Reverso 94 Jornal do Império

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Edição 94

Perfil

Nerd Old School Como ser nerd no interior da Bahia entre as décadas de 1980 e 90

FERNANDO Caruso

fala sobre universo Star Wars e o que espera do episódio VII

Top Five

Maiores vilões

Seleção dos vilões por grau de vilania

Lampião Verde

O RPG que traz o Rei do Cangaço como super herói!

Games em

Livros e Filmes

Entenda porque tantos jogos conhecidos estão indo parar no cimema e se tornando bestsellers


Edito:rial

De Volta Ao

< Passado

No dia 21 de outubro de 2015 Marty Mcfly e o Dr. Emmert Brown chegaram com seu DeLorean em uma Hill Valley muito diferente. Eles estavam no futuro. Há 30 anos, no segundo filme da trilogia, o futuro imaginado por Robert Zemeckis, diretor de “De volta para o futuro”, possuía carros que voam, tênis que se ajustam sozinhos aos pés e skates flutuantes. 2015 virou presente e não demora a virar passado e com ele, nenhum desses apetrechos vistos por Mcfly e Dr. Brown. Na verdade, parece que ao contrário dos famosos personagens,

Exped:iente Jornal do Império > Rei:tor Silvio Soglia > Coordenadores:gerais Péricles Diniz Robério Ribeiro > Editora:Chefe Thielly Cristine > Editor:Assistente Lídio Gabriel

nós fizemos o caminho inverso e voltamos no tempo. Este ano foi marcado por estréias de novas versões e/ou continuações de clássicos como Mad Max, Jurassic Park, Poltergeist e claro, pela grande espera pelo sétimo filme de Star Wars. A segunda edição do Jornal do Império vem com essa mistura de passado e presente, onde trazemos uma pitada de nostalgia com o Perfil de um nerd old school. Além disso, passeamos também por um limiar que consegue mesclar o antigo e novo, com uma reflexão sobre o atual cinema de Hollywood e

uma entrevista com o ator Fernando Caruso sobre Star Wars e uma matéria sobre um novo RPG com o cangaceiro Lampião de personagem principal que vem sendo produzido aqui no Brasil. E em tempos de tantos heróis, falaremos da nossa classe favorita num top five bem polêmico: os maiores vilões da história. Ajuste seus tênis, pegue seu Hoverboard e prepare-se para essa viagem que preparamos para você!

Equipe Jornal do Império.

> Repor:tagem Lídio Gabriel Thainá Dayube Thielly Cristine > Fotog:rafia Thainá Dayube > Arte:Sumario Thainá Dayube Um produto

> Diagra:mador Uanderson Lima > Revi:sor UanDerson Lima

P.S.: Contém imagens retiradas da internet


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SUMáRIO

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Há muito tempo atrás, num interior muito distante....

Thainá Dayube.

m Padawan no interior

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“Pra você, o que é ser nerd?” Foi assim que comecei minha entrevista com o cineasta cachoeirano Samir Suzart que disse: “É complicado responder, porque não é algo como ‘quero ser nerd’ ou ‘vou ser nerd hoje’ e ai você amanhece, toma um chá e vira nerd. É um acúmulo de coisas, situações e afinidades que você tem com uma cultura ou movimento que você se identifica.” Samir nasceu em 1982, em Cachoeira, interior da Bahia e desde muito novo se iniciou neste universo. A responsável por isso foi sua mãe, Helena Suzart, que lhe apresentou livros e desenhos animados dos quais ele é fã até hoje, como Thundercats. A vivência nerd no interior não é algo fácil hoje em dia quem dirás entre as décadas de 80 e 90. Como conseguir os últimos volumes dos quadrinhos? Como assistir aquele filme que lançou agora? Como participar de eventos? Samir viveu todos esses dilemas na sua juventude, ainda com o acréscimo de viver sem internet naquela época. Segundo ele, a banca de revista – única na cidade – era o ponto onde ele podia encontrar algumas coisas, como as HQs e revistas sobre assuntos que lhe interessavam - outros objetos como seus colecionáveis só vieram fazer parte da sua coleção bem mais tarde. Old School na era touch Samir é um nerd que viveu numa época de transição de tecnologias, desde os botões até a tecnologia touch, e para ele, a maior diferença de ser um nerd há uns 20 anos atrás e agora é a internet. Quando mais jovem, era muito mais difícil para ele ler e colecionar quadrinhos e hoje essa leitura pode ser feita em computadores, tablets, celulares; em sites espe-

cializados em scans. Mas, mesmo conhecendo essa facilidade, Samir não abre mão das HQs em formato físico; ele acha importante esse contato com a obra e valoriza toda a magia de pegar, observar os desenhos e ter na sua estante. Por outro lado, ele também aproveita dessa modernidade, como poder ter todos os episódios de uma série ou vários filmes em seu pen drive ou HD. Nerd Old School x Nerd atual A cultura nerd ultimamente anda tendo enorme visibilidade e a todo momento saem filmes, jogos, séries e objetos direcionados a esse público. Para alguns, todo esse boom não é visto com bons olhos, eles acreditam que toda essa facilidade de “se tornar” nerd superficializa o universo, mas para Samir, toda essa produção é ótima. Ele conta das dificuldades que enfrentou para ter acesso as coisas que queria e que fica muito feliz com toda essa facilidade atual. Para ele, quanto mais coisas forem disponibilizadas no mercado, nas redes e nos eventos, melhor. Outra grande diferença de antes para agora é a questão da socialização gamer. Hoje é muito fácil se ter um console, jogos para PC ou instalar apps no celular, mas, há alguns anos, não era assim e os nerds que gostavam de jogar muitas vezes se reuniam nos fliperamas ou na casa de amigos para campeonatos e troca de jogos. Para Samir, hoje em dia essa vivência anda cada vez mais difícil. O sentido de jogar junto andou sendo modificado e ao invés das pessoas se reunirem para algumas partidas, elas jogam online. Ele conta que apesar de jogar online, não perde a oportunidade de chamar seus amigos para jogarem e conversarem em sua casa.


O cinema hollywoodiano e a falta de inovações

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Lídio Gabriel. cinema comercial hollywoodiano passa por um momento delicado. A maioria – quase totalidade – das grandes produções, são hoje, fruto de algum tipo de adaptação, remake, reboot ou continuação de franquias de sucesso. Essa atitude está longe de ser condenável, afinal, o cinema já fez uso desse artifício inúmeras vezes no decorrer de sua história. Viagem à Lua (1902), o primeiro filme de ficção científica, foi uma adaptação de um livro de Júlio Verne; O Vento Levou (1939), Dr. Jivago (1965), Laranja Mecânica (1971), Clube da Luta (1999), O Senhor dos Anéis (2001) e outros grandes filmes, foram adaptados da literatura. Ben-Hur, épico de 1959 com Charlton Heston, foi um remake dum filme dos anos 20, que por sua vez foi uma adaptação de um romance escrito em 1880. O fato dessas obras não serem originais não tira seus méritos. No entanto, o cinema comercial de Hollywood está cada vez mais pautado por esse tipo de ação. A frequência com que são lançados filmes desse tipo, é absurda. Todos os anos, o calendário de lançamentos tem menos obras originais, e se falarmos aqui, somente de filmes blockbusters, a situação se agrava ainda mais. A indústria não aposta tanto em projetos inovadores e colocam todas as suas fichas em filmes que assegurem o seu investimento, são aqueles com um público já garantido; é o caso das adaptações de quadrinhos, best-sellers e franquias famosas. Os grandes lançamentos de 2015 ilustram bem essa situação: Jurassic World, Velozes e Furiosos 7, Vingadores: Era de Ultron, O Exterminador do Futuro: Gênesis, Mad Max: Estrada da Fúria, Star Wars VII: O Despertar da Força, Jogos Vorazes: A Esperança - Final entre outros. Em 2014, somente Interestelar, de Christopher Nolan, tinha um roteiro original entre as maiores arrecadações do ano. Nolan é um dos poucos diretores que nadam contra a corrente e têm a capacidade de criar trabalhos incomuns, autorais, e lança-los no grande circuito, como fez também com A Origem (2010). Então Hollywood perdeu a criatividade? Não. De

O

fato, no cenário comercial está mais difícil ver filmes desse tipo, mas ainda existem produções com orçamentos muito menores que alcançam certo destaque: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), Boyhood, Wiplash, O Grande Hotel Budapeste, O Abutre, são filmes com premissas espetaculares e que ganharam destaque na premiação do Oscar do ano passado. Volta e meia, Quentin Tarantino também aparece com filmes interessantes e com um olhar bem original. No entanto, esses filmes não têm a abrangência e a arrecadação dos grandes blockbusters hollywoodianos, que por sua vez, não têm essa característica de originalidade. Filmes como, Avatar (2009), Distrito 9 (2009), Gladiador (2000), Gravidade (2013), serão mais difíceis de ver, a não ser que sejam continuações dos mesmos. Contudo, a Walt Disney Pictures, lançou esse ano um blockbuster que surpreendeu por causa de sua proposta. Tomorrowland, dirigido por Brad Bird (Os Incríveis) e roteirizado por Damon Landelof (Lost) é um filme de ficção científica com uma pitada adolescente, que usa muito bem os efeitos especiais e não esquece de elaborar um bom roteiro. Mas, apesar de ter elementos inéditos e um trabalho de criação extraordinário, o longa não conquistou o público, por consequência, o estúdio não teve um bom retorno do seu investimento, que segundo o The Hollywood Reporter, foi de US$ 190 milhões. O público já está se condicionando a assistir somente os filmes formatados que a indústria propaga. Com isso, o gênero de super-heróis nunca foi tão forte, franquias adolescentes – saídas da fôrma – surgem a torto e a direito, as que estão morrendo têm sido esticadas até o seu limite, e as que já morreram estão sendo ressuscitadas – é o caso do mundo de Harry Potter, que terá uma nova trilogia: Animais Fantásticos e Onde Habitam. É preciso lembrar que algumas histórias se esgotam, alguns gêneros perdem a relevância. E o que vai acontecer se a indústria estiver dependente deles? Só resta esperar para ver....


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Lampião

A maldição

O RPG brasileiro que traz para os

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m homem que consegue um anel mágico capaz de lhe dar super poderes: essa premissa lhe parece familiar? Pois errou se está pensando no clássico herói da DC Comics, Lanterna Verde. Estamos falando é de Lampião! Sim, Virgulino Ferreira da Silva, um dos mais conhecidos personagens da nossa cultura está virando personagem de RPG nas mãos da equipe paraibana do estúdio Narsvera. O game se chama “Lampião Verde – A maldição da Botija” e a história se contextualiza assim: Lampião resgata uma botija mágica e ganha poderes e também uma maldição. Assim, ele terá que enfrentar seus erros do passado, se redimir e salvar o Sertão Profundo. De fato, o pontapé inicial para a história do jogo foi uma paródia do Lanterna Verde, mas Lampião tem seu próprio universo, todo criado a partir das lendas regionais. “Aqui no Nordeste, concebemos dois “Lampiões”, um que está nos livros de História, sem virtudes, bandido, etc; mas há também um outro Lampião, que pertence à Fantasia, que conhecemos através da literatura de cordel, do cancioneiro, no geral, das histórias que ouvimos dos nossos avós e tios. Nos apropriamos desses dois personagens como se fossem um só, trazendo como conflito para o Lampião Fantástico, os supostos arrependimentos do Lampião Histórico. Assim, nossa história, é uma jornada pela redenção da alma do Lampião” afirma Rubem Medeiros, diretor do estúdio Narsvera. O game está sendo produzido de forma independente e está com uma campanha de financiamento no Kickante; a equipe conta apenas com seis pessoas. Segundo Rubem as duas maiores dificuldades são essa pequena quantidade de pessoas para


Verde

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da Botija

gamers toda a magia do Sertão.

Mapa Parcial do RPG

Imagens: Divulgação/ NARSVERA

a grande demanda de trabalho que produzir o game exige e também se fazer notado, mesmo sendo um pequeno estúdio indie. Bois-bumbá, Bonecos de Olinda, fauna e flora típica da região e maracatu e baião como trilha sonora compõem o universo do jogo, que se passa no Sertão Profundo. “Apesar do jogo ter um perfil que funde a cultura regional ao universo pop de quadrinhos e heróis, os personagens que vão dar vida ao jogo são muito inspirados em personagens do nordeste, como o Cego Cantador, Maria Bonita, Homem da Meia-noite, Carrancas do São Francisco, Caboclos de Lança”, conta o diretor. As mulheres também se farão presentes no universo, com toda sua fortaleza e sabedoria. Maria Bonita tem um papel fundamental da condução da história e “o Sertão Profundo é habitado por mulheres muito bravas, assim como o mundo de fora, como chamamos, também o é”, diz Rubem. A produção de games no Brasil é ampla e vem crescendo cada vez mais, porém, muitas delas focam no mercado internacional e esse ponto é exatamente o que motivou a equipe a fazer “A Maldição da Botija” e também é o que vem dando destaque a eles. O RPG inicialmente sairá para PCs e MACs e futuras expansões não são descartadas pela equipe, que antes precisa ver a aceitação do público nas plataformas iniciais para migrar para consoles, por exemplo. Já sobre mobiles Rubem conta: “pautado no universo que criamos, é muito difícil que “A Maldição da Botija” possa ser portada para mídias móveis, mas já temos em mente fazer outros jogos menores para outros dispositivos móveis explorando outros personagens, mecânicas, partes do mundo, e estéticas que resultam dessa primeira investida.” Mais informações sobre o game e o financiamento coletivo em: facebook.com/lampiaoverdegame


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Os MaiOres VIlõeS Da HisTóriA (dos quadrinhos, do cinema e dos livros)

Thielly Cristine.

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ara todo mocinho um vilão. Aquele que vai estragar Os vilões, na realidade são seres injustiçados, gênios da essua felicidade e trazer o caos e a desordem para sua tratégia que defendem seus próprios ideais e são comunicadovida e cidade, aquele que tentará insistentemente res por excelência (afinal é preciso uma lábia gigantesca para desmascará-lo e, por que não, eliminá-lo. atrair seguidores).

VOLDEMORT Tom Marvolo Riddle, também conhecido como Você-Sabe-Quem, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, Lord das trevas e Voldemort, é o vilão icônico da saga de Harry Potter. Estudante prodígio da casa Sonserina, Tom aparentava ser um estudante extremamente educado e bonito, quando na realidade estava escondendo sua face cruel, arrogante, sádica, manipuladora, sociopata e megalomaníaca. Tão cruel que dividiu a própria alma em sete partes só para garantir que não morreria e atingiria sua meta de vida; livrar o mundo bruxo dos sangues ruins e, é claro, matar o mocinho da história: Harry Potter.

Aviso: qualquer semelhança com Adolf Hitler não é mera coincidência.

Sauron O antagonista da saga de Senhor dos anéis. Viveu na Terra Média onde foram forjados três anéis de poder para os Reis-Elfos, sete para os Senhores-Anões e nove para os Homens Mortais. Mas Sauron não gostou de ser excluído disso e forjou um anel de poder para si mesmo: “um anel para a todos governar, um anel para encontrá-los, um anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los”. Mas Sauron pensou novamente: “Opa, tá pouco” e não satisfeito com esse anel, decidiu que queria todos os outros e, assim, tomar o mundo com a escuridão... Obviamente isso resultou uma guerra que matou milhares. Mesmo após sua “destruição” o seu anel de poder vagou pela Terra Média até que chegou as mãos de Frodo Bolseiro, que foi incumbido de levar o anel para a montanha da perdição onde ele poderia ser definitivamente destruído. Não preciso nem dizer que o pequeno Hobbit penou no processo, sendo perturbado de todas as formas possíveis, né?

Coringa

Coringa é um dos maiores vilões dos quadrinhos. O personagem é arqui-inimigo de Batman. Ao contrário dos outros dois vilões já apresentados, Coringa é um sujeito “comum”, sem nenhuma habilidade sobre-humana, e talvez por isso sua maldade seja até mais malvada do que a de outros vilões! Ele apresenta uma inteligência genial, além de ser um ótimo estrategista. Possui grandes conhecimentos em química e outras ciências, o que leva a sua mais célebre arma: o Gás do Riso, um veneno que, inalado, leva a vítima à morte quase instantânea. A fixação de Coringa em seu rival rendeu ao Homem-Morcego grandes traumas, como deixar paralítica a Batgirl Barbara Gordon e matar o Robin Jason Todd, além da esposa do Comissário Gordon.


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Hannibal O comportamento assassino do canibal Hannibal Lecter foi mostrado pela primeira vez em 1991, no filme O Silêncio dos Inocentes. O vilão é capaz de causar, ao mesmo tempo, fascinação e repúdio ao público. A primeira vítima de Hannibal é Mason Verger, onde o vilão entorpece Verger e após pancada na nuca que o deixa tetraplégico; e não satisfeito, dá sua cabeça aos cães mantidos em cativeiro e privados de alimento. Incrivelmente Mason Verger sobrevive, tetraplégico e deformado facialmente. Preso graças a acusações de nada mais, nada menos do que canibalismo, Hannibal recebe visitas da agente do FBI Clarice Starling, que investiga o caso de outro serial killer. Ela acredita que Hannibal pode ajudá-la a entender o perfil psicológico do psicopata. Afinal quem é melhor do que um psicopata para entender outro?

Darth Vader

É claro que existem outros vilões icônicos de outras sagas e universos que valem ser lembrados, como o The Master de Doctor Who que, sempre que se esbarram entre o tempo e espaço, busca dificultar a vida do Doctor ou Kilgrave, antagonista de Jessica Jones, que se diz apaixonado pela moça, mas não tem nenhum escrúpulo ao controlar a mente de quem cruza seu caminho de uma forma totalmente perversa. Para finalizar essa lista, analisamos os maiores vilões em termos de malevolência, sociopatia, perversidade, sadismo, crueldade, selvageria, desumanidade, psicopatia e, porque não, travessuras e já decidimos o campeão.

Nível de Vilania

Darth Vader é considerado o pai da vilania. É o protagonista e antagonista da série de filmes Star Wars. Outrora, Vader foi conhecido como Anakin Skywalker, o garoto prodígio dos Jedi. Na esperança de salvar sua esposa Padmé Amidala, que possivelmente morreria durante o parto de seus filhos seguindo suas próprias previsões, junta-se ao lado negro da força após matar o Mestre Jedi Mace Windu, tornando-se assim, aprendiz do malévolo Darth Sidious. Uma vez seduzido pelo lado negro da força, Anakin, (agora Darth Vader) esquece completamente que deveria salvar sua esposa e passa a se preocupar apenas consigo mesmo: resolve matar os outros Jedi, inclusive os mini Jedi (os padawans) e no ápice de sua loucura usa a Força para enforcar Padmé, por ciúmes. E depois disso não teve mais volta meus caros, Lord Vader transpirava poder, domínio, autoconfiança, assertividade e determinação. Usando estes atributos para o mal, combinados com seu traje negro e sua voz ameaçadora, Vader provocava em todos um profundo terror mesclado à uma boa dose de admiração.


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Fernando Caruso: Star Wars em filmes, quadrinhos, livros e as expectativas para o Thainá Dayube. ´ episodio VII

A

tor, humorista, nerd e apaixonado por Quadrinhos. Sim, estamos falando do Fernando Caruso. O ator que dubla o vilão Agente Kallus na série Star Wars Rebels, anda sempre por dentro do que acontece na cena nerd e podemos acompanhá-lo através do podcast Podcrastinadores, do site Abacaxi Voador, onde também escreve na coluna Caverna do Caruso. Caruso estava na primeira edição da Jedicon Bahia, participando da abertura com o painel “O despertar da Força” e também de um Talkshow. Batemos um papo com o ator sobre sua paixão sobre Star Wars, confira abaixo: Jornal do Império: Como começou sua relação com o universo Star Wars? Fernando Caruso: Começou com a remasterização do filme em 97 quando eles botaram os filmes todos no cinema novamente, eu até então não era tão fã e quando vi no cinema, fiquei encantado. E aí, comecei a buscar mais coisas, como livros e quadrinhos e conheci o pessoal do Conselho Jedi do Rio de Janeiro, participei da primeira Jedicon em São Paulo e fui mantendo contato. JDI: Como tem sido a experiência de dublar um personagem do universo Star Wars? FC: É um sonho. Até hoje quando a Disney liga pra pedir um horário pra gravar, é sempre um dia de trabalho muito feliz. Cada vez que eu chego eu tenho acesso a uns pedacinhos de informações da série, é muito empolgante. Eu vou trabalhar como fã até hoje. JDI: O que você acha dos materiais de expansão que

têm saído ultimamente? FC: Eu acho legal. Me lembro muito da época em que eu assistia os filmes lá na época da remasterização e eu gostava muito e só tinha os filmes pra ver, então, eu ficava nessa carência. Eu queria muito ler os livros, mas a editora que tinha não tinha republicado e você tinha que catar na gringa e são muitos, pra você saber por onde começar é difícil. Então, agora a Aleph que ta lançando tudo bonitinho, com as capas até mais bonitas que as originais e eu acho ótimo a gente ter isso aqui, porque o Brasil era um ponto cego nesse sentido, a gente tinha que comprar tudo importado, então, acho maneiro a gente ter isso aqui. JDI: E qual desses materiais de expansão você mais gosta? FC: Eu gosto mais dos HQs, porque é a minha paixão, então meu primeiro contato com o universo expandido foi nos quadrinhos mesmo. Ainda acompanho a série Legacy, que sai pelos quadrinhos da Dark Horse então tô completando essa aí e fico sempre tentando acompanhar. JDI: Quais são suas expectativas para esse novo filme? FC: Cara, minha expectativa ta alta, mas, eu sempre fico com o pé atrás, porque a gente se feriu muito emocionalmente nos prequels, mas, por outro lado eu confio muito no J.J. Abrams. Gostei muito do trabalho que ele fez com Star Trek e eu sei que ele é muito fã então eu acho que ele vai tá com muito cuidado fazendo o trabalho. O que eu sempre repito pra mim mesmo é que na pior das hipóteses, a gente vai ter a trilha do Jhon Williams então, qualquer coisa a gente fecha os olhos e curte o filme.


I ndustria de games desperta

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interesse na Literatura e no Cinema

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indústria de games evoluiu muito nos últimos 20 anos. Os jogos ficaram cada vez mais realistas, seus personagens mais complexos e sua produção passou a envolver o investimento de milhões de dólares. Segundo matéria do Estadão, em 2015, o faturamento chegou a US$ 74,2 bilhões, ultrapassando a indústria cinematográfica e musical juntas. Por causa desse ritmo crescente, outras mídias viraram sua atenção para o sucesso do mundo dos games e aproveitaram para tirar uma “casquinha”. A literatura e principalmente o cinema investem em adaptações de jogos em uma escala cada vez maior. Algumas franquias como: Assassin’s Creed, God of War, Resident Evil, Diablo, Halo, World Of Warcraft, Uncharted, Mass Effect e Need For Speed, ganharam suas versões na literatura e no cinema. A série de livros Assassin´s Creed, lançada no Brasil pela Galera Record, chegou a ter três sequências no mesmo ano, em 2012. Hoje, ela já tem 5 livros lançados no Brasil e 7 nos Estados Unidos. O autor Anton Gill (sob o pseudônimo de Oliver Bownden) afirmou em diversas entrevistas que a Ubisoft lhe deu total liberdade de criação, e mesmo assim, a série de livros fica claramente engessada nos plot’s dos games. A indústria do cinema faz adaptações de jogos a mais tempo que a literatura. A primeira a ir para a telona foi Super Mario Bros (1993), que não teve nem sucesso de público, nem de crítica. Além de mal dirigido, o roteiro do longa era baseado em uma ideia um tanto confusa. O filme justificava a existência dos monstros antagonistas, por meio de uma dimensão paralela, criada a partir da queda do meteoro que dizimou os dinossauros a milhões de anos. Confuso? Pois é, o resultado não poderia ser pior. O investimento foi de US$ 42 milhões e arrecadou por volta de US$ 20 milhões. Seguindo com as adaptações, Hollywood achou em Resident Evil (2002) seu maior sucesso. Pelo menos comercial. A franquia já arrecadou mais de US$ 900 milhões em 5 filmes, o sexto está previsto para 2017. Apesar de no começo a franquia de filmes se levar a sério, como um pós-apocalíptico zumbi, ela acabou mudando e se tornou um filme B, justificando a diversão mais pelo tosco e bizarro de suas cenas, do que pelas

Lídio Gabriel.

histórias ou atuações. Em 2016, está prevista a estreia de dois filmes inspirados nos games. Assassin’s Creed e Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos. Este último é visto com muito otimismo pelo público ligado ao game. Sua produção envolveu o investimento de US$ 100 milhões. Dirigido por Duncan Jones, o mesmo de Lunar (2009) e Contra o Tempo (2011), o longa já tem as gravações avançadas e até trailer lançado. Um dos motivos para as adaptações é que o público gamer, supostamente, gostaria de ver seus jogos preferidos na telona. No entanto, os filmes já dividem muito as opiniões nesse cenário. O corretor turístico, Naum Menezes, diz que aguarda ansiosamente qualquer produção cinematográfica relacionada ao mundo dos games. Para ele, somente algumas falharam no seu propósito, mas a maioria o agrada. Já o seu primo, Lucas Menezes, estudante, acha que os filmes não são bons. Mas admite que eles têm um papel muito importante na divulgação dos jogos, “passei a jogar muitos deles só depois que vi os filmes”. O designer Rafael Bacellar, acha que os filmes não tiveram muita sorte até agora, apesar de achar o Príncipe da Pérsia [maior arrecadação de adaptações de games, US$ 336 milhões] um filme muito bom. Para ele, os filmes são decepcionantes e ruins, basicamente por erros dos envolvidos nos projetos. Por isso, vê os próximos filmes com muito otimismo, “eles têm uma grande chance de consertar os erros das adaptações anteriores” e espera que outros jogos que ele admira sejam levados a telona, como The Witcher e God Of War. Apesar das semelhanças, os games e os filmes são produtos diferentes, que geram experiências distintas. Alguns jogos têm premissas muito parecidas com as produções hollywoodianas, mas eles exigem mais dos seus consumidores. Nos jogos, os fãs podem se envolver por horas e se tornar o herói daquelas histórias, já no cinema, a experiência é mais contemplativa (mesmo que os bons filmes sobrevivam por muito tempo depois de assistido em conversas e discussões). Os projetos cinematográficos deveriam ter um enfoque maior na obra em si do que somente no retorno financeiro. Para poder assim, agradar tanto ao público geral quanto os fãs, que fazem com que esse gênero tenha relevância.



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