Recortes 035 23 03 2016

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Recortes nº 035 Índice – 23 de março de 2016  APSS renova bóias no porto de Setúbal  Porto de Lisboa recebe grupo de professores da Comunidade Europeia  No contexto do seminário "Near To The Sea Chain 2016", Porto de Lisboa recebe visita de professores  Ministra do Mar visitou o Algarve  Novo terminal logístico da Repsol estará funcional em Setembro e terá ligação directa ao porto de Sines  Roteiro do novo Porto de Leixões  “O

setor

marítimo-portuário

tem

de

manter-se

permanentemente atualizado”  Marinha mercante portuguesa está reduzida a dez navios

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Transportes & Negócios, 23 de março de 2016

APSS renova bóias no porto de Setúbal A APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA tem em curso uma empreitada de “Trabalhos de reparação geral das boias de assinalamento marítimo do canal Sul do Porto de Setúbal, com os números 8, 10, 12 e 14”, uma intervenção a cargo da empresa Ahlers Lindley, Lda, que terá a duração de cerca de 100 dias. A propriedade e responsabilidade pela manutenção da quase totalidade do sistema de assinalamento marítimo na área do Porto de Setúbal passou, em 2001, da Direção-Geral de Faróis para a APSS, que tem vindo a proceder à sua manutenção e substituição por equipamentos mais modernos.


APP, 23 de março de 2016

Porto de Lisboa recebe grupo de professores da Comunidade Europeia No âmbito do seminário anual de professores da Comunidade Europeia “Near To The Sea Chain 2016”, o Porto de Lisboa recebeu no dia 15 de Março no Salão Almada Negreiros da Gare Marítima de Alcântara um grupo de visitantes de vários países europeus. Este seminário realiza-se ao abrigo dos programas de aprendizagem ao longo da vida da Comunidade Europeia, neste caso destinado a professores. Os visitantes tomaram contacto com os painéis de Almada Negreiros, “viajando” pela Lisboa dos anos quarenta do século passado, bem como, pela envolvente histórica da obra e do artista.


Cargo News, 22 de março de 2016

No contexto do seminário "Near To The Sea Chain 2016", Porto de Lisboa recebe visita de professores No contexto da realização do seminário anual de professores da Comunidade Europeia “Near To The Sea Chain 2016”, o Porto de Lisboa foi agraciado com a chegada, durante o passado dia 15 de Março, de um grupo de visitantes de vários países europeus que marcaram presença no Salão Almada Negreiros da Gare Marítima de Alcântara. O seminário anual "Near To The Sea Chain 2016" realiza-se ao abrigo dos programas de aprendizagem ao longo da vida da Comunidade Europeia, destinado a professores, neste caso particular. Os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer os painéis de Almada Negreiros, fazendo um périplo histórico pela Lisboa dos anos quarenta do século passado, bem como, pela envolvente histórica da obra e do artista.


APP, 23 de março de 2016

Ministra do Mar visitou o Algarve A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e o Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, visitaram, nos dias 17 e 18 de Março, o Algarve, com o propósito central de dar enfoque à transferência de saber e conhecimento das universidades para a pesca, aquicultura e inovação no contexto das medidas preconizadas pelo programa MAR 2020. Durante esta este périplo foram apresentados os centros de investigação em Mar da UALG: CIMA, CCMAR e CRIA, sendo também dado relevo ao projecto start up Acipenser, uma spinoff da Universidade do Algarve, com a marca Caviar Portugal, de produção de esturjão, fez parte desta visita à UALG. Houve ainda tempo para uma reunião com o Reitor da Universidade do Algarve, Professor Doutor António Branco, seguindo-se o contacto com os investigadores da área do mar. A Ministra do Mar reuniu ainda com a CI-AMAL – Comunidade Intermunicipal da Associação de Municípios do Algarve, presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Tavira, Jorge Botelho. Em cima da mesa esteve o tópico da a descentralização, as políticas do Mar e a proximidade da intervenção municipal nos domínios dos portos e frentes ribeirinhas. A visita contou ainda com tempo devotado às empresas relacionadas com a Economia do Mar, tomando conhecimento das empresas do sector. Também a empresas ‘spinoff’ de rações para aquacultura SPAROS, a empresa que produziu um protótipo de embarcação a energia solar SUN CONCEPT, a empresa de conservas e patés de peixe CONSERVEIRA DO SUL e a empresa de construção de barcos de recreio e de pesca NAUTIBER, receberam a visita da Ministra do Mar. A visita encerrou com uma reunião com o Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Dr. Luís Gomes sobre a requalificação da frente ribeirinha vilarealense.


APP, 23 de março de 2016

Novo terminal logístico da Repsol estará funcional em Setembro e terá ligação directa ao porto de Sines A informação foi desvendada no passado dia 18 de Março pelo presidente da Repsol em Portugal, António Calçada de Sá, no âmbito de uma visita à exposição 'O mundo da energia – sabias que…': o novo terminal logístico da Repsol em Sines irá entrar em operação daqui a seis meses, em Setembro de 2016, mediante um investimento que atingirá os 30 milhões de euros. “Estamos neste momento a finalizar um grande investimento na zona de Sines onde vamos pôr em funcionamento um novo terminal logístico para recepção de produto, com ligação directa ao porto de águas profundas de Sines”, declarou António Calçada de Sá à agência Lusa, em Alcântara, durante a exposição. Funcional a partir de Setembro, a unidade de tancagem vai permitir armazenar cerca de 100 milhões de litros de gasóleo e terá ligação directa (via pipeline) ao terminal petrolífero de Sines. O investimento permite maior independência da Repsol face à refinação da Petrogal. Como afirmou António Calçada de Sá, a Repsol já investiu “aproximadamente mil milhões de euros em Portugal”, nas suas várias áreas de negócio (da exploração, à produção e também distribuição), mantendo uma filosofia de investimentos que atinge cerca de 20 milhões de euros em Portugal, anualmente.


APP, 23 de março de 2016

Roteiro do novo Porto de Leixões Com o novo Terminal de Cruzeiros inaugurado, o Porto de Leixões pode agora receber grandes embarcações e visitas guiadas. Fomos descobrir que mais há para fazer em redor do centenário porto.


Logística & Transportes Hoje, 23 de março de 2016

Entrevista Emílio Brògueira Dias

“O setor marítimo-portuário tem de manter-se permanentemente atualizado”

Em entrevista à LOGÍSTICA & TRANSPORTES HOJE, o Presidente do Conselho de Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) Emílio Brògueira Dias analisou os bons resultados que o porto de Leixões tem vindo a alcançar nas mercadorias e cruzeiros e falou dos projetos futuros. Na sua opinião, “o setor marítimoportuário tem de manter-se permanentemente atualizado e acompanhar a evolução que se faz sentir ao nível internacional, com especial enfoque na interconectividade entre as redes transeuropeias de transporte e os dinâmicos desenvolvimentos das respetivas infoestruturas”. O porto de Leixões encerrou 2015 mais uma vez com bons resultados no transporte de mercadorias. Como explica os bons resultados alcançados e quais as expectativas para 2016? Em 2015, o movimento de mercadorias no porto de Leixões cresceu 3,7% face ao ano anterior, atingindo 18,8 milhões de toneladas. Considerando também o movimento no porto de Viana, que faz parte da mesma Administração Portuária, o total movimentado alcançou 19,2 milhões de toneladas. Houve uma evolução positiva na movimentação de granéis líquidos (+6,7%), na carga fracionada (+12,1%), no ro-ro (+73%) e nos granéis sólidos (+10,5%). Na carga contentorizada registou-se uma quebra na ordem dos 8%, devido a uma redução significativa das exportações para Angola. O movimento de contentores diminuiu 6,4% em dimensão (TEU) e 7,5% em número. Por outro lado, registaram-se novos máximos na movimentação de granéis líquidos, granéis sólidos, ro-ro e


carga fraccionada. O excelente resultado obtido no porto de Leixões em 2015, deve-se em particular à eficiência do porto na movimentação de mercadorias, que serve um hinterland empresarial que se estende desde a região Norte de Portugal à Galiza, região Centro e zona de Castela-Leão, com cerca de 14 milhões de habitantes. Quais são as vossas perspetivas quanto à evolução do transporte marítimo para Angola? A quebra de exportações para Angola no ano passado foi de 46% correspondendo a menos 475 mil toneladas que no ano anterior. No curto prazo não vemos sinais de retoma em Angola e a redução recente do preço do petróleo tem penalizado ainda mais esta economia. Neste momento não há ainda razões para que se verifique, em 2016, a recuperação das exportações para Angola para valores ao nível dos atingidos em 2014. A APDL está a considerar algumas alternativas para compensar a quebra de carga contentorizada para Angola? O tecido empresarial da região do hinterland do porto de Leixões tem-se mostrado bastante ágil e dinâmico nos últimos anos na reação a estes choques externos em busca de alternativas. Por exemplo, as exportações para Espanha e Canadá em 2015 cresceram 251 mil e 169 mil toneladas, respectivamente. Além do mais, existe um crescimento consolidado no tráfego Roll-on/Roll-off, com as duas ligações semanais entre Leixões – Roterdão e uma ligação semanal que toca Purfleet (Reino Unido) e Zeebrugge (Bélgica). Em 2014 o porto de Leixões movimentou o equivalente a um quarto do Comércio Externo Português por via marítima. Como evoluíram as exportações em 2015 e quais são as perspetivas para este ano em termos de tipo de produtos e destinos? Em 2015 foram exportadas mercadorias por Leixões para 184 países, o que corresponde a um valor de 5,3 milhões de toneladas. Para chegar a estes destinos Leixões tem uma rede de cerca de 50 armadores com ligações praticamente diárias para vários destinos. Também no negócio de cruzeiros os resultados de 2015 foram muito positivos. Qual o potencial da cidade do Porto e do Norte de Portugal e como espera que corra o negócio este ano? O ano de 2015 terminou com um novo máximo histórico no número de escalas de navios de cruzeiro em Leixões e no número de passageiros. Leixões registou 85 navios de cruzeiro, mais 9% do que o ano passado, que tinha sido o melhor ano de sempre em número de escalas. Cerca de 78,5 mil passaram por este porto, 22% mais do que no ano passado e 4% mais do que em 2012, que tinha sido o melhor ano até à data. Para este ano estão já confirmadas 91 escalas de navios de cruzeiro e cerca de 94 mil passageiros, o que corresponde a um crescimento de 7% e 20%, respectivamente. O potencial turístico e ambiental que o Porto e a região Norte representam, a par das demais cidades marítimoportuárias atlânticas, favorece o desenvolvimento de produtos diversificados e diferenciadores relativamente à oferta de outros destinos e regiões. Nos últimos anos, iniciaram-se cruzeiros temáticos baseados nos vinhos e que têm em Leixões porto de escala privilegiado. Que novas condições vem proporcionar o novo Terminal de Cruzeiros, inaugurado em julho, e em que medida poderá potenciar esta modalidade de turismo na região?


O crescimento da indústria de cruzeiros no mundo e, em particular na Europa, e o aumento da capacidade dos navios, enfatizou a necessidade de Leixões dar resposta a uma procura que já se regista hoje e terá tendência a crescer, de navios com comprimento acima dos 250 metros que passavam ao largo e não podiam escalar este porto nas anteriores condições. Com a construção do novo cais com 340 metros de comprimento, Leixões passa a acolher a maior parte dos navios de cruzeiros da atual frota mundial.Outro dos fatores chave para Leixões é a proximidade ao Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, que pelas ligações diretas a vários destinos europeus, aos EUA e ao Brasil, aliada à capacidade hoteleira disponível no destino Porto, permitem potenciar a valência do novo Terminal de Cruzeiros de Leixões como porto de turnaround, isto é, porto de início e fim de viagens para navios de cruzeiro. Como tem corrido o desafio da fusão com Viana do Castelo e a integração da totalidade da Via Navegável do Douro? Que mudanças implicou na organização e modo de funcionamento da APDL? O processo de fusão potenciou um conjunto significativo de vantagens. Por um lado, assiste-se à criação de sinergias pela integração dos portos numa só estrutura organizacional e das diferentes experiências nas áreas da exploração e gestão das infraestruturas portuárias. Por outro lado, a implementação de uma gestão complementar dos dois portos potencia a melhoria da eficiência da gestão com o melhor aproveitamento dos meios disponíveis. Na prática, verificamos um aumento da operacionalidade e melhoria dos serviços prestados, a racionalização dos recursos técnicos, humanos e financeiros, a redução dos custos administrativos e de funcionamento e o acréscimo da capacidade negocial junto dos fornecedores e instituições financeiras. A estratégia de gestão da nova empresa focaliza-se na definição de um novo modelo de negócio e desenvolvimento de exploração da atividade do porto de Viana do Castelo, no sentido de se beneficiar de sinergias e complementaridade com o porto de Leixões. Desta forma estão criadas as condições para melhorar a qualidade da oferta de serviços e desenvolver uma gestão comercial mais agressiva, que conduza à angariação de novos clientes e ao aumento do movimento portuário. Quais as principais ações a desenvolver este ano? Algumas das principais ações são a criação de um novo acesso rodoviário ao porto de Viana, que trará grandes vantagens para a região mas fundamentalmente para o acesso a Viana do Castelo, evitando a travessia das cidades, o que cria um quebra-cabeças na movimentação, e o reforço da capacidade de movimentação de cargas. O rio Douro tem um peso enorme no setor marítimo-turístico, por onde já passam mais de 600 mil turistas, mas tem também potencial na vertente de carga. Existe um plano grande de investimentos previstos para a via navegável do Douro que será desenvolvido nos próximos anos. Em que fase de preparação está o novo Plano Estratégico da APDL com horizonte 2020/2025? Quais as principais linhas estratégicas? O documento irá ser preparado e debatido no âmbito da Comunidade Portuária de Leixões durante este ano e as linhas estratégicas serão divulgadas oportunamente. Prevemos a conclusão do Plano Estratégico para os portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo durante o último trimestre deste ano.


A quase totalidade da atividade relacionada com as mercadorias está concessionada a privados, mantendo a APDL na sua alçada os dois Terminais de Cruzeiros e o Terminal Roll-on/Roll-off. É expectável que, a prazo, se evolua para a concessão destes negócios a privados? A actividade de cruzeiros, bem como de Roll-on/Roll-Off são áreas de negócios que têm tido um crescimento acentuado e estão a consolidar-se. Nesta fase, a APDL faz a sua operação direta. Quais são, na sua opinião, as atribuições e responsabilidades de uma Autoridade Portuária (AP)? São responsabilidades de uma AP a gestão e a coordenação da atividade desenvolvida no porto e as atribuições constantes no seu estatuto, bem como a sua promoção comercial e a aposta nos sistemas de informação que garantam eficiência do porto e das cadeias logísticas que lhe estão associadas. Qual é o ponto de situação dos maiores investimentos em curso no porto de Leixões, nomeadamente a Plataforma Logística, a ampliação do Terminal de Contentores Sul, o novo Terminal de Contentores e remodelação do Porto de Pesca? Em relação à plataforma logística, esta é importante não só para o porto mas também para a região. A plataforma logística está localizada junto do porto de Leixões, portanto é também uma plataforma portuária, tem acesso rodoviário direto à Via Interna de Ligação ao Porto de Leixões, ligação exclusiva e específica de carga de Leixões que liga à rede estruturante de autoestradas do país. O pólo 1 tem 35 hectares totalmente infraestruturados (portarias informatizadas, redes de abastecimento de água, eletricidade e gás e vigilância) e está a começar a ter unidades próprias de armazéns. O polo 2 tem cerca de 20% das infraestruturas concluídas, mas já tem uma unidade, um armazém da Luís Simões, com 20 mil m2, que ao estar ligado ao porto permite utilizar as “auto-estradas marítimas” para ligações além da Península ibérica. Estão bem identificados no documento do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (IEVAS) os dois grandes investimentos que Leixões tem carência. Um é a ampliação do terrapleno do Terminal de Contentores Sul e a construção de raiz de um terminal ferro-marítimo com duas linhas, para servir o tráfego de contentores, incrementando assim a articulação direta com o transporte ferroviário. O outro é a criação de um novo terminal de contentores com profundidades de 14 metros que vai permitir duplicar a capacidade do porto de Leixões. Atualmente são movimentados cerca de 650 mil TEU /ano e pretende-se aumentar a capacidade de Leixões para mais de 2 milhões de TEU. Como surgiu o Centro de Formação enquanto atividade da APDL e como evoluiu para uma situação em que a maior parte da sua atividade é hoje dirigida para o exterior, envolvendo portos e empresas, e com especial relevância para o relacionamento com portos dos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa? O Centro de Formação do Porto de Leixões foi inaugurado em 2002 e, desde essa data, tem desenvolvido uma atividade formativa intensa abrangendo diversos públicos nacionais e internacionais, organizando cerca de 800 ações de formação, chegando a mais de 6 mil formandos, o que totaliza cerca de 24 mil horas de formação. O desenvolvimento de formação profissional para colaboradores da organização era já uma realidade muito antes


desta data, concretizada não só pela realização de cursos, como também na conceção de conteúdos e manuais de apoio ao formando. Tratava-se de uma formação técnica e dirigida aos operacionais do Porto de Leixões. Decorrido um processo de alteração da empresa em finais dos anos 90 e em que se verifica uma diminuição significativa do número de trabalhadores, foi repensada esta atividade no sentido de a otimizar, modernizar, ampliar, mas sobretudo abri-la ao exterior, pelo menos a um círculo de empresas e outras entidades que, de uma forma ou de outra, se relacionam com o porto de Leixões. A decisão da construção de um edifício fisicamente autónomo e equipado com salas de formação e um auditório foi uma aposta nesse sentido. O envolvimento do Centro de Formação numa iniciativa com a CNUCED (departamento da ONU), relacionada com formação à distância nalguns portos africanos, foi um marco importante para o estabelecimento de relações de empatia, mas acima de tudo, reconhecimento técnico, por parte desses mesmos portos. A partir dessa altura, o nosso plano de formação passou a ser sempre divulgado junto desses países e as nossas ações passaram a contar com participantes do exterior. Atualmente a atividade do Centro de Formação desenvolve-se em dois vértices: um Plano de Formação, com iniciativas formatadas, previstas e passíveis de serem frequentadas por particulares, colaboradores da APDL ou colaboradores de outras empresas; e processos de formação à medida e de acordo com o contexto subjacente a cada cliente, adaptando o local da realização da ação, os horários, conteúdos e demais aspetos.O Centro de Formação tem ainda procurado estabelecer redes com outras entidades das quais têm nascido iniciativas conjuntas com valor acrescentado para ambas, mas sobretudo para os beneficiários da formação. Exemplo disso foram a Universidade do Porto e a Escola Náutica Infante D. Henrique, com quem desenvolvemos duas Pós-Graduações em temas diferentes: Direito Marítimo e Portuário e Gestão Portuária. Esta última conta já com 3 edições. Ao nível internacional, a área de abrangência da actividade do Centro não se reduz a portos dos PALOP, tendo também colaborado com portos da Venezuela, Tunísia, Togo, Benim, entre outros, contando com a participação de mais de 1200 formandos. O Centro de Formação está certificado como entidade formadora pela entidade competente (DGERT) e somos das poucas empresas portuguesas com o curso de ISPS – Port Facility Security Officer, homologado. Temos tido também alguma colaboração com o IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, dando apoio de gestão e instalações nalguns projetos. Qual tem sido o envolvimento da APDL nos projetos ANNA – Maritime Single Window e LSW – Logistic Single Window e noutros para promover a melhoria das comunicações e segurança? Os portos portugueses, sob coordenação da APP – Associação dos Portos de Portugal, estão envolvidos no projeto In2MoS ao CEF – Connecting Europe Facility (CEF), no âmbito da Rede Transeuropeia de Transportes, contando com 16 beneficiários, incluindo a Refer e a CP Carga, com outros tantos parceiros entre associações e empresas. A APDL está envolvida nos trabalhos previstos que visam reduzir os tempos e custos das vertentes administrativas da cadeia logística, integrar informação das mercadorias e modos de transportes, facilitar o comércio internacional com a Europa e o mundo por via marítima e terrestre, integrar os portos secos como verdadeiras portarias avançadas dos portos portugueses e contribuir para tornar a Portugal um centro de excelência do tráfego marítimo mundial.


O Projecto ANNA foi desenvolvido pelos cinco principais portos nacionais. Integra-se no projeto ANNA alargado em consórcio de vários países da União Europeia e decorreu com sucesso, permitindo cumprir a Diretiva europeia 65, de ligação da informação dos portos entre os países, para facilitação do comércio europeu através da criação da Maritime Single Window, que facilita os procedimentos dos navios em portos nacionais. O Projecto WiderMoS, coordenado em Portugal pelo porto de Leixões, desenvolveu o embrião da LSW (Logistic Single Window), que é uma rede de plataformas que interoperam entre si, de forma a possibilitar aos exportadores a prospeção e contratação de logística concorrencial porta-a-porta, quer envolvendo a via marítima, quer em ligação aos corredores das Redes Transeuropeias, combinando os modos ferroviário, rodoviário e aéreo. A apresentação pública dos resultados do WiderMoS em Portugal decorre a 5 de Fevereiro. Este esforço de construção desta rede de plataformas está já a ser continuado pelos projetos Atlantis, coordenado pelo porto de Leixões, que espalha o modelo para os espaços de Brest e Liverpool, e e-Impact, coordenado pelo porto de Lisboa, onde será desenvolvida uma ferramenta para simplificar e acelerar a ligação das empresas de logística a esta nova forma de fazer negócio. Qual a opinião da APDL quanto ao estudo da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a concorrência no setor portuário? Em agosto de 2015 a APDL submeteu o seu parecer, através do processo de Consulta Pública. Comentámos, justificando, cada uma das recomendações do estudo e, de uma forma geral, parece-nos que este nem sempre tem em conta a realidade do setor portuário nacional. Por exemplo, defendemos que a redução de rendas das concessões portuárias, proposta no estudo, só deverá ter lugar quando houver garantia de que está salvaguardada a sustentabilidade económica e financeira atual da administração portuária e a sua capacidade financeira para investir no futuro, bem como quando houver um mecanismo de controlo que garanta que a redução de rendas passou para os utilizadores finais dos portos. Por outro lado, defendemos que o benefício para os utilizadores portuários pode evidenciar-se mais relevante do que a redução de rendas se aquele for resultante da melhoria contínua do nível de serviço prestado que se traduza em economias de tempos em porto, mormente dos tempos de estadia do navio, do camião, do comboio, das cargas e dos passageiros. Está satisfeito com a ainda recente criação da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes? Quais julga serem os passos prioritários a tomar? A AMT foi criada para substituir o IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes na definição e implementação de políticas de regulação e de supervisão aplicáveis aos setores e atividades de infraestruturas e de transportes terrestres, fluviais e marítimos. De uma forma geral, parecem-nos bem os estatutos definidos no DL N.º 78/2014 de 14 de maio. Qual é a sua opinião quanto às greves que têm vindo a assistir-se nalguns portos nacionais e como a APDL tem gerido as relações com os trabalhadores portuários evitando este género de situação nos portos por ela geridos? A paz laboral obtida por Leixões advém do seu modelo de governança, em parceria com a Comunidade Portuária e decorre há mais de duas décadas.


Jornal de Neg贸cios, 22 de mar莽o de 2016


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