Reverso 89 revista manchat

Page 1

MANCHAT CACHOEIRA | MAIO 2015 | N° 89

Jovens empreendedores Conheça os aplicativos criados pelos estudantes da UFRB

Exposição na internet

UM PRODUTO REVERSO

Jovens: ontem e hoje Entenda as diferenças entre eles

Veja quais são os limites

Tecnologia na Educação

O Colégio Simonton aposta nisso

É possível viver sem tecnologia? Saiba o que diz o psicólogo Jorge Filipe Alves Henriques, um especialista na área


Quem somos ANNA CAROLINE

Terceira Terceira Revolução RevoluçãoIndustrial; Industrial;aparelhos Aparelhoscomo comosmartphones, Smartphotabletes e laptops estão cada vez mais presentes entre nes, Tabletes, Laptop estão cada vez mais presentes entre os os pais pais ee professores professores estão estão fazendo fazendo os jovens. jovens. EE o que os para Você sabia sabia que que muitos muitos profissionais profissionais para lidar lidar com eles? Você estão para se se aperfeiçoarem? aperfeiçoarem? estão utilizando utilizando esses aparelhos para chamada mobile-learning. Venha conhecer as caracÉÉoachamado mobile-learning. Venha conhecer as características terísticasnova dessamodalidade nova modalidade educaçãoàà distância. dessa de de educação distância. Você dialoga com seus filhos? O que influencia os adolesVocê dialoga com seus filhos? O que influencia os adolescentes centes o mesmo queinfluenciou influenciou os os adolescentes de hojede éhoje o émesmo que adolescentes na década de 80 e 90? Afinal, quais as diferenças na década de 80 e 90? Afinal, quais as diferenças entre entre os jovens de ontem e os de hoje? Você sabe? Aqui você os jovens de ontem e os de hoje? Você sabe? Aqui você vai encontrar encontrar várias várias dicas dicas relacionadas vai relacionadas àà educação educação deles, deles, ee vai conhecer quais são os investimentos que o Colégio Sivai conhecer quais são os investimentos que o Colégio Simonton monton está fazendo para os estudantes prosseguirem na está fazendo para os estudantes prosseguirem na descoberta de novos conhecimentos e se tornarem, no fudescoberta decriativas novos conhecimentos e se tornarem, no futuro, turo, mentes e inovadoras, como os estudantes do mentes criativas e inovadoras, como os estudantes do curso de Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológica da curso Bacharelado Exatascriaram e Tecnológicas da UFRB de que, através de em umaCiências brincadeira, aplicativos UFRB que, através de umana brincadeira, para ajudar os estudantes contagem criaram da somaaplicativos das nopara ajudar os estudantes da soma das hoje, notas tas das avaliações de todonao contagem semestre. Esses jovens, das avaliações dedetodo o semestre. Esses recebem o título Empreendedores. Selfie. jovens, Vamos hoje, tirar recebem o título de Empreendedores. Selfie. app? Vamos tirar uma? Você tem Facebook, Instagram, What’s Quais uma? Facebook, Whatsapp? Quais são osVocê riscostem e limites que seInstagram, deve ter quando for usar a internet para postar suas fotos? Vocêter conhece alguém quea são os riscos e limites que se deve quando for usar já sofreupara compostar fotos roubadas e depois espalhadas na interinternet suas fotos? Você conhece alguém que net? Vejacom depoimentos de quem já passou porna isso e enjá sofreu fotos roubadas e depois espalhadas internet? tendadepoimentos como funciona a lei que nome daeatriz Ana Veja de quem já levou passouo por isso entenda Carolina Dieckman, porque também vítima como funciona a lei levouterosido nome dadesse atriz mal. Ana Carolina Dieckman, por também ter sido vítima desse mal.

Diagramadora & colunista

FRANCISCO GUEDES Editor & repórter

ISRAEL SANTOS Repórter

LAERTE SANTANA Repórter

Aqui, tudo é MANCHAT!

UILSON CAMPOS

Aqui, tudo é MANCHAT!

Repórter

Francisco Guedes

Francisco Guedes

FOTOS: ANNA CAROLINE

UM PRODUTO:

REITOR DA UFRB REITOR DALuiz UFRB Prof. Dr. Silvio de Oliveira Soglia

Prof. Dr. Paulo Gabriel S. Nacif Profa. Drs. Georgina Gnçalves

Francisco Guedes ILUSTRAÇÕES

DIRETOR DO CAHL Prof. Dr. WilsonDO Penteado DIRETORA CAHL

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

EDITOR E REVISOR

EDITOR CHEFE Francisco Guedes Prof. Dr. josé Péricles Diniz

CORDENAÇÃO EDITORIAL Prof. Dr. Robério Marcelo Ribeiro CORDENAÇÃO Prof. Dr. José PériclesEDITORIAL Diniz

Prof. Dr. Robério Marcelo Ribeiro

EDITOR CHEFE Prof. Dr. josé Péricles Diniz Prof. Dr. José Péricles Diniz

EDITORAÇÃO GRÁFICA Anna Caroline EDITOR E REVISOR John Holcroft

EDITORAÇÃO Jean Jullien GRÁFICA Pawel Kuczynski Anna Caroline


JOVENS DOMINAM MERCADO DE APLICATIVOS NO PAÍS 04

O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 06 SELFIE: A EXPRESSÃO DO NARCISISMO MODERNO 07

OS JOVENS DE ONTEM E HOJE 08 M-LEARNING: APRENDER EM QUAQUER LUGAR 09

MANCHAT entrevista: Jorge Filipe Alves 10 O RISCO DA ALTA EXPOSIÇÃO NA INTERNET 12


CRIATIVOS, ESPERTOS E EMPREENDEDORES:

JOVENS DOMINAM MERCADO DE APLICATIVOS NO PAÍS Segmento de tecnologias móveis já é o terceiro entre as startups; iniciantes comandam 55% delas

Uilson Campos

A ideia surgiu a partir de uma conversa entre amigos. Prestes a concluir a graduação e sem saber quantos pontos de atividades extracurriculares possuíam e de quanto precisavam para poderem se formar, o estudante Tairone Dias propôs uma solução para os colegas: “Vou criar um aplicativo pra resolver isso!”. A sugestão que começou como uma brincadeira entre amigos tornou-se realidade e Tairone desenvolveu o Barema, aplicativo que contabiliza os pontos em atividades complementares dos estudantes do Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas da UFRB. “A recepção foi ótima. Outras pessoas pediram também e acabei disponibilizando na loja da Google”, contou o estudante que pretende estender as funcionalidades do aplicativo para os demais cursos.

Mentes criativas É com esse espírito inventivo e inovador que jovens como Tairone estão se interessando por um mercado que cresce no mundo todo e já alcança lugar de destaque no ramo da economia criativa. De acordo com estimativas da Gartiner, empresa de pesquisas em tecnologia, o segmento de aplicativos para celulares movi

4

mentou em torno de 60 bilhões de dólares em 2014. Ocupando a 11ª colocação entre os países mais lucrativos do setor, os investidores acreditam que o Brasil tem um amplo espaço para crescer no segmento. João Neto, professor de Engenharia da Computação da UFRB, pesquisador na área e orientador de diversos projetos de aplicativos, explicou os motivos que têm provocado o crescimento desse setor. “Um dos fatores do sucesso dessas ferramentas é a mobilidade. O usuário agora consegue (teoricamente), a partir de todo lugar, acessar informações e usar serviços eletrônicos. Outro fator é uma questão psicológica: estamos cada vez mais dependentes e consumidores de informações (se for em tempo real, melhor ainda) e os dispositivos móveis podem suprir essa necessidade de manter-nos ocupados e conectados”.

Aptidão empreendedora Mas não é apenas a criatividade dos programadores iniciantes que irá garantir o sucesso no mercado de tecnologia móvel. Diante desse cenário promissor, a carreira de desenvolvedor de aplicativos exige dos jovens também uma aptidão empreendedo

ra. É o que afirma Caique Jhones, estudante de Engenharia da Computação e criador do Minhas Notas, aplicativo que calcula a média dos estudantes universitários e indica o número de pontos que ele precisará caso tenha que fazer a temida prova final. “O número de jovens com ideias brilhantes é algo fantástico. Há vagas em inúmeras empresas que estão se adaptando a essa

Interface do aplicativo Barema, criado para contabilizar os pontos em atividades complementares dos universitários. nova realidade, mas não só isso. O número de startups no mercado brasileiro cresce exponencialmente e os CEO’s dessas microempresas são os jovens, até mesmo estudantes”. Caique entende do que fala. Startups são micro e pequenas empresas em fase inicial de implantação e que atuam em um segmento específico. De acordo


FOTO: DIVULGAÇÃO RECONBITS

com o levantamento feito pela Associação Brasileira de Startups (AB Startups), 55% desses empreendimentos são comandados por jovens entre 20 e 23 anos. “Nesse modelo de negócio, um grupo de pessoas tem uma ideia, elabora, desenvolve e vende essa ideia. Em se tratando de jovens programadores, normalmente essa ideia é a criação de um aplicativo que será vendido para alguma loja ou empresa”, explicou Tairone. O setor de aplicações para dispositivos móveis ocupa a 3ª colocação entre as startups no Brasil, atrás apenas do segmento de redes sociais e de comércio eletrônico. O campo de atuação para os jovens desenvolvedores de aplicações móveis é amplo. “O número de incubadoras é bastante expressivo e os incentivos para a inovação são muito grandes”, afirmou Neto. Há ainda a possibilidade de trabalharem como autônomos, desenvolvendo seus aplicativos e vendendo-os. Para isso, basta possuírem um smartphone e um computador ou notebook.

“Se jogue nos estudos!” Conhecimento no assunto é im prescindível para quem deseja desenvolver aplicativos. Embora não seja obrigatória a graduação, cursos na área de Tecnologia da

Tairone Tairone Dias Dias direita) (à(àdireita) participando participando de Maratona de deMaratona Programação com de Programação colegas do com colegas curso de do curso Engenharia de daEngenharia Computação. da Computação

Informação qualificam o profissional para trabalhar com a modelagem de sistemas e lhe possibilitam maior desenvoltura para lidar com as linguagens de programação. “Primeiramente é necessário estudar lógica de programação, que é a base de tudo. Posteriormente estudar alguma ferramenta de criação de um app. Hoje o mercado disponibiliza vários. Os destaques vão para o PhoneGap (vários sistemas operacionais), Android Studio (Android) e Eclipse com SDK (Android)”, orientou Caique. A universidade tem buscado acompanhar as exigências do mercado, embora isso não seja uma tarefa fácil. “Infelizmente, os currículos dos cursos superiores são engessados e não tem como acompanhar a velocidade que a formação nos avanços tecnológicos exige. O mercado é muito rápido. No curso de Engenharia de Computação da UFRB contornamos esse problema ao oferecer aos nossos alunos uma série de disciplinas optativas que cobrem temas muito atuais, por exemplo, Criação de Jogos Digitais”, informou João Neto. Há também muitas alternativas para que o jovem se aperfeiçoe de maneira autodidata. De acordo com Tairone, “é preciso ir em busca de tutoriais e cursos de como fazer um aplicativo e se jogar nos estudos.

Aplicativo Minhas Notas indica o número de pontos que o estudante precisará caso tenha que fazer a temida prova final. FOTO: LAERTE SANTANA

Existem diversos vídeos de ‘como criar minha primeira aplicação’, então basta ter paciência e perseverança”. Além das ferramentas de criação, é necessário que o desenvolvedor tenha noções de usabilidade de dispositivos móveis e de maneiras de interação do usuário com o aplicativo.

Tendências “A miniaturização fará com que dispositivos como relógios, roupas e óculos inteligentes assumam papeis de protagonistas no cenário futuro de comunicação e informação”, é o que presume o pesquisador João Neto. Será um mundo onde as tecnologias móveis estarão ainda mais presentes na vida das pessoas e as atividades poderão ser comandadas por aparelhos cada vez menores, mais leves e mais rápidos. Na opinião de Tairone, a tendência será a sincronização. “Seu celular vai estar conectado com sua TV, geladeira, relógio, etc., seja para realizar uma compra no supermercado ou até para acender uma lâmpada da sua casa, mesmo que você esteja a quilômetros de distância, tudo através do aparelho celular.” E, se depender desses jovens,é bem possível que esse futuro já esteja sendo criado na mesa de uma lanchonete e surja espontaneamente como em uma brincadeira entre amigos!

5


O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO

Alunos do colégio Simonton tem formação integrada a tecnologia acessível e educacional Laerte Santana

O uso de recursos tecnológicos como ferramenta de aprimoramento para a educação tem promovido o desenvolvimento socioeducativo. A construção do conhecimento aliado à tecnologia educacional proporciona o enriquecimento do espaço de ensino e aprendizagem. A influência de informações através de meios tecnológicos nesse processo, garante aos estudantes e professores uma atuação ativa, crítica e criativa. É o que avaliou o diretor do Colégio Simonton, Gevaldo Simões Santos, em Cachoeira. “A influência está em trazer o estudante para um ambiente mais instigante e interessante para o aprendizado. A tecnologia da informação já faz parte do dia a dia das pessoas. As nossas crianças e adolescentes estão acostumados com smartphones, tablets, internet, redes sociais, dispositivos móveis que facilitam a troca de informações.” Considerada como a segunda casa, a escola, junto a seu corpo docente tem o dever de formar no estudante a consciência da cidadania. Quão intensamente, as ferramentas tecnológicas podem ser um meio excelente de exercício da condição de cidadão, como veículos de

6

lousa digital, sala de robótica educacional, portal AVA, e redes sociais como meio de interação com os estudantes são exemplos da interatividade tecnológica organizada pelo colégio.

da construção do senso comum, os alunos são despertados a transformar kits de motores e sensores em tudo o que a imaginação permitir. O professor responsável pelo laboratório de robótica do colégio, Luiz Junior, explicou Robótica educacional o funcionamento de sua aula. “O laboratório é um Educação Um grande aparato que espaço com toda estrutura interacionista pode trazer inúmeros para realizar projetos. Com benefícios sociais e educa- a computação para orienO Colégio Simonton tem cionais é a computação ci- tar a teoria dos projetos e uma proposta pedagógica bernética. Incorporá-la aos as maletas com todas as sócio-interacionista, tendo processos pedagógicos é peças, os alunos desenvolcomo objetivo fortalecer o que podemos chamar vem as habilidades indivino indivíduo/cidadão a de robótica educacional. duais e coletivas”. construção dos conheEssa dinâmica inovadora, O uso de computadores, cimentos adquiridos no integrada ao ambiente celulares e notebooks, decorrer da história e a escolar provoca e desper- além dos equipamentos transformar as realidades ta no aluno a imaginação, exclusivos da robótica, sociais, buscando conquis- a intuição e a emoção. como as maletas EV3, tar condições de aprendi- Além de aprendizagens peças mecânicas e equizagem que proporcionam mais significativas, senso pamentos eletrônicos, meios de prosseguir na de organização, lideranauxiliam no desenvolvidescoberta de novos coça e uma grande possimento dos alunos quando nhecimentos. bilidade de desenvolver eles percebem a função Os recursos tecnológicos estratégias de trabalho em de cada elemento. Possiusados na escola procura grupo, como: cooperação, bilitando a evolução dos extrair o máximo de apoio planejamento, pesquisa, sentidos de forma ativa, das ferramentas digitais na estratégia, ações, metas e ao modo com que aprenprática educacional. Salas decisões. dem com a robótica. com projetores multimídia, Através do diálogo e transformação do desenvolvimento de sujeitos digitais. “A escola, sem dúvida, é o melhor espaço para ensinarmos nossos jovens a fazer uso responsável das tecnologias da informação, utilizando-as para o bem comum”. Concluiu Gevaldo Santos.

FOTOS: LAERTE SANTANA


EDITORIAL

SELFIE

FOTO: MURILO SANTANA

A EXPRESSÃO DO NARCISISMO MODERNO ANNA CAROLINE ANJOS

Estudante de Comunicação Social - Jornalismo na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Quem de nós nunca tirou uma Selfie? A palavra de ordem nas redes sociais, que já chegou a ser incluída no renomado Dicionário Oxford, pode ser traduzida como uma “fotografia que alguém tira de si mesmo, geralmente com um smartphone ou câmera digital, quase sempre no intuito de divulgá-la em uma rede social”. O termo é um estrangeirismo recente para denominar o nosso velho conhecido autorretrato. A popularização do uso dessa expressão e a propagação da prática de fazer selfies têm provocado discussões e levantado questionamentos sobre os limites da exposição da vida privada na internet e, principalmente, acerca de um alarmante culto ao ego cada vez mais semeado na web. Os avanços tecnológicos sempre trouxeram consigo novas ferramentas que contribuem para que as pessoas se auto admirem; atualmente, o exercício do autorretrato se resume cada vez mais a alcançarmos a glória de sermos nossos próprios paparazzi. À fotografia deve-se indiscutível relevância social e histórica. Os registros que eternizaram e continuarão

eternizando alguns dos momentos importantes da humanidade nos permitem entender nossa história e nos ajudam a contá-la para as gerações futuras. Por conta das mudanças que os rumos da fotografia têm tomado na sociedade moderna, há quem critique as novas formas de utilização desse recurso. Se antes se registravam os grandes feitos, os momentos, os lugares e as pessoas especiais, agora são registrados os diversos ângulos de uma mesma face em ambientes aleatórios, em prol de uma autopromoção por vezes inconsciente; bem-vindos a era da selfie! As plataformas digitais nos permitem – diferentemente do que ocorre na vida real – disseminar nossa imagem de forma excepcionalmente rápida, além de viabilizarem uma significativa maleabilidade nas formas de apresentação da nossa figura. Eventualmente, as representações de quem somos em nossas redes sociais são capazes de nos causar a falsa impressão de que existe um controle maior sobre nossa imagem, quando na verdade acabam por tornar-se facilitadoras potenciais da perda do controle do al-

cance dessa nova forma de publicidade pessoal. Diante dessa realidade, alguns especialistas já chamam a atenção para possíveis consequências negativas dessa prática aparentemente inocente. Para alguns indivíduos, tanta exposição pode ter um preço, que em casos mais extremos pode incluir transtornos de personalidade, traços de agressividade e reclusão. O vício pela busca constante de aprovação tem transmutado o homem moderno num manequim de si mesmo, cada vez mais disposto a colocar-se voluntariamente em qualquer que seja a vitrine eminentemente narcisista da vez; o importante é ser “curtido” (e muito)! Pesquisas recentes indicam que a grande maioria das pessoas que dedicam parte do seu tempo apenas para tirar autorretratos, dão bastante importância aos comentários do “público” e passam a se preocupar em demasiado com a opinião – transformada em likes – alheia; comportamentos que com o tempo podem gerar falta de confiança e pensamentos negativos sobre si mesmos. Salvo a necessidade moderna

da autopromoção, deve-se considerar que esse fenômeno global também pode estar diretamente relacionado à facilidade de se tirar esse tipo de fotografia, proporcionada pela era dos smartphones e pela agilidade de se divulgar as imagens nas redes sociais. Logo, as razões por trás da febre da selfie também podem estar diretamente relacionadas ao próprio mecanismo que nos induz ao exibicionismo. Ou considerar tal possibilidade não passa de uma tentativa de atenuar o fato de que sempre fomos essencialmente exibicionistas? Efetivamente, acredito que não há nada de errado com a selfie. É inelutável, no curso de uma sociedade cada vez mais conectada, preservar-se completamente alheio aos novos aspectos da modernidade. As contraindicações em torno dessas formas de expressão estão, assim como nos medicamentos mais “inofensivos”, nas doses indiscriminadas, insipientes e irrefletidas de uma prática que é quase tão velha quanto andar para frente: alimentar nosso ego através da autoadmiração (favor não confundir com o amor próprio).

7


JOVENS: ONTEM E HOJE

Facebook ou Video-Game? Instagram ou Pic-esconde? What’s app ou Pula-corda? Qual a diferença dos jovens de ontem para os jovens de hoje?

Francisco Guedes Há não muito tempo atrás, os jovens conviviam em turma, ao vivo, estavam sempre alegres, ninguém tinha grana e nem carro e, no entanto, festejavam a amizade, o amor, a vida. Os guris atravessavam a cidade pra fazer serenatas. Não se ouvia falar em drogas, depressão, criminalidade. Hoje, o que mais se tem visto, são jovens marcando encontros pela internet, vão para baladas e, normalmente, voltam bêbados. Fazem sexo e vários deles, no dia seguinte, nem se lembram o que fizeram e nem com quem: é o tal do ficar! Afonso Figueiredo, professor universitário, disse: “os jovens de ontem eram mais acomodados, éramos mais obedientes do que os jovens de hoje. Obedecíamos nossos pais, tínhamos regras para cumprir. As brincadeiras eram feitas na porta de casa, na rua: pic-esconde, pula-corda e quando não tinha ninguém pra brincar ficava em casa jogando super-nintendo. Quando o assunto era sexo, mesmo já na década de

90, o meio em que vivi ainda não tratava muito sobre esse assunto, os jovens só iam saber o que era o sexo depois do casamento, porque éramos obrigados a se relacionar com nossas parceiras”.

Os jovens nas escolas

Há que se considerar que a escola representa uma extensão em se tratando da rotina cotidiana dos educandos. E assim como no ambiente familiar, eles tendem a maO que pensam os jovens de nifestar suas atitudes, sejam estas hoje concebidas de forma negativa ou positiva. “O que hoje presenciamos Antigamente, eram poucos os ado- na maioria dos ambientes escolares lescentes que tinham um computa- são jovens agressivos e autoritários dor em casa, raro eram aqueles que por excelência”, disse Tainá Figueipossuíam acesso à internet e com o redo, 19, estudante do segundo ano avanço da tecnologia, tudo mudou, de Direito. tanto que um adolescente que não A Educação sempre serviu para possui um celular, ou mesmo conta tornar os jovens mais conhecedono Twitter ou Facebook é consideres de si mesmos, e se remontarrado anormal, um anti-social e se mos a tempos atrás, veremos, em a pessoa não adere a essas modas, sua maioria, uma juventude menos automaticamente, é excluída. exigente, em todos os sentidos. “O Bruno Figueiredo, 16, aluno do percurso para a escola normalmente último ano do ensino médio, disse: era feito a pé. Não havia a facilidade “eu tenho Facebook, Instagram e de acesso a livros, a não ser os didáWhat’s app instalados no meu celu- ticos, muito menos existia internet”. lar e tenho vários seguidores, alguns disse Fátima Figueiredo, 34, profeseu conheço, são meus amigos da sora universitária. escola, outros nem sei onde moram, O estudo se fazia sem ajuda de mas tudo é só pra ter um número computador: lápis e caneta, quesde seguidores para curtir ou comen- tões abertas nas tarefas e nas tar minhas postagens e isso aguça o provas, estas incluindo as famomeu ego e, de certa forma, me faz sas provas orais. E não adiantava bem”. reclamar, “meus pais não admitiam Um dos motivos da insatisfação dos reclamações e colocavam-se sempre jovens está na falta de segurança ao lado dos mestres apoiando-os sobre o que querem para suas vidas, nas orientações pedagógicas. E isso por não receberem, por vezes, as forjava adultos mais responsáveis e, orientações necessárias em casa. talvez, mais felizes”, finalizou Fátima. Cada geração de jovens têm seus Sarah Cardoso, 34, assistente social próprios interesses, gostos e tipos e pesquisadora da área Educacional, de atitudes que os caracterizam, e destacou que “hoje a evasão escolar isso costuma variar de acordo com é enorme, tanto que se vê a graa geração em virtude do contexto mática do absurdo utilizada pelos social e cultural de determinada jovens, é de chorar! E o nosso país época. será administrado por essa geração, em sua maioria quase inculta e sem compromisso”.


9 9


ANALÓGICOS DE FILHO S DE FILHO S DIGITAIS SOMOS PAIS ANALÓGICOS DE FILHO S DIGITAIS JORGE FILIPE FILIPE ALVES ALVES JORGE SOMOS PAIS PAIS SOMOS

MANCHAT ENTREVISTA ENTREVISTA MANCHAT

Laerte Santana MANCHAT Laerte Santana ENTREVISTA JORGE FILIPE ALVES HENRIQUES É GRADUADO EM PSICOLOGIA PELA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS – SALVADOR (2009). ENmuito para (2010). o desenvolvimento em E PARTICIPor EM que PSICOLOGIA a tecnologia E AÇÃO MANCHAT: tecnologia tem imGAJADO EM PRÁTICAS ASOCIAIS, O PSICÓLOGO É MANCHAT: ESPECIALIZADO SOCIAL COLABORAÇÃO muito para o desenvolvimento em MANCHAT: Por que a tecnologia MANCHAT: A tecnologia tem imtodas as áreas. A facilidade de acespactado todos os setores da socievicia? PAÇÃO EM MOVIMENTOS SOCIAIS NAS ÁREAS DE HIV/AIDS, USO/ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS, POPULAÇÕES EXCLUÍDAS E ATUas áreas. A facilidade de acespactado todos os setores daÁREAS. socievicia? so a informações eTECNOLOGIA conhecimento, dade,COM como produtos, serviços e NA ENTREVISTA,JORGE AÇÃO CLÍNICA ÊNFASE NESTAS FILIPE EXPLICA SOBRE A todas RELAÇÃO ENTRE E SOCIEDADE; so a informações e ganho conhecimento, dade, comoE produtos, serviços J.F: ACOMPULSIVO dependência das novas tec- CONTRIBUIÇÃO é, sem dúvida, enorme e informatização. As novas formase de ÂMBITO COMPORTAMENTOS ADIÇÕES SOCIAISNO E OBSESSIVO; NO um ENSINO/APRENDIZAGEM ETC.

JORGE FILIPE ALVES

J.F: A dependência dasasnovas tecé, dúvida, uma ganho enorme e informatização. Asmudado novas formas de emsem especial para educação. nologias, assim como outras se comunicar tem a estruem especialem para a educação. nologias, assimécomo as outras se tem mudado a estruEntretanto alguns casos, quando dependências, multifatorial. Assim turacomunicar social e de como as pessoas se Entretanto em alguns casos, quando dependências, é multifatorial. Assim tura social e de como as pessoas se há excesso no uso destas tecnolopodem estar presentes a solidão, relacionam umas com as outras. De Laerte Santana há excesso uso destas tecnolopodem estar presentes solidão, relacionam com as outras. gias, podemnoocorrer problemas de depressão, fobias, baixaaautoestima, que maneiraumas a tecnologia afeta oDe gias, ocorrer problemas depressão, baixa autoestima, que maneira a tecnologia afeta o saúdepodem e, principalmente, na áreade de comportamento das pessoas? necessidadefobias, de pertencimento, etc... muito e, para o desenvolvimento em MANCHAT: A tecnologia tem imMANCHAT:de Porpertencimento, que a tecnologia saúde principalmente, na área de comportamento das pessoas? necessidade etc... mental. Assim não é raro enNas últimas décadas, principalmente vicia? todas as áreas. A facilidade de acespactado todos os setores da sociesaúde mental. não é raro enNas últimas décadas, principalmente nos grandes centros, o estilo de vida contrar pessoasAssim que deixam de lado J.F: O acesso mais facilitado à inforso a informações e conhecimento, dade, como produtos, serviços e nos grandes centros, o estilo depara vida contrar pessoas que deixam de lado J.F: O acesso facilitado inforatividades importantes por conta do contribui de forma significativa mação pode mais contribuir paraàuma é, sem dúvida, um ganho enorme e J.F: A dependência das novas tecinformatização. As novas formas de atividades importantes por conta do contribui de forma significativa mação pode contribuir uma uso excessivo dela. o adoecimento mental. A buscapara de maior inserção social. Separa há uma em excessivo especial para a educação. se comunicar tem mudado estrunologias, assim mental. como asAoutras uso dela.têm, o adoecimento busca de maior inserção há auma Algumas pessoas com a intersérie de ganhossocial. com oSeadvento das informação aliada à competitividade Entretanto em alguns casos, tura social e de como as pessoasdas se dependências, é multifatorial. Assim Algumas pessoas têm, com aquando intersérie de ganhos com o advento informação aliada à competitividade net e telefonia celular, um comporpode levar ao uso abusivo destes novas tecnologias, por outro lado há podem estar presentes a solidão, há excesso no uso destas tecnolorelacionam umas com as outras. De net e telefonia celular,comparável um comporpode ao me usoreferi, abusivo destes novas por elas outro lado há meios.levar Como é uma questamento compulsivo ao algunstecnologias, problemas que podem gias, podem ocorrer problemas de depressão, fobias, baixa autoestima, que maneira a tecnologia afeta o meios. Como mee referi, é uma questamento alguns que dizer elas podem de outrascompulsivo adições. O comparável termo adictoao tão multifatorial particular para trazer. Éproblemas comum ouvir que a saúde e, principalmente, na adicto área de necessidade de epertencimento, etc... comportamento das pessoas? de outras adições. O tem termo tão trazer. comum ouvir dizer a e designa alguém que alguma cadamultifatorial indivíduo. particular para internetÉ aproxima quem estáque longe saúde mental. Assim não alguma é raro enNas últimas décadas, principalmente designa alguém que tem cada indivíduo. internet aproxima quemEste estáparece longe e dependência, já adição designa a afasta quem está perto contrar pessoas que deixam de alado nos grandes centros, o estilo de vida J.F: O acessoestá mais facilitado à infordependência, já adição designa afasta Este doença. A adição é caracterizada ser umquem problema.perto Não só os parece jovens, MANCHAT: As novas tecnologias já contribui de forma significativa parajá atividades importantes por conta do mação problema. pode contribuirsó para uma doença. A adição é caracterizada ser os jovens, MANCHAT: As novas tecnologias por comportamentos obsessivos e começam a alterar o comportamenmasum como tambémNão as pessoas em o adoecimento mental. A busca de uso excessivo dela. maior inserção social. Se há uma por comportamentos obsessivos começam a alterar comportamenmas também asmais pessoas em to da sociedade. Ao maneira como os compulsivos em relação ao objetoe geral,como comunicam-se via inAlgumas pessoas têm, com a interinformação aliada à competitividade série de ganhos com o advento das to da sociedade. A maneira compulsivos geral, maisevia injovens se relacionam com oscomo avan-os de desejo. em relação ao objeto ternet comunicam-se ou telefonia móvel deixam netdesejo. e telefonia celular, um compornovas ou tecnologias, por outro lado há pode levar ao uso abusivo destes jovens se relacionam com os avande ternet telefonia móvel deixam A obsessão está ligada ao pensaços modernos é prejudicial à saúde? de conviver de forma real.eHá assim tamento compulsivo comparável alguns problemas quereal. elasHá podem meios. Como me referi, é uma quesA obsessão está pensa- ao ços modernos é prejudicial à saúde? de conviver de forma assim mento (ideia fixa ligada de), já ao a compulsão uma perda na interação pessoal que Quais os riscos e benefícios que isso de outras adições. O já termo adicto tão multifatorial particularque paraisso trazer. É comum ouvir dizer que que a mento (ideia fixa de), a compulsão uma na interação Quais os riscos eebenefícios ao comportamento (começa e tem afeta perda de alguma forma aspessoal relações pode trazer? cada indivíduo. designa alguém que tem alguma internet aproxima quem está longe e ao comportamento (começa e tem afeta de alguma forma relações pode trazer? dificuldade em parar). Exemplos e o desenvolvimento deashabilidades dependência, adiçãoExemplos designa a afasta quem está perto parece dificuldade emjáparar). e o desenvolvimento de Este habilidades destas adições J.F: A tecnologia, no caso, a internet nas relações interpessoais. doença. A adição é caracterizada MANCHAT: As novas tecnologias ser um problema. Não só os jovens, destas adições J.F: tecnologia, notêm caso, a internetjá nas relações interpessoais. e o Atelefone móvel, contribuído por comportamentos obsessivos e mas como também as pessoas em alterar otêm comportamenecomeçam o telefonea móvel, contribuído compulsivos em relação ao objeto geral, comunicam-se mais via into da sociedade. A maneira como os jovens se relacionam com os avande desejo. ternet ou telefonia móvel e deixam ços modernos é prejudicial à saúde? A obsessão está ligada ao pensade conviver de forma real. Há assim (2009). ENmento (ideia fixa de),– já a compulsão os riscos e benefícios que DE issoTECNOLOGIA umaALVES perdaHENRIQUES na interaçãoÉpessoal que EM Quais JORGE FILIPE GRADUADO PSICOLOGIA PELA FACULDADE E CIÊNCIAS SALVADOR ( – JORGE FILIPE ALVES HENRIQUES ÉasGRADUADO EM PSICOLOGIA FACULDADE DE TECNOLOGIA CIÊNCIAS SALVADOR 2009). ENao comportamento (começa e tem afeta de alguma forma O relações pode trazer? PELA (E2010 ). COLABORAÇÃO GA JADO EM PRÁTICAS SOCIAIS, PSICÓLOGO É ESPECIALIZADO EM PSICOLOGIA E AÇÃO SOCIAL E PARTICIPA(2010 ). COLABORAÇÃO dificuldade em parar). Exemplos e oPRÁTICAS desenvolvimento GA JADO EM SOCIAIS,de Ohabilidades PSICÓLOGO É ESPECIALIZADO EM PSICOLOGIA E AÇÃO SOCIAL E PARTICIPAÇÃO EM MOVIMENTOS SOCIAIS NAS ÁREAS DE HIV/AIDS, USO/ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS, POPULAÇÕES EXCLUÍDAS E ATUAJ.F: A tecnologia, no caso, a internet destas adições nas relações interpessoais. ÇÃO EM MOVIMENTOS SOCIAIS NAS ÁREAS DE HIV/AIDS, USO/ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS, POPULAÇÕES EXCLUÍDAS E ATUAÇÃO 10 CLÍNICA COM ÊNFASE NESTAS ÁREAS. NA ENTREVISTA,JORGE FILIPE EXPLICA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE TECNOLOGIA E SOCIEDADE; e o telefone móvel, têm contribuído ÇÃO CLÍNICA COM ÊNFASE NESTAS ÁREAS. NA ENTREVISTA,JORGE FILIPE EXPLICA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE TECNOLOGIA E SOCIEDADE; COMPORTAMENTOS E ADIÇÕES SOCIAISNO ÂMBITO COMPULSIVO E OBSESSIVO;CONTRIBUIÇÃO NO ENSINO/APRENDIZAGEM ETC. COMPORTAMENTOS E ADIÇÕES SOCIAISNO ÂMBITO COMPULSIVO E OBSESSIVO;CONTRIBUIÇÃO NO ENSINO/APRENDIZAGEM ETC.


estão relacionados aos jogos, comida, sexo, compras e trabalho. Recentemente as novas tecnologias começaram a fazer parte destas adições sociais. Não cabe aqui a extinção do comportamento, o que vale também, em analogia, para comida, sexo, compras e trabalho. estão relacionados aos jogos, coSeria um erro buscar isso, mas é mida, sexo, compras e trabalho. desejável buscar desenvolver ferRecentemente as novas tecnologias ramentas para que a pessoa concomeçaram a fazer parte destas siga lidar da forma mais saudável adições sociais. Não cabe aqui a possível com estas atividades. Por extinção do comportamento, o que conta de uma demanda cada vez vale também, em analogia, para maior foram criados alguns serviços comida, sexo, compras e trabalho. de assistência a pessoas que têm Seria um erro buscar isso, mas é problemas com estas novas tecnodesejável buscar desenvolver ferlogias. Basicamente esta assistência ramentas para que a pessoa conde saúde é prestada por psicólogos siga lidar da forma mais saudável e psiquiatras. Em casos mais graves possível com estas atividades. Por é necessário internação. conta de uma demanda cada vez maior foram criados alguns serviços MANCHAT: A tecnologia (compude assistência a pessoas que têm tadores e dispositivos móveis) deproblemas com estas novas tecnosestimula a leitura de livros? logias. Basicamente esta assistência de saúde é prestada por psicólogos J.F: Sim, de alguma forma o acesso e psiquiatras. Em casos mais graves à informação virtual afasta não só a é necessário internação. leitura de livros como a de jornais impressos. Porém, com o adventoMANCHAT: A tecnologia (compudos e-books, jornais online, blogs, tadores e dispositivos móveis) deentre outros, em termos de inforsestimula a leitura de livros? mação, talvez estejam em curso uma nova relação com a leitura, não J.F: Sim, de alguma forma o acesso necessariamente impressa. Observo à informação virtual afasta não só a que alguns pacientes, estudantes, leitura de livros como a de jornais complementam o método de estuimpressos. Porém, com o adventodo com vídeos, principalmente, do dos e-books, jornais online, blogs, YouTube. entre outros, em termos de informação, talvez estejam em curso MANCHAT: Para os pais, como eles uma nova relação com a leitura, não necessariamente impressa. Observo que alguns pacientes, estudantes, complementam o método de estudo com vídeos, principalmente, do YouTube.

podem utilizar a tecnologia como uma aliada na educação dos filhos? J.F: O papel dos pais é importantíssimo para auxiliar no uso destas novas tecnologias. É necessário perceber que na internet escondem-se muitos perigos e é função podem utilizar a tecnologia como dos pais orientar eproteger os filhos uma aliada na educação dos filhos? de possíveis riscos. O próprio uso abusivo deve ser observado, como J.F: O papel dos pais é importancuidado à saúde. Estimular a busca tíssimo para auxiliar no uso destas de conhecimento é importante e novas tecnologias. É necessário faz parte hoje do ensino. A internet perceber que na internet esconé uma fonte de pesquisa riquíssima dem-se muitos perigos e é função e não deve ser desprezada. Assim, dos pais orientar eproteger os filhos usá-la como complemento auxiliar de possíveis riscos. O próprio uso da educação, pode ser útil. abusivo deve ser observado, como cuidado à saúde. Estimular a busca MANCHAT: Como a escola poderia de conhecimento é importante e usar melhor a tecnologia? faz parte hoje do ensino. A internet é uma fonte de pesquisa riquíssima J.F: Se falarmos do ensino público, e não deve ser desprezada. Assim, básico e médio, penso que o uso de usá-la como complemento auxiliar novas tecnologias ainda está longe da educação, pode ser útil. da realidade da maioria. O incentivo do uso da internet, principalmente, MANCHAT: Como a escola poderia como meio de busca de conheciusar melhor a tecnologia? mento/pesquisa pode ser fundamen tal para formação dos jovens. J.F: Se falarmos do ensino público, básico e médio, penso que o uso de MANCHAT: É possível fazer uma novas tecnologias ainda está longe relação do comportamento dos da realidade da maioria. O incentivo jovens de uma geração onde não do uso da internet, principalmente, tinha todos esses recursos tecnocomo meio de busca de conhecilógicos e dessa nova geração que mento/pesquisa pode ser fundamen já nasceu em meio aos avanços da tal para formação dos jovens. tecnologia? MANCHAT: É possível fazer uma J.F: Os contextos são diferentes. Há relação do comportamento dos jovens de uma geração onde não tinha todos esses recursos tecnológicos e dessa nova geração que já nasceu em meio aos avanços da tecnologia?

alguns anos se brincava no meio da rua onde se morava. Com frequên cia a rua virava campinho de futebol, pista de carrinho de rolimã, etc... Hoje a rua é ambiente de risco. Com isso, as crianças perdem espaços preciosos para o seu desenvolvimento e ficam cada vez alguns anos se brincava no meio da mais confinados em apartamenrua onde se morava. Com frequên tos e playground, se fizerem parte cia a rua virava campinho de futede uma classe mais favorecida. No bol, pista de carrinho de rolimã, caso das classes menos favorecidas, etc... Hoje a rua é ambiente de moradas geralmente das periferias, risco. Com isso, as crianças peronde a violência é maior, os espadem espaços preciosos para o seu ços disponíveis são ainda menores. desenvolvimento e ficam cada vez Sem ter onde gastar toda a energia mais confinados em apartamenque têm com o brincar, não por tos e playground, se fizerem parte acaso, penso eu, nunca se falou de uma classe mais favorecida. No tanto na hiperatividade das crianças. caso das classes menos favorecidas, Por conta deste contexto as novas moradas geralmente das periferias, gerações são meio que forçadas a onde a violência é maior, os espabuscar diversão em espaços mais ços disponíveis são ainda menores. restritos, geralmente num ambiente Sem ter onde gastar toda a energia protegido que é a própria casa. É que têm com o brincar, não por aí que entram os jogos eletrônicos, acaso, penso eu, nunca se falou a internet e as novas tecnologias. tanto na hiperatividade das crianças. Ouvie não me lembro de onde, que: Por conta deste contexto as novas “somos pais analógicos de filhos gerações são meio que forçadas a digitais”. buscar diversão em espaços mais restritos, geralmente num ambiente MANCHAT: É possível viver sem protegido que é a própria casa. É tecnologia? aí que entram os jogos eletrônicos, a internet e as novas tecnologias. J.F:Penso que nos dias atuais seria Ouvie não me lembro de onde, que: impossível. Tudo, ou quase tudo, é “somos pais analógicos de filhos controlado pelas novas tecnologias. digitais”. Porém, sugiro experimentar algum tempo sem essas tecnologias, perMANCHAT: É possível viver sem ceber-se, é riquíssimo. tecnologia? J.F:Penso que nos dias atuais seria impossível. Tudo, ou quase tudo, é controlado pelas novas tecnologias. Porém, sugiro experimentar algum tempo sem essas tecnologias, perceber-se, é riquíssimo.

11


O RISCO DA ALTA EXPOSIÇÃO PESSOAL NA INTERNET As redes sociais são pensadas de maneira que façam com que a gente se sinta bem à vontade Israel Santos A liberdade de expressão é um direito de todos e deve ser assegurado pela constituição. Qualquer um pode se manifestar e compartilhar informações de qualquer tipo. Hoje temos muitas formas de nos expressar e, com a internet, as possibilidades foram ampliadas. As redes sociais nos possibilitam compartilhar momentos em família, com amigos e confraternizações. O excesso de exposição na internet tem acarretado várias ocorrências, da mesma maneira que esse espaço de interação social pode torna-se meio para a difamação, calúnia e exposição da vida íntima de muitas pessoas. Em 2012, a atriz Carolina Dieckman teve fotos íntimas divulgadas na internet. O caso teve repercussão nacional e fez com que fosse criada uma lei para crimes virtuais. A lei busca tipificar crimes envol-

vendo documentos e informações armazenadas em computadores e smatphones, a lei leva o nome da atriz. Para quem for condenado, as penas podem chegar a um ano de prisão. A invasão de privacidade também é um crime, que pode destruir a vida de uma pessoa. Karol Lessa, estudante, 21, sofreu ao ter suas fotos espalhadas através do whatsapp.“As fotos foram roubadas do meu celular. É muito constrangedor lembrar, mas serviu como aprendizado, comecei a olhar de outra forma as pessoas, a desconfiar” disse Karol ao relembrar o acontecido. Karol ficou sabendo que suas fotos estavam circulando na cidade através de amigos que ligaram para contar. “Por ser uma cidade pequena, as imagens se espalharam muito rápido. Afetou bastante minha vida. Por sermos mulheres em uma sociedade tão marxista isso se torna um escândalo. Mas, meus amigos ficaram do meu lado, me apoiaram muito, assim como minha família. Me senti muito constrangida”, disse Karol. #partiu #fuiali #partiufacul #napracinha #domingãocomafamília O que antes era conhecido como jogo da velha ou xadrez, hoje recebe o nome de hashtag. São utilizadas como forma de comandos e também como mecanismo de busca. O uso das hashtags ainda é um mistério para usuários e não-usuários. Tornou-se comum as pessoas utilizarem esse comando para indicar o local onde estão ou para onde irão, mas diante desse comando que permite ser localizado por qualquer pessoa, independente de estar na sua lista de contatos ou não é preciso ter cuidado. São recorrentes os casos de pessoas que

são expostas de diversas maneiras na internet, seja através de fotos e vídeos íntimos, em momentos de descontração e em alguns flagras. Mas existe outra forma de exposição, que é quando a pessoa permite que através de fotos e vídeos que outras pessoas vejam sua casa, filhos, marido, carro e suas informações sobre endereços. Com internet fácil, celulares à vontade e muitos lugares para ir e redes sociais que te possibilitam exibir tudo isso, quem que não quer registrar esses momentos? Mostrar para amigos e família que tá tudo bem? Nélia Ferreira, estudante de psicologia, 26 gosta muito de exibir seus filhos e sua família na internet. Quando estava grávida disponibilizou as várias etapas da gestação, o parto e o primeiro banho do seu filho Diogo. “Por ser tudo tão novo pra gente, algo tão incrível e que decidimos compartilhar cada fase, para que nossos familiares e amigos pudessem dividir conosco essa alegria” disse Nélia. Com o tempo ela percebeu o quanto ela se expôs, o quanto a sua intimidade foi compartilhada e hoje tem um posicionamento mais consciente sobre os riscos da internet. “Me policiei em muitas questões de exposições do nosso dia a dia. O que temos, ou o que construímos, ou onde moramos, onde vamos, por conta dos abusos e da realidade em que o mundo oferece”. As redes sociais são pensadas de maneira que faz com que a gente se sinta bem à vontade para dividir com outras pessoas momentos da nossa vida. A internet pode até parecer terra sem leis, onde você pode tudo. Precisamos de cautela para poder e utilizar de maneira positiva essas tecnologias, e de repente como ferramenta a nosso favor.

12


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.