Educar 101 Maio 2016

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Informação útil para todos!

Medos e fobias Andresa Franzoi, grávida de 7 meses

Desenvolvimento Os 5 sentidos do bebê

Como ajudar a superar?

Superação e conquista

A disciplina na educação das crianças

Alimentação Criança pode ser vegetariana?

www.revistaeducar.com.br

Edição 101 • Ano 8 • Maio 2016 Distribuição gratuita e direcionada Foto: Kalina Grabowski • Impressão: Impressul



EDITORA Cláudia Prates

JORNALISTA RESPONSÁVEL Lúcio Flávio Filho (MTB 21.441) ARTE Cláudia Prates Eduardo C. Motta COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Auxiliadora Mesquita Fernanda Moura Milena Luisa

REVISÃO Vânia Dantas Pinto IMPRESSÃO 47 9143.4416 / 47 9181.4223 www.impressul.com.br

•As opiniões veiculadas nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Os artigos e os anúncios publicados são de total responsabilidade de seus autores e/ou suas empresas. •Não é permitida a reprodução de qualquer conteúdo desta publicação sem prévia autorização da editora. •A Revista Educar, publicação mensal da Pequeninos Revista Educativa Ltda, tem distribuição gratuita e direcionada aos pais em inúmeros pontos comerciais e instituições de ensino de Joinville, Florianópolis e São José / SC. •Para assinatura, sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para educar@ revistaeducar.com.br ou entre em contato pelo nosso site www.revistaeducar.com.br.

PARA ANUNCIAR:

(48) 8845.7346 comercial@revistaeducar.com.br

Editorial Cumplicidade e papo sério A cena acontece quase sempre do mesmo jeito: chego do supermercado e abro o freezer com o objetivo de achar espaço pro sorvete que acabo de comprar. Deixo a embalagem repousando por alguns momentos, mas logo volto e a abro, já com uma colher e uma tigela na mão. Ao me virar, dou de cara com Bruno, meu filho, que me lança um olhar ansioso, e fica parado à espera de sua parte da sobremesa. Bruno e eu nascemos sob o signo de Leão, talvez seja esse o motivo de gostarmos tanto de sorvete. :) Deve haver uma explicação pra essa cumplicidade entre mim e ele. Mas confesso: adoro o fato de ele curtir as mesmas músicas que eu, as mesmas aventuras. É sempre muito gostoso quando vamos ao cinema juntos ou nas vezes em que dançamos, meio loucos, no meio da sala de casa. E sentimos uma alegria sem fim quando corremos sem destino pela grama do parque ou assistimos os desenhos do Gloob, um bem encostadinho no outro. Mas durante esses momentos, há sempre uma brecha pra um assunto sério: explico pra ele que, apesar das nossas caminhadas de mãos dadas, o curso da vida tem seu desenho próprio e que não adianta a gente querer traçá-la do começo ao fim - os ventos mudam de direção, e muitas vezes sem que a gente perceba. Precisamos ser independentes e estarmos preparados pra conseguir continuar o percurso, mesmo quando estivermos separados. Tento mostrar pra ele, por meio de atitudes, que é preciso ser uma pessoa boa, educada e responsável. E digo, também, que é normal errar e acertar, sorrir e chorar, e que é imprescindível correr atrás de cada sonho, celebrando os obstáculos vencidos e os dias vividos – porque a vida é uma só e, apesar de se revelar desafiadora em diversos momentos, ela pode, também, ser linda e fascinante.

Nossa capa Dia das Mães

Foto Micaela Torres

EDIÇÃO 101 • ANO 8 MAIO 2016

Cláudia Prates educar@revistaeducar.com.br Revista Educar @claudiaeducar

Andresa Franzoi é a prova de que a beleza (interior e exterior) está presente também durante a gravidez. Andresa, que hoje carrega no colo seu filho Arthur, é a responsável pela capa deste mês, que celebra uma das datas mais significativas que existem: o Dia das Mães. Então, aproveitamos essa oportunidade e desejamos um feliz (e ótimo) dia a todas as queridas mamães que nos leem e que merecem, com orgulho, comemorar! Fotos: Kalina Grabowski www.kalinagfotos.com (47) 9124.4147


CANECA DIVERTIDA: Sabe aquela caneca lisa, bem básica que você pode ter em casa? Que tal transformá-la em uma caneca bem especial recheada de desenhos e palavrinhas feita pelos seus pequenos? Para criar esta caneca especial você irá precisar: pano e álcool para higienização das peças; caneca de porcelana lisa ou transparente (de preferência branca para que os desenhos apareçam mais) e canetas especiais para pintura em vidro ou canetas coloridas de retroprojeção. É muito simples e divertido de fazer, então vamos ao passo a passo: 1 – Primeiro higienize a caneca ou o copo com o pano e o álcool; 2 – Selecione as canetas de sua escolha para começar os desenhos. 3 – Convide a criançada para usar sua criatividade e deixar sua marca na caneca. Vale escrever seus nomes, fazer desenhos. DICA: Durante a criação conte uma história, ou peça para as crianças contarem. Lembre-se de um momento especial, um passeio inesquecível, algo que aconteceu de incrível na família. Isso vai ajudar e estimulá-los a definir o que querem desenhar e escrever, evitando ficarem apenas nos traços básicos. E é neste momento de dúvida que você poderá ouvir e se surpreender com suas lembranças e imaginações. Espero que vocês tenham curtido esta dica simples e fácil de criarem juntos um presente muito especial e estimular a criatividade de seus filhos.

Fotos Milena Luisa

Faça você mesmo

No site www.sementinhadegente.com.br e no Canal do YouTube sempre há sugestões de brincadeiras simples e bem especiais para serem feitas em família. E se quiser compartilhar, por meio das redes sociais, os mimos feitos por vocês, não deixe de acrescentar a hashtag #SemeandoIdeias - e aproveite para me seguir por lá também: @sementinhadegente.

Milena Luisa, mãe de Artur (8), Mateus (5) e Pedro (4). Sonhadora e idealizadora do Sementinha de Gente www.sementinhadegente.com.br


Educar • Maio/2016

Coleção Boitatá

Sexta livre para os pais

AS MULHERES E OS HOMENS, de Luci Gutiérrez, mostra uma paleta de cores que foge do já consagrado azul-para-meninos e rosa-parameninas. O livro traz atividades para promover uma discussão mais ampla sobre a divisão das tarefas domésticas, a desigualdade salarial e o espaço social que cada gênero ocupa – deixando a certeza de que a expectativa por um mundo mais igualitário não tem nada de ultrapassada.

A My Gym Florianópolis vai promover a segunda edição do evento Parent’s Night Out: os pequenos ficam na academia sob os cuidados dos monitores e se divertem muito com jogos, atividades, brincadeiras e cineminha com pipoca, e deixam os papais livres pra uma noite só pra eles.

Partindo da premissa de que todas as pessoas são iguais, mas que existem coisas que as tornam desiguais, o livro O QUE SÃO CLASSES SOCIAS? expõe de um jeito simples a complexidade das dinâmicas sociais e do mundo do trabalho. O livro integra a coleção “Livros para o Amanhã”, do selo Boitatá, junto com os outros três volumes A democracia pode ser assim, A ditadura é assim e As mulheres e os homens.

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Parent’s Night Out 1a edição

Dia 13 de maio, das 20h às 23h (com a opção de estender o horário a partir das 18h até a meia-noite). Para crianças entre 3 e 8 anos (que já estejam desfraldadas). A My Gym fica na Rua Ferreira Lima, 238, Centro, Florianópolis. Tel.: (48) 3307.8677

Festa do pijama ecológica A 9a Noite do Pijama do Nosso Mundo vai antecipar o Dia Mundial do Meio Ambiente, que é comemorado anualmente no dia 5 de junho. O evento promete uma noite ecológica - as crianças vão explorar a natureza, se divertir com inúmeras atividades, caça ao tesouro, desfile de pijamas e cineminha. A festa só termina no dia seguinte, depois de um delicioso café da manhã e umas horinhas extras para a meninada brincar mais um pouco! De Sexta, 03/06 às 19h até Sábado, 04/06 às 10h . Ingresso: R$ 70,00 Nosso Mundo: Rua Papa João XXIII, 121, Coqueiros, Florianópolis Info: (48) 3209.6700 / 9694.4000 . eventos@pcnossomundo.com.br MAIS DIVERSÃO! A festa junina do Nosso Mundo está agendada para 18 de junho e já disponibilizando ingressos (limitados). Além das brincadeiras tradicionais, o evento vai contar com barracas de prendas, fogueira e, como atração principal, a apresentação do Boi de Mamão, com o grupo ALIVANTA MEU BOI. Garanta os seus ingressos!

My Gym

Divulgação

Livros e eventos


Educação

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IPLINA DaIeSduC cação das crianças n

Para aprender qualquer coisa, é preciso que haja vontade e interesse em primeiro lugar. Mas, geralmente, o aprendizado não se constrói facilmente. Estudar e se aprimorar requerem disciplina e determinação. A verdadeira aprendizagem, aquela que nunca mais esquecemos e que anda conosco ao longo de nossas vidas, é uma produção de conhecimento que leva tempo. Exige muitas tentativas e erros e algumas tentativas e acertos. Se não houver disciplina, o desestímulo e a desistência chegam rapidamente e o prazer de aprender e se aperfeiçoar nunca conseguem vencer.

TENTAR, DESISTIR, TENTAR DE NOVO...

Disciplina é uma palavra que está em desuso na educação. Ela tem um viés impositivo e que supõe subordinação, mas não é este o foco que devemos nos ater quando pensamos em disciplina ao educar.

Então imagine a sensação de uma criança, que está com sua autoestima em formação, e nunca consegue terminar o que se propôs a fazer. Desistir vez ou outra é natural. Muitas vezes, imaginamos que gostaríamos de aprender tal coisa, mas, ao longo do caminho, percebemos que não era bem aquilo que idealizamos. No entanto, deixar de concluir tudo o que se inicia é mais complicado.


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AUTOESTIMA Voltando à autoestima, se essa criança nunca conseguir concluir seus objetivos, não vai vivenciar o prazer de adquirir o conhecimento que deseja, superando seus medos e inseguranças. Assim, vai começar a pensar que é incapaz, que nem vale a pena tentar, que não vai conseguir mesmo, que é de sua natureza desistir! Esse tipo de pensamento faz muito mal aos pequenos. Por isso, ensinar as crianças a ter disciplina é primordial para o seu desenvolvimento. Proporcionar uma rotina que tenha hora para dormir, comer, brincar, estudar, cuidar de si e do espaço em que vive, vai ensiná-las a, futuramente, organizar o seu tempo. Esse é o primeiro passo para se ter disciplina. Estar bem descansada, alimentada e viver em um ambiente agradável ajuda e muito na hora de estudar e aprender. Orientar as crianças durante o processo de aprendizagem quanto às dificuldades, aos seus prazeres e desprazeres também as ajuda a entender que é preciso esforço e determinação para adquirir conhecimento. Além disso, é importante enfatizar que todos

passam por isso, não só elas. Por isso, dar exemplos de experiências de vida pode fazer com que elas se sintam mais fortalecidas e estimuladas a continuar. Apoiá-las nas horas de decepção e de desânimo e motivá-las a creditar em si, a ir em frente e a não desistir as auxilia na construção de sua confiança interna.

SUPERAÇÃO E CONQUISTA Usar a disciplina como um instrumento de foco e coordenação na vida das crianças permite que elas vivenciem momentos de superação e conquista, possibilitando o engrandecimento de sua autoconfiança e a criação de uma imagem positiva de si e de suas capacidades.

Fernanda Mello de Moura Pedagoga

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Alimentação

CRIANÇA VEGETARIANA: posso comer assim, mamãe? Mas... e nossas crianças? É possível que cresçam saudáveis e felizes e se desenvolvam normalmente com uma dieta vegetariana? Especialistas são unânimes em dizer que sim, desde que a dieta seja balanceada e planejada corretamente. E que os pais fiquem atentos para qualquer deficiência nutricional. Aliás, como deve ser a dieta dos não vegetarianos também, não é?

Ser vegetariano faz parte de algumas culturas, mas para nós, educados com outros hábitos alimentares, é essencialmente uma opção. E essa escolha pode se dar por diversos motivos: respeito aos animais e ao seu bem-estar, preocupação com o meio ambiente e até por acreditar que uma dieta sem carne traz mais benefícios à saúde. Tornar-se vegetariano é uma escolha possível na vida adulta. Mas, e as crianças? Podemos impor a elas – ou deixar que escolham – uma dieta à base de plantas? Apesar de o debate entre vegetarianos e carnívoros por vezes ficar bem acirrado, a verdade é que o que comemos tem mais a ver com hábitos culturais do que com a ciência. Até algum tempo atrás, comer ou não comer alguma coisa – exceto por aquelas opções imediatamente venenosas! – tinha mais relação com a disponibilidade do alimento do que com qualquer outra coisa. Quais alimentos temos à nossa volta, pensavam nossos ancestrais. E eram esses os que caçávamos, pescávamos ou coletávamos. Com a domesticação de animais e plantas, a oferta e a variedade foi se tornando cada vez maior. E a capacidade de escolha também. Aí foram entrando regras religiosas que podiam tirar esse ou aquele alimento do cardápio. Superstições ou mistificações também entraram no nosso menu diário. E, hoje em dia, a medicina e a nutrição também dão palpites na nossa lista de compras...

A CONCLUSÃO Na prática, significa que crianças e adolescentes que crescem num ambiente vegetariano não estão correndo riscos de serem menos saudáveis do que as outras. De fato, pode ser até o contrário: um a dieta vegetariana bem planejada vai criar o hábito e o gosto por muitas frutas e vegetais, fontes importantíssimas de fibras, vitaminas e minerais. E tenderá a ter menos açúcares simples e gorduras, protegendo da obesidade e dos problemas cardíacos. Só não vale exagerar na “fitness” aqui! A palavra gordura, por exemplo, costuma causar arrepios em adultos ligados à boa forma, mas é essencial para o crescimento saudável de uma criança. E o gasto energético de um corpo em crescimento e ativo não pode ser suprido com menos comida do que o necessário.

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O desenvolvimento do seu filho no ritmo certo!


Educar • Maio/2016

Mas então, como é uma dieta vegetariana saudável para crianças? Certamente batata frita e macarrão são opções “vegetarianas” e adoradas pelas crianças. Mas nem por isso devem ser a base do cardápio. Se a opção for incluir ovos e laticínios, pouca coisa ficará de fora em termos de vitaminas e minerais. À medida que a dieta vegetariana for mais restrita, pode ser importante suplementar o que ficar faltando.

A MANEIRA IDEAL Assim, a melhor forma de adotar o vegetarianismo em uma família com crianças é procurando um médico de confiança e nutricionista capazes de ajudar no planejamento alimentar no dia a dia. Com a ajuda desses profissionais, os pais podem entender melhor as necessidades nutricionais de cada faixa etária dos pequenos (e dos adolescentes também!) e descobrir como colocar as mudanças alimentares em prática. Seja por questões de saúde, éticas ou conservacionistas, o importante é ter bom senso e garantir que a alimentação e o cotidiano da criança vegetariana seja tão saudáveis e bonitos quanto... um bom prato de salada!

Auxiliadora Mesquita Pedagoga

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Entrevista

VAMOS FALAR SOBRE LIVROS? Karine Pansa é sócia da Editora Girassol e afirma que os livros transformam pessoas – e que, portanto, têm potencial para transformar o mundo. “Um povo mais instruído cuida melhor de sua saúde, valoriza o ensino, repudia a violência”, acredita ela que, nesta edição especial de Dia das Mães, conversou com a Educar sobre o fascinante mundo dos livros.

A Girassol nasceu no ano de 2000. Meu Pai e eu já estávamos no mercado editorial há alguns anos e fomos convidados para sermos sócios em um projeto que dava início a uma editora no Brasil. Claro que o projeto era fascinante e investimos corpo e alma na criação de uma editora de livros infantis. Éramos sócios da empresa Brasileira e parte de um grande grupo editorial Espanhol. Após anos de sociedade e algumas mudanças no direcionamento do grupo, no ano de 2013 comprei a parte que faltava e a editora se tornou 100% Brasileira. Hoje, depois de 16 anos de trabalho intenso e gratificante, vejo a Girassol como uma editora que contribui para o crescimento de um País de leitores.

Há algum critério na seleção das histórias e ilustrações a serem publicadas? Sim, existem vários pontos a serem analisados antes da escolha de um livro. No livro infantil a ilustração é, na minha opinião, o momento mais importante do livro. É através dela que a criança irá imaginar a história e iniciar a sua viagem ao mundo da leitura. Existem livros que são feitos apenas de ilustração, sem texto!

Foto Assessoria de Imprensa Ilustração Freepi k.com

Conte-nos, por favor, um pouco da história da Girassol.


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Os temas abordados nos livros também são questões importantíssimas na escolha de um novo título para o catálogo. Depois dessas duas questões centrais podemos então discutir o tipo de texto, formato e o público a quem se direciona. Não é um trabalho metódico ou cheio de regras a serem cumpridas.

Existe espaço, na editora, para novos autores de livros infantis? De que forma eles podem mostrar seus trabalhos e o que é necessário para que tenham suas histórias e ilustrações publicadas? Sim, claro! Novos autores são sempre bem-vindos! Publicar um livro pode se tornar um processo longo e burocrático se o autor não direcionar a apresentação do seu trabalho para a editora certa. Existem várias linhas editoriais e é preciso que o autor se identifique com uma para que seu livro seja aceito em uma editora. Todos os dias recebemos propostas de livros e entre elas estão lindos projetos mas que não conversam com a nossa linha editorial e por isso não serão publicados. Há realmente muita oferta.

Você teve incentivo à leitura quando criança? Sim, sempre! Meu pai trabalhava em uma editora desde que eu era criança! Não era uma editora de livros, mas a

leitura de gibis fez parte da minha infância desde o primeiro contato com a leitura. As Bienais do Livro eram um programa que eu amava!

O que você poderia compartilhar conosco sobre o “mundo dos livros” ? Posso afirmar que é um universo fascinante! Me sinto como se tivesse sido mordida por um bichinho que faz você gostar de alguma coisa especial, sabe? Acho que estar apaixonada pelo que se faz sempre é uma particularidade bastante especial!

Você poderia enviar uma mensagem ou uma dica para os filhos de nossos leitores? Claro! A leitura é um processo, não acontece do dia para a noite! Para que ele se transforme em momentos de prazer, a criança tem que gostar do que lê! Ao escolher um livro para seu filho, não adianta escolher livros que sejam apenas atraentes. Considere o tema abordado, se está de acordo com a faixa etária. A quantidade de texto também é importante para que a criança não se canse com demasiado tempo concentrada. Evolua com o passar do tempo e o interesse vai crescer. A leitura compartilhada é um dos momentos mais gostosos entre Pais e filhos. É como se ambos fossem levados


Educação

e fobias Por Auxiliadora Mesquita (Pedagoga)

Medo - quem não teve, vai ter. E não há nada de errado nisso, pois o medo é uma reação natural que nos protege, ajudando nas boas escolhas. Sem ele, a raça humana não teria sobrevivido. Não é à toa que certos medos são comuns e parecem já nascer conosco – raios e trovões podem não mandar marmanjos para debaixo da cama, mas certamente nos lembram que alguma coisa vem aí...

Para as crianças, descobrindo o mundo ao seu redor, muita coisa pode causar medo. Como é uma reação natural a um possível perigo, o medo nos pequenos pode surgir frente a qualquer coisa diferente ou nova. E é uma emoção normal, que os alerta para o que está em seu ambiente. Muitos desses medos chegam a uma certa idade e vão embora sem maiores problemas.

Imagem do filme Monstros S/A / Pixar Divulgação

AJUDANDO A CRIANÇA A SUPERAR


Educar • Maio/2016 13

Mas o fato de ser uma emoção natural não quer dizer que devemos ignorar ou ridicularizar o medo que se sente na infância. Afinal, o que é “racional” para nós pode não fazer nenhum sentido para a criança. Por outro lado, superproteger e dar um tamanho exagerado ao medo sentido pelos filhos pode tornar a criança ainda mais receosa e preocupada, aumentando a ansiedade. Os temores infantis são próprios do crescimento, mas a reação dos pais pode ajudar muito em sua superação. A melhor maneira de ajudar as crianças a enfrentarem seus medos é conversando! Numa boa conversa é importante deixar que a criança fale e se exponha. Ao adulto cabe reconhecer aquele sentimento e mostrar que entende de que medo ela está falando. Depois, vale dar uma explicação para o que está acontecendo. Se for a chuva, por exemplo, explique o que acontece e como estamos protegidos dela. Por fim, tente ajudála a encontrar uma solução para que se acalme. O que ela acha que poderia ajudá-la?

Menos medo, mais informação O importante é não criar na criança mais medo ainda, nem do mundo nem da sua própria capacidade de enfrentar e solucionar os problemas. Ensinar prudência é essencial para que as crianças cresçam com atenção ao seu ambiente e habilidade para tomar decisões. Mas apontar o mundo como um lugar sempre perigoso e hostil, impedindo que experimente e se arrisque, não vai colaborar para seu desenvolvimento pleno. Por outro lado, superproteger pode demonstrar para os pequenos que não os achamos capazes. E o medo de experimentar e errar pode se perpetuar por

anos e anos a fio… Existem medos muito comuns na infância. Nos bebês, ruídos fortes, movimentos repentinos e pessoas desconhecidas costumam causar reações assustadas. Nas crianças pequenas, o medo do escuro é muito comum, assim como de seres imaginários. Raios, trovoadas e chuva forte também assustam esses pequenos. E animais quase sempre são um caso de fascinação e terror ao mesmo tempo! Já com as crianças maiores, aparecem as preocupações com as coisas de sua realidade e cotidiano: doenças, acidentes, violência ou problemas na escola.

Medo ou fobia? É claro que cada criança é única e nenhuma é obrigada a seguir essas “faixas etárias” do medo. Mas é importante alertar para o caso de um medo se tornar persistente ou desproporcional aos eventos e estiver impedindo a vida normal da criança e da família. Nesses casos, pode estar surgindo uma fobia, um medo patológico e intenso. Na fobia, uma situação ou até mesmo um objeto, que por si só não traria perigo, é visto pela criança como um perigo constante e insuportável. As fobias costumam ter reações fisiológicas bastante intensas – suores, tremores, palpitações – e trazem muito sofrimento para quem as têm. E apesar de não se saber exatamente suas causas, elas provavelmente agregam fatores genéticos e ambientais. O bom é saber que existe tratamento para elas! Se você notar que seu filho ou filha pode estar com esse transtorno, a melhor forma de ajudá-los a superar é procurando ajuda médica e psicológica especializada.



Interação entre pais e filhos

Educar • Maio/2016 15

Tema desta edição:

A mascotinha da Revista Educar Conteúdo Auxiliadora Mesquita Arte Rique Dantas e Cláudia Prates

Jogos Olímpicos

Muitos de nós já assistimos à transmissão dos Jogos Olímpicos pela televisão – ou pelo menos à abertura deles, sempre emocionante! Reunindo atletas de centenas de nações mundo afora, os Jogos Olímpicos cumprem bem seu papel em unir os povos do planeta, pelo menos em frente ao aparelho de tv. E se alguns criticam os Jogos em seu aspecto comercial ou da criação artificial de excelência nos atletas, a verdade é que eles ainda têm tudo para nos emocionar, tanto na abertura quanto nas provas disputadas. Proposto pelos gregos milhares de anos atrás, os jogos competitivos daquele tempo eram uma homenagem aos deuses. As cidades-estado gregas enviavam seus melhores atletas, que treinavam duro para representar bem suas origens nas competições. Quando os romanos dominaram a Grécia, os jogos acabaram. E foi só em 1896 que um francês entusiasmado retomou a ideia e a colocou em prática, realizando os Jogos Olímpicos em Atenas com 285 atletas de 13 países. Hoje, a tocha reacendida por Pierre de Fredy, o Barão de Coubertin, está mais acesa do que nunca! Para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, serão 200 nações participando, com a presença estimada de 10.500 atletas de alto nível. E apesar de todos os escândalos recentes – seja no nosso querido país sede ou em exames anti-dopping mundo afora – os Jogos ainda guardam, para quem os assiste, o melhor que o mundo tem a oferecer. Unindo desconhecidos do mundo inteiro, que competem para que surja um vencedor, sem guerra e sem truques, os Jogos Olímpicos ainda podem nos mostrar que podemos ser sempre melhores do que já somos. Seja no esporte ou na vida, superar e perseverar, com honestidade e dedicação, ainda é a marca dos vencedores.


Interação entre pais e filhos

Pipoca em: Somos todos campeões! PIPOCA ADORAVA TREINAR COM PEDRO, SEU MELHOR AMIGO. DESDE QUE APRENDEU “AGILITY”, PIPOCA SE ESFORÇAVA PARA PULAR MAIS ALTO E CORRER MAIS RÁPIDO. E NÃO TINHA MEDO NEM DE PASSAR NO TÚNEL!

QUANDO PEDRO DESCOBRIU QUE IAM ACONTECER AS OLIMPÍADAS DOS CÃEZINHOS, LOGO CHAMOU PIPOCA. ELA FICOU COM MEDO. “SERÁ QUE VOU CONSEGUIR FAZER DIREITO?”, PENSOU ELA. OS DOIS FIZERAM OS EXERCÍCIOS MUITAS E MUITAS VEZES, SEM DESISTIR. E PIPOCA FOI FICANDO CADA VEZ MELHOR.

NO DIA DA COMPETIÇÃO, ESTAVAM LÁ A FIFI DA FRANÇA, A MITSUI DO JAPÃO, A KILIMA DA ÁFRICA E ATÉ A DINGA DA AUSTRÁLIA. CADA UMA FEZ O MELHOR QUE SABIA FAZER. NA VEZ DA PIPOCA, ELA CORREU, SALTOU E PASSOU MUITO BEM NO TÚNEL! SERÁ QUE ELA VAI GANHAR MEDALHA?

O JUIZ ANUNCIOU: PIPOCA CAMPEÃ! PRIMEIRO LUGAR! MEDALHA DE OURO! PEDRO E PIPOCA FICARAM TÃO CONTENTES. FELIZ NO ALTO DO PÓDIO, PIPOCA CUMPRIMENTOU KILIMA E FIFI, QUE TAMBÉM GANHARAM MEDALHAS. E DEPOIS ABRAÇOU TODAS AS OUTRAS. “NÓS SOMOS TODAS CAMPEÃS!”, DISSE PIPOCA.


Educar • Maio/2016 17

Você sabia? • Os Jogos Olímpicos são um evento esportivo internacional. Isso quer dizer que atletas de vários países do mundo se reúnem na cidade escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional para para competir e descobrir qual deles faz melhor cada esporte, naquele momento. • Os Jogos como vemos hoje foi criado por um francês chamado Barão de Coubertin que queria refazer uma ideia que existiu muito tempo atrás, na Grécia. Lá, há muitos e muitos anos, atletas de diversas cidades se encontravam e competiam uns contra os outros. Em 1896, o Barão fez isso novamente, chamando atletas de 13 países para jogarem em Atenas, uma cidade da Grécia. • Hoje nos Jogos Olímpicos participam milhares de atletas de vários países. E são muitas as modalidades de esporte disputadas: vôlei, basquete, handebol, natação, ginástica, atletismo e muitos outros. Nos

Jogos Olímpicos de 2016 (este ano!) também vai ter novidade: jogos de rugby e de golfe! • Para participar das Olimpíadas é preciso ser um atleta muito, muito bom. E passar por testes para se classificar e poder competir. Quem ganha em primeiro lugar fica com uma medalha de ouro. O segundo lugar ganha uma medalha de prata e o terceiro, de bronze. Mas todo mundo ganha diplomas e medalhas de participação. O importante é competir! • Você já viu a bandeira olímpica? Ela é branca e vem com 5 anéis entrelaçados, cada um de uma cor. As cores representam os continentes do mundo, de onde vem os atletas que participam. Toda Olimpíada acontece numa cidade do mundo que se prepara para isso, construindo estádios e lugares especiais para os atletas ficarem. Este ano de 2016, os Jogos Olímpicos serão no Rio de Janeiro, no Brasil. Já pensou que legal, as Olimpíadas tão pertinho assim!

Achei para você!

Youtube

Filme

Pateta Campeão Olímpico é uma antiga e divertida animação da Disney que fala sobre as origens dos Jogos e mostra o Pateta se esforçando em várias modalidades, sempre de maneira engraçada mas bem didática. É curtinho, com pouco mais de 6 minutos e pode atrair aos pequeninos.

Jamaica Abaixo de Zero já é um filme clássico! Nessa comédia com ótimos atores, um grupo de atletas da Jamaica, junto com seu treinador desajeitado, se esforça para fazer bonito nas Olimpíadas de Inverno numa competição na neve chamada bobsleigh. O único problema é que na Jamaica não neva. Imagina só as confusões! Apesar de não ser feito para crianças, muitas vão assistir e gostar de ver as cenas engraçadas e a perseverança dos heróis do filme.

Livro A Olimpíada das Fadas, de Emma Thomson (Ed. DCL). Fadinhas que estudam numa escola só de fadas participam de uma Olímpiada. Só que na competição muita coisa está saindo errado! As colegas vão descobrir que o mais importante não é ganhar e sim, ajudar umas às outras. Leitura para a partir dos 4 anos.


Galeria de Dia das Mães . parte 1

Camila e Laura

Eliane e Gustavo

Julia, Valéria e Felipe

Vitor, Pamella e Otávio Louise, Bernardo e Rodrigo

Arthur, Luana e Lucas

Rafael, Gabriel e Candice

Patricia e Eduarda

Andreza e Alexsander

Viviane e Ana Clara


Educar โ ข Maio/2016 19

Siane e Pedro Henrique

Flรกvia, Gabriela e Arthur

Janete e Matteo

Giulia, Ursula e Cayetana

Soraia e Benjamin

Gabriel, Ronize e Eduardo

Lucas, Renata e Manuela Camila, Catarina e Anita

Rose e Caroline

Enzo e Vanessa



Saúde

Educar • Maio/2016 21

Prevenção e tratamento da obesidade infantil Com a globalização e o consequente desenvolvimento tecnológico, a sociedade passou por profundas modificações em vários aspectos. A demanda por acessibilidade e rapidez se tornou parte do cotidiano, abrangendo também as formas da alimentação dos indivíduos. As indústrias de alimentos processados ganharam destaque, e alimentos prontos passaram a substituir, cada vez mais, a comida tradicional e o hábito do preparo, antes tão valorizado. O crescimento exponencial dessas indústrias e do consumo de alimentos processados, juntamente com o estímulo da publicidade influenciam significantemente os consumidores em suas decisões de compra, e consequentemente, interferem em sua rotina alimentar. É possível perceber que a grande maioria da publicidade de alimentos processados é direcionada ao público infantil. O que acontece é que as crianças ainda estão em desenvolvimento, e este é um período essencial para a fundamentação de suas escolhas. Além disso, as crianças exercem significativa influência nas compras da família, e, se fidelizadas, poderão tornar-se consumidores por toda a vida. A influência de hábitos alimentares não saudáveis, ao lado de outros aspectos, pode levar ao sobrepeso, e consequentemente, à obesidade. A obesidade infantil está associada a muitos problemas de saúde e relacionados com alterações fisiológicas, metabólicas e estruturais. Entre essas, estão incluídas doenças coronárias, diabetes mellitus, aumento do colesterol plasmático e de triglicerídeos e muitas outras. Vários estudos relatam que a obesidade infantil é causada, em sua maioria, pelos altos índices no consumo de produtos industrializados, principalmente aqueles que contêm grande concentração de gordura e açúcares. Esses produtos são cada vez mais comuns em nossa sociedade e, consequentemente, afetam a alimentação das crianças. A obesidade também pode relacionar-se a problemas emocionais da criança. “Fatores emocionais têm papel decisivo na instalação e na manutenção da obesidade”. Muitas crianças sofrem por transtornos na estrutura familiar ou na escola e acabam usando o alimento como uma forma de compensação para seus problemas. O sedentarismo é outro fator que está diretamente relacionado à obesidade. As crianças sedentárias costumam passar muito tempo em frente à televisão e ao computador e raramente reservam algum horário para a realização de atividades físicas.

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A equipe de atendimento a criança e adolescente obesa(o) deve ser formada por pediatra, nutricionista, psicólogo e educador físico. O tratamento do paciente geralmente é a longo prazo e, portanto, a aderência à equipe é fundamental. E quanto antes o tratamento for iniciado, mais chances de sucesso, pois quanto mais idade a criança tiver e maior for o excesso de peso, mais difícil será a reversão do quadro, em razão dos hábitos alimentares incorporados e das alterações metabólicas instaladas. Não são recomendados regimes rígidos (com restrição calórica exagerada), pois podem levar à perda de tecido muscular e diminuição da velocidade de crescimento. A terapia medicamentosa não deve ser utilizada no tratamento da obesidade infantil devido a efeitos colaterais das drogas e risco de dependência química e/ou psicológica. A atividade física sempre deve ser indicada, respeitando-se as limitações de cada paciente. Do ponto de vista nutricional, após a realização da anamnese alimentar, o paciente recebe orientação para diminuição gradativa da quantidade alimentar ingerida, não repetição das porções dos alimentos, adequada mastigação, não se alimentar vendo televisão, respeitar os horários das refeições, entre outras orientações que auxiliarão na normalização do peso da criança.

Taise Muraro Mestre em Saúde e Meio Ambiente CRN 10- 4702 (47) 9660-1977 taisemuraro@hotmail.com


Eventos e livros Divulgação

Espetáculo de circo, teatro e muita magia! Tholl, Imagem e Sonho é um espetáculo consagrado e que, por onde passa, arrebata corações, ganha novos fãs e desperta, em especial nos jovens, o gosto pela arte circense. O elenco usa perucas estilizadas e figurinos elizabetanos e venezianos de luxo com toques de modernidade. O espetáculo tem iluminação sofisticada, dança coreografada e música vibrante e marcada. Tholl liberta o espectador para que faça sua própria leitura de uma forma simples e sincera, transportando-o a um mundo de sonhos e fantasia, com a intenção de ocupar um pedacinho da memória e do coração de cada um, como um inexplicável momento de catarse coletiva.

Dia 28 de maio, às 20 h no Teatro Ademir Rosa (CIC), Florianópolis . Ingressos na bilheteria do CIC/TAC e PEDRO IVO e pelo site www.blueticket.com.br

Roberta Sá lança Delírio em Florianópolis Roberta Sá lança seu novo disco, “Delírio”, em Florianópolis, no dia 13 de maio. O disco (Som Livre/MP,B Discos) traz 11 faixas, entre elas oito canções inéditas de Adriana Calcanhotto, Cézar Mendes, Tom Veloso e Martinho da Vila, que estarão no repertório do novo show, ao lado de sucessos da carreira de Roberta. “Busquei letras atemporais para falar de amor por diversos prismas. E o disco abraça compositores de diferentes épocas, lugares e estilos”, define Roberta sobre o conceito do álbum. O show tem direção de Gabriela Gastal, cenografia de Valéria Costa e luz de Tomás Ribas.

Lançamentos Girassol Meu Primeiro Atlas de Animais Este livro vai ensinar a criançada sobre como e onde vivem bichos incríveis. Mapas coloridos mostram os setes continentes da Terra, com ilustrações e informações de mais de 50 espécies.

Como Desenhar Dinossauros mistura duas coisas que as crianças adoram: os dinossauros e a hora de desenhar. A cada página a descoberta de um dinossauro - e basta seguir o passo a passo para criar no seu próprio quadro o desenho correspondente.

Indicação: a partir de 6 anos

Indicação: a partir de 5 anos

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Dia 13 de maio, às 21h, no Teatro Ademir Rosa/CIC Preços: 1º lote a partir de R$ 80,00 Vendas on-line: www.blueticket.com.br



Recém-nascido Por Auxiliadora Mesquita (Pedagoga)

Os 5 sentidos do bebê Visão O recém-nascido é um pouco míope, e só vê de forma nítida a uma distância entre 20 e 30 cm (mais ou menos a distância entre o rosto dele e o nosso quando cuidamos dele, o pegamos ao colo e lhe damos de mamar). Talvez por isso, o rosto humano está entre as visões favoritas do bebê, especialmente o dos pais ou o seu próprio.

iStockphoto

Nas primeiras semanas de vida parece que o bebê pouco mais faz do que comer, dormir, chorar e sujar fraldas. Mas as aparências iludem, e, sob aquele ar indefeso de quem depende completamente de nós, há um ser alerta, que absorve tudo o que vê, escuta, cheira, prova e toca. Absorver é o verbo perfeito nesse contexto, porque, ao contrário do que se pensou durante muitos anos, o recém-nascido é uma autêntica esponja, ligando-se a nós através de cada um dos sentidos, à medida que tenta perceber como o mundo funciona. Embora vá levar algum tempo até entender o que toda essa informação significa, o recém-nascido consegue, mesmo assim, encontrar alegria e conforto nos rostos, vozes e sensações familiares do seu dia a dia. Alguns sentidos, como o cheiro, o paladar e o tato, já são “poderosos” ao nascimento, enquanto, por exemplo, a audição só se desenvolve completamente ao fim do primeiro mês, e a visão ao longo do primeiro ano. De qualquer forma, os cinco sentidos ligam o bebê ao exterior e constituem uma porta aberta à experimentação de muitas sensações novas e extraordinárias. Afinal, os bebês, mesmo recém-nascidos, fazem muito mais do que parece à primeira vista. Eles se interessam por tudo, e faz parte do “trabalho” da família oferecer-lhes alternativas de interação novas, que estimulem e alimentem a sua ânsia de aprender. Cabe aos pais guiá-los e estimulá-los, acompanhando-os na conquista de habilidades e na percepção do meio envolvente. Para que possamos cumprir esse papel, ajuda saber com o que contamos em relação a cada sentido.


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A visão das cores não amadurece até os quatro meses, mas, pouco depois do nascimento, os bebês já percebem os contrastes vivos de cor, e são capazes de seguir objetos coloridos com os olhos. Por volta dos três meses, o bebê já consegue fixar um objeto com os dois olhos coordenados, sem os “cruzar”. Aos sete meses a visão do bebê já está amadurecida, e, pouco depois, a sua coordenação mão-olho e percepção de profundidade já se desenvolveram o suficiente para lhe permitir estender a mão e agarrar um brinquedo dentro do seu campo de visão. O bebê adora olhar para nós, pelo que, quando estamos com ele, é importante olhá-lo nos olhos e dedicar-lhe atenção exclusiva. Devemos proporcionar-lhe coisas interessantes para olhar, introduzindo novos objetos nas suas rotinas. E não nos devemos nos esquecer de mudá-lo de lugar durante o dia, para que o seu cenário mude.

Olfato e paladar Estes são os dois sentidos que mais se relacionam intimamente. O olfato é, curiosamente, um dos primeiros sentidos a desenvolver-se, ainda no feto. De acordo com Alan Greene, professor de pediatria na Stanford University School of Medicine, “no final do primeiro trimestre de gravidez, o bebê consegue sentir o cheiro dos alimentos que a mãe ingere. Este é o sentido predominante, que surge muito cedo, porque os cheiros passam pelo líquido amniótico”. E, no final da primeira semana de vida, o nariz do bebê está de tal forma apurado que ele consegue distinguir entre o cheiro do leite da sua mãe e o de outra mulher. “Os recém-nascidos orientam-se pelo cheiro, mais do que por qualquer outro sentido”, conclui Alan Greene. Quanto às papilas gustativas, elas estão totalmente formadas ao nascimento. Os recém-nascidos preferem os sabores doces aos salgados ou ácidos.

Audição O bebê ouve sons desde o útero, por volta da 26ª semana de gestação. O bater do coração da mãe e até sons externos, como vozes e músicas. E, depois de nascer, pode inclusive reconhecer esses sons. Aliás, a memória auditiva dos bebês é surpreendente. Depois de nascer, o bebê ouve tudo alto e bem. A voz humana é a “melodia” preferida do bebê, principalmente a da mãe e do pai. Por isso é muito importante falarmos com os bebês. Ele não nos responde, mas escuta-nos atentamente, por isso sempre fale com eles num tom carinhoso e reconfortante A audição do bebê é muito apurada por isso devemos evitar ao máximo expô-lo a ruídos muito altos.

Tato Parece contraditório, mas o sentido do tato também é importante para os bebês antes de nascerem. É a sua principal ferramenta para explorarem o mundo no útero, diz Alan Greene: “Os bebês puxam e empurram, tocam no seu rosto e exploram o revestimento do útero”. Além disso, o feto é sensível aos estímulos táteis que lhe chegam a partir dos movimentos da mãe. Depois do nascimento, o bebê procura conforto no toque. É normal, pois veio de um ambiente quente, aconchegante e envolvente, tomando agora o primeiro contato com o frio, o roçar áspero do berço ou a aresta dura de uma costura dentro da roupa. Por isso os bebês adoram ser acariciados. A pele do bebê é ultra-sensível, por isso devemos ser sempre muito suaves ao tocá-lo, tanto nos carinhos como nas massagens.



Galeria de Dia das Mães . parte 2

Educar • Maio/2016 27

Renata e Marina

Maria Luisa, Graziela e Ana Julia

Beatriz, Fabiani e Natália

Renata, Maria Clara e Pedro Henrique

Raphael, Larissa e Luciane

Yohan, Minéia e Patrick

Rossana e Théo

Brunna, Arthur e Guilherme

Patricia, Isabela e Bruno

Cintia, Julia Mei e Anna Lien

Daisy, Maria Luiza e Ana Julia

Envie foto de seu filho para nossacara@revistaeducar.com.br: na mensagem, escreva o nome completo e idade da criança + cidade e nomes completos dos pais.



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