Jornal novoalmourol agosto 15 411

Page 1

Novo

Almourol

AGOSTO 15 | N°411 | ANO XXXIV | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRETOR RICARDO ALVES | MÉDIO TEJO

Bons Sons e boas vibrações na aldeia Carlos Manuel Martins

O verão de Cem Soldos, Tomar, é feito de música, exposições, alegria, amizade e comunidade. os melhores artistas nacionais desfilam entre 13 e 16 de agosto na aldeia p15,16&17

p03

p04e05

Incêndio destruiu o que pode em quatro concelhos, à boleia do vento forte e mato seco As populações dos concelhos de Tomar, Vila Nova da Barquinha, Constância e Abrantes viveram com as chamas durante três dias. As temperaturas altas e o vento forte levaram à chamada de mais de 500 operacionais de todo o país.

p09

Primeira grande superfície comercial em VN Barquinha

Tomada de posse

Paulo Tavares tomou posse como novo diretor do agrupamento de escolas de Vila Nova da Barquinha, sucedendo a Antónia Coelho, diretora durante 14 anos. Pela frente, diretor e sua equipa enfrentam uma avaliação externa pouco abonatória para o agrupamento, realizada no início de 2015. O auditório da Escola D. Maria II encheu para dar as boas vindas ao novo diretor.

p09

Primeiro elétrico português O Veeco é o primeiro carro desportivo e eléctrico "made in Portugal" e o protótipo foi construído no Entroncamento. Será produzido na Fibrauto, em Serzedo e vendido em 2016.

Vila Nova da Barquinha já viu abrir, no dia 30 de julho, o novo Supermercado Intermarché. É o primeiro empreendimento de tal dimensão no concelho e reduz a dependência do concelho vizinho, mais apetrechado de comércio. O que para muitos era uma impossibilidade há um ano, é agora realidade.


02 CURTAS & GROSSAS Peixes Mortos no Nabão

Uma elevada quantidade de peixes mortos no rio Nabão no açude da Matrena, Tomar foi denunciada pelo grupo ecologista Aqua Tomar. A origem poderá estar relacionada com a ribeira da Bezelga, onde escoa a Estação de Tratamento de Águas Residuais municipal mas a associação desconfia de uma descarga clandestina. Em comunicado, o Município de Tomar informou que “entrou em ação logo que a GNR solicitou o seu apoio”, contactou a Agência Portuguesa do Ambiente e “deslocou de imediato para o local os serviços de Proteção Civil, Bombeiros e Obras Municipais”. Após enterrar os peixes, o município, informa a nota, procedeu “à limpeza do troço do rio, nomeadamente recorrendo a descargas no açude do Flecheiro com vista a melhorar a oxigenação das águas”.

AGOSTO 2015

NovoAlmourol Programa de mediação junto de etnias ciganas encerrado

Carnaval em Limeiras chegou cedo

Limeiras, freguesia de Praia do Ribatejo, concelho de VN Barquinha, organizaou nos dias 1, 2 e 3 de Agosto, os tradicionais festejos em honra de São João Baptista e N. Sra da Conceição. A mais antiga escola de samba do país - Bota no Rego de Sesimbra - atuou no primeiro dia de festejos. Em Limeiras festejou-se o Carnaval como deve ser, com muito calor e alegria. Foto: José Neves

A Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior (Tagus) prevê que empresários e entidades diversas do sector do turismo invistam na região mais de 5 milhões de euros com recurso aos novos apoios comunitárioso.

↑ rio acima Paulo Tavares Tomou posse como diretor do agrupamento de escolas de VN Barquinha e agora espera-se que alcance os seus objetivos. o concelho não pode esperar mais.

2011 O ano de início das obras de requalificação da Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, interrompidas em setembro de 2012, e agora concluídas. Um investimento de 14 milhões de euros.

O programa de mediação cultural de Abrantes que tinha como responsável Tânia Sousa, uma mulher cigana que desde 2011 trabalhava junto de 40 famílias de etnia cigana, chega ao fim por falta de renovação do projeto. Segundo a autarquia abrantina, o Governo não disponibilizou os meios para continuar o trabalho. O programa terminava em Junho. Tânia Sousa trabalhou como mediadora municipal desenvolvendo um elo de ligação entre a autarquia, população e serviços públicos locais do Estado e a comunidade cigana. Tânia Sousa incidia o seu trabalho nas necessidades de assiduidade escolar, acesso a cuidados básicos de saúde e empregabilidade, tentando sensibilizar a comunidade.

Abrantes apresentou Plano Estratégico Municipal 2020 A Câmara Municipal de Abrantes aprovou o Plano Estratégico Abrantes 2020 que terá um custo no seu programa de ação de cerca de 94 milhões de euros. O documento aprovado pela maioria socialista contém dez linhas estratégicas de intervenção, a saber: Promoção da Eficiência Energética e das Energias Renováveis; a Valorização Ambiental e Prevenção de Riscos; a Reabilitação Urbana e Ordenamento do Território; a Estruturação e Promoção do Potencial Turístico; a Atração e Dinamização da Iniciativa Empresarial; a Qualificação e Facilitação do Ambiente de Negócio; a Inclusão Social e Coesão Territorial; a Promoção do Bem-Estar e da Qualidade de Vida e a Educação e Qualificação do Capital Humano. A apresentação do plano estratégico realizou-se no dia 7 de julho no Edifício Pirâmide em Abrantes.

Francisca Laia

Cem Soldos

A canoísta onquistou a medalha de prata no Mundial de sub-23, em K1 200 metros. O seu grande objetivo é a presença nos Jogos Olímpicos. A atleta abrantina está no bom caminho

Impressionante o espiríto comunitário da aldeia tomarense. Um dos melhores festivais de verão está já pronto a começar e a qualidade chama 40 mil visitantes

↓ rio abaixo Parque Escolar

Obras paradas

Nos últimos quatro anos, metade da escola D. Manuel Fernandes, em Abrantes funcionou em 30 monoblocos alugados. A empresa Parque Escolar alegou em 2012 dificuldades de financiamento

A construção do Centro Escolar de Montalvo, em Constância, parou em maio devido a dificuldades financeiras do empreiteiro a quem foram adjudicados os trabalhos. Não abrirá no próximo ano letivo.

Mediação interrompida

Era um projeto corajoso e com visão. A mediação cultural com a comunidade cigana abrantina acaba ao fim de quatro anos. Tânia Sousa provou que era possível criar pontes.


EDUCAÇÂO 03

AGOSTO 2015

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

VN BARQUINHA

Novo diretor do agrupamento de escolas para uma "escola de excelência" Paulo Tavares foi eleito novo diretor do Agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha e deixou bem claro, no dia da sua tomada de posse, que quer envolver toda a comunidade educativa para alcançar o objetivo de construção de uma escola de excelência TEXTO&FOTOS RICARDO ALVES

O auditório da Escola D. Maria II encheu para dar as boas vindas a Paulo Tavares, diretor eleito para dirigir os destinos do agrupamento de Escolas de Vila Nova da Barquinha (VNB) nos próximos quatro anos. Aconteceu no dia 14 de julho, ao fim da tarde, e contou com um panóplia alargada de convidados e representantes variados de entidades do concelho e da região. Presente nesta cerimónia, abrilhantada pela narração de duas alunas da escola e, no final, de um momento de poesia de alunos que fazem parte de um grupo de teatro da mesma, esteve Luísa Oliveira, Diretora Geral da Direção Geral da Administração Escolar. As expectativas, essas, estão no máximo. Na verdade, não se trata de uma novidade total. Paulo Tavares, professor de matemática, há muito é conhecido da comunidade escolar, facto frequentemente assinalado durante a cerimónia. O projeto de Paulo Tavares visa criar uma escola de excelência. Para isso, como assinalou o presidente da Câmara Municipal de VNB, Fernando Freire, conta com infra-estruturas já construídas no valor de 11 Milhões de euros. Paulo Tavares afirmou que os tempos não serão fáceis, perante o olhar de Antónia

Paulo Tavares no discurso após tomada de posse.

"(...) acredito que com uma liderança partilhada será possível adotar uma gestão democrática e de proximidade com todos." Coelho, diretora que abandona o cargo após 14 anos de liderança, “tenho plena consciência que os tempos que se adivinham são complexos do ponto de vista a otimizar os constrangimentos apontados pela última avaliação externa realizada ao nosso agrupamento. Contudo, acredito que com uma liderança partilhada será possível adotar uma gestão democrática e de proximidade com todos os intervenientes no processo educativo”. Para tal desiderato, Paulo Tavares vai procurar estabelecer “sinergias pró-activas” e “valorizar as pessoas”. Também as “estruturas de lideran-

Paulo Tavares (de costas na mesa) sentiu a esperança que a comunidade deposita na sua liderança depois de anos conturbados.

A hora do adeus de Antónia Coelho, diretora durante 14 anos

Última avaliação externa (pouco positiva) deixa antever necessidade de grandes mudanças

ça intermédia terão um papel fundamental nesta dinâmica mas também todos aqueles que fazem parte deste agrupamento”, assegurou. Enaltecendo o “magnífico parque escolar que tanto nos orgulha”, o novo diretor listou os eixos fundamentais em que o seu projeto educativo se norteia, “organização e gestão pedagógica, no sucesso educativo e no combate ao abandono escolar, num clima de segurança e de disciplina, na gestão administrativa e financeira, na gestão de recursos humanos, de espaços físicos, materiais, formação pessoal, avaliação interna e externa, articulação escola, família, município e comunidade”, afirmou convicto o novo líder.

O ato solene de tomada de posse foi firmado pelo novo Diretor e pela Presidente do Conselho Geral, Lia Ribeiro, que se junta à equipa de Paulo Tavares. No auditório a cerimónia começou com uma sessão de trabalhos do Conselho geral de Educação do concelho, presidida, precisamente, por Lia Ribeiro, desta feita pública. Paulo Tavares será o diretor para o quadriénio 20152019 e apresentou a equipa que o acompanhará: Inês Alexandre, subdiretora, Alexandra Costa, professora adjunta, Valter Caldeira, professor adjunto, Lia Ribeiro, professora adjunta e Ana Salas, coordenadora dos diretores de turma.―


04 CRÓNICA

AGOSTO 2015

NovoAlmourol

INCÊNDIOS

As hortas de fogo e as florestas de chamas

Durante três dias as chamas não deram tréguas às populações dos concelhos de Tomar, Vila Nova da Barquinha, Constância e Abrantes, nem aos cerca de 500 operacionais que lutaram contra fortes e irregulares ventos e o calor abrasador de julho TEXTO&FOTOS RICARDO ALVES

Dois bombeiros de Olivais e Portela conversam com o NA junto a um conjunto de pequenas pinheiras em Madeiras, concelho de Vila Nova da Barquinha. É terça feira, dia 7, 19h00. As pinheiras salvaram-se mas todos os cuidados são poucos. Outros bombeiros, da mesma corporação, tentam acalmar um sobreiro que teima em não descansar as labaredas. As poucas oliveiras que ali existem ainda fumegam e assim ficarão durante as próximas 48 horas. No fundo do pequeno vale, onde as pinheiras na encosta tentam sacudir as cinzas, o canavial ainda esperneia, com estalidos de guerra. Os dois bombeiros de Olivais e Portela contam que horas antes, de manhã, tinham falado de Abrantes e Constância e do fato de há algum tempo não terem notícias das chamas por aí. Horas depois eram chamados para ajudar os colegas, juntando-se aos cerca de 500 operacionais no terreno que combatiam as chamas ferozes que viajaram do concelho de Tomar, pululando de encosta em encosta ao sabor do forte vento. “Há muito combustível para arder, basta começar”, dizia um dos bombeiros enquanto bebia de uma garrafa de leite. É cíclico, parecia querer dizer o outro bombeiro, de cara tapada com um lenço branco encardido. “Vai ser um Verão terrível”, finalizou cabisbaixo, antes de se juntar aos colegas que acalmavam o sobreiro. No fundo do pequeno vale encontram-se populares, que estiveram junto às pinheiras e um conjunto de imponentes eucaliptos que escaparam à fúria das chamas. Foram eles, cerca de quatro, que se mantiveram junto às pinheiras, perto de uma casa abandonada e que é há alguns anos “habitada” por um senhor peculiar, um ermita quase,

Em Limeiras (VN Barquinha) as chamas atacaram em força deixando transfigurada a paisagem

Na noite de terça-feira, Constância encontrava-se sob um manto de fumo e entre as ruas centenas de luzes dos bombeiros piscavam

Incêndio começou no concelho de Tomar e rapidamente se propagou aos con concelhos de VN Barquinha, Constância e Abrantes. O vento forte não deu tréguas

que afugentaram as chamas e as impediram de galgar a encosta, quiçá saltando a estrada para uma zona de quintas e fazendas. Com pequenos ramos arrancados de oliveiras e das próprias pinheiras, os populares aguardaram por um bafejo menos enérgico do vento e atacaram as chamas que prosseguiam rasteiras. Ali se deteve, mas as chamas arrepiaram caminho por entre o vale, sentindo não serem desejadas daquele lado do monte.

as chamas a aparecer dez, vinte metros mais à frente, como se de uma corrida de velocidade se tratasse. Um habitante encontra-se no topo de um largo monte de terra e veste-se de branco. Não dá para vislumbrar o que é. Atrás de nós uma vizinha diz preocupada, “vai ver das abelhas!”. Pôs o capacete e máscara de apicultor e desapareceu por detrás do monte. O fogo lavrava a cem metros. Não se sabe se salvou as colmeias, mas não há víti-

Cerca de uma hora antes olhava-se o fumo na estrada que dá acesso a Limeiras. Os bombeiros e Guarda Nacional Republicana fecharam a estrada. A poucas dezenas de metros as chamas devoram tudo. O vento sopra forte, muito forte, e com laivos de soberano, rosna noutras direções, inconstante. Quando chega a um campo aberto, de mato alto e seco, o fogo ganha asas, velocidade. O vento antecipa-lhe os passos e muitas vezes se vê

mas mortais do fogo, “apenas” sete pessoas ficaram feridas, dois civis e cinco bombeiros. Para trás ficou a aldeia de Portela, no concelho de Tomar, onde tudo começou por volta das 12h50. Em Vila Nova da Barquinha, mais tarde, soariam as sirenes, frenéticas. Um contato do NA com os Bombeiros Voluntários da vila fez saber o pior: “entrou agora no concelho, está no Cafuz!”. Três dias depois, o lugar está irreconhecível. Também as Limeiras, Constância e Montalvo. Depois da Portela, Tomar, o incêndio alastrou aos concelhos vizinhos de Vila Nova da Barquinha, Constância e Abrantes. Os 500 operacionais apoiados por 147 viaturas e algumas máquinas de rasto e sete meios aéreos não tiveram mão as medir. Na noite de terça feira ainda o fogo se mantinha forte. A parte alta de Constância, junto às escolas e também aquela junto ao Centro de Ciência Viva e Quinta de Sta Bárbara, foi dizimada.


INCÊNDIOS 05

AGOSTO 2015

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

Horas antes, pelas 17h00, as chamas chegaram ao concelho. Os bombeiros concentraram-se nas habitações, na salvaguarda das casas das pessoas, priorizando aquelas que são de primeira habitação. Em Tomar ardeu uma viatura de um “curioso”, que quis ver de bem perto as chamas e não contou com o bafejo destemido do vento. Outras duas terão ardido, pelas mesmas razões. Na noite de terça-feira, Constância, a vila poema, parecia em estado de sítio. Coberta de um fumo espesso e “adornada” pelas luzes das viaturas de socorro que repousavam nas suas ruas. As chamas viam-se ora fortes, ora calmas, mas nunca deixavam de se ver. Do outro lado do rio, a sul, são avistadas mais chamas, prontamente combatidas pelos bombeiros. A A23 está cortada, a ponte que liga os concelhos de Vila Nova da Barquinha e Constância, para a vila, também já esteve cortada, bem como a A13. Ninguém passa pelas estradas que dão acesso a Castelo do Bode, por Constância, e a Madeiras e Limeiras, pela Barquinha. O incêndio “passeia” altivo e gozão por cima do seu eterno inimigo, a água, do Zêzere, fazendo pouco caso dos homens e mulheres que abnegadamente nos tentam proteger dele. A noite trouxe, no entanto, alguma calma. Mas os rostos dos bombeiros não tranquilizam quem se detém a olhar mais de dois segundos para eles. A noite será longa. Os populares fazem o rescaldo visual, caravanas de curiosos “passeiam” pelos escombros de janelas fechadas e ar condicionado ligado. No topo de Constância tudo fumega. O caminho até ao Centro de Ciência Viva é desolador e assemelha-se a uma procissão, com pequenos focos de chamas que devoram lentamente as estacas colocadas ao longo da estrada. Quarta-feira, dia 8, acorda com o mesmo cheiro. A tensão é menor mas teme-se o aumento do calor com o desenrolar do dia. Há bombeiros que dormem nas paragens de autocarro de Limeiras, debaixo de árvores que escaparam às chamas, nas sombras desenhadas pelas casas antigas de Constância. De manhã, em Madeiras, houve um de vários reacendimentos. A besta queria mais, nomeadamente as tenras e jovens pinheiras. Os Bombeiros, em alerta, acorre-

ram prontamente e placaram a investida, quiçá planeada de dentro do sobreiro. Era hora de almoço – se é que nestas alturas se pode marcar hora de almoço – e os bombeiros acalmam o estômago com a fruta, as bebidas e demais alimentos que os populares assolados lhes dão. Pouco depois das 14h00, uma coluna de fumo irrompe

base e, incrivelmente, saltou o asfalto da pista e queima pequenos arbustos a cinquenta metros da cerca. Viajou numa fagulha e ali aterrou e se instalou, a cerca de 700 metros de onde começou a arder. Os presidentes da junta de Freguesia de Praia do Ribatejo e da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, olham incrédulos e preocupados. Por

Bombeiros de Évora aproveitam para descansar em Limeiras depois de uma noite de combate às chamas

O rebentamento de um pneu de um veículo pesado na A23, acabaria por causar novo e separado incêndio na Base Aérea de Tancos

pelo horizonte. O NA está em Constância, junto ao Zêzere. Madeiras arde de novo, pensamos, um reacendimento, lamentamos. As sirenes voltam a soar e os motores aceleram pela ponte. Seguimos o seu rasto até junto da ponte que atravessa a A23, em Madeiras. O fogo alastra no que parecem ser os terrenos dentro do perímetro da Base Aérea de Tancos, junto à pista. O NA segue para a reta que, normalmente, alberga os curiosos dos aviões. Desta vez as razões para a concentração de viaturas e populares é outra. O fogo está dentro da

mo à evacuação por precaução da população residente. Não valia a pena semear o pânico. Os militares avisariam se tal fosse necessário. Não foi. O fumo negro permanece em maioria. O branco dá ares da sua graça muito intermitentemente. Mais viaturas acorrem ao local, por estradas sinuosas, de terra e “calhaus”, acercando-se do local à lenta velocidade permitida. Os militares dentro da Base tentam que as chamas não ataquem a antiga Base Aérea 3. O trabalho prosseguiria durante a tarde com todos os cuidados a serem poucos. Um dia depois, na

cima das cabeças voam cinzas, pedaços de árvores, uns ainda em brasa, outros à espera de pousar e serem apenas pó. Perguntamos se foi um reacendimento ou se foi uma projeção do incêndio de Tomar. “Não”, responde prontamente o proprietário do Restaurante “O Almourol”, “foi um camião que se incendiou na A23 e passou as chamas”. Não bastava o “outro” indomável. Os populares fala no paiol e relembram uma grande explosão há muitos anos atrás, que partiu vidros de janelas dos habitantes de Madeiras e Fonte Santa, e que levou mes-

Período crítico vigora até 30 de Setembro Decorre até 30 de Setembro o período legalmente considerado perigoso quanto ao risco de incêndio que se verifica no verão, com temperaturas elevadas e humidade relativa do ar baixa. Em particular nesta época, cada cidadão deve adotar uma atitude preventiva e de vigilância, com o intuito de evitar os fogos ou minimizar os seus efeitos. O designado “período crítico” vigora de 1 de Julho a 30 de Setembro, tal como estabelecido pelo respectivo diploma legal – a portaria nº 180/2015 do Diário da República n.º 118, Série I, de 19 de Junho, no âmbito

do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Nesta época, pelo perigo que essas acções acarretam, nos espaços florestais e agrícolas, é proibido fumar, fazer lume ou fogueiras, fazer queimas ou queimada, lançar foguetes e balões de mecha acesa, fumigar ou desinfestar apiários salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas, a circulação de tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa-chamas nos tubos de escape ou chaminés.

Neste período, em todos os espaços rurais, a utilização de fogode-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, está sujeito a autorização prévia da câmara municipal, o qual deve ser solicitado com 15 dias de antecedência. Em caso de precipitação, mantém-se as restrições. Em caso de dúvida, deverá ser contactado o Gabinete Florestal da respetiva autarquia. Em caso de avistamento de incêndio o alerta poderá ser dado para o número 112 ou o 117. O informador deverá ser tão claro e preciso quanto possível nas informações que fornecer.―

quinta feira, dia 9, aconteceria novo reacendimento, na junto à localidade de Sobrado, no limiar dos concelhos de Tomar e Vila Nova da Barquinha. Entretanto, tudo se acalmou. Durante três dias viveu-se um pesadelo. As populações viram as suas ruas e estradas adornadas de cinzento, num ápice. Para muitos que moram nos locais afetados, foi-se parte da subsistência, uma pequena horta aqui, uma fiada de eucaliptos ali, sobreiros, árvores de fruto, entre outros. A incredulidade juntou-se à impotência. No Cafuz, Matos e Limeiras, o cenário outrora verdejante, a vegetação que dava uma imagem de beleza às encostas que só acabam no Rio Zêzere, foi substituída pelo negro. Em Cafuz, uma equipa de reportagem da TVI montou camera numa curva da estrada, no meio de um dos vales assolados. O pivot, de costas para a paisagem e para o curso do Zêzere, entrou em direto. Munido de um papel com anotações, lá gravou a sua peça para enviar para a regie do canal. Leu, gravou, enviou. Não precisava de ler nada, apenas ficar parado em frente à objetiva e deixar que o cinzento a perder de vista falasse por si. Três dias para esquecer que é bom que não sejam esquecidos. O verão ainda não vai alto mas o inferno já desceu à terra. Todo o cuidado é pouco.―


06 PRESENTE

AGOSTO 2015

NovoAlmourol


NÓS 07

AGOSTO 2015

NOVOALMOUROL.WORDPRESS.COM

VN BARQUINHA

SARDOAL

Município cria Área Aplicação móvel “Descubra de Reabilitação Vila Nova da Barquinha” disponível para smartphones Urbana TEXTO NA

TEXTO NA

A Vila Nova da Barquinha que pensa conhecer e a que nunca pensou descobrir. Das experiências aos monumentos, dos melhores restaurantes aos melhores hotéis até aos melhores programas culturais. Tudo o que precisa para viver Vila Nova da Barquinha numa App, no seu Smartphone ou tablet. Está disponível desde o início de Julho a nova aplicação, com toda a informação turística do concelho, que poderá ser consultada num mapa interativo ou através de vários menus com informação sobre locais a descobrir, museus, aventura, património, restaurantes, alojamento, agenda cultural e todas as informações úteis sobre Vila Nova da Barquinha. A criação da aplicação móvel é uma ação que se integra no

A tecnologia ao serviço do turismo

projeto intermunicipal “Afirmação Territorial do Médio Tejo” da CIM, tendo sido desenvolvida pela agência criativa Digital Gravity Level.

Está disponível para download gratuito na App Store, Google Play Store e Windows Phone Store, ou em www.descubra.pt.―

VN BARQUINHA

Creche com horário alargado para as famílias TEXTO NA

A Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha (VNB) e a o Instituto da Segurança Social (ISS) de Santarém, assinaram um protocolo de cooperação qe vai permitir a abertura da Creche em horário alargado. A asinatura do protocolo realizaou-se no dia 31 de julho e contou com as assinatu-

Hélder Silva e Tiago Leite

ras de Heldér Silva, provedor da Santa Casa de VNB e de Tiago Leite, diretor do ISS de Santarém. O acordo entre as partes surge na necessidade de dar uma resposta mais eficaz às necessidades das famílias do concelho, nomeadamente, através do horário alargado da creche tendo em conta os horários laborais das famílias.―

Enquadrado no panorama atual que remete para a reabilitação e requalificação dos núcleos urbanos, foi publicada em Diário da República, em 9 de julho último, a delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Sardoal. Este documento foi elaborado com base em estudos e análises, desenvolvidos pela Município de Sardoal, com o objetivo de estabelecer uma estratégia que visa melhorar a qualidade urbana da Vila e impulsionar a regeneração demográfica e o investimento económico. A delimitação da ARU de Sardoal já tinha sido aprovada em Reunião de Câmara Municipal, em 22 de abril, e pela Assembleia Municipal em 29 de abril. A aprovação deste documento veio atribuir a essa área um

AMBIENTE

conjunto significativo de efeitos, destacando-se, entre estes, a definição de benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património, assim como a atribuição aos proprietários de apoios e incentivos fiscais e financeiros relativos à reabilitação urbana. Refira-se que por Área de Reabilitação Urbana se designa a área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana.―

"Agir em Defesa do Tejo" TEXTO NA

O proTEJO – Movimento Pelo Tejo - realizou, no dia 2 de Agosto, a sua Assembleia Geral onde estiveram representados a QUERCUS, a Ecocartaxo, o Movimento Ecologista do Vale de Santarém, o Movimento Cívico Ar Puro, o Observatório Ambiental do rio Tejo e o Vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Abrantes Manuel Valamatos. Os trabalhos da reunião resultaram nas seguintes decisões: Preparar as alegações ao Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo até 12 de Outubro

de 2015 tendo em vista propor medidas que contribuam construtivamente para a resolução dos problemas ambientais do Tejo; Mostrar indignação ao Governo e à Agência Portuguesa do Ambiente pela escassez de meios de fiscalização face aos recorrentes episódios de gravosa poluição e reduzidos caudais que têm vindo a assolar a bacia do Tejo; Criar uma rede de vigilância dos fenómenos de poluição e da falta de caudais pelos cidadãos tendo em vista que os infratores sejam denunciados às entidades responsáveis pela fiscalização ambiental e consequentemente penalizados e sancionados.―


08 ARQUEOLOGIA

AGOSTO 2015

NovoAlmourol

Contributo para a História da Investigação Arqueológica de VNB

VIII: O primeiro esboço de carta arqueológica do concelho Júlio Manuel Pereira Investigador de História Local Mestre em Pré-História e Arqueologia

Aproveitando o entusiasmo que se estava a verificar entre os jovens – já não apenas da Barquinha, mas também do Entroncamento – ocorreu-me que seria interessante realizar-se um Programa de Aproveitamento de Tempos Livres de carácter arqueológico, destinado à juventude. Havia, porém, um problema: nem eu nem o Zé Gomes tínhamos disponibilidade para o encabeçar. Haveria de ser o José Gomes quem encontraria a solução. No Entroncamento, onde ele então residia, morava também uma jovem recém-formada em Arqueologia – a Drª Maria José Bento - que, uma vez sondada, se disponibilizou a dirigir esse ATL. Na qualidade de vereador, apresentei então a proposta na Câmara Municipal, a qual, naturalmente, foi aprovada, tendo sido contratada a referida Arqueóloga para dirigir o ATL. Nele se inscreveram os jovens que já compareciam regularmente no Núcleo e ainda outros interessados que, entretanto, surgiram. A Dr.ª Maria José Bento, naquele período de duas semanas, percorreu o concelho com os jovens, falando com as pessoas de mais idade e fez um excelente trabalho de levantamento de topónimos com potencial interesse arqueológico, de lendas e tradições que pudessem ter algo a ver com a Arqueologia, de registo e sistematização dos sítios arqueológicos já conhecidos, aí recolhendo mais materiais, e de descoberta de alguns outros sítios, cuja descoberta, inexplicavelmente, está erradamente atribuída ao Zé Gomes na Carta Galeria Arqueológico Histórica do Concelho de Vila Nova da Barquinha, recentemente publicada. Entre os sítios referenciados por Maria José Bento, cito de memória os seguintes, mas foram vários outros:

- Cheiva (Almourol) – Lascas e seixos talhados em quartzito: - Casal da Eira - nas imedia-

ções da Atalaia, onde foram recolhidas lascas de sílex e inúmeros artefactos sobre seixo quartzítico e sobre quartzo. Seixos de talhe “languedocense” do Casal da Eira Desse trabalho resultou uma publicação dactilografada, em dois volumes, intitulada: “Subsídios Para a Carta Arqueológica do Concelho de Vila Nova da Barquinha”, a qual, apesar de insuficientemente valorizada, constituiu o primeiro esboço de carta arqueológica do concelho e, ainda hoje, pedra fundamental para quem queira estudar a Arqueologia da Barquinha e para saber quem descobriu efetivamente muitos dos sítios, tendo vindo a fornecer elementos importantes para a ulterior publicação de teses de mestrado e de doutoramento. A PRIMEIRA EXPOSIÇÃO DE ARQUEOLOGIA NA BARQUINHA O interesse pela Arqueologia no concelho ia em crescendo e aumentava o número de jovens e menos jovens que participavam nas nossas atividades. Havia, também, da nossa parte, um grande entusiasmo e um enorme esforço de divulgação do património histórico e arqueológico. Por isso, no ano de 1992, as festas do concelho de Vila Nova da Barquinha, tiveram um novo centro de interesse – uma pequena exposição de Arqueologia, na sede do Núcleo, onde se exibiu algum do material recolhido no concelho, mas também algumas peças cedidas pelo Grupo Recreativo Soudoense, onde o Zé Gomes militara, quando residia naquela localidade. Devido à excelente localização da sede – mesmo nas imediações do local onde decorriam as principais manifestações das festas do concelho - esta exposição teve largas centenas de visitantes e suscitou o interesse de mais alguns jovens que passaram a juntar-se a nós, nas atividades de campo1. A Arqueologia consolidava-se no concelho, com bases cada vez mais sólidas. 1 Jornal “Novo Almourol”, de Junho/Julho de 1992

ABRANTES

Descobertos torre islâmica e frescos do século XV no castelo de Abrantes

Já em 2014 tinham sido descobertos frescos do século XV numa parede da igreja de Santa Maria do Castelo

TEXTO NA

Pinturas murais do século XV e uma torre islâmica do século IX foram encontradas no castelo de Abrantes, "achados únicos" que resultaram de trabalhos arqueológicos ali realizados e que vão permitir "reescrever a história" da cidade. Em declarações à agência Lusa, o vereador da Cultura da Câmara de Abrantes, Luís Dias, disse que estes achados, que incluem, entre outros, ossadas junto de um possível templo em honra do deus Mercúrio, moedas e munições para canhões dos tempos napoleónicos, vão permitir "perceber melhor e ajudar a reescrever a história de Abrantes", cidade que está situada num morro e é banhada pelo rio Tejo. As “descobertas, autenticadas por especialistas de várias universidades, [constituem] uma autêntica viagem no tempo para uma cidade que está prestes a assinalar o seu centenário [14 Junho de 2016] e que tem registos históricos de ocupação com mais de 7 mil anos", destacou. As escavações arqueológicas, feitas no âmbito da terceira campanha de escavações aprovada em 2013 pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), decorreram nos meses de Junho e Julho, e tinham por objectivo obter informações sobre a ocupação proto-

-histórica, romana e islâmica, bem como conhecer as obras de fortificação da Idade Moderna, em trabalhos multidisciplinares desenvolvidos pelas equipas de arqueologia e património da Câmara de Abrantes e do projecto do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA). As "pinturas raras" encontradas no interior da Capela da Igreja de Santa Maria do Castelo, templo quatrocentista classificado como Monumento Nacional localizado no interior da fortificação, (local onde D. João I reuniu o Conselho de Guerra a 6 de Agosto de 1385 para a Batalha de Aljubarrota), foram datadas como sendo da primeira metade do século XV pelos investigadores do Laboratório Hércules, e apresentam afinidades estilísticas com a pintura de S. Francisco de Leiria e a da capela do Palácio da Vila, em Sintra. Os frescos estão localizados na parede esquerda do altar-mor, por detrás do túmulo de D. Lopo de Almeida, permitindo perceber a continuidade da decoração mural. Outra descoberta que os investigadores e arqueólogos destacaram foi a "confirmação e localização de uma torre islâmica em tijolo de adobe, um reforço defensivo das torres islâmicas", edificada dentro do que é hoje o castelo de Abrantes, junto da muralha proto-histórica. Os recentes achados arqueológicos no interior e

nas imediações do castelo de Abrantes deram um novo impulso à ideia da autarquia de construir um modelo de regeneração urbana com base num "centro cultural a céu aberto". Maria do Céu Albuquerque (PS), presidente da Câmara de Abrantes, disse à Lusa que o projecto se insere no âmbito da construção do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) e que está delineado para ser implementado em diversos locais da cidade. "É um investimento global na ordem dos 14 milhões de euros e é uma intervenção que não se pode fazer toda de uma só vez", disse, acrescentando que o mesmo "é para ir fazendo e construindo paulatinamente, à medida que se vão fazendo novas descobertas, à medida das capacidades da autarquia para o concretizar e à medida das novas oportunidades de investimento", no quadro de fundos comunitários. Os trabalhos das equipas de investigação contaram com a colaboração de jovens voluntários abrantinos e com os apoios do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, do Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar, do Instituto Terra e Memória de Mação, do Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo, e do Laboratório Hércules da Universidade de Évora, no âmbito das ciências físico-químicas aplicadas à arqueologia.―


ECONOMIA 09

AGOSTO 2015

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT)e os seus 13 municípios associados pretendem implementar uma gestão intermunicipal partilhada de conservação das infraestruturas rodoviária Esta gestão partilhada

ENTRONCAMENTO

Primeiro carro desportivo e elétrico português

funcionará como mecanismo de otimização do custo e eficácia das intervenções, promovendo o desenvolvimento de sistemas de monitorização contínua do estado de conservação e apoio à gestão das intervenções de manutenção da rede viária

estruturante que interligue os principais polos da região da competência/gestão municipal. Nesse âmbito foi realizada uma reunião com os municípios, as Infraestruturas de Portugal (IP) e a CIM Médio Tejo, no sentido de

promover a partilha de experiências de forma a possibilitar que o know-how detido pelas IP, no que concerne às metodologias por estes alavancadas para a gestão da rede viária nacional, da sua competência, sejam adaptadas à realidade municipal..―

VN BARQUINHA

Um desejo antigo que se cumpriu com abertura de "Intermarché"

Protótipo do veículo foi desenvolvido na VE –Fabricação de Veículos de Tração Elétrica, sedeada no Entroncamento

TEXTO NA

Veeco gasta 1 euro aos 100 quilómetros e começa a ser vendido em 2016 energética, o que é fundamental num carro eléctrico. Com uma autonomia de 400 quilómetros com apenas uma carga de bateria, consumo de 09/10 quilowatts por hora aos 100 quilómetros por hora, o Veeco pode ser carregado durante a noite numa ficha normal monofásica as que temos em casa. O Veeco será produzido na Fibrauto, em Serzedo, terá três versões diferentes e os preços vão oscilar entre os 23 mil e os 25 mil euros.―

No primeiro dia de abertura foi oferecido bolo comemorativo aos clientes

TEXTO NA FOTOS R.ALVES E P. BASSO

O supermercado Intermarché abriu portas no dia 30 de julho e muitos foram aqueles que quiseram conhecer e fazer as suas primeiras compras na superfície. Foi um dia cheio de clientes e curiosos que pôs à prova a nova equipa da marca, que emprega cerca de 46 pessoas. Antes, no dia 27, os jornalistas e representantes do município foram convidados a conhecer as instalações e observar o finalizar das obras. Na visita esteve presente o presidente e vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, o presidente e o comandante da Associação Humanitária dos Bombeiros, o comandante da GNR, os administradores do Grupo e os proprietário do Intermarché de Vila Nova da Barquinha. No seguimento da campanha “Juntos vamos equipar os nossos heróis” promovido pelo Grupo Mosqueteiros foram oferecidos 5 equipa-

mentos, compostos por bota florestal, luvas, cógula, fato de proteção florestal (Calças e Dólman), capacete e sweatshirt, aos Bombeiros da Barquinha. O investimento no espaço, que inclui posto de abasteci-

Abertura esteve marcada para agosto mas aconteceu 15 dias antes

mento de combustíveis, foi da ordem dos 3 milhões de euros.―

Equipamentos oferecidos aos bombeiros Pérsio Basso

O Veeco é o primeiro carro desportivo e eléctrico "made in Portugal", que tem uma autonomia até 400 quilómetros, é "super" amigo do ambiente e só gasta 1€ aos 100 quilómetros. Este pequeno automóvel começa a ser vendido no início de 2016 a partir de Vila Nova de Gaia, onde ficará a fábrica. O projecto para o desenvolvimento deste veículo eléctrico de três rodas arrancou em 2009, com apoio de fundos comunitários, tendo contado com a colaboração do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e a fábrica Fibrauto, de Vila Nova de Gaia. O Veeco representou um investimento de dois milhões de euros, foi desenvolvido na VE no Entroncamento, o chassis vem da NCP de Aveiro e a carroçaria foi feita em Gaia, na Fibrauto. Actualmente com 50 trabalhadores, com este projecto a Fibrauto prevê criar mais 20 postos de trabalho. João Oliveira, mentor do Veeco, que esteve exposto no dia 23 de julho em Vila Nova de Gaia, no âmbito de uma iniciativa de promoção da sustentabilidade energética, disse à agência "Lusa",

que o Veeco "é indicado para todos os que têm necessidade de utilizar carro para percursos diários não muito longos". Este 'reverse trike', ou triciclo invertido (porque as duas rodas estão à frente) tem dois lugares e portas de abertura vertical. Por ter apenas três rodas, este veículo tem uma maior eficiência

Membros da comitiva que visitou as instalações do Intermarché


010 PUBLICIDADE

AGOSTO 2015

NovoAlmourol


AGOSTO 2015

NOVOALMOUROL.WORDPRESS.COM

PUBLICIDADE 011


012 PUBLICIDADE

AGOSTO 2015

NovoAlmourol


CULTO 013

AGOSTO 2015

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

OS PASSOS DE SÍSIFO

Respeitar as leis não escritas… e construir a paz todos os dias OPINIÃO LUIZ OOSTERBEEK A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem esforços criadores à medida dos perigos que a ameaçam.(…) A Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-à por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto. R. SCHUMAN, 1950 Há quase 2.500 anos, Sófocles definia dois princípios fundamentais para superar dificuldades e potenciar dinâmicas convergentes de futuro: por um lado agir pensando para além do curto prazo; por outro lado compreender que as leis escritas são sempre mais fracas do que os valores culturais (que se exprimem como leis não escritas, ou agrapha nomoi). É aliás por isso que as leis mudam, já que são elas que se acomodam ao “espírito do tempo” (nele se incluindo as tendências culturais emergentes), e não o oposto. Como em Antígona, é fundamental identificar tendências

e processos estruturantes a partir da perplexidade perante a destruição maciça de marcadores territoriais que renasce de forma mais brutal com os radicalismos políticos, mas de forma não menos destruidora com a pressão para o crescimento económico que se tornou a prioridade máxima face ao contexto de depressão económica em que vivemos. Não basta escrever leis que por um lado se revelam impotentes em cenários de guerra (do Afeganistão e Síria à Somália) ou em territórios que não podem ser sistematicamente policiados (como no caso da arqueologia subaquática), e que por outro são acompanhadas de um desinvestimento galopante no domínio das ciências históricas (as únicas que produzem conhecimento novo e não segregador na base do estudo racional dos vestígios materiais do passado). Torna-se claro que em sociedades cada vez mais participativas (democráticas ou não), a afinidade entre os cidadãos e o património é uma pré-con-

dição para que tal desinvestimento seja travado e invertido. O maior dos problemas é o que resultou de uma relação dos cidadãos com os vestígios do passado que não apenas os divorciou desses vestígios patrimoniais (restringindo a apropriação económica) mas, sobretudo, estabeleceu uma relação de fruição como bens de consumo na esfera da diversão (nela se incluindo o turismo) e cada vez menos na esfera da educação (de que a redução das componentes lectivas em Humanidades nos diversos países é uma clara expressão). Sociedades assim divorciadas da dimensão cognitiva dos bens culturais do passado tendem a não considerar o seu valor, substituindo-o por uma vaga e segmentada noção de memória, fonte de conflitos.

"Sociedades assim divorciadas da dimensão cognitiva dos bens culturais do passado tendem a não considerar o seu valor, substituindo-o por uma vaga e segmentada noção de memória, fonte de conflitos.“

documentos materiais (em investimentos seleccionados pela lógica do uso comercial selectivo e turístico, mas não da fruição económica e cultural difusa e individual), são hoje as bases principais em que radicam os processos de destruição do Estado de Direito (que encontram em movimentos como o Daesh a sua máxima expressão). Só um entendimento racional mas prospectivo permitirá que os valores emergentes das novas leis não escritas possam superar as fronteiras obsoletas mantendo o primado de um Direito.

o não querem ser… os mais inadaptados, parece não ter sido feito para nós, por isso o recriamos a todo o momento e como isso não nos chega… recriamos também as nossas relações, que nunca, entre a “mesma espécie” as diferenças foram maiores e não falo dos bonitos e dos feios… falo dos ricos e dos pobres, dos poderosos e dos seus séquitos e dos escravos que lhes dão força… Os “escravos”…, trabalhadores…, colaboradores…, quanto mais “suavizada” a palavra que os define, maior as diferenças que os unem ou “desunem”. Nunca essa elite foi tão desnecessária… “o voto é a

arma do povo”, dizem. Que frase tão fora do seu tempo será mais; “o voto é o contributo do povo para com uma elite “debilitada” que tem como inércia a força que nos oprime e o marketing suficiente para nos fazerem crer da sua necessidade em nos conduzirem… e a cada vez, as diferenças são maiores e mais perigosas. Seremos, nós próprios a causa da nossa extinção?!! Nós animais “deste mundo” ou nós animais que por defeito, descobrimos num erro a possibilidade de nos superarmos no caminho para a auto-destruição? Com certeza se procuramos outro mundo é porque este realmente não é o nosso...―

Importa compreender que o chamado “Estado de Direito” não decorre das emoções da memória e sim de um esforço racional de abstracção, apoiado nas ciências humanas. O recuo destas, e do seu principal suporte que são os

Perceberá a Europa, em tempo útil, estas evidências? Neste mês de Agosto em que a resposta europeia à crise do êxodo afro-asiático parece ser, infelizmente, a do regresso das milícias armadas privadas (quem as desarmará, depois?), vale a pena levar para leitura, em férias, os textos de De Gasperi, R. Schuman Ou J. Monet. médias nesta direcção. De resto, a história recente da G?―

DOM RAMIRO

Um novo ciclo OPINIÃO CARLOS VICENTE O mundo viaja a velocidades loucas, tal como a informação cada vez mais credível e sustentada de “novos” mundos. Talvez futuros mundos para esta civilização humanóide que somos, neste espaço/ tempo, que nos foi concedido (de muitos milhões de anos). Convém sem dúvida, estarmos preparados para “mudar de casa”, antes que o fim aconteça. Pois dificilmente, faremos parte desse novo ciclo na Terra. Este Sol “jurássico” que nos dá a energia necessária há vida, pode a todo o momento partir. Este “caminhos” magnéticos

que nos regem ventos e marés… podem-se a todo o momento alterar… é o futuro que, como no passado, transforma ciclicamente os mares em desertos e vice-versa. Realidades de que temos provas debaixo dos pés. Há meia dúzia de anos, “lançou a Terra, satélites” que hoje (anos depois) começam a informar de outras “possibilidades de pensamento” entre o princípio e o fim. Podemos agora compreender melhor o que nos rodeia. “O nosso mundo”, já não está numa galáxia, mas numa de milhões… Somos realmente a “formiga no carreiro”, com uma im-

portância mínima no cosmos, somos os seus parasitas descoordenados, ambíguos, ambiciosos e único animal desajustado e inadaptado ao “mundo” que lhe foi destinado. Somos os animais que


014 AGENDA

AGOSTO 2015

NovoAlmourol

SARDOAL

CONSTÂNCIA

Animação nas quartas-feiras de Agosto

Cinema no Jardim do Centro Cultural

A Poesia e as Cores de Constância

TEXTO NA

Pelo segundo ano consecutivo, o jardim do Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, vai ser palco de sessões de cinema ao ar livre. Com entrada livre, os filmes serão exibidos todas as quintas-feiras de agosto, com início às 22h00. “Quem Quer Ser Bilionário” foi o primeiro filme a passar, “A Gaiola Dourada” vai ser exibido no dia 13, “O Grande Hotel Budapeste”, dia 20, e “A Grande Final” está marcada para o dia 27. No ano passado as noites de cinema ao ar livre pautaram-se pelo sucesso, com uma grande adesão de público, não só do Sardoal como também de concelhos vizinhos. A iniciativa, que tem como

Grande Budapeste Hotel

mote “Grandes Filmes, Noites Quentes”, é promovida pelo Município de Sardoal, enquadrada pelo espaço Cá da Terra, em parceria com o EspalhaFitas

– Secção de Cinema da Palha de Abrantes e com o apoio da TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior..―

SERTÃ

Sertanima com várias atividades de verão

Vestidos e Aventais de Chita O Clube União de Recreios da Moita do Norte, de Vila Nova da Barquinha, está a promover um concurso de vestidos e aventais de chita, acção aberta a participantes de todas as idades. As inscrições estão abertas até ao dia 20 de Agosto, sendo que o concurso se irá realizar a 12 de Setembro. Os interessados em participar podem inscrever-se pelos contactos 965659104 / 918191772 ou mesmo no clube.

"A Poesia e as Cores de Constância" é o título da exposição que está patente nas galerias da Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, em Constância, até ao próximo dia 29 de agosto Expor os trabalhos que resultaram do concurso de pintura "A Poesia e as Cores de Constância", e convidar o público a visitar a igreja matriz, um valiosíssimo bem patrimonial do concelho, são os objetivos desta iniciativa que está a decorrer na vila de Constância.Recordese que o concurso de pintura "A Poesia e as Cores de Constância" foi uma iniciativa da Câmara Municipal de Constância em conjunto com o pintor/professor Massimo Esposito, a qual integrou as XX Pomonas Camonianas. A exposição está aberta ao público de segunda-feira a sábado, das 14h00 às 18h00.― MAÇÂO

TEXTO NA

Decorre até 28 de agosto mais uma edição do programa de Verão Sertanima, no âmbito do qual se realizarão concertos e exibições de cinema na Sertã, Cernache do Bonjardim e em Pedrógão Pequeno. Promovido pela Câmara Municipal da Sertã, o programa de atividades pretende promover as associações locais e oferecer iniciativas culturais. O programa já teve início no dia 30 de julho, mas até ao seu final ainda há muito para ver: 12 de agosto - Cinema, 22h00,

Encontro do Emigrante

Jardim do Clube Bonjardim, Cernache do Bonjardim; 13 de agosto - Filarmónica União Sertaginense, 21h30m, Alameda da Carvalha, Sertã; 20 de agosto - Sociedade Filarmónica Aurora Pedroguense, 21h30m, Alameda da Carvalha, Sertã; 27 de agosto - Concertinas, 21h30 - Escola de Acor-

SARDOAL

deão da Sertã, 22h00 - Grupo de Animação Seca Adegas, 22h30 - Grupo de Música Popular de Cernache do Bonjardim, 23h00 - Grupo de Concertinas da Sertã Alameda da Carvalha (Sertã) 28 de agosto - Cinema, 22h00 - Edifício da Junta de Freguesia de Pedrógão Pequeno.―

No próximo dia 15 de Agosto terá lugar, pelo 3.º ano, o Convívio entre os Emigrantes do Concelho de Mação. A Câmara Municipal de Mação pretende, com esta iniciativa conhecer e juntar em convívio todos os naturais e descendentes do Concelho de Mação que são, ou já foram, emigrantes, um encontro em que se avivam e celebram as nossas raízes, esta terra que é de todos. Este ano o Encontro terá início às 17h30 no Jardim Municipal, no Largo do Matadouro. Haverá uma sessão de boas-vindas seguida de uma prova de produtos locais. Pelas 18h30 terá lugar a atuação do Grupo de Cantares do Grupo Cultural “Os Maçaenses”. Também os Bombeiros Voluntários de Mação se associam à Festa promovendo neste dia um Rastreio gratuito à saúde dos presentes!

A animação nas Quartasfeiras de Agosto está de regresso ao Sardoal com um programa musical diversificado. A iniciativa decorre na Praça Nova, no centro da Vila, a partir das 21 horas, e contará com as seguintes atuações musicais: Dia 5 – Graciano Ricardo Dia 12 – Diego Miguellis Dia 19 – RQZ Dia 26 – Graciano Ricardo As Quartas-feiras de Agosto são promovidas pela Filarmónica União Sardoalense, Getas – Centro Cultural e Grupo Desportivos e Recreativo “Os Lagartos”, com o apoio do Município e da Junta de Freguesia de Sardoal.―

Durante o mês de agosto, a Praça Salgueiro Maia, no Entroncamento, recebe, todos sábados, exceto no dia 15, o evento "Música na Praça", para dinamizar o centro da cidade nas noites de verão, com música e muita animação, "Música na Praça" é promovida pela Câmara Municipal do e integra o projeto Entro.Culturas. Os DJ's convidados para as noites de agosto são: Dia 8 – DJ Addline (Carlos Adelino); Dia 22 – DJ Pedro David; Dia 29 – DJ White (Jorge Branco) – Noite Branca


ENTREVISTA 015

AGOSTO 2015

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

BONS SONS

"Sim, temos umas férias bem agitadas" Luís Ferreira é o presidente do Sport Clube Operário de Cem Soldos, organizaodr do Festival Bons Sons. Por altura desta entrevista a azáfama é grande na aldeia tomarense. Os "operários" de Cem Soldos limpam, pintam, montam, organizam tudo para que mais uma edição do festival perdure na memória dos que o visitam. Esta foi a entrevista possível. damente dos cromos repetidos de programas de tv, rádio e imprensa, perante a novidade de

TEXTO RICARDO ALVES

o festival acontecer anualmente?

A uma semana do Bons Sons, que ambiente se vive na aldeia de Cem Soldos?

Tem sido bastante boa. Uns acham que estamos ricos, outros que estamos mais loucos do que nunca. Estou mais de acordo com a segunda opção. A loucura comanda o sonho.

Uma loucura. Estou neste momento na associação, no SCOCS, e na sala da direcção estão a acontecer, em simultâneo, cinco reuniões: plano ecológico, técnica, camarins, financeira e posto de merchandising. Na rua andam andaimes a colocar gambiarras, martelos a construir barracas com paletas e miúdos a equiparem casas com camas extra. Uma verdadeira loucura. Em contra relógio todas as horas contam. À medida que as pessoas entram de férias as equipas vão engrossando. Sim, temos umas férias bem agitadas.

Vão dar a conhecer os outros projectos da aldeia, do SCOCS, nesta edição, de uma forma mais vincada? Quais são esses projectos?

Não temos uma plano especial para isso. Apenas temos dado mais destaque à associação e à sua acção continua. Estamos fartos que nos perguntem “Porquê Cem Soldos?”. Porque somos de cá, claro está. Que números são esperados para a edição

Quantas pessoas estão envolvidas na construção da aldeia da música portuguesa?

timas semanas a promover o FBS?

Muitos, mesmo. Num dos Sábados passados fiz uma autentica volta a Portugal. Temos dividido as nossas comunicações por áreas e regiões. Os dias dos Canais

televisivos temáticos, os dias dedicados aos meios locais, os dias das Rádios Nacionais e ainda temos pela frente uma semana que promete ser mediática. Não contabilizámos os quilómetros mas já troquei dois pneus do carro. Qual tem sido a reacção das pessoas, nomea-

Apesar dos festivais neste ano estarem a receber menos pessoas, esperamos manter a mesma afluência dos últimos anos. Contudo, é a primeira vez que estamos num ano impar, estamos expectantes. Contamos com o vosso apoio para quebrar a barreira psicológica das 40 mil pessoas. Quais os destaques para esta edição?

Os destaques dividem-se entre termos mais condições de acolhimento, com um espaço mais cuidado e o facto de termos um programa esmagador sem alterarmos a escala humana do BONS SONS.

Pedro Sadio

E tu, quantos quilómetros percorreste nas úl-

2015? Ricardo Alves

500 pessoas. Divididas em três grandes grupos: uma equipa alargada de 100 pessoas, 70 voluntários de todo o pais e mais 330 voluntários de Cem Soldos e da região. Mais as pessoas que cedem casas, terrenos e quintais. Sem esquecer aquelas que não reclamam do ruído.


16 FESTIVAL

AGOSTO 2015

NovoAlmourol

Um festival de braços abertos

TEXTO NA

Num ápice, a pacata aldeia ribatejana de Cem Soldos, no concelho de Tomar, recebe dezenas de artistas portugueses consagrados, acompanhados por outros tantos que tentam emergir no panorama musical. Ao todo são 45 os concertos distribuídos pelos oito palcos que invadem a aldeia. É atrás da música ma muito mais, que cerca de 40 mil pessoas se deslocam à região. Muito mais que a música pois no recinto do festival, que é toda a aldeia tomarense, com os seus habitantes lá dentro, sente-se o espirito comunitário, a liberdade veraneante e a segurança do afastamento do dia-a-dia. A aldeia fecha-se ao mundo e abre-se aos bons sons e boas vibrações. O programa é de grande qualidade e as anteriores edições atestam, tal como os músicos que nelas participaram, sente-se um ambiente único, de grande sintonia e partilha. Saiba o que o espera.

Dia 13, quinta feira 10:00 — Música para Crianças - Auditório 14:30 —Sampladélicos MPAGDP 14:45 — Conversa ao correr das músicas - Auditório 15:30 — Éme - Lopes Graça 16:15 — CUurtas em Flagrante Auditório 16:45 — BENJAMIM Giacometti 18:00 — Penicos de Prata - Outonalidades 19:15 — Júlio Resende - Giacometti 20:45 — Enraizarte - Lopes Graça 22:00 — Riding Pânico - Eira 23:15 — Xaral's Dixie Lopes Graça 00:30 — MANEL CRUZ Eira

Pedro Sadio

De 13 a 16 de agosto a aldeia de Cem Soldos, Tomar, recebe Ana Moura, Camané, Clã, Peixe Avião, D'Alva, Carlão, Manel Cruz, entre muitos outros. 17:45 — Eduardo Raon - Auditório 18:00 — Minta & Brook Trout - Outonalidades 19:15 — Sequin - Giacometti 20:30 — Hithcpop - Lopes Graça 21:45 — Oco - Eira 22:45 — Criatura Lopes - Graça 00:15 — CARLÃO - Eira

Carlão

Manel Cruz

02:00 — Xinobi - Aguardela

01:30 — CLÃ - Lopes Graça 02:45 — Salto - Eira 03:45 — Salto + DJ Set - Aguardela

Benjamim

10:00 — Música para Crianças - Auditório 14:00 — Bicho do Mato - MPAGDP 14:45 — Eduardo Raon - Auditório 15:45 — Chão da Feira - MPAGDP 16:15 — Curtas em Flagrante - Auditório

Clã

Cla.pt

Pôla Gonçalo

Dia 14, sexta feira


CULTURA 017

AGOSTO 2015

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROLL

Dia 15, Sábado

Carlos Manuel Martins

10:00 — Música para Crianças - Auditório 14:00 — Polifonia de Arões - MPAGDP 14:45 — Timespine - Auditório 15:45 — Tranglomango - MPAGDP 16:15 — Curtas em Flagrante - Auditório 16:45 — DUQUESA - Giacometti

Duquesa

17:45 — Timespine - Auditório 18:00 — Edu Miranda Trio Outonalidades 19:15 — D’ALVA - Giacometti

Imagem tradicional da plateia de mais um concerto no Bons Sons

Dia 15, Sábado 10:00 — Música para Crianças - Auditório 14:00 — Janeiro - MPAGDP 14:45 — Conversa ao Correr das Músicas - Auditório 15:45 — Tio Rex - MPAGDP 16:15 — Curtas em Flagrante - Auditório 16:45 — João Berhan - Giacometti 18:00 — Daniel Pereira Cristo - Outonalidades 19:15 — TÓ TRIPS Giacometti

D'Alva

20:30 — Retimbrar - Lopes Graça 22:00 — PEIXE:AVIÃO - Eira

23:15 — CAMANÉ - Lopes Graça

20:30 — TRÊSPORCENTO - Eira

Tó Trips Trêsporcento

Isabel Pinto

21:45 — Bruno Pernandas - Lopes Graça 23:15 — Nice Weather For Ducks - Eira 00:30 — ANA MOURA Lopes Graça

Ana Moura

01:45 — DJ NIGGA FOX Aguardela 02:15 — DJ FIRMEZA Aguardela 02:45 — NÍDIA MINAJ Aguardela

00:45 — Long Way to Alaska - Eira 01:45 — DJ Tenreiro - Aguardela

Vá viver a aldeia! O BONS SONS promove uma relação de proximidade com o seu público, envolvendo a população na realização do Festival. São os habitantes que acolhem e servem os visitantes, numa partilha especial entre quem recebe e quem visita, proporcionando a vivência ímpar de um evento musical. A selecção criteriosa do programa, o recinto único que é Cem Soldos e o envolvimento da população na realização do Festival são marcas que distinguem o BONS SONS da oferta cultural nacional. A par da formação de públicos, o BONS SONS tem como principal meta o desenvolvimento local através da fixação dos mais jovens e da potenciação da economia local.

Bilhetes

Os bilhetes para o Festival Bons Sons estão à venda em vários serviços públicos de Tomar, nomeadamente no Balcão Único, na Biblioteca Municipal, no Complexo Desportivo e no Posto de Turismo. O bilhete diário custa 15 euros e o passe de quatro dias, que dá igualmente acesso ao campismo, custa 35 euros. As crianças até aos 12 anos não pagam entrada. Outros pontos de venda dos bilhetes são: Ticketline, CTT, FNAC, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Agência Abreu, ABEP, MMM Ticket, C.C. Mundicenter, CCB, Shopping Cidade do Porto, U-Ticketline ou no Amor Lusitano – Portuguese House em Cem Soldos.―


018 CULTO

AGOSTO 2015

NovoAlmourol

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

45. Empreendedorismo, paisagem e gestão integrada do património: duas constatações e uma pergunta. De 2002 e em http://www. ccdr-lvt.pt/pt/inauguracao-do-miradouro-do-almourol/700. htm lemos: “O Miradouro do Almourol, localizado no Concelho da Chamusca, perto da aldeia do Arripiado, foi inagurado, em ambiente de festa, no passado sábado, 26 de Outubro. Esta obra desenvolveu-se no âmbito da parceria Sociedade Parque do Almourol, um projecto supra-municipal que integra as Câmaras da Chamusca, Constância e Vila Nova da Barquinha, a NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém e a Escola Prática de Engenharia de Tancos. O Miradouro do Almourol constituiu uma candidatura ao Programa VALTEJO, Medida 2.3 do Eixo 2 do Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo (PORLVT), no valor total de 940.650 €. O Projecto Miradouro do Almourol inclui o conjunto de acessos, redes eléctricas, telefones, abaste-

cimento de água, edifícios, arranjos exteriores e mobiliário urbano, destacando-se a peça escultórica da autoria de João Cutileiro, um "Guerreiro Templário", cujos 6 metros de altura se impõe pela sua grandiosidade na (sic) margens do Tejo que banham o lindo Castelo de Almourol. Esta era, sem dúvida, uma realidade originada pela colaboração e cooperação institucional condenada ao sucesso, significativa para o território e para a economia local e regional, para além de portadora de uma visão interessante sobre o investimento em Arte. Iniciativa muito positiva e, portanto, merecedora de boa gestão. Também em http:// www.jornaltorrejano.pt/sociedade/noticia/?n-486b9fb3, se lia em 24 de maio de 2013 que “Os municípios de Vila Nova da Barquinha e de Constância denunciaram os contratos de concessão estabelecidos com a Parque Almourol (sociedade

maioritariamente composta pela Nersant) que, por sua vez, tinha um contrato de arrendamento com a DiverAlmourol, uma empresa de Póvoa do Lanhoso, que era a responsável pela gestão dos centros náuticos destas duas localidades. Numa nota de imprensa, as duas câmaras municipais justificam a tomada de posse administrativa das infraestruturas pela ”degradação e deterioração dos edifícios, do seu quase abandono e da correspondente ausência de qualquer tipo de manutenção corrente. O acto formal da posse dos centros náuticos teve lugar na semana passada, dia 14 de Maio.” Nesta segunda constatação evidencia-se o fundamento sobre má gestão dos imóveis e actividades. A ligação umbilical dos ribatejanos à “borda d’água” é natural. Os visitantes apercebem-se dessa relação. Ontem visitámos a Região com uma Amiga brasileira e passámos no

Luís Mota Figueira Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar

"A ligação

umbilical dos ribatejanos à “borda d’água” é natural. Os visitantes apercebemse dessa relação."

Miradouro de Almourol. Ali chegados, lemos através do silêncio da Gabriela o quanto ficou embevecida pela estética do espaço e pela vista do Castelo de Almourol e da envolvente. É notório que alguma degradação física se vai pronunciando nas estruturas construídas e que os actos de puro vandalismo também ocorrem por falta certamente de condições para uma vigilância mais permanente do local. Constatámos também que para tomar uma água em tarde quentíssima não havia possibilidade para tal. Rumámos a Tancos. Vimos o Castelo a partir da margem esquerda do nosso Rio Tejo. Simplesmente raro e belo, segundo a nossa Amiga que só não percebe como não há mais oferta de “coisas” em locais tão mágicos como os que visitámos. A pergunta dela é simples: tem mesmo que ser assim? Riachos, 30 de julho de 2015―

Publicidade


NADA PARA FAZER 019

AGOSTO 2015 FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

Agosto M ÚS IC A

T E AT RO/ DA NÇ A

S A BE R

Interfolk 2015 Espetáculos de folclore com grupos de Espanha, Venezuela, Eslováquia, Portugal, Moldávia e Gana 12 a 20 de agosto Casal Sentista, Olaia Torres Novas -

CINEMA

PAT R I M Ó N I O

E T N O G RA F I A

AR LIVRE

“Matérias Revistas”, pelos alunos finalistas do curso de Artes Plásticas e Pintura (IPT) Até 30 de agosto

Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha -

“Fragmentos de Tempo”, pintura e escultura de Carlos Dias Até 29 de agosto

Galeria Municipal Maria Lucília Moita, Alcanena -

GA ST R O N O M I A

L I T E RAT U RA

Festival Bons Sons 2015

De 13 a 16 de agosto, Cem Soldos, Tomar

E X P O S I Ç ÃO

XXIX Feira do Livro - venda de livros, música, poesia, ateliês, teatro de rua, sessões de autógrafos Até 23 de agosto

Antiga Cadeia (Praça Alexandre Herculano), Constância -

“Luz, Lugar e Encanto”, fotografia de João Jerónimo Até 30 de agosto

Galeria do Centro Cultural de Sardoal -

Música na Praça 8,22, 29 de agosto Praça Salgueiro Maia Entroncamento 22h às 24h -

Mais de 40 concertos com na aldeia ribatejana. Camané, Manel Cruz, Ana Moura, Peixe Avião, Trêsporcento, D'Alva, Júlio Resende, entre muitas outras atividades como cinema, palestras e atividades para crianças

VII Antevisão do MIAA “O homem e o território. 7000 anos de estratégias de ocupação do território de Abrantes” Exposição "Cem Lenços com Cem Anos num Concelho Centenário"

9 e 23 de agosto

Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha, 16h às 20h -

Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes -

Até 31 de agosto

Biblioteca Municipol Dr. Carlos Nunes Ferreira Alcanena -

“Cidade Minha, Cidades Nossas” Até 6 de Setembro

Museu Municipal Carlos Reis, Torres Novas -

“Olaria João Morgado” Insufláveis no parque

13 de junho a 31 de outubro

Até 13 de Setembro

Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente, Sardoal -

Exposição Analógico Humano - Digital Até 28 de agosto

quARTEl, Largo de Sant'Ana Terça a sábado das 10h às 13h e das 14h às 19h Encerra aos domingos, segundas e feriados -

Noites no Mercado (Mercado de Riachos)

Dias 8, 14, 15, 22 e 29 de agosto Vic James, Dog's Bollocks, Interfolk, Riding Rhino, Robert Meaning, entre outros Riachos -

Sertanima

Até 28 de agosto Concertos e exibições de cinema na Sertã, Cernache do Bonjardim e em Pedrógão Pequeno. -


020 POR AGORA É TUDO

AGOSTO 2015

Novo

­Almourol

Título Jornal Novo Almourol Propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Diretor Ricardo Alves Chefe de Redação Ricardo Alves Colaboradores Cidália Delgado, Maria de Lurdes Gil Jesuvino, Rafael Ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de Comunicação ESTA, Margarida Serôdio Opinião Luiz Oosterbeek, António Luís Roldão, Alves Jana, António Carraço, Teresa Nicolau, João Gil, Luís Mota Figueira,

Luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, Rita Inácio, António Matias Coelho Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Ricardo Alves Paginação Ricardo Alves Publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - novoalmourol@gmail.com Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão FIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila Nova da Barquinha Email ciaar.vnbarquinha@gmail.com / novoalmourol@gmail.com

REGIÃO

Editorial

Médio Tejo candidata projectos de 72 milhões a fundos comunitários TEXTO NOVO ALMOUROL

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) anunciou no dia 23 de julho, a candidatura a projetos no valor de 72 milhões de euros no âmbito dos investimentos territoriais integrados (ITI) para o próximo quadro comunitário de apoio. Destes 72 milhões, cerca de 50 milhões correspondem a projetos intermunicipais e os outros 22 milhões correspondem a investimentos em infraestru-

turas de educação, património cultural, saúde e sociais, alguns da responsabilidade da Administração Central.

Os investimentos inserem-se nas áreas da modernização administrativa, eficiência energética, prevenção e gestão de

Vizinhança

riscos, educação, inclusão social e melhoria do acesso a serviços sociais e de saúde, valorização do património e promoção turística, e apoio ao empreendedorismo. Com uma população na ordem dos 250 mil habitantes, A CIMT, que agrega cerca de 250 mil habitantes, é composta pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha. Feira.―

Ricardo Alves Diretor

O Festival Bons Sons regressa apenas um ano depois da sua última edição. A decisão de passar o evento a anual foi ponderada mas, certamente também, alicerçada numa consciência coletiva que se vive por Cem Soldos. Facto impressionante é que a geração de riqueza em redor do evento ultrapassa o milhão de euros. Outro facto impressionante: há emprego a ser criado através da cultura, através dos projectos da aldeia e das visões dissonantes do comum dos eruditos sobre educação e relações de base comunitária. Também curioso é o facto de que eventos destes, ideias destas, como outros e outras, espalhados um pouco por toda a região, não tenham a adesão esperada por parte dos habitantes da região, quando no fundo é apenas ir “visitar o vizinho”. Estaremos

"Os tempos desafiam-nos, hoje mais que nunca, e temos de saber fazer das fraquezas forças." imersos na má vizinhança? Já o Intermarché, o supermercado há tanto tempo aguardado, abriu finalmente em Vila nova da Barquinha. A incredulidade começou desde o primeiro texto aqui no NA, em que demos em primeira mão a notícia. Demorou mas chegou. Entretanto, as mentes mais avessas ao amanhã foram criticando o mal que algo assim representaria para a economia local. Os tempos desafiam-nos, hoje mais que nunca, e temos de saber fazer das fraquezas forças. Os constantes saltos do dia-a-dia moderno assim obrigam. Neste caso, até há saltos que diminuem, os saltos para ir às compras ao concelho vizinho. Estarei a ser mau vizinho?―


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.