O Vale do Neiva - Edição 82 fevereiro 2021

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História

Crónica

Qual o significado da expressão “Síndrome de Estocolmo”?

Santo Graal: A maior de todas as lendas

fevereiro 2021 edição 82 Propriedade:

A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) Barroselas Mensal Gratuito Versão digital

O impacto do confinamento nas crianças e jovens pág. 5

Casas senhoriais: O Solar da Quinta da Torre pág. 4


índice edição 82 fevereiro 2021

ficha técnica diretoria e administração:

Direção de “A Mó” redação:

José Miranda Manuel Pinheiro Estela Maria António Cruz

O impacto do confinamento nas crianças e jovens

Ano Santo Compostelano, dobradinha

Qual o significado da expressão “Síndrome de Estocolmo”?

página 05

página 06

página 09

editorial O vírus, o confinamento e o tempo

edição:

82 – fevereiro 2021 colaboradores:

Alcino Pereira Amaral Giovanny Américo Santos Ana Sofia Portela Cristiana Félix Daniela Maciel Domingos Costa Fernando Fernandes Florbela Sampaio Francisco Porto Ribeiro José Miranda Pedro Tilheiro design gráfico:

Mário Pereira paginação:

Cristiano Maciel supervisor:

Pe. Manuel de Passos contacto da redação:

Avenida S. Paulo da Cruz, Edificio Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas e-mail:

redacaojornalvaledoneiva@gmail.com periodicidade:

Mensal

por José Maria Miranda Presidente da Direção d’A Mó

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arece que tudo está em harmonia, o vírus gerou o confinamento o tempo gerou a tristeza provocada pela ausência de sol mas abundante em chuva e períodos de muito frio. Pergunta-se: – O porquê de tudo ao mesmo tempo? Não basta este maldito micro-organismo para nos atormentar e manter-nos constantemente em sobressalto? Grande parte da população já está insatisfeita com esta forma de viver e

psicologicamente sentem-se abalados. Nas aldeias as pessoas cuidam das suas hortas, tratam dos animais em suma: distraem-se e esta situação torna-se menos pesada. Ao contrário, os que vivem na cidade estão na sua maior parte limitados a espaços reduzidos e sem qualquer novidade no seu dia a dia. Por mais que queiram esquecer não é possível porque não foram criados para viverem desta maneira. A violência doméstica, a violência sexual, a falta de trabalho, e a tristeza são reflexos de uma sociedade marcada por uma situação pandémica em que todos estamos mergulhados. Sinto que as crianças nunca mais vão esquecer este momento tão delicado porque estão a pas-

sar. É doloroso quando uma criança diz não poder brincar com os seus amiguinhos. É doloroso não nos podermos cumprimentar e beijar como dantes. Fugimos uns dos outros, e se nos cruzamos olhamos de canto passando a residir o medo do tal micro-organismo que já conseguiu virar de pernas para o ar a sociedade mundial. Vamos esperar por melhores dias e há que acreditar nos cientistas que com muito esforço e dedicação estão a trabalhar no sentido de nos protegerem. Protejam-se, não entrem em ajuntamentos festivos onde a tendência é para alargar a descontração e a euforia do momento. Ao protegerem-se também estão a proteger os outros. Bom confinamento.

formato:

Digital

distribuição:

Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação.

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edição 82 • fevereiro 2021

Jornal Vale do Neiva uma referência na região do Vale do Neiva


História Governo convida engenheiro Francês Mr. Waltier página 7

Poema “A menina dos olhos verdes” Seis livros para oferecer no Dia dos Namorados

Sugestão ao leitor: O poder da palavra no cinema

Santo Graal: a maior lenda de todas

página 12

página 14

página 23

página 9

Saúde Febre: o que fazer? página 19

o pulsar da sociedade A beleza

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

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ostuma-se dizer na gíria popular, que a beleza é um processo de deteção e de contemplação, “aos olhos de quem a vê”, mas esse preceito popular expresso desta forma lacónica, pode ter um fundo de verdade, mas não é assim tão linear, como se fosse um aforismo transversal, a verificação do atributo beleza, é sem sombra dúvidas mais consensual e unissonante, com a adesão de um acervo considerável de pessoas, seja na observância dessa característica, através de um cardápio de estímulos sensoriais, com uma pessoa, um animal, lugar, objeto e até uma súbita ideia. Num pretérito encontro agradável e deleitante, com a beleza de uma paisagem idílica ou um sumptuoso monumento, pode causar o enlevo sintomático, e se calhar a neces-

sidade de se proporcionar o ensejo de voltar a visitar o lugar, que nos deixou supostamente boa impressão, no caso concreto de pretendermos a aquisição de um animal doméstico, como um cão e um gato, temos tendência para escolhermos, aquele que parece ter umas feições mais catitas, ou ser de uma raça mais apurada, que nos permite usufruir do lazer da sua companhia, no caso de um objeto também costumamos optar, por um exemplar que pode acalentar, mais valia na nossa imagem, ou até na decoração da casa. Contudo a beleza indescritível associada à fisionomia do ser humano, é aquela que no meu ponto de vista, reveste se como determinante, elucidativo e ilustrativo, que provoca a admiração e fascínio, nos outros, com mais ênfase e denodo, nos do sexo oposto, que pode catapultar as mais variadas reações histriónicas, como a paixão, atração sexual, fantasia platónica e obstinação, como também pode permitir à pessoa esbelta, sentir de forma latente, algumas vantagens de índole económica e social, devido ao estonteante venusto da sua expressão facial ou corporal. Esta disposição mais uní-

voca, eloquente e transcendente, do charme, da formosura do ser humano, é mais evidente, na mulher, designadamente na sua eficácia e ascensão, do que propriamente num homem, que denote ter bom aspeto, sendo que uma mulher com um ar bucólico, e a conspicuidade penetrante do seu olhar e que seja extremamente esbelta, situando se na casa dos 20 anos, tem um conjunto de possibilidades efetivas, de singrar rapidamente na vida ativa, seja no mundo da moda, na representação teatral ou cinematográfica, ou atuando como repórter e apresentação televisiva, em arranjar emprego em lojas, supermercados, em todo o tipo de mercado e negócio, em que a imagem da empresa, se revê inequivocamente nos seus recursos humanos, como um dos elementos fundamentais. Compreendo que em alguns dos casos, a beleza pode se tornar num incómodo momentâneo ou circunstancial, também com mais evidência no caso das mulheres, como o persistente assédio sexual, a chantagem, falta de privacidade, que são provavelmente os aspetos mais salientes, acrescentando o endémico labéu da igualdade de género, que são dos mais

invocados, pelos os agentes que defendem uma maior equiparação da mulher com o homem, nos seus direitos, apesar de nas sociedades modernas, essa pertinência não se colocar de forma tão discriminatória.

Na realidade uma pessoa que é perentória na sua demonstração de beleza e na sua aparência intrínseca, à partida tem benefícios ou vantagens, em relação aos outros, ao qual pode se manifestar de maneira imediata, ou até nem que seja de forma efémera ou residual, porque a sua fisionomia, provoca um encantamento tácito e natural, a quem a observa e a contempla, acabando por ser favorecida, no caso de dúvida, principalmente nos casos em que valor cognitivo, seja praticamente semelhante, à outra pessoa com menos condimentos de género sedutor. jornal

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o vale do neiva » casas senhoriais

Tregosa

Quintas e casas importantes

Solar da Quinta da Torre

por José Miranda jose.maria.chaves.miranda@gmail.com

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s “Inquirições de 1250” de El-Rei D. Afonso II citam várias herdades e casas da Idade Média, de nomes curiosos e procedência de longevos tempos. Dos que ainda existem, contam-se, os da Torre, (Santo António) e de S. José, esta última junto ao santuário da Senhora do Calvário. Comecemos pela quinta da Torre. Ergue-se no lugar da Torre, desde longevas épocas, e é considerada a propriedade de mais importância e antiguidade. Pertenceu a um ramo colateral da frondosa árvore genealógica dos Barbosas da Quinta dos Morgados de Aborim

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de Tamel, cujos primitivos fidalgos e ricos-homens se aparentavam por casamentos com duas famílias portuguesas mais nobres. Consideram-se troncos dos mais antigos Senhores desta quinta e solar, um Diogo Barbosa Peixoto e sua mulher Catarina Fernandes Florim, que edificaram junto a ela a capela de Nossa Senhora da Assunção, na qual instituíram vínculo que legaram aos seus descendentes e respetiva parentela. Sucedeu-lhe por escritura, declara, seu sobrinho, Bento Rego Barbosa, casado com D.ª Guiomar do Lago, passando depois aos seus parentes da Quinta do Paço de Aborim. E no século XVII, veio pertencer a D.ª Maria do Rêgo Fernandes, casada com o Dr. Belchior Pimenta da Silva, Juíz da Alfândega de Viana da Foz do Lima, que descendia dos Senhores do Castelo do Corutelo, em S. Julião de Freixo, Ponte de Lima, na pessoa de Adriano Prestrelo

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Cruzeiro da Quinta da Torre antes de ter desaparecido

Marinho Pereira de Araújo, aparentados com a linhagem dos Marinhos Falcões, de Monção, e por estes vendida à família da Senhora Professora D.ª Beatriz da Costa Frias. Para se penetrar neste idílico recanto de luxuriante vegetação, paz e completo sossego, junto à estrada de Durrães (apeadeiro) para Tregosa, (lado esquerdo), é necessário transpor um terreiro com um cruzeiro (derrubado e roubado há cerca de uma dezena de anos), que no exterior da quinta assinala a presença de uma capela medieval, com brasão de armas e ameias (merlões) de muita antiguidade, a qual deu origem à fundação do vínculo assinalado. Por prosápias de

fidalguia (porque os símbolos do brasão nada ter a ver com a família dona do solar) nos últimos anos colocaram uma pedra de armas no portão que dá acesso à propriedade pelo norte. Junto à mesma Quinta encontra-se um oratório do qual falaremos nos apontamentos que vão seguir-se, ao tratar das capelas da Freguesia. O solar possui duas ordens de escadarias, voltadas ao nascente, uma ampla varanda de estilo minhoto, e várias outras dependências que lhe ficavam anexas: Capelas, oratórios e Santuários.

in “Tregosa no Passado e no Presente” pág. 114 – Manuel Costa Pereira


questões da atualidade » o impacto do confinamento

O impacto do confinamento nas crianças e jovens

Uma das grandes questões da atualidade é o impacto do confinamento nas crianças e jovens

por Cristiana Félix Psicóloga Clínica

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stamos todos a passar por um período muito controverso e assustador, além disso estamos todos cansados e aborrecidos com a situação em que nos encontramos a nível mundial e as crianças e jovens não são exceção, mesmo tendo uma grande capacidade de adaptação a novas situações a maioria está muito ansiosa com todas estas alterações que ocorreram na sua vida e no seu dia-a-dia. As crianças mais pequeninas, acabam por se ressentir mais a nível das relações sociais, contudo apesar de serem muito pequeninos apresentam uma grande capacidade de se adaptar sem reclamar ajustando-se com maior facilidade a todas estas alterações.

Quanto menos manter os hábitos e as rotinas maior são as probabilidades de desenvolver alterações em termos do comportamento, maior agitação, desenvolver diversos medos, inseguranças, stress, preocupação persistente ou excessiva, dificuldades nos padrões de sono, dificuldades em termos dos hábitos de alimentação, entre outros.

Nas crianças mais velhas, já se verificam alterações em termos sociais e emocionais, pelo que, se torna fundamental manter as rotinas e os ritmos de trabalho, de modo a que as alterações diárias sejam menores. A manutenção das rotinas diárias garante uma maior capacidade de readaptação no momento de regressar à escola, porém nem todas as crianças conseguem manter estes hábitos o que acabará por ter repercussões quando regressarem novamente para a escola. Quanto menos manter os hábitos e as rotinas maior são as probabilidades de desenvolver alterações em termos do comportamento, maior agitação, desenvolver diversos medos, inseguranças, stress, preocupação persistente ou excessiva, dificuldades nos padrões de sono, dificuldades em termos dos hábitos de alimentação, entre outros. Nas situações supracitadas é importante estar atento às alterações e à intensidade com que estas alterações acontecem, é importante conversar com a criança e ouvir atentamente as suas necessidades, fomentar a brincadeira e a expressão das suas emoções, e acima de tudo dar-lhe uma dose extra de carinho, recorde-se que se esta situação está a ser difícil para si... para as crianças está a ser extremamente exigente. Caso não consiga lidar com todas estas alterações em termos de comportamento é fundamental procurar ajuda de um profissional que consiga identificar o problema e compreender a alteração em termos comportamen-

tais de forma a que possa intervir e estabilizar. Nos jovens, este impacto pode ser mais acentuado porque dadas as mudanças na sua vida social e emocional, acabam por se sentir desmotivados, ansioso e ao mesmo tempo “presos” dentro da sua própria liberdade. Com este grupo torna-se fundamental, tal como nas crianças, a manutenção das rotinas. contudo, e tendo em conta a idade, nestes casos podemos negociar as atividades a realizar de forma a se sentirem mais motivados para a realização das mesmas, salvaguardando que se mantêm as rotinas de sono, alimentação e exercício físico. Recorde-se, sempre de explicar corretamente a situação que estamos a passar, sendo desnecessário exagerar na descrição e na forma como conta as coisas, desdramatizando assim alguns assuntos que podem ser mais ansiogénicos para as crianças e jovens. Selecione toda a informação que passe na comunicação social, muitas vezes não passam de meras especulações que podem criar incongruências na informação percebida. Recorde-se que estamos perante um período transitório e por isso a regra de ouro é mesmo manter as rotinas, dando alguma margem de flexibilidade apenas ao fim de semana. Valorize as necessidades das crianças e dos jovens e relembre-se sempre os seus comportamentos são o espelho para os comportamentos dos seus filhos. Os pais são os principais modelos de comportamentos para os seus filhos. jornal

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caminhos de s. tiago » um mix de sentimentos

Ano Santo Compostelano, dobradinha

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

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o artigo do mês passado foi referido que este ano, 2021, é ano Santo Compostelano, em virtude de o dia de 25 de julho celebrar-se num domingo. Referimos, também, o facto de este ser o terceiro ano de celebração, do terceiro milénio do cristianismo. Referimos a mensagem do Santo Padre, no momento da cerimónia de abertura da Porta Santa, na Catedral de Santiago, a Dom Julián Barrio. A novidade neste artigo prende-se com a boa nova de ter sido acordado fazer uma dobradinha do ano santo, passando-se a celebrar, excepcionalmente, também em 2022, em virtude da pandemia do COVID. Assim, mantêm-se as celebrações do ano jubilar, com base na decisão de Penitenciária Apostólica anunciada no final da missa, em Santiago de Compostela. Este ano, e o próximo, todos os caminhos levam a Santiago, com segurança e distanciamento social, com respeito pela vida, nossa e de terceiros. Essa consciencialização é fundamental, para um Caminho tranquilo. Em bom rigor, do que falamos? No Ano Santo Compostelano, a Porta Santa da Catedral de Santiago estará

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aberta para todo(a)s o(a)s peregrino(a)s. É uma tradição que remonta ao séc. XV, segundo Xunta da Galícia. Será possível obter a indulgência ou perdão dos pecados, concedido pela Igreja, em qualquer dia. E segundo o Papa Francisco, para nos colocarmos em caminho, devemos “desligar-nos das coisas que nos pesam” tendo em consideração, que na vida, não caminhamos sozinhos, sendo necessário “confiar nos nossos companheiros sem suspeitas e desconfianças”. Em termos de experiência pessoal, posso afirmar que no Caminho de Santiago encontro um modelo, ou imagem, do nosso dia-a-dia, onde temos dias bonitos e outros nem tanto, pessoas simpáticas e menos, dias de sol e de chuva, dias em que nos sentimos perdidos e questionamos a razão de estarmos ali e dias em que damos graças por ali estar. É um mix de sentimentos que só é possível partilhar com quem já fez o caminho ou quem tem interesse e motivação para o caminho. Em Portugal, as opções são várias e a sugestão é recorrer às associações respetivas que podem dar informações sobre como e onde obter o passaporte, onde pernoitar, cuidados a ter e outros conselhos, todos eles sempre muito úteis. É o caso da Associação de Caminhos de Santiago de Viana do Castelo, o Caminho Português da Costa e a Via Lusitânia, entre outras, também associadas ao Turismo. Todas as organizações servem

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de apoio e de base de partida por isso, caminhe sempre com tudo preparado. Em termos de recomendações, atrevo-me a partilhar algumas experiências, mas reforço que o caminho é todo ele muito individual, um momento pessoal e de introspeção. Em abono da verdade, e como a própria revista Vagamundo anuncia, o Caminho Português para Santiago, também conhecido por Caminho Central (a partir de Ponte de Lima, são dois dias em Portugal e mais cinco em Espanha) é o segundo caminho mais utilizado por peregrinos, depois do conhecido

No Caminho de Santiago encontro um modelo, ou imagem, do nosso dia-a-dia, onde temos dias bonitos e outros nem tanto, dias em que nos sentimos perdidos e questionamos a razão de estarmos ali e dias em que damos graças por ali estar. É um mix de sentimentos que só é possível partilhar com quem já fez o caminho. Caminho Francês. Sempre sonhei, e um dia ainda faço este caminho, mas a começar na Sé de Lisboa (são mais de 650km), passando por Fátima (Lisboa a Fátima, pelo Caminho do Tejo, magnífico, são 155km) e continuando para Santiago. Todo esse percurso requer, seguramente, um mês e algum apoio e suporte financeiro (abaixo do Porto, a oferta de alojamento é meramente comercial ou

eventual). Agora, o Caminho Central é rico de beleza natural, de oferta com segurança, de carinho, de partilha e tudo mais. Recomendo, assim como também recomendo o Caminho da Português da Costa, lindíssimo e verdadeiramente único, uma maravilha. E acima do Porto, a oferta já é mais significativa e vale a pena o investimento. E se pensar no caminho entre Viana do Castelo até Caminha, todo feito em ecopista, é fantástico. A ecopista regressa em Seixas (após a ponte de Caminha) e temos 30km de ecopista fantástica onde, à esquerda (sentido Santiago) temos o Rio Minho e toda a mística do nevoeiro e vemos já Espanha do outro lado, à direita temos só campo, os cheiros e a cor. E dependendo da época do ano, cada momento é diferente, dependendo do que temos para entregar para o Caminho e o que estamos dispostos a receber. A pergunta primeira que faço quando inicio um caminho é “e agora, o que traz aqui??”. As respostas são diversas e dispersas por áreas. Mas fica a proposta e o desafio pessoal, vale mesmo a pena. Bom Caminho.


história » caminhos de ferro

Governo convida engenheiro Francês Mr. Waltier

Locomotiva a Vapor em mau estado, aparcada na estação da Régua. Fotografia de Domingos Costa

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

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chei oportuno falar da decisão do Governo em convidar o engenheiro Francês Mr. Waltier a efetuar um estudo minucioso, no sentido de delinear o itinerário das linhas ainda não começadas a construir. Foi-lhe solicitado que principiasse pela linha sul e sueste. A escolha para selecionar o melhor percurso contempla condicionantes de encontro às localidades onde passe; a riqueza produzida nesse local ou região; a densidade populacional, e tendo ainda em consideração o menor custo

na sua construção. A 25 de janeiro de 1855, chega a Lisboa Mr. Waltier, para dirigir e realizar o referido estudo, tendo o mesmo recrutado pessoas competentes e da sua confiança. Será justo notar que era um trabalho exigente, e infelizmente, como é manifestamente consensual, com poucos recursos de mobilidade. Todavia, chegado a Lisboa, o Governo Português incumbiu-o para dirigir os trabalhos do Caminho de Ferro de Leste por conta do Estado, no momento, a ser construído entre Lisboa e Santarém. A razão para assumir a direção dos trabalhos, deveu-se ao facto de os empreiteiros terem no mês de setembro do ano findo, abandonado os suprarreferidos trabalhos, ficando os 3 mil trabalhadores em situação de abandono. O recém-chegado engenheiro, por expressa requi-

sição do Sr. Ministro das Obras Públicas, assumiu com determinação o cargo a si confiado. Assim sendo, ficou em Lisboa a presidir os trabalhos durante dois meses, ficando os estudos a cargo da equipa por ele escolhida. Só em abril e maio é que teve a oportunidade de percorrer o país. O estudo sumário do projeto – ainda provisório –, foi realizado em oito meses, cinco dos quais foram no terreno. O estudo, abrangia mais de 700km com planos e perfis em apoio, e além disso, mais de 2.000km percorridos com atenção e nivelados – na altura - já por bolha de ar e barómetro. Relativamente ao trabalho de redação e avaliação de despesas, poder-se-á dizer que foram concebidos de forma escrupulosa, porque, teve o privilégio de contar com a preciosa colaboração da sua equipa.

Linha de Badajoz Considerações gerais sobre as diretrizes e programa de estudo. Chegou o momento de apresentar ao Governo de Portugal, as duas linhas férreas com a finalidade de ligar Lisboa ao Porto e à fronteira de Espanha por Badajoz. A ligação para o Porto, pelo facto de se direcionar em maior cumprimento, era muito importante e desejada, dado permitir interesses comerciais e industriais de mais abrangência de Portugal. Já, a de ligação a Espanha, com sentido transversal, vai também despoletar uma mais valia a nível geral do País, incindindo basicamente na ligação rápida entre Lisboa e a Europa.

in “Compilação de Diversos Documentos relativos à Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses de 1915” parte 2, pág. 44-121

jornal

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história » caminhos de ferro

Curiosidades disseminadas

Regulamentos dos serviços de transportes em Portugal

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

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ontinuação das incumbências do Condutor da Locomotiva e Fogueiro. Inicio por assinalar que a equipa de condução, condutor de locomotivas e fogueiro, não poderão em circunstância alguma, nem ainda em caso de perigo iminente, abandonar a locomotiva a eles confiada. Refiro que a suprarreferida infração tem como punição, demissão imediata, igualmente a outras de gravidade semelhante. Direi ainda, que se porventura um comboio chegar a uma estação com mais de 5 minutos de avanço, também serão severamente punidos. Quando um comboio em circulação entre duas estações, encontrar um outro comboio parado na via lateral, tem como dever promover a paragem do seu comboio, e de seguida dirigir-se ao condutor da locomotiva desse comboio, perguntando o motivo da paragem, para que logo que chegue à próxima estação informar a ocorrência ao chefe de gare. Divulgarei agora um ínfimo parecer sobre os Chefes

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de Depósito: Têm como competência, – todos os dias – a incumbência de designar a prestação de serviço para os oficiais, para os operários das oficinas, assim como aos condutores de locomotivas e fogueiros. Guardas de diversas funções: Os guardas de via, todos os dias de manhã ao chegarem ao seu Distrito, percorrem toda a linha para a vistoriar, de modo a garantir perfeita segurança para a circulação de comboios. Existem ainda, guardas das pontes e viadutos, túneis e estações. De seguida, anoto uma curiosidade ao estimado leitor: O guarda das estações tem como função guardar as estações quando as mesmas se encontram situadas em curvas e com pouca visibilidade, impedindo quando um comboio em circulação visualize a referida estação. Para colmatar a insuficiência, são colocados os referidos guardas de estação a uma distância pré-definida, – de forma a que haja segurança –, a fim de promover a paragem, ou reduzir a marcha quando houver impedimentos na entrada da estação. Os guardas da noite, encarregam-se de percorrer a linha a seu cargo pelo menos duas vezes por noite, verifi-

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Fotografia de Fernando Abel (CP)

cando com acuidade o estado de conservação dela. No regulamento para vigilantes, diz que estão sob as ordens dos chefes e subchefes de gare ou de estação. Têm a seu cargo o policiamento das gares, a classificação dos passageiros nas salas de espera e nas carruagens, como também recebem o título de transporte dos passageiros apeados nas estações. Devem conservar com asseio as vias, as salas de espera, as gares e estações onde não existem empregados encarregados do referido serviço. Participarão por

escrito, ao chefe de estação as pessoas culpadas de estragos, fraude ou desvio e no extremo – por imperiosa exigência – prender o criminoso. É ainda incumbido de registar a hora exata da passagem e paragem dos comboios, e todos os empregados da linha são obrigados a andar com uma bandeira vermelha enrolada à moda militar “braço armas”.

in “Compilação de Diversos Documentos relativos à Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses de 1915” parte 2, pág. 197-206


história » o drama de Norrmalmstorg

Qual o significado da expressão “Síndrome de Estocolmo”?

por Américo Manuel Santos americosantos1927@gmail.com

POEMA

FEVEREIRO

Menina dos olhos verdes Menina dos olhos verdes Teu amor Faz-me crescer Fazes-me sentir, às vezes Que vale a pena viver Menina de olhos profundos Com a tua graça infinita É como imaginar mundos E Cada vez estás mais bonita Menina dos olhos puros Com o teu olhar inocente Que dão luz a lugares escuros E Iluminam minha mente

por Amaral Giovanny amaral.giovanny@gmail.com

A

“Síndrome de Estocolmo” foi cunhada pelo criminologista Nils Berejot, que colaborou com a polícia durante um sequestro em Estocolmo, Suécia, em 1973. Ela se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu raptor ou de conquistar a simpatia do sequestrador, considerada uma doença psicológica aleatória. O “drama de Norrmalms-

torg”, um assalto a um banco com reféns no centro da capital sueca que deu origem à famosa “síndrome de Estocolmo”, completa 47 anos. Uma assaltante, um presidiário e quatro funcionários conviveram por seis dias dentro do banco, e os reféns criaram uma relação afetiva, de cumplicidade com seus sequestradores que acabou por batizar um termo psicológico que se tornou comum em todo o mundo. Em 23 de agosto de 1973, há exatamente 47 anos, Jan-Erik

“Para o chão, agora começa a festa”, disse em inglês antes de disparar para o teto, fazer três f u n ci o n á ri o s reféns e estabelecer condições para a polícia: três milhões de coroas suecas, um carro e caminho livre para sair do país.

Menina dos olhos bonitos Tu, com a tua pura alegria Os teus prazeres infinitos Que eu queria ter, um dia

“Janne” Olsson entrou encapuzado, armado com uma metralhadora e com explosivos na filial do Kreditbanken na praça de Norrmalmstorg, no centro da capital sueca. “Para o chão, agora começa a festa”, disse em inglês antes de disparar para o teto, fazer três funcionários reféns e estabelecer condições para a polícia: três jornal

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história » o drama de Norrmalmstorg

milhões de coroas suecas, um carro e caminho livre para sair do país. Olsson exigiu que Clark Olofsson, um dos criminosos mais famosos do país e que tinha conhecido na prisão fosse levado para o banco. As autoridades aceitaram parte das exigências e o levaram à agência. Outro funcionário estava escondido e, depois de descoberto se juntou aos reféns. Ali as seis pessoas ficaram por seis dias, os últimos quatro limitados a um espaço reduzido, depois de agentes terem conseguido entrar na agência e fechar a que uns agentes alcançassem penetrar na entidade e fechar a abóbada de segurança para isolá-los. Reféns e sequestradores jogaram baralho e estabeleceram laços afetivos que logo ficaram aparentes. Nas conversas telefônicas mantidas durante o cativeiro com o primeiro-ministro sueco, Olof Palme, Kristin Enmark, então com 23 anos e porta-voz dos reféns, claramente tomou partido de “Janne” para a polícia. Tudo começou especificamente em 23 de agosto de 1973, quando Kristin Enmark viveu a experiência mais as-

sustadora de sua vida. Detida por Jan Olsson, seu sequestrador, Kristin tinha obedecer a todas as suas ordens se quisesse sair sã e salva. Mas não era ódio o que ela sentia por ele. Todo o contrário: a jovem chegou a simpatizar com seu sequestrador a ponto de defendê-lo perante a polícia. “Ele me acolheu debaixo do seu manto protetor e me disse: ‘não vai acontecer nada com você’. É difícil explicar isso às pessoas que não estiveram nessa situação o quão significativo isso foi para mim. Eu sentia que era importante para alguém. Talvez fosse algum tipo de dependência”, comentou Kristin em uma entrevista à BBC. Kristin foi examinada por psiquiatras, e sua reação emocional de identificação com sequestradores ficou conhecida como Síndrome de Estocolmo. Mas ela escreveu um livro sobre suas experiências, no qual explicou que a Síndrome de Estocolmo não existe. No entanto, segundo dados do FBI, mais de 25% das pessoas que são sequestradas sofrem do transtorno. “Confio plenamente nele, viajaria por todo o mundo com eles”, chegou a dizer sobre seus sequestradores Kris-

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tin, disposta a aceitar a proposta de Olsson para que os deixassem sair de carro levando dois reféns, ideia rejeitada pelas autoridades. Três dias depois do começo do sequestro, os policiais conseguiram fazer um buraco no andar de cima do banco e tiveram contato visual com as vítimas. Os sequestradores ameaçaram amarrar os reféns e um policial chegou a ser atingido por tiros na mão e no rosto. “Nunca achei que Janne fosse atirar. Mas claro que tinha medo de morrer. Não sabíamos o que a polícia pensava em fazer”, confessou Birgitta Lundblad em um documentário da rede de TV pública sueca. No sexto dia, a polícia soltou gás lacrimogêneo na abóbada, e em poucos minutos, Olsson e Olofsson se renderam, sem deixar nenhum ferido. Os reféns se negaram a sair antes de seus sequestradores, com medo de que eles fossem castigados, e se despediram com abraços. “Sei que pode soar um pouco estranho, mas não queríamos que a polícia os machucasse, já que tudo tinha acabado”, disse Lundblad, rejeitando a existência de uma síndrome nos reféns e apelan-

do para uma simples questão de sobrevivência. A identificação emocional é um sintoma, a princípio um mecanismo de defesa por medo de retaliação, e os atos de “gentileza” dos sequestradores tendem a ser amplificados. Olsson se mostrou várias vezes cético sobre a síndrome, batizada inicialmente como “de Norrmalmstorg”. Ele diz que teria sido sua personalidade que provocou uma reação positiva dos reféns. “Me dei bem com todos. Na prisão fui visitado por dois reféns, e quando me casei na prisão, os policiais foram testemunhas”, contou em entrevista recente à agência sueca “TT” o ex-sequestrador, hoje com 72 anos e que trabalha em uma concessionária de carros. Olsson diz ter tido vontade de terminar com o sequestro quando recebeu o dinheiro do resgate, mas seu parceiro Olofsson não teria tido coragem. O “drama de Norrmalmstorg”, que originou vários livros e um filme, também criou vários mitos, como o de que Olofsson teria levado uma importante soma de dinheiro do banco ou que Olsson teria tido um relacionamento amoroso com uma das reféns. Clark Olofsson foi absolvido em segunda instância pelo crime ao alegar que não era parceiro, mas mais um refém que tentava ajudar os outros. Ao longo da vida, foi várias vezes condenado por outros crimes na Suécia e também na Dinamarca. Já Olson foi condenado a 10 anos de prisão e nunca voltou a ter problemas com a lei. Dois dos reféns continuaram a trabalhar no banco, enquanto outra estudou psicoterapia e a quarta vítima nunca mais apareceu publicamente.


religião » biografia

Extratos da vida de Maria da Conceição Pinto Rocha

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

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m resultado da fértil herança doada pela “Serva de Deus” Maria da Conceição Pinto da Rocha, e depois de efetuar apurada reflexão, contando ainda com os substanciais donativos de amor que o seu grande coração detinha, depreendi que cada dia de vida da “Serva de Deus” representa inequivocamente muitos anos de vida para o comum cidadão. Por outro lado, como recordar é – viver – saudosismo, irei então falar da valentia da vencedora Maria da Conceição. Em contexto, direi que com a sua simplicidade triunfou como missionária; triunfou como mãe de coração mundial; triunfou como exemplo na sociedade; triunfou nas ideias religiosas; triunfou na dor de amor e triunfou como tem sido muito difundido e caracterizando-a: na partilha. Posto isto, assegurarei que os combates empreendidos por ela, obtiveram desfechos bem-sucedidos, mesmo com todas as limitações – económicas – impostas: designadamente na componente caritativa. São sinais que revelam muita determinação e amor por uma causa, que – deveria ser de todos. Todavia –, se prontifi-

A “Serva de Deus” Maria da Conceição Pinto da Rocha, em convalescença na companhia de seu irmão, Padre Sebastião Pinto da Rocha, Jesuíta, a cerca de um mês do seu falecimento, na casa museu em Viana do Castelo.

cou seguir com fé com o seu amor, em prol da humanidade. Em exemplo do supracitado, narro uma ocorrência escrita no livro “Vida em Plenitude de Amor”: Uma senhora de Viana, disse que Maria da Conceição, sabia de pessoas com necessidades do domínio alimentar. Convidava-as, e por vezes com insistência apelava, para que as súbditas, passassem na casa delas diariamente, para assim terem uma alimentação condigna. Também, uma pessoa carente em termos monetários, Maria da Conceição satisfez o pedido, ficando ela, com necessidades em sua casa.

São, seguramente, gestos invulgares. São obras, de propósitos nobres. Por isso, o que tenho referido, não são frases vás. Não são frases promocionais. Não são frases para esquecer. Porque, com a Serva de Deus Maria da Conceição, não há marketing; não há pressão; não há meias palavras; não há contrapartidas; não há hipocrisia, não há ostentação, e, nunca divulgou ao Mundo, o que fez. Há, sim, Amor. Hoje decidi terminar a minha mensagem, de forma diferente. Apresento uma “Oração Final” escrita na página 15 do livro “Louvor Perene” do Sr. Padre Dário Pedroso SJ. É um pequeno

livro com 20 Horas Santas, que convida ao leitor para ter tempo para “louvar Jesus Eucaristia”, a fim de crescermos no amor. Nesse amor, sempre honrado por Maria da Conceição: – “Senhor Jesus Eucaristia, Verbo do Pai dado aos homens, encarnado no seio da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, concede-nos a graça de sermos transformados em Ti, pelo dom da comunhão, da adoração, da tua presença em nós e de nós em Ti, para sermos homens e mulheres identificados Contigo, para que o mundo tenha vida e a tenha em abundância. Tu que vives com o Pai, na unidade do Espírito Santo”. jornal

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crónica » literatura

Seis livros para oferecer no Dia dos Namorados

por Daniela Maciel dani18maciel@hotmail.com

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o dia 14 de fevereiro comemora-se o Dia dos Namorados. Se deseja surpreender a sua cara-metade, ofereça-lhe um livro! Apresento 6 sugestões de leituras muito diversificadas para ela e para ele.

com uma mensagem de esperança. Fala-nos do verdadeiro significado do amor e do perdão. Mostra-nos que amar verdadeiramente alguém poderá significar deixar essa pessoa ir, seguir a sua vida, por muito que nos possa doer. É um romance que poderá fazer-vos soltar uma lágrima teimosa, mas, no final, é uma história que nos aquece o coração e nos oferece alguma esperança, algo que até nos faz falta nos tempos que correm.

“Deixa-me Odiar-te” Anna Premoli 2018

♡ Para ela ♡ Deixa-me Odiar-te, de Anna Premoli, é uma história completamente hilariante! Jennifer e Ian são colegas de trabalho, detestam-se e dificultam a vida um ao outro. Um dia, são obrigados a trabalhar em conjunto e entram num perigoso jogo de aparências sem pensarem nas consequências...

“O Boss” Vi Keeland 2017 “O Regresso” Nicholas Sparks 2020

O Regresso, de Nicholas Sparks, não é um daqueles romances arrebatadores e devastadores, como outros que o autor já escreveu. Considero, sobretudo, que é um livro muito bonito,

O Boss, de Vi Keeland, é um romance muito divertido, com uma boa dose de erotismo e algum drama, perfeito para aqueles momentos em que procuramos uma leitura mais rápida e que nos permita relaxar e abstrairmo-nos da realidade.

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É um livro repleto de situações caricatas e irónicas que provocam gargalhadas no leitor e o farão sentir-se relaxado e divertido. Foi isso mesmo que eu senti. Diverti-me imenso, fartei-me de rir e achei a escrita da autora uma verdadeira lufada de ar fresco. Uma das melhores comédias românticas que já li!


crónica » literatura

de Emanuela Orlandi, uma jovem que desapareceu com 15 anos, pouco tempo depois de sair da aula de música. De acordo com a pesquisa do autor, o desfecho deste caso continua atualmente por explicar, pelo que o desfecho que encontramos no livro partiu da imaginação do autor. Uma história mais que recomendada para quem deseja apoiar o bom trabalho que se faz em Portugal. “Segredos Obscuros” Hjorth & Rosenfeldt 2015

tigação policial. É o primeiro livro de uma série e será imperdível para o leitor que desejar conhecer a literatura nórdica, que tem vindo a receber bastante destaque no nosso país.

♡ Para ele ♡

“Os Passageiros” John Marrs 2020

Os Passageiros, de John Marrs, apresenta uma excelente premissa. Num futuro próximo, os carros com condutor são substituídos por carros autónomos con-

siderados muito seguros. Os veículos de nível superior fazem tudo, não necessitam de qualquer atenção humana e não têm travões manuais nem volante. Parece incrível, não é? Este livro vai então retratar a parte negativa do avanço da tecnologia. Se o nosso carro é totalmente autónomo, o que aconteceria se um pirata informático se apoderasse do seu sistema operativo? Um livro dinâmico, imparável e repleto de adrenalina. A tensão quase contante fará o leitor querer ler mais e mais!

A Morte do Papa, de Nuno Nepomuceno, é um thriller religioso, onde o catolicismo está em grande plano. Nuno inspirou-se na vida do Papa João Paulo I e em todo o mistério que envolveu a sua morte, 33 dias depois de ter sido eleito Papa. A par disso, incluiu na narrativa o desaparecimento da jovem Gabriella Accardi, inspirada na história

“A Morte do Papa” Nuno Nepomuceno 2020

Agora que acabou de conhecer as minhas sugestões, já decidiu de que forma vai surpreender a sua cara-metade neste dia de São Valentim?

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Segredos Obscuros, de Hjorth & Rosenfeldt, é um policial muito bem construído e estruturado, com uma interessante diversidade de personagens e bem equilibrado a nível de invesjornal

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cinema » sugestão ao leitor

O poder da palavra

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

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xiste um vasto naipe de filmes, em que a entoação expressiva da palavra, os seus significados, o imponente cariz argumentativo, o domínio harmonioso do vocabulário e da dicção, a clareza vocal e um promissor dialogo, originaram enredos icónicos e marcantes , concitando desenlaces conclusivos à história, indubitavelmente feéricos, inequívocos e inusitados, que geraram o regozijo e a estupefação, dos aficionados de cinema, e que continua a ser um tónico fundamental, para que neste registo convicto, dar azo a produções de cinema, tanto de género verídico ou ficcional, em que o poder da palavra, reveste se como determinante e decisivo. Porque razão o “O Poder da Palavra”, é no meu ponto de vista, crucial e indispensável, para a prossecução de narrativas medradas, em que o lustro intervencionista, dialético e orador da personagem, superioriza se categoricamente a outras putativas personagens, nomeadamente em manifestações de dinamismo, empreendedorismo, que atuam na resolução de constâncias físicas e materiais, que envolvem seres humanos e a volatilidade da natureza? Antes de dar a minha resposta subjetiva, vou rebobinar para trás, recordando

Al Pacino em “...E Justiça Para Todos” (1979)

a tipologia dos primeiros filmes que assisti, na minha imberbe juventude, em que para mim, a denominação de “poder” estava impreterivelmente associado à força física, ao vigor, à sagacidade e destreza no manejo de armas, ao aparato belicista, à abundancia financeira e até à quimera indiscritível da fantasia, ao qual as aventuras do Homem Aranha ou de Super Homem, e os seus dons natos e transcendentais, eram resolutos para nocautear o pernicioso mundo do crime e para confrontar numa luta titânica, um rival de grande envergadura, que se destacava pelo os seus poderes incomensuráveis, e as suas intenções cruéis, a esta idiossincrasia, também juntava a esta lista, o herói

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providencial, do género marialva como o Agente 007 ou com uma asserção mais contundente e paquidérmico, estamos a falar por exemplo, do sombrio John Rambo, pois ambos, por mais tiros que levassem e consequentemente atacados ostensivamente por um acervo de indivíduos facínoras e corpulentos, escapavam sempre incólumes e desenvencilhavam se com êxito, dessas figuras secundárias, potenciando tacitamente o meu deleite circunstancial. Após ter atingindo alguma maturidade e uma perceção mais fidedigna e coerente, percebi que grande parte daqueles filmes de ação, não passavam de um entretenimento lúdico de lana-caprina, completamente

“...E Justiça para Todos” de Norman Jewison 1979

massificado e estereotipado, com uma notória ausência de conteúdo substantivo, acerca da pertinente correlação entre o cinema e a vida real, sendo que nesse ínterim, entendi dar o aval a um introito preferencial, realçando a importância do poder da palavra, na entroni-


cinema » sugestão ao leitor

Will Smith e Kevin James em Hitch: A Cura Para o Homem Comum (2005)

zação cinematográfica, que contemplasse condimentos de aspiração e consagração, de cariz ético e humanística. A representação metafórica do poder da palavra, tem um simbolismo categórico e concludente no cinema, vemos essa anuência a expressar se em histórias, com uma acentuada levitação romântica, de quem declara o seu amor pelo o próximo, como também a intencionalidade invocativa da palavra, a traduzir se na sua fusão empática e cúmplice, em conformidade com os trejeitos diletos da amizade, vemos muitas vezes a generosidade benevolente e sapiente da palavra, a dar apoio e um alento anímico, e quiçá uma solução auspiciosa, a quem está mentalmente e financeiramente nas ruas da amargura, no sistema judicial verificamos a eloquência da palavra, a ser dissecada até ao limite, num despique acérrimo entre a acusação e a defesa, em que a prova indagada através da palavra, é fundamental para se fazer justiça, como no

adestramento educacional e jugo formativo, que é melodiosamente fluido através da palavra, como veiculo transmissor de conhecimento, instruído pelo os professores, aos seus alunos, como a ideologia afeta aos sistemas políticos e religiosos, glosam com distinção e perspicácia, a função regente da palavra, nos seus discursos apoteóticos e prédicas teológicas, para gaudio dos seus adeptos e fiéis, e por fim, como a palavra realça se como elemento imutável, na reivindicação do ser humano, pela a concretização dos seus direitos, consignados e firmados na constituição da sua nação. São inúmeras as possibilidades, ao qual podemos dar à palavra, um uso denso, ágil, soberbo, prudente e tolerante, em momentos nucleares da nossa confluência com a sociedade, são com estas premissas, que indico alguns filmes, em que a potestade incutida no valor semântico da palavra, é vital para o apreciador de cinema, desfrutar com prazer dessas atinentes histórias.

E Justiça Para Todos (1979) é um filme Estadunidense, de género dramático, que se compadece de maneira latente, com os presságios eloquentes da axiologia, em que o sistema judicial deve se cingir nos seus fundamentos e deliberações, escolhendo para esse desiderato, a personagem Artur Kirkland, um garboso e genuíno advogado, que pauta a sua atuação, pela a decência moral, que sem qualquer rebuço, exprime se com veemência, para defender os injustiçados e oprimidos, das decisões abs-

trusas do poder judicial. Portanto neste enredo, Arthur Kirkland, proclama se com a devida irreverencia, fazendo uso da sua palavra loquaz e incisiva, nas suas manifestações em atos judiciais, quebrando sem contemplações o seu código de ética, sendo momentaneamente encarcerado, devido às suas atitudes destemperadas, ululando com histrionismo, quando os seus clientes na prisão, estão condenados à violência e ao suicídio, sendo Arthur muitas vezes o único elo de esperança e de apoio altruísta, aos desditosos clientes. Subitamente e insolitamente, Arthur é destacado para defender o Juiz Fleming, um homem prepotente e com uma visão sevicia e punitiva da sociedade, e que tem uma relação tumultuosa com Arthur, devido à probidade implacável de Fleming. Sendo acusado de violar uma mulher na casa dos vinte e tal anos, o Juiz Fleming vê a sua húbris de notoriedade, a sua dignidade, a definhar irremediavelmente, deixando cair a sua máscara, transparecendo o seu perfil embusteiro, que faz Arthur recusar taxativamente defender Fleming,

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cinema » sugestão ao leitor

mas depois um acordo posterior, celebrado entre ambos, faz Arthur aceitar o repto, com o Juiz, a dar garantias que vai rever o processo de libertação, de um cliente de Arthur, que foi preso, devido a um erro grosseiro. Embrenhando se nesse escopo, Arthur vai se dando conta das repercussões da investigação processual, chegando à conclusão irrefutável que o Juiz Fleming é culpado, além deste continuar nas entrelinhas a salientar se, como um individuo execrável e sem escrúpulos, sendo que perante essa realidade funesta, Arthur pondera usar a sua resiliência, para que a sua palavra, seja um grito de Ipiranga, vociferando que a justiça é igual para todos, doa a quem doer. Hitch: A Cura Para o Homem Comum (2005) é um filme estadunidense de cliché romântico, que transporta consigo, uma particularidade sentimental e lamechas, nomeadamente quando temos a necessidade premente de conquistar a mulher da nossa vida, numa paixão arrebatadora e eloquente, e que para esse objetivo, precisamos da colaboração de alguém, que nos possa ajudar com dicas e palavras galvanizadoras, para atingir esse pathos monumental, do amor recíproco e correspondido. A história deste filme, está incontestavelmente associado à figura incontornável de Alex Hitch, um homem que se ocupa de uma função paradigmática, numa espécie de alquimia suave e simplista, do acesso ao amor, em que este homem tem uma especialidade nata, de chegar à busílis do coração das mulheres, munindo se de uma cornucópia de esgares, atitudes e palavras, que pode facilitar ao homem apaixonado conseguir a atenção

Will Smith e Eva Mendes em Hitch: A Cura Para o Homem Comum (2005)

da mulher dos seus sonhos, em face dessa constatação Alex Hitch é o conselheiro romântico, mais prestigiado de Nova Iorque, esgrimindo as suas técnicas e recomendações, ajudando muitos homens, a chegar a bom porto, nessa empreitada. Enquanto Alex Hitch, vai preparando com firmeza e talento, o acanhado e obeso Albert, na difícil tarefa, de namorar a bucólica milionária Allegra Cole, por quem está tolhido numa paixão irreversível, incutindo lhe com a sua força motriz da palavra, um cardápio avultado de comportamentos, linguagem e maneiras de estar, que podem ser cruciais para Albert ter o ensejo de enredar Allegra, para uma hipotética vida em comum, Alex Hitch ao mesmo tempo, também sente se atraído, pela a subtil, hábil e esbelta Sara Melas, uma jornalista das revistas cor de rosa, contudo e paradoxalmente, apesar de toda a bagagem e faculdades, de homem sedutor, Alex Hitch, vai ter dificuldades inesperadas, no relacionamento agitado com Sara, que o fazem perder a compostura e as estribeiras.

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O Discurso do Rei (2010) é um filme britânico baseado em factos verídicos, que vai até aos primórdios da realeza britânica, no seu desafio incomensurável pela sua sustentabilidade e longevidade no idealista e periclitante século XX, que num inicio verdadeiramente confrangedor, o espectador é confrontado, com a gaguez lancinante, do segundo candidato ao trono, Príncipe Albert “Bertie” (Duque de York), que fica envolto num vexame colossal, quando fica

“O Discurso do Rei” de Tom Hooper 2010


cinema » sugestão ao leitor

“Hitch: A Cura Para o Homem Comum” de Andy Tennant 2005

literalmente sem palavras, numa cerimonia que ficou incumbido de encerrar, com um sermão de circunstancia, no British Empire Exhibition de 1925, no Estádio de Wembley, deixando completamente atónitos e estarrecidos, o povo Inglês, que se encontrava nesse recinto. Essa contrariedade pungente, que perturba o príncipe Bertie desde os cinco anos de idade, com os traumas e a persistência acirrada da gaguez, não lhe permitem alcançar uma ufanista influencia, como monarca, correndo

Colin Firth e Helena Bonham Carter em “O Discurso do Rei” (2010)

o sério risco, de ficar conotado inevitavelmente como uma figura de fachada, não podendo exprimir com denodo a tonalidade hermenêutica da palavra, no cume mais elevado do postulado político. Todavia e apesar da panóplia de várias tentativas goradas, ao qual foi solicitado por inúmeras vezes, a intervenção de supostos peritos encartados e médicos experientes, todos falharam clamorosamente numa cura para a gaguez de Bertie. Deparando se com a persistente baixa estima e o semblante carcomido do seu marido Bertie, a futura Rainha Mãe Elizabeth não baixa os braços, tomando conhecimento por outras fontes, que existe um extravagante terapeuta da fala, Lionel Logue, que recorre a métodos rebuscados, com uma taxa de sucesso considerável, no lenitivo empregue aos seus pacientes, e que representa um hiato, para a comunidade científica da altura. Aceitando com uma ténue relutância, Bertie acompanhado da sua mulher, comparece na habitação de Lionel Logue, para a primeira consulta, Lionel Logue, não se fazendo rogado, mostra a sua peculiar articulação entre a serenidade e a sobranceria, provendo se de uma receita tagarela, usando expedientes íntimos, para irritar propositadamente Bertie, para que este faça irrigar as suas cordas vocais, como também incentiva a leitura em voz alta, da obra de Hamlet “Ser ou não ser”. Apesar dos constantes desentendimentos, entre ambos, que no fundo é um choque, entre a áurea arrogante do estrato social de Bertie e o seu indubitável desalento, com o proselitismo pragmático de Lionel Logue, a continuação paulatina do tratamento atribulado e

introspetivo, vai gerar uma amizade autêntica, entre os dois. Mas uma sucessão de acontecimentos em catadupa, nomeadamente com a morte do seu Pai Rei Jorge V, em 1936, e a renuncia ao trono do seu irmão mais velho David, Príncipe de Gales, para casar uma mulher divorciada, que gerou um azedume lúgubre nas cortes do reino, o Príncipe Albert, torna se num momento para o outro, Rei Jorge VI, que com a enorme responsabilidade que está sujeito, vê se na contingência de ter que ultrapassar de vez, o constrangimento crónico da gaguez, que com a ajuda incansável e eficaz de Lionel Logue, possa usar a toda a sua erudição e sapiência retida, proporcionando um manancial discursivo e efusivo da palavra, numa perspetiva de dar esperança e segurança aos seus súbditos, quando o espectro dantesco da segunda guerra mundial, se aproxima vertiginosamente. O Poder da Palavra (2017) é um filme Francês de género comédia dramática, em que a protuberância e desenvoltura verbal, tem um valor significativo e ingente, para o desenrolar e desinência do filme, independentemente da ligeira observância de resquícios raciais e diferenças nítidas de cariz civilizacional, entre os protagonistas principais, designadamente na interação profícua e pedagógica, entre Neila Salah, um jovem Francesa de origem Argelina e o graduado Professor de Direito, o impertinente Pierre Mazard. Neila Salah, ao matricular se na reputada Universidade Francesa “Panthéon-Assas”, em Paris, para tirar um curso de direito, de maneira latente se percebe uma certa frigidez, na sua jornal

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cinema » sugestão ao leitor

Camélia Jordana e Daniel Auteuil em “O Poder da Palavra” (2017)

aquiescência e consignação, a esta valência intelectual, chegando bastante atrasada, à primeira aula dirigida por Pierre Mazard, num auditório à pinha, repleto de alunos, que sem contemplações Pierre aplica uma bravata a Neila, enxovalhando a com pantominas acintosas de cariz racista e maniqueísta, devido ao unívoco atraso, gerando a indignação geral dos restantes alunos. Tendo chegado aos ouvidos do Conselho Geral da Universidade, sobre a atitude despiciente do bisonho Professor Pierre Mazard, que é reincidente na sua persecução contumaz e conflituosa com a comunidade académica, o Reitor resolve dar uma última chance para Pierre se retratar, para coadjuvar e treinar, Neila Salah, para um concurso de Oratória, ao qual participam numa competição, outros concorrentes e estudantes de outras Universidades. Apesar de não nutrir qualquer simpatia, mas sim repúdio pelo o Professor Pierre Mazard, Neila aceita o desafio,

“O Poder da Palavra” de Yvan Attal 2017

pois tem um estimulo adicional, de ter um tratamento exclusivo na sua aprendizagem, pois o cotejo académico, do curso de eloquência, permite ao aluno, sintonizar se com a arte de bem falar, despoletando a combinação urdida entre o raciocínio e o valor cognitivo, que tacitamente exprime a razão, como um dado tangível e inequívoco, aliado ao clamor vibratório do discurso, com o intuito de convencer a plateia, nesse adorno elementar e fulcral, à função de advogado. Todavia e não obstante, essa diferença de preconceito entre ambos, e o pretenso ressabiamento

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com a sociedade hodierna do século XXI, por parte do Professor Pierre Mazard, ele vai munir Neila, de uma vasta parafernália de conceitos e posturas, usando meios inauditos e hilariantes, para que Neila seja apetrechada de perícia argumentativa e com espirito ganhador, tanto no concurso académico, como na sua promissora aspiração à advocacia. Nos filmes que sugeri, ao qual fiz uma breve súmula, todos são unanimes quanto à saliência do poder da pa-

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lavra, como dialética sólida, muito importante para a nossa estrénua sobrevivência e afirmação, no mundo que em vivemos, e por isso temos que nos absorver periodicamente de literacia e conhecimento, pois sem isso podemos estar condenados, a situar-nos num nível inferior, como também o cinema tende a registar uns furos abaixo, na sua qualidade, se não transmitir uma dimensão transcendente da palavra, nos seus argumentos e histórias.


saúde » questões sobre a febre

Febre: o que fazer?

por Ana Sofia Portela enf.anasofia@gmail.com Enfermeira especialista em Enfermagem Comunitária USF Aqueduto – ACES Vila do Conde/Póvoa do Varzim

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xiste no nosso cérebro um centro termorregulador chamado hipotálamo que regula a temperatura do corpo em resposta a vários estímulos: infeção, inflamação, traumatismos. A temperatura corporal varia de indivíduo para indivíduo, varia com a atividade física e ao longo do dia. Assim sendo, a temperatura corporal retal pode variar entre 36 e 37 graus de manhã e atingir os 38 graus à tarde. A temperatura medida depende ainda do local onde é efetuada a medição. Por exemplo, a temperatura medida na axila corresponde a menos um grau do que a medida a nível retal, ou seja, 37 graus axilares correspondem a 38 graus retais. A temperatura do nosso corpo não aumenta por acaso. A febre é um importante mecanismo de defesa contra a infecção, hoje sabemos que muitos dos processos envolvidos no combate à infecção têm maior actividade a uma temperatura acima da normal. Quando devemos baixar a temperatura? Uma vez que a febre raramente está associada a complicações e que tem um importante papel na defesa

A febre é um importante mecanismo de defesa contra a infecção, hoje sabemos que muitos dos processos envolvidos no combate à infecção têm maior actividade a uma temperatura acima da normal. do organismo apenas é aconselhado tratamento quando a temperatura axilar for superior a 38,0 – 38,5°C. Nunca é demais referir que é necessário medir a temperatura com um termómetro e não com a mão. Nas crianças com menos de 2 anos, a temperatura rectal é a avaliação preferencial. Podem ser adotadas algumas medidas para ajudar a lidar com o desconforto pro-

vocado pela febre: ●● Respeite as necessidades do organismo: agasalhe-se ou dispa roupa conforme tenha frio ou calor; ●● Pode tomar um banho, mas este deve ser à temperatura habitual (37º) e rápido (10 minutos); ●● Ofereça líquidos para evitar a desidratação. A terapêutica para baixar a febre deve ser incluir apenas um fármaco. O fármaco de eleição é o paracetamol. Em alternativa pode ser utilizado o ibuprofeno. Nas crianças as doses devem ser sempre ajustadas ao peso. A temperatura deve ser medida sempre antes da toma de um destes fármacos. Nas crianças, é importante ter noção de quando

procurar orientação médica: ●● Se a criança está “murcha”, não brinca mesmo quando a febre baixa; ●● Se a criança estiver muito irritada ou com gemido; ●● Se a criança tiver falta de ar ou manchas na pele; ●● Se a criança tiver risco de convulsões com febre; ●● Se a febre se mantiver mais de 3 dia; ●● Lactentes com menos de 3 meses devem ser sempre levados ao serviço de urgência. A febre é um importante indicador do nosso estado de saúde e a alteração do padrão habitual deve ser motivo de atenção e monitorização com termómetros adequados. Não ignore os sinais que o seu organismo lhe dá! jornal

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alimentação » dieta e jejum

Dieta e jejum, segunda parte

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

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o artigo do mês passado fizemos a sugestão do livro do médico André Amorim, de 2020, sob o título de “O Poder Transformador do Jejum”, editado pela Idioteque. Foi uma introdução ao cuidado alimentar, com o objetivo de aumentar a qualidade de vida e melhorar a saúde. No presente artigo, voltamos a explorar esse aspeto, sem o explorar na totalidade, e associamos esse conceito com a dieta em função do tipo de sangue (blood diet). Este novo conceito serve como barómetro (medidor) sobre o que nos faz bem, sobre o que não sabemos que nos faz mal e o nosso corpo não processa, que devemos eliminar, de facto. Mais uma vez, ambos conceitos devem ser personalizados, talhados individualmente, muito tailor-made. A proposta do artigo de hoje é “casar” os dois temas, de forma oportuna e adequada. Como sugestão, recomendamos fazer todo o processo com acompanhamento especializado e método. Em termos “caseiros”, o primeiro passo é perceber os limites pessoais, quer físicos e quer emocionais, fazendo com respeito à nossa resistência, com conta, peso e medida. Relembro duas regras fundamentais do Yôga: a primeira extraída do hinduísmo, “ahimsa”, a “não violên-

cia” com o mundo (terceiros, animais, etc.) ou connosco. É fundamental o respeito e não entrarmos em processo de autodestruição, sob a capa de estarmos a tentar melhorar algo. A segunda regra é esforçar sem forçar”, ou seja, ir até ao limite individual, o que implica autoconhecimento e domínio interno do “eu”. Passando ao tema, recordamos conceitos (artigo anterior), ou seja, jejum (segundo Amorim, página 58) “consiste na abstinência

Dr. André Amorim, autor do livro “O Poder Transformador do Jejum”.

total e voluntária de alimentos sólidos e líquidos por um determinado período de tempo”. Defende que, do ponto de vista clínico, “o resultado de um jejum bem conduzido é sempre benéfico para o organismo”. Por sua vez, dieta é a opção alimentar ajustada aos nossos objetivos, podendo esta ser muito diversificada (de carboidratos, de fruta, mediterrânica, vegetariana, vegan, etc.). Fazendo um “cozinhado” dos dois conceitos, ajustamos algo ao nosso propósito, seja na procura de melhorar a qualidade de vida, seja pelo respeito ao organismo que pede descan-

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so e limpeza. Por exemplo, Amorim refere que o jejum é um dos pilares fundamentais do organismo para a manutenção de uma boa saúde física, mental e espiritual. O médico recorre à pirâmide de Maslow que identifica, na sua base, a saúde e a qualidade de vida. Maslow “cresceu” no conceito e passa a considerar “a espiritualidade é um requisito fundamental no caminho da felicidade plena”, no topo da pirâmide. Mahatma Gandhi dizia que “um jejum limpa o corpo, a menta e a alma”. Agora, existem vários tipos de jejuns (leia-se, de

processos de abstinência) sendo que, segundo Amorim (p.32), o jejum não se baseia num sistema de cura rápida, mas sim num sistema de tratamento ao ritmo natural do organismo. Podemos optar pelo jejum de alimentos processados (retiramos as farinhas e tudo associado – pão,

Não há alimentos que não apreciamos, mas, e apenas, alimentos que o organismo não processa e, como tal, o cérebro processa como menos bons. bolos, pizzas, massas, etc.), de doces (reduzir, ou eliminar, o consumo de o açúcar no café, no leite ou no chá, de bolos, compotas e outros), de lacticínios (reduzir, ou eliminar, manteigas, queijos, leite animal ou iogurtes e todos os sucedâneos), entre ou-


alimentação » dieta e jejum

comer até sentir satisfação, mas só de fruta (só fruta ácida, só fruta doces, etc.). Mas há mais sugestões, como por exemplo, modo dieta de legumes crus (nada cozinhado), modo dieta de fibras, etc.

Os hábitos de saúde e alimentação desajustados estão na origem da maioria das doenças da atualidade. tros. Estes passos são básicos para iniciar todo o processo “mental” e evoluir na prática. E se associarmos esta prática à dieta em função do tipo de sangue, iremos aperceber, que afinal, não há alimentos que não apreciamos, mas, e apenas, alimentos que o organismo não processa e, como tal, o cérebro processa como menos bons. Casando ambos conceitos, podemos introduzir, no regime alimentar, o modelo de mono dieta, ou seja, durante determinado período de tempo (um dia ou fim de semana) e consoante a nossa capacidade e tolerância, fazemos uma limpeza interna com mono dieta de fruta (não consumos nada que não seja fruta crua e sem açúcar) sendo que, há fruta que o nosso organismo (dieta do tipo de sangue) não processa bem, por isso esta relação individual. A ideia não é passar fome, a regra é

Como já referido no artigo anterior, o corpo humano está sujeito à lei da ação-reação onde a doença é, apenas, uma manifestação do desequilíbrio do organismo. Aqui o médico refere (p.72) que os hábitos de saúde e alimentação desajustados estão na origem da maioria das doenças da atualidade. Considera que (p.76) as doenças mais frequentes surgem por excessos (comemos a mais). Resultado imediato deste processo reflete-se na correção de hábitos alimentares e aprendizagem de conceitos. A dieta alimentar permite um equilíbrio na redução do consumo de sal (Hipertensão), de açúcar (Diabetes) e níveis de gordura de LDL (Colesterol mau). No seu livro, Amorim considera (p.89 e 91) que o jejum é um método eficaz para reverter casos de obesidade e

diabetes tipo II, uma vez que obriga o corpo a utilizar a gordura como forma de combustível, melhorando assim, novamente, a sensibilidade à insulina e leptina, contando que não se regresse aos velhos hábitos (reeducar é fundamental). O médico considera que é essencial refletir no valor da vida e de um bom estado de saúde, sendo recorrente o facto de encontrar pessoas que afirmam que a saúde é importante, revelando hábitos alimentares que manifestam falta de respeito por si mesmo. Recorda que o jejum não cura, mas dá ao corpo a oportunidade de autorreparar e autorregenerar, permitindo o processo de cura interna, por via de um descanso fisiológico do organismo, essencial no tra-

tamento de qualquer estado de doença. Recorre a Rumi (poeta persa, do séc. XIII) que defende “O jejum é o primeiro princípio da Medicina”. Para fechar este tema, é importante distinguir conceitos de “fome” e “apetite” (os mais velhos têm exemplos muitos representativos), muitas vezes confundidos. O médico refere (p.64) que no caso da fome, genuína, há uma real necessidade de alimento por parte do organismo enquanto o apetite passa por é uma experiência mental causada pelo vício de alimentos estimulantes para manter níveis de açúcar elevados no sangue. Ambos conceitos estão intrinsecamente relacionadas com variados estados emocionais e, por isso, podem sofrer variações de acordo com o estado de saúde de cada um. Considera que (p.106) o jejum aliado a uma nova atitude alimentar é, sem dúvida, o método de eleição para uma perda de peso acelerada, saudável que perdura. O autoconhecimento é fundamental na vida e nas opções que procuram melhorar a saúde, sendo o primeiro passo para este Caminho.

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jornal

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vida » bem-estar

A espiritualidade: uma fonte inesgotável de energia

A paciência de Deus

por Florbela Sampaio flsampaio@sapo.pt Prof. Escola Sup. Saúde IPVC

“...

Q

uando S. Francisco de Assis descia lentamente o outeiro com o seu irmão Leão que foi seu secretário, enfermeiro e confessor disse-lhe: – Sentemo-nos. Sentado cada um em sua pedra, Francisco começou a falar: Responde-me, irmão Leão: – Qual é o mais formoso atributo de Deus? – O amor – respondeu frei Leão. – Não é – disse Francisco. – A sabedoria – respondeu Leão. – Não é. Escreve, irmão Leão: a pérola mais rara e preciosa da coroa de Deus é a paciência. Oh, quando penso na paciência do meu Deus, tenho uma vontade doida de romper a chorar e de que o mundo inteiro me veja lavado em lágrimas, porque não há maneira mais eloquente de celebrar esse atributo inapreciável. E, em contraste, sinto uma tristeza de morte quando penso que não tive essa paciência para com os meus adversários. Quisera tê-los aqui neste momento, para me prostrar de joelhos diante deles e beijar-lhes os pés. Continua a escrever irmão Leão… a malevolência envenena e suja as fontes

profundas da vida. Como desejo ter um coração puro e paciente! E quando no meu coração aparece a sombra da malevolência, mesmo por um instante, tenho vontade de encher de barro a boca. A benevolência, pelo contrário, é uma corrente misteriosa (também subterrânea), algo como que um sacramento invisível que purifica os mananciais e semeia de ondas harmoniosas os espaços fraternos. Irmão Leão, escreve: se dou à luz um bom sentimento, toda a humanidade se levanta quatro palmos acima do chão. A paciência de Deus! Irmão Leão, escreve sempre com letras bem grandes esta palavra mil vezes bendita. Não sei como dizer-to. Quando penso na paciência de Deus, sinto-me enlouquecer de felicidade. Sinto vontade de morrer de pura felicidade. Repetiu inúmeras vezes, como em êxtase: – Paciência de Deus! Paciência de Deus! Frei Leão contagiou-se e começou também a repetir a frase com Francisco. Por fim Francisco disse: – Seja a Irmã Terra testemunha do nosso juramento – e, pondo a mão sobre a terra, acrescentou: – Imitando a paciência de Deus, nunca daremos entrada livre a nenhum sentimento de hostilidade contra ninguém. E que a Irmã Terra nos acuse em juízo, se faltarmos à nossa palavra…” Achei interessante iniciar esta reflexão, com o meu caro leitor, citando este excerto da obra de Ignacio Larrañaga: o Irmão de Assis, o

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segredo de uma vida que permanece. Francisco de Assis é um dos santos mais amados da tradição católica e para muitos um herói romântico, um profeta social, um precursor dos ideais humanistas. O pequeno extracto desta obra foi para mim muito inspirador para uma melhor compreensão desta virtude tão difícil de ser adquirida, mas que se revela muito benéfica para a saúde física, psico social e espiritual. Na procura da etimologia da palavra paciência descobri que a mesma deriva do latim patientia e a sua origem estará na palavra pati, que significa aguentar e sofrer, e do grego pathe, que significa sentimento. Assim, paciência é tornar consciente a necessidade de aguentar as adversidades da vida, vivendo as diversas experiências numa dinâmica de movimento que busca o equilíbrio permanente, qual onda que bate na areia, com força suficiente para retornar ao mar e regressar novamente com toda a sua intensidade, mantendo o ritmo das marés. A vida é um movimento constante. O corpo precisa de movimento, a mente alimenta-se de movimento o espírito inebria-se com o movimento. O tempo que vivemos é um enorme desafio à nossa paciência e penso não ser necessário descrever a multiplicidade e a complexidade das situações vivenciais que se apresentam a todos, com mais ou menos intensidade. A revolta, a angústia, sentidas por tantos, exige-nos uma paciente compreensão dos comportamentos que só nos podem convidar a acções

verdadeiramente solidárias. Num tempo marcado por enormes avanços tecnológicos que concorrem para um grande avanço civilizacional, vemo-nos confrontados com questões de fundo que colocam a nossa sobrevivência em risco. Não podia estar mais de acordo com António Damásio na sua recente obra “sentir e saber. A caminho da consciência…”, quando afirma que a distinção exagerada entre as capacidades humanas e as não humanas, cuja origem é uma abordagem excepcionalista das faculdades humanas está profundamente errada. É grandiosa no que diz respeito aos seres humanos mas, menospreza injustificadamente os seres não humanos e não reconhece a interdependência e a capacidade de cooperação das criaturas vivas. Francisco de Assis “uma vida que permanece”, ele próprio nos dá nota da experiência vivencial da sua consciência divina da unidade da criação. Decorridos oitocentos anos, recorda-nos um Deus paciente que não desiste de nós e que se faz presente nas descobertas que vamos fazendo sobre quem verdadeiramente somos e qual o nosso papel na interacção com a criação. Perante os factos a acontecer, temos múltiplas razões para escutar as vozes daqueles que, com a paciência que o método científico exige, têm dedicado as suas vidas a pensar nos problemas actuais, propondo soluções práticas e éticas consonantes com o respeito pela diversidade biológica do planeta.


conhecimento » mitos e lendas

A maior lenda de todas

Indiana Jones (Harrison Ford) com o Santo Graal na mão em “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989)

por Fernando Fernandes fjfernandes1975@gmail.com

E

xistem diversos artefactos supostamente espalhados pelo Mundo fora à espera de serem descobertos mas nenhum suscita tanta curiosidade e ambição de busca como um deles. Quando em 24 de Maio de 1989 a Paramount Pictures faz o lançamento mundial do filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”, apesar de ao longos dos séculos, a busca incessante por este artefacto até ter, por exemplo, originado sangrentas guerras, o interesse foi amplamente alargado pelas excelentes interpretações de Harrison Ford e Sir Sean Connery. Falamos, obviamente, do San-

to Graal; o cálice por onde Jesus Cristo terá bebido na Última Ceia com os Apóstolos. Segundo rezam as lendas e crónicas medievais, será uma relíquia com poderes inimagináveis que vão desde a juventude Eterna, felicidade infinita ou riquezas avassaladoras. Daí que o termo “Santo Graal, seja utilizado de forma comum para descrever ou conotar algum objeto ou objetivo por forma a trazer a algo ou alguém um enorme significado ou importância quase Divina. Uma das mais importantes ligações a este objeto está agregada à literatura Arturiana. São sobejamente conhecidas, pelo menos em termos literários, as façanhas do Rei Artur e dos seus Cavaleiros da Távola Redonda em busca do cálice. Existem, contudo, e na senda destas façanhas descritas em palavras, diversos objetos identificados como pertencentes aos últimos dias de Cristo na Terra. São várias

as Igrejas que clamam ter em sua posse algo Divino, quer seja pequenos pedaços de madeira pertencentes à Cruz onde Jesus foi crucificado, ou a lança que São Longuinho usou para confirmar a Sua morte e que atualmente encontra-se e exposição no Tesouro Imperial em Viena de Áustria. Se bem não existe confirmação de ser a verdadeira. Existe essa clamação, mas sem factos concretos. Mas, a peça fundamental da história do Cristianismo, a Suprema que ainda ninguém conseguiu vislumbrar com os próprios olhos, tirando Indiana Jones claro, está por descobrir. Será, com quase certeza absoluta, a acontecer, a maior descoberta arqueológica da história da Humanidade. Mais recentemente, a controvérsia em torno deste assunto foi novamente e de forma arduamente contestada pela própria Igreja avivada por um simples romance histórico que vendeu milhões

de cópias pelo Mundo fora. Como será do conhecimento de todos, foi batizado de “Código Da Vinci”, sendo o seu autor o famoso Dan Brown. Nesta enorme panóplia de acontecimentos, o autor descreve o Santo Graal como sendo Maria Madalena que terá, hipoteticamente tido um relacionamento com Jesus e sendo mesmo portadora de uma criança do Filho de Deus no seu ventre. Mas, pelo menos esta é a minha opinião, espero que realmente, ao ser encontrado, o Santo Graal seja de facto O Cálice. Se terá os poderes mágicos inerentes... apenas quem o descobrir poderá confirmar. jornal

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necrologia

Agência Funerária

Tilheiro

Tel: 258 971 259 Tlm: 962 903 471 www.funerariatilheiro.com Barroselas

77 anos

81 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Jaime Rodrigues Meira

Ana Afonso Ribeiro

Alvarães – Viana do Castelo

Ardegão – Ponte de Lima

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

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A Família

A Família

89 anos

87 anos

73 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

António Fernandes Neiva

Delovina Gonçalves Morgado

Manuel Conceição Ribeiro

Balugães – Barcelos

Fragoso – Barcelos

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

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A Família

A Família

A Família

49 anos

86 anos

58 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Maria da Conceição Caridade Fernandes

Manuel Luís Martins de Carvalho

António da Costa Sá Bernardino

Aguiar – Barcelos

Barroselas – Viana do Castelo

Palme – Barcelos

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A Família

A Família

A Família

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necrologia

71 anos

72 anos

47 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Manuel da Rocha Martins

Domingos da Rocha Morgado

Maria do Carmo Sinaré Faria Neiva Barbosa

Freixo – Ponte de Lima

Alvarães – Viana do Castelo

Barroselas – Viana do Castelo

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A Família

A Família

A Família

83 anos

99 anos

89 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Ermelinda Vitória Peixoto Machado

Maria Alves Felgueiras

Sílvia Dias de Sá Neiva

Durrães – Barcelos

Poiares – Ponte de Lima

Fragoso – Barcelos

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A Família

A Família

A Família

88 anos

86 anos

77 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Manuel Martins de Sá

Virgínio Martins de Sá

Maria Carlinda Cunha Fernandes

Aldreu – Barcelos

Aldreu – Barcelos

Carvoeiro – Viana do Castelo

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A Família

A Família

A Família

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necrologia

53 anos

92 anos

90 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Jaime José Queirós de Sá

Tomé Gonçalves de Carvalho

Maria Lucília Rodrigues Leite Santos

Aldreu – Barcelos

Carvoeiro – Viana do Castelo

Barroselas – Viana do Castelo

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A Família

A Família

A Família

95 anos

89 anos

83 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Maria Helena de Miranda Pereira

Daniel Alves Pereira Ribeiro

Manuel de Sá Macedo

Barroselas – Viana do Castelo

Mujães – Viana do Castelo

Fragoso – Barcelos

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A Família

A Família

A Família

SE TIVER ALGUM DOS SEGUINTES SINTOMAS: ºc

TOSSE

FEBRE

#SEJAUMAGENTEDESAUDEPUBLICA #ESTAMOSON #UMCONSELHODADGS

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DIFICULDADE RESPIRATÓRIA

PERDA OU DIMINUIÇÃO DO OLFATO OU PALADAR


necrologia

88 anos

83 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Iracema da Conceição Teixeira de Almeida Costa

Maria Leonor de Sá Martins

Barroselas – Viana do Castelo

Fragoso – Barcelos

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A Família

A Família

84 anos

66 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Olimpia Meira Lima

José Fernando da Rocha Lima

Fragoso – Barcelos

Subportela – Viana do Castelo

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A Família

A Família

LIMPEZA DAS SUPERFÍCIES Limpe e desinfete as superfícies com frequência.

MEDIDAS GERAIS HIGIENE DAS MÃOS Lave frequentemente as mãos com água e sabão ou use uma solução à base de álcool.

ETIQUETA RESPIRATÓRIA Quando espirrar ou tossir, tape o nariz e a boca com um lenço de papel ou com o braço, mesmo se tiver máscara.

USE MÁSCARA

VENTILAÇÃO DOS ESPAÇOS Mantenha os espaços arejados. Opte por ventilação natural.

jornal

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VAI SER VACINADO CONTRA A COVID-19 COM COMIRNATY®?

A vacina COMIRNATY® foi aprovada para prevenção da COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, em pessoas com idade ≥16 anos. Esta é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) que codifica para a proteína S (“spike”) do vírus SARS-CoV-2. No desenvolvimento e aprovação desta vacina, tal como para qualquer outro medicamento, foram garantidas a sua qualidade, segurança e eficácia, através de ensaios clínicos e de uma avaliação rigorosa da Agência Europeia de Medicamentos.

Como é administrada a vacina? Serão administradas 2 doses com intervalo de 21 dias, no músculo do braço. Para o esquema vacinal ficar completo a segunda dose tem que ser da vacina da mesma marca.

Deve ter alguma precaução antes de ser vacinado? Sim. Se estiver com febre, tosse, dificuldade respiratória, alterações do paladar ou do olfato não deve ser vacinado e deverá contactar o SNS 24 (808 24 24 24). Também não deve ser vacinado enquanto estiver em isolamento profilático. Informe os profissionais de saúde se: Já teve uma reação anafilática a outros medicamentos ou alimentos; Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia); Tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes.

Em que situações a vacina está contraindicada?

Depois de ser vacinado deve ter alguma precaução? Sim. Deve manter-se junto do local onde foi vacinado durante pelo menos 30 minutos (as reações alérgicas graves são muito raras, surgindo, geralmente pouco tempo após a administração). Nestes casos, os profissionais de saúde estão treinados para controlar e tratar este tipo de reações.

O que fazer se surgirem reações adversas? Geralmente, as reações adversas às vacinas são ligeiras e desaparecem alguns dias após a vacinação. Com esta vacina podem surgir: dor ou inchaço no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dor nas aritculações ou febre. Se tiver febre, pode recorrer à toma de paracetamol. Se apresentar dor, inchaço ou calor no local da injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele. Todas as reações adversas devem ser notificadas no Portal RAM para serem monitorizadas. Em caso de persistência dos sintomas ou se surgir outra reação que o preocupe, contacte o seu médico assistente ou o SNS24 (808 24 24 24). A vacina é segura e não causa COVID-19.

História de hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos seus excipientes, ou reação anafilática a uma dose anterior desta vacina. Nestas situações aconselhe-se com o seu médico.

REPÚBLICA PORTUGUESA SAÚDE


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