MÉTODO DE PESQUISA QUANTITATIVA

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MODALIDADES DE PESQUISA (ABORDAGENS) PARTE I


PESQUISA do latim perquirere "procurar com perseverância"


PESQUISA CIENTÍFICA Estudo planejado, com a finalidade de descobrir respostas para questões mediante a aplicação do método científico.


Abordagem ...



ESTUDO QUANTITATIVO ESTUDO QUALITATIVO


São dois tipos distintos de abordagem metodológica de uma pesquisa científica


Tipos de Pesquisa

PESQUISA CIENTÍFICA

Pesquisa Bibliográfica Abordagem

Qualitativa e/ou Quantitativa

Pesquisa Histórica Pesquisa Documental Pesquisa Descritiva Pesquisa Analítica

Testes / Experimentos de Laboratório ou Clínica História Documental, História Oral, História de Vida Bibliometria, Cientometria

Método

Pesquisa de Campo/Realidade Revisão de Literatura/Análise da Literatura Análise de Conteúdo, Grupo de Foco, Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), Estudo de Caso, Análise de Redes Sociais, Pesquisa Ação/Pesquisa Participante, Protocolo Verbal etc.


Pesquisa QUALITATIVA Visa compreender e interpretar determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma população. É de natureza EXPLORATÓRIA, portanto não tem o intuito de obter números como resultados, mas introspecções que possam nos indicar o caminho para tomada de decisão correta sobre uma questãoproblema.


Pesquisa QUANTITATIVA A pesquisa quantitativa supõe uma população de objetos de observação comparável entre si; Enfatiza os indicadores numéricos e percentuais sobre determinado fenômeno pesquisado; Apresenta gráficos e tabelas, comparativas ou não, sobre determinado objeto/fenômenos pesquisados.


Ambas as abordagens nĂŁo sĂŁo excludentes !

Muitas vezes se complemental


Exemplo:

Em seu MESTRADO, um pesquisador pretende responder a seguinte pergunta:

O que impede profissionais de saĂşde a deixar de fumar ?


Exemplo:

MÉTODO 1 O pesquisador elenca sua população de estudo e realiza uma enquete onde pergunta: “Por que você não para de fumar?” Após, conversaria longamente com cada pessoas, ouviria diferentes razões e opniões e depois fará uma análise crítica do conteúdo das respostas, confrontando seus achados e impressões com a literatura

Em geral são utilizados pequenos grupos de pessoas


Exemplo:

MÉTODO 2 O pesquisador elenca sua população de estudo e aplica um questionário sem identificação do sujeito. O questionário aborda aspectos sociais, antecedentes familiares e hábitos de vida que podem estar relacionados a dificuldades de deixar o tabagismo. O estudo elenca hipóteses e aponta possíveis fatores de risco relacionados a pergunta.

Necessita análise criteriosa em relação ao tamanho da amostra


MÉTODO 1

Pesquisa QUALITATIVA MÉTODO 2

Pesquisa QUANTITATIVA


É POSSÍVEL APLICAR UMA ABORDAGEM QUANTI-QUALITATIA PARA ESTE EXEMPLO?



Reflexão ... A qual dessas abordagens você se mostra mais “afeito” ? Por que ?


“Não podem existir cientistas que não possam ver que os melhores caminhos-métodos serão aqueles que abordem mais adequadamente seu objeto de estudo, e tudo aquilo que nos ajuda na abordagem deve ser respeitado. Haverá, sim, métodos melhores, dependendo do objetivo que nos propusermos. Mas não em termos absolutos. Não cabem dogmatismos e preferências metodológicas, mas sim indicações para o método, qualquer um que seja” (TURATO, 2003 p.29)

TURATO, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínicoqualitativa: construção teóricoepistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis: Vozes, 2003.


Modalidades de Pesquisa

PESQUISA QUANTITATIVA


Positivismo

Auguste Comte (1798-1857) Filosofo Positivista

Observação dos fenômenos por meio da promoção da experiência sensível, única capaz de produzir a partir dos dados concretos (positivos) a verdadeira ciência (na concepção positivista), sem qualquer atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, tomando como base apenas o mundo físico ou material.

A pesquisa quantitativa recorre a linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, relações entre variáveis, entre outras aplicações. Centrada na objetividade, foca na análise de dados brutos, adotando instrumentos padronizados e neutros na coleita dos dados.


PENSAMENTO QUANTITATIVO Reduzindo-se o fenômeno, precisamente, ao que não varia Prôver meios de mensurar, quantificar, matematizar A matematização de todo o real não é só o ideal de todo o conhecimento que se queira científico, como é também a garantia do rigor e da objetividade da ciência


O que é ... E o que parece ser ...


PESQUISA QUANTITATIVA


Toda pesquisa comeรงa com uma pergunta! (problema)


“É a pergunta (problema) que lhe norteará a melhor maneira de chegar a resposta.”


Problemas

Métodos Qualitativos

O que significa ser paciente oncológico?

Pesquisa Fenomenológica

Quais as crenças, tabus e mitos sobre doação de sangue?

Pesquisa Etnográfica

Qual a dinâmica do trabalho cotidiano Pesquisa Etnometodológica da equipe da emergência? Quais as representações sociais sobre transplante entre os pacientes?

Teoria das Representações Sociais

Como crianças com leucemia convivem com a doença?

História de Vida

Que estratégias educativas repercutem no cuidado de saúde?

Investigação-Ação

Que saberes sobre infecção são construídos/negociados entre mães e equipe de saúde?

Método Criativo Sensível Sociopoética


Problemas

Métodos Quantitativos

Qual a acurácia dos testes diagnósticos?

Pesquisa clínica de avaliaçào diagnóstica

Quais as anormalidades que caracterizam as doenças?

Pesquisa clínica diagnóstica transversal, ou estudo de caso, ou história natural da doença

Quais são os prognósticos?

Pesquisa Longitudinal de avaliação terapêutica.

Quais as estratégias de prevenção?

Pesquisa Profilática

Quais as estratégias de cura?

Pesquisa Terapêutica

Quais as causas da doença?

Pesquisa Etiológica

Qual a frequência da doença?

Pesquisa Descritiva Transversal

Qual a evolução da doença na população?

Pesquisa Epidemiológica Longitudinal


PESQUISA QUANTITATIVA

AMOSTRA definida a partir de uma população/universo com significância estatística


A escolha será com base em randomização e critérios cientificamente embasados de inclusão e exclusão


Coleta sistematizada e neutra de dados, muitas vezes exigindo o “mascaramento�


DADOS obtidos devem ser submetidos à análise estatística, expressando RESULTADOS, apresentados em gráficos e/ou tabelas


Seus resultados devem passar por uma DISCUSSÃO ! • • • • • •

As “grandes” contribuições obtidas; O resultado global e específico; Comparação com a literatura atual Avaliação de seus pontos fracos; Avaliação de seus pontos fortes; Atenção ao objetivo: futuros planos: sugestões e recomendações. • Feche com a “CONCLUSÃO”


A CONCLUSÃO RETOMA O PROBLEMA INICIAL E SUA RESPOSTA

A CONCLUSÃO DEVE RESPONDER DE FORMA DIRETA AO OBJETIVO GERAL, À PERGUNTA DO ESTUDO !


Entendendo os

Estudos QUANTITATIVOS


A grande maioria dos estudos na área biomédica são realizados através da abordagem QUANTITATIVA



PESQUISA QUANTITATIVA APLICADA A ATENÇÃO HOSPITALAR


FERRAMENTAS ESSENCIAIS






BIOESTATÍSTICA EPIDEMIOLOGIA


ABORDAGEM QUANTITATIVA

Desenho de Pesquisa SINONÍMIA “Modelos de estudos”, “Delineamentos de estudos”, “Delineamentos de pesquisas”, “Modelos de investigação científica”, “Modelos de planejamento”, “Modelos de delineamento”, “Delineamentos clínico-epidemiológicos”, “Desenhos de estudos”, “Desenhos metodológicos”, “Métodos epidemiológicos”, “Estratégias de pesquisa”, “Tipos de estudos” ou “Tipos de investigação”.


Desenhos de Estudos Quantitativos ABORDAGEM QUANTITATIVA Estudos Primários

Estudos Secundários (literatura integradora)

Geram informações originais

Buscam estabelecer conclusões à partir das informações geradas pelos estudos primários


“Os pesquisadores querem estudar o impacto na morbi-mortalidade cirúrgica antes e após a aplicação de um protocolo multimodal de condutas perioperatórias em um Hospital Universitário”


“Os pesquisadores querem determinar um conjunto de recomendações a serem aplicadas no período perioperatório de pacientes submetidos a cirurgia hepática, com base nos trabalhos metodologicamente mais bem desenhados da literatura dos últimos 10 anos”


ABORDAGEM QUANTITATIVA Estudos Primários

Descritivos Descrevem a caracterização de aspectos semiológicos, etiológicos, fisiopatológicos e epidemiológicos

Analíticos

Estudos Secundários (literatura integradora)


“Visando caracterizar os aspectos clínicos da DRGE os autores qurem investigar os principais sinais e sintomas apresentados por 124 pacientes com este diagnóstico, acompanhados no ambulatório de cirurgia geral do HUJM”


ABORDAGEM QUANTITATIVA Estudos Primários

Descritivos

Analíticos O investigador introduz um fator de exposição ou um novo recurso terapêutico, e avalia-o utilizando

TESTES ESTATÍTICOS

Estudos Secundários (literatura integradora)


“Os autores querem mensurar o tempo de internação hospitalar em pacientes que realizaram operações colorretais e foram realimentados com mais de 48h (grupo REALIMENTAÇÃO TARDIA) ou ≤48h (REALIMENTAÇÃO PRECOCE)


ABORDAGEM QUANTITATIVA Estudos Primários

Descritivos

Estudos Secundários (literatura integradora)

Analíticos

Intervencionais Observacionais (Experimentais) O pesquisador simplesmente observa o paciente, as características da doença ou transtorno, e sua evolução, sem intervir ou modificar qualquer aspecto que esteja estudando


“Os pesquisadores desejam investigar qual foi a taxa de sobrevida em 5 anos de pacientes portadores de câncer colorretal, de acordo com seu estadiamento na ocasião do diagnóstico”


ABORDAGEM QUANTITATIVA Estudos Secundários (literatura integradora)

Estudos Primários

Descritivos

Analíticos

Intervencionais Observacionais (Experimentais) O pesquisador não se limita à simples observação, mas interfere pela exclusão, inclusão ou modificação de um determinado fator


“Pretendemos estudar os efeitos da abreviação do jejum pré-operatório para 2h com uso de uma bebida com carboidratos na resistência periférica a insulina em pacientes do gênero feminino, submetidas a colecistectomia vídeo-laparoscópica”


DESCRITIVOS

Estudos Primários

Estudo ou relato de caso Estudo de incidência Estudo de prevalência

Observacionais

Corte transversal Caso-Controle Coorte

Intervencionais

Pesquisa Clínica (Ensaio, Trial) Experimental in vivo Experimental in vitro

ANALÍTICOS

Revisões

Estudos Secundários

Não-sistemáticas Sistemáticas Meta-análises

Consensos (guidelines) Análise de decisão Análise de custo-efetividade


ESTUDOS SECUNDร RIOS

favorรกvel ao experimento

favorรกvel ao controle


Fim da parte 1


ESTUDOS PRIMÁRIOS


ESTUDOS PRIMÁRIOS

Descritivos Analíticos • Observacionais • Intervencionais


Descritivos Estudo (ou Relato) de caso(s) Investigação de epidemia Estudo de prevalência (Inquérito epidemiológico)

Analíticos Corte transversal (observacional) Caso-Controle (observacional) Coorte (observacional) Ensaio Clínico (Experimental - Intervenção)


Objetivo dos Estudos Descritivos

• Determinar a magnitude do problema • Identificar distribuição do problema na população • Levantar hipóteses sobre etiologia


Objetivo dos Estudos Analíticos

• Identificar etiologia (Fatores de Risco) • Avaliar o Efeito de intervenções


OS ESTUDOS ANÁLITICOS SÃO DE MAIOR COMPLEXIDADE E, PORTANTO, ADQUIREM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS QUE OS DIFERENCIAM DETERMINANDO NOMENCLATURAS METODOLÓGICAS ESPECÍFICAS


ESTUDOS ANALÍTICOS PODEM SER CARACTERIZADOS EM RELAÇÃO AO

PERÍODO DE SEGUIMENTO


Descritivos Estudo de caso Investigação de epidemia Estudo de prevalência (Inquérito epidemiológico)

Analíticos Corte transversal (observacional) Caso-Controle (observacional) Coorte (observacional) Ensaio Clínico (Experimental - Intervenção)

Estudos transversais Estudos de Seguimento (longitudinais)


ESTUDO TRANSVERSAL PERÍODO OU LOCAL DE OBSERVAÇÃO

Expostos ao fator de risco

Não Expostos ao fator de risco

Desfecho (+) Desfecho (-)

Desfecho (+) Desfecho (-)


Esse modelo apresenta-se como uma fotografia ou corte instantâneo que se faz numa população por meio de uma amostragem, examinando-se nos integrantes da casuística ou amostra, a presença ou ausência da exposição e a presença ou ausência do efeito (ou doença)


ESTUDO TRANSVERSAL PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE PNEUMOLOGIA CLÍNICA DO HUJM

TABAGISTAS

Com Câncer (+) Sem Câncer (-)

NÃO TABAGISTAS

Com Câncer (+) Sem Câncer (-)


ESTUDO LONGITUDINAL Início do Seguimento Expostos ao fator de risco

Status Inicial

Fim do Seguimento Desfecho (+) Desfecho (-)

TEMPO Não Expostos ao fator de risco

Status Inicial

Desfecho (+) Desfecho (-)


ESTUDO LONGITUDINAL COORTE

Determina um ou mais grupos de risco e os acompanha ao longo do tempo para observar a ocorrência ou não de um desfecho


ESTUDOS ANALÍTICOS PODEM SER CARACTERIZADOS EM RELAÇÃO À

TEMPORALIDADE


PROSPECTIVO (estudo contemporâneo, prospectivo concorrente, concorrente)

Monta-se o estudo no presente, e o mesmo segue para o futuro.


ESTUDO LONGITUDINAL PROSPECTIVO Início do Seguimento: T0 (PRESENTE)

Expostos ao fator de risco

Status Inicial

Final do Seguimento: 2 ANOS (NO FUTURO) Desfecho (+) Desfecho (-)

TEMPO

Não Expostos ao fator de risco

Status Inicial

Desfecho (+) Desfecho (-)


RETROSPECTIVO (estudo histórico, prospectivo não concorrente, não concorrente, invertido)

Realiza-se o estudo a partir de registros do passado e segue-se adiante a partir daquele momento até um período pré-determinado



“Um pesquisador pretende determinar a incidência de câncer, para isso busca registros de militares que foram expostos às radiações ionizantes por explosões atômicas em 1952 e que foram seguidos em um Hospital de Veteranos a partir de 1955 até 1975”


Este estudo é realmente retrospectivo, ou se seria um estudo prospectivo ? Como um estudo científico pode ser “prospectivo dentro de um retrospectivo”?


PROSPECTIVO = CONCORRENTE O encaminhamento temporal da pesquisa e da doença (ou situação clínica) progridem concomitantemente

RETROSPECTIVO = NÃO CONCORRENTE Se inicia em algum ponto do passado e transcorre em seqüência temporal natural, mas a evolução dos fatos analisados e o desenvolvimento do estudo ocorrem, ou concorrem, em tempos diferentes.


Agora que já classificamos os Estudos Quantitativos Primários vamos às suas peculiaridades ...


Nosso foco aqui é que vocês conheçam o método de estudo. Maiores detalhes de cada modelo serão pormenorizados na disciplina de BIOESTAT-EPIDEMIOLOGIA


Tipos de Estudo

Corte Transversal


Tipo de Estudo: Corte-transversal

passado com risco, sem doenรงa sem risco, com doenรงa com risco, com doenรงa sem risco, sem doenรงa

presente

futuro


Tipos de Estudo CORTE TRANSVERSAL

? Passado ? Fator de Risco

? Presente ? Doentes

X Sadios


Tipos de Estudo CORTE TRANSVERSAL Doença

+

-

+

a

b

a+b

a / (a+b)

-

c

d

c+d

c / (c+d)

EXPOSIÇÃO

a+c

b+d a+b+c+d Razão de prevalência ou Odds Ratio


Tipos de Estudo Estudo de Prevalência

Roteiro* • Defina a relevância da pergunta a ser respondida • Formule com clareza as perguntas a serem respondidas • Descreva os procedimentos técnicos para avaliar o evento de interesse • Estabeleça os procedimentos de amostragem • Calcule o tamanho da amostra • Esclareça as questões éticas • Descreva as etapas para análise de dados Martelli (OPAS), 1997


Tipos de Estudo Estudo observacional

Caso-Controle


Tipo de Estudo: Caso-controle

passado

presente Grupos:

Risco Sem risco Risco Sem risco

Doentes (casos)

Sadios (controles)

futuro


Tipos de Estudo Caso-Controle

passado Fator de Risco

presente Doentes

X Sadios


Tipos de Estudo CASO-CONTROLE DOENÇA

+

-

+

a

b

a+b

a / (a+b)

-

c

d

c+d

c / (c+d)

EXPOSIÇÃO

a+c

b+d a+b+c+d


Tipos de Estudo Caso-Controle

Roteiro* • Definir a relevância da pergunta a ser respondida • Estabelecer a definição de caso e controle • Estabelecer os procedimentos de amostragem • Definir as variáveis de exposição e as variáveis de confusão potenciais que deverão ser controladas na análise • Calcular o tamanho da amostra • Descrever as etapas para análise de dados Souza (OPAS), 1997


Tipos de Estudo Estudo observacional

Estudo de Coorte


Tipo de Estudo: Coorte

passado

presente

futuro Desfecho

Grupos: Com fator de risco

Sem fator de risco

Sadios

Adoecem Sadios

Sadios

Adoecem Sadios


Tipos de Estudo Estudo observacional - Estudo de Coorte

presente Fator de Expostos Risco em X população Não expostos sadia

futuro Doentes / Sadios Sadios

X

Doentes / Sadios Sadios


Tipos de Estudo COORTE

+

Doença

-

+

a

b

a+b

-

c

d

c+d

EXPOSIÇÃO

a+c t0

b+d a+b+c+d t1


Tipos de Estudo COORTE Ca Pulmão Sim

Não

+

42

13

55

-

7

48

55

49

61

110

EXPOSIÇÃO

t0 Risco Relatívo (RR) =

t1 42 / 55 7 / 55

=

6,0


Tipos de Estudo Estudo de Coorte

Roteiro* • Definir com clareza a pergunta a ser respondida. • Estabelecer definição: expostos/não expostos. • Definir população de onde sairá a coorte. • Calcular o tamanho da amostra. • Elaborar instrumentos de coleta de informações. • Estabelecer métodos diagnósticos para identificar o evento.

Carneiro (OPAS), 1997


Tipos de Estudo Estudo de intervenção

Ensaio Clínico


“Qualquer investigação em seres humanos, objetivando descobrir ou verificar os efeitos de uma determinada intervenção, com o objetivo de averiguar sua segurança e/ou eficácia.” (EMEA, 1997)


Alguns termos em metodologia científica se aplicam comumente aos ensaios clínicos: CONTROLADO

São as pesquisas que envolvem o estudo de “grupo de casos” e um “grupo controle”


NÃO PODEMOS COMPARAR LARANJAS COM MAÇÃS !!!!

O grupo controle deve ter seus integrantes o mais semelhantes possível daqueles do grupo de casos (experimental). Diferem apenas pelo fato que o primeiro vai receber o placebo ou o tratamento já consagrado, e o segundo o novo tratamento proposto


Alguns termos em metodologia científica se aplicam comumente aos ensaios clínicos: ALEATORIZADO ou RANDOMIZADO

Após o estabelecimento dos fatores de inclusão e exclusão, os integrantes de todos os grupos amostrais da pesquisa (controle e experimentais) serão sorteados para pertencerem a um dos grupos, e sem propiciar nenhuma possibilidade de previsão da alocação.


O objetivo da aleatorização consiste em evitar vieses, propiciando a comparabilidade entre os grupos amostrais para poderem ser submetidos à análise estatística


ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO RANDOMIZADO (randomized clinical trial - RCT) ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO CRUZADO (crossover clinical trial ) randomização

controle

experimento

Pausa Temporal (washout period)

controle

experimento


Alguns termos em metodologia científica se aplicam comumente aos ensaios clínicos: MASCARAMENTO (ocultação ou bliding)

Refere-se aos pesquisadores integrantes da equipe de investigação, assim como todos os pacientes envolvidos, saberem ou não a que grupo pertence cada indivíduo da casuística, ou seja, se ao grupo controle ou ao(s) grupo(s) experimental(is)


Estudo onde não há mascaramento

CEGO: os sujeitos envolvidos na pesquisa não sabem se pertencem ao grupo de experimento ou ao controle

DUPLA CEGO: tanto a equipe de investigação quanto os sujeitos da pesquisa não sabem qual foi a intervenção atribuída a cada grupo (experimento e controles) TRIPLO CEGO: a equipe de investigação os sujeitos da pesquisa e os responsáveis pela análise estatística não sabem qual foi a intervenção atribuída a cada grupo (experimento e controles) QUADRUPLO CEGO: além de todos os outros, o pesquisador que escreve os resultados e a discussão não sabe qual foi a intervenção atribuída a cada grupo. Somente depois de escrito o artigo, as identidades dos grupos serão reveladas, e o artigo será editado para sua versão final


Alguns termos em metodologia científica se aplicam comumente aos ensaios clínicos: CENTRO ÚNICO Os integrantes da pesquisa pertencem a apenas uma instituição de pesquisa, universitária ou não MULTICÊNTRICO Estudo cooperativo entre diversas instituições. Permite a obtenção de casuísticas maiores (megatrials). Exigem uma elaboração mais complexa quanto a protocolos, assim como treinamento e integração das equipes.


Tipo de Estudo: Ensaio clínico (Ex.: teste de vacinas)

passado Grupos: Intervenção Sadios (vacina)

Sem a intervenção Sadios

presente

futuro Desfecho

Adoecem Protegidos Adoecem Protegidos


Tipos de Estudo Estudo de intervenção – Ensaio clínico

presente População com mesma característica

futuro

Trat. A

Curados / Sadios Doentes

Trat. B

Curados / Doentes Sadios

X

X


Tipos de Estudo Ensaio clínico

+

Desfecho

-

A

a

b

a+b

a / (a+b)

B

c

d

c+d

c / (c+d)

INTERVENÇÃO

a+c t0

b+d a+b+c+d t1


Tipos de Estudo Ensaio clínico (Uso de espirolactona X placebo em insuf. cardíaca grave)

sobrevivência Sim

Não

+

538

284

822

538 / 822

-

455

386

841

455 / 841

49

61

110

espirolactona

t0

t1

Razão de incidência ou RR =

538 / 822 455 / 841

=

1,2



TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

EXEMPLO 1 1. Um pesquisador quer conhecer a importância da Doença de Chagas em uma região rural de onde parecem vir muitos casos procurando o seu hospital na capital. 2. Não há estudos prévios avaliando a população desta região.


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

CONHECIMENTO PRÉVIO: • Doença de Chagas é doença crônica, muitas vezes assintomática. • Sua importância é a possibilidade de desenvolver doença cardíaca e morte súbita no futuro. • Para saber quem já foi infectado basta pesquisar anticorpos contra o Trypanossoma cruzi no sangue


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado Ou um ESTUDO DESCRITIVO (estudo de prevalência ou “inquérito epidemiológico”)


CONSIDERANDO QUE OS ESTUDOS DE PREVALÊNCIA, ASSIM COMO AS INVESTIGAÇÃO DE EPIDEMIA SÃO ESTUDOS DESCRITIVOS QUE RETRATAM UMA REALIDADE LOCAL EM UM MOMENTO ESPECÍFICO (TEMPO), O QUE OS DIFERE EM RELAÇÃO AOS ESTUDOS CLÁSSICOS DO TIPO CORTE TRANSVERSAL ?



TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Resultado da prevalência de infecção pelo T. cruzi em crianças em um estudo tipo cortetransversal: N = 1990 crianças Positivas = 158 (7,9%) Negativas = 1832 (92,1%) Prevalência = 8% (IC95% 6,8-9,2%) RR = ??? OR = 3,7 (IC95% 1,22-59,2%)


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

EXEMPLO 2 1. Tétano é doença de importância mundial, com letalidade de 6% a 60%. 2. Ainda é controverso qual a melhor via de aplicação da imunoglobulina anti-tetânica. 3. Pesquisador está interessado em comparar a via clássica (intramuscular) com uma via alternativa (intratecal). 4. A via intratecal nunca foi usada no serviço do pesquisador.


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

EXEMPLO 2 3. Para calcular tamanho da amostra, pesquisador considerou com desfecho a evolução da doença. 4. Decidiu acompanhar cada caso enquanto perdurasse a internação


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Randomised controlled trial of tetanus treatment with antitetanus immunoglobulin by intrathecal or intramuscular route (Miranda Filho et al. Br Med J 2004)

N = 120 pacientes foram randomizados em: Grupo Controle (IM) = 18% duração sintomas ≤ 10dias Grupo de Estudo = 55% duração sintomas ≤10dias p=0,0001


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

EXEMPLO 3 1. Herpes Zoster aparece freqüentemente em indivíduos com imunossupressão e em idosos. 2. Ainda é controverso se existem outros fatores predisponentes. 3. Muitos pacientes referem trauma no local onde do zoster antecedendo sua erupção.


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

EXEMPLO 3 4. Autor estรก interessado em saber se trauma local pode preceder o surgimento do zoster em determinado local. 5. Pesquisador trabalha em hospital que recebe muitos casos de herpes zoster ambulatorialmente.


TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Case-control study of the effect of mechanical trauma on the risk of herpes zoster (Thomas et al, Br Med J 2004) N = 243 casos e 483 controles pareados por idade, gênero e clínica. Trauma no mesmo local do rash no último mês: Grupo casos = 11 / 232 (4,5%) Grupo controle = 3 / 480 (0,6%) OR = 12,1


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

EXEMPLO 4 1. Epidemiologistas queriam saber a relação entre atividade física e risco de doença coronariana . 2. Tinham acesso a estivadores do cais do porto e podiam categorizar a carga de atividade física diária de cada um.


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

EXEMPLO 4 4. Para ter certeza da exatidão dos fatores e da atividade física, estipularam medidas de melhor precisão para diagnosticar diabetes, hipertensão arterial. 5. Havia condições de acompanhar os casos por um longo período de tempo


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Que tipo de estudo deve ser feito? Corte Transversal Caso-Controle Coorte Ensaio controlado e randomizado


TIPOS DE ESTUDOS QUANTITATIVOS

Work activity and coronary heart mortality (Paffenbarger and Hale, N Eng J Med 1975) NĂ­vel de atividade

Mortalidade por coronariopatia (por 10.000 homens-ano)

Alto Moderado Baixo

26,9 46,3 49,0


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