Clássicos do Asfalto

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kk motores dodge, pRECISÃO E PURA velocidade ANO I - Nº 1 - R$ 12,95

ASFALTO COLEÇÃO CLÁSSICOS DO

MUITO MAIS QUE UMA LENDA

CHALLENGER

Ele durou pouco, mas deixou a sua marca!

dodge dart

O preferido dos brasileiros

e mais: CORONET, power wagon, POLARA E daytona

dodge charger

Esse fez muito mais que história

general lee, quando o dodge virou astro de televisão


kk DODGE CHALLENGER

Dodge Cha Dodge Challenger 1970, vis達o de frente e abaixo, vis達o da traseira.

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allenger O

Dodge Charger pode ser um automóvel

bastante

desejado

e

cultuado por vários dodgeiros, mas para uma quantidade igualmente extensa, o mais venerado e considerado a cereja do bolo das criações da Dodge (e de toda a Chrysler) é o Challenger. Escolher um deles, ter preferência por outro carro dessa fábrica, da Plymouth ou de outra marca, vai depender da opinião e do gosto de cada um. E se a pessoa estimar ambos com similar intensidade, também demonstrará uma forma válida de pensar e agir. Mas afirmar que o Challenger ou o Charger não figuram entre os principais musculosos do mundo e que não são símbolos e representantes da

sua

época,

é

algo

impossível.

Mesmo a comparação entre os dois consegue ser extremamente tendenciosa e injusta com algum desses possantes. Afinal, embora sejam americanos, muscle cars e compartilhem inúmeras semelhanças, eles possuem suas particularidades e histórias únicas. Veja, enquanto o Charger nasceu nos anos 60, é irmão de alguns modelos do Dodge

Coronet,

influenciou/inspirou

outros veículos (como os Dodge Dart americanos, brasileiros e até um Dodge mexicano, se bem que apenas no nome), o Dodge Challenger apresenta uma trajetória bem diferente, pois demorou para surgir. A montadora estudou bastante e aperfeiçoou sua ideia antes de lançar o seu pony car, um automóvel compacto

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Dodge Challenger 1969. Respectivamente, visão de frente, do motor, interior e visão da traseira.

sem deixar de ser um musculoso, buscando ultrapassar a superioridade do

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Não é o Plymouth Barracuda

Mustang da Ford. Sim, ele pode ser

Os criadores do Charger precisaram

o melhor exemplo de carro que mis-

evitar a competição com os potenciais

turou características das duas classes,

clientes do Plymouth Barracuda, o que

pequeno e esportivo como um carro-

originou um possante mais rebuscado.

pônei, mas com a mecânica e a mo-

Já com o Challenger, o objetivo era o

torização vigorosa de um musculoso.

oposto, lançando assim um veículo

Ao contrário do Charger, ele é um

simples e rápido. Por essa razão, ele se

fenômeno exclusivamente norte-ameri-

baseava na plataforma do Barracuda. Só

cano, voltado apenas para os mercados

que de jeito nenhum era entendido como

dos Estados Unidos e do Canadá, apesar

uma cópia deste automóvel da Plymouth,

de exportado em pequeno número para

ainda que apresentassem componentes

apenas dois países, a Suíça e a França.

em comum. Por exemplo, a distância


Comparação entre o Plymouth Barracuda (acima) e o Dodge Challenger (abaixo).

entre os eixos do Challenger foi alongada pouco mais de cinco centímetros em relação à do Barracuda para propiciar extremo conforto e espaço interno para os passageiros, resultando em um veículo 11,6 cm maior que o Barracuda e três centímetros mais largo. A Chrysler queria que o Challenger disputasse o público diretamente com os pony cars luxuosos das concorrentes: o Mercury Cougar e o Pontiac Firebird. Esta competição alcançou suas pretensões, ao menos no ano de estreia, pois a

Os criadores do Charger precisaram evitar a competição com os potenciais clientes do Plymouth Barracuda, o que originou um possante mais rebuscado.

montadora produziu 76.935 veículos.

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Em 1970, o consumidor viu esta marca pela primeira vez e já com uma boa gama de motores para escolher, tão ou mais diversificada que a do Barracuda, desde os modestos Slant, de seis cilindros em linha – de 198 ou 225 cilindradas cúbicas – até a quantidade de seis V8, com os poderosos 383B (6,28 litros), o 426 Hemi (6,98 litros) e o 440 RB (de 7,2 litros). Tantos motores pretendiam atender aos anseios (e bolsos) dos clientes da época. Quanto aos câmbios de marchas, exis-

Dodge Challenger RT 1970, visão frental.

tiam duas modalidades: a manual de quatro marchas e a automática Torqueflite, de três marchas. Já o painel, era singelo, mas moderno, com seus mostradores redondos à frente do motorista. A mecânica, tradicional, tinha suspensão dianteira independente e eixo rígido na parte de trás com feixes de molas. Estas características agradaram em cheio a multidão que apreciava arrancadas impressionantes, embora a estabilidade fosse prejudicada em vias de piso difícil ou nas curvas.

Dodge Challenger RT 1970, visão do interior.

Projetou-se a grade a partir do Charger 1966, porém, não ficou muito semelhante a este modelo que o inspirou. Possuía os mesmos faróis duplos e circulares de cada lado, mas não estavam ocultos e, sim, bem visíveis. Era uma grade recuada em relação à lataria, e seu fundo preto contrastava

com

seus

contornos

cromados.

A versão de maior desempenho era a R/T (Road/Track) e, apenas em 70, os R/T e outras versões não-conversíveis requisitaram a opção SE mais luxuosa, que carregava bancos em couro, capota de vinil, janela traseira menor e painel interior com três luzes de aviso a mais para acio-

Dodge Challenger RT 1970, visão do motor turbinado. 6


nar as travas das portas, indicar a falta de combustível e as dos cintos de segurança. Também somente neste ano foi possível comprar os modelos T/A (Trans Am), uma versão de corrida do Challenger para as ruas, que homenageava o campeonato automobilístico de mesmo nome. Nela, os freios a disco dianteiros eram padronizados e as edições de carros T/A foram os primeiros muscle cars americanos que tinham pneus da traseira diferentes da dianteira, sendo mais largos, com isso sua parte posterior tornava-se um pouco elevada.

Dodge Challenger RT SE 1970.

Os Challengers conversíveis ainda saíram das montadoras em 1971, mas não depois. Nesse período, a grade dianteira veio com algumas diferenças, ainda escura, no entanto, mais cromada. A quantidade de motores ficou menor e quase todos os existentes perderam a potência devido à descompressão que sofreram para atender aos regulamentos antipoluentes.

apenas em 70, os R/T e outras versões nãoconversíveis requisitaram a opção “SE” mais luxuosa, que tinha bancos em couro, capota de vinil, janela traseira menor...

Painel do Dodge Challenger RT SE 1970.

Dodge Challenger RT SE 1970, visão do motor. 7


Dodge Hemi Challenger RT 1970. O motor padrão nos R/T era o 383, entretanto, ele passou a desenvolver apenas 300 cavalos de potência (perdeu 30 cv), o 440 não era mais fabricado, mas o 440-6 continuou a ser montado com cinco cavalos a menos que no ano anterior. O 426 Hemi foi o único que permaneceu forte como antes (425 cv). O Dodge Challenger teve um reduzido tempo para evoluir, pois sua produção terminou em 1974. Atualmente, percebese que quando ele surgiu, os pony cars já

Dodge Hemi Challenger RT 1970, visão do interior e seu motor.

declinavam no gosto do público. As vendas diminuíram ao extremo a partir de 1970, reagiram em 1973 em relação aos dois anos anteriores e caíram novamente em seu último ano de fabricação. Para os fãs de carrões poderosos e velozes, conclui-se que o Challenger teve um ano ótimo (1970), um ano bom (1971) e os restantes foram lastimáveis. Mas a esperança não morreu. O Challenger ganhou em 2008 um relançamento di-

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É possível mencionar que o Challenger agora é um grande exemplo de muscle car dos dias atuais, porém, ainda não dá para saber se ele conseguirá sobreviver à crise econômica gerada nos Estados Unidos... gno do seu apogeu. Os modelos de hoje, ao contrário do Dodge Charger, apresentam características externas e um visual que lembra muito o design do passado. É possível mencionar que o Challenger agora é um grande exemplo de muscle car dos dias atuais, porém, ainda não dá para saber se ele conseguirá sobreviver à crise econômica gerada nos Estados Unidos no final do mesmo ano em que voltou ao mercado. Será derrotado por esta nova crise? Só o futuro responderá!

Dodge Challenger - comparação entre o novo e o antigo. 9


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