O Vale do Neiva - Edição 96 abril 2022

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abril 2022 edição 96 Propriedade:

A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) Barroselas Mensal Gratuito Versão digital

Diga NÃO ao BPA nos plásticos! pág. 9

Caminho da Geira até Santiago pág.

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Informação autárquica

Vila de Punhe parabeniza a centenária D. Carminda Cunha | pág. 3

Informação associativa

A AC Mujães tem novos Corpos Gerentes para 2022-2024 | pág. 4


Literatura Três leituras para acelerar em abril página 7

índice edição 96 abril 2022

Plantas Camélias Alimentação saudável e estilo de vida

Mitos e lendas: Filhos das sete colinas

página 10

página 12

página 11

Crónica O bom humor página 13

ficha técnica diretoria e administração:

Direção de “A Mó” redação:

José Miranda Manuel Pinheiro Estela Maria António Cruz

editorial Reflexão Pascal

edição:

96 – abril 2022 colaboradores:

Adão Lima Alcino Pereira Américo Santos Ana Sofia Portela Andreia Castro Daniela Maciel Fernando Fernandes Francisco P. Ribeiro José Händel de Oliveira José Miranda Lara Ribeiro Gonçalves Pedro Tilheiro Rui Miranda Lima design gráfico:

Mário Pereira paginação:

Cristiano Maciel supervisor:

Pe. Manuel de Passos contacto da redação:

Avenida S. Paulo da Cruz, Edifício Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas e-mail:

redacaojornalvaledoneiva@gmail.com periodicidade:

Mensal

por José Maria Miranda Presidente da Direção d’A Mó

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elebra-se este ano no dia 17 de abril, mais uma festividade Pascal que, representa, a Ressurreição de Jesus Cristo o filho de Deus. Em todo o Minho, mas em particular no Vale do Neiva, este momento é vivido com muita alegria e grande azáfama. Comecemos pelo lado material: - foguetes, roupa a estrear, prendas, refeições mais apuradas, vinho do bom, doçaria variada, as melhores colchas

sobre as camas e lindas toalhas de linho sobre as mesas. etc., etc. Passemos ao momento espiritual: Missa dominical, saída do compasso composto pelo padre, juiz da Cruz, rapaz da campainha e sacristão com a caldeira. As casas que abriam a porta ao compasso, estavam identificadas com flores fora do portão. Já dentro de casa, o padre asperge os presentes com água-benta, seguindo-se o momento de o juiz dar a cruz a beijar. Num certo dia de Páscoa, uma senhora sabendo que uma determinada pessoa não abria a porta ao compasso, exclamou: Eu nunca fecharei a porta ao Cristo Crucificado! A seu lado, estava alguém que ouviu e disse: Então vossemecê não aprendeu na cateque-

se, que Jesus está em todo o lado que é imenso? Portanto, ele já está dentro de sua casa! Vossemecê, é que não estará preparada para O merecer. Resposta de um grande mestre!... Traduz bem quão importante é estarmos preparados, não em termos materiais, mas sim em espírito, para que as portas do nosso coração se abram de par em par para receber O Redentor. Reflexão Pascal: Páscoa é Renascimento e Recomeço de uma Nova vida.

Boa Páscoa para todos.

formato:

Digital

distribuição:

Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação.

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Jornal Vale do Neiva uma referência na região do Vale do Neiva


local » informação autárquica

Vila de Punhe parabeniza a centenária D. Carminda Cunha por Adão Lima Autarquia de Vila de Punhe

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Freguesia de Vila de Punhe felicita a D. Carminda da Silva Cunha pela comemoração dos seus 100 anos de vida. Nasceu em 1922, casou com Artur Ribeiro da Rocha, e viveram com os 3 filhos em Vila de Punhe, na rua da Chasqueira. Hoje conta com mais três netos e cinco bisnetos.

Atualmente reside no Lar da Casa de S. Pedro de Barroselas, onde, muito airosa e bem-disposta, recebeu o executivo da Junta de Freguesia de Vila de Punhe

que, ao felicitá-la com a entrega de uma medalha e um diploma, lhe desejou muita saúde e anos de vida.

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local » informação associativa

A AC Mujães tem novos Corpos Gerentes para 2022-2024 por Rui Miranda Lima Presidente da Direção da A.C.Mujães

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o dia 19 de fevereiro de 2022, tomou posse uma nova equipa para os corpos gerentes da Associação Cultural de Mujães para o triénio 2022-2024, após eleições no dia 13 de novembro de 2021. Os elementos associativos que integram os corpos gerentes são: Presidente da direção – Rui Manuel Miranda Lima; Vice-Presidente da direção – José Abel Martins Queirós; Secretária – Maria Emília Gonçalves Silva Oliveira; Tesoureiro – Paulo Jorge Fernandes Amorim; Vogal – Belisa Maria Rodrigues Araújo. Para a mesa da Assembleia Geral: Presidente – Sandrina Afonso Lima; Primeira Secretária – Elsa Maria Gonçalves da Silva Oliveira; Segunda Secretária – Alice Afonso Lima; Conselho Fiscal: Presidente – António Duarte Rodrigues Escoval; Secretária – Bruna Filipa Martins Lima; Relatora – Ana Rita Caixeiro Peixoto. O Presidente da direção, Rui Lima, a dar continuidade ao mandato anterior, afirma que finda a maioria das medidas de segurança pública relacionadas com a pandemia de Covid-19, a ACM tem condições para retomar a sua atividade em pleno e apresentou o Plano anual de atividades para 2022, plano que que integra comemorações do 30º aniversário desta coletivi-

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Elementos da Direção da ACM 2022-24

dade e a continuidade das atividades implementadas, procurando dar particular ênfase a finalidades que são prementes na atualidade: mobilizar os sócios e a população em geral para o voluntariado organizado ou a educação ambiental. Procura-se fomentar parcerias com outras instituições de solidariedade regionais e locais, promovendo pequenas ações que ajudem à manutenção ou criação de hábitos de vida saudável e sustentáveis. Há mais de uma dezena de anos, que esta coletividade oferece a possibilidade de praticar diferentes modalidades desportivas como GAP, Aeróbica, Pilates ou Ioga bem como acolhe na sua sede a Escola de Karaté e as Escolas de Dança Flashlidance e Danças Latinas. Estão calendarizadas algumas efemérides tal como o concurso Mujães Florida e Caminhada da Primavera, a comemo-

Elementos da Mesa da Assembleia Geral da ACM 2022-24

ração do Dia da Criança, e a realização do torneio de Futebol. Estes eventos têm como objetivos mobilizar toda a comunidade local, procurando perpetuar tradições, fomentar a prática de jogos coletivos e possibilitar o convívio intergeracional. Os associados e simpatizantes desta associação podem manter-se informados através do Facebook AC Mujães,

contactá-la via e-mail, acmujaes@hotmail.com, ou visitá-la, na sede, Rua Monsenhor Ribeiro Torres, 227, junto do polidesportivo de Mujães.


crónica » caminho de santiago

Caminho da Geira até Santiago

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

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o passado sábado, dia 05 de março, a Associação Espaço Jacobeu (adiante AEJ), com sede em Braga inaugurou mais uma nova representação, em Terras de Bouro (Gerês). O evento serviu para este propósito mas, também, para celebrar os 18 anos da AEJ, tendo juntado diversos associados e caminhantes, simpatizantes do Caminho. A iniciativa da AEJ começou com uma ligeira caminhada junto ao rio Homem (Terras de Bouro), com muito calor humano. O grau de dificuldade foi baixo (ou seja, todos podem fazer este percurso) que incluiu passar pela ecovia do rio Homem, que serviu para apresentar as paisagens locais. Os passadiços podem parecer “perdidos” no meio da natureza, mas fazem parte de um caminho que se recomenda, ao longo do rio. Este percurso foi um lamiré para introduzir os Caminhos da Geira Romana. Durante o percurso houve entrosamento, partilha de conhecimentos, de estímulos e de histórias e estórias sobre os caminhos. Este caminho, em concreto, que passa por Terras de Bouro, não está ainda reconhecido, mas está a ser trabalhado para o efeito. São os antigos caminhos da Geira Romana, com percursos que passam

pela antiga estrada romana, montes e aldeias. Aliás, e em caso de interesse, sugerimos a consulta da página da AEJ ou mesmo do caminho da Geira. O caminho é extenso e recomenda-se a sua preparação prévia. O caminho das Geiras passa por zonas de uma beleza absolutamente esmagadora mas a sugestão é, antes do caminho, confirmar os locais de alojamento e apoios eventuais. O percurso inicia-se em Braga, passa a fronteira em Portela do Homem, regressando a Portugal um pouco mais à frente para voltar a sair em Castro Laboreiro e, aí sim, seguir o percurso em território espanhol até Santiago.

Não segue os traços normais do Caminho Português de Santiago, razão pela qual, este caminho é um desafio maior, seja físico seja espiritual. É um total de 239.5 quilómetros, que requer muita perna, passada firme e pouco peso de alma. Para este percurso, toda a preparação é requerida, física, de interior e exterior (a natureza poderá proporcionar momentos menos fáceis). Seguidamente, tivemos a cerimónia de apresentação do novo delegado em Terras de Bouro (Vitor Cunha), deixando a indicação dos contactos: telemóvel 961.509.314 e email terrasdobouro@aej.pt, com a pre-

sença do seu presidente de Câmara de Terras do Bouro (dr. Manuel Tibo). Logo após a cerimónia, pois somos pessoas dadas à natureza, e como bons peregrinos que somos, aproveitámos o final da manhã para conhecer o lindíssimo parque desta vila, que se recomenda. O culminar da manhã, dá-se numa mesa farta, num repasto digno de peregrinos, continuando na partilha de histórias e fotografias. Terminámos o dia com a entrega de lembranças da AEJ para vestirmos a camisola, em eventos posteriores. A participação comunitária nestas iniciativas, são sempre muito enriquecedoras e um motor excelente de socialização. Mexem muito com o nosso “interior”, uma vez que os caminhos permitem introspeção e, por vezes, momentos de isolamento, que passa pela via das pedras, montes e rios. Fica o desafio para consultar a página da AEJ e procurar integrar as iniciativas, ficando o repto para a próxima vez. jornal

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crónica » literatura

Acorda Pecador

por José Händel de Oliveira jhandeloliveira@gmail.com

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o dia 30 de Novembro de cada ano, celebra-se o S. Lourenço na freguesia de A-Ver-O-Mar. Acorrem à capela daquele Santo, pessoas de todos os lados, principalmente pescadores. Um deles, o tio Chico da Lira que morava na não muito distante Póvoa de Varzim, tal como acontecera nos anos anteriores, também se deslocou àquela freguesia. No entanto, devido ao mau tempo que fizera, os caminhos estavam alagados pelo que resolveu ir pela praia, até porque, como já acontecera antes, poderia encontrar alguma coisa que lhe fosse útil. E não é que, a certa altura, viu a boiar um grande objeto. Descalçou as botas, arregaçou as calças e meteu-se na água até agarrar o dito embrulho

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que continha um razoável rolo de corda que ele bem precisava para o seu barco de pesca e que ainda não adquirira por não ter dinheiro para isso. Enrolou o cordame, bem apertado

e meteu-o debaixo do seu largo gibão. Quando chegou à capela de S. Lourenço, já o Padre fazia a prédica: “Irmãos, crescei e multiplicai-vos, mas não se esqueçam de confessar os vossos pecados, pois só assim entrareis no Reino dos Céus. Sede generosos com a Santa Madre Igreja”. Nessa altura, calou-se por momentos pois divisara que um dos assistentes, mesmo na primeira fila, de pé, de olhos fechados e cambaleando, parecia adormecido. Era só o que faltava. Ele ali a gastar o seu latim e um pacóvio a cair de sono. Perante isso gritou com toda a força dos seus pulmões: Acorda pecador!

Mas o pobre homem que se levantara de madrugada para cavar a sua pequena courela, continuou na sua pose. O Padre, furioso, voltou a gritar: Acorda pecador! O resultado porém foi o mesmo. Quem estava abismado com tudo isto era o tio Chico da Lira que pensava – como é que o raio do Padre sabia da corda. E quando o sacerdote voltou a gritar: Acorda pecador! O tio Chico da Lira avançou pela igreja acima e tirando a corda debaixo do gibão, lançou-a aos pés do Padre e disse: Tome lá a corda, mas fique a saber que eu achei-a, não a roubei.


crónica » literatura

Três leituras para acelerar em abril

por Daniela Maciel dani18maciel@hotmail.com

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m abril trago-lhe a sugestão de três leituras para quem adora ação e emoções fortes! Está preparado/a para acelerar?

O autor tem uma mão de mestre em conduzir-nos pelo meio de toda a investigação, dos segredos, das descobertas e de intermináveis reviravoltas. E há sempre a viagem ao passado, típica de todos os livros do autor. Todas as suas histórias se baseiam em acontecimentos que marcaram o passado das personagens. Gostei imenso de Nap e da sua personalidade. Por vezes é um pouco bruto, mas tem o coração bondoso e, claro, ainda sofre com a perda do irmão e da mulher que amava. Gosto muito da sensibilidade que o autor tem para abordar os temas da perda e da saudade. Em conclusão, se procuram um livro empolgante para devorar em duas tardes, este é uma ótima escolha.

licial bastante desenvolvida, algum drama, espaço para reflexões acerca da paternidade e ainda uma pitada de terror ou de sobrenatural, com a introdução de uma espécie de «bicho-papão» que assusta as crianças. O que mais me cativou, sem dúvida, foi o pequeno Jake, de 7 anos. É sempre algo irresistível encontrar crianças nos livros, mas este menino consegue deixar-nos de coração apertado. Jake perdeu a mãe há poucos meses e ele e o pai mudaram-se para uma nova terra, em busca de um recomeço. A interação entre pai e filho foi o que mais me fascinou. Tom, pai de Jake, não só tem de lidar com o próprio luto, como também precisa de se reconectar com o filho, de aprender a ser melhor no seu papel de pai. Não considero que tenha sido um livro de leitura compulsiva, nem tão sinistro e aterrador como prometia, mas não deixo de recomendar a sua leitura.

“Não Desistas” Harlan Coben 2019

Não Desistas, de Harlan Coben, dá-nos a conhecer Nap Dumas, um detetive de Nova Jérsia que, no final da adolescência, perdeu o irmão gémeo. Ao mesmo tempo, a sua namorada Maura também desapareceu sem qualquer explicação. Passaram-se 15 anos, mas Nap nunca deixou de procurar Maura nem de tentar perceber por que morreu o seu irmão. Agora irá finalmente descobrir a verdade...

“O Homem dos Sussurros” Alex North 2019

O Homem dos Sussurros, de Alex North, é um thriller que se mistura um pouco com outros géneros. Encontramos uma parte po-

“Teatro de Fantoches” M. W. Craven 2020

Teatro de Fantoches, de M. W. Craven, é um policial intenso, onde um assassino em série rapta as suas vítimas, mutila-as e queima-as vivas. Não deixou nenhuma pista e a polícia está desorientada. Washington Poe é um inspetor que se encontra suspenso devido a um erro que cometeu no passado. Vive isolado e não quer, de maneira nenhuma, envolver-se nesta investigação. Porém, quando o seu nome é encontrado nos restos carbonizados de uma das vítimas, rapidamente percebe que o assassino tem outros planos para ele. Este policial cativou-me sobretudo pelas personagens. Poe é um inspetor que não gosta de seguir regras; é aquele que faz o que tem de ser feito, não se importando se vai acabar por aborrecer uma grande quantidade de pessoas. A ele vai juntar-se Tilly Bradshaw, uma analista de dados extremamente inteligente, mas desprovida de competências sociais. As interações entre Poe e Tilly são interessantes e com diversas peripécias divertidas. O final surpreendeu-me, bem como a identidade do assassino. Não foi a primeira vez que encontrei um assassino com estas características. É difícil escrever um policial completamente inovador, mas as suas motivações foram credíveis e o autor conseguiu manter-me agarrada até ao final. Desejo-lhe um mês de leituras intensas! jornal

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saúde » a obesidade

Obesidade: o que é e como combater

por Ana Sofia Portela enf.anasofia@gmail.com Enfermeira especialista em Enfermagem Comunitária USF Aqueduto – ACES Vila do Conde/Póvoa do Varzim

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ssinalou-se no passado dia 4 de Março o Dia Mundial da Obesidade. Este ano com o tema “Todos precisam de agir”. Este tema foi escolhido para de forma simples transmitir a mensagem que todos estão envolvidos no combate a esta doença. É necessário melhorar a compreensão, prevenção e tratamento da obesidade no mundo, desta forma, permitir uma ação conjunta de vários setores da sociedade de forma a encorajar as pessoas a reconhecer as causas profundas da obesidade, aumentar os conhecimentos sobre a doença, combater o estigma do peso e dar a conhecer as vozes das pessoas com experiência neste âmbito. Assim, nesta linha de literacia em saúde, este mês escrevo sobre Obesidade. O que é a obesidade? A obesidade é considerada uma doença crónica e de origem multifatorial. Os estilos de vida, como por exemplo, a alimentação desequilibrada e a inatividade física, são fatores que podem influenciar a prevalên-

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cia desta doença, tanto em Portugal como no resto do Mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde. A obesidade em números: Um estudo realizado pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação na população adulta (18-93 anos) concluiu que 38,2% das mulheres e 64,5% dos homens têm pré-obesidade e obesidade. Dados da OMS referem que todos os anos morrem no mundo 2,8 milhões de pessoas como resultado do excesso de peso. A mesma organização mostra que, em 2008, mais de 1400 milhões de adultos com mais de 20 anos tinham excesso de peso. No mesmo ano, mais de 200 milhões de homens e quase 300 milhões de mulheres eram obesos. Em 2011, mais de 40 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade, estavam acima do peso recomendado. Vários dados têm mostrado uma relação direta entre o nível socioeconómico do país e a taxa de prevalência de pré-obesidade e obesidade do mesmo, ou seja, verifica-se uma maior proporção de pré-obesidade e obesidade nos grupos populacionais socioeconomicamente mais desfavorecidos.

Como posso saber se estou em risco de estar obeso? A obesidade pode ser avaliada com recurso ao valor do índice de massa corporal (IMC) que permite obter a razão entre o peso e o quadrado da estatura, ou seja, permite saber se o peso se adequa à altura: ●● baixo peso ≤18,5 ●● peso normal = 18,5 – 24,9 ●● excesso de peso = 25 ●● pré-obesidade = 25 – 29,9 ●● obesidade = 30 ●● classe 1 = 30 – 34,9 ●● classe 2 = 35 – 39,9 ●● classe 3 = 40 O que posso fazer para não ser obeso/ reduzir a obesidade? Em primeiro lugar saber o seu Índice de Massa Corporal, para isso, basta saber peso, altura e depois aplicar a fórmula do IMC, para este cálculo pode contar com a ajuda do seu enfermeiro de família. Ao saber o seu IMC, sabe se tem o peso adequado à sua altu-

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ra e agir em conformidade. Se tiver excesso de peso ou algum grau de obesidade, deve começar por avaliar o seu estilo de vida e implementar medidas corretivas como perceber o que leva ao aumento de peso, repensar os hábitos alimentares saudáveis e de atividade física. Na maior parte dos casos, este é um processo demorado e a pessoa precisa de ajuda e orientação. O tratamento para a obesidade pode ir além das medidas de alimentação e atividade física, contudo, este é sempre o primeiro passo e para passar para outros tratamentos estas medidas já têm de ser trabalhadas e implementadas. Pense na sua saúde! Avalie o IMC e perceba que comportamentos deve adoptar! Este pode ser o primeiro e fundamental passo para uma nova vida, e, uma vida mais saudável!


saúde » malefícios do bpa

Diga NÃO ao BPA nos plásticos!

por Lara Ribeiro Gonçalves Médica Dentista

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Bisfenol A ou também denominado BPA é um composto orgânico utilizado na indústria e para fins médicos e dentários, para a produção de policarbonatos, os vulgarmente chamados plásticos, resinas compostas utilizadas em Medicina Dentária, entre outros produtos. A utilização de produtos com BPA pode levar à sua libertação e absorção pelo organismo, sendo esta prejudicial à saúde. Vários estudos demonstraram que uma exposição baixa a BPA tanto pré, como pós-natal, têm implicações tanto para o sistema reprodutor masculino, como para o sistema reprodutor feminino e para o estado geral de saúde. Foram, então, reportadas alterações patológicas tais como: puberdade precoce, hiperplasia mamária e endometrial, aumento da presença de quistos nos ovários e diminuição da produção de esperma. Foram igualmente reportadas alterações nos sistemas neurológico e imunológico, alterações na sensibilidade à insulina e metabolismo lipídico. Sabe-se, por estudos feitos até à data, que grandes oscilações de temperatura, exponencia a libertação de BPA. Assim, a indústria tem vindo a tentar acompanhar esta preocupação com a

saúde pública e tem produzido cada vez mais produtos isentos de BPA, rotulados como “BPA free”. Como exemplos de produtos livres de BPA pode-se destacar os biberões para bebés e vários produtos de puericultura, brinquedos para crianças, caixas de conservação de alimentos, tábuas de cortar alimentos, palhinhas reutilizáveis, instrumentos de cozinha, garrafas reutilizáveis, entre outros. A preocupação estende-se até aos nossos animais de estimação, já estando disponíveis no mercado comedouros para animais sem BPA!

Quando adquirir um produto de plástico confira que o rótulo detém o símbolo “BPA Free” ou verifique se o símbolo de reciclagem tem os números 1, 2, 4 ou 5

que significa que o produto de plástico não contém BPA. Se estiver marcado o número 3, 6 ou 7 significa que o produto contém BPA. Em alternativa, e quando possível, utilize produtos de vidro.

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crónica » alimentação saudável

Alimentação saudável e estilo de vida

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

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om a aproximação da Primavera, surgem cuidados alimentares a ter e estes têm influência na prevenção de algumas doenças, incluindo renais (das quais sou particularmente chegado). É um facto que os rins possuem funções insubstituíveis no funcionamento do organismo, para eliminar resíduos, no controlo dos fluidos e no equilíbrio da pressão arterial, com um papel importante no metabolismo dos nutrientes. É fundamental manter, com regularidade, um estilo de vida saudável. Evitar a opção do sedentarismo e maus hábitos alimentares, reduzindo o potencial de desenvolver situações de risco, como sejam a

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diabetes, obesidade e hipertensão arterial. Numa óptica de prevenção, um plano alimentar ajustado ajuda a controlar a pressão arterial e diminui a acumulação de substâncias, como ureia, fósforo ou potássio, que com os rins afetados, não elimina com eficácia necessária. Logo que é diagnosticada a doença renal, é importante consultar um nutricionista para obter um plano alimentar, de acordo com a condição específica do paciente, que vai variando ao longo do tempo. Existem algumas precauções mais genéricas indispensáveis para todos, que envolve a prática regular de exercício e uma alimentação equilibrada (isso todos nós sabemos). Se considerarmos a questão da alimentação, os cuidados a ter são vários e fica aqui uma recomendação: 1) consulte o médico, pois cada caso é um caso e 2) eventualmente, com um nutricionista. Partilho algumas recomendações: tratando-se de uma situação

clínica com repercussões no processo de eliminação de nutrientes, é fundamental reduzir o consumo do sal (melhoria a tensão) e evitar gorduras saturadas (impacto no colesterol). Associado a esse facto, é fundamental manter uma boa hidratação do corpo e optar por alimentos energéticos. A actividade física e o controlo do peso (veja com regularidade o índice de massa corporal, IMC). Por fim, controlar a glicemia (no caso dos diabéticos) e, se possível, reduzir o consumo de alimentos com elevado teor de potássio. Contra mim falo mas uma recomendação que fazem sempre, e que se aplica neste caso, é evitar comer fruta com casca. Agora, já não padeço deste factor, é fundamental eliminar o consumo de enchidos e conservas com adição de sal e gorduras, para minimizar a acumulação de resíduos tóxicos, controlando a ingestão de proteínas (por exemplo, carne, peixe, leguminosas, ovo), pois o consumo excessivo pode sobrecarregar os rins, favorecendo a ocorrência dos sintomas da doença. É fundamental termos, aqui, cuidados com outras patologias associadas e que, como tal, seja necessário encontrar um equilíbrio nos tratamentos. Razão pela qual consideramos fundamental que seja acompanhado pelo seu médico de família. Um especialista

dedicado ao seu caso, será a melhor forma de encontrar equilíbrio no controlo e minerais, vitaminas, proteínas, lípidos (ou gorduras) e hidratos de carbono, uma vez que este equilíbrio no organismo é muito importante para a qualidade de vida de quem sofre de doença renal. Por fim, não nos podemos esquecer que a dieta mediterrânica é das mais ricas no mundo, em qualidade e variedade, sendo esse um bom aliado na prevenção de muitas das condições como de excesso de peso (obesidade, controlo do IMC), da hipertensão e da diabetes, tudo fatores de risco para o surgimento da doença renal crónica. Se seguirmos a dieta mediterrânica estamos, certamente, a ingerir um elevado número de vegetais (em quantidade e multiplicidade), leguminosas, de frutas, sementes, oleaginosas, cereais e o excelente azeite que temos. Temos que, aqui, fazer um esforço para ser equilibrados no consumo de peixe e produtos lácteos (um crime, não vivo sem queijo e manteiga, são opções). E eliminar mesmo o consumo de carne, mas a boa nova passa pelo o consumo moderado de vinho tinto, ajudando no equilibro do organismo (e esta, hein?). Nem tudo é mau. Cuide-se.


plantas » camélias

Camélias

por Andreia Castro Decoradora

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s Camélias, também conhecidas por Japoneiras, são arbustos floridos pertencentes ao género Camellia. A maior parte das cultivares de Camélia (existem cerca de 40.000 catalogadas) descendem de uma única espécie, Camellia japonica, que foi introduzida na Europa em meados do séc. XVIII (em Portugal, no séc. XIX), proveniente da China. Outras espécies significativas são a Camellia sasanqua e a Camellia reticulata. As Camélias são arbustos perenes ou árvores de pequeno porte, algumas com pequenas flores sem grande valor ornamental, mas outras que, graças à sua cor e formato da flor, se tornam indiscutivelmente uma das flores mais apreciadas para introdução nos nossos jardins. Têm folha perene e a cor das suas flores varia sempre entre o branco, o vermelho e o rosa, à excepção de um pequeno grupo de espécies do sul da China e do Vietname, com flores entre o amarelo-pálido e o amarelo-bronze. A maior parte das camélias adapta-se melhor a climas amenos e húmidos, mas também há algumas espécies que resistem bem ao gelo. Preferem solos bem drenados, ligeiramente ácidos e ricos em matéria orgânica. Desenvolvem-se melhor em

zonas de meia-sombra, mas algumas cultivares estão bem adaptadas ao sol. A poda é desnecessária, mas as plantas podem ser aparadas após a floração. Se for necessária uma poda para rejuvenescer a planta, esta também deverá ser feita após a floração. No inverno, quando os jardins se encontram mais despidos de cor, são as Camélias as grandes protagonistas, podendo ser observadas em todo o seu esplendor. Segundo a Câmara Municipal do Porto, em 1880, esta cidade foi agraciada com o título de “Cidade das Camélias”, podendo estas ser observadas em praticamente todos os grandes jardins. A título de exemplo, podemos destacar a Casa das Artes, a Casa da Prelada, a Quinta de Villar d’Allen, o Museu Nacional Soares dos Reis, o Jardim Botânico, o Parque da Cidade, os Cemitérios de Agramonte e do Prado do Repouso, os Jardins do Palácio de Cristal, entre muitos outros que vale a pena serem visitados. Em Lousada, no mês de Março, celebra-se o Festival Internacional de Camélias, que conta com o Mercado das Camélias, uma exposição e várias visitas por jardins onde estas magníficas espécies podem ser observadas. Em Celorico de Basto, as Camélias são igualmente destacadas com a Festa Internacional da Camélia, também no mês de Março. Esta festa inclui um concurso e uma exposição de Camélias e um concurso para serem eleitas a Rainha e as Princesas das Camélias. Existe uma grande simbologia em volta destas

flores. Por norma, a flor da Camélia está associada ao amor, afeto e admiração, talvez por ter inspirado o romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho (1848). As Camélias brancas simbolizam a adoração e são oferecidas a alguém que nos é querido, as Camélias cor de rosa simbolizam o desejo e são oferecidas a alguém de quem se sente falta e as Camélias vermelhas simbolizam o amor e a paixão. No Brasil, em 1883, foi criada a Confederação Abolicionista, no Rio de Janeiro, com o símbolo de uma Camélia. Supõe-se que este facto se deve à existência de um Quilombo no Bairro do Leblon, onde eram produzidas muitas variedades desta espécie. Já na China, esta

flor simboliza a união de duas pessoas apaixonadas, representando as pétalas delicadas a mulher, e o cálice, o homem que a protege, dizendo-se que estes permanecem unidos mesmo após a morte. Isto acontece pelo facto de, ao contrário das outras flores, quando a flor da Camélia cai, o cálice e as pétalas caem unidos, nunca se separando. Assim, a Camélia representa também o amor eterno.

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conhecimento » mitos e lendas

Filhos das sete colinas

por Fernando Fernandes fjfernandes1975@gmail.com

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o seu auge, por volta de 117 D.C, atingiu a extraordinária dimensão de aproximadamente 5 milhões de km². Albergou o território correspondente a 46 países dos dias de hoje e teve cerca de 55 a 60 milhões de habitantes. Mas tudo isto teve um começo pois Roma não foi construída num dia. Segundo a Eneida, poema escrito por Virgílio, no século I, Eneias, filho da Deusa Vénus, foge de Troia com o seu pai Anquises e o seu filho Ascânio por causa da guerra contra os Gregos. Após muitas e atribuladas viagens, estabelece-se na Península Itálica onde conhece o rei local, Latino. Após ganhar a confiança deste, apaixona-se pela princesa Lavínia, com quem casa fundando a cidade de Lavínio em sua honra. Após esta ser governada por Ascânio por trinta anos, o filho de Eneias decide fundar a sua própria cidade a que chama de Alba Longa. 400 anos depois, Numitor, descendente de Eneias, é deposto pelo seu irmão Amúlio que para garantir a sua linhagem, manda matar todos os descendentes varões do seu primogénito. Indo mais longe, obriga a sua sobrinha Reia

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Sílvia a tornar-se vestal, uma sacerdotisa virgem para impedi-la de ter filhos que pudessem aspirar ao trono. Furioso com toda esta situação, o Deus da guerra, Marte, engravida-a, sendo concebidos dois gémeos: Rómulo e Remo. Como vingança, Amúlio manda prender Reia Sílvia e ordena que os dois bebés sejam lançados ao rio Tibre. Todavia, e como que por milagre, a cesta que os albergava sobreviveu, mantendo-os seguros depois de ficar preso numa das margens do rio junto aos montes Capitolino e Aventino. Encontrados por uma loba, são levados para uma caverna que mais tarde se chamará de Lupercal, como referência à palavra latina Lupa (loba). É um homem de nome Fáustulo que avista as crianças e com o consentimento do animal, leva-os para sua casa onde são criados em conjunto com a sua mulher Aca Larência. Com o passar do tempo, cresceram juntos dos pastores da região. Praticam caça e, sobretudo, dedicam-se às pilhagens das caravanas de mercadorias que por ali passava. É numa dessas ocasiões que Remo é capturado e levado como prisioneiro para Alba Longa. Vendo o desespero do irmão, Fáustulo conta-lhe a verdadeira história da origem de ambos e Rómulo decide partir para a cidade dos seus antepassados. Num esquema bem articulado, consegue libertar o irmão, mata Amúlio e devolve o trono a Numitor. Mas aquele não era o lugar

que ambos desejavam para si, e naturalmente decidem partir com várias pessoas que também procuravam uma vida melhor, para fundarem uma cidade no local onde foram encontrados com a loba. Rómulo quer criara Roma no monte Palatino e Remo quer criara Remora no monte Aventino. Com a indecisão instalada, resolveram recorrer aos auspícios, uma forma de consulta dos Deuses, o que gerou uma tremenda discórdia nos que os acompanhavam e uma consequente acérrima discussão entre os irmãos. Levado pela ira, Rómulo mata Remo e assume a fundação de Roma que governou por cerca de 38 anos. Nem sequer imagina-

ria que a sua singela cidade, seria a capital de um dos maiores impérios da História e ficaria conhecida como Cidade Eterna, pois os Romanos acreditavam que por muito que acontecesse, por mais impérios que caíssem, Roma ficaria sempre de pé. A verdade é que existe e existirá...

ESPECIAL

DEDICATÓRIAS Melancolia do olhar Há uma certa melancolia Que se vê no seu olhar Com tristeza fugidia Que só vê quem sabe amar É uma melancolia triste Que há no fundo de seu olhar Será mesmo que ela existe? Ou estarei eu a sonhar Se calhar estou enganado E sou apenas eu a sentir Talvez por não ser amado E desejar que esteja a rir Inspirado e dedicado a Paula Lopes


crónica » o pulsar da sociedade

O pulsar da sociedade

O bom humor

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

Se há traço comportamental que aprecio, é sem sombra duvidas o inequívoco bom humor, principalmente quando as coisas correm dentro do previsto ou quando supero as minhas melhores expectativas. Mesmo que supostamente, seja confrontado com um súbito percalço, de valor ínfimo e residual, pode até não me afetar, se tiver com o meu estado de espírito em alta, se calhar satisfeito com algum evento ou motivo especial, ou então por ter acordado bem-disposto, após ter olhado para a janela radiante, deparando-me com um promissor dia soalheiro. Se porventura sentir-me desanuviado e descontraído, sem estar propriamente acossado, azafamado, nem obdurado, cumprindo os meus deveres laborais e familiares com distinção e empirismo á mistura, obviamente o bom humor saí naturalmente, com uma descarte escorreita, pois é o meu modo congénito de atuar, nunca estando á espera de uma reação biliosa, taciturna ou lassa, dos outros que estão á minha volta, designadamente de quem convive frequentemente comigo. Não querendo dizer com isto que sou perfeito e imaculado, como qualquer pessoa normal, basta acontecer algo

desagradável, que atinga a profundidade acética dos meus neurónios, que o meu pretenso bom humor, muda num ápice de figura. Porém o bom humor que dou demasiada prevalência, é aquele que se expressa de maneira mais refinada, hilariante e burilado com índices mordazes, sem ser propriamente ofensivo, para não ferir suscetibilidades de quem se relaciona comigo assiduamente, apesar de ás vezes no meu intimo, apetecer usar um remoque jocoso, quando estou propenso a um tropismo truculento, mas raramente isso sucede se, travando o ímpeto a tempo, preferindo gizar umas piadinhas transversais a toda gente, que potencie um bom ambiente, sendo para mim esse o objetivo primordial do bom humor, por toda a gente satisfeita, dentro do possível. Não sou certamente, apologista de um humor de âmbito preconceituoso, nem de superioridade intelectual, e muito menos ridiculizador com a finalidade de rebaixar alguém, em publico, imbuído numa conduta sardónica e deturpada, normalmente para tirar dividendos dessa situação pungente, pois o ato provocador atinge subliminarmente um determinado individuo, que contem algum segredo do passado, ou um erro de monta, que o faz sentir se chamuscado na sua reputação, graças a essa repudiante graçola de mau gosto. No que diz respeito, ao humor satírico e estereotipado, que se verifica através de diversas maneiras, a sua aplicação pode destrinçar-

-se através da aparência física, situações caricatas de pessoas famosas, vernáculos culturais, estratos profissionais, políticos e sociais, sendo favorável á sua componente chistosa, designadamente quando ela está incutida nas populares anedotas, ou então em filmes e séries de comédia, claro dependendo do grau e do enfase que a piada se perspetiva, evitando preferencialmente que ela perturbe a idoneidade e integridade de um determinado sujeito. Outro género de humor, que acho engraçado, pelo seu efeito surpresa e inesperado, é o humor acidental e circunstancial, a despeito disso, ainda me lembro desta icónica frase da minha mãe

“Só vos ris do mal”, esta expressão lacónica era usada, quando eu e o meu irmão riamos á gargalhada, de algo extemporâneo mas impressivo, que gerou o nosso pretenso deleite, por exemplo quando íamos na rua com um amigo, e ele gozava connosco por um aparente motivo, mas como estava de costas virado para nós, não reparou no poste de eletricidade que estava á sua frente, batendo com estrondo nesse robusto pilar, sem consequências de maior. Para mim o bom humor, se for usado de forma decente, é uma condição sine qua non, no relacionamento com a sociedade, pois sem esse atributo, nunca seremos totalmente felizes.

ESPECIAL

DEDICATÓRIAS Sorriso Com o seu sorriso lindo Que serve de inspiração É um pedaço de paraíso Que conquista o coração Com a sua simplicidade E o seu corpo singular Uma mulher de verdade Inspira quem sabe amar Ela é a luz do amanhecer Que nos ilumina a alma Um calor para aquecer Que aconchega e acalma Inspirado e dedicado a Anabela Marques, a bela que não dorme

jornal

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cinema » sugestão ao leitor

Os filmes de Billy Wilder

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

Q

uando há uns anos atrás, tive o ensejo de aderir a um pacote de cinema, apelidado de Telecine, que disponibilizava ao espectador diversos géneros e temáticas, para todos os gostos, surgiu a chance de assistir pela primeira vez, a um dos filmes dirigidos pelo prestigiado realizador e diretor Billy Wilder. Esse filme intitulado de “Testemunha de Acusação” de 1957, suscitou-me curiosidade devido ao meu fascínio por enredos que albergavam crime e sessão de julgamentos em tribunais. Assim sendo o início não podia ser mais prometedor, com a personagem Leonard Vole, a suplicar ao reputado advogado Wilfrid Robarts, para que este o defendesse num processo, ao qual Leonard foi indiciado como principal suspeito, de

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um assassinato de uma amiga de meia-idade, que, não obstante ser bastante rica, também era uma mulher solitária. Não se verificando provas inequívocas, a não ser de cariz circunstancial, justamente pelo facto do arguido ser o único herdeiro da fortuna da vítima, diante desse panorama, o carismático Wilfrid aceita o repto, valendo-se do estímulo que mais um desafio hercúleo, confere ao seu ego. Com o desenrolar perfeito da trama, sempre condimentado por diálogos apropriados e alegações em tribunal, bem fundamentadas parte a parte, a história subitamente entra numa fase rocambolesca, nomeadamente quando a enigmática mulher de Leonard, é notificada a depor. Graças á boa impressão causada pelo primeiro filme, nos dias seguintes, optei por ver outra obra-prima, com a chancela de Billy Wilder, denominado “Pacto de Sangue” de 1944, que retrata, a postura persuasiva da sensual Phyllis, que ao seduzir com êxito o agente de seguros, Walter, incentiva-o a usar uma manobra conspurcadora, para

Barbara Stanwyck e Fred MacMurray em Pacto de Sangue (1944)

que o marido desta, Jackson, caia no engodo, de assinar um seguro de vida, sem conhecimento prévio. Walter maniatado de tal ordem por Phyllis, planeia com esta um atentado á vida de Jackson, para os dois se apoderarem desse montante astronómico, oriundo desse avultado seguro, atingindo á posterior esse desiderato golpista, com a eufemística morte acidentada de Jackson, mas não estavam certamente á espera, que o especialista investigador de fraudes, o implacável Barton Keyes, posicionasse as pistas no alcance destes. Outro filme considerado pela crítica, como dos mais feéricos patenteados por Billy Wilder, é a comédia romântica designada por “Irma La Douce”, ao qual tive o privilégio do visionar recentemente. Apesar do enredo ser tendencialmente simplista, o desenrolar do filme junta vários atributos cativantes, compagináveis com o amor indiscutível que é fulcral para o desenvolvimento da história, como também as peripécias hilariantes que se ramificam, e os pruridos tocantes que comovem o espectador. No que diz respeito, á epitome do filme, o jovem polícia Nestor

é incumbindo de vigiar um bairro á pinha com prostitutas, só que ao encarregar-se de verificar a legalidade contratual duma delas, acaba rendido nos braços de Irma La Douce, após uma noite de amor divinal. Restando-se apaixonado por esta, Nestor só tem um objetivo em mente, retirá-la daquela vida leviana, trabalhando de noite, e criando uma personagem artificial para sustentar Irma La Douce. Contudo e atendendo às dificuldades acarretadas pela dupla personalidade, ao qual Nestor entroniza, conjugado com o cansaço infligido por trabalhar dia e noite, as coisas começam a descambar, podendo dar para o torto. Além destes, outros títulos pontificados pelo incumbente, podiam constar neste lote, por exemplo “Sabrina”, “O Apartamento”, “Quanto mais quente melhor” e “Farrapo Humano”, todos com argumentos plausíveis e tangíveis, que sintonizam de modo realista, a volatilidade acutilante da vida em sociedade, com Billy Wilder a fomentar essa vertente ficcional, com uma descarte esplendida e primorosa, contrariando a tese preconceituosa, do que é antigo já passou de moda.


necrologia

Agência Funerária

Tilheiro

Tel: 258 971 259 Tlm: 962 903 471 www.funerariatilheiro.com Barroselas

70 anos

80 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Maria Manuela Fernandes de Faria Rodrigues

Maria Isabel da Silva Portela

Tregosa – Barcelos

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

88 anos

91 anos

86 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Maria de Lurdes Faria Correia

Belmira Gonçalves da Silva

Maria dos Santos Meira Araújo

Forjães – Esposende

Tregosa – Barcelos

Alvarães – Viana do Castelo

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A Família

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93 anos

78 anos

50 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Maria Alzira Martins de Carvalho

António de Sá Batista

Carlos Alberto Sá Araujo

Fragoso – Barcelos

Palme – Barcelos

Feitos – Barcelos

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A Família

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jornal

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Roda da Fortuna e da Fantasia M14

EM FAMÍLIA DANÇA CINEMA TEATRO

02

Clã M6

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À Deriva M12

| Museu de Olaria

22h00|(qui)

21h30|(ter)

09 10 14 19 24

14

De Ryûsuke Hamaguchi | Cineclube ZOOM

0 8 abr A Velha Canon | Todas as idades 2 9 mai a

FORA de PORTAS

16h00|(dom)

The Rite of Trio M6

MÚSICA

Teatro do Farol

EXPOSIÇÃO

03 05

A Lebre e a Tartaruga M3

TEATRO

abril2022

TEATRO

CINEMA EM FAMÍLIA

120 anos

Eduardo Fernandes

Zaragata na casa dos Mata M12 ATEF - Teatro Experimental de Feitos

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Contos do Lápis Verde M6 Teatro Pé de Vento

Apresentação do álbum “Véspera”

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Comunidade(s) M6 Pedro Carvalho | Tiago Matos Correia

20h00|(qui)

Drive My Car M14

De Ryûsuke Hamaguchi | Cineclube ZOOM

21h30|(ter)

O meu avô, o meu pai e eu, uma história da Revolução M12 Companhia de Teatro de Santo Tirso

16h00|(dom)

Acta - A Companhia de Teatro do Algarve CTB – Companhia de Teatro de Braga

21h30|(sáb)

Info e reservas | Telf: (+351) 253 809 694 . E-mail: tgv@cm-barcelos.pt Horário da bilheteira | Terça a sexta: 10h00 às 18h00 | Em dias de espetáculo: abre duas horas antes do início da sessão. Opening hours | Tuesday to Friday: 10h00 am to 6h00 pm | On show days: opens two hours before the beginning of the session. Bilheteira online | Online ticket: gilvicente.bol.pt


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