aplicações”, explica. As empresas hoje são muito ágeis porque precisam atender às necessidades dos seus clientes para se manterem competitivas, o que significa que haverá mais robots e mais empregos para os seres humanos

Figura 1. Na Magna-Power Electronics, os robots móveis assumiram a tarefa de mover peças do stock e através dos processos de fabricação, libertando o equivalente a três funcionários em tempo integral, que agora se podem concentrar em tarefas mais valiosas.

no futuro. Um exemplo muito conhecido é o que vimos na Amazon, que continua a adicionar robots, pois também agrega trabalhadores humanos.

APROVEITANDO A MOBILIDADE A tarefa de mover materiais para ou entre células de trabalho e armazéns parece ser ideal para robots. A Magna-Power Electronics, fabricante de produtos de energia programáveis de New Jersey, conseguiu libertar o equivalente a três funcionários em tempo integral para outras tarefas, implantando dois robots móveis para mover peças e montagens do armazém de stock e através do processo de fabricação. Os produtos da Magna-Power são feitos sob encomenda e os prazos de entrega reduzidos são tão essenciais como o preço de manter a vantagem competitiva da empresa. Apelidados de Scotty e Chekov, os robots móveis foram fornecidos pela Mobile Industrial Robots (MiR). O uso dos robots também fez com que as operações do stock fossem mais eficientes. Em vez de se aguardar em longas filas de funcionários para tentar entregar ou aceder a peças, os trabalhadores do stock podem agora concentrar-se na montagem dos kits necessários para cada fonte de energia personalizada. Eles simplesmente carregam o robot e vão fazer o kit para o próximo projeto. “O objetivo do robot não é substituir os funcionários, mas torná-los mais eficientes com seu tempo”, diz Grant Pitel, Vice-Presidente de engenharia da Magna-Power. “Agora eles podem concentrar-se nas tarefas que não podem ser destinadas a robots”. A crescente adoção de robots móveis faz parte da mudança de ativos fixos e de propósito único, para uma infraestrutura mais ágil que pode lidar com múltiplas tarefas e mover-se para onde é necessário. De acordo com Ed Mullen, Vice-Presidente de vendas para as Américas da


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Como pudemos observar recentemente nas notícias, o comércio eletrónico no nosso país esta a aumentar de forma vertiginosa com aumentos no último ano próximos dos 21%, alcançando uma faturação acumulada em transações de produtos e serviços pela Internet de quase 25 000 milhões de euros. Porem isso é somente o começo já que se prevê um crescimento exponencial nos próximos anos.

Salvador Giró CEO INFAIMON, S.L.

DOSSIER SOBRE ROBÓTICA COLABORATIVA

Robótica guiada por visão, uma tecnologia imprescindível para a logística

Analisando esta evolução constatamos que um dos tendões de Aquiles do comércio eletrónico é a logística, onde a automatização dos processos é indispensável para não desembocar num “gargalo” insustentável. Ao mesmo tempo, a indiscutível melhoria da economia favorece o aumento da produção das nossas fábricas pelo que, consequentemente, obriga a que tenha que se rever todo o processo logístico, tanto à entrada de matérias-primas como a saída de produtos elaborados. O aumento do volume dos elementos manipulados durante os processos relacionados com a logística, obriga a uma intensa automatização das empresas para poderem ser realmente competitivas. É nessa parte onde a visão artificial ganha protagonismo, acrescentando precisão e velocidade dos processos.

Desde o preciso momento em que um meio de transporte de mercadorias entra num recinto, aciona o funcionamento de todos os mecanismos de controlo e rastreabilidade desta mercadoria utilizando sistemas de visão artificial. A possibilidade de ler as matrículas (placas) dos camiões, o número de identificação dos contentores (container), os códigos dos vagões dos comboios ou símbolos de mercadorias perigosas, fazem que os sistemas de visão sejam um método insubstituível para determinar o histórico destes veículos, uma vez que se encontram dentro das nossas instalações. Para poder efetuar o acompanhamento utilizam-se algoritmos especializados em OCR (Reconhecimento Ótico de Carateres), o sistema mais sofisticado de reconhecimento de padrões. Desta forma conhece-se a cada momento a posição

das mercadorias transportadas e sua localização dentro das zonas designadas. Quando um meio de transporte chega à porta de entrada da receção de mercadorias, sistemas baseados em robótica guiada por visão (VGR) podem descarregar os camiões ou contentores de forma automatizada, e colocar os produtos nas esteiras de transporte ou sobre robots móveis que levarão o produto até à sua localização designada no armazém. Quando as mercadorias entram dentro da empresa, o sistema de medição volumétrica baseado em visão artificial permite determinar com precisão as ações que deverão ser realizadas em cada objeto posteriormente. Estes sistemas de determinação volumétrica têm integradas câmaras inteligentes 3D, baseadas em triangulação laser. Simultaneamente é realizada a avaliação volumétrica onde se identificam os materiais que entram nas instalações através de sistemas de controlo de rastreabilidade baseados em elementos de leitura de códigos de barras, códigos de matriz e OCR, ou uma combinação deles. Com a finalidade de que estes mecanismos sejam suficientemente robustos e


Maximize o desempenho das suas operações com os sistemas de supervisão e telemetria do futuro

robótica

Frederico Mota Automation, HMI & SCADA Product Manager Schneider Electric Portugal

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DOSSIER SOBRE ROBÓTICA COLABORATIVA

A transmissão de dados operacionais com alta qualidade para serviços da cloud permite que os operadores das instalações consigam controlar proativamente as suas infraestruturas através de ferramentas projetadas especificamente para esta função.

Com o potencial existente para tirar partido de dispositivos e equipamentos mais inteligentes, existirão cada vez mais dados para processar. Esses dados serão transpostos para ferramentas de software de análise, incluindo softwares de gestão de empresas e sistemas de gestão de ativos. O valor dos dados provém das normas analíticas, padrões e linhas de base desses sistemas, mas os sistemas não conseguem desempenhar a sua função devidamente se faltarem dados. Por este motivo é fundamental um sistema de telemetria e supervisão bem concebido para controlo e aquisição de dados (SCADA) por modo a tirar o melhor partido do crescente número de dispositivos disponíveis e das diversas opções de comunicação que emergem rapidamente. Tendo em consideração estas novas tendências, analisamos de seguida a forma como as infraestruturas se podem concentrar em maximizar a qualidade dos dados, ao mesmo tempo que minimizam a quantidade dos mesmos. Otimize o fluxo de dados com edge computing: À medida que as

infraestruturas ficam mais conetadas a dispositivos e sensores, o desafio passa por gerir a largura de banda necessária para transmitir todo este fluxo de novos dados para a cloud. Estas dificuldades podem ser abordadas através de edge computing, isto é, dispositivos inteligentes e conetados que desempenham tarefas e processos locais e concentram, interpretam e analisam dados de alta resolução provenientes de sensores conetados. Informação crítica, alertas e avisos de

anomalias podem depois ser enviados para uma plataforma de cloud para uma análise pormenorizada, sem necessidade de enviar todos os dados recolhidos. Reduza a frequência de transmissão na rede e obtenha dados com melhor qualidade: É possível reduzir a frequência de transmissão na rede (polling) e obter dados com melhor qualidade, e ainda assim receber alertas de problemas de forma quase imediata, sem necessidade de alertas a cada segundo. Os controladores que suportam o Protocolo de Rede Distribuída (DNP3 – Distributed Network Protocol) permitem, de um modo intrínseco, obter ocorrências “horo-datados” na origem, e depois transmitir esses dados para o seu sistema de supervisão. A maior desvantagem de um protocolo baseado em transmissão periódica (polling) é a necessidade de classificação dos dados por modo a aumentar ou diminuir a frequência de transmissão de envio dos mesmos. Com uma solução em DNP3, os dados dependem apenas das alterações que ocorram no processo, havendo uma menor transmissão de dados, o que nos leva a uma melhor qualidade dos mesmos. Interrupção na comunicação não significa perda de dados: Com sistemas geograficamente dispersos, interrupções de comunicação são uma


Especificidades da comunicação com robots

Universal Robots

1.1. Intefaces primárias/secundárias O controlador UR fornece servidores para enviar dados do estado do robot e recebe comandos URScript. A interface principal transmite dados do estado do robot e mensagens adicionais, já a interface secundária transmite apenas dados do estado do robot. Os dados são utilizados principalmente para comunicação entre a GUI e o controlador. Ambos aceitam comandos URScript com taxa de atualização de 10 Hz. Isso permite controlar o robot remotamente sem o programa de robots.

robótica

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DOSSIER SOBRE ROBÓTICA COLABORATIVA

1. VISÃO GERAL DAS INTERFACES DO CLIENTE O robot colaborativo industrial (UR robot ou Universal Robot) pode interagir com dispositivos externos através de diferentes tipos de interfaces de comunicação.

1.2. Interfaces em tempo real A funcionalidade da interface em tempo real é semelhante às interfaces primárias/ secundárias. O controlador transmite os dados do estado do robot e recebe comandos URScript. A principal diferença é a taxa de actualização, sendo que a interface em tempo real atualiza dados com 125 Hz. 1.3. Servidor do painel Um UR pode ser controlado a partir de controlo remoto, enviando comandos simples para a GUI através de uma socket TCP / IP. Essa interface é chamada de “Dashboard Server”. As principais funções do servidor são carregar, reproduzir, pausar e parar um programa de robots, definir o nível de acesso do usuário e receber comentários sobre o estado do robot. 1.4. Comunicação Socket O robot UR pode comunicar com o equipamento externo através do protocolo TCP / IP. Os dados podem ser transferidos através de comunicação socket entre o robot e outro dispositivo. Na comunicação socket, o robot atua como cliente e outro dispositivo desempenha um papel como servidor. O URScript fornece comandos

que abrem e fecham sockets e enviam e recebem diferentes formatos de dados. 1.5. XML-RPC XML-RPC é um método de Chamada de Procedimento Remoto que usa XML para transferir dados entre programas por sockets. Com isso, o controlador UR pode invocar métodos/funções (com parâmetros) num programa/servidor remoto e recuperar dados estruturados. Ao usá-lo, um cálculo complexo que não está disponível no URScript pode ser realizado. Além disso, outros pacotes de software podem ser combinados com o URScript. 1.6. RTDE (real-time data exchange) O RTDE (troca de dados em tempo real) é projetado como uma substituição robusta para a interface em tempo real. Isso permite que o controlador UR transmita dados de estado personalizados e aceite pontos de ajuste personalizados e dados de registo. Ele é executado na taxa de atualização de 125 Hz.

2. ACEDER AOS DADOS DE UM ROBOT ATRAVÉS DE UM SERVIDOR MODBUS Exemplo válido para: CB2 Software versão: 1.6 e superior CB3 Software versão: todas as versões 2.1. Objetivo Dar acesso de leitura e gravação aos dados no controlador do robot para outros dispositivos. 2.2. Como funciona O controlador do robot atua como um servidor Modbus TCP (porta 502), os

clientes podem estabelecer conexões e enviar solicitações MODBUS padrão para ele. O servidor está disponível no endereço de IP do controlador que pode ser encontrado e modificado no PolyScope (SETUP Robot Setup NETWORK). NOTA: Alguns fabricantes de dispositivos Modbus usam os termos Master (cliente) e Slave (servidor). Normalmente, o dispositivo I/O externo vai ser um servidor e o robot comportar-se-á como o cliente (solicitando e consumindo mensagens do servidor). No entanto, note-se que o controlador UR pode ser tanto um servidor como um cliente. 2.2.1. Funcionalidade • Diversos clientes podem-se conectar com o servidor simultaneamente; • O servidor pode responder aos seguintes códigos de função: 0x01: READ_COILS (ler bits de saída) 0x02: READ_DISCRETE_INPUTS (ler bits de entrada) 0x03: READ_HOLDING_REGISTERS (ler registos de saída) 0x04: READ_INPUT_REGISTERS (ler registos de entrada) 0x05: WRITE_SINGLE_COIL (bit de saída de escrita) 0x06: WRITE_SINGLE_REGISTER (registo de saída de gravação) 0x0F: WRITE_MULTIPLE_COILS (escrever multiplos bits de saída) 0x10: WRITE_MULTIPLE_REGISTERS (escrever vários registos de saída) •

o servidor irá responder a todos os pedidos;


Susana C. F. Fernandes Docente na Licenciatura de Design Industrial no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave – IPCA Coordenadora do CTeSP de Design e Inovação Industrial do Instituto Politécnico da Maia – IPMAIA

A indústria automóvel está entre os maiores utilizadores de impressoras 3D.

robótica

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NOTA TÉCNICA

Design e inovação com recurso à impressão 3D na indústria automóvel

Desde o surgimento das tecnologias de impressão 3D e respetivos desenvolvimentos, que a gama de aplicações nesta indústria não tem parado de crescer. A Ford, por exemplo, comprou a sua primeira impressora 3D em 1988, e em 2015 imprimia a sua peça número 500 000, precisamente a tampa de cobertura do motor do novo Ford Mustang (v. 2017). Em geral, a indústria automóvel começou por utilizar a impressão 3D como ferramenta de prototipagem rápida para validação e teste das diferentes etapas do processo de Design e de Engenharia. Os fabricantes utilizam-nas, sobretudo, na construção de protótipos iniciais, como peças e acessórios do interior e do exterior do automóvel, permitindo discutir e partilhar conhecimentos (sobre forma, função e requisitos de montagem) entre as equipas de projeto e os fornecedores. Porém, as tecnologias de impressão evoluíram sobretudo nos materiais e acabamentos, tornando-se um recurso recorrente e importante na produção de

peças de pequena série. Por exemplo, o superdesportivo da Bugatti, o modelo Veryron, desenhado e desenvolvido na Alemanha pelo Grupo Volkswagen, e fabricado (em Molsheim, na França) pela Bugatti Automobiles S.A.S., apresenta um Dashboard obtido com recurso a impressoras 3D. Como cada automóvel é personalizável no design, “feito à medida do cliente”, o Veyron tem um painel exclusivo, obtido através desta tecnologia. Um outro campo de aplicação é o mercado dos automóveis exclusivos ou do segmento de luxo, como a Bentley ou a Ferrari. Estas recorrem à tecnologia de impressão 3D para personalização e individualização dos automóveis. Inclusivamente existem clientes que procuram o desenho dos próprios automóveis junto de empresas como Pininfarina & Guigaro para, em seguida, levá-los para fabricação junto da Ferrari. No mercado dos automóveis clássicos, há vários anos que é comum a replicação de peças únicas por digitalização e impressão 3D.

Muitos construtores automóveis (como é exemplo a Ford) estão otimistas de que a impressão 3D pode ganhar uma forte posição no mercado futuro de reposição de peças. Mas a impressão 3D não está limitada às partes interiores e de acabamento dos automóveis. Na Fórmula 1, por exemplo, faz-se um uso extensivo da impressão 3D para a prototipagem de partes técnicas do carro, como são exemplo as caixas de velocidades. Outros desportos motorizados recorrem a impressoras 3D para o fabrico de coletores de escape, fusos, válvulas, comandos de válvulas, tubagens, encanamentos, entradas de ar, tampas, painéis de instrumentos, entre muitos outros componentes. Se recuarmos algumas décadas, constatamos que a indústria automóvel demorava meses a fabricar um único protótipo, com os elevados custos associados. Hoje em dia conseguem-no, de um dia para o outro, e com custos mais reduzidos. Por conseguinte, estamos efetivamente perante uma mudança de paradigma e revolução na indústria automóvel. As impressoras 3D, disponíveis no mercado, tendem a ser mais rápidas, mais económicas e incrivelmente mais precisas. Também a diversidade de materiais, com diferentes caraterísticas e cores disponíveis, tem potenciado a ampliação da gama de aplicações. A tecnologia de impressão 3D mudou radicalmente a forma como a indústria automóvel projeta e desenvolve os novos veículos. Os designers podem ser mais criativos e os engenheiros mais flexíveis no desenvolvimento e no teste de soluções e, para o cliente, isso pode traduzir-se em novos modelos automóveis, capazes de incorporar os mais recentes conceitos de Design & Tecnologia. As possibilidades de flexibilidade no design são muito vastas com a impressão 3D. Desta forma, os fabricantes auto podem desenvolver algumas caraterísticas


Económico e de grande alcance para a IoT: o novo chip de rádio da STMicroelectronics

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case study

A comunicação sem fios é um aspeto chave de todas as aplicações IoT. Contudo, em muitas áreas de aplicação ela tem de cobrir distâncias maiores de forma mais eficiente em termos energéticos. Por isso, a Rutronik preenche o espaço entre o clássico rádio de curto alcance e a comunicação móvel, com o novo chip de rádio S2-LP da STMicroelectronics.

Sem necessidade de trocar a bateria durante 10 anos podem ser ligados em rede objetos com o S2-LP, tornando-os inteligentes: No modo de receção, ele consome apenas 6,7 mA, no modo de transmissão com 10 dBm apenas 10 mA, no modo Sleep e Standby apenas 600 ou 350 nA. “Assim, o S2 LP consegue uma posição única no mercado”, explica René Hermanns, gerente de produto para a tecnologia sem fios na Rutronik. “Não é fácil conseguir estes valores tão baixos, e apenas alguns fabricantes dispõem das competências necessárias para tal, como no design de circuitos analógicos de alta frequência com eficiência energética ou a integração com secções funcionais digitais para a banda base. No S2-LP da ST, a eficiência energética não põe em causa a segurança de funcionamento e a estabilidade de conexão”. Com estas caraterísticas, o transcetor é ideal para aparelhos ligados em rede, como sistemas de alarme, equipamentos de monitorização e soluções inteligentes de medidores de energia e também para a automação predial, sistemas de comando e monitorização industrial, assim como sistemas para a gestão de iluminação, tráfego e estacionamento em aplicações Smart City.

É especialmente recomendado para todas as aplicações em que se tem de cobrir distâncias maiores para ligar, por exemplo, sensores externos diretamente à cloud, sem passar por um gateway local. “Com esses sensores amplamente distribuídos por uma área maior, que também são muitas vezes difíceis de alcançar, a durabilidade muito longa bateria ajuda a reduzir significativamente os custos de manutenção”, salienta René Hermanns. O chip de rádio programável opera nas bandas de frequências sub-gigahertz sem licença e pode ser ajustado de acordo com as exigências de cada um dos diferentes continentes. Protocolos populares de comunicação onde pode ser aplicado o chip são, por exemplo, Wireless M-Bus, Sigfox, 6LowPAN e IEEE 802.15.4g,

que é adequado para a gestão de energia e aplicações de controlo de processos, fornecendo assim a base para futuras Smart Grids. “Isso permite que o S2-LP seja aplicado de forma flexível em várias bandas de frequência ISM, usado mesmo assim, em cada banda, a camada física global uniformemente definida e tudo o que se encontra acima”. Devido à operação de banda muito estreita de apenas alguns kilohertz, é necessário muito menos energia para a modulação de dados do que na maioria das outras tecnologias sem fios, que necessitam quase sempre entre 1 MHz e 20 MHz. Com sinais de alta potência até 16 dBm, o transcetor também providencia o intercâmbio seguro dos dados em longas distâncias. A sua sensibilidade do recetor de -130 dBm permite, consoante as condições ambientais, distâncias de transmissão até várias dezenas de quilómetros, garantindo, assim, uma cobertura de rede ampla.

FIÁVEL, ENERGETICAMENTE EFICIENTE E RENTÁVEL GRAÇAS À INTEGRAÇÃO SIGFOX “O Sigfox é particularmente interessante para dispositivos com um volume de dados reduzido, uma vez que foi desenvolvido especificamente para esta finalidade. Graças à integração do Sigfox no S2-LP, a conetividade IoT com o chip de rádio é mais fiável, energeticamente eficiente e rentável. Além disso, os designers de sistemas beneficiam do grande ecossistema Sigfox”, afirma René


EMO Hannover 2017: “Connecting systems for intelligent production“

robótica

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por Miguel Malheiro

reportagem

Sistemas conetados em rede para uma produção inteligente é o mote da feira EMO Hannover 2017. Empresários de todo o mundo estão a dirigir a sua atenção para a digitalização e a interconexão dos seus produtos, da sua produção e das suas cadeias de logística, porque preveem que é no desenvolvimento desta área que poderão obter nos próximos tempos os maiores ganhos de competitividade.

AS EMPRESAS ESTÃO A EXIGIR SOLUÇÕES GLOBAIS DE PRODUÇÃO E AUTOMAÇÃO Lotes mais pequenos, peças mais complexas, maior diversidade de peças e a combinação de processos, são apenas alguns dos atuais desafios que se colocam à produção industrial. Os clientes precisam de um grande apoio técnico para utilizarem as capacidades das suas máquinas de forma eficiente, para otimizarem o fluxo de materiais e automatizarem da melhor forma possível os tempos de trabalho administrativos cada vez mais complexos, que vão desde a elaboração de cotações até à emissão de faturas. Uma vez dominados, grandes ganhos de produtividade existirão nas empresas. Possibilitar o acesso a estes processos também às PMEs com ofertas adequadas e consistentes é um desafio para os fabricantes de máquinas-ferramenta.

A DIGITALIZAÇÃO ESTÁ A TRANSFORMAR OS PRODUTOS E A PRODUÇÃO O enfoque está na digitalização dos produtos e dos processos. É um facto que não é possível ter na totalidade uma imagem de todos os processos, desde da encomenda online, passando pela execução da encomenda, da produção e da expedição. No entanto, o objetivo é procurar ter uma imagem o mais fiel possível da realidade da fábrica em tempo real, como por exemplo ter o “digital shadow” ou “digital twin” dos ativos. Também

o conhecimento dos processos está a tornar-se cada vez mais digital, e por isso mais rapidamente reproduzível e otimizável, permitindo tempos de entrega cada vez mais curtos e taxas de defeito cada vez mais reduzidas. É no “know-how” dos fabricantes de máquinas-ferramenta, bem como dos fornecedores e dos utilizadores de produtos interconetados,

"Em 2017 a EMO Hannover será de novo o ponto de encontro do mundo global das máquinas-ferramenta e a melhor plataforma para os utilizadores encontrarem soluções para os seus multifacetados requisitos."

que assenta o sucesso deste impulso de desenvolvimento.

A INTERCONEXÃO DA CADEIA DE VALOR É O PRÓXIMO PASSO Outro progresso é a interconexão perfeita da cadeia de valor. Inclui os próprios agentes, as filiais, os fornecedores e os clientes. O pensamento em rede entre empresas resulta num acesso mais eficaz aos recursos e à inteligência de todas as partes. Isso requer abertura em termos de sistemas e de pensamento. Atualmente a indústria das máquinas-ferramenta exige cada vez mais “know-how” em TI.

NO CONHECIMENTO EM REDE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GANHA RELEVÂNCIA A partir da digitalização dos produtos e processos podem surgir novas soluções e modelos de negócio de grande utilidade para os clientes, permitindo também a entrada de novos fornecedores no mercado. A prestação de serviços e


Siemens Automation Days Moldar a transformação digital da Indústria 4.0

por Marta Caeiro

robótica

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reportagem

“Num mundo cada vez mais digital, a indústria não é exceção. Todos os dias surgem novos desafios, mas também grandes oportunidades, e é fundamental que as empresas percebam qual o caminho a percorrer para não perderem o comboio da era digital”.

Em declarações à revista “robótica”, António Silva Amaral recorda os propósitos iniciais deste evento, salientando também o impacto da 4.ª Revolução Industrial na esfera industrial: “O Automation Days foi desenhado para ser um evento interno e de cariz tecnológico. Todavia, esta edição de 2017 é particularmente inovadora porque estamos a viver esta era da 4.ª Revolução Industrial e da Digitalização, o que tem também impacto na esfera industrial e vai revolucionar bastante a forma de estar das empresas no amanhã”. Para o responsável de Automação da Siemens, o importante, conforme nos referiu, “é ver a digitalização como uma oportunidade para crescermos amanhã e termos mais competitividade no nosso tecido industrial português. Há que tentar, com a revolução

industrial cimentada com a tecnologia, novos modelos de negócio para recuperar a competitividade, trazendo a tecnologia de volta para a Europa”. Quando questionado acerca do caminho para a Siemens se tornar uma empresa digital, Silva Amaral aponta o “aumento da competitividade da cadeia de valor nas nossas indústrias” como uma das estratégias mais eficientes da empresa. Paralelamente, acrescenta a importância de “adotar uma série de softwares e portefolios que acrescentem valor nas nossas indústrias; reduzir o time-to-market, aumentar a qualidade com os softwares apropriados – e a Siemens de facto tem, nessa matéria, uma visão única ao longo de toda a cadeia; não esquecer a eficiência produtiva; fazer auditorias energéticas apropriadas; reduzir os custos da produção e aumentar a vantagem competitiva”.

A Siemens realizou nos dias 30 de maio e 1 de junho mais uma edição dos Siemens Automation Days. Sob o lema “Set the pace for digitalization!” (Definir o ritmo da digitalização!), este é um evento que pretende dar a conhecer as soluções que tornam o mundo digital numa realidade, permitindo às empresas reduzir o tempo de chegada ao mercado, ampliar a flexibilidade da produção customizada, aumentar a qualidade dos produtos e serem mais eficientes, ao mesmo tempo que se tornam cada vez mais seguras. Numa era em que existem desafios sem precedentes e também grandes oportunidades, uma pergunta lidera a palestra: ‘Qual o caminho para se tornar uma empresa digital?’. A revista “robótica” juntou-se à equipa Siemens, seguindo o evento no lugar do Freixieiro, freguesia de Perafita, no dia 1 de junho. António Silva Amaral, responsável de Automação da Siemens, começou com os devidos agradecimentos, perante uma audiência atenta. “Vamos trabalhar

Em jeito de conclusão, Silva Amaral afirma: “O desafio é sempre o mesmo: sermos inteligentes para inovar de forma disruptiva, para estarmos à frente continuamente”.


3.ª edição do TECNET desvenda autêntica "montra de tecnologias” “O futuro sente-se agora!”

por Marta Caeiro

robótica

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reportagem

Nos dias 1, 2 e 3 de junho de 2017 o edifício da Torre da Oliva, em São João da Madeira, foi palco da 3.ª edição do TECNET Business Camp, um evento destinado a empresas “talentosas, a empreendedores ousados, a investidores com determinação e atitude e a instituições repletas de tecnologia e criatividade".

O TECNET Business Camp é um evento dedicado à tecnologia, à criatividade, à inovação e ao empreendedorismo empresarial e social, promovido pela Câmara Municipal de S. João da Madeira e pela Sanjotec – Centro Empresarial e Tecnológico, em parceria com a rede Tecparques e a Portuspark. Esta é uma iniciativa que reúne, no mesmo espaço, profissionais das áreas tecnológicas, empreendedores, empresários, investidores, financiadores e instituições, para que todos se conheçam, façam networking e troquem sinergias. O evento revelou-se uma oportunidade perfeita para mostrar ao país uma nova geração de empresas com projetos inovadores, perspetivar o seu futuro e potenciar o seu crescimento. A feira abordou diversas temáticas, como: inovação, criatividade, empreendedorismo, internacionalização, financiamento, smart cities, Indústria 4.0 e Lean Production, cibersegurança, indústria au-

tomóvel, têxtil/calçado, agroalimentar e turismo. O espaço escolhido, a Torre da Oliva, permite que haja uma separação de três pisos sendo que em cada espaço aconteceram múltiplas iniciativas, cada um correspondeu a um conceito, a uma funcionalidade e a uma identidade própria a serem explorados. O Presidente da câmara sanjoanense, Ricardo Figueiredo, explicou que a 3.ª edição foi “especialmente diferente porque o seu mote foi a partilha de conhecimento. Uma montra de tecnologias e uma oportunidade única para que empresas jovens se encontrem e troquem experiências”.

Nuno Cascais, EPL: "todos os dias a Indústria 4.0 coloca-nos novos conceitos, mesmo dentro da robótica.”

INDÚSTRIA 4.0 E LEAN PRODUCTION EPL – Mecatrónica & Robótica A revista “robótica" acompanhou o segundo dia do TECNET, marcando presença na palestra sobre a Indústria 4.0 e Lean Production. Moderado por João Carlos Costa, administrador técnico da ATEC Academia de Formação, o debate visou mostrar a forma como estas duas vertentes da indústria estão representadas nas empresas presentes no painel. Fizeram-se representar as empresas EPL – Mecatrónica & Robótica, o Grupo GNS, a Bosch e a Volkswagen – Autoeuropa. Nuno Cascais, diretor comercial da EPL, começou por frisar um ponto de vista diferente da Indústria 4.0: “Diferente, porque nós somos uma empresa de serviços para a indústria, não somos propriamente um cliente. Mas, tal como estas empresas, também estamos a passar por um processo de adequação à Indústria 4.0. Isto porque em 2012 deparamo-nos com este conceito e verificamos que dentro da nossa oferta ao cliente teríamos uma oferta na área da robótica, em que estávamos bem colocados na indústria, mas este novo conceito iria obrigar a algo que não tínhamos capacidade de fazer nem de propor”. Perante isto, a EPL fez uma análise e verificou que existirá, até 2025, uma parte significativa de bens e serviços que vão mudar ou deixar de existir, enquanto outros vão ser completamente novos. A EPL está neste momento dividida em dois pilares, associados à robótica: robótica convencional e robótica colaborativa, que será uma necessidade para quem implementa processos da Indústria 4.0. “A questão da robótica colaborativa vem no seguimento da adequação da Indústria 4.0, porque já ouvimos falar que existem sistemas ciberfísicos que vão ter que comunicar e interagir com o mundo físico, ou seja, essa adequação e implementação da Indústria 4.0 irá gerar uma consequência na


Jantar de gala no Palácio Nacional da Ajuda Weidmüller Portugal celebra 25 anos

robótica

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texto e fotos por Carlos Alberto Costa

reportagem

A Weidmüller Portugal completou 25 anos de atividade. A data foi assinalada a rigor, na companhia de colaboradores e clientes reunidos para jantar no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Um evento onde se falou de razão e coração.

Jantar a rigor ao som da harpa num palácio que alojou a monarquia durante três décadas. Já não tilintam as porcelanas da Companhia das Índias, nem ecoam as angústias de D. Manuel I, que tinha pavor de terramotos, mas o espaço permanece aristocrático, regularmente utilizado para as tomadas de posse da República e como tal inspirador para as bodas de prata de uma empresa referência no setor elétrico. O evento realizado a 19 de maio reuniu dezenas de clientes da Weidmüller, colaboradores da empresa e media partners, entre os quais a revista “robótica”.

Presente também a aristocracia internacional da Companhia, José Carlos Álvarez Tobar, o responsável mundial para o marketing e vendas e o primeiro não alemão em 160 anos de história a ser nomeado para o Board da Weidmüller, Rafael Fiestas, Regional Manager para o sul da Europa, América do Sul e Central, e a equipa da Weidmüller Espanha, incluindo o country manager Josep Rovira. Deodato Taborda Vicente, Diretor-geral da Weidmüller Portugal, cargo que se estende ao Brasil, América do Sul e central, salientou na mensagem de boas vindas, os valores comuns no negócio que sempre têm ligado os profissionais da Weidmüller: “a palavra, a confiança e a amizade têm sido pontos de honra e os pilares do crescimento que fizemos convosco durante estes 25 anos.” “Clientes, colaboradores, qualidade e inovação. Estes elementos constituem a nossa fórmula de sucesso”, acrescentou o anfitrião aproveitando a oportunidade para agradecer a três pessoas que o acompanham desde 1992: José Catarino, Pedro Margarido e Sandra Saldanha. “Já em 98, seis anos depois de termos começado, conquistámos a liderança do mercado português no nosso segmento e defendemos essa posição até hoje. Como

conseguimos? Inovando sempre. Inovamos a nível de produtos e de serviços, tentando antecipar as necessidades dos nossos clientes, criando tendências, sendo ‘opinion leaders’, e isso tem sido a chave deste percurso”, referiu Deodato Tabora Vicente. O Diretor-geral da Weidmüller Portugal confessou aos convidados que o momento mais marcante do seu trajeto de 25 anos ao serviço da empresa ocorreu há três anos quando foi convidado para assumir a Direção-geral no Brasil e na América Latina. “No entanto, ao aceitar esse convite coloquei uma condição, que foi a de continuar a ser responsável pela Weidmüller Portugal e poder voltar para o meu país. A viagem de regresso está marcada para Janeiro de 2019”, informou o gestor. Deodato Vicente assinalou, ainda, os locais recentes de celebração dos aniversários da Weidmüller, preparados para surpreender os convidados, a começar pelo espaço, casos dos jardins do Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras, onde foi celebrado o 10.o aniversário, o Planetário e o Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, na altura da celebração dos 20 anos, e desta vez no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, para comemorar os 25 anos. “Vocês merecem”, concluiu o Diretor-geral da Weidmüller Portugal.

RELAÇÕES DE LONGO PRAZO Rafael Fiestas, Regional Manager (Sul da Europa, Brasil, América do Sul e Central), sinalizou os aspetos que marcaram o caminho percorrido pela Weidmüller Portugal: “por um lado, uma equipa de excelente qualidade capitaneada por Deodato Taborda Vicente e com o apoio incondicional de José Carlos Álvarez. Uma equipa que oferece a confiança necessária para os clientes verem como se resolvem os seus problemas e como suprimos as suas necessidades, apoiando-se na experiência, dedicação e entrega da nossa gente e em produtos e soluções amparados por uma


ENGENHARIA + DESIGN: DA IDEIA AO PRODUTO

Edição: 2017

Neste livro, apresentam-se diversos conteúdos referentes ao processo de desenvolvimento de produto. No seu início, descrevem-se generalidades do processo e as suas múltiplas ferramentas. Os materiais são descritos numa lógica da sua relevância para o processo de seleção, tendo em consideração as suas caraterísticas estéticas, estruturais e as suas aplicações mais comuns. No desenho assistido por computador, identificam-se as diferentes formas e ferramentas de modelação, tipologias de software, ficheiros e formatos para a adequada intermutabilidade entre sistemas de trabalho virtual diferentes. A modelação por processo inverso é parte integrante do livro por assumir-se, hoje, como um meio extremamente importante para o desenvolvimento de determinadas geometrias de produto. Finalmente, o livro não poderia deixar de conter as temáticas dos desenhos, dos modelos, dos protótipos, das tecnologias de prototipagem e do fabrico rápido.

Idioma: Português

Índice: O processo de desenvolvimento de produto. Materiais: Caraterísticas e aplicações. Processos de fabrico.

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Desenho assistido por computador. Modelação por processo inverso. Modelos e protótipos. Tecnologias de

40,00 €

Autor: António Manuel Ramos, Carlos Moura Relvas, José António Simões, Luís Miguel Mota ISBN: 9789897232398 Editora: Publindústria Número de Páginas: 276

prototipagem. Fabrico rápido.

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BIBLIOGRAFIA

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM CONTROLE E AUTOMAÇÃO

Número de Páginas: 228

Os professores Cairo Lúcio Nascimento Jr. e Takashi Yoneyama, membros atuantes e destacados da comunidade de Controlo e Automação, reconhecidos e respeitados pela qualidade e produtividade das suas atividades de ensino e pesquisa, vêm, através deste livro, colocar ao alcance de estudantes, profissionais e pesquisadores, material didático desenvolvido e aprimorado ao longo das suas atuações em disciplinas da área de Sistemas e Controlo, dos programas de pós-graduação, do conceituado Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o merecidamente famoso, ITA. O livro cobre de forma ampla e básica os assuntos de Inteligência Artificial de interesse às aplicações não só em Controlo e Automação, mas também em Instrumentação Inteligente e Processamento de Sinais. Cada assunto é tratado de forma a propiciar condições de aprendizagem tanto teórico básico, como dos principais métodos e ferramentas usados, além de informações sobre livros e publicações técnico científicas de referência.

Edição: 2000

Índice: Introdução. Instrumentação, controlo e automação. Controlo por computador. Lógica e dedução.

Idioma: Português (do Brasil)

Representação de conhecimentos. Controladores baseados em conhecimentos. Lógica nebulosa. Controladores

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empregando lógica nebulosa. Métodos de otimização numérica. Modelos e arquiteturas de redes neurais

40,55 €

Autor: Cairo L. Nascimento Jr., Takashi

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Yoneyama ISBN: 9788521203100 Editora: Blucher

artificiais. Aprendizado com supervisão forte. Aprendizado com supervisão fraca. Aplicações de redes neurais artificiais. Desenvolvimento de sistemas inteligentes. Epílogo.

REDES INDUSTRIAIS PARA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL: ASI, PROFIBUS E PROFINET

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Autor: Max Mauro Dias Santos, Alexandre Baratella Lugli ISBN: 9788536503288 Editora: Érica Número de Páginas: 176 Edição: 2010 Idioma: Português (de Brasil) Venda online em www.engebook.pt

É uma obra destinada a técnicos, tecnólogos e engenheiros já atuantes ou em fase de estudo inicial em sistemas de automação e controlo industrial, com ênfase em redes industriais. São apresentadas técnicas para resolução de problemas envolvendo redes industriais sobre os protocolos AS-I, PROFIBUS, PROFINET e as suas versões. O foco são as redes industriais (ou fieldbuses) PROFIBUS (dos tipos DP e PA) e AS-I, as mais utilizadas para essa tecnologia no mercado. Há ainda noções e conceituações de redes Ethernet industriais, o futuro dos fieldbuses. Com linguagem simples aborda aspetos histórico-sociais das redes industriais, a sua evolução, além de contextualizar as mais recentes tecnologias na área. É proposta uma lista de exercícios teórico-prática para fixar o conteúdo estudado. Índice: Introdução. AS-Interface (AS-I). PROFIBUS. PROFINET. Outras redes Ethernet industriais.


REDES SEM FIO PARA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL Destinado a técnicos, tecnólogos e engenheiros das áreas de controlo e automação, elétrica, eletrônica, telecomunicações, computação, redes de computadores, eletrotécnica, mecatrónica, sistemas de informação e análise de sistemas, este livro aborda redes de comunicação sem fio, as suas caraterísticas, propriedades e classificações, os requisitos das aplicações industriais e as principais tecnologias, com base nos padrões IEEE e ISA. Além disso, traz exemplos de aplicação de redes sem fio em indústrias de processamento e manufatura, bem como exercícios eficazes para a prática.

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Autor: Alexandre Baratella Lugli, Max Mauro

Índice: Introdução aos estudos sobre redes sem fio no ambiente industrial. Tecnologias de comunicação sem

Dias Santos

fio. Aplicações na indústria de redes sem fio. Requisitos industriais para redes de sensores sem fio na automação

ISBN: 9788536504988

industrial. Tecnologias de redes sem fio baseadas no padrão IEEE. Considerações finais.

Editora: Érica Número de Páginas: 120 Edição: 2013 Idioma: Português (do Brasil) Venda online em www.engebook.pt

Índice: Prólogo. Antecedentes da robótica. Operadores cinemáticos. Cinemática direta. Jacobiano do

Autor: Roger Miranda Colorado ISBN: 9788426723871 Editora: Marcombo

Idioma: Espanhol

manipulador. Dinâmica do manipulador.

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INTELIGENCIA ARTIFICIAL COM APLICACIONES A LA INGENIERÍA Esta é uma obra sobre os temas mais importantes da Inteligência Artificial que se emprega na engenharia. Dirigida a professores, alunos e profissionais dos diversos ramos da tecnologia, esta obra procura entender e aplicar os conhecimentos avançados da Inteligência Artificial à sua área de ação de forma sensível e amigável. Apresenta gráficos, ilustrações e vários exemplos trabalhados em MATLAB®, que permitem uma melhor compreensão do exposto.

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Cinemática y Dinámica de Robots Manipuladores é uma obra para estudantes de Mecatrónica, Eletrónica e Sistemas Computacionais, assim como para os especialistas interessados no tema de modelação dinâmica dos sistemas, incluindo os robots manipuladores. É apresentada uma análise detalhada de todos os passos que se deve seguir para se poder descrever um robot manipulado, especificamente abordando o tema de análise cinemática empregando matrizes de rotação e de transformação homogénea. Também é estudado a metodologia da convenção de Denavit-Hartenberg, são realizados cálculos de velocidade média do robot manipulador e é implementado um controlo de seguimento de trajetórias face aos resultados. Por fim, é proporcionado a metodologia de Newton-Euler e Euler-Lagrange para obter as equações dinâmicas de diversos sistemas.

BIBLIOGRAFIA

CINEMÁTICA Y DINÂMICA DE ROBOTS MANIPULADORES


ROBOCUP

A intenção deste projeto passa por usar o RoboCup como um veículo para promover pesquisas de robótica e Inteligência Artificial (IA). Uma das formas efetivas de promover a pesquisa científica e de engenharia é estabelecer um objetivo desafiador a longo prazo. Construir um robot que joga futebol não gerará, por si só, um impacto social e económico significativo, mas a sua concretização certamente será considerada uma conquista importante para este campo de estudos. O objetivo dos mentores deste projeto passa por, em meados do século XXI, uma equipa de robots humanoides totalmente autónomos seja capaz de vencer um jogo de futebol, obedecendo às regras da FIFA, contra o mais recente vencedor do campeonato do mundo. www.robocup.org

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FIRA

A FIRA – Federation of Internacional Robot-soccer Association – foi fundada em junho de 1997 com um objetivo básico de levar o espírito de ciência e tecnologia de robótica aos leigos e à geração mais nova, através de jogos de futebol de robots. O futebol com robots é uma competição tecnológica dentro de um determinado espaço que pretende desenvolver as capacidades científicas e tecnológicas da nova geração, bem como de pesquisadores que trabalham com sistemas robotizados móveis autónomos. O objetivo da FIRA Cup, realizada anualmente desde 1996, bem como de outros eventos da FIRA, passa por ajudar a gerar interesses na robótica nas mentes jovens. Com este tipo de eventos espera-se ajudar a entender e apreciar os conceitos científicos e os desenvolvimentos tecnológicos envolvidos. www.fira.net/main

Nossos Robôs O Nossos Robôs é um blog destinado a dar a conhecer o mundo da robótica e todas as suas vertentes e especificidades. Intitula-se como um espaço de notícias, eventos e avanços da robótica no Brasil e no mundo, contendo dicas para quem se quer iniciar na robótica ou monhtar o seu próprio robot. Neste espaço o utilizador pode encontrar um vasto número de informações, experiências, desafios, tutoriais, entre outros. Navegando pela barra superior do blog podem ser encontrados um conjunto de separadores temáticos, como por exemplo destinados ao Arduino, Robôs Aéreos (Drones), Lego NXT, Robótica, Robôs Legais e ainda tutoriais e simuladores. http://nossosrobos.blogspot.pt

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