O Vale do Neiva - Edição 106 fevereiro 2023

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fevereiro 2023 edição 106

Propriedade: A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente)

Barroselas Mensal Gratuito Versão digital VI

As Janeiras no Centro histórico de Viana do

Milha
Eulália
Santa
pág. 8
Tregosa Tregosa foi palco de mais um encontro de Janeiras | pág. 3 Largo das Neves
Associativismo A Mó voltou à Tradição |
Encontro Cantares de Janeiras Largo das Neves | pág. 4
pág.6
Castelo pág. 5

destaques edição 106

fevereiro 2023

ficha técnica

diretoria e administração: Direção de “A Mó”

redação:

José Miranda

Manuel Pinheiro

Estela Maria

António Cruz

edição:

106 – fevereiro 2023

colaboradores:

Adão Lima

Alcino Pereira

Américo Manuel Santos

Ana Sofia Portela

Andreia Castro

Daniela Maciel

Fernando Fernandes

Francisco P. Ribeiro

Geovana Mascarenhas

J.F. Barroselas e Carvoeiro

J.F. Vila de Punhe

José Händel de Oliveira

José Maria Miranda

Mota Leite

Pedro Tilheiro

design gráfico:

Mário Pereira

paginação:

Cristiano Maciel

supervisor:

Pe. Manuel de Passos

contacto da redação:

Avenida S. Paulo da Cruz, Edifício Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas

e-mail:

redacaojornalvaledoneiva@gmail.com

periodicidade:

Mensal

formato:

Digital

distribuição:

Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação.

Vamos conhecer os nossos autores:

António Corrêa d’Oliveira página 18

editorial

Mitos e lendas: O misterioso triângulo página 24

Saúde

Quando se deve ligar

SNS 24 ou INEM? página 11

Plantas

Jacintos página 15

Cinema

Os jovens protagonistas página 16

NaEdição anterior, debrucei-me sobre os nossos estimados colaboradores, porque efetivamente, são eles, que escrevem temas de vária ordem, para que os nossos habituais leitores, possam encontrar os conteúdos que lhes são favoritos. Refleti um pouco, e, concluí, que os nossos leitores, também fazem parte desta família do Jornal O Vale do Neiva. São eles, que nos leem, são eles que nos avaliam, apresentam soluções e, finalmente, também são eles que dão vida e projeção ao nosso mensário. São vários os leitores que, apreciam o nosso trabalho, quer pelo seu “design”, apresentação interior e pelos conteúdos de interesse geral. Neste Novo Ano, a Direção, tomou uma iniciativa que, a nosso ver, vai ter impacto direto na população, ora vejamos:

Ficou decidido, que, a partir de janeiro de 2023, seriam colocados exemplares impressos nas sedes das autarquias aderentes, ao nosso projeto jornalístico. Outras medidas, serão implementadas, mediante a eficácia da medida já iniciada.

Pretende-se também, de uma forma razoável, agradecer às Autarquias aderentes, pelo apoio que nos têm dado, ajudando-nos a manter a nossa

presença, no Lindo Vale do Neiva. Tudo faremos, para que os nossos estimados leitores, encontrem um exemplar impresso, nos locais mais movimentados e, possam desfrutar de leituras interessantes, enquanto esperam para que sejam atendidas. Continuem a optar pelo Jornal O Vale do Neiva, porque, todos meses, o nosso pensamento, segue para todos vocês. Obrigado e continuação de bom ano

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Os nossos leitores também merecem uma palavra de gratidão!

Tregosa foi palco de mais um encontro de Janeiras

elaborou, um alinhamento cuidado e preciso, de tal modo que, conseguiu, uma atração continua do público, durante o espetáculo.

Grupo de participantes:

● Grupo Cantadeiras do Lírio do Neiva

Nodia 14 de janeiro de 2023, o Salão Nobre da Autarquia de Tregosa, encheu-se de público, para assistir a mais um encontro de janeiras. Os grupos, esmeraram-se na qualidade das cantigas que, na sua maioria, foram genuínas e adequadas à quadra natalícia. As autoridades locais estiveram presentes e mostraram o seu contentamento, por verem que, este espetáculo, teve a adesão merecida. Três te-mas por grupo, definiram bem a qualidade e o gosto, por apresentarem cantigas agradáveis e cuidadas. Este ano, a Organização do evento, coube ao Grupo Fol-clórico de Tregosa que,

● Grupo Catequese de Tregosa

● Rusga da Comissão de Festas da Sr.ª do Calvário

● Grupo Folclórico de Tregosa

● Grupo Folclórico de Barcelinhos

Que estas iniciativas continuem, porque, são sempre bem-vindas, e, pelo que se assistiu naquele dia, foi notória a alegria de poder partilhar em conjunto, momen-tos de alegria e bem-estar. Parabéns à Organização.

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local » tregosa
por José Maria Miranda Presidente da Direção d’A Mó

Encontro Cantares de Janeiras Largo das Neves

Natarde do domingo 15 de janeiro o Largo das Neves recebeu o Encontro de Cantares de Janeiras, que contou com a participação e atuação de sete grupos.

Este encontro cultural e musical foi organizado pelas juntas das três freguesias, nomeadamente Vila de Punhe, Mujães e UF de Barroselas e Carvoeiro, contando a inda com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo. Marcaram presença Manuel Vitorino Vice-presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, António Costa autarca de Vila de Punhe e José Oliveira autarca de Mujães, ainda muito público e os grupos que participaram, nomeadamente a Banda Musical Velha de Barroselas, Grupo Danças e Cantares de Perre, Comissão de Festas do Corpo de Deus – Mujães, Grupo das Janeiras da Sra. Boas Novas –Mazarefes, Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Alvarães, Associação Cultural e Recreativa de Vila Franca e Grupo de Janeiras “Luar das Neves“ do Centro Recreativo e Cultural das Neves. Todos os grupos apresentaram músicas alusivas à quadra natalícia, todas di-

ferentes com o toque da sua região, seguindo fielmente o que canta e toca na porta a porta. O público aplaudiu efusivamente as atuações e interagiu com os grupos, pois a maioria das canções eram conhecidas. No final de cada atuação, os autarcas presentes entregaram uma pequena lembrança aos

representantes de cada grupo. É de salientar a forma como Cândido Miranda do Grupo de Janeiras “Luar das Neves“, explicou o início do grupo, o caminho percorrido e ainda o orgulho dos seus componentes, que todos os anos brindam os habitantes das Neves, com os cantares de Boas Festas.

Para aqueles que acompanharam de perto todas atuações, de certeza que ouviu os elogios do público e ainda as perguntas se este evento é para repetir, tal foi o êxito alcançado. A organização e os participantes estão de parabéns, pois o público gostou de ouvir as janeiras e reviver as tradições.

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local » vila de punhe
por Junta de Freguesia de Vila de Punhe junta.vilapunhe@gmail.com Créditos: Fotografias cedidas pelo Sr. Arnaldo da Costa Pereira

Viana do Castelo: Ruas do centro histórico foram palco de cantigas alusivas às Janeiras

OGrupo Modilhas das

Terras do Neiva d’A Mó, percorreu no dia 28 de janeiro, as ruas principais do centro histórico da cidade. O tempo, colaborou, apresentando-se com um Sol radiante e com temperaturas amenas. As Associações do Concelho, aderiram muito bem a este evento que, foi organizado, pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.

As cantigas escolhidas pelo Grupo Modilhas, deliciaram grupos de pessoas que, deambulavam pelo centro histórico e aproveitaram para fotografar e bater palmas.

A Mó Associação do Vale do Neiva, agradece à Junta de Freguesia de Dur-

rães e Tregosa, por nos ter facultado uma carrinha e condutor, para transporte de pessoal. Cumprido o tempo de atuação, o

Grupo, fez uma pequena pausa, para retemperar o esforço despendido, provocado pelo calcorrear das várias ruas.

Finalmente, regressamos à nossa Sede, com a satisfação de que tudo correu conforme o planeado. Até ao ano.

local » viana do castelo
966 303 400 redacaojornalvaledoneiva@gmail.com Entre em contacto Entre em contacto Quer colaborar connosco? Quer colaborar connosco? Procuramos: • notícias • coberturas de eventos • artigos de opinião e crónicas • poemas, contos • entre outros

A Mó voltou à Tradição

Após dois anos de pandemia, a Instituição

A Mó, voltou a realizar no dia 21 de janeiro, o seu tradicional convívio. Este ano, e a exemplo dos anos anteriores, realizou-se no restaurante Sol Doce em Barroselas. A Direção, entende que, estas ações, servem para compensar o esforço e sacrifício, dos seus associados no cumprimento das diversas atividades. Também, e não menos importante, tem como objetivo, unir todos os associados em torno de um denominador comum: contribuir para que a Mó continue em movimento e mantenha o prestígio já alcançado.

A Junta de Freguesia de Durrães e Tregosa, marcou

presença com dois elementos: Sr. Presidente José Dias e a Sr.ª Tesoureira Andreia Castro. O Município de Barcelos, fez-se representar pelo Vereador da Ação Social, Sr. António Ribeiro. A Câmara de Viana do Castelo e Junta de Freguesia de Barroselas e Carvoeiro, não estiveram presentes, devido a compromissos assumidos anteriormente.

Agradecemos a todos em geral e, em particular, aos nossos Associados que, muito gentilmente, mar-

caram a sua presença. Vamos continuar a contribuir, para que a Mó continue a girar.

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local » associativismo

Atividades do Centro Social Paroquial de Tregosa

Atividade Extra-curricular:

“Atividade Física e Educação Motora”

Oprofessor Carlos Neto, da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, um dos maiores especialistas mundiais na área da brincadeira e do jogo e da sua importância no desenvolvimento psicomotor das crianças, diz-nos: “Todos os estudos apontam para que as crianças ativas tenham mais capacidade de aprendizagem, de concentração, além de, a longo prazo, maior probabilidade de terem sucesso”, diz-nos também que “Há uma correlação muito forte entre as crianças que brincaram muito e adultos empreendedores e felizes”. Da realidade, constatamos que cada vez mais as crianças ocupam os seus tempos livres com atividades sedentárias, principalmente com o uso de ecrãs. Tendo por base, estas e outras premissas, e de forma a proporcionar oportunidades no desenvolvimento das habilidades físico-motoras das crianças, a nossa instituição abraçou a “Atividade

Física e Educação Motora”, como uma das atividades extra-curriculares deste ano letivo. Esta é orientada pelo Marco Pires, licenciado em Desporto e Lazer e mestre em Desporto de Natureza e tem como principais objetivos:

● Permitir às crianças mais coordenação durante os exercícios conciliando vários movimentos de todo o corpo, desenvolver capacidades de agilidade e velocidade através de jogos educativos;

● Desenvolver técnicas de várias modalidades des-

portivas (Basquetebol, futebol, voleibol etc.);

● Desenvolver a capacidade de liderança das crianças e explicar o quão importante é ouvir as ideias de todo o grupo através de jogos educativos;

● Promover o Bem-estar físico e psicológico através da atividade física.

Esta atividade complementa as aulas de Educação Física integradas na componente letiva, por isso, aderir a esta atividade apresenta vários benefícios para a saúde e para o desenvolvimento psicomotor da criança. Esta

atividade está aberta a utentes da instituição e também a todas as crianças dos 3 aos 12 anos, mesmo não estando inscritas nas valências. E se começassem o ano com uma aula experimental? Basta pedir informações pelo e-mail centro_sp_tregosa@sapo.pt ou ligar 967 691 925. Junta-te a nós!

Também informamos que ainda temos vagas para o ATL Férias de Páscoa e Verão, mas as vagas são limitadas!

Acompanhe a atividade da nossa instituição pela página de Facebook: Centro Social Paroquial de Tregosa ou pelo Instagram csptregosa.

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local » tregosa
por Ana Sofia Portela Centro Social e Paroquial de Tregosa

VI Milha Santa Eulália

AVI

Milha

Eulália decorreu no largo das Neves que foi, simultaneamente, o palco da partida e da chegada da prova de atletismo. Assim, os atletas participantes percorreram os 1609 metros do percurso no referido largo e nas ruas envolventes.

Organizada, no passado dia 18 de dezembro, pela Junta de Freguesia, em parceria com o Grupo Juvenil de Vila de Punhe, decorreu, tal como tem sido normal das edições anteriores, com o melhor empenho e profissionalismo dos parceiros.

A prova, aberta a atletas de todos os escalões, contou com 8 equipas inscritas: Grupo Juvenil de Vila de Punhe; AD Afifense; AD Barroselas; Cyclones Sani-

top; CA de Mazarefes; Grupo Desportivo Castelense; Escola Desportiva Limiana; GDCT dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo; QUALY-Detergentes; e Trilhos de Viana. Muitos ou-

tros atletas também participaram, a título individual. Todos os participantes, que não lograram lugares no pódio, receberam prémio de participação. Os promotores da prova homenagearam o atleta mais idoso com uma distinção alusiva

ao seu estatuto.

Este foi o último evento desportivo que encerrou o ano em que, de novo, as atividades desportivas puderam ser usufruídas por todos, sendo manifestações significativas e desejadas do bem-estar dos envolvidos.

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desporto » vila de punhe

III Torneio de Futebol 5 “Inter lugares da Freguesia”

por Junta de Freguesia de Vila de Punhe junta.vilapunhe@gmail.com

Inserido no programa do Mercadinho de Natal, realizou-se, no sábado, dia 17, o III Torneio de Futebol 5 “Inter lugares da Freguesia” no polidesportivo de Vila

de Punhe, com as 6 equipas representando os lugares dos Regos, Neves, Arques, Chasqueira, Outrelo e Mi-

lhões, saindo vencedora da competição a Equipa do Lugar de Arques. No final, no Largo das

Neves, houve um almoço convívio para os participantes. Publicidade

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desporto » vila de punhe

por Junta da União de Freguesias de Barroselas e Carvoeiro geral@barroselas-carvoeiro.com

Cumpriu-se no passado sábado, [28 de janeiro,] com algum atraso mas o mesmo espírito de confraternização, a tradicional fogueira de Natal no Largo das Neves.

Parabéns à organização!

Fogueira de Natal no Largo das Neves Aprovados fundos para remodelação da Casa do Povo

por Junta da União de Freguesias de Barroselas e Carvoeiro geral@barroselas-carvoeiro.com

ACâmara Municipal de Viana do Castelo acaba de aprovar apoios de mais de 340 mil euros para freguesias do concelho em questões de mobilidade, segurança rodoviária e material circulante e ainda para a construção e requalificação de equipamentos.

A proposta de apoio relativa a equipamentos inclui uma verba de 65.400 euros para a UF de Barroselas e Carvoeiro destinada à conclusão da remodelação e alteração da Casa do Povo de Barroselas.

A notícia completa pode ser lida no website da Câmara Municipal de Viana do Castelo

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local » lugar das neves | barroselas
Fotografias: Armando Novo, Carlos Novo, Jaime Pereira e Arnaldo Pereira.

Quando se deve ligar SNS 24 ou INEM?

ADireção-Geral da Saúde (DGS), a Serviços Partilhados do Ministérios da Saúde (SPMS) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) lançaram no dia 15 de janeiro de 2023 a Campanha “Quando ligar SNS 24 ou INEM?” para sensibilizar para a correta utilização das linhas “808 24 24 24” e “112” pelo cidadão. O uso desadequado destas linhas pode atrasar respostas críticas no tempo e ocupar recursos de forma errada.

A Linha SNS 24 atendeu, em 2022, mais de nove milhões de chamadas, o maior número de atendimentos de

sempre. Também os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM receberam, nesse ano, mais de 1.5 milhões de chamadas, o número mais elevado desde que há registo. Destas chamadas atendidas nos CODU do INEM, mais de 103.000 foram transferidas para o SNS 24, o que re-

presenta uma média de 280 chamadas por dia que foram consideradas não urgentes e um aumento de 10% face a 2021. Face ao aumento da atividade destes serviços, importa que a sua utilização seja feita de forma cada vez mais informada.

Quando se pode ligar SNS 24 (Nº 808 24 24 24)?

Em caso de dor ligeira ou moderada, febre, alteração da pressão arterial, comichão, tosse persistente, choro persistente da criança, diarreia ou náuseas, ou outra situação não emergente, o utente deve entrar em contacto com o SNS 24 através do número 808 24 24 24 para receber o aconselhamento adequado.

Quando se deve ligar INEM (Nº 112)?

Quando se trate de uma situação emergente, por

exemplo, um acidente com feridos, uma suspeita de AVC, dor no peito, engasgamento, dificuldade em respirar, alteração do estado de consciência, queimaduras graves ou em zonas sensíveis, hemorragias abundantes ou incontroláveis, o utente deve ligar 112 - Número Europeu de Emergência.

Com esta campanha “Quando ligar SNS 24 ou INEM?”, pretende-se melhorar a qualidade do atendimento, concentrar os recursos de emergência médica em situações efetivamente graves e melhorar a literacia em saúde dos cidadãos.

A utilização correta destas linhas ajudará a respostas mais rápidas e efetivas! Registe: ligar SNS 24 ou INEM, não é a mesma coisa!

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por Ana Sofia Portela enf.anasofia@gmail.com Enfermeira especialista em Enfermagem Comunitária USF Aqueduto – ACES Vila do Conde/Póvoa do Varzim
saúde » números de emergência
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Desfolhada

Havendo

necessidade de trocarmos impressões sobre o tema de Direito Criminal – Punição do Concurso de Infracções, sobre o qual o nosso Professor Eduardo Correia fizera um estudo denominado “Pena Conjunta e Pena Unitária”, reuni-me com dois colegas, no café Internacional, um dos poucos cafés da Baixa de Coimbra, em que era permitido estudar. A nós, juntou-se pouco depois o Dinis, numa altura em que fizemos um pequeno intervalo no estudo e em que discutíamos o que se tinha passado com a Simone de Oliveira, que representar Portugal no Festival da Eurovisão e na qual muitos portugueses mantinham a esperança de uma boa classificação, não só porque aquela cantora era uma estrela no mundo do espectáculo, mas também porque a canção denominada “Desfolhada”, era tida como muito boa. Contudo as coisas não decorreram nada bem. Os críticos espanhóis denegriram a canção com o argumento de que em castelhano, desfolhada significa desflorada – mulher que perdeu a virgindade. Depois Simone actuou adoentada, embora para nós tivesse cantado muito bem. Porém, a votação foi catastrófica e ficámos muito mal classifi-

cados. Apesar disso e em desagravo, milhares de fãs da Simone, vitoriaram-na à chegada a Lisboa e em sinal de protesto não nos fizemos representar no Festival do ano seguinte. Interrompeu-nos o Dinis que disse: Já que estamos a falar da desfolhada, vou-vos contar o que me aconteceu nas últimas férias de verão. Depois de jantar, como de costume, fui ao encontro de antigos colegas da escola que sentados na borda de um grande tanque existente à frente da então Fábrica de Tecidos da Carreira, onde jorrava de um cano metálico, uma fresca água vinda de uma mina ali perto e que nos consolava, conversávamos sobre os mais diversos assuntos que iam desde o futebol e o ciclismo até às “conquistas” que cada um dizia que fazia. Quando eu cheguei, um deles avisou que na casa de lavoura do Sr. Francisco de Caparim, ia haver uma desfolhada, pelo que decidimos ir até lá. Quando chegámos fomos bem recebidos pelo Sr. Francisco, a quem interessava que houvesse muitas mãos a trabalhar. Na eira, iluminada por petromaxes, formou-se uma grande roda de homens e mulheres, sentados no chão ou em pedras, mais ao menos encobertos pelos molhos canas com espigas que o lavrador ia distribuindo por todo o espaço. Procurei sentar-me onde tivesse uma boa companhia e ao lusco-fusco divisei uma jovem bonita e elegante. Pedi licença para me sentar ao lado dela ao que me respondeu com um sorriso e perguntou-me o meu nome. Disse-lhe que era o Dinis

que significava o enviado de Deus. Ela riu-se com vontade e exclamou: Não me diga que foi Deus que o mandou para o pé de mim? Ao que eu respondi, já bem pertinho dela e aspirando-lhe o suave perfume que exalava: Não há dúvida que Deus me guiou até à sua beleza, à sua elegância, aos seus lindos olhos azuis e ao seu cabelo cor de ouro que preso no pucho lhe fica muito bem. Ela, pareceu-me que corou, mas bem-disposta, disse-me: Já que sabe o significado dos nomes, diga-me o que significa o meu que é Armanda? Significa que deve ser amada. Ela ficou sem palavras, mas à medida que íamos metendo as espigas no cesto as nossas mãos começaram a tocar-se e depois, a agarrarem-se durante alguns segundos. Encantado como estava, continuei a fazê-la rir-se, contando-lhe algumas das partidas que os estudantes faziam em Coimbra.

Subitamente, o Sr. Francisco bradou bem alto: Vamos fazer um pequeno intervalo, para beberem uma caneca de vinho verde e provarem o chouriço assado, as iscas de bacalhau e outras

especialidades que a minha cara-metade preparou. Toda a gente se levantou. A minha mão segurava a da Armanda. Deslocamo-nos para trás de uma meda de palha, abraçamo-nos e beijamo-nos demoradamente até que ela se afastou um pouco e disse: Dinis, não diga a ninguém o que se passou. Olhe que eu tenho namorado. Não me estrague a minha vida. Disse-lhe que estivesse descansada, mas ainda lhe perguntei se tinha gostado de estar comigo. Ela não proferiu uma palavra, mas envolveu-me o pescoço com os seus braços roliços e deu-me um amoroso e grande beijo, deixando-me na boca um delicado sabor inesquecível.

Quando recomeçou a desfolhada, reparei que ao lado da Armanda já se sentara uma matrona. Assim, disse aos meus companheiros que não me estava a sentir bem, dispensei a sua companhia e caminhei para casa, revendo aquela noite maravilhosa.

Ouvimos o Dinis com toda a atenção e no final um disse: Dinis, tu ainda sabes pouco de Direito Criminal, mas és um sortudo.

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crónica » literatura

Evolução da situação hidrológica em Portugal

Otema da presente proposta de artigo repete uma preocupação que, julgo eu, possa ou deva ser generalizada, uma vez que o seu impacto reflecte-se em todos, para o bem e para o mal. Assim, para de documentar melhor sobre o que me proponho escrever, fui ao site da APA

(Agência Portuguesa para o Ambiente) e com base ao Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos(1) consegui apurar que em dezembro (até ao dia 20), e fruto da forte precipitação em Portugal “em 71 das 80 albufeiras que são monitorizadas pela APA, a reserva de água aumentou, encontrando-se a 72% da capacidade total de armazenamento”. Acrescenta a APA que a recuperação das reservas de água foi possível em quase todas as bacias hidrográficas, em termos nacionais, mas mesmo assim, o Barlavento algarvio ainda precisa de um reforço.

As maiores subidas sentidas ocorreram no Vouga (+20%), Mondego (+14%), Tejo (+17%), Sotavento (+10%) e Guadiana (+7%).

De forma resumida e em termos de panorama nacional, das 71 albufeiras monitorizadas pela APA há, ainda, 18 com capacidade inferior a 50%, sendo que, dessas, 14 estão abaixo dos 40%: A zona mais preocupante ainda é o Algarve (Barlavento). Como é possível perceber, temos tido muita chuva, de facto, mas não com a intensidade pretendida nem nas zonas desejadas nem do modo que nos faz falta. Isto porque, como é do senso comum, para a água da chuva devidamente aproveitadas, devem cair de modo menos violento ao que tem acontecido. Desse modo, a terra absorve a água e entranha nos rios subterrâneos. Ora, o que nos tem acontecido é o inverso, verdadeiras enxurradas que levam tudo à frente, revelando algumas faltas de cuidado de controlo por parte dos municípios, quer seja na limpeza dos terrenos quer seja no controlo do crescimento imobiliário. Mas fora isso, e apesar de tudo, como modo de prevenção, a APA já teve que optar por fazer algumas descargas (na zona norte) para prevenir as chuvas do inverno, que se esperam. Foram o caso das albufeiras do Alto Lindoso (Lima), da Caniçada (Cávado), da Aguieira e de Fronhas (Mondego), de Castelo do Bode (Zêzere), de

Póvoa e Meadas na Ribeira de Nisa (Tejo) e Maranhão na ribeira de Sor (Tejo). Desta forma, minimizam-se os efeitos a jusante, que se prendem com inundações eventuais, tendo em consideração a protecção das pessoas e bens, bem como previne a segurança de infraestruturas, seguindo as regras implementadas.

Em termos de panorama nacional, passámos de um registro de falta de água para excesso (aparente) de água. Em concreto, a Bacia do Douro é a que tem albufeiras mais perto dos 100%, repetindo-se a situação nas bacias do Vouga, Mondego e Tejo(2)

Numa outra leitura, retirada dos dados da imagem abaixo, as albufeiras do Oeste, Sado, Mira, Barlavento algarvio, Arade e Guadiana (em termos de região) apresentam quotas, à data actual, inferiores à média. As restantes estão com uma situação bastante mais confortável, como é o caso do Lima, Cávado e Ave e Mondego. Conforme foi já referido, o alerta mais preocupante é para o Barlavento. Por sua vez, as Bacias do Tejo e Douro, apesar de não se apresentar como tal no mapa abaixo, estão a níveis muito confortáveis.

Agora no inverno, vamos ver como corre o controlo das águas das barragens nacionais. Deixo à consideração e fica aqui a partilha desta preocupação.

(1) Fonte: https://bit.ly/VdN106-1

(2) Fonte: https://bit.ly/VdN106-2

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crónica » reservas de água

O pulsar da sociedade As notícias

Aofolhear um Jornal com alguma regularidade, é natural que os seus leitores, ao darem-se conta, dos temas e incidências, que fazem parte das parangonas, denotem mais pertinência, por aquelas notícias, que na prática mexe mais com a vida das pessoas, no curto e médio prazo, ou que tem um impacto considerável devido á sua entoação soberba e devastadora, em detrimento de outras catalogações cívicas, que apesar de sublinharem a sua relativa importância, não são tão enfáticas, e portanto ficam regaladas para as páginas consequentes. Massificando essa premência, vemos o destaque do jornal normalmente a confluir, para as decisões de cariz político, que se regem pela sua dimensão, significado e controvérsia, como também os factos e as constatações de índole social, mais eloquentes e sensíveis. Esses aspetos periclitantes, podem estar relacionados com as greves, a fome e o desemprego, as observâncias nocivas para a saúde publica, as perturbações da ordem publica, como tumultos e sedição, o putativo incremento de infestação criminosa, que consubstancie a insegurança da

população. Noutro paralelo surge os omniscientes cronistas residentes, a dar a sua opinião subjetiva, acerca das litanias que estão em voga, muitas vezes fazendo jus á sua preferência ideológica. Nas restantes páginas, aparecem as rubricas menos inflamáveis, que pode albergar várias tendências, como a cultura, as atividades cívicas, o sintagma internacional, a economia, as localidades, e nas últimas folhas alvitra-se as categorias que tem um registo simbólico, como a divulgação cultural, Guia TV, Meteorologia, Desporto, Palavras Cruzadas e Cartoon. Em certos dias, o jornal apresenta-se conciliado com uma revista suplementar, que reporta aspetos mais específicos, mas de interesse publico, como o mundo do espetáculo, a arte, a gastronomia e a vinicultura, entre outros. No computo geral estou de acordo com esta estrutura tradicionalista, porque permite ao cliente usufruir de uma informação vasta e diversificada, focando-se nos acontecimentos mais relevantes, mas sem descurar outras vertentes, compaginadas pela sociedade.

No que diz respeito, ao protagonismo de outros canais de informação, já tenho alguma discordância e reparos a fazer, devido a laivos de redundância e gongorismo, ausência de conteúdos, a seleção por algoritmos e a disseminação do conceito infodemia. No que se refere á redundância informativa, constatamos

que esses meios, do tipo telejornais repetem até á saciedade, factos e peripécias mediáticas, difundindo como uma destarte maciça esse pleonasmo através de reportagens e entrevistas a personalidades, negligenciando outros conteúdos relevantes, falhando clamorosamente, no dever do serviço publico, que está consignado nos órgãos de informação. Outro género de ocultação de conteúdos, acontece no feed de notícias da google ou noutra concorrente, devido a seleção por algoritmos informáticos, que determinam as publicações diárias, num frémito ao minuto, filtrando as notícias mais vistas, de um acervo considerável de periódicos, postando-as pela sua densidade e estridência nos média, ou personalizando individualmente, para satisfazer o maná rotineiro

do assinante. No caso da infodemia, assistimos á propagação hiperbólica de uma ocorrência informativa, de valor mensurável, através das redes sociais, mas desvirtuando a substância da notícia, com truísmos de mau gosto ou fazendo uma extrapolação despiciente, para confundir e agitar a opinião publica.

Apesar destas divergências, não quer dizer que sou um acérrimo maniqueísta, em defesa do Jornal em papel, pelo contrário até dou aval, ao respaldo da transição digital, que a comunicação informativa, não deve ser alheia, mas acho que deve haver uma distribuição e divulgação, ampla e heterogénea, desses eventos, não deixando nenhuma matéria vital para trás, contrariando as hipotéticas audiências ou a volúpia noticiosa que se afunila nas redes sociais.

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crónica » o pulsar da sociedade

Jacintos

Quer

trazer o cheirinho da primavera para o seu jardim? Dar um toque de cor e alegria ao seu inverno? Com origem em África, Ásia e na Europa, os Jacintos (Hyacinthus orientalis) são plantas bolbosas da família Hyacinthaceae. Existem cerca de 60 cultivares que se apresentam nas mais variadas cores e que conferem aos jardins um aroma inebriante e um efeito cromático com grande impacto visual.

O ideal, é que os bolbos sejam colocados na terra no outono, apesar de ser comum encontrá-los nas grandes superfícies a preços muito apetecíveis durante a época de floração. No entanto, a não ser que os compre já em vaso (com terra), não aproveite esta falsa oportunidade, porque o mais certo é não florirem. Podem ser plantados nos

canteiros, tanto em massa, como isolados, por exemplo, em bordadura. Também podem ser colocados em vasos, tanto no exterior, como no interior. As cores podem ser misturadas ou pode optar por agrupamentos monocromáticos, que criam um efeito visual muito forte.

A melhor época do ano para cultivar os jacintos, como foi já referido, é o outono. No momento de colocar os bolbos na terra, faça uns buracos de entre 10 a 12cm de profundidade e com um espaçamento de cerca de 10cm entre si. Os ápices (parte superior, de onde brotam as folhas e as flores) devem ficar virados para cima. Tape com terra, sem pressionar demasiado. Regue apenas ligeiramente: o solo nunca deve ficar muito encharcado, para evitar o apodrecimento dos bolbos. Se plantar os jacintos num vaso, pode colocar os bolbos muito próximos entre si, pois obterá um efeito mais compacto e mais colorido quando a planta florescer.

Os jacintos do jardim podem ser podados após o final da floração. Se o fizer,

estará a estimular a floração do ano seguinte. Retire as partes velhas, em mau estado, como as folhas secas e as flores murchas.

Os jacintos são plantas de manutenção simples e que requerem poucos cuidados da sua parte. Se os cultivar, verá que todas as suas necessidades são muito básicas.

Apesar de ser uma flor muito bonita, de forma geral, o jacinto está associado à melancolia e à tristeza, mas, dependendo da sua cor, pode ter diversos significados. Assim, o jacinto amarelo está associado ao

medo e à cautela, o jacinto branco simboliza a beleza discreta, a amabilidade e a doçura, o jacinto azul está relacionado com a estabilidade, persistência, lealdade e fidelidade, o jacinto rosa associa-se à diversão e o jacinto roxo oferece-se a alguém a quem se quer pedir perdão.

Agora que março se aproxima, espero que este artigo lhe traga a inspiração e a vontade de sair de casa e de criar recantos coloridos para que, na primavera que se avizinha, viva o seu jardim com satisfação e alegria.

Eu quero um amor assim

Eu quero um amor assim

Que me ame eternamente

Que sofra sempre por mim

Para eu amar para sempre

Eu quero um amor assim

Que me ame com ternura

E se lembre sempre de mim

Para esquecer esta amargura

Eu quero um amor assim

Que eu possa também amar

Que eu ame em noites sem fim

Para acabar com o meu chorar

Eu quero um amor assim

Bem difícil de encontrar

Para em morrer enfim

E enfim saber o que é amar

jornal 15
plantas » jacintos
POEMA FEVEREIRO

Os jovens protagonistas

Sabendo

de antemão, da força motriz e necessidade de afirmação, que os jovens impelem, quando chegam á adolescência, a artes cénicas confere-lhes o devido protagonismo e destaque, salientando através dessas histórias, as suas emoções ao rubro e as suas intenções ousadas, principalmente averbadas, nos momentos mais periclitantes e decisivos.

Independentemente do grau e das incidências associados a esse dinamismo ou predisposição, os exemplos de cinema que recomendo, evidencia um conjunto de características que compagina laivos de irreverência, sagacidade, inovação e resiliência, consignado pelo jovem, sendo determinante para sua transição para a idade adulta, e em simultâneo para o desenrolar intenso e vibrante dum certo enredo.

Fúria de Viver (1955): este célebre filme, demonstra uma visão rebelde e agitada, uberada pelas vicissitudes afetas aos jovens, tendo como pano de fundo, a complexa personagem Jim Stark. À luz deste cliché, Jim Stark distingue-se como um individuo problemático e soturno, acicatado de modo latente, pela

relação tumultuosa que detêm com os seus pais. Contudo ao entrar na faculdade, Jim Stark embrulha-se numa série de desentendimentos, com um grupo de jovens irascíveis, que inclui a sua vizinha Judy, que por sinal, carrega um lastro de cariz traumático. No seguimento dessa crispação, Jim aceita competir com o líder do grupo, numa corrida de carros, que contempla um trajeto perigoso, só que ninguém esperava, que um acidente trágico, despoletasse um rol de consequências nefastas para todos os envolvidos.

Lolita (1962): embora a figura intitulada de Lolita, não constar como a personagem principal desta trama, ela reveste-se de enorme significado, não obstante, ser uma miúda de 14 anos, pois viceja uma fisionomia esbelta, suscetível de gerar paixões arrebatadoras, de índole doentio e obstinado. Complementando á sua beleza intrínseca, o seu pendor insinuante, Lolita encanta irremediavelmente o professor de meia-idade Humbert, hospedado na sua casa, que justamente mantem um affair camuflado com a frustrada mãe de Lolita. Todavia com a inusitada morte da mãe, Humbert aproveita para resgatar Lolita do campo de férias, onde estava retida, por nítidos ciúmes da sua progenitora, que se apercebeu dessa fascinação, que Humbert nutria pela filha. Fugindo a sete pés da

cidade, acompanhado de Lolita, Humbert ambiciona cuidar da sua amada, controlando capciosamente o ímpeto libido e tenaz desta. Mas essa intimidade sinuosa, e os conflitos geracionais que se deflagram entre ambos, originam múltiplos constrangimentos, além de Humbert, notar-se acossado, por Clare, um arguto colega de profissão, que engendra uma marosca para desviar Lolita deste, por também mostrar-se apaixonado pela jovem, pondo seriamente em causa as expectativas obduradas de Humbert,

O Rapaz que prendeu o Vento (2019): baseando-se em fatos verídicos, o argumento deste filme relata, a forma como um jovem de 13 anos, salvou através da sua sabedoria, os seus conterrâneos da fome e da devastação económica. Habituado a lidar, com inúmeros equipamentos eletrónicos que acha na lixeira, o rapazola William Kamkwamba, natural do

Malawi, denota uma especial predileção pelos estudos, com mais enfoque na disciplina de ciências, ainda assim claramente penalizado, pela gestão paupérrima da escola, por não regularizar atempadamente as suas propinas. Pertencente a uma família pobre, que vive da lavoura, numa comuna que engloba muita gente, William aparenta ser o único miúdo, que parece querer livrar-se daquele rame-rame, notabilizando-se cognitivamente entre os demais. Todavia, por linhas tortas, surge a hipótese de patentear o seu potencial, quando por condições meteorológicas adversas, a sua comunidade desespera com a falta de alimento, sujeitando-se a uma penúria agonizante. William consciente dessa desgraça, embrenha-se nas suas engenhocas, construindo através de apetrechos danificados ou usados, uma turbina eólica, capaz de produzir água, indispensável ao cultivo das terras, apesar da resistência do seu Pai.

edição 106 • fevereiro 2023 16
cinema » sugestão ao leitor

O sucesso mede-se pelo número de pessoas que tocamos na vida

Comeste início do ano, e passadas as festas de Natal e de Ano Novo, é normal fazer uma pequena reflexão sobre o que se passou e o que ficou por fazer, sobre o que podemos melhor e começar a fazer projectos para o futuro (sonhar ainda é grátis e é um claro sinal de vida). A proposta deste artigo de opinião prende-se com esse momento que permite a reflexão. Esta sugestão segue uma nota da página da Fundação José das Neves, onde li a frase que dá o título a este artigo, usando-a em proveito próprio (mas após o seu reconhecimento). Do alto dos meus

muitos anos, mais de meio século, compreendo o sentido da frase, mas para mim, ajusto ao seguinte: o sentido na vida mede-se pelo número de pessoas que conseguimos tocar e sensibilizar. É com esta reflexão, de início do ano, que escrevo este artigo.

O sentido na vida (leia-se, sucesso, seja lá o que for) mede-se pelo número de pessoas que conseguimos tocar e sensibilizar, com as nossas acções e pensamento. Nesse sentido, espero que a decisão que fiz de aceitar partilhar ideias e considerações pessoais e publicar neste jornal, possa ter permitido “tocar” algumas pessoas, poucas que sejam, e motivar essas e outras tantas à reflexão, ou mesmo, à acção, em concreto. Há “companheiro(a)s” de armas de escrita, com quem falo, que me transmitem o sentimento de alguma utilidade sobre o que escrevo

em alguns dos artigos aqui publicados, sejam no que se prende com o vegetarianismo, esoterismo (leia-se, os Caminhos de Fé) seja sobre outros temas (julgo que devemos ser o mais eclético possível). E fico feliz com essa partilha (apport) porque todos nós precisamos de um retorno (feedback) das nossas ações, apesar da maior ou menor convicção que possamos ter no que escrevemos (ou dizemos). Fico feliz, é o sentimento último, uma vez que consegui “tocar” em alguém.

De facto, nunca como agora é importante perceber que o sucesso na vida também pode ser aferido pelo número de pessoas que tocamos, positivamente (assim espero) e negativamente, na nossa vida, pela quantidade de sonhos que ajudámos a construir (sei de pessoas que conseguiram concretizar alguns sonhos e de outras que, ainda, ajudo a concretizar sonhos), seja numa óptica de responsabilidade social individual (pelas nossas acções e opções) seja corporativa (pelas acções de voluntariado que pratico). Fico feliz pela reação recebida pois isso enche qualquer alma e coração, motivando a continuar neste caminho. Por falar em caminhos, não podia faltar, nas diversas opções de “caminhos” que temos na

vida, e por meio dos sonhos que vamos construindo, recordo o poeta (José Régio) no seu famoso poema intitulado Cântico Negro, quando, ao terminar afirma que “Não sei por vou, Não sei para onde vou, Sei que não vou por aí!”. As reações ao que escrevo e ao que penso, bem ou mal, são uma forma de escolher os caminhos, seja os que opto seguir seja mesmo os que decido deixar para trás e não seguir.

Chegados ao início de 2023 (não sou dado a despedidas, sou mais de olhar em frente e seguir o futuro), temos que nos firmar nas nossas certezas e reafirmar a nossa missão na vida, ver as nossas opções e, julgo eu, tentar ser um instrumento para ajudar a construir um mundo melhor (sermos mais um apoio para um mundo melhor). Posto esta reflexão, fica a minha partilha que tem por objetivo único agradecer e continuar a ajudar a trilhar caminhos. Vamo-nos “vendo” por esses caminhos fora.

jornal 17 crónica » momento de reflexão
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Vamos conhecer os nossos autores (continuação)

António Corrêa d’Oliveira

Onome de Antonio Corrêa d’Oliveira, por si só, já será bem conhecido! Porém, em terras do Vale do Neiva, não o será tão suficientemente notório como, de facto, deveria ser! Pelo resumido curriculum literário, e editorial, que abaixo exponho, decerto, terei mil razões ao denunciado. Vamos a isso:

Antonio Corrêa d’Oliveira nasceu em S. Pedro do Sul – Viseu, a 30 de julho de 1879 e faleceu em S. Paio de Antas, Esposende – Braga, a 20 de Fevereiro de 1960.

Ficando órfão de pai aos doze anos, a sua educação foi assumida pelo seu tio, padre, que o colocou a estudar no seminário de Viseu. Mas, por falta de vocação religiosa, voltou à sua aldeia natal.

Depois de publicado o primeiro livro, “Ladainhas”, obra que viria a definir a sua arte poética com naturalidade e simplicidade na trova e ao gosto popular. Posteriormente, o seu pendor narrativo aproxima a sua lírica a um certo romantismo da genuína tradição portuguesa. Os temas à exaltação patriótica, transformaram-no, a partir de certa altura, no poeta «oficial» do regime político vigente. Se os concorrentes de então, assim o descreviam, esse conceito,

afigurar-se descomedido e penalizador.

Aos dezanove anos vem para Lisboa trabalhar na redação do Diário Ilustrado durante seis meses, daí passou para a Procuradoria-Geral da Coroa como amanuense, onde permaneceu até à implantação da República.

Entretanto, em 1908 foi eleito sócio da Academia das Ciências e em 1909 da Academia Brasileira de Letras.

Em 1911, um encontro decisivo vai marcar a vida do homem e influir na trajectória vital da obra do poeta: conhece uma jovem minhota, Maria Adelaide da Cunha Sottomayor de Abreu Gouveia, que viria a ser sua esposa, e a partir do 1912, data do seu casamento, passou a viver na Quinta de Belinho, situada na freguesia das Antas, nas proximidades de Esposende.

Aqui, fundou um colégio, “O Colégio de Belinho”, para as crianças aprenderem a ler as primeiras letras e os primeiros versos.

A casa de Belinho, adornada de rosas, lilases e glicínias, com sobranceira vista para o mar, fora o abrigo ideal para o poeta. E era passeando nos montes circunvizinhos da casa que Antonio Corrêa d’Oliveira fora, milhentas vezes, colher as inspirações que

depois dispunha em versos, no papel.

Um dos mestres da Renascença Portuguesa, o filósofo Leonardo Coimbra em 1912, na sua tese de sobre O Criacionismo, considerou Antonio Corrêa d’Oliveira «o abraço mais abraçado da alma popular portuguesa».

Já em 1917, aquando da conclusão do ciclo de dez livrinhos sobre “A Minha Terra”, fazendo eco da voz comum, considerava então o Diário de Notícias que, Antonio Corrêa d’Oliveira era o «cantor eleito do povo português e da terra portuguesa».

Foi um dos cantores do “Saudosismo”. Colaborou nas revistas; “A Águia”,

“Atlântida”, “Ave Azul” e “Seara Nova” e tantas outras publicações.

Realce-se que desde a primeira hora, colaborou com seu irmão, o dramaturgo João Corrêa d’Oliveira, no movimento da Renascença Portuguesa e nas primeiras séries da revista A Águia, a convite de Teixeira de Pascoaes, seu amigo de toda a vida.

Foi agraciado, Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada,‎ a 5 de outubro de 1934, e Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública.

Mais tarde, em 1937, de visita ao Brasil fora homenageado na Academia Brasileira em cujo elogio diziam: «António Correia

edição 106 • fevereiro 2023 18 crónica » literatura

d’Oliveira consegue o milagre de espelhar a vida tal qual o destino, sem maldade, sem exageros, sem mentiras».

Foi agraciado Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública, a 26 de Agosto de 1955.

Publicou mais de seis dezenas de livros de poesia, de maior ou menor tomo, em múltiplos géneros.

Da vasta obra produzida algumas foram traduzidas para alemão, italiano, espanhol, francês e sueco.

Há pelo menos quatro grandes poemas, “Tentações de São Frei Gil”, “Verbo Ser e Verbo Amar”,

“Job” e “Elogio da Monarquia” que, pela excelência da realização artística, estão ao nível das melhores obras de toda a nossa história literária, e justificam plenamente que Antonio Corrêa d’Oliveira tivesse sido o escritor português mais vezes proposto ao Prémio Nobel.

Nos últimos anos de vida, padeceu a perda total da vista.

Faleceu, e está sepultado na capela, ligeiramente separada da sua casa, no lugar de Belinho, S. Paio de Antas – Esposende.

Eis algumas das publicações:

RECOMENDAÇÃO LITERÁRIA

Daisy sempre soube que foi adotada.

Quando perde a mãe, o luto dá origem a rivalidades domésticas, e a jovem decide partir em busca das suas raízes.

O leitor é depois transportado para o passado, onde vai conhecer Ellen, a mãe biológica de Daisy, e a sua irmã Josie. Duas irmãs muito chegadas e cujas vidas se encontravam interligadas.

Nesta história de ação lenta, mas de escrita cativante, o leitor quererá descobrir o que aconteceu à família de Daisy. «Procuro-te» é um romance interessante e envolvente, com surpresas e uma boa dose de drama, o principal ingrediente das histórias de Lesley Pearse.

jornal 19 crónica » literatura
Ladainha Antonio Corrêa d’Oliveira 1897 Auto do Fim do Dia Antonio Corrêa d’Oliveira 1900 Eiradas Antonio Corrêa d’Oliveira 1899 Allivio de Tristes Antonio Corrêa d’Oliveira 1901 Cantigas Antonio Corrêa d’Oliveira 1902

Os desafios da parentalidade atípica: luto ou luta?

filho “simbolicamente”. Quando se perde um filho, simbolicamente, nesse caso o filho idealizado que não nasceu conforme as expectativas parentais, os pais quase sempre vivenciam, ainda que de forma inconsciente, um processo de luto, de forma única e de intensidades diferentes.

dade requer um diálogo intenso – consciente ou não, muitas vezes doloroso do sujeito consigo mesmo, e lidar com esses processos pode despertar emoções perturbadoras, que preferíamos não ter que encarar.

Aparentalidade

atípica diz respeito aos pais cujos filhos têm um desenvolvimento que foge do esperado, do típico, do padrão considerado normal. A “ Parentalidade Atípica” é uma realidade vivida por grande parte dos pais que me procuram. Cotidianamente, com essas famílias, vou enriquecendo as minhas percepções e o meu conhecimento, aprendendo a (re) pensar inúmeras questões.

Receber a notícia de que um filho não terá um desenvolvimento típico pode ser um choque para pais que idealizaram a maternidade e a paternidade “perfeita”. Ou talvez, uma frustração para quem gestou com amor, carinho, decorou cada detalhe do quartinho da criança, lavou as roupinhas com todos os cuidados de higiene e planejou cuidadosamente o acesso do filho na escolinha e as conquistas dos diplomas anos à frente. O roteiro às vezes muda rápido com o diagnóstico de uma deficiência, mas vale lembrar que cada um vive do seu modo o luto da expectativa.

Já ouvi de pais dizerem, que é como se perdesse um

Quando ouvimos relatos assim, pensamos de maneira especial nos amores e dissabores da maternidade e da paternidade. A chegada de um filho atípico é uma experiência única e singular, que geralmente traz consigo uma espécie de consternação própria, uma vez que as adequações que se exigem desse novo formato de parentalidade são genuinamente intensas, onde às vezes sonhos são desfeitos, expectativas frustradas e as estratégias antes pensadas se despontam quase sempre ineficazes e predomina um cenário cercado de inseguranças. Esse novo formato de parentali-

Pais de pessoas atípicas são, muitas vezes, chamadas de guerreiros e especiais por se desdobrarem na rotina para garantir a qualidade de vida de seus filhos. Mas devemos tomar muito cuidado com esse romantismo que a parentalidade atípica traz, pois pode atrapalhar mais do que ajudar.

A sobrecarga na rotina por exemplo é uma realidade bem latente principalmente entre as mães de pessoas atípicas. Hoje há pesquisas que apontam inclusive a menor expectativa de vida dessas mães se comparadas as mães de crianças típicas.

Todos os esforços, todas as conquistas estão pautadas numa única preocu-

pação dessas famílias com relação aos seus filhos: o medo do futuro. Com crianças e adultos que dependem dos cuidadores para muitas atividades diárias, a ideia de saber que um dia não estarão mais aqui gera angústia e desespero.

Por isso, é importante repensarmos nosso papel nessa sociedade que sempre foi, é e será diversa. Políticas públicas com responsabilidades com objetivos de médio e longo prazo, são fundamentais para que se possa idealizar um futuro mais feliz e certo para pessoas atípicas. Investir em diagnósticos e intervenções precoces, de acesso a todos é sem dúvida uma das ferramentas mais importantes nesse processo e tudo isso começa pela educação. Educação dentro e fora das escolas para que todos, possam ter acesso a informação de qualidade, reduzindo o preconceito e abrindo portas para novas possibilidades.

edição 106 • fevereiro 2023 20
crónica » parentalidade atípica

Teatro Municipal Sá de Miranda

Rua Sá de Miranda

18 e 25 de fevereiro, 17h00

Lápis Cor de Carne | Teatro do Noroeste - Centro

Dramático de Viana

Preço: Entre 4€ e 10€

O Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana apresenta Lápis Cor de Carne um espetáculo infantojuvenil, com texto de Cláudia Luchas Chéu e encenação de Natasha Syvanenko, dias 18 e 25 de fevereiro, às 17h00, na Sala Principal do Teatro Municipal Sá de Miranda.

Teatro Municipal Sá de Miranda

Rua Sá de Miranda

25 de fevereiro, 19h00

María Zambrano la palabra danzante | Karlik Danza Teatro

Preço: Entre 4€ e 10€

Convidamo-lo a conhecer a figura de María Zambrano enquanto mulher, pensadora, criadora através da palavra dançante, da imagem, a metáfora e o símbolo que nascem do pensamento poético.

Teatro Municipal Sá de Miranda

Rua Sá de Miranda

5 de março, 11h00

Germinação | Teatro

Regional da Serra do Montemuro

Preço: Entre 4€ e 10€

Dia 5 de março, domingo, o Teatro Regional da Serra do Montemuro apresenta Germinação, um espetáculo infantojuvenil, com texto de Abel Neves e encenação de Paulo Duarte, às 11h00, na Sala Experimental do Teatro Municipal Sá de Miranda.

jornal 21 agenda cultural » viana do castelo

Prazos para o IRS 2022

Esta proposta de artigo visa servir como lembrete dos prazos necessários para a entrega do IRS de 2022. Não é simpático, não tem graça nenhuma, mas temos que fazer e ser acertivos. Então aqui vai (nota: não dispensa a consulta do site das Finanças. Então, as nossas obrigações até:

● 31 de janeiro, comunicar as rendas recebidas em 2022 (tudo o que esteja relacionado com arrendamento, subarrendamento, cedência de prédio ou parte, aluguer, etc.).

● 15 de fevereiro, (1) comunicar o agregado familiar (actualizado a 31 de dezembro, caso tenha havido nascimento, casamento, divórcio, alteração de acordo parental, óbito de um dos elementos do casal ou mudança de residência permanente; não esquecer de considerar a situação de afilhados civis que até à maioridade estão sujeitos à direcção do agregado familiar), (2) as despesas de educação no interior e (3) encargos com educação respetiva (interior) e (4) a duração de contratos de arrendamento de longa duração (ALD), aplicado caso terminado o mesmo.

● 25 de fevereiro, con-

firmar as faturas no portal do e-factura (fica o alerta para a situação das facturas em modo que requer “complementar informação facturas” e, ainda, registar as facturas que os agentes económicos não tenham comunicado); fica, também, ao alerta para a necessidade de verificarem as notas de crédito eventualmente lançadas pelo agente económico e certifique-se que estão correctas, pois pode ocorrer lapsos; por fim, alerta-se para o caso das despesas de saúde, formação e educação que tenham sido realizadas fora do território nacional e os encargos com imóveis tenham sido realizados em outro Estado membro da União Europeia, pode comunicar através do Portal das Finanças, inserindo os dados essenciais da factura.

● 16 a 31 de março, consultar as despesas dedutíveis e reclamar as irregularidades; verifique as despesas por titular (incluindo os dependentes) e por sector de despesas dedutíveis; caso detecte alguma omissão ou algo que necessite de ser corrigido, é a altura de declarar ou alterar os montantes no quadro 6C1 do anexo H do modelo 3 do IRS/2022, não esquecendo que toda e qualquer alteração implica a que conservação do documento comprovativo respectivo, que faz prova (evidência) do que está a corrigir (é a sua defesa).

● 31 de março, identificar a entidade que pretendemos consignar o IRS ou IVA e solicitar a inscrição

como residente não habitual.

● 01 de abril a 30 de junho, confirmar a entrega do IRS ou modelo 13 de rendimentos, não esquecendo de confirmar o IBAN, através do qual pretende receber o reembolso, caso se aplique.

O portal das finanças tem diversos folhetos informativos e as FAQ (questões frequentes, com as respostas às mesmas, porque as dúvidas não são só nossas; é um espaço de partilha anónimo). Por fim, recorda-se a possibilidade de recorrer ao serviço de atendimento eletrónico do e-balcão (no Portal das Finanças, assim como o centro de atendimento te-

lefónico (CAT) através do número 217.206.707, todos os dias úteis, das 09h00 às 19h00 (passando a publicidade).

No caso de reclamar antes da liquidação do IRS, tenha em conta que essa reclamação não suspende os prazos previstos para entrega da declaração anual de IRS ou para liquidar e pagar o imposto apurado.

Posto isto, resta-me incluir a nota que toda esta informação teve o suporte de um folheto da AT divulgação na página da AT, de janeiro de 2023. E pronto, a proposta de tema de hoje visa, apenas, ser útil e prático, sendo um lembrete a considerar. Fica a partilha e boa sorte (também é preciso, confesso).

edição 106 • fevereiro 2023 22
crónica » prazos de entrega irs

Estádio Cidade de Barcelos

9 de fevereiro, 10h00

Formação: Controlar Pragas e Doenças da Horta

Organização: Município de Barcelos

Preço: Gratuito

Nesta formação, pretende-se identificar as principais pragas e doenças das culturas da horta e apresentar as soluções idealizadas na agricultura biológica para minimizar o seu impacto no ambiente. Inscrição obrigatória e limitada a 40 formandos.

Galeria Municipal de Arte

até 12 de fevereiro

Exposição “O Regresso do Objeto: Arte dos Anos 1980 na Coleção de Serralves”

A exposição reúne trabalhos de artistas portugueses e internacionais que sedimentaram os seus discursos artísticos na década de 1980. As obras apresentadas personificam exemplarmente as transformações a que arte foi sujeita nesse período e revelam como a complexidade das práticas destes artistas excede as ideias preconcebidas sobre a arte dessa época.

Torre Medieval

até 12 de março

Exposição “Louça

Tradicional de Barcelos, um passado com futuro”

Organização: Município de Barcelos

Preço: Gratuito

A mostra pretende dar a conhecer o trabalho deste oleiro, da freguesia da Lama, que dedicou toda a sua vida profissional à produção de louça de barro.

jornal 23 agenda cultural » barcelos

O misterioso triângulo

5de

Dezembro de 1945. Cinco aviões da marca TBM Avenger, descolam da base aérea de Lauderdale numa missão de treino que consistia na simulação de um ataque com torpedos para de seguida voltarem à base. Era uma simples missão de rotina com vários pilotos em fase de treino, e que, aparentemente, seria uma tarefa simples de cumprir. Porém, 90 minutos após o início do voo, o tenente Charles Carroll, responsável pelo exercício, comunicou com a base dando a indicação de estarem perdidos e a comunicação foi perdida. De imediato, um avião de resgate com treze tripulantes a bordo, foi enviado para o local. Contudo, meia hora depois e seguidamente a ter enviado o relatório da sua posição, supostamente onde os aviões tinham desaparecido, as comunicações pararam e, teve como destino, o mesmo dos anteriores; o seu desaparecimento. Durante vários dias, centenas de aviões e dezenas de navios, procuraram destroços sem qualquer tipo de sorte.

Os desaparecimentos nesta que é considerada uma das zonas mais infames do nosso planeta, o triângulo das Bermudas, ganham notoriedade com

a publicação de alguns artigos por E. Jones, da Associated Press, fazendo menções a misteriosos desaparecimentos de barcos, aviões na zona que denominou por: Triângulo do Diabo. Mas foi em 1962, através do escritor sensacionalista Vincent Gaddis que o termo Triângulo das Bermudas se tornou na sua denominação comum ao longo dos anos. Em 1974 este mistério torna-se um mito global com a publicação do livro de Charles Berlitz, “Triângulo das Bermudas” que definitivamente as suposições atingem um nível planetário.

Várias explicações foram apontadas como as causas destes desaparecimentos, sendo elas, as

sobrenaturais e as naturais. Nas primeiras, desde o continente perdido da Atlântida, a Ovnis ou forças misteriosas incompreensíveis, são apenas alguns dos exemplos que alguns escritores têm usado para basearam as suas teorias. Quanto às naturais, os campos eletromagnéticos, os furacões que são extensivamente frequentes naquela zona, as ondas gigantes ou vulgo vagalhão que são distintos dos tsunamis, originados por terramotos e afins porque podem aparecer num mar, por exemplo, demasiado calmo. Caraterizam-se por serem muito grandes e de aparecimento totalmente súbito. Uma das mais recentes teorias é a do gás metano que po-

dem diminuir a densidade da água e provocar o consequente afundamento de um navio do nada. Quanto aos aviões, a menor densidade do ar, poderia levar à perda de sustentabilidade, provocando a sua queda.

O que de facto é certo, é que por mais explicações que encontremos para estes acontecimentos, a nossa imaginação é que ditará o desfecho que queremos e tenho a certeza que as explicações científicas vêm em último lugar. É este o fascínio do misterioso Triângulo das Bermudas.

edição 106 • fevereiro 2023 24
crónica » mitos e lendas

Agência Funerária

Tilheiro

Tel: 258 971 259

Tlm: 962 903 471

www.funerariatilheiro.com

Barroselas

92 anos

AGRADECIMENTO

Jorge Martins da Silva

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

46 anos

AGRADECIMENTO

Luís Filipe Passos Roque Forjães – Esposende

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

98 anos

AGRADECIMENTO

José Narciso Gonçalves Padela

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

96 anos

AGRADECIMENTO

Maria Ribeiro da Rocha

Subportela – Viana do Cartelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

60 anos

AGRADECIMENTO

José Quintais do Rego

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

89 anos

AGRADECIMENTO

Isaura da Conceição

Oliveira Rocha da Costa

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

89 anos

AGRADECIMENTO

Carolina da Cruz

Félix Vila Chã

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

86 anos

AGRADECIMENTO

António da Costa Fagundes

Ardegão – Ponte de Lima

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

jornal 25
A Família A Família
necrologia

46 anos

AGRADECIMENTO

Rui de Jesus

Sousa de Araújo

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

94 anos

AGRADECIMENTO

Inês da Conceição Alves da Costa Rego

Portela Susã – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

80 anos

AGRADECIMENTO

Maria Augusta Azevedo Penteado

Forjães – Esposende

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

70 anos

AGRADECIMENTO

Leonor da Conceição Freitas Teixeira

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

65 anos

AGRADECIMENTO

Maria Gomes de Queirós Viana

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

81 anos

AGRADECIMENTO

Ana da Rocha Correia de Sá

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

90 anos

AGRADECIMENTO

António

Maciel de Araújo

Carvoeiro – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

93 anos

AGRADECIMENTO

Ermelinda de Castro Barbosa Maciel

Durrães – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

85 anos

AGRADECIMENTO

Maria Irene Costa Ferreira

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

edição 106 • fevereiro 2023 26
necrologia
A Família

80 anos

AGRADECIMENTO

Delmira Alves de Sá

Palme – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

61 anos

AGRADECIMENTO

Manuel da Silva Meira

Portela Susã – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

97 anos

AGRADECIMENTO

António Simões

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

88 anos

AGRADECIMENTO

Almerinda da Costa

Maciel Miranda

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

75 anos

AGRADECIMENTO

Fernando da Conceição Pereira

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

91 anos

AGRADECIMENTO

Joaquim

Martins Pereira

Poiares – Ponte de Lima

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

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