O Vale do Neiva - Edição 97 maio 2022

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maio 2022 edição 97 Propriedade:

A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) Barroselas Mensal Gratuito Versão digital

Crónica: Esta e outras Páscoas pág. 8

Queimada do Judas no Largo das Neves pág.

4

Festas e romarias

Tregosa representada na 1ª Romaria do Minho | pág. 3

Informação autárquica Compasso Pascal em Vila de Punhe | pág. 5

Tregosa

As atividades do Centro Social e Paroquial de Tregosa | pág. 6


Literatura Três leituras para devorar em maio página 12

índice edição 97 maio 2022

Plants Hydrangeas A guerra pelo olhar de um Marketeer

Saúde em tempos de pandemia

página 7

página 9

página 18

Crónica A nossa língua página 20

ficha técnica diretoria e administração:

Direção de “A Mó” redação:

José Miranda Manuel Pinheiro Estela Maria António Cruz edição:

97 – maio 2022

editorial Rio Neiva e ribeiras nunca foram tão mal tratados

colaboradores:

Adão Lima Alcino Pereira Américo Manuel Santos Ana Sofia Portela Andreia Castro Cláudia Bernardo Daniel Gomes Basílio Daniela Maciel Fernando Fernandes Francisco P. Ribeiro J. F. Vila de Punhe José Händel de Oliveira José Miranda Luciano Castro Pedro Tilheiro design gráfico:

Mário Pereira paginação:

Cristiano Maciel supervisor:

Pe. Manuel de Passos contacto da redação:

Avenida S. Paulo da Cruz, Edifício Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas e-mail:

redacaojornalvaledoneiva@gmail.com periodicidade:

Mensal

formato:

Digital

distribuição:

Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação.

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edição 97 • maio 2022

por José Maria Miranda Presidente da Direção d’A Mó

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omo morador próximo do rio Neiva, verifiquei durante o mês de março que o nosso rio foi visitado por pescadores de várias localidades. Curioso, perguntei: que tal a pesca? Todos foram unânimes ao afirmar que já não é a mesma coisa em relação a outros tempos e continuando, acabaram por atribuir a culpa à mão dos humanos que se afirmam serem inteligentes. Confirmo a leitura dos pescadores porque já constatei que as águas do nosso rio

Neiva, passaram e passam em Tregosa carregadas de espuma exalando um cheiro fedorento. Foi então que recordei um homem com a profissão de Guarda-Rios. Este profissional era muito temido pelos pescadores porque caso fossem apanhados a pescar sem a devida licença eram multados. Também salvaguardava a proteção dos cursos de água, fiscalizava a extração ilegal de areias, corte de árvores, a limpeza das margens e as descargas de efluentes poluidores. Esta profissão extinguiu-se, mas, penso que se fosse novamente reativada, as nossas ribeiras e rios não seriam

tão mal maltratados. Chegou agora a altura de falar do “Guarda-Rios” pássaro. De onde lhe veio o nome? Veio, por ficar grande parte do tempo olhando a água à procura de peixe. Esta bonita ave pousa em troncos ou galhos secos junto às águas e é a partir destes que pratica a caça à espera. A sua alimentação baseia-se de peixe, mas come também insetos, anfíbios e crustáceos. Trata-se de uma ave bem colorida e bem conhecida das populações que a batizaram com vinte e cinco nomes diferentes, eis alguns: chasco-do-rego, espreita-marés, freirinha, juiz-do-rio, martinho-pescador, passa-rios, pica-peixe, piçorelho, pisco-ribeiro e rei-do-mar, etc. Enquanto não recuperamos a profissão de Guarda-Rios, apenas podemos contar com o lindo “Guarda-Rios” pássaro que, com grande sofrimento, assiste indefeso aos mais variados atentados causados pelos humanos aos seus rios.


local » festas e romarias

Tregosa representada na 1ª Romaria do Minho

por José Maria Miranda Presidente da Direção d’A Mó

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Associação Desportiva e Cultural de Tregosa preparou, com rigor, um Arco de Romaria que está exposto na Av. dos Combatentes da Grande Guerra em Barcelos. Este arco, representativo das atividades culturais da terra, vai permanecer em exposição até às Festas das Cruzes. São construções com uma grande atração turística, quer pela sua originalidade bem como pela beleza das cores utilizadas. É bom que as Associações continuem a defender e a transmitir as tradições aos mais novos, para que mais tarde, sejam eles a passar o testemunho. Os Tregosenses reveem-se neste tipo de construção e agradecem o esforço e dedicação a uma causa, que só nos enaltece. O nosso muito obrigado à Direção da Associação Desportiva e Cultural de Tregosa. Parabéns.

jornal

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local » informação autárquica

Queimada do Judas no Largo das Neves

por Junta de Freguesia de Vila de Punhe junta.vilapunhe@gmail.com

Rússia. De certa forma, era espectável… Com motivos alusivos ao motivo referido, partiu da capela da Senhora das Neves rumo ao Largo das Neves. O destaque maior incidiu inevitavelmente na figura do judas escolhido: Vladimir Putin.

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epois de ter sido retomada em 2014 com uma nova roupagem e de um interregno de dois em função da pandemia, a Queimada do Judas regressou em grande ao Largo das Neves. Uma noite de festa, com muita cor, energia e alegria, onde o Largo das Neves foi, uma vez mais, ponto de encontro e o palco de mais uma memorável manifestação popular. É verdade!... No passado sábado de Aleluia, 16 de abril de 2022, o Largo das Neves foi mês de agosto em festa. Todos compreenderão a metáfora… Um mar de gente inundou o Largo das Neves para assistir à Queimada do Judas e divertir-se pela noite dentro com DJ Pena. Muitos, deliciados, não resistiam a comentar: “parece a Festa das Neves”. Outros garantiam que foi “a maior enchente” já ali vista em período pascal… Todos estavam estupefactos com a multidão presente, disso não resta dúvida alguma. E que lindo foi observar… Que saudades de uma noite assim… O cortejo iniciou-se pouco depois das 23 horas e teve como tema o conflito armado entre a Ucrânia e a

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O programa elaborado foi diversificado e muito bem encadeado. Com efeito, esteve composto por danças com a Open School e a Daniela Chaves Dance, por música interpretada pela Lara Escoval e pelo guitarrista Jhow, com divertidos momentos de comédia proporcionados pelo José Manuel Gomes e Domingos Morais, mais o testamento e o esconjuro. O clímax chegou com a queima de “Putin”… A noite, no entanto, após o auto de fé, era ainda uma criança, pelo que se serviu depois a queimada galega com umas línguas de gato e, como se tal fora pouco, os presentes tiveram direito a DJ pela noite dentro. Foi, pois, mais uma noite inesquecível… Mais uma entre as incontáveis que por ali nos acostumamos a viver… Uma noite que as gentes que

amam aquele espaço mereciam há muito… Ficámos à espera de mais… O Largo das Neves tem esta mística

muito própria… Deixa-nos sempre à espera do próximo reencontro… Que não tarde!


local » informação autárquica

Compasso Pascal em Vila de Punhe por Adão Lima Autarquia de Vila de Punhe

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Junta de Freguesia de Vila de Punhe recebeu no seu Salão Nobre, no passado domingo de Páscoa, o compasso pascal. O convite que o Executivo Autárquico enviara à população foi por esta bem aceite, pois no Salão muitos vilapunhenses estiveram presentes para receber a mensagem cristã do Cristo ressuscitado. Assim, e após dois anos de ausência de visita pascal imposta pela lei de combate à pandemia covid-19, é de novo motivo de congratulação receber o compasso pascal, bem como, assegurar a continuidade de uma das manifestações maior do dia mais importante e significativo do calendário religioso dos católicos. Também o Forno Comunitário, o mais recente local de lazer e convívio, abriu portas para receber Cristo ressuscitado. No final da tarde da segunda-feira de Páscoa muito público esteve

presente, neste espaço, para assistir e participar no encerramento da Visita Pascal. Torna-se, desta forma, apanágio da Autarquia Vilapunhense abrir as portas dos seus edifícios mais emblemáticos em prol da defesa das nossas manifestações religiosas, tal como, assegurar a tradição da realização das mesmas. Uma palavra de agradecimento aos reverendíssimos párocos e aos Mordomos da Cruz, Joaquim Neves e Carlos Viana, e respetivas famílias, pelo esmero que tiveram na preparação e apresentação do Compasso Pascal na nossa comunidade. Bem hajam!

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local » paróquia de tregosa

As atividades do Centro Social e Paroquial de Tregosa

por Ana Sofia Portela enf.anasofia@gmail.com

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o passado dia 12 de abril o Centro Social Paroquial de Tregosa realizou a sua Celebração Pascal, estando presentes nesta cerimónia os utentes, colaboradoras, corpos gerentes, representantes dos grupos e movimentos da freguesia, bem como, familiares e amigos. A missa teve início às 18h na Igreja Paroquial de Tregosa e foi presidida pelo pároco Sr. Pe. Manuel Brito que é também o órgão de vigilância da instituição. No final decorreu o sorteio do Cabaz de Páscoa. Esta cerimónia enquadrou-se numa calendarização de animação e dinamização das férias da Páscoa, fazendo parte desta semana outras atividades como a participação na Hora do Conto na Biblioteca Municipal de Barcelos, visita ao navio-hospital Gil Eanes, ida ao Cinema, Caça aos ovos, entre outras atividades lúdico-pedagógicas que foram do agrado de todos os utentes e famílias. O Centro Social Paroquial de Tregosa, informa que no próximo mês de Maio tem abertura das matrículas e renovação das mesmas para as valências de CATL (Centro de Ativi-

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dades de Tempos Livres) e prolongamento de Jardim-de-infância, além do apoio ao estudo e dinamização de atividades, tem serviço de transporte para as escolas/ Jardins-de-infância e serviço de almoço nas pausas

letivas. Para saber mais informações sobre o Centro Social Paroquial de Tregosa visite: Website: csptregosa.pt Facebook: Centro Social Paroquial de Tregosa Instalações: Rua Mário Gonçalves Leite, 144, 4905-168 Tregosa Tlm: 967 691 925 Tlf: 258 107 965 Email: centro_sp_tregosa@sapo.pt

Aguardamos a vossa visita!


crónica » visão de um marketeer

A guerra pelo olhar de um Marketeer

por Daniel Gomes Basílio daniel@cococriativo.pt www.cococriativo.pt

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o atual momento em que me encontro a escrever este artigo denoto que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia ainda é uma realidade que não tem o fim à vista. Sem tecer qualquer comentário sobre a legitimidade desta guerra/invasão ou por outras palavras, operação militar especial, o meu objetivo aqui foi tentar enquadrar este fenómeno numa perspetiva de Marketing. Será que é possível analisar este contexto e encontrarmos os P´s do Marketing? Quando falamos de P´s de Marketing estamos a referir-nos ao Marketing-Mix. Que não é nada mais, que algumas diretrizes estratégicas que os profissionais do Marketing devem ter em atenção nas suas avaliações. Sendo assim, vou falar de cada uma delas para tentar enquadrá-las no fenómeno bélico. O primeiro pilar desta análise é o Produto que talvez é o mais fácil de identificar, pois trata-se da própria Guerra/ Operação Militar. Quando identificamos este conceito sabemos o que poderemos obter se estivermos em contacto com este “produto”,

que pode ser por exemplo, devastação ou sintomas de ansiedade e de tristeza. De seguida avançamos para o Preço que certamente é o mais visível e o mais impressionante. Podemos considerar que o Preço principal deste confronto é a perda de vidas. E certamente é aquele que é mais dramático. A próxima variável a ser abordada é a Distribuição ou em inglês Placement. Aqui é a forma como temos contacto com este fenómeno e até aqui os confrontos têm acontecido na Ucrânia. Analisamos de seguida a Comunicação. Neste pilar vemos com frequência o Presidente Zelensky e o Presidente Putin com diferentes visões sobre este tema e cada um deles apresenta razões para o seu sucesso. Da parte de Zelensky vemos a pedir ajuda aos países mais próximos da Nato e por outro lado, vemos Putin a tentar ganhar tração com o seu discurso próximo de países como a Bielorrússia, Síria e ou Coreia do Norte. Cada um dos países envolvidos neste confronto tenta gerar apoios políticos que depois possam influenciar a opinião pública e dessa forma até legitimar uma intervenção mais musculada. Na Comunicação podemos tentar analisar que canais é que cada um usa para tentar essa influência mediática. Vemos com frequência o Presidente Zelensky em

vídeos no seu esconderijo apelar ajuda para os habitantes da Ucrânia ou mesmo a interdição do espaço aéreo. Se avançarmos para os Social Media verifica-se uma grande concentração de seguidores tanto no Twitter como no Instagram. Que serão porventura, os canais mais apropriados para este tema e aqueles que registam melhores resultados devido à sua interação com os públicos. No Twitter existe uma comunidade de cerca de 6 Milhões de seguidores do Presidente Zelensky e no Instagram, 16 Milhões. Para terminar esta análise, quero referir que são feitas cerca de 7 publicações diárias na conta de Instagram do Presidente Zelensky com um grande número de comentários e de “likes”. Aqui podemos verificar que este comportamento se aproxima de um Influenciador Digital que tem a capacidade de manter a sua audiência conectada e que o seu conteúdo é relevante. Para concluir o pilar da

Comunicação, Putin não exibe grandes pergaminhos na utilização dos Social Media. Aliás, Twitter, Facebook e Instagram estão com restrições de acesso segundo a Autoridade de Comunicação do Governo da Rússia. Desta forma, Putin tenta utilizar a Comunicação Social do seu país para justificar este confronto. E parece que tem tido algum sucesso pois as manifestações de desagrado desta guerra/operação militar especial parecem ter esmorecido. Concluindo, acredito que é possível fazer esta análise à luz dos parâmetros que os Marketeers utilizam na sua atividade profissional. Agora cabe a cada um de nós “sentir” que país, Ucrânia ou Rússia, está a ter maior benefício na utilização destas dinâmicas de Marketing. Quem será o mais amado?

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crónica » páscoa: presente e passado

Esta e outras Páscoas

por Luciano Castro lucianomcastro56@gmail.com

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á-me especial prazer ler as histórias e contos do médico e escritor do Barroso, Bento da Cruz. Em alguns dos seus livros, descreve situações de grande sofrimento por que passaram as gentes daquela zona transmontana e o seu modo de vida e costumes, ao mesmo tempo que com grande mestria intercala outros acontecimentos que retrata de forma hilariante, e nos fazem recuperar a boa disposição, que por vezes anda arredada. E foi há uns anitos, depois de ler o conto do abade de Salto, que por lapso celebrava o Domingo de Ramos

e a Páscoa com uma semana de antecedência, que fiquei a saber que o dia de Páscoa no hemisfério norte é sempre no primeiro Domingo após a lua cheira subsequente ao equinócio da Primavera, e que ocorre entre os dias 22 de Março e 25 de Abril, ao contrário do Natal, que tem data fixa. Num curto espaço temporal celebramos o nascimento de Jesus, e a sua morte e ressurreição. São duas festas que muito dizem aos cristãos, sendo que a comemoração da ressurreição de Jesus é vivida num ambiente de grande emoção, pois comemora a vitória da vida sobre a morte. Quando falo sobre a Páscoa vêm-me à memória as páscoas da meninice e da juventude. O fato novo, as amêndoas, a rosca da padaria que por esta altura vinha decorada com espigas de trigo e outros ornamentos, os quais raramente chegavam a

casa quando ia buscar o folar a casa do meu Padrinho. A campainha que começávamos a ouvir junto à entrada do portão e os momentos que se seguiam, em que parecia haver algo de místico. A alva rendada do Pe. Mendes, que aspergia a água benta sobre os presentes após breve oração, a cruz decorada pelo armador que osculávamos com devoção e respeito, o ar de alegria que exalavam os vários elementos que compunham o compasso, e até a moeda que se espetava numa maçã da porta da loja, das que se conservavam até esta data, e se encontrava defronte da redoma da Senhora da Conceição - reminiscência do antigo folar do Pároco. E os doces servidos após o cumprimento das “boas festas” aos familiares, amigos e afilhados da casa, que vinham partilhar a chegada do compasso, comprados nas mercearias e fornecidos pelas confeitarias do “Couto”, tanto do Gomes como do

Páscoa cerca de 1930, na actual Casa do Povo, que na altura era uma casa de comércio

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Maurício, que eram servidos a todos os presentes, acompanhados dum cálice de Porto da Real Companhia Velha. São momentos passados que rememorámos e sabemos que não voltam mais. Esta pandemia que continua a assolar-nos, inviabilizou nos dois últimos anos a saída do compasso. Este ano, algumas paróquias com o fim de evitarem a disseminação deste vírus que nos castiga, optaram por suspendê-lo mais um ano. São decisões que temos o dever de respeitar, já que estão imbuídas de um grande sentido de responsabilidade. Noutras contudo, embora com medidas restritivas e rodeadas das indispensáveis condições de segurança sanitária, optou-se por realizar o compasso. Também nos deve merecer respeito esta segunda opção. E julgo que em qualquer circunstância não podemos esquecer que semanalmente continuam a morrer muitas dezenas de pessoas devido à Covid 19. Importante, sobretudo para os cristãos, é não deixar perder o significado deste dia. E que pelo facto de se manterem algumas restrições quando o compasso sai, isso não seja motivo impeditivo de se abrir a porta da nossa casa, como infelizmente tivemos oportunidade de constatar, só pelo facto de não podermos manter os habituais ajuntamentos, e exibir aquelas mesas de finas iguarias, como se isso fosse a razão deste dia festivo. Termino, desejando de modo esperançado que no próximo ano já não se fale de pandemia.


saúde » check-up médico

Saúde em tempos de pandemia

por Cláudia Bernardo Médica de Medicina Geral e Familiar

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velho ditado “mais vale prevenir do que remediar” nunca fez tanto sentido como agora, sobretudo no que diz respeito à nossa saúde. As realizações dos habituais exames médicos de rotina, o chamado check-up médico, nunca foram tão importantes. A pandemia não só trouxe consigo toda uma realidade desconhecida que nos obrigou a mudar a forma como vivemos e convivemos, como também mudou a forma como lidamos com a saúde. Deixámos de vigiar e saber ouvir o nosso corpo e mente. Todo e qualquer sinal não era mais do que o efeito de um vírus do qual todos falavam, mas ninguém conhecia. Abriu-se, assim, a porta à obesidade, aos problemas cardiovasculares, às neoplasias por diagnosticar

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e aos problemas mentais, entre outros. Tudo passou a ser normal e justificável com o Covid-19. Hoje, passados mais de dois anos, apesar de retomarmos parte das rotinas e termos a segurança de uma vacina, a verdade é que continuamos a encontrar no Covid-19 o fácil diagnóstico para tudo. Ninguém nega o seu impacto na saúde mental, na obesidade, no agravar de muitas doenças diagnosticadas e muitas outras que ficaram por diagnosticar, mas é importante retomar a vigilância e perceber que os antigos riscos não só

se mantêm como, em alguns casos, se agravaram. O último relatório sobre a Saúde na Europa revela que a pandemia influenciou negativamente os comportamentos de saúde da população europeia, nomeadamente no que diz respeito aos padrões de consumo de álcool, tabaco, aumento sedentarismo e adoção de hábitos alimentares pouco saudáveis. Apesar vivemos num limbo de incertezas em relação ao vírus que persiste em se manter, a verdade é que não podemos continuar a adiar a saúde. É urgente retomar as rotinas anuais de check-up médico, as quais devem incluir um conjunto de análises e exames clínicos, de modo a permitir determinar a existência de fatores de risco associados a doenças cardiovasculares, diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC), osteoporose, obesidade, hipertensão arterial e doença hepática, entre outros. E porque cada idade acarreta os seus riscos há que ter em consideração a especificidade de

alguns exames: no caso das mulheres, após os 40 anos, é recomendável a realização de uma mamografia a realizar-se anualmente ou de dois em dois anos, de acordo com histórico familiar. No caso dos homens é importante a realização de exames à próstata a partir dos 50 anos nos homens. A par da normal vigilância é fundamental adotar estilos de vida saudáveis, baseados numa alimentação equilibrada, na atividade física, num sono reparador, na gestão de stresse e na eliminação de hábitos nocivos como o tabagismo. É o mais comum dos “clichés” dizer que a saúde é o que cada um tem de mais precioso. Ninguém nega, ninguém contesta e todos concordam, mas a verdade é que a saúde acaba por ser uma das questões que muitos de nós negligenciamos. Quando estamos bem é algo que, inconscientemente, acabamos por assumir como garantido. Nada poderia estar tão errado!

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viana do castelo » agenda cultural de maio

sáb 14 e dom 15

Vila Franca do Lima

Jardim Público

sex 06 a seg 09

Festa das Rosas

Encontro das Festas Floridas

Tendo como mote “Unidas na tradição e pela tradição”, a Festa das Rosas está de regresso.

sáb 14 10h–18h

Alvarães

sáb 14 e dom 15 10h–18h

Vila Mou e Vila Franca 10h–19h

sáb 07 16h30 Tradicional Cortejo das Velas Votivas 21h30 XXXVIII Festival de Folclore de Vila Franca 00h Imponente sessão de fogo de artifício 00h30 Espetáculo de variedades com o artista Jorge Guerreiro. Festival de música Super Rosas

Feira de flores e jardinagem 10h–17h

Festival de flores

Arranjos florais de grandes dimensões

sex 06 10h A arte dos Gigantones e Cabeçudos – abertura da exposição 22h30 Festival da Juventude 00h Sessão de fogo de artifício Festival de música Super Rosas

Jardim Público

Praça da Liberdade e Rua da Picota

Principais momentos do programa:

Praça da Liberdade

15h–17h

Espaço flores e família

dom 08 16h Imponente Procissão 00h Sessão de fogo de artifício

Ateliês de artes florais para crianças

Alvarães

sáb 21 a dom 22

Festas de Santa Cruz e Andores Floridos

Principais momentos do programa:

dom 15 Festa da Criança 15h30 Concentração de miniAndores, confecionados pelas crianças de Alvarães

sáb 21 16h30 Concentração das 14 cruzes e Procissão Solene das Cruzes

16h30 Festa da Criança, com animação diversa e insufláveis

17h30 Levantamento dos Andores Floridos, acompanhados por grupo de bombos

Jardim Público

Feirão com petiscos tradicionais

dom 22 16h Majestosa Procissão Solene, em honra da Santa Cruz

Jardim da Marina

18h XLII Festival Folclórico de Alvarães

Atividades infantis com insufláveis Animação musical de rua com Bandas de música Dixie Band – Fundação Maestro José Pedro e Banda Filarmónica da Associação musical de Vila Nova de Anha

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Vila Mou

qua 01.06 a seg 06.06

Romaria N.ª Sr.ª Encarnação


saúde » doença pulmonar obstrutiva crónica

Já ouviu falar de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica)?

por Ana Sofia Portela enf.anasofia@gmail.com Enfermeira especialista em Enfermagem Comunitária USF Aqueduto – ACES Vila do Conde/Póvoa do Varzim

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Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é uma doença comum, evitável e tratável, que é caraterizada por sintomas respiratórios persistentes e uma limitação ao fluxo de ar. Esta doença é considerada a 4ª causa de morte nos países desenvolvidos e está associada a cerca de 3 milhões de mortes por ano. Em Portugal, representa 14,2% da população com mais de 40 anos.

Sintomas: Os sintomas respiratórios mais comuns incluem falta de ar, tosse e/ou produção de expetoração. A maioria dos doentes não apresenta sintomas até atingir níveis moderados ou graves da doença. A DPOC pode também apresentar períodos de agravamento dos sintomas (exacerbações), nomeadamente aumento da falta de ar, e estão associados ao aumento da inflamação das vias aéreas e da produção de expetoração. As exacerbações afetam negativamente o estado de saúde, as taxas de hospitalização e readmissão, e a progressão da doença. Tratamento: A DPOC não tem cura, mas pode ser prevenida e tratada. O tipo de tratamento depende dos sintomas e da fase da doença.

Os principais objetivos do tratamento são a redução dos sintomas e diminuição do risco de futuras exacerbações. As estratégias para controlar a DPOC não se limitam aos tratamentos farmacológicos, e por isso devem ser complementadas com intervenções não farmacológicas apropriadas: ●● Fármacos: Os broncodilatadores inalados (conhecidas “bombinhas”) de curta ou de longa duração de ação, são a base da terapêutica na DPOC. Entre os demais medicamentos administrados estão os corticoides inalados (em associação com os broncodilatadores nas fases mais avançadas) ou sistémicos (nas exacerbações), as vacinas antigripal e antipneumocócica (para evitar infeções respiratórias) e os antibióticos (no caso de exacerbações infeciosas bacterianas). ●● Deixar de fumar: A

cessação tabágica é altamente recomendada, sendo a medida com mais capacidade de alterar a história natural da doença. ●● Oxigenoterapia: Quando existe hipoxemia (baixa concentração de oxigénio no sangue), pode ser necessário administrar oxigénio, de forma aguda ou crónica. ●● Reabilitação respiratória: Inclui treino dos músculos inspiratórios, exercício aeróbio e exercício de reforço muscular. ●● Nutrição e estilo de vida adequados: Uma alimentação cuidada e personalizada, bem como a manutenção de um estilo de vida ativo, pode ajudar no atraso da evolução da doença ou na maior adaptação do doente aos sintomas da mesma. Cuide de si, e na dúvida, dirija-se ao seu Médico/Enfermeiro de Família.

Fatores de risco: O tabagismo é o principal fator de risco e é responsável por aproximadamente 95% dos casos de DPOC a nível mundial; A exposição profissional a partículas nocivas é um fator de risco subestimado, e inclui a exposição a poeiras, agentes químicos e fumos tóxicos; Nos países em vias de desenvolvimento, a exposição à poluição atmosférica no interior das casas, proveniente de lareiras, parece ser um fator de risco significativo.

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crónica » literatura

Três leituras para devorar em maio

por Daniela Maciel dani18maciel@hotmail.com

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ste mês trago-lhe a sugestão de três livros de leitura compulsiva, ou seja, aquele livro que só vai querer parar de ler quando chegar à última página.

juntá-los. Porém, para isso precisará de a convencer de que não se importa, uma vez que tem outro namorado e está feliz. Não é verdade, claro, mas para lhe provar isso, Olive decide beijar o primeiro homem que vê: Adam Carlsen, um jovem professor de outro departamento, conhecido por deixar os estudantes em lágrimas. O mais surpreendente é que Adam aceita manter a farsa e fingir que é seu namorado. Quando uma conferência científica corre mal e ameaça a carreira de Olive, Adam acabará por surpreendê-la de várias formas… Um livro muito divertido que pode ser lido numa única tarde!

“A Hipótese do Amor” Ali Hazelwood 2022

«A Hipótese do Amor», de Ali Hazelwood, é a história perfeita para os mais românticos. A narrativa decorre em ambiente académico. Olive Smith, uma estudante de doutoramento em Biologia, não acredita em namoros duradouros. Quando a sua melhor amiga se apaixona pelo seu ex-namorado, Olive quer

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“Traz-me de Volta” B. A. Paris 2019

«Traz-me de Volta», de B. A. Paris, é um thriller psicológico viciante.

A narrativa centra-se em Finn, um jovem cuja namorada, Layla, desapareceu. Passados 12 anos sem nenhuma pista, Finn refez a sua vida e está prestes a casar com Ellen, irmã de Layla. No entanto, quando surgem pistas de que Layla poderá afinal estar viva, a vida de Finn é virada do avesso e ele é obrigado a confrontar os acontecimentos do seu passado. Existem alguns momentos de grande tensão. Ao mesmo tempo que Finn começa a receber uns e-mails estranhos, encontra também objetos simbólicos relacionados com Layla. Estes acontecimentos instalam um clima de desconfiança nas nossas personagens e isso acaba por passar também para o leitor. Adorei o facto de a autora me conseguir fazer duvidar de todas as personagens. Um livro de leitura compulsiva, que se lê quase de uma assentada! «Um por Um», de Chris Carter, é um livro para estômagos fortes. Embarque nesta leitura apenas se apreciar policiais macabros. O inspetor Robert Hunter, recebe um telefonema anónimo de alguém a dizer-lhe que vá a uma transmissão privada num endereço específico da Internet. Hunter depara com um espetáculo macabro, feito apenas para si. Mas

“Um por Um” Chris Carter 2018

o autor do telefonema não quer que ele se limite a observar; quer que ele participe e que escolha de que forma a vítima irá morrer. Obrigado a fazer uma escolha terrível, ele assiste em direto à tortura e à morte atroz de uma vítima não identificada. Antes de a investigação levar a algum lado, eis que surge um novo telefonema. Um novo endereço. Outra vítima. Porém, desta vez o assassino transformou-o num programa que toda a gente pode ver e onde cada um pode decidir o destino da vítima. Um policial intenso, macabro, que arrebatará o leitor! Desejo-lhe um mês repleto de leituras viciantes!


acontecimentos históricos » a batalha da salga

Batalha da Salga

por José Händel de Oliveira jhandeloliveira@gmail.com

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o contrário do que se diz, o domínio filipino sobre Portugal, não foi, em todo o território, de 60 anos. Na verdade de 1580 a 1583, nas ilhas do Grupo Central dos Açores: Terceira, Graciosa e S. Jorge, a bandeira portuguesa continuou hasteada. E isso deve-se à valentia do ferveroso apoiante ao trono português, D. António Prior do Crato, o Corregedor Ciprião de Figueiredo, natural de Alcochete, que ainda tinha sido mandado para os Açores pelo rei D. Sebastião que recusou as benesses que lhe eram oferecidas se ele se rendesse. Escreveu uma carta a Filipe II de Espanha, monarca que haveria de falecer em 13 de Setembro de 1598, recusando submeter-se e da qual consta a célebre fra-

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Monumento em memória da Batalha da Salga, na Ilha Terceira, Açores

se: “Antes Morrer Livres do que em Paz Sujeitos”, frase essa que figura agora no Brasão de Armas da Região Autónoma dos Açores. Perante isto, parte do exército castelhano desembarcou ma Baía da Salga, na ilha Terceira. Entre os defensores portugueses, destacou-se uma jovem e formosa terceirense, de nome Briolanda Pereira que juntando várias mulheres, também fizeram

frente aos invasores que, no entanto, apoiados pela artilharia dos navios, continuavam a avançar. Foi então que um dos defensores – o religioso Frei Pedro, se lembrou de mandar espantar uma grande manada de gado bravo que pastava nas proximidades, em direção ao inimigo. Apanhados de surpresa, os castelhanos ou foram esmagados pelos animais ou traspassados pelas armas lusas, sendo que

muitos morreram afogados ao tentarem voltar para os batéis, pois as armaduras não os deixavam nadar. Passados alguns meses, uma poderosa esquadra de Castela, atacou Angra, conseguindo lavar em sangue a humilhação sofrida. Parte dos vencidos foram enforcados na Praça Velha e outros levados para Vila Franca do Campo, na ilha de S. Miguel, onde tiveram a mesma sorte.

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crónica » caminho de santiago

Remarcação do Caminho Português da Costa para Santiago

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

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o passado sábado, dia 02 de abril, a AACS (Associação de Amigos de Caminho de Santiago), em Viana do Castelo desenvolveu a sua segunda atividade, em 2022, com o propósito de repintar (reforçar) as setas do Caminho. A primeira iniciativa teve lugar no passado dia 13 de fevereiro (domingo), tendo reunido um grupo de sócios, amigos e simpatizantes da causa que se juntou para pintar o percurso tradicional de Viana do Castelo (partida foi da estação de Viana) até Afife (antiga casa de Pedro Homem de Melo), em Afife. Esta segunda iniciativa retomou no local onde “fechamos” da primeira vez e fomos de Afife até Vila Praia de Âncora (fizemos, mais ou menos, 7 quilómetros) por montes e caminhos romanos. A iniciativa é de louvar, em todos os sentidos, uma vez que une as pessoas, permite a partilha de conhecimentos, troca de histórias, reforço de mensagens, tudo associado a uma muito agradável caminhada. Durante o percurso, e como adicional, cruzamos

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Fotografia retirada do Facebook da Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo

com peregrino(a)s de diversas nacionalidades, ao qual contámos a nossa ação e que convidámos a juntar na ação de repintar as setas. Todos, sem excepção, mostraram gratidão porque, de facto, uma coisa é fazer o caminho e outra coisa é ser parte do caminho, deixarmos a nossa marca e perceber que essa ação irá ajudar todos quanto por ali passaram. Nessa manhã cruzámos com Alemães, Suíços, Holandeses, Americanos e Nova Zelândia. O dia foi ao rubro e fica aqui a partilha a convidar todos quanto queiram a visitar o site, a ver as fotografias (admitamos algum delay) entre a ação e o seu carregamento e, em caso de interesse, inscrever-se em ações futuras (a ideia é irmos até Valença do Minho. Outra feliz novidade é a criação de um Albergue municipal em Vila Nova de

Cerveira, numa antiga escola, o que denota uma sensibilidade e um reconhecimento da autarquia para a importância do Caminho, seja do ponto de vista humanitário seja apenas pela perspetiva comercial, mas o gesto faz toda a diferença. O dia terminou no centro de Vila Praia de Âncora, onde nos dirigimos para o Albergue de Caminha, da responsabilidade da AACS, para ultimar as arrumações e permitir a sua inauguração (o Albergue de Caminho abriu dia 02 de abril e já recebeu 11 peregrinos). Sobre ações futuras da AACS e eventual participação nas mesmas, podemos dizer que irá promover uma excursão, de autocarro, a Santiago, a 01 de maio (domingo). Mas para fazer parte, recomenda-se que contacte a AACS por e-mail (info@caminhosan-

tiagoviana.pt) ou telefone 968 523 593 e solicitar mais informação, eventualmente inscrever-se como sócio(a) e passar a participar em iniciativas. Em caso de curiosidade, pode sempre consulta a galeria de fotografias dos eventos, para aguçar o interesse. Este ano foram já organizados, para além das ações de repintagem das setas, houve já dois chás do peregrino, sendo este um espaço aberto a todos quanto pretendam (sujeito a inscrição) para aprender algo mais sobre o Caminho e receber conhecimento (pois este nunca é em excesso). Por fim, no site da ACCS pode, ainda, solicitar a caderneta do Caminho, caso pretenda enveredar por esta iniciativa. O novo espaço físico da AACS situa-se em Viana do Castelo, mesmo ao lado da igreja matriz. Fica o convite e a sugestão.


divulgação » excursão a santiago de compostela

Excursão a Santiago de Compostela 2022

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

E

screvo esta proposta de artigo no final de abril para convidar todo(a)s o(a) s interessado(a)s a se juntar a nós, no dia 28 de maio,

sábado, onde a AACS (Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo) organiza uma excursão de autocarro a Santiago, com a possibilidade de inscrição para almoço. A vantagem deste evento passa pela oportunidade de partilha de experiências, para além de ser uma oportunidade de conhecer a AACS e sua equipa. Não é um evento “fechado” apenas aos sócios,

sendo que qualquer pessoa pode integrar. Em caso de interesse, para eventos futuros, no fim deste artigo de opinião fica o endereço e contactos, para poder ver as próximas iniciativas. Agora, esta excursão tem o seguinte programa (HP - hora portuguesa / HE - hora espanhola): ●● arranque às 07h00 HP, junto ao navio Gil Eanes. Seguimos e iremos parar às 09h00 HP em Valença do Minho para café. Seguimos e estimamos chegar a Santiago de Compostela pelas 11h30 HE, sendo que às 12h00 HE realiza-se a Missa do Peregrino na Catedral, para quem tiver interesse em assistir e curiosidade. Posteriormente teremos o almoço (facultativo) a partir das 13h30 HE, podendo este ser em conjunto (por norma, costuma ser no Albergue de Santa Maria Maior (frente à Catedral) mas quem quiser poderá ter outra opção de almoço. Terminado esse percurso, estimamos sair de Santiago de Compostela pelas 15h30 HE para que possamos estar em Pontevedra pelas 17h00 HE, para visitar o local. Às 18h30 HE regressamos a Portugal e estima-se chegar pelas 21h00 HP a Viana do Castelo. Fica a nota que este programa, pelo tempo ou outra situação exógena anómala, poderá estar sujeito a alterações.

Com isto, resta informar que o preço por pessoa é de 16€ (dezasseis euros) para sócios e 19€ (dezanove euros) para não sócio. O almoço em grupo fica por 12€ (doze euros). É uma iniciativa interessante e fica a proposta para conhecer, rever e reforçar os seus conhecimentos sobre São Tiago (ou Santiago). Inscrições processam-se através de um link, no Google Forms: ●● https://bit.ly/AACS22 Em caso de interesse, de participação, seja nestas iniciativas ou outras, como o Chá do Peregrino onde se partilham experiências ou na marcação de setas do caminho (este ano já houve lugar a duas), fica a morada e se vier por bem, seja muito bem-vindo (Ultreya).

Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo: Morada: Casa de João Velho, Largo Instituto Histórico do Minho, 4900-528 Santa Maria Maior, Viana do Castelo Tlm: 968 523 593 E-mail: info@caminhosantiagoviana.pt Website: www.caminhosantiagoviana.pt Facebook: www.facebook.com/ caminhosantiagoviana

jornal

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cinema » sugestão ao leitor

Outros filmes biográficos

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

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m dezembro de 2018, elaborei para este jornal, uma crónica sobre narrativas biográficas, aconselhando por sinal exemplos eloquentes, que destacavam grandes personalidades mundiais e icónicas, que se afirmaram graças aos seus feitos, nos mais diversos níveis e vertentes. Esses filmes de considerável impacto, demonstraram o significado e a pertinência dessas figuras de mérito, além das produções prestarem um papel preponderante, na forma fidedigna como os pormenorizaram e enalteceram. Porém entendi voltar ao assunto nesta crónica, recomendando alguns filmes, que fazem menção a outras pessoas, que se patentearam através de díspares funções e atividades, atingindo esses objetivos, graças á sua persistência, erudição, dignidade e resiliência, não obstante as contrariedades, ao qual foram sujeitos. Na minha perceção estas invocações biográficas, representam um ótimo augúrio, para quem pretende singrar na vida, porque todas as virtudes intrínsecas que o homem contém, podem ser cruciais se forem realçadas no momento oportuno, bastando estar á hora certa, no local certo, para justamente agir em conformidade. Amadeus (1984): esta obra-prima retrata os tempos

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áureos, do indelével compositor Wolfgang Amadeus Mozart, relatada através de outra personagem, o seu eterno rival, António Salieri. Salieri internado num hospício, num estado clamoroso, lembra como andou obcecado com a fama que Mozart alcançou a partir de 1781, nas cortes de Viena, numa dicotomia que derivava entre a inveja e admiração, quando este se deparava frequentemente com as feéricas melodias, que Mozart de modo fenomenal criou e executou. O mais extraordinário deste filme, é a forma perplexa que Salieri constatou, quando confrontado com a personalidade lasciva e estrepitosa de Mozart, absolutamente fulcral, para este dar azo a produções de grande categoria musical, numa combinação profícua, entre o talento e o pleito confiante e concretizador. Apesar do reconhecimento unânime que granjeou, é notório no enredo, a penúria financeira em que Mozart se mergulhou, em parte causado pelos seus desmandos. Patch Adams (1998) é um filme baseado no médico norte-americano “Patch” Adams, que se notabilizou pelos seus métodos inauditos, que utilizou para dirimir patologias, que tinham como obstáculo, a profunda tristeza, proveniente da dor e sofrimento. Encarnado pelo célebre ator Robin Williams, este faz-se valer da sua idiossincrasia entretida e carismática, caindo como uma luva na personagem, revelando o seu élan providencial. No que diz respeito ao enredo, o início do filme não podia ser mais promissor, pois é um tónico, para gente de cariz tacitur-

no, usando para esse fim, o exemplo de Patch Adams, um homem que antes de entroncar pela carreira de médico, sofria de depressão quando foi hospitalizado numa instituição psiquiátrica. Só que num clique momentâneo, Patch deteta na dialética com os outros doentes, que um pedaço de bom humor e ternura, pode induzir mais qualidade de vida, nem que seja só de modo temporário. Focado nesse desiderato, Patch resolve licenciar-se em medicina, e com isso á revelia da universidade, arranja um local para tratar todo o tipo de enfermidades, sublinhando como lenitivo primordial, o ânimo, como fonte sine qua non, para ajudar a curar o paciente. Steve Jobs 2013): este filme aborda a história do

popular empresário norte-americano, classificado como dos mais estupendos, no domínio de desenvolvimento de softwares informáticos, tanto para computadores, telemóveis e outros dispositivos. Esta biografia começa com o estudante Steve Jobs, em 1976, que ao conhecer uma sumidade da área tecnológica, ambos enveredam por um projeto ambicioso e memorável, com a criação do primeiro computador pessoal, denominado “Apple”. Com a trajetória de empresário de sucesso, o enredo evidencia um Jobs visionário, determinado, inovador e bilioso, capaz de enfrentar com êxito qualquer adversidade, gerando empreendimentos de envergadura digital, efetivamente essenciais para o crescimento económico.

POEMA MAIO

Quero abraçar teu corpo Teu corpo quero abraçar Com tua beleza querida Tu És tão fácil de amar Tu dás luz á minha vida E um talento inspirador Neste circo que é a vida O teu corpo é meu amor És para mim a escolhida E quando te vejo dançar É que eu morro de paixão Quando estás a trabalhar Morre assim meu coração por Américo Manuel Santos americosantos1927@gmail.com


crónica » mitos e lendas

A Lenda da Lagoa do Negro

por Fernando Fernandes fjfernandes1975@gmail.com

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iz-se que há alguns séculos atrás uma família nobre da Ilha Terceira tinha escravos negros como era apanágio da época. A bela filha do Morgado, sem possibilidade de questionar as ordens emanadas pelo pai, aceitou com alguma, mas relativa naturalidade um casamento imposto por conveniência por forma a que a sua família fosse alvo de um enorme incremento de terras e consequente poder. Como quase todos, tornou-se num casamento sem amor, mas, por boa educação e honestidade, ela submetia-se à subjugação do marido. Contudo, apesar de todas as dificuldades e restrições impostas à mulher da época, os sentimentos por um amor absolutamente proibido aos olhares da sociedade, falou mais alto. Essa paixão ilícita e socialmente inaceitável por

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um escravo negro, era totalmente retribuída no que diz respeito aos sentimentos nutridos. Os criados negros de então não eram vistos como seres humanos, que pudessem nutrir qualquer tipo de sentimento. Aliás, era considerado sacrilégio que simplesmente pensassem quanto mais terem o atrevimento de se apaixonar pela sua senhora. Contrariando todas estas leis, criadas pelos interesses dos homens, o escravo negro e a morgada enamoraram-se, denunciando apenas no olhar tímido, mas expressivo, a paixão ardente que os unia de forma arrebatada. A vida totalmente subjugada e, sobretudo, infeliz

da morgada era apaziguada pela alegria daquele amor proibido. Mas, também funcionava de forma oposta com o seu coração a sofrer com o tamanho desgosto de não ter a possibilidade de expressar o seu sentimento libertinamente. As suaves baladas de amor que cantava nas belas tardes de sol junto ao mar ajudavam a acalmar a infelicidade. Mas tudo se desvanecia quando o pensamento sobre a sua real situação; presa a um casamento frio e ausente de alegria lhe percorria a mente. Não eram raras as vezes que, ao bordar, as lágrimas escorriam-lhe abundantemente pela face. O escravo negro apenas conseguia assistir a tudo sem conseguir agir de qualquer maneira. Chegou à conclusão de que a situação não podia continuar nestes contornos e tomou uma decisão drástica. Longe, aparentemente, de todos os olhares, falou com a sua amada e, juntos, chegaram à conclusão que o seu amor era impossível no mundo em que viviam. Só poderiam viver juntos se fugissem. No entanto, o marido da morgada tinha ordenado a uma das aias da esposa que

a seguisse por todo o lado. Tendo ouvido a conversa entre ambos, a informação deixou tresloucado o marido que ordenou de imediato aos seus capatazes para prenderem o escravo com o intuito de receber o merecido castigo. Quando o ladrar dos cães de caça se tornou audível ao longe, e tendo a perceção de que não era dia de caçada, o escravo desconfiou que andavam à sua procura e pôs-se em fuga pelos campos, em direção ao interior da ilha. Após um dia e uma noite em fuga, através de montes e vales, extenuado e com os seus perseguidores já próximos, resolveu parar e por ali ficar, abandonando-se à sua sorte. Começou a chorar, e as suas lágrimas rapidamente se multiplicaram e fizeram nascer uma linda lagoa à sua frente, aninhada ao lado de uma colina arborizada. Quando se apercebeu da lagoa, os cavalos já estavam quase sobre ele. Não tendo mais para onde fugir, atirou-se da colina para as águas escuras e serenas da bela lagoa, onde se afogou. Para que nunca seja esquecido o sofrimento do negro e o seu amor pela morgada, passou a chamar-se Lagoa do Negro. jornal

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plantas » hydrangeas

Hydrangeas

por Andreia Castro Decoradora

S

e procura para o seu jardim uma planta com grande impacto visual, esta é uma escolha sem erro! Também conhecidas por Granjas ou por Hortênsias, as Hydrangeas são arbustos da Família Hydrangeaceae, que podem facilmente atingir os dois metros de altura e de largura. A espécie mais conhecida desta família é a Hydrangea macrophylla, mas a Hydrangea paniculata também já se vê em vários jardins. Há duas particularidades interessantes acerca destas plantas. A primeira é que as estruturas a que chamamos flores, não são mesmo flores: são folhas modificadas. A verdadeira flor encontra-se no centro dessas folhas modificadas e, normalmente, é branca. No entanto, para não tornar este artigo confuso, continuaremos a falar sobre estas estru-

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18 edição 97 • maio 2022

turas como “flores”, uma vez que é o conceito mais generalizado. A segunda curiosidade está relacionada com a cor. As flores, muito vistosas, apresentam naturalmente as cores branca, rosa, azul ou lilás, apesar de hoje em dia não ser raro vermos estas flores nos tons de vermelho, azul escuro e rosa forte. Estas últimas são híbridos que, ao contrário da planta natural, não alteram a sua cor. E esta é uma particularidade normalmente desconhecida! Se lhe disser que, caso a planta não seja híbrida, consegue fazer a cor da sua Hortênsia mudar, acredita em mim? Espero que sim, porque realmente consegue! A cor da Hortênsia está diretamente relacionada com o pH do solo em que se encontra. Quando o solo é ácido, a Hortência apresentará a cor azul. Quando, por outro lado, as Hortênsias se encontram num solo com pH básico, a sua cor será rosa. Daqui, podemos perceber que, controlando o pH do solo, podemos influenciar as cores que as nossas Hortênsias vão apresentar. Mas como é que podemos fazer isto?

Hoje em dia, existem no mercado diversos produtos que permitem fazer a alteração da cor, mas percebendo o conceito que está por trás deste mecanismo, podemos recorrer a alternativas com o mesmo efeito. O pH do solo vai influenciar a biodisponibilidade de alumínio, sendo que, esta biodisponibilidade é diretamente proporcional ao aumento da acidez do solo. Então, quanto mais ácido for o solo, mais fácil é para a planta absorver e reter o alumínio e, consequentemente, mais intenso será o azul da planta, podendo mesmo acabar por adquirir uma tonalidade roxa. Por outro lado, quanto mais básico o pH do solo, mais cor de rosa a flor tende a ser, uma vez que a biodisponibilidade de alumínio diminui, podendo mesmo a Hortênsia adquirir a cor branca. Podemos, então, fazer esta alteração de cor de duas formas: a primeira, interferindo diretamente com a acidez do solo; a segunda, interferindo diretamente com a quantidade de alumínio disponível. Na primeira

opção, para alterarmos o pH do solo, podemos simplesmente adicionar ao solo matéria orgânica (por exemplo, folhas, cascas de árvores, serrim, musgo, turfa...). Esta matéria orgânica vai ser decomposta por ação das bactérias que, como sub-produto dessa decomposição, irão produzir ácidos orgânicos e inorgânicos que alteram o pH do solo, tornando-o mais ácido e originando plantas com a tonalidade azul. Se quisermos tornar o solo mais básico, podemos aplicar óxido de cálcio (cal virgem) ou hidróxido de cálcio (cal extinta) e teremos plantas com a tonalidade rosa. Já na segunda opção, para obter a cor azul, podemos aplicar diretamente compostos de alumínio como o sulfato de alumínio e, para obter a cor rosa, podemos aplicar adubos ricos em fósforo (que diminui a absorção de alumínio por parte das plantas). Nesta opção, continua a ser necessário verificar o pH, porque ele ainda vai influenciar a cor da Hortênsia. Sabendo isto, divirta-se no seu jardim!


crónica » benefícios do picante

Sabia que o picante estimula o metabolismo?

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

O

presente artigo dá seguimento ao publicado na edição de outubro/2021, com o título “Malaguetas e picantes”. Nesse artigo referimos a maior ou menor

Há até um dia internacional da comida picante (16 de janeiro), sabia? A razão prende-se com o facto registado, cientificamente, que à comida picante são apontados vários benefícios, desde o consumo de energia do corpo e, consequente, emagrecimento e fortalecimento cardiovascular. tolerância ao picante, em consequência à capsaicina (componente ativo de plantas picantes, pertencentes ao gênero Capsicum). Há naturistas que defendem que a capsaicina ajuda a emagrecer e há receitas com pimenta rosa (e outras) específicas para tal. Nesse sentido, este artigo volta para preparar a “operação calção de banho” 2022, uma vez que a comida picante estimula o metabolismo e o gasto energético

(estimula a saúde gastro intestinal). Caso não saiba, há até um dia internacional da comida picante (16 de janeiro), sabia? A razão prende-se com o facto registado, cientificamente, que à comida picante são apontados vários benefícios, desde o consumo de energia do corpo e, consequente, emagrecimento e fortalecimento cardiovascular. Este aspecto é contrário à ideia popular que este tipo de comida provoca úlceras indo mesmo em sentido contrário, uma vez que capsaicina ajuda a prevenir as úlceras, a par do café e do chá verde, com efeitos termogénicos comprovados, contribuindo para o maior gasto energético do organismo. Em caso de picante excessivo, sugere-se o consumo de leite, uma vez que as proteínas lácteas atenuam o efeito da capsaicina, que não se dissolvem na água. A revista Men’s Health, debruçando-se sobre a saúde masculina, também aborda a questão. Com base no artigo referido, consideram que o picante nos alimentos dá o pontapé (boost) necessário ao metabolismo, fazendo queimar a gordura mais rapidamente. Isto, é claro, que é uma excelente notícia para gulosos como eu que amam mousse com malagueta ou com pimenta rosa (absolutamente divinal). O lado muito positivo que a Men´s Health refere, e que é francamente satisfatório, é o facto que

a refeição picante reduz o apetite (e esta, hein?) em virtude do aumento da actividade do sistema nervoso simpático (de acordo com a nutricionista Teresa Loureço). Segundo a especialista, existem evidências científicas que defendem que o consumo de pimentas (leia-se, pimentas ou malaguetas), contribui para o aumento do gasto energético em 50 kcal por dia. Em resumo, e segundo a nutricionista Catarina Sofia Correia, o consumo moderado de alimentos como a canela (atenção à tensão arterial elevada), açafrão, curcuma, alho, gengibre, cominhos e pimenta tem associado vários benefícios para a saúde. Ficam aqui 4 aspectos a considerar: 1) melhoram a saúde car-

diovascular, uma vez que o aumento de especiarias contribui para a redução do consumo de sal (ajuda na tensão elevada), reduzindo os níveis de LDL (colesterol mau), 2) especiarias como o cominho, canela, açafrão, pimenta e pimentão contribuem para aumentar a taxa de repouso metabológico e diminui o apetite, combinando com uma dieta saudável e uma vida activa, 3) combatem a inflamação, possuindo ação antibacteriana e, 4) previnem o aparecimento do cancro, uma vez que a capsaicina revelou, em estudos diversos, possuir propriedades anticancerígenas, retardando e destruindo as células danificadas. Fica a partilha e a sugestão.

jornal

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crónica » o pulsar da sociedade

O pulsar da sociedade

A nossa língua

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

S

em querer ser demasiado chauvinista, afirmo com toda a convicção que a língua portuguesa é de certeza das mais vivas e ricas, que existe no panorama internacional, por isso e também graças á sua categórica lusofonia, foi instituído em 2019, como um marco inolvidável o dia 5 de maio, como o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Com o apanágio e o cunho da CPLP- Comunidade de Países de Língua Portuguesa, todos se congratulam socialmente e culturalmente, com esta distinção, e com multilateralismo da língua omnipresente, ambos estreitam as suas relações procurando um intercambio a todos níveis, visando o desenvolvimento económico das suas populações.

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Mas além disso, é preciso realçar a capacidade intrínseca da nossa língua, que dispõe de um léxico vasto, proclamatório e incisivo, burilado pela a sua tónica verbal que é tão densa e titilante, que se pontifica com um acervo de vocábulos com o mesmo sentido e outros totalmente dissonantes, mas que incute á nossa dicção uma diversidade aliciante, na assimetria estrutural das nossas frases, conjugado com o nossos primorosos adjetivos de grande relevância, alicerçados por um naipe de sinónimos e antónimos avultados, permitindo uma descrição exata e plena, podendo nos deleitar e divagar com eles, na nossa senda prolixa da comunicação oral e escrita. Terminando o meu raciocínio, não podia deixar de acrescentar os nossos míticos ditados populares, essenciais e fundamentais para os utilizar empiricamente, como chavões, chalaças, remoques, metáforas e alegorias, dando um toque enfático e popularucho á nossa língua portuguesa. Efetivamente só nos aper-

cebemos das matizes protuberantes da nossa língua, quando nos embrenharmos na homeostasia concentrada da leitura, ao folhearmos os romances, os livros policiais, os jornais, as revistas, vamos gradualmente sentido a assimilação e o impacto do nosso panótico vocabulário, melhorando a nossa assertividade no domínio cabal da língua, na maneira como comunicamos com os outros, preferindo dar prevalência a uma espécie de tertúlia com pessoas mais cultas, como uma linguagem mais requintada, em detrimento de um diálogo com pessoas, que empregam uma litania mais vulgar e banal, nada coloquial e nem sequer esclarecedora. Mas na antítese a este feérico atributo da nossa língua, existe o reverso da medalha, patenteado pela abusiva e endémica conspurcação linguística, expressa pelos intrusivos calões que proliferam e abundam das formas mais criativas e obscenas, induzindo uma parafernália de vitupérios, uns sardónicos e outros mais cromáticos, com o desiderato de induzir uma linguagem mais rude e pragmática, principalmente quando estão sujeitos a algum conflito, tensão e pressão, ou então essa intencionalidade brejeira de se

comunicar, já está tão ramificada, que usam recorrentemente no seu dia a dia. Mas apesar dessa faceta ancestral, que faz a nossa língua inclinar para boçalidade, devemos dar azo às várias atividades culturais e informativas, que assumem a proeminência da nossa língua, juntando ao nosso quotidiano, uma leitura escorreita e profilática, com o beneplácito da semana da leitura nas escolas, a dar o mote, aproveitando a efeméride de 11 a 15 de março, promovida pelo Plano Nacional de Leitura. No sintagma cultural, é curial assistir a peças de teatro e cinema português, ouvir Música Portuguesa, e suas triangulações das suas letras, que deixa transparecer o clamor dos nossos sentimentos e emoções, visionar com regularidade programas de noticias nos canais generalistas e nos boletins periódicos, e os respetivos debates adjacentes, que estão rotulados e preenchidos por pessoas sapientes e eruditas, que emanam um etéreo cariz argumentativo e um harmonioso e salutar vocabulário de bom nível. Tudo isto somado, certamente ficamos a conhecer com mais detalhe, os meandros da nossa eloquente e canora língua, exprimindo nos com clareza e significado.


viana do castelo » agenda cultural de maio

Glossário

Adro da Igreja Paroquial de Vila de Punhe

sex 13 21h30

Queimada no Moinho Caminhada noturna

burilado

adjetivo 1. Que se burilou. 2. Que foi feito com primor ou perfeição.

Necessária pré-inscrição: 2 queimadas. Kit: copo, tshirt e queimada galega. +info: sexta13queimada@gmail.com contactos: 258 772 855 / 937 889 217 org. Auto da Floripes – Núcleo Promotor e Junta de Freguesia de Vila de Punhe

canoro

adjetivo Harmonioso (quando canta ou soa); suave; sonoro.

chauvinista

adjectivo de dois géneros e nome de dois géneros 1. Que ou quem tem um nacionalismo exagerado. 2. Que ou quem só se interessa por um assunto ou por uma causa.

desiderato

nome masculino 1. Aquilo que se deseja ou a que se aspira. 2. Aquilo que se pretende alcançar, atingir ou conseguir.

escorreito

adjetivo 1. Sem defeito ou lesão. 2. Sem incorrecções (ex.: escreve de forma escorreita; prosa escorreita). 3. Que apresenta elegância ou tem bom aspecto.

feérico

adjetivo [Galicismo] Deslumbrante, maravilhoso.

homeostasia

nome feminino [Biologia] Processo de regulação pelo qual um organismo consegue a constância do seu equilíbrio.

litania

nome feminino 1. [Religião] Oração em que se pede a Deus ou aos santos para intercederem pelos fiéis. 2. [Figurado] Enumeração enfadonha.

Centro de Mar – Navio Hospital Gil Eannes Doca comercial

sáb 14 e sáb 21 10h30

Workshop de iniciação à fotografia para fotógrafos amadores – 2ª edição Formador David Tiago, fotógrafo profissional Programa: introdução à fotografia; técnica e composição; temática prática; pós-produção. inscrições e +info: davidtiago.com ou davidtiago.photo@gmail.com org. Câmara Municipal de Viana do Castelo e Centro de Mar

sex 20 a sex 27

Comemorações

Dia Europeu do Mar

público: público em geral e grupos organizados

sex 27 10h30

ter 31

Conheces a tua praia?

Dia do Pescador

# Aulas a Bordo

público: 1º ciclo formato: presencial inscrições: até dia 26 de maio, às 17h

Comemorações

público: grupos organizados +info: ambiente.cm-viana-castelo.pt org. Centro de Mar

panótico

adjetivo 1. Que permite ver todos os elementos ou todas as partes nome masculino 2. Modelo de prisão ou de torre de observação, idealizado para que os vigilantes possam facilmente observar todas as partes do edifício ou recinto, sem serem observados.

pernóstico

adjectivo e nome masculino 1. Que ou quem gosta de usar palavras ou expressões difíceis ou pouco usuais e cujo significado, geralmente, não conhece bem. 2. Que ou quem mostra excessiva confiança ou orgulho exagerado em si próprio.

jornal

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necrologia

Agência Funerária

Tilheiro

Tel: 258 971 259 Tlm: 962 903 471 www.funerariatilheiro.com Barroselas

44 anos

87 anos

89 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Domingos Oliveira da Cunha Bandeira

Ana Gonçalves de Miranda

Alípio da Costa e Sá

Barroselas – Viana do Castelo

Barroselas – Viana do Castelo

Mujães – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

38 anos

94 anos

88 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Domingos Filipe Costa Faria

Emília Ribeiro de Matos

António Miranda da Costa Tilheiro

Silva – Barcelos

Tregosa – Barcelos

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

22 edição 97 • maio 2022


necrologia

90 anos

100 anos

85 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Maria Emília de Miranda Lima

Paulino do Nascimento Meira de Miranda

Manuel da Cruz Fernandes Novo

Barroselas – Viana do Castelo

Barroselas – Viana do Castelo

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

70 anos

100 anos

87 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Aurora de Fátima da Rocha Cerqueira Rebelo

Carolina Rodrigues de Amorim

Maria Rosinda Pereira Rosa Machado

Barroselas – Viana do Castelo

Poiares – Ponte de Lima

Balugães – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

92 anos

60 anos

84 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Domingos da Cruz Rodrigues

Laureano Barros Gomes

Maria Claudina Ferreira Maciel

Barroselas – Viana do Castelo

Mujães – Viana do Castelo

Tregosa – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

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A Família

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