Revista Estilo - Dezembro 2017

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Gente da Gente Ano 08 Ed.06 Out, Nov e Dez de 2017

‘Sou mais ação’: a chance da casa reformada

GIRO

Quebec: herança francesa na América do Norte

DESTAQUE

Halder Gomes

Com roteiro que retrata, com boa dose de humor, a cultura cearense, o cineasta colhe os bons resultados de Cine Holliúdy.


// EDITORIAL

Editorial

O

humor cearense invade o cinema e a televisão com um novo perfil. É o que nos conta o cineasta Halder Gomes ao falar sobre o grande sucesso do seu filme Cine Holliúdy e o lançamento do mais novo trabalho “Os parças”.

Expediente Estilo é uma publicação da Porto Freire Engenharia PRESIDENTE

Jorge Wilson Porto Freire DIRETORA TÉCNICA

A Porto Freire amplia o seu portfolio de projetos sociais e lança o “Sou mais ação” que irá realizar o sonho de seus operários da construção de reformar as suas casas. O frio intenso que atinge o Quebec em grande parte do ano não impede que os seus moradores mantenham ‘la joie de vivre’. Com uma cultura predominantemente francesa, a bela região do Canadá encanta os visitantes com sua natureza exuberante e arquitetura europeia.

Tatiana Freire DIRETORIA ADMINISTRATIVA FINANCEIRA

Adriana Freire COORDENADORA DE MARKETING

Fim de ano é um bom momento para reavaliar a vida, fazer promessas para o futuro e arrumar a casa para as festas. Que tal começar pelo guarda roupa? Veja as dicas para deixar o seu armário bem organizado e cheio de boas energias.

Valdenisia Souza REDAÇÃO

R&B Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL

Para celebrar as festas de dezembro, um belo jantar no charmoso Jardim Alchymist, com sua cozinha que mescla a gastronomia internacional com o regionalismo nordestino, é a boa pedida da Estilo.

Rozanne Quezado PRODUÇÃO E REVISÃO

Rozanne Quezado Lucílio Lessa Valdenisia Souza FOTOS

Jarbas Oliveira e banco de imagens PROJETO GRÁFICO

Visando a melhoria constante na qualidade dos seus serviços, a Porto Freire renova a sua certificação ISO 9001 para a versão mais atual, a 2015, que tem entre seus objetivos a gestão de resultados e a melhoria dos mesmos. Férias é momento para relaxar, estar com a família, fazer viagens e passeios. Acrescente a estas atividades programas culturais e terá momentos mais enriquecidos. A sugestão é tirar um dia para percorrer o Centro de Fortaleza e visitar alguns dos seus espaços de arte e cultura.

Raphael Lira DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Promosell Comunicação Fale conosco (85) 3299 6600 gestaomkt@portofreire.com.br

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Revista Estilo Porto Freire

Feliz Natal e Ano Novo!!


SUMÁRIO

Sumário 04|

Destaque Halder Gomes A cultura cearense invade o cinema e a TV

20|

10| Gente da Gente

Giro

Reformando a casa

30|

26| À Mesa

Os sabores do Jardim do Alchymist

32|

O charme francês de Quebec

Tijolo por Tijolo ISO 9001 atualizado

Estilo Indica

Passeio cultural pelo Centro

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// Destaque

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Cabra

da peste Reconhecido nacionalmente e prestes a estrear uma série da Rede Globo, o cearense Halder Gomes fala à Estilo sobre os desdobramentos do seu filme Cine Holliúdy, levado ao cinema em 2013. Campeão de bilheteria e responsável por projetar a “cearensidade” nas telas do cinema e agora na TV, o filme já teve uma continuação nas telonas e representa um marco por ter jogado holofotes sobre a cultura nordestina e provado o poder comercial desse nicho. Lançando o seu mais novo filme “Os parças”, Halder fala com simplicidade sobre o sucesso. Texto Lucílio Lessa Fotos Jarbas Oliveira

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// Destaque

A infância lúdica em Senador Pompeu influenciou na produção do filme

Revista Estilo - Como surgiu o Halder Gomes cineasta? Halder Gomes - Tive uma infância muito lúdica. Passei no interior do Ceará, em Senador Pompeu, na década de 70, em uma época onde a televisão ainda era uma novidade. A gente era obrigado a encontrar diversão no esporte, em caminhadas a cavalo, descendo o rio em boia de câmara de ar, criando peixe beta, tendo galo de briga. Então, essa forma de contar história já vem de berço, porque tinha muito aquela contação de causos, né? Era muito comum a galera sentar e cada um contar uma história do gênero, e era história de tudo o que você puder imaginar. RE - Você se refere à família? HG - Mais amigos mesmo. Já havia um exercício primário de fazer cinema, a contação de histórias. Essa habilidade de saber conduzir uma história, uma narrativa, de saber os momentos da virada da história, algo intuitivo e ingênuo. No dia em que eu entrei no cinema e vi um filme de Kung Fu, aquilo ligou no meu DNA algo dizendo que eu teria que fazer cinema. O Cine Holliúdy é um filme de memórias que eu vivenciei, de ver através do olhar de uma criança o cinema acabando e a televisão tomando espaço. Meu pai, na época, era prefeito da cidade, e a primeira televisão em praça pública quem colocou foi ele. De certa forma, eu estava assistindo aquilo tudo sem entender que era "o fim" da coisa que eu mais gostava, ir ao cinema. Com a modernidade chegando, não havia outro destino para os cinemas no interior. RE - As produções cinematográficas trazem muito o humor carioca e paulista, e você mostrou nas telas o humor cearense, ajudando a diminuir o preconceito. É também uma provocação política? HG - Sou um cara muito curioso com culturas, viajo muito e, em qualquer lugar que eu esteja, sigo o caminho contrário de onde os turistas vão. Quero saber o que as pessoas do lugar fazem, o que elas gostam de comer, o que eles gostam de beber, o que elas gostam de fazer quando estão vivendo

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os seus cotidianos. E eu observo que, quanto mais você se distancia, mais você se aproxima do seu lugar, mais você aumenta o seu autoconhecimento, mais valoriza a sua cultura, que não é melhor e nem pior do que a de ninguém, ela é única, tal qual as de outros lugares. Quando você enxerga que somos únicos, há uma compreensão de que somos extremamente especiais e isso precisa ser mostrado. Nenhuma região é mais rica que a nossa. Isso é provado pela diversidade e pela pluralidade da produção cultural nordestina. RE - Qual a diferença do humor nordestino em relação aos demais? HG - Em relação à comédia, há uma coisa muito particular no nosso DNA, essa habilidade de fazer humor o tempo inteiro, de se autossacanear antes que alguém venha e te sacaneie, ter sempre ali a piada e a anti-piada, ter no dia a dia o exercício do antibullying. O cearense é muito urgente, rápido, muito contundente quando precisa ter a piada e isso vem não é de agora. O Quintino Cunha, dizem, era uma figura engraçadíssima. O bode Ioiô está empalhado no Museu da História do Ceará como sendo um ícone da nossa cultura. Quando você vê esses fenômemos acontecendo, sabe que não está lidando com uma cultura

“O cearense tem a habilidade de fazer humor o tempo inteiro”. comum. E o cinema não podia deixar de se inserir nisso. Então, quando eu trago esse humor para o nosso cinema, a nossa cultura inserida em histórias que são nossas ou numa história como a de Os Parças (filme que Halder estreou recentemente), completamente urbana, que veste a lógica dos filmes do eixo Rio-SP, onde normalmente mandam de lá para cá os bordões, nos inserimos protagonistas, tomando de conta desse espaço. Os Parças vem, de novo, inverter esse conceito e mostrar que o Brasil está de cabeça pra baixo, fazendo as pessoas entenderem que o nordestino está presente no país inteiro, em todos os setores culturais, científicos, acadêmicos. Onde você imaginar, tem nordestino se destacando. Eu procuro muito valorizar isso na nossa história, porque a nossa cultura é uma das mais ricas do mundo.

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// Destaque

RE - A TV Globo irá lançar uma série inédita sobre o Cine Holliúdy. Você vem de um cinema independente, e agora vai trabalhar na maior emissora do país. Como fica essa questão da autonomia? Se preocupa com isso? HG - O Cine Holliúdy é um dos filmes mais transformadores da história do cinema brasileiro, ele é um case de mercado estudado em todas as suas vertentes, revolucionou a forma de pensar mercado no Brasil e mostrou o potencial do Nordeste, invertendo a lógica da plataforma de mercado, começando um filme não mais necessariamente no eixo Rio-São Paulo. O Cine Holliúdy é muito estudado sob o aspecto cultural, linguístico, sendo assunto de livros escolares do Brasil inteiro, de prova do Enem. Teve, portanto, o poder de transformar, inclusive, o pensamento dos grandes veículos de comunicação do país. Quando você vê uma empresa do porte da Rede Globo enxergar a riqueza e pluralidade da nossa cultura e propor uma série para o horário nobre sobre esse universo do Cine Holliúdy, é que toma consciência da dimensão de quão amplo o filme se tornou. Isso é muito gratificante. A Globo tem a preocupação de que a série seja extremamente original ao filme, com a nossa forma de falar, nosso comportamento, e isso é algo inovador dentro da emissora.

Cine Holliúdy transformou a história do cinema brasileiro, diz Haidar.

Sucesso no cinema, o filme vai virar série na TV Globo.

RE - Quando estreará? HG - A previsão para ir ao ar é final de 2018. São 10 episódios de 30 minutos. Esse projeto surgiu pela Globo Filmes, co-produtora do Cine Holliúdy 2. Ele vem como se fosse um prelúdio do Cine Holliúdy 1, é o Francisgleydson (personagem principal) ainda solteiro, sem filho, numa cidade fictícia antes de chegar em Pacatuba. O elenco é o Edmilson Filho, Haroldo Guimarães, Matheus Nachtergaele, Letícia Colin, Falcão,e várias participações especiais dos nossos talentos daqui. O Bolachinha vai fazer participação especial, Roberta Vermon, Tirulipa. Tentei trazer o máximo possível dos nossos talentos para as participações especiais. O Caíque Costa está no elenco fixo. Tem ainda Heloísa Périssé, Lorena Comparato, Bruno Garcia.

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RE - Como você avalia essa trajetória de sucesso do filme? HG - O Cine Holliúdy foi um projeto muito desacreditado, um filme que ninguém queria lançar. Levei sete anos entre a sinopse e as telas. Quando eu conversava com os distribuidores, falava sempre sobre a importância dos latinos no mercado norte-americano, que representam um poder de consumo enorme e que é atendido por todos os segmentos artísticos de forma sistemática, tendo o Brasil esse mesmo potencial. Muitas vezes, os distribuidores não enxergavam, até que a Downtown Filmes (distribuidora de filmes) viu que esse filme tinha algo diferente, algo inédito, e que precisava ter um lançamento diferenciado. Foi isso o que aconteceu, fazendo essa transformação toda de você repensar completamente a lógica de mercado, de como se comunicar com esse mercado.


RE - Existe uma corrente forte que enxerga algo muito caricato no humor que o cearense mostra no Sul e Sudeste. Como você avalia isso?

Cine Holliudy foi apresentado em diversos festivais internacionais

RE - Você concorda que apesar de os filmes serem campeões de bilheteria no Brasil e no mundo, há muito preconceito com a comédia, com o humor? HG - Às vezes, as pessoas acham que a comédia é um gênero inferior. Mas, muito pelo contrário. Você chora pelo mesmo motivo em qualquer lugar do mundo, a perda de um ente querido pode fazer chorar do Alasca ao Japão, mas a pessoa não ri pelo mesmo motivo. O riso é muito particular, depende da cultura, da sua vivência, para aquilo te tocar e te fazer rir. Ele depende do seu estado de espírito. Então, o humor é muito mais complexo de ser feito, é infinitamente mais difícil de fazer. Ele tem uma coisa muito clara: ou riu ou não riu, sabe? Há essa subjetividade. Se não riu, não funcionou. Ser posto à prova é um jogo muito mais arriscado e desafiador. Acho que as pessoas têm medo de encarar o humor porque ele é direto, não te dá chance, ou é ou não é, e isso faz com que tenha nuances complexas de serem alcançadas. RE - Foi diferente a recepção do filme de acordo com o lugar onde foi apresentado? HG - Olha, tive a oportunidade de vivenciar, com o Cine Holliúdy, festivais no mundo inteiro, da Tailândia à Hollywood, e perceber que as pessoas riem pelos motivos mais diversos ao longo do filme. É a sua vivência cultural que te faz rir ou não daquilo. Essa é a complexidade do humor. Por isso que ao me colocar como realizador para fazer humor, um humor completamente diferente do que é feito no Brasil até então, é um desafio muito maior, principalmente por fazer um humor que não apela, não afeta ninguém, não agride, que não precisa colocar ninguém pra baixo para se sobressair. Ele chega num limite onde você sabe que aquilo ali não está tentando ofender, ele não cruza essa linha muito sutil de saber qual é esse limite do humor, é muito delicado.

HG - Nós temos um humor no Nordeste pontuado por alguns ícones que fazem seus shows em particular: o humor do Tiririca, do Tom Cavalcante, do Renato Aragão, o humor do Chico Anísio. Cada um levava o seu Ceará do seu jeito. Eu acredito que o que aconteceu no Cine Holliúdy foi a materialização dessa coisa abstrata que é a cearensidade. O baiano já conseguiu materializar a baianidade de uma forma mais concreta através da música, de elementos da cultura deles. Já a cearensidade vagava, estava presente no nosso humor, na nossa forma de falar, no nosso quase dialeto, e o filme conseguiu materializar em algo concreto um sentimento cultural que vagava. Na hora que isso bateu, o espectador do Brasil inteiro se perguntou: "Ué? Que país é esse? Que Brasil é esse que não conheço?". Então, Cine Holliúdy levou para esse outro perfil de público, algo muito além da visão estereotipada que eles tinham por meio da cultura televisiva, que nos apresentava de uma forma equivocada. RE - Você acredita na máxima de que é preciso primeiro ser aclamado lá fora para ser reconhecido na sua terra? HG - Na verdade, o Cine Holliúdy também inverteu essa lógica. Eu já tinha uma carreira bem estabelecida, ele é meu quarto longa, mas com esse filme aconteceu um fenômeno inédito, a resposta do público cearense ao filme. O Cine Holliúdy é o filme mais visto em todos os tempos do Ceará. A gente bateu Titanic, Avatar, qualquer outro filme que foi exibido nas telas cearenses. E esse fenômeno fez com que todo mundo quisesse saber o que era esse filme. Foi quando abriram-se esses horizontes, pois ele inverteu a lógica de que santo de casa não faz milagre. Houve um impacto muito grande na autoestima da nossa cultura. A nossa economia criativa passou a compreender que o nosso público está apto para se ver a partir de muitas formas e expressões artísticas.

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// Gente da Gente

De casa nova 10

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Na trilha da responsabilidade social, com foco na inclusão, a Porto Freire amplia o leque de programas que visam beneficar seus colaboradores. A mais recente iniciativa é a criação do “Sou mais ação”, projeto que oferece aos operários da construtora a oportunidade de reformar suas casas.

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// Gente da Gente

Projeto oferece a chance de reformar a casa

Felipe Teixeira explica que a escolha é feita pelos próprios operários.

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E

m mais uma iniciativa de inclusão social, a construtora Porto Freire Engenharia, apostando na melhoria de vida dos seus colaboradores, lançou o projeto “Sou mais ação”, cujo objetivo é, usando material de construção de seus empreendimentos, ajudar na reforma das casas dos operários das próprias obras, dentre elas, os condomínios Valência, Montblanc, Madri e Ávila. De acordo com o coordenador de Desenvolvimento Humano, Felipe Teixeira, a proposta do “Sou mais ação”, que nasceu com a equipe da diretoria técnica, é oferecer a estes colaboradores a oportunidade de viver em uma casa bem estruturada e bonita. “O propósito era de que houvesse alguma assistência para os funcionários das obras em relação à reforma das casas deles. No início, ainda não tínhamos a definição do que seria, qual sistemática teria. Nos reunimos com os engenheiros, com a diretoria, e criamos alguns critérios. Então, em março deste ano, definimos as etapas”, explica.

Felipe destaca que “o material usado é resíduo da construção dos edifícios, mas, caso a obra não possuir esse material, a própria obra poderá disponibilizar de um orçamento de até R$ 5.000,00 para comprar esse material. A única disponibilidade que o funcionário precisará ter é a sua mão-de-obra para a execução”. Nessa primeira fase, o projeto contempla seis operários. “Fizemos uma seleção nas obras, na qual o engenheiro responsável por cada edifício, junto com a equipe, fez uma triagem entre os colaboradores, contemplando critérios como compromisso com o trabalho, assiduidade e prática dos valores da empresa no dia a dia, chegando, então, a um grupo de pré-selecionados. A partir daí, foi feita uma votação entre os próprios colaboradores e dentro de cada obra foi anunciado o selecionado, ou seja, os próprios competidores definiram quem seria escolhido”, diz Felipe.


REFORMA PERSONALIZADA Com o resultado da votação, divulgado em agosto, os engenheiros fizeram um levantamento no material das obras em relação à demanda de cada um, tendo como base o tipo de reforma que eles estavam precisando e o que seria necessário. “Foi decidido que a reforma poderia ser feita em casa própria ou alugada, caso a residência fosse de algum parente do selecionado. O projeto vai depender da necessidade de cada um”, destaca Felipe. O prazo para conclusão da reforma das seis primeiras casas é dezembro deste ano. A próxima votação será no início de 2018. O engenheiro Breno Lucetti reforça as palavras de Felipe. “Primeiro, perguntamos o que eles mais precisavam, se queriam uma reforma ou uma melhoria na casa. O sorteado na minha obra solicitou um revestimento cerâmico. Ele está construindo, e a casa dele não possuía esse material. Então, coincidiu com esse programa. A metragem que ele solicitou foi compatível com o valor estipulado. Cada obra tem uma demanda diferente”, destaca. Perguntado sobre como se sente participando da ação, Breno ilustra o sentimento com uma lembrança. “Na minha obra (Montblanc) teve uma particularidade, os funcionários sabiam que havia uma pessoa no perfil, porém, não havia sido escolhida na pré-seleção, já que são muitas pessoas. Na semana da eleição, eles se reuniram e votaram na pessoa que deveria ganhar, mas, após a eleição, resolveram ceder o prêmio para esse funcionário, auxiliar de servente, pois a esposa estava grávida e o casal mora em uma casa meio que de papelão. No caso dele, foi feita uma casinha mesmo, com fundação e tudo mais. A mão-de-obra vai ser própria porque os funcionários decidiram trabalhar nela nos finais de semana”, disse Breno.

Breno Lucetti ressalta a integração dos operários ao “Sou mais ação”.

Andson Moreira, engenheiro do Valência, faz coro com o colega em relação ao prazer de participar do projeto. Para ele, o “Sou mais ação” é muito agregador para a empresa, mas, sobretudo, para quem participa, pois fortalece o vínculo com o funcionário. “Participei de todas as etapas e é uma emoção muito grande quando os funcionários sabem que foram sorteados. Nós nos comovemos também”, resume. Para Andson Moreira, o projeto fortalece o vínculo empresafuncionário

PROJETOS DE INCLUSÃO O “Sou mais ação” não é o único projeto de inclusão da Porto Freire. Outra ação importante da construtora é o projeto “Educar Aprendendo”, que acaba de concluir sua segunda turma. Ao constatar que a grande maioria dos colaboradores de obras não possuía a escolaridade básica, o ensino fundamental e o médio, a Porto Freire criou o projeto em parceria com o Sesi (Serviço Social da Indústria). As aulas ocorrem em um galpão com carteiras e lousa instalados na própria obra. O projeto já atendeu cerca de 40 colaboradores. Outro projeto de compromisso social da construtora é o “Reconstruir”. De acordo com a diretora técnica Tatiana Freire, a iniciativa possibilita a contratação de pessoas que estejam cumprindo pena nos regimes semiaberto e aberto e egressos para trabalharem em canteiros de obras, abrindo a possibilidade de retorno ao mercado de trabalho e recuperando, assim, a cidadania. “O papel da Porto Freire neste projeto é receber e empregar essas pessoas, oferecendo condições de trabalho e recebendo a equipe multidisciplinar do TJCE (Tribunal de Justiça do Estado do Ceará) para acompanhamento em suas atividades diárias. Já participaram do projeto por volta de 10 pessoas”, conclui.

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// Bem viver

Arejando o guarda-roupa e a vida

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Final de ano chegando e, com ele, as promessas de mudanças para 2018. Que tal começar com uma decisão simples, muitas vezes adiada, mas muito importante para quem quer entrar o novo ano com a alma mais leve: arrumar o guardaroupa. A organização vale não somente para tirar a poeira e o caos em que, às vezes, se transforma o armário com pilhas de roupas. É uma oportunidade para praticar o desapego. Doar o que não usamos, além de beneficiar algumas pessoas, ajuda a eliminar acúmulos que atrapalham o fluxo de energia do lar. Confira as dicas da Estilo e prepare-se para um ano cheio das boas sensações que um armário (e uma vida) organizado e bem arejado proporciona.

“E

ncerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos... As coisas passam e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora... Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira... Desapegar-se é renovar votos de esperança de si mesmo. É dar-se uma nova oportunidade de construir uma nova história melhor. Liberte-se de tudo aquilo que não tem te feito bem, daquilo que já não tem nenhum valor e siga, siga novos rumos, desvende novos mundos”. Os trechos, retirados do poema ‘Praticando o desapego’, do escritor português Fernando Pessoa, vão ajudar na hora de abrir o guarda-roupa e iniciar a ‘árdua’ tarefa de colocar, literalmente, tudo abaixo, selecionar o que vale a

pena manter, o que pode ser doado e o que deve ser descartado. Com os objetos sobre a cama, é hora de limpar o armário. Use um aspirador de pó ou um pano seco para retirar toda a sujeira, principalmente nos cantos, onde mais se acumula poeira. Coloque três gotas de detergente neutro em um litro de água e passe a mistura no armário com um pano. Seque com uma flanela limpa – alguns especialistas indicam borrifar um desodorante depois - e deixe o guarda-roupa aberto por 15 minutos para arejar. Se houver umidade no local, use um sachê anti-mofo em um canto estratégico do armário.

As peças podem ser separadas por cores

Alguns truques podem deixar as gavetas bem organizadas.

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// Bem viver

Na página ao lado, está o ‘mapa’ da boa organização do armário

QUEM VAI E QUEM FICA

Doe somente as roupas que estão em bom estado.

Agora é hora de olhar para o amontoado de roupas e objetos jogados na cama. Por onde começar? Para facilitar, você pode separar as roupas em três filas (faça o mesmo procedimento com os outros objetos tirados do armário, como sapatos e bijuterias). A primeira fila será das roupas que são importantes, têm uso constante e estão em bom estado. Estas voltarão para o guarda-roupa. Na segunda, ficam as que não são mais usadas por diversos motivos: você engordou ou emagreceu e elas não se adequam mais ao seu corpo, estão fora de moda ou simplemente não combinam com o seu estilo – típico de roupas compradas por impulso. São peças que podem servir para outras pessoas, portanto, serão doadas (ou vendidas, se você precisa de um dinheirinho extra). Não esqueça: somente as peças em bom estado devem ser doadas. Aí, entra a terceira fila. Nela, coloque as que estão sem utilidade, desgastadas, velhas. São roupas que não devem ser doadas, mas que podem ter outros usos, antes de ir para o lixo. Podem virar pano de chão, flanelas para limpar móveis ou cobrir uma caixa que será utilizada para guardar pequenos objetos no seu guarda-roupa. É possível que nas filas dois e três você esteja depositando não apenas roupas e outros objetos, mas afetos, pois alguns deles representam bons momentos vividos e têm valor sentimental. Mas, não devemos nos deter. Podemos guardar as boas lembranças na memória e aproveitar a limpeza do guarda-roupa como uma boa terapia que nos ajudará a exercitar o desapego material.

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// Bem viver

CADA COISA NO SEU LUGAR Depois da ‘dolorosa’ separação das roupas, é hora de começar a arrumar o armário. A melhor maneira de manter o guarda-roupa organizado é priorizar os objetos conforme o uso. Aqueles que você usa mais no dia a dia devem estar na parte mais visível, para que possa tê-los à mão quando precisar, evitando que perca tempo na hora de se arrumar. As peças que são usadas ocasionalmente (roupas e sapatos de festas, por exemplo) podem ser guardados em caixas ou embalagens à vácuo e ficar em locais menos acessíveis, como as prateleiras mais altas. Uma boa dica para ajudar a encontrar facilmente a roupa que vai usar é separar as peças por cabides de cores distintas. Por exemplo: camisas e blusas nos cabides brancos, vestidos nos amarelos e calças em cabides negros. Dá mais beleza ao armário e você não perderá tempo procurando a roupa do dia. Uma dica: evite os cabides muito finos, pois marcam e deformam a roupa. Nas gavetas, você poderá usar as ‘colmeias’ para guardar indivualmente as peças pequenas, como roupas íntimas e meias. Elas podem ser compradas em lojas, existem de vários tamanhos e formatos, ou fabricadas em casa usando caixas (veja boas dicas neste site: https://www.dicasdemulher.com.br/como-organizar-as-roupas -intimas/). As gavetas também podem abrigar camisetas de malha e algodão de uso diário que podem ser dobradas em camadas, facilitando a visualização.

Guardar os cintos abertos para mantêlos em bom estado.

GUARDADOS E CONSERVADOS Alguns acessórios, como bolsas e carteiras, devem ser guardados dentro do guarda-roupa em prateleiras ou caixas organizadoras. Assim, elas ficam protegidas de poeira. Utilize enchimento (que pode ser feito com as roupas que você descartou na terceira fila, lembra?), principalmente nas bolsas de pouco uso, para que se conservem por mais tempo. Se não houver espaço suficiente no armário, pendure aquelas que usa com mais frequência no cabideiro. Já as malas e bolsas grandes de viagem devem ir para a parte mais alta do armário. Guardar as menores dentro das maiores vai ajudar a ganhar espaço. Os objetos que raramente são usados podem ser guardados dentro das malas. Os cintos também merecem cuidados. O ideal é guardá-los abertos. Eles podem ser perdurados na parte interna da porta do guarda-roupa. Basta pregar uns ganchinhos na porta. Outra opção é mantê-los em organizadores de plásticos. Na outra porta do armário você pode pendurar um organizador de sapatos e guardar nas divisões peças pequenas, como bijuterias, óculos e maquiagem.

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CAMA, BANHO E SAPATOS Para quem guarda os itens de cama e banho no guarda-roupa, algumas dicas vão ajudar a ganhar espaço e manter o armário organizado. Separe um espaço específico para eles, lembrando de deixar as peças de pouco uso ou mais pesadas abaixo de todas. Os conjuntos devem ser guardados juntos, com os lençóis com elástico e o de cima dentro da fronha. Já toalhas podem ser dobradas (a de rosto dentro da de banho) se estiveram em prateleiras, e feito rolinhos se você as guarda em gavetas ou organizadores. Os especialistas não recomendam guardar calçados no armário de roupas. Eles podem ser acomodados em sapateira de plástico presa na porta do quarto ou em bolsas específicas embaixo da cama. Mas, se guardar no armário for a única opção, aqui vão algumas dicas. A primeira providência é ter o hábito de limpar o solado dos calçados quando voltar da rua e deixá-los alguns minutos fora antes de colocá-los no guarda-roupa. Também é importante eliminar as caixas de papelão que são suscetíveis à umidade, acumulam sujeira e ocupam espaço. Use caixas organizadoras transparentes e com abertura para que os calçados possam respirar.

Para manter o seu guarda-roupa com cheirinho agradável e, mais importante, longe de mofo e insetos:

Uma ideia legal e barata, é usar as garrafas pet de refrigerantes. Basta cortá-las ao meio e cada parte de baixa serve para guardar os sapatos separadamente. Ganhe mais espaço organizando as roupas de cama e banho.

◊ Coloque giz de louça em potinhos abertos nos cantos do armário. Quando estiveram úmidos, seque-os no forno e use novamente. ◊ Cravos-da-índia dentro de saquinhos ajudam a evitar as traças. Cuidado para que não tenham contato direto com as roupas, pois podem manchá-las.

Sapateiras de plásticos podem ser guardadas embaixo da cama.

◊ Há algo pior que encontrar uma barata em seu armário? Para evitar essa surpresa pra lá de desagradável, espalhe pelo guarda-roupa saquinhos com folhas de louro. ◊ Sachê perfumado pode ser feito em casa, seguindo a receita: 500g de sagu (encontrado em supermercado), 9ml de essência de sua preferência, 1ml de fixador de essência, saquinhos de organza e fitinhas. Coloque o sagu em uma tigela. Despeje sobre ele a essência, o fixador e misture bem com uma colher. Coloque a mistura em um saco plástico, feche bem e deixe repousar por 24 horas. Distribua pequenas quantidades nos sacos de organza e feche com a fita. Os sachês podem ser espalhados pelo armário, evitando tocar as roupas para não manchá-las.

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// Giro

O fran

Ca


charme ncês do

anadá Texto: Rozanne Quezado Fotos: Roberto Lefkovics

Inaugurado em 1893, o castelo Frontenac foi convertido em hotel de luxo.

Fundada por franceses, Quebec, a maior província do Canadá, guarda até hoje, com orgulho, a influência do seu colonizador. As tradições, a cultura, a arquitetura e, principalmente, o idioma, fazem da região o pedaço mais europeu da América do Norte. Acrescenta-se à este charme, uma natureza exuberante e o melhor do Quebec: a cordialidade dos seus habitantes que sempre recebem o turista com um cativante sorriso. Percorra com a Estilo os charmosos recantos de “La Belle Province”.


// Giro

Quebec é um convite à contemplação. Acima, o Parlamento e a Citadela.

P

equenas cidades com ruas estreitas de paralelepípedos, muralhas de pedra, casas em estilo europeu, charmosos restaurantes e bistrôs e, sobretudo, o idioma fazem pensar que estamos em território francês. Ao contrário do resto do Canadá, de origem anglo-saxônica, tudo na província de Quebec remete ao período da colonização francesa a partir do século XVI, quando a região foi descoberta pelo explorador Jacques Cartier. Seja nas metrópoles, como Montreal, ou nos pequenos povoados que formam a Ilha de Orleans, esta herança está enraizada na alma do quebequense que não se rendeu ao domínio da coroa britânica após a tomada da região em 1759.

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A cidade que mais representa este sentimento e, com certeza, a mais bonita da região, é Ville de Quebec, capital da província, fundada em 1608, onde cerca de 95% da população usa o francês como primeiro idioma. Em três dias é possível percorrer os principais pontos turisticos da província, começando pela capital que está dividida em Cidade Baixa e Cidade Alta. Para transitar entre elas, se pode usar as escadarias ou o funicular. Na parte alta está a área mais antiga da cidade (Vieux Québec). Seja no inverno rigoroso, que pode chegar a 30 graus negativos, ou no auge do verão, o trânsito de turista é sempre intenso. As visitas começam pelos monumentos estilosos, como o suntuoso castelo Frontenac, hoje convertido em hotel de luxo, a fortaleza militar Citadelle, vestígio da passagem dos ingleses, onde se mantém a cerimônia da troca de guardas semelhante ao que ocorre em Londres, e a Catedral de Notre Dame de Québec. Ainda na Cidade Alta estão o Parlamento de Québec, um palácio com 22 esculturas de bronze na fachada e um belo jardim, e o terraço Dufferin, com vista para a Cidade Baixa e o Rio São Lourenço. As ruas pitorescas, com cafés em estilo francês, creperias e diversas lojinhas são um convite para caminhar sem pressa e sem vontade de deixar aquela área tão bela.


ÀS MARGENS DO SÃO LOURENÇO A Cidade Baixa também é repleta de encantos, com ruas igualmente charmosas e cheias de declives, butiques, pequenas galerias de arte e restaurantes. Lá se pode visitar os museus da Civilização e de Belas Artes, o Porto Velho e relaxar na Praça Real, marco zero da cidade, admirando a performance de artistas que levam seus trabalhos ao local. No verão, a praça lota durante a apresentação de grandes grupos musicais, como o famoso Cirque du Soleil. Para esticar um pouco a visita à região, basta tomar o barco que cruza o Rio São Lourenço e leva a lugares que parecem ter parado no tempo, como os povoados da Ilha de Orleáns, o maior distrito histórico da província de Quebec por conta de suas casas centenárias. Antes, uma parada para reverenciar a exuberante natureza da região: o parque Montmorency Falls com suas cataratas, espetacular queda d’agua de 86 metros de altura, e uma paisagem impressionante.

Vista de Quebec a partir do Rio São Lourenço (foto maior)

Rica natureza da ilha de Orleans e do Parque Montmorency Falls

Depois da aventura aquática é hora de partir para o passado, onde a vida rural, com todos os seus encantos, permanece como na época em que a região ainda se chamava Nova França. A maioria dos seus moradores é descendente das 300 famílias fancesas que colonizaram a região. Daí, a ilha ser chamada de “Berço da América francesa”. No museu Manoir Moauvid-Genest está toda a história da ilha. A agricultura é o forte do local, onde cada família mantem seus cultivos e comercializa o que produz: frutas, vegetais, pães, doces e queijos. Produtos orgânicos e deliciosamente irresistíveis. Os pequenos restaurantes convidam a conhecer a verdadeira culinária quebequense, tudo preparado com produtos locais. A simpatia e a acolhida carinhosa dos donos dão mais sabor aos pratos.

O Rio São Lourenço impulsiona a economia da região

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// Giro

MONTREAL E SEUS ARRANHA-CÉUS Porta de entrada para a província de Quebec, Montreal é a segunda maior cidade do Canadá. Se equilibrando entre o moderno e o antigo, a cidade exibe, de um lado, uma arquitetura futurística, com enormes edfícios espalhados por toda a região central e, às margens do Rio São Lourenço, reverencia o passado, com suas ruas de pedra em estilo europeu e edifícios com mais de quatro séculos. É o Vieux Montreal (Velho Montreal), que se traduz em um convite para uma caminhada, passando pela bela Catedral de Notre Dame, réplica da famosa Notre Dame de Paris, e a Praça das Armas. Imperdível o passeio de barco pelo Rio São Lourenço para apreciar a paisagem da cidade. E para quem gosta de mistérios, a dica é conhecer a Underground City (cidade subterrânea).

Saindo da parte antiga, impossível não se chocar com o contraste da modernidade na região central. A Praça Ville-Marie é um dos ícones da Montreal moderna. Lá está o primeiro arranha-céu da cidade, construído em 1962, com 40 andares. O edifício tem forma de cruz e no alto um farol giratório ilumina os céus e pode ser visto a 50 km de distância. O título atual de prédio mais alto pertence hoje ao ‘1000 de la Gauchetière’, com 51 andares e 205 metros de altura. Já o Parque Olímpico é a torre mais inclinada do mundo de onde se tem uma vista de 360o da cidade. Deixando a selva de pedra, é hora de entrar em contato com a natureza. O Parque Mont-Royal tem 190 hectares e é a área verde mais importante da cidade, projetada pelo mesmo paisagista do Central Park de Nova York, Frederick Law Olmsted. Na parte alta, que descortina a paisagem da cidade, está o Chalet du Mont-Royal com lojas de souvernirs. Edifícios modernos convivem com os prédios seculares.

Parque Mont-Royal é um oásis em meio à selva de pedra.

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DIVERSIDADE

O colorido das ruas e os eventos atraem turistas para o Village Gay.

Seguindo o caminho de cidades americanas que abrem espaço para a diversidade de gênero, Montreal tem o seu bairro ‘gay’. Com apoio das autoridades locais, o Village Gay ostenta as cores da comunidade e é cheio de lojas, restaurantes, bares e hoteis com a temática gay. No verão, a rua principal é fechada para a realização de diversos eventos festivos. Não a toa, em 2002, o Canadá foi um dos primeiros países do mundo a legalizar a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

O inverno rigoroso muda a paisagem, mas não o bom humor do quebequense

CORDIAIS E SORRIDENTES

QUEBEQUENSE

Há muito para se falar do Quebec, uma das mais belas regiões do Canadá, mas nada se compara à cordialidade da sua gente. A alegria dos quebequenses põe por terra a crença de que nos países frios as pessoas são pouco amistosas, fechadas, ou seja, igualmente ‘geladas’. Se a regra prevalece, então, Quebec é uma exceção. E que exceção!! Para o turista, ser recebido com tanto calor (mesmo nos dias mais frios), tanta gentileza e, principalmente, com um sorriso permanente, a primeira sensação é de que valeu a viagem.

Diversos carros pelas cidades de Quebec exibem nas placas a frase “Je me souviens” (eu me lembro), como forma de reafirmar a sua descedência francesa e o desejo de, um dia, ser uma nação independente. Movimentos separatistas da região já realizaram plesbicitos sobre o tema, sem o resultado esperado, mas, seguem com a esperança de confirmar o que, em 1967, o então presidente francês Charles De Gaulle proclamou, durante visita à Montreal: “Vive le Québec libre” (Viva o Quebec livre). A frase consolidou o nacionalismo dos moradores que passaram a adotar o termo ‘quebequense’ em lugar de franco-canadense.

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// À Mesa

Delícias

doAlchymist Conheça o Jardim do Alchymist e se delicie com o sabor da cozinha internacional com toques do regionalismo nordestino

Arlindo e Cláudia comandam o Boteco.

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// À Mesa

O

Jardim do Alchymist é um point contemporâneo. Os sabores e as referências nacionais e internacionais estão em todos os lugares, mas, o que encanta ainda mais quem se deixa levar pelo charme do Jardim, é perceber que esses elementos interagem com referências de lugares do nosso Ceará. Seja na decoração minimalista ou nos pratos que casam receitas internacionais com as da nossa terra, o Alchymist é um convite às memórias, à modernidade, à diversidade e à troca de experiências. Cada item nos remete a informações que propiciam o exercício de descobrir a origem das peças de decoração, do sabor de cada prato. Tudo em uma curiosa e criativa sintonia. Como em um sonho bom, o Jardim do Alchymist traz a oportunidade de uma experiência sensorial, que transcende o apelo visual e nos remete a uma atmosfera única, impactante. Grande parte do restaurante fica situada em meio à natureza, enquanto os ambientes fechados trazem um tom clássico e uma mistura de cores, com candelabros, mandalas e muitos objetos de decoração que respiram história, trazidos de Minas Gerais e de outros Estados, bem como de países como a Itália. Um muro estilizado como um cenário teatral chama a atenção pela réplica de fachadas de casas do interior do Ceará, situado próximo a uma tenda Marroquina com capacidade para 28 pessoas, instalada no jardim. Ambiente reservado com dinâmica diferente, pois o menu é definido pelo cliente com antecedência. Todas essas referências, juntas, possuem uma harmonia visual inusitada, mas, sobretudo, bastante convidativa.

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A natureza dá o tom em algumas áreas do Alchymist

CHEF NORDESTINO COM ARES EUROPEUS O Alchymist tem na figura do seu chef um detalhe a parte. Há 10 anos atuando na área e tendo aprendido boa parte do seu ofício com as mamas italianas, como diz, o chef Ronaldo Ferreira dá o tom e o sabor do lugar. “Temos realmente essa mistura de diversas cozinhas. Usamos produtos importados da Itália e de outras partes do mundo. Fazemos adaptações. Vou testando as combinações e vendo o que fica mais apropriado. Por exemplo, no fettuccine, uma massa fresca, colocamos um pouco de camarão da terra com aspargo, que vem do Peru. Eu vou testando as combinações. O menu demorou seis meses para ficar pronto”, destaca. O menu do Alchymist traz cerca de 12 entradas diferentes, três tipos de carpaccios, seis opções de saladas, 13 pratos de massas, quatro tipos de risotos, 11 receitas com frutos do mar e 11 sobremesas diferentes. Perguntado sobre qual entrada indicaria à Estilo, o chef dá a dica do Polvo à Mediterrânea, composto por tentáculos de polvo com cerejas frescas, especiarias, óleo extravirgem e vinho branco.


Rótulo de Nutella é a sobremesa mais pedida da casa

Sofisticação no Salmão recheado e no Polvo à Mediterrânea

PRATO DO CHEF Como prato principal, um dos mais pedidos no menu, é o Salmão Recheado, composto por filé de salmão, recheado com queijo brie e servido com delicioso risoto de caju. “Quis misturar elementos de fora com um toque da nossa terra, então, mesclei o salmão e risoto de caju, mais propriamente a castanha do caju, e recheei o salmão com o queijo brie, considerado o rei dos queijos, um dos mais macios e saborosos do mundo”, avalia Ronaldo. A apresentação do prato é um deleite à parte. Servido com um desenho especial, o Salmão Recheado (R$ 97) conta com 240g de salmão, dividindo a decoração com 120g de risoto de caju. A decoração é finalizada com uma cereja, a fim de harmonizar o prato com um colorido. O destaque vem quando há o corte do salmão, já que o queijo brie transborda e se mistura ao restante do prato. É de começar a comer com os olhos. Completando, molho shoyo que, com um leve azedo adocicado, contrasta, segundo o chef, com o sabor forte do salmão e do queijo. Para acompanhar o prato, Ronaldo sugere vinho Chardonnay, uva de casca esverdeada que se originou na região da Borgonha, na França, e é conhecida como a “rainha das uvas brancas”. Dependendo da safra, este vinho varia no Jardim do Alchymist de R$ 80 a R$ 120. Uma sugestão que alia o chique ao acessível. No cardápio, drinks e diversas variações de coquetéis com decoração especial do barman, além dos vinhos e champagnes importados. Já para sobremesa, a sugestão é o rótulo de Nutella. Ronaldo explica que trata-se de uma massa de pão de ló, recheada com nutella e farinha de amendoim crocante e sorvete de creme. “De receita italiana, é uma das sobremesas mais pedidas no Jardim do Alchymist”, conclui Ronaldo.

Mandalas compõem a decoração no interior do Alchymist

O toque de magia do chef Ronaldo Ferreira

ONDE: O Jardim do Alchymist fica na Rua Barão de Aracati, 801, Meireles. Aberto de segunda a sábado, das 18h à meia-noite. Tel: 85 3032-6965

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// Tijolo por Tijolo

Excelência de

gestão

Com foco na qualidade dos serviços e no cumprimento de metas, a Porto Freire Engenharia otimiza os seus processos através da certificação ISO 9001.

C

om o propósito de garantir a conformidade e excelência de todo o seu processo de trabalho, a Porto Freire Engenharia aplica há anos a certificação ISO 9001, conjunto de diretrizes e procedimentos que norteiam a padronização da empresa. A International Organization for Standardization (ISO) é uma instituição criada em 1946, na Suiça, representada no Brasil pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A atuação da ISO consiste em desenvolver normas, sistemas e testes a serem replicados sistematicamente, garantindo excelência nos processos. De acordo com o consultor Rossano Loesch Monezi, do Grupo Largos, que realiza a auditoria na construtora, quando uma empresa como a Porto Freire busca uma certificação, de início, talvez, o desejo seja de se credenciar ainda mais junto aos órgãos financiadores, mas, com o tempo, ela começa a perceber as vantagens de gestão, tendo em vista a melhoria no gerenciamento

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com fornecedores, do produto, bem como a definição de um orçamento quantitativo e qualitativo mais focado, mais assertivo para a obra, além do maior envolvimento dos colaboradores. "As pessoas estão acostumadas a verem cada uma o seu processo, sem entender o quanto o processo do outro impacta no seu, o quanto eles são afetados por isso", diz Rossano. O consultor avalia que a Porto Freire, com seus longos anos de atuação e nome forte no mercado, tendo passado por vários cenários políticos do Brasil, prova mais uma vez, ao concentrar esforços nessa excelência de gestão, ser uma empresa séria, bem sedimentada e que conseguiu sobreviver a várias intempéries desse nosso país. "O Brasil está começando a sair de uma crise. Com o sistema de gestão que a construtora possui, equipe técnica bem envolvida e conhecedora do processo, percebemos uma empresa capaz de se adaptar às mudanças", diz.

Porto Freire: excelência em sistema de gestão e equipe técnica


COMO FUNCIONA O consultor Rossano Monezi realiza a auditoria na Porto Freire.

Rossano explica que certificados de gestão como o ISO 9001 não atestam o produto em si. "O objetivo é entender cada vez mais os colaboradores, os responsáveis por cada processo, cada área, e buscar pessoas operacionais dentro de suas atividades. Assim, todos começam a entender melhor que fazem parte de um todo, bem como os indicadores, o planejamento estratégico da organização, a visão, missão, valores. Passam a entender, sobretudo, como cada um é importante para atingir as metas estratégicas e aumentar a satisfação do cliente, mantendo assim o negócio vivo", considera o especialista. Ele aponta que com esse sistema de gestão, a Porto Freire percebe as melhorias que precisam ser implementadas e os tipos de desafios, "a fim de garantir o cumprimento dos acordos realizados. Então, percebemos que há uma gestão focada nisso. Dificuldades realmente existem, mas estamos enfrentando-as graças a uma gestão sólida e preocupada em usar as ferramentas de gestão para alinhar a organização e garantir os compromissos".

Transição ISO 9001:2015 PASSO 1

PASSO 5

FALE COM O SEU NÚCLEO DE ACREDITAÇÕES

PASSO 2

ATUALIZE O QMS PARA ATENDER AOS NOVOS REQUISITOS

TRANSIÇÃO

FAMILIARIZE-SE COM O NOVO PADRÃO

ISO 9001:2015

TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO

DESENVOLVA O PLANO DE TRANSIÇÃO

PASSO 4

PASSO 3

ISO 9001:2015 exige o registro do planejamento estratégico

NOVA NORMA Neste momento, a Porto Freire Engenharia está realizando a transição da ISO 9001:2008 para a ISO 9001:2015. Essa nova norma exige o registro do planejamento estratégico da empresa, por isso, a construtora está reavaliando o contexto interno e externo da organização, o stakeholder (público estratégico), para justamente levantar quais são os requisitos dessas partes interessadas que podem ser aplicados na organização. "A ISO 9001 versão 2015 exige um mapeamento mais profundo dos processos. Em cada processo da Porto Freire tem que ficar bem determinado quais são as entradas e saídas, incluindo os fornecedores dessas entradas, os recebedores dessas saídas. Cada processo da organização é monitorado por meio de indicadores e da medição de resultados. Nesse trabalho que estamos fazendo, o de realinhar a organização para atender essa nova norma, muitas melhorias estão sendo implementadas. A maior interação da equipe, tanto com o melhor conhecimento do seu processo, quanto do processo do colega, está impactando positivamente", diz Rossano. A ISO 9001:2015, segundo o consultor, exige ainda gestão de risco. Ressalte-se que a Porto Freire tem se informatizado na gestão da qualidade, com a preocupação de levantar todos os eventos que poderão ocorrer e que podem atrapalhar o atingimento dos objetivos estabelecidos. A ideia é criar ações preventivas para evitar o desgaste e, sobretudo, atingir os resultados esperados.

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// Estilo Indica


A arte que caminha pelo Centro Incentivar o contato com a arte na infância vai além do estímulo da capacidade intelectual das crianças ou de promover entretenimento. Estudos apontam que a interação, desde cedo, com as expressões artísticas, como dança, música e pintura, melhora a autoestima, aguça a sensibilidade e, principalmente, ajudar a formar adultos confiantes e mais solidários. Aproveitando as férias, a Estilo indica uma caminhada pelo Centro da cidade para conhecer os seus principais espaços de arte e cultura. Uma experiência a ser vivida por toda a família.

D

esde o tempo das cavernas, quando o homem registrou a sua historia através de desenhos, pinturas e inscrições, a arte é identificada como um dos mais importantes meio de comunicação, expressão e conhecimento. Para a criança, cujo desenvolvimento físico e intelectual ainda engatinha, o contato com expressões artísticas e culturais é uma das melhores formas de promover um crescimento enriquecido de benefícios, como aumento da capacidade de memória, atenção e concentração, melhora da autoestima e confiança e potencialização dos sentimentos de responsabilidade e solidariedade.

Estilo gótico da Catedral Metropolitana de Fortaleza

No Brasil e, particulamente em Fortaleza, o incentivo à interação com as atividades artísticas na infância é precário, fazendo com que muitas crianças cheguem à fase adulta sem ter tido a experiência de conhecer, conviver e aprender com este universo - teatro, música, dança, literatura e artes visuais. Falta de acesso a equipamentos e programas culturais, pouco incentivo das escolas e do poder público e até mesmo dos pais. Os motivos podem ser muitos, mas, para quem deseja oferecer ao seu filho ou seu aluno a chance de crescimento através da arte, as possibilidades podem ser reais. Em Fortaleza há diversos equipamentos culturais com acesso gratuito durante todo o ano, além de opções de programas voltados para distintas idades. Se a desculpa é a falta de tempo, que tal aproveitar estas férias e oferecer, não só à criança, mas a toda família, um programa diferente daquele final de semana de praia ou churrascaria?

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//Estilo Indica

EXPERIMENTANDO A ARTE

NOS PASSOS DA ARTE

A ideia é escolher um dia para ir ao Centro da cidade e conhecer os seus principais espaços de arte e cultura. Para que o passeio seja uma experiência cheia de encantos, principalmente para a garotada, a dica é reunir a galera para uma conversa sobre o programa, o que será visitado e a importância de cada equipamento. Estas informações, que podem ser obtidas através de sites na internet, servirão para despertar o interesse da criança sobre os lugares que ela irá percorrer. Com este conhecimento prévio, é hora de tomar o rumo do Centro e, em cada canto visitado, tentar deixar os sentidos fluirem: no caso dos museus, o cheiro do passado, o toque de paredes e objetos que, um dia, tomaram parte de algum acontecimento importante, caminhar por chãos que foram percorridos por personalidades que, de alguma forma, contribuiram para a construção de Fortaleza e, sobretudo, observar com olhos atentos a beleza de um passado que resiste e nos ensina sobre o que fomos e o que queremos ser.

Como a visita é de um dia, vamos selecionar alguns dos equipamentos que não podem ficar de fora dessa caminhada cultural. O programa começa pela Praça José de Alencar, uma das mais antigas de Fortaleza que, infelizmente, não está em condições de contar a sua história. Mas, o entorno justifica a visita. De um lado, o mais belo monumento da cidade e um dos mais bonitos do gênero do Brasil: o centenário Teatro José de Alencar. O ideal é fazer a visita guiada (ingresso R$ 3 e R$ 6, de terça a domingo), com percurso que inclui o foyer, porão e os jardins de Burle Marx. Do outro, está a Igreja do Patrocínio, do século XIX. Seguindo pela rua São Paulo, se chega ao Museu do Ceará, de 1873. Com edificação neoclássica, o espaço tem acervo de cerca de sete mil peças que contam a história do Estado, com objetos da época da escravidão, peças arqueológicas e da antropologia indígenas. Mantém salas para exposições temporárias, palestras e oficinas. A visita é gratuita, de terça a sábado, das 9 às 17 horas.

A Catedral pode receber até 5 mil pessoas.

Descendo no rumo da praia e aí está a majestosa Catedral Metropolitana de Fortaleza. Inaugurada em 1987, demorou 40 anos para estar pronta. Inspirada na catedral de Colônia, na Alemanha, foi projetada pelo arquiteto francês George Maunier, com estilo eclético, onde predomina os elementos góticos e românticos. As torres têm 75 metros de altura e o seu interior comporta até cinco mil pessoas.

Arquitetura eclética do Teatro José de Alencar

Interior e fachada do Museu do Ceará

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Igreja do Patrocínio, fundada no século 19

FORTE E PRISÃO

A FORÇA DO DRAGÃO

A poucos metros dali, duas edificações merecem a visita: a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e a Emcetur. Ambas abrigaram prisioneiros. A primeira, foi erguida em 1649 pelos holandeses e se chamava Forte Schoonenborch. Após a tomada pelos portugueses, o local passou a ter o nome atual. Ali, ficou detida a primeira presa política do Brasil, a líder revolucionária cratense Bárbara de Alencar, cuja cela pode ser visitada. Desde 1958, abriga a 10ª Região Militar.

Depois do passeio pelo Centro, a família pode finalizar a jornada cultural dando uma esticada até a Praia de Iracema para visitar o maior equipamento do Estado: o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O complexo reúne o Museu da Cultura Cearense e o Museu de Arte Contemporânea para exposições, o Teatro Dragão do Mar, salas de cinema, um anfiteatro e um planetário. Conta ainda com auditório, livraria, ateliê de artes, lojas de artesanato e café. Nas áreas abertas estão a Praça Verde, o Espaço Rogaciano Leite Filho, a Arena Dragão, o Espaço Mix e o Espaço Multiuso, onde ocorrem diversos espetáculos musicais e teatrais, além de feiras e eventos infantis.

Antes de virar Emcetur (Centro de Turismo de Fortaleza), o prédio de meados do século XIX, abrigou a antiga Cadeia Pública, conservando as celas que foram transformadas em boxe do comércio de artesanato. Em dois pavilhões estão os espaços culturais: o Museu de Arte Popular e o Museu de Mineralogia.

Antiga Cadeia Pública hoje é centro de turismo

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