O Vale do Neiva - Edição 102 outubro 2022

Page 1

outubro 2022 edição 102 Propriedade: A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) Barroselas Mensal Gratuito Versão digital Requalificações em Barroselas pág. 4 e 5 Barroselas Reconhecer os dons de uma pessoa é fazê-los perpetuar através do tempo | pág. 6 Vila de Punhe Casimiro Costa: 100 anos de vida | pág. 7 Arredas Folk Fest soma mais um sucesso pág. 3 Grupo Tregosa 22 anos do Centro Social Paroquial de Tregosa | pág. 8

editorial

Há decisões, que, mesmo por muito argumentadas, não se conseguem entender. E esta, hein?!

Nasci

e cresci numa pacata e airosa fre guesia do Concelho de Barcelos que tem por nome Tregosa. Fica a Noroeste do concelho e dista 19,6 km do mesmo. Agora que o leitor já está localizado, vou passar ao assunto a escrever neste Editorial. A Nordeste de Tregosa, ergue-se a serra da Padela (Vale do Neiva) com 425 metros de alti tude e está bem diferente daquela que os meus olhos fotografaram há sessen ta e três anos. Na altura, estava toda arborizada, apresentando por toda ela, um lindo manto verde que causava admiração quando a fitávamos. En tão, o que se passa para que hoje esteja diferente e desnudada? Passa-se que, naquele tempo, havia patrulhamento feito por um guarda florestal, en tretanto por decisão su

perior, deixaram-no de o fazer daí, o aparecimento dos fogos. Foi um erro, ter acabado com os guardas florestais a nível nacional, porque, patrulhavam fisi camente a floresta e não estavam na vigia a olhar pelos binóculos. Há que utilizar mais os recursos disponíveis no ramo das forças armadas, como: a logística, os militares, a aviação, as máquinas de terraplanagem, outras a apodrecer e, por fim, uma boa gestão da nossa floresta, fracionando-a para que o incêndio não se propague etc., etc...

Todos os anos ouvi mos a mesma “treta”:

Mais meios aéreos (avia ção civil a levar uma pipa de massa), mais corpora ções de bombeiros, mais auxílio do estrangeiro, mais comunicações de último grito, e mais pos tos de vigia apetrechados com tecnologia de ponta. Tanta coisa, Santo Deus! Mas, infelizmente, cada vez ardem mais hectares de floresta! Resumindo: Erros todos cometemos, o importante, é arregaçar as mangas e corrigi-los. Corrija-se então, e abram de novo as portas aos guardas florestais que, ainda podem salvar o que resta da nossa floresta. Observador atento.

ficha técnica diretoria e administração: Direção de “A Mó” redação: José Miranda Manuel Pinheiro Estela Maria António Cruz edição: 102 – outubro 2022 colaboradores: Alcino Pereira Américo Manuel Santos Ana Sofia Portela Andreia Castro Daniel Gomes Basílio Daniela Maciel Francisco P. Ribeiro Geovana Mascarenhas J. F. Vila de Punhe José Händel de Oliveira José Maria Miranda Pedro Tilheiro design gráfico: Mário Pereira paginação: Cristiano Maciel supervisor: Pe. Manuel de Passos contacto da redação: Avenida S. Paulo da Cruz, Edifício Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas e-mail: redacaojornalvaledoneiva@gmail.com periodicidade: Mensal formato: Digital distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação. edição 102 • outubro 20222 Opinião: Na coroa do Marketing página 9 Setembro: o mês de voltar à escola página 11 índice edição 102 outubro 2022 Literatura Três leituras para refletir em outubro página 12 Plantas Antúrios página 13 Crónica O que é ser peregrino? página 17
Casa da floresta desativada (Serra da Padela)

Arredas Folk Fest soma mais um sucesso

Dia 02 e 03 de setembro foram dois dias em cheio para a Organização do Arredas Folk Fest. Gente de outras paragens passou por Tregosa, para assistir aos constantes espetáculos exibidos no Palco Arredas (montado sobre as águas do rio Neiva), Palco Torgo e Palco Rio. O Bar Arre das não teve mãos a medir, atraindo o público com as suas deliciosas fêveras acon dicionadas em pão muito saboroso.

A Autarquia Munici pal, liderada pelo Dr. Mário Constantino, foi recebida com grande regozijo pelos Órgãos Autárquicos locais e população em geral. Sua Excelência o Sr. Presiden te da Câmara, certamente que já se apercebeu quanto à importância deste evento para o concelho de Barce los, como também da neces sidade urgente, de proceder a uma requalificação deste magnífico local.

Um bem-haja à Organi zação, porque através deste magnifico espetáculo, con seguiu atrair a esta simples e humilde freguesia, inúme ros forasteiros, que levaram as melhores recordações desta linda terra, à beira Neiva plantada. Os suces sos são fruto de competên cia, trabalho e sacrifício.

jornal 3 local » tregosa

Requalificação da Rua do Calvário e da Rua do Campo da Vinha

ceu com regozijo a simpática presença do Sr. Presidente da Câmara bem como a ótima colaboração e apoio presta do à Vila de Barroselas.

com as Autarquias do Con celho, para que todos juntos possamos fazer mais e me lhor.

para se inteirar da situação atual e verificar alguns aspe tos de interesse para a pros secução da obra.

No pretérito dia 10 de setembro, a Autarquia Municipal de Viana do Cas telo liderada pelo Sr. Presi dente Arquiteto Luis Nobre, esteve presente na vila de Barroselas para proceder às seguintes inaugurações: Re qualificação da Rua do Cal vário e a requalificação da Rua do Campo da Vinha.

Após terem descerrado as lápides, a Autarquia local li derada pelo Sr. Presidente da União de freguesias de Bar roselas e Carvoeiro agrade

Também referiu que a obra de Requalificação da Rua do Calvário vem valo rizar a zona central da Vila, por ter sido criado um par que de estacionamento auto móvel, circulação pedonal, espaços verdes, travessias para peões e estacionamento para pessoas com mobilida de reduzida.

Quanto à intervenção da Rua do Campo da Vinha e a Rua dos Reis Magos, tem como objetivo principal, me lhorar as condições de trá fego rodoviário e garantir a segurança do mesmo.

Em resposta, o Sr. Presi dente Arquiteto Luis Nobre reafirmou que, é seu enten der, trabalhar em parceria

Segundo Luis Nobre, ambas as requalificações tiveram o investimento mu nicipal e, estão integradas, num desenvolvimento unido para o concelho, visando a qualidade de vida para quem opte por viver, investir ou montar o seu negócio nestas paragens.

A Comitiva também aproveitou para passar pelo edifico da Casa do Povo,

Destaca-se que, na inau guração da requalificação da Rua do Campo da Vinha, a Autarquia de Mujães sobre a Presidência do Sr. José Duar te Gonçalves, também esteve presente com o seu elenco Autárquico. As acessibili dades e a qualidade de vida, são as chaves mestras para o desenvolvimento popula cional e empresarial de uma localidade.

edição 102 • outubro 20224 local » barroselas
jornal 5 local » barroselas

Reconhecer os dons de uma pessoa é fazê-los perpetuar através do tempo

Nodia 03 de setembro pelas, 16:00 horas, a convite do meu amigo Car los Mota Leite, o Jornal o Vale do Neiva, esteve pre sente no lançamento do livro “A poesia da Fernan da”, que teve lugar no es paço cívico da Associação Sénior de Barroselas e Vale do Neiva. Tive o privilégio de ter colaborado com a D.ª Fernanda na área do teatro e, desde logo, me apercebi das qualidades que revela va no desempenho daquela atividade. Procurei transmi tir a cada ator e atriz aqui lo que sabia, mas confesso que também aprendi muito com a Senhora Fernanda. Obrigado, D.ª Fernanda, e sinto pena em ter partido... porque algo me diz que ain da tinha muito mais para aprender.

Na mesa da cerimónia estiveram presentes as se guintes individualidades: Dr. Sérgio Gonçalves, Pre sidente da Instituição; Dr.ª Gorete Santos, responsável pela apresentação do livro; Sr. Carlos Mota, coorde nador do projeto, Natália Ferreira, representante da Autarquia de Barroselas e

Carvoeiro e o Sr. José Pe reira, familiar da D.ª Fer nanda. Na plateia, também se associaram a esta ceri mónia, os amigos, os fami liares e representantes de instituições locais. No final das cerimónias, todos os presentes foram convidados para um porto de honra.

Há pessoas que pelos seus feitos dificilmente as esque ceremos.

edição 102 • outubro 20226
local » barroselas
Publicidade

Casimiro Costa: 100 anos de vida

por Junta de Freguesia de Vila de Punhe junta.vilapunhe@gmail.com

AFreguesia de Vila de Punhe felicitou o Sr. Casimiro Costa pela come moração dos seus 100 anos de vida.

Nascido em 1922 em Portela Susã, casou, em Vila de Punhe, com Maria da Graça Gomes de quem teve 5 filhos.

Muito bem-disposto, recebeu, na sua resi dência, na Quelha do Cantinho (lugar de Arques), junto com duas das suas filhas, o executi vo da Autarquia de Vila de Punhe, acompanhado pelo presidente e mem bros da Assembleia de Freguesia que, ao felicitá-lo por esta tão bonita idade, com a entre ga de uma medalha e um di ploma, desejaram-lhe muita saúde e anos de vida.

jornal 7
local » vila de punhe

22 anos do Centro Social Paroquial de Tregosa

AIgreja Católica tem três principais eixos de ação a nível paroquial: a evangelização, a liturgia e a ação sócio-caritativa. Deste modo, e de forma a tornar mais visível a ação sócio-ca ritativa da nossa paróquia de Santa Maria de Tregosa em 4 de setembro do ano 2000, já lá vão 22 anos, sur giu pela Fábrica de Igreja o Centro Social Paroquial de Tregosa, uma (IPSS) ou seja, uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Esta obra social surgiu da necessi dade observada em criar es truturas efetivas de apoio à infância e às famílias da ter ra. Após um árduo processo junto da Cúria Episcopal de Braga foi possível criar e ad quirir os estatutos da referi

da instituição. Em seguida foi conseguido o estatuto de Pessoa de Utilidade Pú blica e constituído protoco lo com a Segurança Social, primeiro com a valência de C.A.T.L. e um ano após com a de Jardim de Infância, sendo este último apoiado pelo Ministério da Educa ção. Por força das mudanças demográficas, a valência de Jardim de Infância passou a ser apenas prolongamen

to e foi iniciado o projeto Sénior Ativo, de forma a potenciar o envelhecimento saudável, combater o isola mento e o encontro interge racional. Contudo, existem momentos menos bons, e a vida das instituições tam bém tem desses momentos. A pandemia veio fragilizar muito o funcionamento das instituições, e a nossa não foi exceção. Neste contex to, o projeto senior ativo foi forçado a parar, o que levou a que neste momento ainda não pudesse ser reativado. Contudo, não podemos bai xar os braços e queremos es tar ao lado da comunidade, assim, continuamos com as valências ligadas à infância e em setembro iniciamos o projeto ProCuidador.

Queremos aproveitar a oportunidade para publica mente agradecer a alguém que foi fundamental nesta instituição ao longo destes

anos: o seu fundador e pre sidente até terminar a sua missão como pastor desta paróquia: o Sr. Padre Ernes to. Estendemos estes votos, a quem com ele sempre tra balhou de forma altruísta, dedicada e profissional para que a qualidade dos serviços desta instituição fosse e con tinue a ser sempre a priori dade. A melhor homenagem que podemos fazer a quem nos antecedeu é dar conti nuidade a este projeto. E é isso que queremos fazer!

Ao longo destes 22 anos, já muitas crianças, jovens e famílias fizeram parte da família desta instituição, assim, a todos que, a nível pessoal, familiar ou institu cional, nos apoiam, das mais diversas formas, o nosso grande obrigada! Seguimos juntos!

edição 102 • outubro 20228
local » tregosa
Publicidade

Na coroa do Marketing

Depois de ponderar so bre a atualidade che guei à conclusão que um bom tema de reflexão seria a Coroa Britânica. Trata-se da tentativa de entender o contexto histórico e a suges tão de alteração da narrativa familiar.

Hoje vivemos um novo reinado com uma persona gem que parece estar longe daquilo que idealizávamos sabendo de antemão que se ria o mais natural.

Aos 73 anos, Carlos III é o monarca mais velho de sempre na história do Rei no Unido a chegar ao trono.

Durante a sua vida teve al guns episódios, principal mente amorosos, que foram danificando a sua imagem mediática. Não sendo ne cessário descrever com de talhe esses incidentes que todos nós nos lembramos, essa conotação negativa fez transparecer alguma fra queza e até infantilidade.

Agora sendo ele o maestro de toda a comunidade bri tânica dará continuidade ao percurso até agora feito?

Quando olhamos para algum produto ou serviço e ficámos com algumas dú vidas relativamente ao seu aspeto tendemos a não agir. Isto significa que não vamos comprar. Quem compra gosta de saber os benefícios que vai ter ao despender de terminado recurso. Assim é importante que os nossos consumidores gostem da quilo que nós somos. Agora e acreditando que este é um pensamento lógico, como vamos acreditar numa ima

gem que ao longo de anos se mostrou distante e com fal ta de clareza?

No início de junho a Ra inha isabel II festejava o seu Jubileu. Por essa altura foi feito um estudo de merca do e publicado pela revista TIME que nos dava con ta que 62% da população britânica apoia a monar quia. A maior parte destes apoiantes eram Conserva dores e outros numa faixa etária de 65 ou mais anos. Pelo contrário na população mais jovem apenas 9% é da opinião que a monarquia se deve manter e são apologis tas que a população deve escolher os seus governantes sem que haja qualquer im posição.

Resumindo, a imagem do “item” não é favorável e parece existir uma diminui ção pela procura deste tipo de Chefe de Estado. Não quero dizer com isto que tudo se vai desabar e que em breve haverá alterações sig

nificativas neste panorama. Estou certo que estes de talhes foram vistos e revistos por uma grande comunidade que estudam estes temas. Ao nível do Marketing entendo que será necessário um Re posicionamento. Ou seja, a forma como nos vão ver terá que ser diferente. A imagem que o Rei tem pode não ser a mais famosa, mas estou certo que irá ser trabalhada para agregar mais simpa tia e para que os índices de confiança aumentem rela tivamente ao seu papel na sociedade mundial. Não será por acaso que deu os primei ros passos nesse sentido ao mostrar simpatia pelos seus filhos. É algo novo que está a ser inserido nesta narrativa monárquica do apego pelos seus descendentes. O passa do já nos mostrou que esta demonstração de carinho tem efeitos positivos na co munidade britânica que foi bem explorada pela Prince sa Diana. O Reino Unido precisa de se mostrar forte, compacto e à altura de todos os desafios. Só assim poderá dissuadir a pretensão legíti ma de grupos a favor da abo lição da monarquia.

Parece simples afirmar que tudo passará com um novo Posicionamento do “item”. Estou certo que uma imagem positiva ajuda a ge rar emoções mais positivas. Este poderá ser um caminho para recuperar as suas cre denciais de honradez e o co locar no caminho do sucesso assim como fez a sua mãe. Muito sucesso e longevidade para a marca Reino Unido.

save the King

jornal 9
God
opinião » a coroa britânica

Como diferenciar a Dificuldade da Aprendizagem de um Transtorno da Aprendizagem?

que seja a causa.

escreve com letra ilegível;

Na fase escolar é comum crianças, apresenta rem dificuldades no desen volvimento da aprendiza gem e na aquisição de uma ou mais habilidades aca dêmicas. Dificuldades de aprendizagem e transtornos de aprendizagem são even tos diferentes, mas ambos comprometem a capacidade de aprendizagem do indiví duo.

Nas Dificuldades de Aprendizagem as causas partem mais de fatores ex ternos, como metodologia de ensino inapropriada, conflitos familiares, mu danças frequentes de escola, diferenças socioeconômicas e/ou culturais; defasagens abrangentes referentes ao processo de aprendizagem e dificuldade em assimilar e acompanhar os conteú dos. O acompanhamento pedagógico é recomendável, justamente para que o diag nóstico não seja confun dido com um transtorno. Os obstáculos que geram as dificuldades podem ser resolvidos com a mudança de metodologia, horário de aula, colegas, ou qualquer

Nos Transtornos da Aprendizagem embora os fatores externos também participem da defasagem, as causas moram no aspec to biológico. As defasagens podem ser específicas e pontuais. Nos transtornos há disfunção neurológica de assimilação de conteúdos referentes a escrita, leitura e capacidades matemáticas e mudanças na abordagem dos conteúdos e métodos de avaliação são imprescindí veis.

Vale lembrar que quan do falamos de Transtornos da Aprendizagem, sabemos que sua identificação é feita em sua maior parte das ve zes no ambiente escolar, ou seja, na fase escolar do su jeito, porém, os transtornos de aprendizagem se trata de um conjunto de condições que prejudicam não só o aprendizado, mas também afetam o desenvolvimen to cognitivo, acadêmico, laboral e até mesmo inter pessoal. Isso nos alerta, da importância de uma inves tigação apropriada pois os prejuízos iniciam na infân cia e podem perdurar por toda a vida.

Mas como podemos identificar ou suspeitar que nossas crianças estão pas sando por esses problemas? Alguns sinais são perceptí veis tanto na escola quanto em casa.

● Dificuldade de grafia –não consegue escrever ou

● Problema para com preender o significado de conteúdos escritos – é um sinal característico da dislexia;

● A criança não consegue escrever pois não assimi la bem ditados – sinaliza uma possível disgrafia perceptiva;

● A leitura é lenta, confusa e difícil – seja por falta de atenção ou dificulda de de compreensão, são sinais que apontam para um transtorno de apren dizagem;

● Dificuldade para domi nar o sentido dos núme ros – sinal característico da discalculia;

● Desatenção nas intera ções com colegas e fami liares – no TDAH, por exemplo, é que a crian ça não consegue prestar atenção e focar naqui lo que é dito a ela, nem cumprir tarefas simples que a ela são solicitadas.

● Dificuldade de pensar matematicamente – lidar com números é um de safio muito grande para aqueles que possuem dis calculia;

● Sintomas persistentes – para a realização do diagnóstico de um trans torno de aprendizagem, é necessário que os sin tomas estejam presentes por ao menos 6 meses.

O tratamento para um transtorno específico de aprendizagem é essencial para viver uma vida feliz e envolve terapia e, em alguns casos, uso de medicações, mas vale lembrar que, não há cura para transtornos de aprendizagem. Mas o trata mento mais efetivo é muito atrelado ao diagnóstico pre coce. Quanto mais cedo se identificar o problema, an tes a criança vai aprender a se adaptar às ferramentas adequadas e necessárias para ajudá-las em novos processos de aprendizagem.

edição 102 • outubro 202210
Neuropsicopedagoga Clínica
crónica » transtornos da aprendizagem

Setembro: o mês de voltar à escola

Setembro é marcado pelo regresso às aulas! A azá fama nas famílias é gran de, pois além da gestão de expetativas das crianças e jovens quanto ao novo ano letivo que se vai iniciar, é também altura de preparar toda a logística inerente a esse momento. Para ajudar nesta tarefa deixo algumas dicas da Direção-Geral do Consumidor.

Mochila:

● Escolha uma mochila adequada à estatura da criança e que não seja de masiado pesada quando vazia (uma mochila vazia

não deve pesar mais do que meio quilo). Prefira os modelos anatómicos, com alças largas e acol choadas. Para se certifi car de que está a comprar o modelo adequado, a criança deve experimen tar a mochila.

● A mochila e o respetivo conteúdo não devem ex ceder 10% do peso corpo ral da criança (ex: para uma criança com 25 Kg, a mochila não deve pesar mais do que 2,5 Kg).

Vestuário e calçado:

● No regresso às aulas tam bém é necessário organi zar o guarda-roupa das crianças para verificar o que serve, o que pode ser passado aos irmãos mais novos e o que precisa de ser comprado. Quando fi zer as suas compras pres te particular atenção à roupa com cordões. Para proteção das crianças, evite comprar este tipo

de roupa. Dê preferência a roupas que permitam às crianças deslocarem-se e brincarem em segurança.

● Na compra do calçado re comenda-se que a criança experimente o calçado, andando pela loja duran te alguns minutos e per guntar à criança se sente o calçado apertado. Lem bre-se de que o calçado apertado pode deformar os pés.

Deslocação para a es cola:

● Nas deslocações a pé, en sine às crianças as regras de segurança e acompa nhe-as algumas vezes no percurso para a escola chamando a atenção para a necessidade de cami nhar pela berma/passeios e estarem atentos à sina lização.

● No automóvel, a utiliza ção correta dos sistemas de retenção (cadeirinhas ou bancos elevatórios) é

indispensável para trans portar as crianças em segurança. Qualquer que seja a distância, o percur so ou a velocidade, trans porte sempre as crianças com menos de 12 anos de idade e altura inferior a 1,35 m, em cadeirinhas homologadas, adaptadas ao seu tamanho e peso e devidamente instaladas no veículo.

Acesso à Internet:

● Utilize a internet em con junto com as crianças, nem que seja por curtos períodos de tempo, para de algum modo conhecer as suas habilidades e pre ferências;

● Coloque o computador com acesso à internet numa divisão da casa onde todos passam a maior parte do tempo;

● Tenha particular atenção caso os seus filhos partici pem numa rede social.

Estas são apenas algu mas sugestões de aspetos a ter em atenção para que o ano escolar decorra com sucesso, não só a nível aca démico, mas também a nível de saúde da criança e jovem, de forma a evitarem-se pro blemas a curto prazo como sejam os acidentes de viação ou as quedas, mas também problemas a médio e longo prazo como por exemplo as lesões musculo-esqueléticas, alterações psíquicas ou com portamentos de risco.

“Um regresso às aulas em segurança” é o apelo que dei xo este mês!

jornal 11
dicas » regresso à escola

Três leituras para refletir em outubro

do livro. Apesar de tudo, ela é humana, tal como todos os outros, e tem os seus pro blemas e tristezas. Embora nos irrite, é fácil começar a sentir empatia por ela, com preendê-la, tolerá-la.

América no período da es cravatura e com a Alemanha nazi. Raramente a autora utiliza o termo «racismo», uma vez que é pouco abran gente.

vão-se casando com pessoas brancas para tentar clarear, cada vez mais, o tom de pele.

Além disso, dizem que ninguém se vai embora dessa terra.

Outubro convida-nos a ir buscar uma manta e a beber os primeiros chás quentes no sofá. Este mês, escolhi três livros para ler devagar e que o farão refletir nas suas te máticas.

Gostei muito da escrita de Elizabeth Strout, embora admita que é um livro para se ler devagar.

No entanto, dei comigo a apreciar estas personagens, a sentir empatia pelas suas histórias e alguma tristeza pelo fim que algumas delas tinham. De alguma forma, o livro foi-me cativando a cada novo conto.

O Holocausto é uma pe quena porção de horror, se o compararmos com os 250 anos de escravatura na Amé rica e com as barbaridades que os afro-americanos so freram (e ainda sofrem).

Este livro dói. Custa muito. É doloroso, devasta dor, completamente revol tante. Algumas descrições impressionam, por isso dei xo o alerta para os leitores mais sensíveis. Porém, fica a recomendação: é uma leitura fundamental.

Este livro traz então a história de duas gémeas, Stella e Desiree Vignes, idên ticas fisicamente, mas dife rentes em personalidade, que vão contrariar esta profecia e fugir da pequena localida de onde vivem.

Vão para Nova Orleães, para iniciar uma vida nova, com melhores condições, e fugir aos estigmas que conti nuam a persegui-las. Contu do, será também aqui que as irmãs se vão separar e seguir cada uma o seu percurso.

A história destas irmãs acaba por tornar-se interes sante, uma vez que se estende ao longo de várias gerações. Vamos avançando para trás e para a frente e conhecendo a sua história, desde a infân cia à vida adulta. Mais tarde, acompanhamos também as filhas de ambas e, por fim, o seu reencontro.

«Olive Kitteridge», de Elizabeth Strout, é um con junto de vários contos, cada um sobre um habitante de Crosby, uma pacata povoa ção costeira no Maine.

O que liga todas estas his tória é Olive Kitteridge, uma professora reformada que sempre foi conhecida por ser rezingona, irritante, ter mui to mau feitio. É uma perso nagem deveras interessante e que vai evoluindo ao longo

«Castas: As Origens do Nosso Descontentamento», de Isabel Wilkerson, ganhou o prémio Pulitzer e apresen ta-nos um grande estudo so bre as estruturas sociais em que nos inserimos.

Com base numa extensa pesquisa, a autora explica -nos o sistema de castas da Índia e compara-o com a

«A Outra Metade», de Brit Bennett, é uma saga fa miliar, que se inicia em Mal lard, uma localidade retró grada, onde ninguém gosta de pessoas negras. Nesta terra, ninguém se casa com pessoas de cor; as pessoas

Não é uma história com grandes reviravoltas, mas vale a pena devido às liga ções familiares e aos temas que aborda. Não se fala ape nas de racismo, mas princi palmente de identidade, de quem somos, de que forma o meio ao nosso redor nos pode moldar e das consequências das nossas mentiras.

Espero que se tenha sen tido cativado pelas minhas sugestões. Desejo-lhe um ex celente mês de outubro!

edição 102 • outubro 202212
“Castas: As Origens do Nosso Descontentamento” Isabel Wilkerson 2021 “A Outra Metade” Brit Bennett 2021 “Olive Kitteridge” Elizabeth Strout 2020
crónica » literatura

Antúrios

Phalaenopsis, estes crescem muitas vezes como plantas epífitas (ver artigo na edi ção de março de 2022).

Os antúrios (género An thurium) são plantas provenientes das florestas tropicais do Sudoeste da Colômbia e do Noroeste do Equador. Nestas florestas, crescem num ambiente com temperaturas que variam entre os 18ºC e os 32ºC, e com uma humidade relativa de cerca de 70%, sendo as zonas mais sombreadas as que lhes permitem um me lhor desenvolvimento.

Uma curiosidade pouco conhecida acerca dos antú rios é que, à semelhança das

As suas flores são muito resistentes, embelezando os espaços onde se encontram durante um longo período.

Apesar de se associar a par te colorida do antúrio à sua flor, esta trata-se de uma bráctea (folha modificada), correspondendo a flor à haste que cresce no meio da parte colorida do antúrio.

À inflorescência do antúrio dá-se o nome de espádice.

Em casa, podem ser cultivados em canteiros ou em vasos, mas precisam de solos bastante ricos em matéria orgânica. Uma boa drenagem também é fun damental para os antúrios.

Caso o cultivo seja feito em canteiros, deve-se ter o cui dado de os proteger durante

o inverno, uma vez que são sensíveis às temperaturas muito baixas e às geadas. Devem ser colocados em zonas de meia-sombra, para que no verão não sofram com o sol direto.

Em relação à rega, o substrato nunca deve estar encharcado, pelo que nunca deverá colocar um pratinho com água por baixo do vaso. A regra é colocar os dedos na terra. Se esta estiver hú mida, a planta não precisa de rega. Se estiver seca, deve regar de forma moderada.

De vez em quando ob serve a planta e retire to das as folhas e hastes de inflorescências que já se caram. Sempre que o vaso começar a ficar apertado, o antúrio deve ser mudado ou dividido, fazendo várias mudas. Quando fizer as mu

das, renove todo o substra to, deitando foras o antigo que pode estar contamina do com larvas, fungos, etc. Quando fizer o novo vaso, tenha o cuidado de colocar no fundo uma camada dre nante com brita, pequenos seixos, cacos ou outro ma terial que permita a saída do excesso de água. Utilize uma terra de boa qualidade e misture um pouco de casca de pinheiro para que a ter ra não fique tão compacta e permita à raiz crescer livre mente.

Algo que pouca gente sabe e que é preciso ter em atenção é que todas as par tes do antúrio são tóxicas quando ingeridas, pelo que deve ter muito cuidado com crianças e animais peque nos.

jornal 13
plantas » antúrios

A incrível história de…

Se há coisa que o cinema trata impecavelmente, são os fenómenos sinistros de cariz ficcional, que de modo paradoxal e inusita do, atingem uma determi nada personagem, dentro dum contexto de sociedade, perfeitamente normal.

Esses surpreendentes filmes entoam e ramificam, através do enredo, esse acontecimento paradig mático, que torna a figura principal, vítima de algo tenebroso e inexplicável cientificamente, restando -se siderado, com a desgra ça que se lhe abateu, sendo completamente impotente, para nocautear a tremen da chaga, que o desvirtuou mentalmente e fisicamente. Com a finalidade de justi ficar este efeito fantasioso, de âmbito periclitante, o argumento catapulta cenas e ações incomensuráveis, originadas por acidentes de viação, intervenção da natureza e fatores extremos de poluição, que sujeitam o homem, a essa metamorfo se irredutível.

Centrando-me nessa idiossincrasia nociva, in dico alguns filmes, que espelham esse modus ope randi, e que são apelativos, para adeptos que apreciam obras de género de suspen se, drama e adrenalina.

O Incrível Homem que encolheu (1957), este clás sico é considerado um dos filmes mais populares, que certifica esta diapasão trá gica, justamente por que conta a história dum ho mem, que subitamente ini cia um processo de enco lhimento irrevogável. Essa situação escabrosa, perspe tiva-se quando Scott inso litamente, é gotejado por um líquido, oriundo duma nuvem radioativa, sem que este atribuía importância ao incidente. Porém passado uns meses, Scott denota que a sua roupa está demasiado larga, minguando uns no tórios centímetros. Apreen sivo, com a realidade atroz, Scott procura um médico, que lhe traça um quadro negro, no que concerne ao inevitável decréscimo, mas mesmo assim recomendan do-lhe uma clínica repor tada. Não conseguindo os investigadores contrariar os efeitos nefastos, Scott em poucos dias, definha até um tamanho dum anão, e depois após administração dum antidoto infrutífero, diminuiu para uma dimen são minúscula. Contudo, ao ser atacado pelo seu gato, devido á sua condição gan grenosa, é projetado para o porão, sendo dado como morto. Abandonado á sua sorte, nesse local sinuoso, Scott envereda por uma aventura, lutando destimi damente pela sobrevivência.

A Hora da Zona Morta (1983) é um filme que abor da o quotidiano inquietante dum individuo, que inospi tamente, vê-se toldado de poderes paranormais, que

surgiram após um acidente lutuoso. Depois desse terrí vel incidente, em que o pro fessor Johnny Smith, se que dou cinco anos em coma, perdendo uma parte signifi cativa da sua vida, inclusive a mulher que amava, Johnny atonitamente apercebe-se duma possessão intrínseca, que lhe concede premoni ções, imbuídas em experiên cias tétricas e alarmistas, no seguimento de contactos que presta, com a pessoa em causa. Não tendo essas previsões sobrenaturais, um enquadramento temporal definido, Johnny acolitado pelo seu médico, sente que á medida que as suas visões, são mais efusivas, conco mitantemente a sua saúde degrada-se deploravelmen te. Mesmo assim, aceita o desafio de colaborar com as autoridades, com o intuito de apanhar um Serial kil ler, que põe de candeias às avessas, a polícia, acabando Johnny por descobrir o au tor desses crimes hediondos. Contudo os problemas agra vam-se, quando Johnny se

cruza com um político bilio so, extremamente perigoso para a nação.

A Idade de Adaline (2015), outro exemplo, de narrativa inaudita, diz res peito á inominável vida duma mulher, chamada Ada line, que perto de concluir os 100 anos de idade, conserva uma aparência duma jovem de trinta anos, devido a um desastre aparatoso, sem pa ralelo, que lhe fez arrebatar imunidades, impedindo o seu envelhecimento. Ao to mar consciência dessa sín drome, e as contrariedades que acarreta, Adaline enca ra a vida, como um sobres salto constante, fugindo e forjando entidades falsas, para não chamar a atenção do FBI. Todavia ao apaixo nar-se pelo atraente Ellis, é apresentada ao Pai deste, William, que a reconhece como uma antiga namorada, gerando um golpe fatal, nas intenções de Adaline.

edição 102 • outubro 202214
cinema » sugestão ao leitor
Grant Williams em O Incrível Homem que Encolheu (1957)

Pesadelo

Tinha o bonito nome de Micaela, mas queria que lhe chamassem Nicha, o que todos faziam. Era bela, alta, de formas divinais, olhos verdes e de cabelo lou ro que usava a dar-lhe pelos ombros e sempre impecavel mente penteado. Divorcia da, sem filhos, rondava já os quarenta anos, mas o seu aspecto era extremamente jovem. Professora numa Es cola Secundária do Porto, onde era colega da minha mulher - a Aninhas e a quem fazia muitas confidências, enquanto a mim me tratava com uma frieza, quase de desprezo. Pelas suas confi dências soube da sua grande atração pela riqueza e das grandes viagens e cruzeiros que fazia por quase todo o mundo. Aos muitos que as sediavam, depois de benefi ciar de caríssimas refeições e espectáculos, deixava-os

especados à porta do quarto do hotel ou do camarote do navio, alegando uma súbita indisposição. A sua ganân cia fazia com que tratasse mal a mãe, uma distinta se nhora, muito conversadora e que tanto por ela fizera, porque nem sempre abria os cordões à bolsa como ela exigia, chegando a ameaçar de que a interditava. Peran te os meus comentários, a Aninhas perguntou-me se eu não gostava da amiga. Disse-lhe que não era uma questão de gosto, mas a ati tude dela lembrava-me as palavras do grande drama turgo inglês William Sha kespeare, quando afirmou que pior do que a mordedu ra de uma cobra, era a in gratidão de um filho.

Mas, a verdade era ou tra. Eu sentia uma atração doentia por aquela mulher que não sendo mais boni ta, nem mais elegante que a minha Aninhas, me atraia com o seu modo de enca rar a vida e, vejam bem, pela forma como me tra tava. Pela primeira vez de sejei ser rico, pois pensava que só com muito dinheiro lhe quebraria a prosápia. E a pensar nisso, ao jogar, como habitualmente, no Euro milhões, apostei for te, cheio de esperanças. Ao regressar a casa, envolto como estava nos meus maus pensamentos, aleguei estar muito cansado e fui logo para a cama, onde não tar dei a adormecer.

De manhã passei pelo café e tive a notícia que fora premiado com um terceiro prémio que deduzidos os impostos, chegava quase aos 54.000 euros. Guardei

segredo e logo que aquela importância foi depositada na minha conta, tirei o nú mero do telemóvel da Ni cha, do da minha mulher e telefonei-lhe e não a deixei desligar, dizendo-lhe que tinha uma proposta a fazer -lhe que lhe poderia valer muitos milhares de euros. Embora relutante, aceitou encontrar-se comigo no fim das aulas. Chegado ao lo cal do encontro e correndo o risco de apanhar um par de bofetadas, enchi-me de coragem e disse-lhe: Nicha, dou-lhe cinquenta mil euros se quiser passar umas horas comigo. Ela cerrou os olhos, ficou vermelha e com uma voz rouca, perguntou-me: Está a brincar comigo? Juro que não! Então está bem. Trate de tudo e depois tele fone-me.

Acertada a data e a hora do encontro numa suite de um dos melhores hotéis da Cidade Invicta e avisada a Aninhas que naquele dia ia chegar tarde, por ter um serão no trabalho, dirigi -me ao rececionista daque le hotel, a quem gratifiquei principescamente – não há nada como ter dinheiro – e avisei-o de quando chegasse uma senhora a perguntar pelo Sr. Martins, que lhe dissesse para subir para a suite presidencial. Á cautela e temendo que ela me apare cesse com a minha mulher, sentei-me num sofá da re cepção, encoberto por um jornal que fingia ler. Mas não. À hora combinada, ela apresentou-se só e majesto sa, usando um belíssimo e vaporoso vestido preto que lhe ficava muito bem. Aca bámos por nos meter ao

mesmo tempo no elevador e senti logo o seu suave perfu me. Não disse uma palavra e logo que entrou no aposen te, abriu o computador que transportava e pediu-me para fazer a transferência da verba combinada para a conta que me deu a identifi cação Realizada a operação que ela confirmou, recusou o delicado snack que a ge rência pusera à nossa dis posição, tendo aceitado, no entanto, uma taça de cham panhe. Depois, sem uma palavra, despiu-se, o mes mo tendo feito eu, embora mais vagarosamente porque não tirava os olhos daquele corpo escultural. Abraçou -me e dirigimo-nos para o leito. Ciciou-me ao ouvido: Só com protecção. Mas eu estava preparado para isso, pelo que não tardei em ser levado ao Céu, enquanto ela, de olhos semicerrados, mur murava palavras doces e até me deu uma segunda opor tunidade, coisa de que eu já nem me lembrava da últi ma vez que isso acontecera. Gritei de prazer e deixei-me cair, exausto, ao seu lado, Fechei os olhos e adormeci, enquanto ela, delicadamente me afagava o corpo todo...

De repente, senti-me abanado com brusquidão e ao abrir os olhos vi a Ani nhas, com cara de poucos amigos e perguntar-me: Oh meu menino, o que é que te aconteceu que passaste a noite toda agitado e ao acor dar disseste: Nicha, deixa -me dormir? Consciente de que tudo não passara de um sonho, respondi-lhe: Minha querida, se eu sonhei com a cabra da Nicha, não foi um sonho, foi um pesadelo!

jornal 15
crónica » literatura

Rota Carmelita-Fátima, parte II

Este artigo de opinião segue a última propos ta de leitura, agora com o relato dos acontecimentos, onde partilho a experiência do caminho. Em termos ge rais, posso dizer que reco mento este percurso, Rota Carmelita, de Coimbra a Fátima. De modo geral, todo o percurso está, exce lentemente, bem marcado, mesmo as variantes, sendo de uma beleza esmagadora e revelando uma oportuni dade de conhecer a região centro com uma profundi dade absolutamente única, de contacto permanente com a natureza. Acrescen to que o percurso é feito por campo, com troços ligeiros de estradas secundárias de pouco movimento (pou co movimento em agosto é sinónimo de nenhum ou pouco no resto do ano) mas para atravessar vilas e campos, apenas por isso. E neste resumo concluo que é uma experiência onde dei xo a minha recomendação, sendo uma experiência que, para mim, será de repetir. E este ano foi único.

Registo que a Rota Carmelita segue o traçado co Caminho Central para Santiago sendo, por isso, as marcações serem comuns, mas devidamente diferen ciadas por cores. Assim sendo, e excepto a última

noite, que a Rota se sepa ra do caminho central, é frequente trocarmos expe riências pois uns vão para cima (Santiago) e outros para baixo (Fátima). Por essa razão, um caminho que seria solitário deixou de o ser. Reforço que, logo na primeira noite, no Al bergue de Coimbra (Rainha Santa) encontrei uma pere grina da Lituânia (Rita, de seu nome), que já vinha a caminhar de Oviedo (As túrias). No total, a Rita ca minhou 31 dias, tendo feito de Oviedo a Santiago (314 kms) e desceu até Fátima (mais 700 kms). Cruzámo -nos em Coimbra e passa mos a caminhar juntos, o que serviu de alento e con forto. Outra experiência engraçada foi em Alvaiáze re, onde encontrei um casal que ia para Santiago. Tro cámos ideias e experiências e “bom caminho”, foi tudo. Agora, sendo eu hospitalei ro voluntário no Albergue de Caminha, ao regressar a casa retomei as minhas actividades de voluntaria do e vim encontrar ambos no albergue de Caminha. A dúvida inicial era: de onde nos conhecemos? O casal é mexicano, nunca fui ao México, por isso daí não seria. No acto do registo, quando referem que come çaram em Fátima, percebi que “foi no caminho”. E claro, festa. Qual a possibi lidade disto acontecer? Foi único, entenda-se.

De resto, e quanto ao caminho, o alerta vai para não fazerem em época de incêndios. Os campos ardi dos eram um dó de alma. A minha sorte é que os mar cos ainda existiam, mas faz

uma dor no peito ver uma paisagem linda toda ardi da. O nosso país, é de facto, magnífico. Deste caminho tragos dois momentos de amargura, os incêndios e o facto de ser o único por tuguês no Caminho (estra nho, não?). Mas pronto.

O caminho começamos com receios e, recordando John Bunyan, do livro “A sabedoria do Peregrino” (2022), considera que “O temor a Deus é o princí pio da sabedoria”. No meu caso, em concreto, confes so que vim mais rico de experiências humanas mas nem por isso mais sábio.

Fiz as minhas reflexões e tirei as minhas análises dos factos, mas foi só. O que não é mau de todo porque o autor refere, no seu livro, que “há gente muito tosca –incapaz de enxergar melhor que uma toupeira ou enten der mais do que uma besta de varga”. Nós costumamos dizer que “pior cego é o que não quer ver”. Em conclu são, recomendo o percurso, feito com calma e sem cor reria, ao ritmo individual, sozinho(a) ou acompanha do(a), pois garanto que fi cará maravilhado(a) com o nosso país. Recomendo mesmo.

edição 102 • outubro 202216 crónica » rota carmelita-fátima

O que é ser peregrino?

Oque é ser peregrino (sem definição de gé nero), é uma questão que nos surge em fases distintas e com análises, também, distintas. Surge antes do ca minho (quando fazemos a nossa opção), durante o ca minho (no momento de afli ção ou de alegria, de solidão e calma, no topo das monta nhas, por cima das nuvens, ou numa planície sem fim) e depois do caminho (quando fazemos a reflexão da mu dança interna) e que para o qual não temos uma res posta objetiva. O caminhar em peregrinação é um acto individual que depende mui

to das motivações de cada pessoa e das crenças, mais ou menos religiosas, e dos objetivos. O que se procura, de facto? A resposta molda -se à medida de cada um(a), uma vez que as circunstân cias proporcionam reflexão.

Este tema surge fruto do convívio do Chá do Pe regrino, promovido pela Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana (AACS Viana), pro movido no passado dia 25 de agosto (acontece todos os dias 25 de cada mês, excep to Dezembro, mais infor mação no site da AACS). O tema para agosto procurava uma definição do que é ser peregrino, saber se há um encontro de ideias. Sendo pertinente, a resposta é in dividual, como os caminhos, assim como circunstancial.

Em regra, todos somos peregrinos, diariamente, independentemente do per curso e da forma em que o fazemos. Mas a definição

que procuramos associa-se aos Caminhos de Fé e re laciona-se com as eternas questões, que surgem an tes do caminho e que nos acompanham durante e de pois, que se prendem com o que nos leva/levou a fazer os Caminhos e porque esta esta opção de caminhar, em detrimento de outras hipóteses possíveis como a família e amigos. Aqui só posso responder por mim, tal como partilhei no Chá, considerando que se prende com as opções no momento, com o que procuramos na vida e o que nos motiva. O que custa é o primeiro pas so, mas o que nos empurra para esse momento? O que procuramos, de facto, e o que encontramos no final? Em resumo, penso que a magia do caminho está den tro de nós.

Fazer o caminho começa muito antes do caminhar. Começa na mentalização para a situação, no acto de

arrumar e planear a mochila, na definição de prioridades e nas escolhas pessoais a car regar connosco, no quê (ou quem) deixamos para trás. Depois do primeiro passo, caminhar é uma acto de entrega, quase num acto de amor e de entrega. Quem já caminhou entende essa op ção, na necessidade que nos leva, ano após ano, a procu rar mais profundamente, e a regressar ao Caminho. Para mim, a verdadeira fase difí cil da peregrinação começa no final de um Caminho e regressamos à vida comum, terminando quando volta mos ao Caminho. Durante o caminho encontro a paz interior que procuro.

Em resumo, penso que ser peregrino é um acto de amor, de entrega e de rece bimento, de partilha com o desconhecido e deixar que a Vida nos conduza. É procu rar um momento só nosso, em que nos encontramos com terceiros que, não co nhecendo, sabemos que fala mos a mesma língua “física”, temos as mesmas dores e onde cada um carrega o seu “fardo” de responsabilidade. Ser peregrino é caminhar no sentido do reencontro con nosco, mais à frente, andan do ou não perdidos. É deixar levar e entregar. É sentir o mundo natural e olhar a vida de forma diferente. Sei que não o único que pensa assim, mas considero que a viagem mais bela é a que se faz sozinho e em liberdade. Como diz o ditado, “se qui ser ir rápido vai sozinho, se quiser ir mais longe leva companhia”.

jornal 17
crónica » ser peregrino

Centro Cultural Praça Marques Júnior

29 de outubro

Espetáculo «A Minha Terra é Viana»

Organização: AGFAM - Associação de Grupos Folclóricos do Alto Minho e Câmara Municipal de Viana do Castelo

Tendo este ano como tema principal o Mar, a 6ª edição do evento bianual “A Minha Terra é Viana” é um espetáculo que homenageia e divulga a cultura tradicional vianesa.

Teatro Municipal Sá de Miranda Rua Sá de Miranda 21 de outubro

Já Morri Mais Vezes do que Aquilo que Devia

Apoio: Câmara Municipal de Viana do Castelo

Todos nós temos segredos. Todas as famílias têm segredos. Alguns segredos são mais difíceis de revelar do que outros. Ou de descobrir. E se de repente tudo à nossa volta for mentira? E se de repente a nossa mentira for engolida por uma mentira maior? Há mentiras maiores?

Campo de regatas Viana do Castelo 21 a 23 de outubro

Semana do Atlântico 2022

VIII Troféu Cidade de Viana do Castelo

Nos dias de 21 a 23 de outubro vai-se disputar a Semana do Atlântico 2022, a VIII edição do Troféu Cidade de Viana do Castelo - Meeting Internacional de Optimist. É uma organização do Clube de Vela de Viana do Castelo.

edição 102 • outubro 202218 agenda cultural » viana do castelo

O pulsar da sociedade O suicídio e a eutanásia

do ao ser humano, por isso não vejo qualquer óbice e repugnância, nessa eventual pretensão.

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

Airreversível dicotomia, entre o suicídio e a eutanásia, é visível quan do ambas manifestações, convergem numa perspeti va irredutível, assumindo a convicção de porem térmi no á própria vida, imbuído num tropismo dilacerante a nível mental e patológico. Contudo e não obstante essa desgraça, entendi suscitar uma opinião diametralmen te oposta, acerca das duas preposições.

Não achando que o sui cídio seja a solução mais correta, para fugirmos às agruras e inquietudes que a vida proporciona, no que diz respeito á Eutanásia perce bo perfeitamente as razões tangíveis, que fundamentam essa decisão, face á erosão incomensurável e sofrimento insuportável, que é imputa

No caso do suicídio, essa minha perceção discor dante, é transversal a todos contextos de suicídio, como solução insanável, todavia ela é mais evidente, quando a disposição é extrapolada de forma precipitada, devi do a uma onda histriónica, em que a racionalidade e o discernimento, são postos de lado, designadamente quando são perpetuadas por jovens ou pessoas mais maduras, numa semânti ca de dissolução amorosa, ou gerado por intempes tiva discussão ou enleio momentâneo. Porém com menos perplexidade, vejo o suicídio, a ser averbado por questões económicas, ou por questões de violência física e bullying, porque na constância desse desespero, existe uma hipotética refle xão, que não foi eficaz, de vido á situação perniciosa, que é notoriamente nefasta, designadamente por o ser humano não conseguir dis cernir uma luz redentora ao

fundo do túnel. Com poucas reticências e entraves, cito a complexidade acerca de um suicídio de natureza exclusi vamente psicológica, aliado a um notório distúrbio e de sequilíbrio mental, que po tencia uma depressão aguda de grande dimensão, que pode ocasionar o inevitável suicídio, quando nenhuma ação medicamentosa é ca paz de contrariar a evolução pungente da doença, pois mentalmente o individuo, já não consegue reagir animi camente aos estímulos aven tados por fármacos, nem vê na própria sociedade, sinais encorajadores para prosse guir com a sua vida.

Noutro paralelo está a Eutanásia, notando-se uma crispação ideológica, entre dois blocos, numa divisão bastante protuberante entre conservadores e progres sistas, em que os primeiros defendem que o direito á vida é obviamente inviolá vel, retificado pelas cons tituições mais democráti cas e pluralistas de todo o mundo, apregoando com um descarte subliminar que a eutanásia pode permitir abusos e deturpações, numa tentativa de contornar uma lei taxativa e tecnicamente escrutinada. Em total desa cordo estão os progressistas que realçam a consciência e a subjetividade endógena do individuo, que num estado degenerativo, profunda de terioração física e mental, dor intensa e em fase ter minal, pode -se pronunciar solicitando veementemente a sua morte, com o bene plácito da regulação médica

previamente assistida.

Para sintetizar numa bre ve súmula, a minha razão de ser a favor da eutanásia, basta dar um exemplo, que é pouco comum felizmen te, mas que pode acontecer num âmbito de um acidente de viação, num incêndio, ou de uma queda vertiginosa, supondo que após uma ocor rência lutuosa deste género, um determinado individuo fica univocamente desfigu rado, cego, surdo e tetra plégico, sendo que após esta combinação desditosa de fatores, ele ainda terá vonta de de viver? Se fosse comigo ou com uma pessoa com um mínimo de sensatez, caráter e acutilância, dificilmente aceitaria continuar com a sua vida, nestas condições dantescas.

Parafraseando esta anuência fatalista, entre o suicídio e a eutanásia, posso adiantar que ambos conver gem na rendição do homem, perante a vida, pois não con segue usufruir dela, com a sua plena liberdade, felicida de, utilidade e fruição, como também não pode rebater as adversidades e simulta neamente, se retratar com a viçosa fluência da vida em sociedade.

jornal 19 Publicidade
crónica » o pulsar da sociedade

É proibido ser patriótico?

em 1935 o documentário

Uma das consequências das ditaduras é o medo de se ser patriótico.

Invariavelmente qual quer tentativa de mostrar algum tipo de patriotismo é quase sempre vista como extremista ou fascista, o que é pena pois eu não consigo negar para mim próprio o meu patriotismo, o amor pelo meu país.

Eu reclamo para mim o direito de mostrar o meu pa triotismo sem ser considera do fascista.

Uma coisa comum acon teceu em todos os países que viveram uma ditadura, seja militar ou não, que é o fac to de que muitas músicas ou livros que conseguiram ser editados em tempos de di tadura, os seus autores são sempre considerados “coni ventes” com a mesma.

Em Portugal aconteceu um exemplo flagrante do que estou a falar, a nossa maior fadista Amália Rodrigues era aceite pelo regime fas cista de Salazar e ela, como a política não lhe interessa va, não dava importância a isso porque era uma pessoa modesta e simples. Em con sequência disso foi conside rada uma conivente com o regime do fascista Salazar.

Felizmente também há exceções ao que me estou a referir. A realizadora alemã a Leni Riefenstahl realizou

“o triunfo da vontade” que é nitidamente um filme de propaganda fascista de Hi tler e mesmo assim o filme é considerado por muitos uma obra-prima do cinema documental.

Eu pessoalmente fiquei chocado quando soube que uma música que eu ouvia na minha infância no Carnaval é considerada uma música de cariz político ligada à ditadura militar que existiu no Brasil e até foi usada por políticos com fins políticos.

O que é triste porque para mim a música dos “in críveis” chamada “eu te amo meu Brasil” é uma saudosa e querida memória dos carna vais da minha infância.

A música chama-se “eu te amo meu Brasil” e que mal tem isso, será que eu se fosse brasileiro não podia amar o meu país sem que isso seja considerado um comporta mento extremista ou dizer que amo o meu país sem ser considerado fascista.

A letra da música “eu te amo meu Brasil” fala so bre as várias razões para se amar o Brasil e isso não tem mal nenhum e é assim que deveria ser em todos os países do mundo mesmo os com ditaduras pois até nes ses países os seus habitantes também os amam indepen dentemente de quem os go verna (felizmente os seus governos não são represen tativos dos seus habitantes)

Eu até compreendo o medo que os partidos de es querda têm do fascismo em Portugal pois alguns deles lutaram ativamente contra a ditadura fascista de Salazar.

E a emergente subida de poder de partidos extre

mistas também não ajuda, não podemos esquecer que algumas ditaduras começa ram assim, devagar e existe sempre o risco de voltar a acontecer.

Mas isso não tem nada a ver com patriotismo pois eu acho que qualquer regime que seja ditatorial e que não respeita a vontade de todo o seu povo não é patriota em bora muitas vezes se recla me como tal.

Eu acho que toda a gen te deve ter o direito de re clamar o seu patriotismo democraticamente sem ser considerado extremista ou fascista independentemente da opinião de qualquer par

tido seja de esquerda seja de direita.

Patriotismo é amar o seu país e amar não é de esquer da ou de direita, é apenas amar

Mais uma vez digo, eu reclamo para mim o direito de amar o meu país, a minha linda bandeira e principal mente o meu Hino Nacional sem ser considerado fascista, pois eu acho que me repre senta, e vou mais longe, a melodia dos acordes iniciais da “Portuguesa” têm uma melancolia que representa bem o povo português. Essa melancolia é o nosso “fado”, o nosso “destino”

POEMA OUTUBRO

Sensualidade

Adoro a tua sensualidade

Tu és a mulher sem medo

Com uma beleza sem idade Quero amar-te em segredo

Teu corpo também sensual Que mostras sem pudor

É uma beleza sem igual Pois tudo em ti é amor

Qualquer um consegue ver Sensualidade que há em ti Que és bonita de morrer corpo que eu nunca senti

E quando tu ficas excitada

O teu corpo enlouquece

E como tu és apaixonada

Assim o teu corpo aquece

edição 102 • outubro 202220
opinião » patriotismo
americosantos1927@gmail.com

Agência

AGRADECIMENTO

81 anos Maria Otília de Oliveira Martins

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

63 anos

AGRADECIMENTO

José Manuel Branco da Costa

Balugães – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

79 anos

AGRADECIMENTO

Lúcia de Fátima Carvalho da Silva Campos

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

60 anos

AGRADECIMENTO

José Maria de Barros Mendes

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

52 anos

AGRADECIMENTO

António Manuel Alves da Silva

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

jornal 21
A
Funerária Tilheiro Tel: 258 971 259 Tlm: 962 903 471 www.funerariatilheiro.com Barroselas necrologia

62 anos

AGRADECIMENTO

Teresa de Jesus Santos Lima de Sousa Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

AGRADECIMENTO

84 anos Maria Celeste Caridade Rodrigues

Aguiar – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

AGRADECIMENTO

84 anos António Martins de Freitas

Fragoso – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

AGRADECIMENTO

88 anos Rosa Odete Ribeiro de Miranda Tregosa – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

AGRADECIMENTO

74 anos Daniel Rodrigues Lima

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

89 anos

AGRADECIMENTO

João de Deus Miranda da Silva Poiares – Ponte de Lima

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

93 anos

AGRADECIMENTO

Albina Rodrigues Linheiro Mujães – Barroselas

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

83 anos

AGRADECIMENTO

Maria Alice de Sousa Leite Maciel

Tregosa – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

82 anos

AGRADECIMENTO

José Maria Silva de Sousa Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

edição 102 • outubro 202222 necrologia

AGRADECIMENTO

94 anos Rosa Gonçalves

Poiares – Ponte de Lima

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

83 anos

AGRADECIMENTO

Aurélio da Costa Cruz

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

73 anos

AGRADECIMENTO

Maria de Lurdes Lima Correia

Subportela – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

AGRADECIMENTO

84 anos Maria Lindalva da Costa Domingues

Aldreu – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

51 anos

AGRADECIMENTO

Patrício da Rocha Silva Aldreu – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

65 anos

AGRADECIMENTO

António Pimenta da Rocha Aldreu – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

56 anos

AGRADECIMENTO

Maria Adelaide Pereira de Barros de Sousa

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

50 anos

AGRADECIMENTO

Rui Manuel Miranda Lima

Mujães – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

84 anos

AGRADECIMENTO

Maria Eulália Rodrigues de Oliveira Subportela –Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agrade cer a todas as pessoas que participa ram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

jornal 23
necrologia
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.