Educar Maio 2014 Edição 77

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Informação útil para todos!

Aprendizado e aventura Mas sempre com supervisão

Maternidade e amizade A difícil arte de ser amiga depois de ter se tornado mãe

Aqui e agora... ou mais tarde Ensine sua criança a ter paciência e esperar

www.revistaeducar.com.br

Edição 77 • Ano 7 • Maio 2014 Distribuição gratuita e direcionada Foto: Vinny Studio • Impressão: Impressul


Editorial Amigas e mães

eDIÇÃO 77 • ANO 7 • MAIO 2014

O texto “A difícil arte de ser amiga - depois de ter se tornado mãe”, da Auxiliadora Mesquita, presente nesta edição, mexeu comigo. Porque me vi em algumas das frases. Porque durante minha adaptação ao fato de ser mãe de primeira viagem fez com que eu desaparecesse do universo ao meu redor. Mas voltei à terra a tempo de perceber que, sim, eu precisava das amigas - e sabia que elas contavam comigo também. Eu desejava raptá-las pra um café, para o cinema, recebê-las em casa, ou simplesmente sentar num banquinho da beiramar pra bater um papo. E assim o fiz. A amizade é algo mágico e precisa, a todo momento, ser cultivada, regada, como uma plantinha. Nem sempre conseguimos dar a atenção devida a todos, isso é lógico, mas estar presente de corpo e alma é essencial. É possível fazer com que estejamos por perto, ouvindo e sendo ouvidas, materializar-se ali, de verdade, perto de quem você gosta e a quem quer bem. Fo

bi n i & Pi c c ol i n i

Amanda da Costa Gattis, 6 anos, e Laura Dambrós, 4 anos, foram fotografadas no estúdio do Vinny, em Joinville (47 9652.8213). Elas vestem roupas da marca Pituchinhu`s, que podem ser encontradas na loja Turma da Cuca.

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CAPA

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Cláudia Prates educar@revistaeducar.com.br Revista Educar

EDITORA Cláudia S. Prates JORNALISTA RESPONSÁVEL Lúcio Flávio Filho (MTB 21.441) ARTE Cláudia S. Prates / Rique Dantas COLABORADORES desta edição Auxiliadora Mesquita / Bárbara Maglia / Fernanda Moura / Diana Demarchi REVISÃO Vânia Dantas Pinto CONTATO COMERCIAL: 48 8845.7346 comercial@revistaeducar.com.br IMPRESSÃO 47 9143.4416 (Fábia) ou 47 9181.4223 (Andrei) www.impressul.com.br

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Rua Princeza Isabel, 365, Joinville / 47 3433.9508


Show

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PLANETA KIDS Três espetáculos para toda a família! Prepare sua turminha: este mês Florianópolis será invadida por alguns dos personagens mais famosos e queridos da TV e do cinema! O evento, intitulado Planeta Kids, é composto de três espetáculos, que serão apresentados em um show: dois pocket-shows (da turma do Looney Tunes e dos Smurfs), com duração de cerca de 15 minutos cada e, em seguida, a apresentação do musical “Lazy Town, a aventura dos piratas”, com aproximadamente 1 hora de duração. Confira, abaixo, as informações sobre ingressos, horários e local.

Fotos divulgação

Data: 24 de maio Sessões: 14h e 17h30 Local: Stage Music Park (Rod. Maurício Sirotsky Sobrinho, S/N, Jurerê Internacional) Ingressos: www.blueticket.com.br

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Amizade e maternidade

Para a maioria das mulheres, a maternidade é um divisor de águas em praticamente tudo na vida. Depois de se tornar mãe, seu corpo, seu tempo e sua visão de mundo vão ser transformados para sempre. E, com essas mudanças, também mudam as amizades. Bons tempos aqueles em que você podia atravessar a noite na balada ou na conversa sem hora para acabar. Tempo em que duas ou três providências e já podiam partir para a praia ou para outra cidade. Tempos em que longos papos acalmavam o coração, dividiam o peso dos problemas, iluminavam ideias, caminhos e escolhas. Com a chegada do bebê, tudo muda. A rotina é alterada e o tempo é gerenciado em função das necessidades e horários da criança. Mudanças hormonais também contribuem para a mãe querer ficar por ali, junto da cria. E algumas se sentem tão protetoras que a luz de alerta acende rapidinho em situações que não as preocupariam antes. A amiga barulhenta ou o amigo fumante podem trazer arrepios! E deixar o bebê com alguém para ir a um cineminha? Hum, quem sabe no próximo final de semana...

Para muitas mulheres, há também uma auto-censura que diz o que é coisa “de mãe” e o que não é. Nesse novo papel de mãe, ideias sobre o que é certo ou errado são quase tão importantes quanto as cobranças sociais ou as mudanças hormonais, psicológicas e físicas. Além disso, para muitas mulheres a maternidade ocupa 100% das escolhas e nada falta ou é mais necessário. Mas para a maioria de nós, amigos fazem falta, sim! E nesse caso, como trazer a amizade de volta para nossa vida em meio a tantas mudanças e novas prioridades? Com os mesmos ingredientes que fizeram as boas amizades acontecerem antes – carinho, respeito e jogo de cintura! E isso vale para os dois lados da questão, você e os amigos. Para começar, é preciso entender que nem sempre o círculo de amizades vai continuar o mesmo. Alguns amigos se adaptam bem à nossa nova vida, outros não conseguem exercitar a flexibilidade necessária. Vale a pena manter os primeiros, e se despedir dos segundos, sem trauma.


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Por outro lado, tem gente que acha que depois de ser mãe só pode ser amiga de outras mães. É uma opção, mas não uma necessidade. Por mais importante que fraldas e dificuldades de mamar sejam importantes, é possível conviver com vidas e mundos diferentes. É ótimo trocar informações, experiências e angústias da maternidade, mas também é maravilhoso lembrar que todas somos mais do que mães. Manter a conversa aberta para outros assuntos ajuda a nos fortalecer e a nos conhecer – além de divertir, é claro. Na prática, é preciso um pouquinho de esforço, mas tudo bem ao alcance. Em primeiro lugar, nada de esperar acontecer – tomar a iniciativa aqui faz muito bem. Você pode planejar e sugerir encontros e atividades que se encaixem na sua rotina e na da criança. Com criatividade e adaptação, fica mais fácil manter em dia o papo. Um jantar, um almoço ou um café dão pra se encaixar em quase toda agenda – e seu marido ainda tem a chance de curtir um tempo exclusivo com a criança! Uma

M E Ã atividade esportiva ou voluntária que permita estar junto e compartilhar também é uma ótima pedida. E as redes sociais estão aí para não deixar a chama apagar – enquanto não dá para encontrar ao vivo e em cores! O importante é descobrir quem vale a pena o esforço – e aí, fazer o tal do esforço, afinal. Porque amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração. Mas melhor ainda é ao alcance da voz e das mãos.

Auxiliadora Mesquita Pedagoga

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Disciplina

AQUI E AGORA... OU MAIS TARDE Ensine sua criança a ter paciência e esperar A espera faz parte da vida de todos nós. Muitas vezes passamos por situações que exigem serenidade e perseverança. O mundo não gira no nosso entorno, existem milhares de variáveis que podem alterar nossos planos ou vontades. Se nos deprimirmos toda vez que a vida nos obrigar a ter paciência e a esperar, nosso dia a dia vai se tornando cada vez mais angustiante e triste. Por isso, ensinar as crianças a esperar é tão importante.


Educar • Maio/2014

A criança nasce com seus instintos de sobrevivência extremamente aflorados, assim, suas reações em relação às suas necessidades são exageradas. Não é à toa que o choro de um recém-nascido com fome é desesperador. Isso porque ele ainda não aprendeu a esperar, ele sente fome e não consegue lidar com essa sensação de estômago vazio. Em suas primeiras experiências, ter essa reação é esperado. À medida que a criança vai se desenvolvendo, é muito importante que ela consiga esperar e se controlar. Quem sabe esperar, tende a ser mais tranquilo e confiante. A falta desse aprendizado pode causar ansiedade, stress e muito mau humor. Por exemplo, quando uma criança faz uma cena porque quer algo naquela hora, ela chora, grita, faz escândalo, se joga no chão. Então imagine como ela se sente depois. Cansada, desgastada, estressada. Quanta coisa ruim! Se ela se acostuma a ter suas vontades e necessidades atendidas na hora, ela vai entender que isso é o normal e, se precisar esperar, não vai conseguir. Então, por que enganá-la e fazer com que ela pense assim? O mundo não funciona dessa forma. Ensinar a criança a adiar suas necessidades e vontades trabalha sua segurança e autoestima, porque ela sente que tem autocontrole para dominar o que está lhe fazendo falta. Não estou dizendo para fazê-la passar fome para entender isso, mas para ensiná-la a esperar com calma, sem fazer escândalo e sem se desgastar à toa. Até um bebê consegue entender isso. Quando ele chora, o adulto não precisa estar ao seu lado um segundo depois. Também não estou dizendo para deixá-lo chorar

por meia hora sem parar, mas terminar o que estiver fazendo e deixá-lo, por uns minutos, esperando, não vai traumatizá-lo; muito pelo contrário, ele vai aprender a ter tranquilidade, se sentir confiante e a ficar bem sozinho, afinal o adulto também tem o direito de ir ao banheiro, de levantar com calma da cama para atendê-lo. Conversar e explicar o que está acontecendo sempre ajuda nesses momentos: “já estou indo”, “espere um pouco”, “se acalme, está tudo bem, já vou”. Não podemos ter pena das crianças por terem que esperar. Isso faz parte da vida. Precisamos, sim, ensinálas a cultivar a paciência, o equilíbrio e a lidar de maneira feliz e calma com as milhares de “esperas” que esperam por ela! Fernanda M. de Moura Pedagoga e responsável pela Escola Infantil Espaço Crescer (Florianópolis). contato@espacocrescerfloripa.com.br

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Inventare

Bernardo curte histórias, principalmente quando o enredo envolve ele mesmo, suas habilidades e sua imensa imaginação. Ele sempre me traz ideias de personagens que gostaria que criássemos juntos. E lá vou eu, em busca de inspiração e formas de desenvolver o que ele pede – nem sempre consigo acompanhar sua imaginação, mas tento bravamente. Sua ideia mais recente veio de um filme sucesso entre a garotada, Meu Malvado Favorito. Produzir Minions, os personagens do filme, em fantoche, não foi difícil. Os bonecos amarelinhos super simpáticos e engraçados são também simples e fofos. Feltro e toda sua versatilidade caíram como uma luva nesse projeto. Para começar, desenhei um minion (não tenho a mínima habilidade com desenho, mas é muito fácil mesmo) e a partir desse desenho fiz meus moldes. As cores de feltro também são simples de encontrar. Toda a colagem foi feita com cola quente - nem precisei tirar a agulha da caixinha. Quando for trabalhar

Fotos Diana Demarchi

Minion, o fantoche! com a cola, lembre-se de não colar a parte inferior, essa abertura servirá para colocar a mão e manejar o boneco. Faça bonecos com detalhes diferentes. Isso irá representar a personalidade de cada um. Ver os teatros improvisados criados por meu filho me mostram muito mais do que a sua criatividade e imaginação – essa interação me dá a oportunidade de ver a relação que ele tem com o mundo a sua volta. E isso é recompensador, além de muito divertido! Fora o fato de me fazer sair da zona de conforto, pois também tenho que representar de forma improvisada e caprichada, sabe né, não é qualquer história que o menino engole e fica satisfeito. Um baita exercício de imaginação. Diana Demarchi gosta da casa com cheiro de bolo, a mesa cheia de crianças e a vida cheia de risadas. Ela escreve no blog www.inventare.com.br as aventuras, alegrias e perrengues da maternidade.




Interação entre pais e filhos

Educar • Maio/2014

A mascotinha da Revista Educar

Tema desta edição: Conteúdo Auxiliadora Mesquita Arte Rique Dantas / Cláudia Prates

Os Museus

Imagine uma deusa da memória, capaz de voltar ao passado e depois compartilhar essas lembranças com as pessoas ao seu redor. Pois essa deusa existia para os gregos e seu nome era Mnemósine. Suas filhas eram as Musas, protetoras das artes e da história. E é daí que vem a palavra museu – de museion, o templo das musas. Longe de serem templos sagrados onde só os iniciados podem entrar, os museus de hoje se esforçam cada vez mais para contar nosso passado de uma maneira interessante e atraente. Um bom museu é aquele que “liberta” suas peças e documentos dos armários fechados no porão e convida as pessoas a descobrir, se encantar, conhecer e refletir sobre o passado e o presente. É verdade que alguns museus podem abrigar coleções tão especiais que só são acessíveis a pesquisadores – mas esses estudiosos irão se debruçar sobre o material guardado e depois contar essa história para nós. Outros museus, com a ajuda desses mesmos pesquisadores, vão expor objetos e documentos de maneira que nós, visitantes curiosos, possamos compreendê-los. De um jeito ou de outro, o museu é um lugar de partilha da memória de nós mesmos. É um lugar onde nossos antepassados falam conosco e nos ajudam a continuar nossa caminhada e nossa aventura sobre o planeta. Visite um museu com sua criança e entrem também nessa conversa!


História infantil

Educar • Maio/2014

Pipoca em... “O MUSEU DO RECO-RECO”


Você sabia? • Museu é onde guardamos e mostramos objetos que contam a história de um lugar, de uma pessoa ou até mesmo de uma ideia ou conhecimento. As coisas que são guardadas num museu são escolhidas, cuidadas e organizadas para que durem muito tempo e possam ser apresentadas para outras pessoas. • O primeiro museu do Brasil foi o Museu Nacional, criado pelo rei Dom João VI no Rio de Janeiro, em 1818. Ele se chamava Museu Real e Dom João queria que o museu mostrasse como o Brasil estava progredindo naquela época. O Museu Nacional existe até hoje e guarda objetos sobre os brasileiros e sobre os bichos e as plantas do Brasil.

Livros

O MUSEU DESMIOLADO, de Alexandre Brito (Edit. Projeto) Com ilustrações da consagrada Graça Lima, esse livro de poemas traz à imaginação da criançada os museus mais estranhos e divertidos. Que tal um museu do assovio? E você consegue imaginar um colorido museu do botão? Isso sem falar no tal Museu Desmiolado, onde tudo está assim... meio bagunçado! Diversão e lirismo nesse pequeno livro de tesouros guardados, como num bom museu.

• Em todo o mundo existem museus. Eles podem ser sobre pessoas, lugares, animais, plantas e até sobre uma coisa só por exemplo, barcos ou roupas. É preciso guardar as coisas do jeito certo no museu, evitando umidade, água, poeira e sol, senão elas podem se estragar. Também precisa-se organizar tudo que está guardado para poder achar depois. • O mais importante num museu é mostrar as coisas guardadas para outras pessoas. Alguns museus só podem mostrar para os pesquisadores, que são pessoas que vão estudar e depois ensinar sobre o que descobriram lá. Outros museus conseguem mostrar para todos nós, fazendo exposições. Na exposição, todo mundo que quiser pode ir lá para descobrir e aprender. Você já foi descobrir e aprender num museu?

Museus

Santa Catarina tem vários museus legais para crianças. Dois que podem agradar: •Ecomuseu do Ribeirão da Ilha – uma casa como a dos tempos da colonização açoriana guarda objetos que contam o modo de vida desses moradores, vindos de tão longe. Rodovia Baldicero Filomeno, 10100 - Ribeirão da Ilha / Florianópolis – SC Telefones: (48) 32378148 / 9960-9072 (Sr. Nereu). •Museu da Bicicleta de Joinville – reaberto no ano passado, o Museu da Bicicleta conta com mais de 16 mil itens, entre peças, fotografias, documentos e... bicicletas, é claro! Fica na Praça Monte Castelo s/ n°, na Estação da Memória (antiga estação ferroviária de Joinville) no Bairro Anita Garibaldi. Telefone: (47) 9984-0963.



Lançamentos

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Brinquedos NIG e Luciano Martins A estreia do artista plástico Luciano Martins no mundo dos brinquedos não poderia ter sido mais legal - são quebracabeças e jogos da memória ilustrados com seus traços únicos e alegres. Brinquedos que servem para crianças e adultos, tudo bem divertido, do jeitinho que o Luciano - e nós - gostamos! www.nigbrinquedos.com.br

Tatuagens temporárias dos Beatles Ah, o bom e velho rock’n’roll...

O menino do dinheiro Este livro, escrito por Reinaldo Domingos, retrata o momento em que o Menino do Dinheiro e sua turma sentem que suas necessidades, seus sonhos e desejos estão mudando. É quando descobrem a importância da autonomia e, com a ajuda da Metodologia DSOP (diagnosticar, sonhar, orçar e poupar), vão buscar viabilizar seus sonhos. O Programa DSOP de Educação Financeira é aplicado nas escolas e ajuda a combater o analfabetismo financeiro, possibilitando que os alunos aprendam a lidar com as questões financeiras de maneira segura e consciente. A série O Menino do Dinheiro é composta de histórias que resgatam a pureza infantil enquanto fortalecem a maturidade adulta e delineiam uma lição de vida em que pais e filhos aprendem e ensinam mutuamente a lidar com o dinheiro, alimentando os sonhos e a felicidade humana. www.editoradsop.com.br

Bateria, baixo, guitarra, teclado... no compasso da música a gente se permite viajar e virar um music star! Indicadas para crianças a partir de 3 anos, as tatuagens temporárias dos Beatles trazem Paul, John, George, Ringo e o Yellow Submarine em formato fofo.

Fotos divulgação

Para aplicá-las, basta molhar o verso com água. A remoção é fácil (com álcool) e não deixa marcas. Duram até 4 dias na pele e são aprovadas pelo INMETRO.

No site momostore.com.br tem essa e outras bandas em tatuagem, acesse!


Limites

Por Auxiliadora Mesquita - Pedagoga

Dados de pesquisas apontam que mais da metade das crianças no mundo que têm acesso à internet passa pelo menos 2 horas por semana online. No Brasil, esses números aumentam bastante e uma parte de nossas crianças passa até mais de 10 horas por semana em atividades na web.


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E não podia ser diferente. Desde seu surgimento, a internet tem estado cada vez mais presente em nosso cotidiano. Usamos a rede para resolver problemas, pesquisar, guardar e enviar documentos, arquivos e fotos. Nos conectamos para trabalhar, consumir, aprender, divertir e manter contato com amigos e conhecidos. É claro que não poderia ser diferente com nossas crianças. Sendo tão presente em nossas vidas, o importante é fazer com que essa convivência seja a mais segura e produtiva possível. Como na brincadeira na praça ou na festa do coleguinha, é preciso proteger nossas crianças ao mesmo tempo em que ensinamos a elas como se comportar quando não estamos por perto. O passo número 1 é fazer-se presente. Isso significa não deixar para participar da vida online de sua criança apenas quando algum problema surgir. Tome a iniciativa de navegar com sua criança e separe um tempo para acompanhar as atividades online dela, comentando e conversando. Manter o diálogo aberto permite que ela possa trazer dúvidas ou relatar coisas que aconteceram. Do ponto de vista prático, as dicas a seguir podem ajudar a tornar seus filhos cidadãos digitais responsáveis e, de quebra, protegêlos nessa jornada. Com crianças pequenas, sente-se sempre junto com elas e explique e acompanhe os jogos e brincadeiras. Estabeleça um limite de tempo e disponibilize apenas sites apropriados para a idade, com conteúdo atraente, de preferência educacional, sem violência ou anúncios. Com crianças entre 6 e 11 anos, ensine a não fornecer nome, endereço, telefone ou idade. O nome da escola também

não é para ser divulgado. E nada de compartilhar fotos ou senhas com estranhos! Enfatize que não devemos abrir ou baixar conteúdo de desconhecidos, seja e-mails, fotos ou convites. Mostre o que não devemos clicar numa página, explicando as palavras “download” e “advertisement”. Converse sobre os pop-ups e “iscas” que chamam atenção na página. Mantenha sempre aberto o caminho para a criança relatar alguma coisa “esquisita” ou diferente que tenha ocorrido. Aproveite para ensinar que o que não fazemos na vida real, também não fazemos na internet: xingar, ofender, ser mal educado ou desrespeitoso não vale. E nem aceitar que façam isso com a gente! Já com crianças acima de 11 anos, a ênfase é nas redes sociais. Regra número 1: pensar antes de postar! Explique a seu filho que o que vai para a rede fica lá para sempre e que outras pessoas podem reproduzir aquilo, mesmo que ele não queira mais ou se arrependa. Combine com sua criança configurações de privacidade e segurança para os contatos dele. Lembre-a de que nem sempre a pessoa é aquilo que diz ser. Aliás, lembre-a também de não fingir ser quem não é! O ideal é manter o contato em chats apenas com conhecidos reais. E companheiros de jogos multiplayer online não são amigos, são apenas colegas de jogo. Para completar, uma última dica de cidadania digital: ensine seu filho a não copiar sem dar crédito – isso também faz parte da cultura de respeito na web!


Dicas e variedades

S Brumley

Do forno Por Auxiliadora Mesquita

Ficar com a vovó faz bem para ela, mas sem exageros!

modernparentsmessykids.com

Um estudo australiano recente, publicado no site PsychCentralNews, aponta que a convivência entre netos e vovós pode fazer muito bem a elas. A pesquisa mostrou que tomar conta dos netinhos uma vez por semana melhorava a acuidade mental das idosas, potencialmente ajudando a evitar Alzheimer e outras doenças cognitivas. Mas a mesma pesquisa indicou que tomar conta dos netos por 5 dias ou mais por semana tinha um impacto negativo nos mesmos testes de acuidade mental. Os pesquisadores ainda não sabem porquê isso acontecia e especulam que pode ser apenas porque as vovós sentiam que a demanda era exagerada sobre elas. Mas fica o alerta: contar com a ajuda da vovó é ótimo, mas nada de sobrecarregar nossas queridas.

Construindo gostosuras Uma ideia divertida e gostosa para uma tarde com os colegas é brincar de montar e desmontar com a ajuda de jujubas! É bem simples e só precisa de jujubas, palitos comuns e canudinhos cortados no tamanho mais apropriado para as mãozinhas (limpas!) dos pequenos. Vale brincar à vontade, mas pode ficar ainda mais divertido tentar montar alguma coisa juntos – que tal uma torre bem alta? É claro que comer as jujubas faz parte da diversão. Só não pode exagerar! Lembre-se que o açúcar é mais doce se consumido com moderação.


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Carrinhos especiais para crianças prá lá de especiais

Evan Krape/University of Delaware

Cole Galoway, professor de fisioterapia e especialista em comportamento infantil da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, descobriu uma nova maneira de ajudar crianças com necessidades especiais. Sabendo que os anos iniciais são críticos para o desenvolvimento motor e psicológico das crianças, Galoway e um colega engenheiro mecânico, Sunil Agrawal, criaram carrinhos elétricos para seus pequenos “pilotos” - todos feitos a partir de carrinhos de brinquedos comuns! O programa criado por eles, o Go Baby Go, já adaptou algo em torno de 100 carrinhos, que agora funcionam como pequenas cadeiras de rodas elétricas para crianças deficientes. É um número pequeno, como reconhece Galloway. Mas ele divulga o trabalho na esperança de que outros se entusiasmem com a ideia e construam seus próprios carrinhos adaptados. Em tempo: na página do professor estão disponíveis todas as dicas e instruções necessárias (em inglês).

Galeria especial

Dia das Mães

Viviane e Maria Helena

Erika e Isabela

Luana, Arthur e Lucas

Elaine e Karoline

Viviane e Lorenzo

Zulma e Guilherme


Cuidados

Aprendizado e aventura,

Um sapequinha bancando o macaco escalando bravamente uma janela. Um pequeno chef se aventurando com uma faca mega afiada. Uma escada e uma fraldinha ambulante degrau após degrau. Dois pequenos construtores disputando calorosamente uma pá. O que você faria? É consenso no universo da educação que nossa busca, como cuidadores/educadores, é ajudar a criança na construção de sua autonomia e independência. É essencial para seu crescimento e desenvolvimento que ela se acredite capaz e hábil no cuidado consigo e com os outros. Nós, os adultos, temos papel fundamental nesse processo.

Segurar nossas ansiedades, pressas, urgências e exigências e permitir que a criança faça as coisas a seu modo e a seu tempo é um exercício diário absolutamente essencial. Respeitar a criança em suas limitações e ainda assim ser capaz de enxergar o que ela já pode fazer - e permitir que ela o faça - é, talvez, um dos maiores desafios do educar. No entanto, há um limite bastante estreito entre a independência e a omissão. Alguns adultos, na tentativa de dar a liberdade para a criança se desenvolver, acabam por relaxar demais suas intervenções e tornam-se omissos. Crianças precisam de tempo, autonomia e liberdade, mas também de orientação e, em vários momentos, intervenção. Um macaquinho audacioso deve, sim, ter sua coragem e audácia respeitadas. Mas cabe ao adulto que o assiste orientar, sugerir atenção e estar por perto para o caso de algo dar errado na missão. O ideal é que os pequenos alpinistas


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tornem-se capazes de avaliar o que representa perigo. Um sofá não necessariamente representa um perigo. Ele só fica perigoso se a criança lidar com ele displicentemente, sem cautela, sem atenção. Algo parecido acontece com a faca. Sem nenhuma supervisão, orientação e intervenção, a receita do pequeno chef potencialmente termina no pronto socorro. A proibição, aqui, é tão complicada quanto a omissão. Que tal negociar? Explique o risco e valorize a iniciativa, mas proponha a troca por uma faca mais branda, quem sabe? Fique por perto, ensine a usar corretamente a ferramenta e fique muito feliz por ter uma criança pró-ativa! Escadas são mágicas! Ou devem ser, pois não há criança que não se encante por elas. Antes de correr para comprar o portãozinho de segurança, deixe seu miudinho experimentar. Esteja lá. Seja paciente e esteja atento se ele precisar de ajuda. Deixe que ele crie intimidade com o desafio. Afinal, se ele conhecer a escada e já tiver estratégias para lidar com ela, os riscos de que ele se machuque ficam bem menores, certo? Depois, compre, sim, o portãozinho, pois há momentos em que você talvez não esteja perto o suficiente para ajudá-lo e nesses momentos é melhor que a aventura seja adiada. Conflitos fazem parte da vida. Desde sempre. Lidar com eles de maneira relativamente tranquila é uma habilidade fundamental para que se viva bem em grupo. Disputar um brinquedo é uma maneira bastante rica de exercitar as

capacidades de negociação. O problema acontece quando os argumentos se esgotam e o corpo entra em ação. Esse é o limite para a intervenção. É muito importante que as crianças tenham espaço para tentar resolver suas desavenças verbalmente. Ainda que a discussão seja acalorada, ela deve ser respeitada pelos adultos. Agora, quando o primeiro braço se levanta, é hora de o adulto levantar da cadeira e intervir. As crianças pequenas têm uma dificuldade imensa de controlar seus impulsos e ainda não têm completa noção do efeito que suas ações exercem sobre outros. Por isso é tão comum que as negociações sejam encerradas com tapas, beliscões, mordidas e arranhões. Nós, os adultos, sabemos que dói. Portanto, é nosso papel ajudar as crianças a compreender que o embate físico não é um jeito aceitável de resolver conflitos. Intervenha. Intervenha de novo, mais uma vez, mil vezes.... Ao final, a criança compreenderá e desenvolverá outras habilidades de negociação. O limite entre independência e omissão é estreito, mas não invisível. Esteja atento. O olhar e a escuta atentos à criança tornam este limite cada vez mais claro e evidente. Esteja lá, mesmo! Seja a mão que segura a fraldinha escada acima quando faltar equilíbrio, não a mão que impede a escalada.

Bárbara Farias Maglia

Psicóloga (CRP 12/06523) Crianças, Adolescentes e Apoio Parental - (48) 9687-1400 psi.barbaramaglia@gmail.com



Laureci e Leonardo

special

Galeria e

Dia das Mães

Mayra e Matheus

Gislaine e Nícolas

Laura e Arthur

Michele e Letícia

Juliana e João Otávio

Alice e Sophia

Susana, Gabriel e Elisa

Marisa, Eduardo e Camila

Raquel e Marina

Maria Luiza, Victor Hugo e Nayara

Fabricia e Caio

Juliana e Pedro

Luciane e Artur

Juliana e Davi

Lisabete e Laysa

Envie foto(s) de sua criança para nossacara@revistaeducar.com.br com nome completo e idade, cidade e nomes dos pais.



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