O Vale do Neiva - Edição Setembro 2019

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Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Setembro 2019 | Mensal · Nº65· Gratuito · Versão digital

Neves

Auto da Floripes: A força da tradição P. 2

Durrães e Tregosa

Romaria em Honra de Nossa Sra. das Neves P. 4e5

Grupo Modilhas do Neiva Faz girar a Mó P. 7

Barcelos

SOPRO e Amigos da Montanha equipam Sala de Aula em Moçambique P. 8e9

Arredas Folk Fest Três dias de Concertos P. 6 PUB.

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Opinião

Locomotiva da CP com o número 357 P. 16e17 Sugestão ao leitor t. 963 316 769 · 966 334 363

O SEXO E A CIDADE P. 18e19


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Neves

Auto da Floripes: A força da tradição! As gentes das três freguesias uniram-se para, mais uma vez, a 5 do mês de agosto, no acolhedor Largo das Neves, cumprirem a preceito a grande tradição! Há um património que trespassa gerações, congrega três comunidades e identifica uma Terra: o Auto da Floripes. Acompanhada pela Banda Velha de Barroselas, os 25 comediantes subiram a palco para honrar a história e a tradição. Transformados em guerreiros cristãos e turcos, os comediantes prestaram tributo à Senhora das Neves e cumpriram a tradição. Depois de desafios, lutas, cercos, prisões, embaixadas, amores e traições, o final da história já o sabemos: os cristãos vencem! Contudo, os valorosos comediantes não descem do palco sem an-

tes dançarem a contradança e cantarem as loas à Senhora das Neves; isto para que tudo termine em paz e alegria e com as palmas das gentes da nossa Terra. O Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto agradece à Comissão de Festas da Senhora das Neves toda a colaboração e confiança ao longo destes dois anos. Um agradecimento, também, às autarquias locais, ao Teatro Noroeste – CDV, ao Vítor Lima e ao David Costa. O nosso grande obrigado aos comediantes de hoje e aos do passado por perpetuarem com brio e alegria esta riqueza da cultura, do património e do teatro popular, como é o caso do Auto da Floripes das Neves.

Ficha técnica | Diretor: Tiago Lima Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares Colaboradores: Alcino Pereira · Cristiana Félix · Adriano Jordão Design e Paginação: Inês Guia Contacto redação: Avenida S.Paulo da Cruz, Apartado 20 - Barroselas · redajornalvaledoneiva@gmail.com Periodicidade: Mensal Formato: Digital Distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.


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Avelino Liquito homenageado como comediante O comediante Avelino Liquido, conhecido carinhosamente por “Parteira”, foi merecidamente homenageado em palco, no dia 5 de agosto, no final da representação do Auto da Floripes, por todos comediantes. Depois de mais de 50 anos ininterruptos no Auto da Floripes, o comediante, por razões de saúde, decidiu, após a representação de 2018, dar o lugar aos mais novos. Substituído pelo jovem Telmo Lima Costa, o 5 de agosto foi um dia difícil e emotivo, mas, ao mesmo

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tempo, de sentimento de dever cumprido. Na verdade, se não lhe foi fácil deixar o Auto da Floripes, pois foram mais de 50 anos de dedicação, fica-lhe merecidamente o consolo e a dignidade do importante contributo prestado à comunidade e ao Auto da Floripes. Quando representou pela primeira vez o Auto da Floripes, dos atuais comediantes, apenas o Joaquim Frutuoso tinha nascido… Falamos de longevidade, mas também de renovação! Figura mais que assídua no

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Largo das Neves, festeiro e parte integrante dos compassos pascais durante vários anos e funcionário numa empresa local, poucos são os que não conhecem o “Parteira”. Em palco, tinha carisma. Era-lhe reconhecida a longevidade, o empenho e a garra, bem como, entre os seus pares, a grande paixão pelo Auto da Floripes. Com o seu inconfundível e farfalhudo bigode, não abdicava, na hora de se vestir para a representação, da sua faixa cor-de-rosa. Ai se a mesma não apareces-

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se… Aliás, fez questão de se apresentar no local dos cristãos para “ensinar” o seu herdeiro a colocá-la devidamente. Emocionado, aproveitou ainda para consciencializar o “novo” Roldão sobre a responsabilidade e a honra de desempenhar o novo papel: “Não te enganes! O teu papel é muito importante!” Estamos todos muito gratos pelo enorme contributo prestado ao Auto da Floripes e à comunidade! Muito obrigado Sr. Avelino Liquito. .


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Romaria em Honra de Nossa Sra. das Neves Nos dias 27 de Julho a 4 de agosto de 2019 aconteceram as festividades em Honra de Nossa Sra. das Neves, aqui no Vale

do Neiva, Alto Minho. As festas iniciam com a Novena preparatória, com celebração da Eucaristia, precedida da reza do

terço, cerimónias realizadas pelos Párocos das três Freguesias, Barroselas, Vila de Punhe e Mujães e tem sido assim ao

longo dos tempos. O ponto alto das festas é sem dúvida a Majestosa Procissão, com os seus andores ornamentados com


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flores naturais e artificiais, que recorde-se no passado eram todos de flores artificiais. As mordomas e mordomos são os responsáveis por todos os andores, honrando assim os Santos e Santas venerados por muitos

devotos. As Autoridades Eclesiásticas e Civis participaram na Majestosa Procissão, o Coro das Virgens com as suas vozes e cânticos enalteceram Nossa Sra. das Neves. A população residente e os nossos imigrantes

não deixaram de marcar presença nos vários dias de festa, onde aconteceram atividades para todos os gostos, destacando o multissecular “Auto da Floripes”. Está pois de Parabéns a Comissão de Festas que termi-

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nou os seus dois anos de mandato, com muita dedicação. A Redação


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Durrães e Tregosa

Arredas Folk Fest Três dias de Concertos Tregosa, conviveu durante três dias (29-30 e 31) de Agosto, com um ambiente de festa, alegria popular e música. Este evento, consegue atrair pessoas das mais variadíssimas localidades, graças à qualidade alcançada como também, à sua localização. Durante três dias, foram muitos os forasteiros que, nos visitaram e, foram embora, com a esperança de para o ano voltarem. Membros da Autarquia local e Câmara de Barcelos, estiveram presentes, com o objetivo de se aperceberem da dimensão já alcançada deste Festival e, garantir continuidade, prestando o devido apoio. A organização, toda ela é jovem e, com capacidade para Organizar eventos desta natureza. A Gastronomia também esteve patente com variadíssimos acepipes, regados com o bom vinho e, acompanhada por boa música. Nada faltava na Praça da Restauração ou nos Standes contíguos, oferecendo ambos, a

possibilidade de saborear grande parte das iguarias locais ou da região. O artesanato local, os jogos tradicionais, a pintura de mural, a canoagem e a exposição, também animaram o recinto,

oferecendo oportunidades de conhecimento, divulgação e, participação. São duas as particularidades deste Festival:Ser gratuita a entrada, bem como o campismo e banhos . O jornal “O Vale do Neiva” es-

teve presente e, faz votos, para que este brilhante festival continue a divulgar a nossa terra . Parabéns à Organização por mais um sensacional espetáculo. Até ao ano.


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Grupo Modilhas do Neiva Faz girar a Mó A Secção do Grupo Modilhas, participou no Programa de Animação na Mostra de Artesanato de Barcelos de dois mil e dezanove. Desta vez, a atuação, foi em palco colocado no Parque da cidade. A atuação realizada a 04 de agosto, agradou à assistência que, em bom número, assistiu e aplaudiu o desempenho dos Grupos intervenientes. Muito povo a percorrer os vários standes que, expunham as artes e os ofícios tradicionais. Também, este evento, evoca as tradições musicais e folclóricas do concelho de Barcelos e do Minho em geral. No final da atuação, a Câmara de Barcelos gratificou o nosso esforço com uma boroa, um presunto e várias bebidas (Vinho e sumos). Foi um dia espetacular que serviu para conversar de variados temas criando um clima saudável entre todos os elementos. Também no dia catorze de agosto o grupo marcou presença com o nº 112 no Cortejo em Viana do castelo. O tema que serviu para representação

tratou-se da ida para as vindimas. Eramos cinco homens e sete mulheres trajados com roupas de trabalho. Os homens carregavam com duas escadas e um cavalete de três pés. As senhoras levavam uma cesta e respetiva tesoura para corte do cacho. O quadro foi conseguido

com rigor e desempenho por parte dos participantes. A Mó mais uma vez esteve à altura ao caprichar nos artefactos utilizados. Como informação, os dois cavaletes de três pernas que fizeram parte no Cortejo foram objeto de múltiplas perguntas por parte da assistên-

cia. Assim sendo um elemento do grupo durante o trajeto subia o cavalete e exemplificava a sua função publicamente. Foi agradável participar no Cortejo Etnográfico em Viana do castelo. José Miranda


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Barcelos

SOPRO e Amigos da Montanha equipam Sala de Aula em Moçambique A SOPRO, com o apoio dos Amigos da Montanha, equipou com carteiras uma sala de aula em Moçambique, na Missão de São Francisco de Assis em Mangunde, uma das Missões de ESMABAMA, na Província de Sofala. Esta ação só foi possível graças aos 2000€ doados pelos Amigos da Montanha na Meia Maratona de Barcelos a favor da campanha “Juntos pela Beira”. Os fundos doados pelos Amigos da Montanha, foram revertidos na totalidade para esta sala de aula com capacidade para 50 alunos sentados. A SOPRO continua a angariar fundos para este projeto “Quero a minha Escola de Volta”, que é resultado do trabalho da voluntária Mafalda Pinto, que está a trabalhar em conjunto com a


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SOPRO em Moçambique, para equipar as salas de aulas com carteiras, com capacidade para 2 pessoas sentadas.

O objetivo é equipar as salas de aulas das Missões de Machanga (40 carteiras), Estaquinha (112 carteiras) e Barada (500 carteiras), todas missões de

ESMABAMA. A missão de Barada foi a mais afetada pelo Ciclone Idai, ficou completamente destruída e são necessárias apenas para aqui 500 carteiras

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para as salas de aulas, para que crianças e adultos possam voltar à escola e possam aprender a ler e escrever.


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Religião

Extratos da vida da Irmã Maria da Conceição Pinto da Rocha (nº. 32) Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

Inicio o artigo, dizendo que o Arcebispo de Braga, D. António Bento Martins Júnior, no livro “Semente Escondida”, fala da dificul-

dade em concretizar o sonho que Maria da Conceição teve em “…fundar uma Obra (…) que ela dizia e sentia que Deus queria. Mas o Senhor, nos seus desígnios insoldáveis, vai provar que, quando Ele quer e o homem se deixa conduzir pela sua vontade, a Obra nasce”.

O Senhor Bispo tinha razão. A Obra, - depois da sua morte -, com perseverança foi criada para fins - como desejava - “Espirituais”. Obra obtida, creio que se ganhou em tempo e em amplitude, na conversão dos pecadores. Também, é sabido que, as suas discípulas com a graça de Deus estão em-


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total (…) olhava para a Espiritualidade como uma arte integral do ser” sempre de acordo com a causa de Deus. Também sabia, das múltiplas dificuldades em que deparava para estabelecer valores Espirituais. Todavia, fazia-o com muito amor, vencendo sempre todas as vicissitudes e adversidades. Na pág. 34 diz ainda José Tolentino Mendonça que “Um crente com a densidade de Dietrich Bonhoeffer escreveu”: “Ser Cristão não significa ser Religioso de uma certa maneira, converter-se numa determinada classe de pessoa por um método determinado (um pecador, um penitente, um santo) mas significa ser pessoa; não um «tipo de pessoa», mas o ser humano que Cristo cria em nós”. Estimado leitor, com eloquente segurança, certifico que o atrás referido, se cruza na perfeição com Maria da Conceição. Ela, literalmente era, “…o ser humano que Cristo criou nela”, era uma convicta religiosa que lutava ininterruptamente na conversão dos pecadores. Diremos que, a sua dedicação, e sobretudo o seu profundo amor em Cristo, originou uma perpétua aliança com Deus, e, como Deus, ama, vela, e adora a humanidade. Maria da Conceição também provou, ser uma devota, e amorosa “mãe” de toda a humanidade. Será agora, o momento da decisão? De meditar sobre o passado da Devota Maria da Conceição? Do sentir e olhar – porque se pensou - diferente para a “Serva de Deus” Maria da Conceição? Creio ser espectável, que Deus, permitirá que a “Serva de Deus ocupe um lugar modesto, como ela sempre foi, nos altares da Casa de Deus. Finalizo com um pensamento: - “O fim do Instituto é viver, com Jesus Sacerdote e Vítima, orando, expiando e evangelizando”. PUB.

Fotografia do Museu do Instituto

penhadas a contribuir de forma silenciosa mas convincente no chamamento ao amor a Deus. Dir-se-á, que, em uníssono, laboram “a todo o vapor” na manutenção dos crentes em Deus, e na conversão de almas desavindas. Dir-se-á: os ideais preceitos de Maria da Conceição estão consumados. Na página 33, do livro de José Tolentino Mendonça, “A Mística do Instante”, diz que “Precisamos olhar para a espiritualidade como uma arte integral de ser. Obser-

vamos muitas vezes em nós próprios um analfabetismo perante as expressões fundamentais da vida”. Com relevância, alerta também que nos falta “não apenas mestres da vida interior, mas simplesmente da vida, de uma vida total, de uma existência digna de ser vivida”. Aí está, mais uma vez o atrás referido se entrelaça plenamente com Maria da Conceição, dado que, ela, era uma convicta “mestre da vida interior (…) e de uma vida

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Desporto Regional

Dois esgrimistas de Viana são números 1 nacionais Carolina Oliveira, no escalão sénior e João Martins, no escalão Infantil, terminaram a época como números 1 dos respectivos Rankings Nacionais. Carolina Oliveira, a nível nacional, dominou o escalão sénior, tendo a nível internacional participado em várias provas do Circuito Mundial pontuáveis para o Apuramento Olímpico que termina em Abril de 2020.

O domínio da esgrimista de Viana permitiu-lhe terminar a época 2018/2019 como a número 1 do Ranking Nacional Sénior.

escalão Infantil, vencendo todas as provas do respectivo Circuito Nacional e terminando a época como número 1.

A Vianense vai iniciar em Setembro a nova época desportiva, priorizando a participação internacional, mas participando também nas competições nacionais mais importantes.

Na próxima época desportiva, João Martins vai disputar o Circuito Nacional de Iniciados, estando prevista a sua participação em algumas competições internacionais.

João Martins foi o grande dominador no

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Agenda do mĂŞs (Viana do Castelo)

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Agenda do mĂŞs (Barcelos)

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Agenda do mĂŞs (Ponte de Lima)

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Opinião

Locomotiva da CP com o número 357 Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

É uma locomotiva a vapor, de via larga com bitola 1668 mm. Foi construída no ano de 1911, para a Companhia dos Cami-

nhos de Ferro Portugueses, e destinada a prestar serviço no Minho e Douro (MD). Foram adquiridas 15 unidades desta série, numeradas de CP 351 a CP 365. Construtor – Henschel & Sohn,

- Alemanha O esforço de tração desta unidade é de 8974 Kg. A sua tara é uma locomotiva de 113.900 Kg, incluindo o tender. A sua capacidade de armaze-

namento são 20.000 litros de água e 6.000 Kg de carvão, ou 10.170 litros de óleo combustível. Esta série de locomotivas foram adquiridas entre 1911 e 1913. A sua aquisição, deveu-se a uma necessidade de renovação do parque de locomotivas destinadas a prestar serviço de passageiros. São locomotivas Compound de quatro cilindros, de sistema Du Bousquet-De Glehn e vapor sobreaquecido, as quais permitem atingir e manter velocidades elevadas durante longos percursos, semelhante à série CP 301 a 305 de 1906, mas equipada com aparelhos de sobreaquecimento do vapor, que aumentam a potência de tração e economia de carvão e água. Esta série rapidamente assumiu o exclusivo do serviço de rápidos da linha do Norte. Afetas ao Depósito de Campolide, destacaram-se ao serviço de comboios emblemáticos e de prestígio como os rápidos do Porto, o rápido de Madrid e o Sud-Express, revelando-se como uma das locomotivas a vapor mais velozes a circular em Portugal. Na década de quarenta sofreram modificações na conversão para óleo combustível, instalação de escapes Kylchap e na introdução em algumas unidades de sobreaquece dores do tipo A.C.F.I.(C 357) e do tipo Worthington. A partir de 1955 foram colocadas no Depósito do Entroncamento, no serviço de ónibus na linha do Norte, na linha de Leste e na linha da Beira Baixa. Esta série passou ainda pelo Depósito de Coimbra-B e Pampilhosa e Barreiro, embora a maioria continuasse a traba-


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lhar no Centro. Na década de 60, com a introdução na linha das máquinas diesel, a evolução da eletrificação na linha do Norte, os seus serviços foram partilhados com outras séries de locomotivas, ditando progressivamente a sua retirada”. é de sistema Mallet. Esta série – de 10 unidades prestou inicialmente serviços nas linhas do Corgo e Tâmega, passou ainda pela linha do Sabor. Na década de 70 do século passado, com a chegada das locomotivas diesel, foram sendo transferidas para as linhas do Tua e Tâmega. A locomotiva CP E163, juntamente com a CP E162 e CP E165 permaneceram ativas na linha do Tâmega, na tração de comboios sazonais para as festas de São Gonçalo de Amarante, entre outros serviços, até meados dos anos 80. Ao longo dos tempos sofreram alterações como é o caso das caixas de areia junto à cúpula do vapor, instaladas antes de 1947. No ano de 1974, recebeu a numeração UIC 3-069161 a 170. P. S. – Fotografia e dados sobre a locomotiva obtidos através do Museu Ferroviário do Entroncamento.

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Sugestão ao leitor

O SEXO E A CIDADE Esta dicotomia entre o "Sexo\Cidade", esta objectivamente implícita na interacção entre essas duas palavras, designadamente na sua efervescência de densidade populacional, com um maior acervo da conjugação dessas emissões hormonais, oriundos muitas vezes da convivência e pulsar da vida na sociedade, que patenteiam essa disposicao sexual, de forma mais acentuada e mais vincada, com os estímulos visuais, a sensualidade, o charme, as necessidades fisiológicas, o relacionamento frutuoso, a excitação, a catapultarem no coito sexual, entre dois seres que se atraem mutuamente, podendo se concretizar baseando se num conhecimento prévio, já devidamente consignado e alicerçado, ou derivado de uma súbita atracção de circunstância, que pode indagar num namoro profícuo, ou simplesmente o acto sexual, nao passar de uma actividade lúdica de cariz efémero. A sétima arte, tem esmiuçado de forma inequívoca, todos os aspectos intrínsecos associados à vertente do desejo sexual, que são emanados das derivas temporais, sensoriais, hormonais, como tambem intensificadas pelo o desgaste da vida rotineira, em que pode desenfrear a actividade sexual, sem estar nutrido de amor e de paixão, consubstanciado numa cópula, originado por um devaneio momentâneo e um tropismo lascivo, muito proprio da exacerbaria do desejo carnal, sentindo se muito essa forma de estar, nas cidades mais cosmopolitas, que normalmente estão dotadas de uma envergadura de grande alcance, económico e social, constituídas em grandes centros urbanos, e que tem propensão para este tipo de relacionamento esporádico e de âmbito sexual, porque muitas pessoas, nomeadamente as mais jovens, vivem imbuídas num stress, muito próprio das grandes cidades, como também por existir uma maior diversificação de entretenimento noturno, com uma panóplia de bares, cafés e discotecas, coadjuvado por transportes públicos, que circulam toda à noite, deslocando se com grande facilidade, de um lado para outro, permitindo ao interessado, poder assediar variadíssimas pessoas, seja ou não do sexo oposto, outra situação em que é saliente, este lado conspecto desta conduta, pode ser encontrado nos locais mais miseráveis das cidades, por exemplo numa fabela, bairros de lata, em que grassa o las-

tro da pobreza lastimável e a exclusão social, em que os contentores ou apartamentos estão lotadas de gente, gerando estas relações avulsas e inconsequentes de índole sexual, muito sintomáticos das deficientes condições de vida, que geram esta conspurcação e mutação sexual constante, mas apesar de ser mais notório, a atribuição desta faceta em determinados contextos sociais, na realidade existe imensa gente, que por vários motivos, não deseja efectivamente ter um relacionamento sério, ou não tem propriedade heterogênea, para consolidar numa junção profícua ou salutar, e portanto prefere divagar em encontros ocasionais, para desbaratar o seu desejo carnal, claro que em meios mais pequenos, como em aldeias, vilas, esta disposição estéril, de evitar uma anuência ao amor, à paixão, pode potenciar a solidão e até claudicar numa patologia de cariz depressiva. O facto do cinema, incutir enredos com histórias que visa perscrustrar este lado mais pernicioso e ténue do âmbito sexual, em que esboça lacónicamente a superioridade do estereótipo do ser belo, omnipotente e atraente, em detrimento do menos dotado, em termos de fisionomia ou envergadura física, a verdade é que o cinema proporciona finais felizes, dirimindo ou atenuado esta percepção preconceituosa, confeccionando relacionamentos amorosos, oriundos ou não, da expressão unívoca de índole sexual, ao qual recomendo

Feios, Porcos e Maus de 1976

alguns filmes, em que a pertinência envolvente, ao sexo, assume se como prodigiosa. Feios, Porcos e Maus de 1976- é um filme Italiano, de género drama\comédia, dirigida de forma suprema por Ettora Scola, que com esta história satiriza a pobreza extrema, dos bairros de lata, designadamente numa Fabela de Roma, em que uma família numerosa, vive acantonada e encolhida, numa barraca miserável, rodeados de depósitos do lixo, dos arranhas - céus que o cercam. O enredo do filme, gira à volta da personagem Glacinto que é o patriarca da família, que dorme com uma arma, junto a ele, para proteger o seu quinhão, um milhão de liras, que recebeu de indemnização, pela a perca do seu olho, escondendo esse maço de notas, nos diversos lugares recônditos da barraca, com receio da cobiça familiar. Contudo é latente, na semântica narrativa, a facilidade com que os seus familiares, vizinhos, e Glacinto, aderem a um vernáculo de índole sexual, indolente e lascivo, em que está implícito, o bacanal e a orgia, aleatória e momentânea. Porém a acção do filme, entra numa fase decisiva, quando Glacinto leva para a sua barraca decrépita, uma inefável e gorda prostituta, para viver com ele, gerando uma crispação e azedume fatal, na sua mulher, que vai induzir na sua família, uma insurreição generalizada contra Glacinto, que juntos vão conspirar, para o tentar matar.


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promovendo o cariz de gigolo proeminente de Fioravante, com intuito de satisfazer as necessidades mais prementes, divagantes e transcendentes, do desejo carnal e indomável da mulher. Tudo corre bem, até que o contacto de uma cliente judia chamada Avigal, a solitária viúva de um rabino, vai mexer com os sentimentos mais profundos de Fioravante, além dos problemas decorrentes e insanáveis, que vão surgir com a comunidade judaica, devido a este relacionamento esporádico e efémero, de âmbito sexual.

O Sexo e a Cidade de 2008

O Sexo e a Cidade de 2008- é um filme norte americano, que emergiu e que é baseado nas incidências da série "Sex and City", que alcançou notoriedade e projecção, com as suas 6 temporadas, uma série que no seu âmbito, invoca uma amizade sue generis e paradigmática de quatro mulheres solteiras, na faixa dos 30 anos, bem sucedidas, da alta sociedade de Nova Iorque, que se juntam numa amizade salutar e profícua, em que os aspectos adjacentes à intimidade, ao desígnio de índole sexual e os seus relacionamentos titubeantes, são significativamente relevantes, para a manutenção do elo de ligação, entre ambas, em que estes assuntos de natureza concubita, estão sempre na ordem do dia, sendo que no filme, trespassa para a narrativa as mesmas personagens, num cenário semelhante, já com relacionamentos amorosos mais consolidados, mas que propiciam outro género de estigmas, de âmbito sexual e nas ligações afectivas. Sou Sexy, eu sei! de 2018- é um filme Norte Americano, do género de comédia romântica, que conta a história de uma mulher chamada Renee, na casa dos 30, que aparenta ser frustrada e com uma notória e visível falta de confiança, que é mais saliente quando o tema incide sobre a sua aparência, que não é compatível com a sensualidade e o charme, num fatídico e paradoxal dia, Renee, tem uma queda, motivada pelo um exercício físico, mais puxado, numa aula de bicicleta, batendo com a cabeça, no chão, apesar do impacto, não se denota ter sofrido mazelas consideráveis, só que nesse ínterim, Renee, subitamente ganha um novo impulso e um nova predisposição mental, mais optimista, acerca da sua fisionomia, achando se mais bonita e atraente, que outrora, após ter olhado para o espelho,

depois da providencial queda. A partir desse momento paradigmático, assumindo se como uma mulher de performance sexy, aumentado consideravelmente os seus níveis cognitivos, a propulsão irreverente, sentido se mais determinada, com uma fé inabalável na sua beleza, sendo exactamente a mesma pessoa, só faltava o Click necessário e elementar, para por cobro ao seu descrédito erosivo, com a vida a partir desse momento, gradualmente começa a correr melhor, graças à sua atitude e confiança exacerbada, claro mantendo o filme, um registo hilariante, muito apropriado ao enredo do mesmo. Quase Gigolô de 2013- é um filme Norte americano, que relata a história de dois amigos, comerciantes de livros, que estão numa situação económica periclitante, mas quando um deles Murray, é informado pela a sua dermatologista, que esta procura de um homem, para uma inusitada relação sexual, conceptualmente denominada por "ménage à trois", Murray vê no seu amigo Fioravante, num potencial candidato, para essa intervenção belicosa, devido ao seu estilo intrínseco de macho latino, virilidade e elegância física, perante essa sugestão, Fioravante demonstra uma relutância inicial, mas acaba por aceitar, prestando este serviço à Doutora Parker, sendo bem sucedido na copulação com a Doutora Parker, que traiu pela a primeira vez o seu marido, com a sua carência afectiva ao vir ao de cima, já um pouco esgotada de o marasmo e o tédio, que se tornou o seu casamento. O sucesso deste encontro sexual, entre ambos, faz publicidade, entre as amigas, com repercussões favoráveis a Fioravante, sendo em que face dessa aquiescencia, os dois amigos resolvem se juntar numa coligação comercial,

Sexo sem compromisso de 2011- é um filme de Norte Americano, com evidências estereótipadas de uma comédia romântica, mas que nas entrelinhas confere uma visão, residual e minimalista, sobre a proeminência e a tangibilidade das relações sexuais, em que dois jovens aderem a essa concepção, fazendo regularmente sexo, mantendo as coisas puramente no plano físico, sem assumirem um compromisso efectivo, tratando o sexo, mais no sentido, carnal, animal ou libidinoso. Escolhendo o enredo, duas personagens que são amigos de longa data, que não se viam a algum tempo, Emma uma jovem médica e por outro lado Adam, um jovem que perdeu a sua namorada, de forma surreal para o seu Pai, que é um homem extravagante e eloquente, no seu estilo de vida, ambos Emma e Adam, iniciam graças a uma atracção imediata, começam esse relacionamento de índole sexual, recusando liminarmente, a hipótese de um laço de maior afectividade, talvez porque ainda serem uns jovens adultos, terem ainda algum tempo pela a frente, para se conjugarem numa ligação mais cúmplice, como também casos de relacionamento frustrados do passado, ainda estão recalcados na sua memória, não permite a eles uma acepção, mais favorável a um entendimento amoroso, apesar da existência, dessas barreiras, essa percepção vai se dissipando de forma gradual, com o passar do tempo e geradas pelas as vicissitudes de congruência, entre ambos, com a possibilidade de se concretizar, num relacionamento mais sólido e robusto. O coito sexual e o desejo carnal, é uma condição sine qua none, para a procriação e renovação das gerações, o cinema tenta mostrar as várias facetas e distensões, associadas à complexidade deste tema, que se reveste de importância unívoca, para a felicidade do ser humano, os exemplos que ilustrei, são sintomáticos da diversidade, de dinâmicas e de concepções interpretativas, que este tema comporta. Alcino Pereira


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Necrologia

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Belezas do Rio Neiva

Culinária

Bolo pudim de chocolate Ingredientes: Para o Bolo 5 colheres sopa) de caramelo líquido 100 g de margarina vegetal 150 g de açúcar light 3 Ovos 300 g de farinha 1 colher (sopa) de fermento em pó 80 g de cacau em pó 1 dl de leite

Para o pudim 3 Ovos 1 lata de leite condensado light 1 colher (chá) de baunilha líquida 2 dl de leite

Preparação 1 - Ligue o forno a 170º C. Coloque dentro do forno um tabuleiro com água. Barre com o caramelo uma forma de chaminé. 2 - Prepare o bolo: Bata a margarina com o açúcar e depois junte as gemas, uma a uma e batendo sempre. Junte de seguida a farinha, o fermento, o cacau e o leite e bata bem. 3 - Por último, envolva delicadamente as claras previamente batidas em castelo e coloque na forma. 4 - Prepare o pudim: Misture os ovos com o leite condensado e a baunilha, e junte depois o

leite em fio e mexendo sempre. Deite esta mistura na forma, sobre a massa do bolo.

arrefecer no banho-maria e desenforme depois de frio. Sirva com decoração a gosto.

5 - Coloque a forma dentro do recipiente com água e deixe cozer em banho-maria durante 1 hora. Retire do forno, deixe

Bom Apetite! Fonte: https://www.teleculinaria.pt


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