Jornal novo almourol janeiro 2016 ed 416

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Novo

Almourol

JANEIRO 16 | N°416 | ANO XXXVI | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRETOR RICARDO ALVES | MÉDIO TEJO

Feliz 2016, Rio Tejo… O ano não acabou bem para o Rio Tejo mas 2016 também não trouxe boas notícias. O travessão que bloqueou por completo a passagem de barcos e peixes junto à Central Termoeléctrica foi um erro que ainda não foi “totalmente resolvido”. Cada vez mais vozes se levantam sobre a poluição e estado de degradação do rio. Como será 2016? p03

p06

Centenário de Abrantes já arrancou A cidade de Abrantes está em festa durante um ano, com um programa rico e diversificado sobre aqueles e aquelas que ajudaram à afirmação da cidade florida. Cem anos de história para absorver em 2016.

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Camané em Torres Novas O fadista, rosto da nova geração portuguesa do fado, actua em Torres Novas, no Teatro Virgínia, no dia 23 de Janeiro. Na bagagem traz um novo álbum: “infinito Presente”.

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Festas de Constância em preparação As Festas do Concelho/ Nossa Senhora da Boa Viagem já estão marcada para os dias 26, 27 e 28 de Março e a comunidade já está a preparar os festejos.

Mudanças na Câmara de Tomar Luís Ferreira, até há pouco tempo chefe de gabinete, passou a técnico de informática. Rui Serrano, vereador, entregou os pelouros. Hugo Cristovão é o novo vice-presidente da Câmara… Já o Nabão continua a correr com maior ou menor caudal.


02 CURTAS & GROSSAS ABRANTES

Bebés do Centenário Todos os bebés nascidos na Maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo, em Abrantes, durante o ano do centenário da cidade – 2016, serão homenageados com a entrega de uma medalha em prata, desenhada pelo designer Miguel Palmeiro (autor da imagem do centenário), acompanhada de uma bolsa feita com retalhos, trabalho artesanal da abrantina Sara Gomes. No dia 2 de Janeiro, ao final da manhã, a Presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque e o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Carlos Andrade Costa, fizeram a entrega às famílias dos primeiros três bebés nascidos no novo ano: o Rafael (foi o 1º a nascer, à 01h30) segundo filho de uma família de Torres Novas; a Matilde, filha de um casal de Tomar e o João Lucas, dos Riachos.

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NovoAlmourol VN BARQUINHA

Casa cheia para inaugurar novas instalações do CUR O Clube União de Recreios (CUR) de Moita do Norte inaugurou no dia 13 de Dezembro as obras de valorização e conservação da sua sede, num evento em que estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, e vereadores, bem como o presidente da Junta de freguesia da vila, João Machado, entre outras personalidades. A sede do CUR esteve praticamente cheia num dia em que se realizou o Festival de Sopas. Com um custo de cerca de 140 mil euros, a intervenção foi co-financiada em 60% pelo PRODER, através de uma candidatura à Medida 3.2 – Melhoria da Qualidade de Vida – Acção 3.2.1 – Conservação e Valorização do Património Rural, do Sub Programa 3, “Dinamização das Zonas Rurais”. Além dos fundos comunitários, as obras contaram também com o apoio do Município de Vila Nova da Barquinha e dos sócios do Clube.

VN BARQUINHA

Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve na Igreja Matriz A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve no dia 7 de Janeiro na Igreja Matriz de Vila Nova da Barquinha onde foi celebrada a Eucaristia. A peregrinação da Imagem de Nossa Senhora de Fátima teve início a 13 de Maio de 2015 e visitará as dioceses portuguesas até Maio de 2016. TEXTO & FOTO C. DELGADO

↑ rio acima Cade aos 40

Sardoal

Centenário Abrantes

Quarenta anos ao serviço do desporto da cidade ferroviária mas também da região, ajudando à projecção da região no futebol de formação nacional e hoje com uma pujança assinalável e dinamizadora da cidade desportiva do Entroncamento. p14

O executivo da Câmara Municipal de Sardoal, de maioria PSD, aprovou por unanimidade uma proposta do vereador do PS, Fernando Vasco, para atribuição de um subsídio para as despesas com medicamentos para os idosos. O bom lado da política. Uma boa ideia é uma boa ideia. p07

Abrantes festeja cem anos de elevação a cidade em 2016. A cidade “farol” da região, que do topo da colina se estende pela região está de parabéns. Precisamos de mais cidades activas, de escala, com propensão para o rompimento com ideias sedimentadas. p06

Rio em apuros

Tomar atrás

2015 fechou com um rio bloqueado e 2016 abriu com um rio poluído. O rio Tejo continua a ser desprezado tanto do lado de lá da fronteira como no de cá. Valha-nos os movimentos cívicos e aqueles e aquelas que não deixam passar em claro as atrocidades cometidas. p03

Tomar já foi cidade de muitos pergaminhos mas parece que adormeceu, e só isso explica como a política dos últimos 15 anos tenha dado tanto azo a linhas e linhas de ridículo. Entretanto, já ninguém liga, o que é muito negativo. p03

Suinicultura em 2016

↓ rio abaixo Não, não é por causa dos protestos dos produtores em Alcanena. É tão somente porque é previsível que em 2016 se continue a ter como vizinho o mau cheiro, em Vila Nova da Barquinha. Algo tem de ser feito. Estamos em 2016!


SOCIEDADE 03

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REGIÃO

Dique no Tejo causou estrangulamento a barcos e peixes Agência Portuguesa do Ambiente foi alertada e acabou por impor construção de canal para que os peixes e barcos pudessem passar. Situação é mais um caso para um dossier que engrossou em 2015 sobre os problemas no e do Tejo TEXTO & FOTO NA

A estrutura construída no rio Tejo pela central termoeléctrica Pegop, em Abrantes, o chamado travessão, estava a ser reparada junto à central mas o presidente da Associação de Defesa do Ambiente - SOS Tejo, movimento recém fundado, detectou no dia 11 de Dezembro que a estrutura impedia completamente que os peixes conseguissem passar. No dia seguinte, sábado, Arlindo Consolado Marques alertou que “o rio Tejo está bloqueado de margem a margem e não dá para passar um peixe do tamanho de uma folha de oliveira”, e lembrou que é “totalmente proibido, mesmo para um pescador, atravessar com uma rede de margem a margem”, disse à Agência Lusa. O novo dique construído fazia a ligação entre Pego e Mouriscas, ou seja, desde a margem sul a norte do Tejo. Depois de alertada, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) enviou técnicos para o local para observar as condições de escoamento na sequência da obra, “verificando-se que a água apenas passa por percolação através do núcleo de pedras, considerando os reduzidos caudais no Tejo”. A APA confirmou que a estrutura construída no rio Tejo pela central termoeléctrica Pegop impedia a progressão de peixes, e instruiu a empresa para construir

um canal que o viabilize, como medida cautelar. Numa resposta às questões levantadas pelo movimento proTEJO e pelo deputado eleito por Santarém Duarte Marques (PSD), a que a agência Lusa teve acesso, a APA refere que, na sequência de uma vistoria realizada no sábado, os técnicos reuniram-se com o engenheiro responsável pela obra por parte da Tejo Energia. Foi “acordado efectuar, de imediato, e como medida cautelar, no dia de hoje, 14 de Dezembro, um canal, ao lado da rampa para peixes, com dimensões que permitam garantir a continuidade do escoamento em superfície livre, assegurando igualmente a passagem de peixes e pequenas embarcações de pesca”, explicase na resposta. Depois de alertada, a APA enviou técnicos para o local para observar as condições de escoamento na sequência da obra, “verificando-se que a água apenas passa por percolação através do núcleo de pedras, considerando os reduzidos caudais no Tejo”. Já José Vieira, director de recursos humanos da Pegop, disse que “as acusações e as preocupações ambientais são infundadas” e notou que a obra de reparação estava “devidamente licenciada” pela APA. À Agência Lusa, o responsável contou que a Pegop está “a fazer uma reparação de um rombo no travessão

sobre o Tejo, uma estrutura que existe há 25 anos e que nunca teve problemas com a subida dos peixes”, acrescentando que nas zonas laterais do travessão existem “zonas rampeadas” para a circulação da fauna piscícola. O travessão serve para a empresa conseguir captar água para arrefecer o vapor proveniente das turbinas, aumentando o nível do rio no local e permitindo a sua captação. A APA relatou que essas rampas não foram intervencionadas e que o problema tinha que ver com os reduzidos caudais na altura. O partido “Os Verdes”, em comunicado, deu conta de ter apresentado no dia 14 de Dezembro uma queixa ao SEPNA (serviço de protecção da

Chefe de Gabinete de Anabela Freitas sai e vereador entrega pelouros A polémica já vai longa, desde logo com a nomeação de Luís Ferreira para Adjunto de Anabela Freitas, presidente da Câmara Municipal de Tomar, mas Ferreira abdicou do lugar no final de 2015. Já em 2016, no dia 4 de Janeiro, durante a reunião de câmara, Rui Serrano anunciou que abdicou de todos os pelouros referindo ainda que vai continuar no executivo camarário até ao final do mandato, enquanto eleito pelo PS, mas sem pelouros e a tempo parcial. Anabela Freitas nomeou Hugo Cristovão como seu novo vice presidente.

Outra polémica envolve ainda Luís Ferreira, companheiro afectivo da autarca tomarense, e que anunciou numa página do facebook que teria passado a Técnico de Informática no município, entrando para o quadro, desde 1 de Janeiro. O problema é que o concurso ainda não estava finalizado e os resultados do mesmo não eram conhecidos, nem no dia 1 de Janeiro nem no dia 4 de Janeiro. Foi a própria presidente da Câmara a afirmá-lo durante a reunião de 4 de Janeiro. Em nota informativa, a Câmara Municipal esclareceu que “abriu, no final de Julho de 2015, um procedimento

Sem solução, para já A PEGOP terminou as obras no local no fim da primeira semana de 2016 mas ainda não foi encontrada uma solução definitiva para a estrutura e a empresa deixou apenas um canal aberto para a passagem de peixes, conforme tinha sido exigido pela APA. No entanto, e segundo responsáveis da empresa, a solução

actual terá de ser resolvida definitivamente. O Movimento pelo Tejo (proTEJO) lançou no dia 1 de Janeiro, uma petição contra a poluição do Tejo e seus afluentes, estando a apelar às populações que assinem este documento para ser entregue na Assembleia da República. Paulo Constantino, porta-voz do proTEJO, disse que a petição tem como finalidade solicitar à Assembleia da República que “legisle e recomende acções ao Governo Português, para que este actue junto das instâncias europeias para terminar com uma contínua e crescente vaga de poluição no rio Tejo e seus afluentes, que mata os peixes e envenena o ambiente e as pessoas”. ―

Autarcas, ambientalistas e deputados reagiram em força ao acontecimento

TOMAR

TEXTO NA

natureza da GNR) e um “pedido de intervenção para averiguar no terreno os impactos do dique e a legalidade da obra”, acabando por ficarem “mais descansados” após conversas mantidas com a APA e o SEPNA. Também a associação ambientalista Quercus tomou posição um dia depois, apelando ao SEPNA e à APA para intervirem.

concursal em regime de mobilidade interna, com recurso a júri, para 12 lugares disponíveis no mapa de pessoal”, e que ao mesmo concorreram entre outros “o anterior chefe de gabinete do Município, Luís Ferreira, tendo este, por avaliação do referido júri, ficado classificado para ocupar a vaga de técnico de informática, processo dado por concluído em 30 de Dezembro de 2015, com a aceitação do seu serviço de origem e do próprio”. Na mesma nota informativa lê-se que o facto de Anabela Freitas desconhecer os tramites do concurso atestam a sua total independência e distanciamento do processo. ―

VN BARQUINHA

Trânsito condicionado no centro da vila TEXTO NA

A circulação rodoviária na Rua 25 de Abril, em Vila Nova da Barquinha, vai ficar condicionada a partir do dia 12 de Janeiro de 2016, para intervenção de manutenção no colector de esgotos domésticos. Parte da rua, nomeadamente junto às duas unidades hoteleiras e do Centro Cultural da vila, estará encerrada. Não foi avançado qual o tempo em que decorrerão as obras mas a autarquia prometeu a maior brevidade possível. ―


04 PUBLICIDADE

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NÓS 05

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VN BARQUINHA Município implementa medidas de controlo da lagarta do pinheiro TEXTO & FOTO NA

O Município de Vila Nova da Barquinha implementa um conjunto de medidas para controlo do nível populacional da lagarta do pinheiro (Thaumetopoea pityocampa Schiff.). A processionária, também como é conhecida, é um insecto desfolhador que pode parasitar todas as espécies do género Pinus sp. (Pinheiros) e Cedrus sp. (Cedros). As medidas, descritas no Plano Anual de Gestão Integrada para Controlo e Monitorização da lagarta do pinheiro (Processionária) [PAGIP], elaborado pelo Gabinete Técnico Florestal da autarquia, visam a diminuição dos níveis de ataque da lagarta e subsequentes danos nas árvores afectadas, controlo e diminuição das populações deste insecto nas zonas urbanas, e prevenir o aparecimento de sintomas de alergia. Após identificação dos locais prioritários com presença de

pinheiro-manso, árvore do género Pinus sp. predominante em espaços verdes públicos, procedeu-se à aplicação da microinjeção do tronco (endotratamento) nos pinheiros existentes na EN3 (zona habitacional), Urbanização Alto da Fonte, Escola D. Maria II de Vila Nova da Barquinha e EB1/JI da Praia do Ribatejo. Na Escola Ciência Viva de Vila Nova da Barquinha foi introduzido um método de controlo biológico da lagarta do pinheiro com aplicação de um bioinsecticida de Bacillus thuringiensis (Bt). O referido plano prevê ainda, durante o primeiro trimestre de 2016, a colocação nas escolas do concelho e em espaços verdes públicos de caixas-ninho para dois predadores naturais, que se alimentam desta lagarta: o chapim-real (Parus major) e o chapim-azul (Parus caeruleus. Nesta fase pretendese envolver alunos e docentes do Agrupamento de Escolas

de Vila Nova da Barquinha na montagem das caixas-ninhos. Posteriormente serão colocadas caixas-ninho noutras zonas prioritárias (com maior nível de ataque) do concelho, envolvendo a comunidade em geral na montagem das caixas-ninhos. A partir do segundo trimestre do ano de 2016 está previsto a colocação de armadilhas tipo funil verde e transparente com feromonas sexuais em cápsulas para captura da borboleta. Se detectar a presença da processionária na sua propriedade deve recorrer a um dos meios de luta indicados no PAGIP (disponível na página oficial da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha), consoante a época do ano, localização da árvore a tratar e a fase do ciclo de vida do insecto. Em caso de dúvida sobre o tipo de tratamento, e se pretender mais esclarecimentos contacte o Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal. ―

CÂMARA MUNICIPAL DE VILA NOVA DA BARQUINHA EDITAL N.º1/2016

Fernando dos Santos Freire, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. -------------------Torna público que, por deliberação desta Câmara Municipal, tomada na sua reunião ordinária realizada em 14 de outubro de 2015 e nos termos dos artigos 100º e 101º, Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, se encontra em apreciação pública e audiência nesta Câmara Municipal, pelo prazo de 30 (trinta) dias, a Proposta de Regulamento do Concelho Municipal de Juventude de Vila Nova da Barquinha. -----Todos os interessados na apresentação de sugestões e/ou reclamações, deverão fazê-lo por escrito, dentro do prazo supracitado, para o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha.------------------------------------------------Mais torna público que a Proposta de Regulamento, poderá ser consultada na Secretaria desta Câmara Municipal, de segunda a sexta-feira, dentro do horário de expediente - das 9:00 às 12:30 horas e das 14:00 às 16:00 horas e na página da internet, no endereço www.cm-vnbarquinha.pt. ---------------------Para constar e devidos efeitos se publica este Edital e Outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. Vila Nova da Barquinha e Secretaria da Câmara Municipal, 5 de Janeiro 2016. -------------------------------------------

VN BARQUINHA Santa Casa da Misericórdia com nova direcção FOTO PÉRSIO BASSO

A nova direcção da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha é constituída por Hélder Silva (Provedor), António Mação (Vice-provedor), João Gralha (1.º Secretário), Joaquim Paulo (Tesoureiro) e Manuel Germano (Vogal), para os próximos 4 anos de mandato. Os corpos dirigentes estiveram no dia 6 de Janeiro no edifício dos Paços de Concelho, para apresentação de cumprimentos ao Presidente da Câmara, Fernando Freire. O autarca recebeu os novos órgãos sociais daquela IPSS. ―

AGRADECIMENTO Seu marido, filho, pais, sogros, irmãos e sobrinhos recordam com eterna saudade este seu ente querido que no dia 9 de Fevereiro de 2016, faz 4 anos que nos deixou, mas estará sempre nos nossos corações. Que repouse sempre em paz. Fernanda Isabel Ribeiro Martins Borges Nasc: 29 Jan 1965 Falec: 09 Fev 2012 Atalaia Vila Nova da Barquinha

Comunica-se que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 14 de Fevereiro, na Igreja Matriz de Atalaia.


06 SOCIEDADE

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Contributo para a História da Investigação Arqueológica no Concelho VNB - XII

XII: O protocolo começa a dar frutos

ABRANTES Cidade dá as boas vindas ao ano do Centenário TEXTO RICARDO ALVES

Júlio Manuel Pereira Investigador de História Local Mestre em Pré-História e Arqueologia

Depois de uma pequena interrupção, aqui estou a prosseguir as nossas conversas mensais, desejando que os meus leitores tenham tido umas Festas Felizes e venham a ter um ano de 2016 pleno de realizações. Não tardou muito que o Protocolo celebrado entre o Núcleo, a Câmara Municipal e a Escola Superior de Tecnologia de Tomar, começasse a dar frutos, tendo um papel muito importante, como elemento de ligação, a Profª Carmina Ribeiro. Assim, conforme se refere no “Biface” nº 161: “ (…) foi elaborado pela Profª Carmina Ribeiro, um projeto de ocupação de tempos livres para jovens, com vista a: - Dar continuidade e reforçar o gosto e interesse já revelado pelos jovens que integram o Núcleo; - Transmitir algumas técnicas de investigação em arqueologia; - Proporcionar uma forma agradável e útil de ocupação do tempo livre. O referido projeto (…) contempla a realização das seguintes atividades: - Trabalhos de campo (prospeção); - Trabalhos de laboratório (lavagem e marcação de artefactos); - Visitas de estudo orientadas (Anta do Val da Laje, Museu de Arqueologia, etc.)” Este programa de ocupação decorreu durante a primeira quinzena de julho e, para além de, pela primeira vez, possibilitar a visita a uma anta – Anta 1 do Val da Laje proporcionou o contato com o Laboratório de Pré-História da Escola Superior de Tecnologia de Tomar, dirigido pela Dr.ª Ana Rosa Cruz que, gentilmente, durante a visita, nos acompanhou e aos jovens do Programa de Ocupação de Tempos Livres. Foi ainda visitado o Museu de Mação e o Castro de S. Miguel nas imediações daquela localidade. O Núcleo de Arqueologia consolida-se como uma força viva do concelho A atividade do Núcleo não se confinava estritamente à Arqueologia. Alguns dos seus sócios, individual ou coletivamente, tinham preocupações mais vastas, que englobavam o património-histórico cultural como um todo. Efetivamente, no âmbito da minha atividade de investigação histórica tinha publicado em finais do ano anterior um livro sobre as ruínas

do Convento de Nª Srª do Loreto, intitulado “Pedras de Um Convento, Palavras de Dois Frades” e, em abril desse ano de 1993, um outro livro, intitulado “ A Região da Barquinha no Século XVII – A Visão dos Inquéritos Paroquiais”. Também, no âmbito da minha atividade como vereador, em fevereiro desse ano, apresentara a proposta de criação de um Arquivo Histórico Municipal, como forma de preservar o acervo existente na Câmara, então em completa desorganização e em risco de destruição, proposta essa que foi aprovada por unanimidade na sessão de 2 de março. Dado que, na mente da generalidade das pessoas, não havia uma compartimentação entre as ações dos associados e a atividade específica do Núcleo de Arqueologia, tudo isso contribuiu para que aquele se fosse afirmando como uma instituição incontornável no panorama cultural do concelho de Vila Nova da Barquinha. A atestá-lo está o facto de, em dezembro desse ano, quando decorria a campanha para as eleições autárquicas, os candidatos socialistas, terem visitado a sede do Núcleo, os quais, conforme relatou então o “Biface”2, “(…) tiveram palavras de grande simpatia para com o trabalho que o Núcleo tem vindo a desenvolver, puderam apreciar as deficientes condições de que dispomos e a impossibilidade que temos de expor o nosso espólio arqueológico condignamente. Desse contato ficou a promessa de que os que vierem a ser eleitos por aquele partido não deixarão de estar atentos aos nossos problemas”, E assim viria a acontecer, na realidade. O novo ano traria para a ribalta novos protagonistas, quer na Câmara Municipal, à qual eu não concorrera, quer no Núcleo, onde a figura do Zé Gomes se afirmaria cada vez mais importante na interlocução com os novos poderes.―

“É com muito orgulho que anunciamos que às 00h00 deste dia 1 de Janeiro de 2016 entramos no ano do Centenário da Cidade de Abrantes.” Foi desta forma que arrancaram as comemorações em nota enviada e publicada pela autarquia abrantina. As comemorações do centenário abrantino vão proporcionar um ano de 2016 repleto de actividades e eventos alusivos à história da cidade e das suas personalidades mais marcantes, e começou logo com um Concerto de Ano Novo, no dia 9 de Janeiro na Igreja de S. Vicente por ocasião do “Bravo Abrantes”. História de uma cidade No dia 8 de Maio de 1898 é

manifestado pela primeira vez no semanário liberal “Semana de Abrantes” que “pretende-se aqui, que Abrantes seja elevada à categoria de cidade…”. No dia 3 de Fevereiro de 1907, realizou-se o grande comício que levou a Abrantes grandes nomes do Partido Republicano como Bernardino Machado que assume a elevação de Abrantes a Cidade assim que o país se tornasse República. Cerca de 6 000 pessoas reuniram-se na Praça de Touros de Abrantes (na actual Escola Secundária Dr. Solano de Abreu) para ouvirem Bernardino Machado, Brito Camacho, José Maria Pereira, Anselmo Xavier, António José de Almeida e Ramiro Guedes. Com a promessa de Bernardino Machado “os dados estavam

Foto do Largo Raimundo Soares, retirada do arquivo do Centenário

MAÇÃO

“Ter casa em Mação compensa!” TEXTO NA

Isenção do IMI, isenção do IMT, benefícios no IRS, nos rendimentos prediais e nas mais-valias e redução da taxa do IVA. São estes os benefícios fiscais dos quais os Munícipes Maçaenses poderão usufruir no âmbito da adesão ao programa da Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Mação. Um programa que tem como objectivo contrariar a tendência do despovoamento, assim como a degradação do edificado, dos espaços públicos e do património de Mação, promovendo a

melhoria da qualidade urbana da vila e impulsionando a regeneração demográfica e económica. Esta é uma forma de a Câmara Municipal de Mação apoiar simultaneamente os cidadãos e empresas do Município no processo de reabilitação de imóveis degradados. A Câmara Municipal de Mação promoveu, no dia 28 de Dezembro, uma sessão de esclarecimento sobre a ARU – Área de Reabilitação Urbana de Mação, assim como os incentivos e benefícios fiscais à reabilitação urbana para imóveis abrangidos pela mesma.

1 Vide “O Biface”, nº 16 JUN/1993 2 Vide “O Biface, nº 23, Dez/1993

lançados” e os abrantinos ansiavam por esse grande dia. No dia 5 de Outubro de 1910, Abrantes recebe a implantação da República como “o fim desejado para atingir o seu sonho: elevação a Cidade. Após muitos episódios na história até à elevação a cidade, finalmente no dia 14 de Junho de 1916, o Diário da República nº 118 publicava a lei nº 601, assinada pelo presidente da República Portuguesa Dr. Bernardino Machado, com a elevação de Abrantes a cidade. Nesse dia “realizou-se uma imponente manifestação que percorreu as principais ruas, dando-se vivas ao presidente da República, ao deputado João José Luís Damas, ao Partido Democrático, á Câmara Municipal, sendo lançados bastantes foguetes”. Parabéns Abrantes. ―

Maçaenses informaram-se sobre novas medidas no concelho

Uma área de reabilitação urbana é “um espaço urbano que, em virtude da insuficiência ou obsolência dos edifícios, das infra-estruturas urbanas, dos equipamentos ou dos espaços urbanos e verdes, justifiquem uma intervenção integrada”. A definição dos benefícios tem como objectivo sistematizar e propor instrumentos e mecanismos estimulantes e mobilizadores da reabilitação urbana que incentivem as entidades privadas, empresariais e individuais a aderir ao programa. ―


SOCIEDADE 07

JANEIRO 2016

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A BEM DIZER...

SARDOAL Subsídio mensal para medicamentos TEXTO NA

Os idosos do concelho de Sardoal vão ter direito a um subsidio mensal de ajuda à compra de medicamentos, suprindo na medida das possibilidades as carências financeiras dos mesmos. A medida foi aprovada pelo executivo da Câmara Municipal de Sardoal, cuja maioria é detida pelo PSD, liderada por Miguel

Borges, e nasce de uma proposta do vereador do PS, Fernando Vasco. Para já, é previsto que a medida entre em vigor em 2016 mas os valores e condições ainda não foram definidos. A proposta inicial apontava para 100% de pagamento dos medicamentos a idosos com mais de 90 anos, com os idosos com mais de 85 anos com direito a uma subsidiação

de 75% do valor do medicamentos a pagar e os idosos com mais de 80 anos a beneficiar de uma ajuda em 50% do valor dos medicamentos. Todos os beneficiários terão de ser eleitores inscritos. A proposta foi aprovada por unanimidade, recolhendo o apoio do vereador Rui Serras, do GIS, e do presidente da CM Sardoal, Miguel Borges (PSD).―

CONSTÂNCIA Festas do concelho em preparação TEXTO NA

Reflectir sobre a organização das Festas do Concelho, e encontrar ideias novas e criativas que possam contribuir para as melhorar ainda mais, ouvindo os munícipes e os responsáveis das instituições, do comércio e das forças vivas do concelho partilhando as alegrias e dificuldades relativamente ao

evento, foram os principais objectivos da reunião que decorreu, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no dia 8 de Janeiro. Esta sessão de trabalho, realizada entre a autarquia e a comunidade de Constância, marcou assim o arranque da preparação das Festas do Concelho / Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem 2016, um evento que terá lugar nos dias

Comunidade começou a discussão em torno das festividades de Março

26, 27 e 28 de Março. A Câmara Municipal, a quem cabe a organização das Festas do Concelho, tem consciência de que pouco pode fazer sozinha e de que a qualidade e o sucesso dos festejos dependem, antes de mais, do envolvimento e da participação das pessoas e das instituições do concelho que lhes dão corpo e sentido enquanto grande festa colectiva.―

A Voz e a vida do Grupo Coral de Tancos António Matias Coelho Historiador. Consultor Cultural amatiascoelho@sapo.pt

Não são só as pessoas que têm voz. Há também a voz coletiva, a voz do grupo, que é muito mais do que a soma das vozes individuais que a compõem. Às vezes essa voz é música. E, em certos momentos, é mesmo sinfonia. O que eu e uma infinidade de gente tivemos ocasião de apreciar, a meia dúzia de noites do Natal, na mais que repleta Igreja Matriz da Barquinha, foi exatamente isso – um Natal Sinfónico como, muito a propósito, lhe chamou a organização. Eram mais de quarenta vozes, femininas e masculinas, agudas e graves, de soprano, de tenor e de barítono do Grupo Coral de Tancos, acompanhadas por umas duas dezenas de músicos da Orquestra Sinfonietta Almourol – todos, coro e orquestra, sob a direção do maestro Pedro Correia – que encheram de música o templo e os ouvidos de quem assistia. Há no Grupo Coral de Tancos muitos níveis de desempenho no que diz respeito à voz, desde os profissionais que logo se destacam pelo timbre e pela interpretação, até aos amadores, no sentido mais nobre da palavra, os que amam o canto e o ato de cantar em coro, que são a grande maioria. E o que é mais notável é o que consegue apresentar um tão heterogéneo coletivo em termos do que o público ouve, dos sons que preenchem o espaço do espetáculo e da consequente impressão que eles causam na alma de quem os capta. Tem 30 anos o Grupo Coral de Tancos e já vai nas centenas de concertos por todo o país. Este concerto de Natal foi, aliás, a chave de ouro com que se fecharam as comemorações da redonda idade que ao longo de 2015 comemorou. Sendo em Tancos a sua sede e decorrendo nessa vila os ensaios semanais, poucos são de Tancos os elementos do grupo, antes das terras vizinhas do concelho da Barquinha e dos concelhos próximos do Entroncamento, de Torres Novas, de Tomar, da Chamusca. Mais do que um grupo coral, o que são verdadeiramente é um grupo de amigos. Um grupo de amigos que gosta de cantar em con-

junto. E que encontra no canto coral uma forma de expressão e uma excelente terapia para atenuar o stresse e os constrangimentos emocionais que a vida a todos impõe. À sexta-feira, ao cabo de uma semana de trabalho, de obrigações, de dificuldades, de problemas, de tensões acumulados, chega um homem ou uma mulher ao Centro Cultural de Tancos, onde decorrem os ensaios, e nessa noite é cantor. E só quem canta, em especial se canta em coro, sente e sabe o que é encher de ar os pulmões e arrancar deles os sons com que, em harmonia com os dos demais companheiros, se constrói uma obra de arte. E o bem que o cantar lhe faz. Mas muitas vozes cantando não fazem necessariamente um coro: necessário é que se passe do som individual para o canto do grupo, que as vozes se tornem música. Esse é o trabalho do maestro. Tinha apenas 21 anos de idade quando, em 1995, assumiu a direção do Grupo Coral de Tancos. E ao longo destes 20 anos, o maestro Pedro Correia, muito mais do que ter dirigido, à frente dele, o impressionante número de 200 concertos (201, contando este do Natal), o que fez foi construir um verdadeiro Grupo Coral, motivado, empenhado, autoconfiante. São os próprios cantores que o afirmam. Um deles, que é meu amigo, até me disse por graça, que nós pouco valemos, o maestro é que puxa e faz de nós alguma coisa. É caricatura o que diz, bem entendido, mas as caricaturas são formas eloquentes de a gente se exprimir e de dizer grandes verdades. Do meu lugar, ao fundo da igreja da Barquinha, numa noite de dezembro, apreciava a harmonia das vozes e dos sons da orquestra e pensava no que podem as pessoas fazer quando, com determinação e modéstia, se juntam para erguer uma obra coletiva. E no poder que têm as vozes humanas, se bem harmonizadas, para elevar a nossa humanidade. Bem merece o Grupo Coral de Tancos, um jovem de 30 anos, que dele se diga bem. Porque, a bem dizer, faz muito bem à nossa alma.―


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CULTO 11

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OS PASSOS DE SÍSIFO

O Ano Internacional do Entendimento Global começou OPINIÃO LUIZ OOSTERBEEK

É indiscutível que o mundo vive um processo de profundas transformações, nos domínios da cultura, da sociedade, da economia, da comunicação ou do ambiente. É indiscutível também, porém talvez menos evidente para grande parte das pessoas, que o processo de aceleração dessas mudanças já se iniciou há várias décadas e, o que é igualmente muito importante, a transformação é uma característica inerente às dinâmicas humanas no planeta, desde sempre. Refiro esta questão porque o medo face à incerteza parte, em grande medida, da ilusão de que no passado não existiam incertezas, o que não é verdade. O que existia em momentos passados, pelo menos de forma mais robusta do que hoje, era a compreensão de que as mudanças eram a norma e de que as dificuldades não podiam ser encaradas como problemas de curto prazo. Havia uma noção mais extensa do tempo, que em parte decorria de uma esperança média de vida menor (as pessoas morriam mais cedo, pelo que entendiam que era

fundamental a articulação intergeracional) e em parte de processos de mudança que eram efetivamente mais lentos. Não é a primeira vez na História que o medo ganha terreno sobre a razão e a capacidade de pensar e agir no médio e no longo prazo, que são as únicas escalas em que a incerteza não implica, também, angústia (sendo que é a angústia, e não a incerteza, que está na raiz do medo paralisante). Vimos essa realidade na década de 1930, ou na década de 1840, por exemplo, com consequências que foram muito negativas, e que se resumem numa palavra: guerra. Neste quadro, é certo que há muitos desafios, mas penso que podem ser resumidos a dois, que por sua vez podem gerar uma consequência positiva. Por um lado é preciso difundir a compreensão de que os processos em que vivemos, na escala dos locais onde nos movemos, são hoje indissociáveis dos processos globais, e se pautam sobretudo por dilemas (face aos quais é preciso fazer escolhas) e não apenas problemas (face aos quais se buscam soluções).

“Se as sociedades encararem melhor a necessidade de debaterem e agirem sobre dilemas e de forma integrada, não apenas no curto prazo mas medindo as consequências no médio e longo prazo, um primeiro resultado será a diminuição da incerteza (..)” Por outro lado, é preciso compreender que as dificuldades não são uma coleção de problemas separados (o que gera as atuais estratégias, algo disléxicas e certamente ineficientes, quando não desumanas, de reação a questões como as migrações) e sim um processo integrado que carece de uma resposta global. Por exemplo, se se pensar na questão das migrações e da segurança no corredor que vai da Ásia Central ao Médio Oriente (e que depois se prolonga no Mediterrâneo), é fundamental perceber que os efeitos das mudanças ambientais e a desertificação, para além dos processos estritamente históricos, agravaram as tensões nessa região, e estão na origem do colapso dos Estados e das guerras a que assistimos. Se as sociedades encararem melhor a necessidade de debate-

rem e agirem sobre dilemas e de forma integrada, não apenas no curto prazo mas medindo as consequências no médio e longo prazo, um primeiro resultado será a diminuição da incerteza (que em grande medida resulta da ignorância e do simples facto de não se refletir sobre essas escalas temporais) e, consequentemente, a diminuição do medo e uma governança mais estável dos territórios. As pontes sólidas são construídas na base de interesses solidários, como dizia Thomas Jefferson. O pensamento único, qualquer que ele seja, é fruto da ilusão de que existem interesses iguais para todos os seres humanos. Isso é uma ilusão, se se pretender ir mais além das simples necessidades fisiológicas. Os humanos são seres culturais, e a diversidade não é para eles um pro-

blema, sempre foi o seu principal fator de sucesso, de resiliência. Preservar a diversidade, e promover o entendimento de base científica, racional, convergindo na direção do conhecimento, é o caminho que permite diminuir as dificuldades e promover a paz. Este é o foco do Ano Internacional do Entendimento Global: compreender como os comportamentos locais são indissociáveis dos processos globais, e como o conhecimento é fulcral nessa relação. Pensar em 2016 na disseminação do conhecimento é, também, compreender que a cada momento é fundamental pensar o futuro. Por isso é perigoso que na discussão do presente, muito centrada no ciclo até 2020, se esqueça o que pode ocorrer após aquela data. Hoje, deveríamos estar já a pensar em 2021 e em 2025… ―

DOM RAMIRO

Quando se sabe do ofício, é tudo mais fácil… OPINIÃO CARLOS VICENTE

O Sol voltou, Precisamos de alguma luz depois destes últimos dias tristonhos. O carrocel politico, continua. À esquerda e à direita vão-se esgrimindo posições com mais ou menos sangue como mandam os ditames destas “coisas”, o medo e a consternação do que poderá advir foi substituído por uma vontade doida de nos lançarmos no precipício (isto no bom sentido, claro), pois pior não poderá ser (pensamos), é também um acto de coragem, tal como aqueles espadachins que desarmando o inimigo, lhes davam novamente a espada para que tivessem uma nova oportunidade. Entretanto lá vamos sabendo o paradeiro de mais uns milhões daqui e dali, que vão fazendo alguém feliz, uma lotaria descumunal que sai quase sempre aos mesmos. Salva-se o de “voice”. E, por falar nisso, acentua-se bastante a diferença entre este e os demais jurados, que pontoavam pelas asneiras e pelas provocações aos pobres coitados dos candidatos… choros, discussões e ale-

gações era o que mais daí resultava e geralmente tudo acabava em guerra nas revistas cor de rosa ou no caso, cor de sangue. Este, é realmente uma festa. Os concorrentes são fantásticos, podemos chamar vencedores ao ultimo trio… alguns dos jurados são surpreendidos por vozes tão boas (quase) quanto as suas e fantástico… não o negam e ainda o enaltecem, essa sim a grande diferença entre estes jovens profissionais e os outros de outras alturas que primavam pelo desaforro e pela primitividade das insinuações menos poéticas tal como chorrilhos de asneiras e provocações… tem de ser, pois vão entrar num mundo cruel e assim ganham capacidades… dizia um tal Manel qualquer coisa, especialista em qualquer coisa, mais um não sei quantos da Madeira que até privava com os maiores da “coisa”… tristes vidas eram as destas pessoas. Nunca tínhamos assistido, jurados que sofrem mais do que alguns concorrentes, que lhes dão um apoio incondicional, que os acarinham quando as coisas não correm tão bem, quase como se de pais se tratassem

(além da tenra idade que apresentam) estes sim, são verdadeiros profissionais. Profissionais do mesmo “ofício” sabem do que falam e sentem-se na pele dos que julgam, esta é a diferença. esta é a difernça, capaz de mudar o mundo. E afinal os mais jovens sempre a fazem, e com acções verdadeira, embora claro, tudo continue a ser espectáculo, mas desta vez mais “cool”. Vamos ter esperança nesta juventude.

E se os políticos lhe seguissem o exemplo, se em vez do chorrilho de asneiras e acusações, se juntassem no bem comum em prol dos que dizem sempre defender e proteger (na realidade até está a acontecer um pouco isso…) vamos esperar este mundo novo, vamos ter esperança nesta malta nova. Afinal pode, como vemos, um simples programa como o “Voice” trazer uma mensagem nova de coragem, saber fazer amor

em vez da guerra (slogan duma juventude que também acreditava na paz e no sucesso). São exemplos destes que temos de saber aproveitar. Este momento actual na sociedade portuguesa vai-nos tornar maiores e melhores?!!, não sei ao certo, mas tenho alguma esperança, costumo dizer que se o mundo fosse dos artistas… mas basta que seja de quem entende da poda e não se importa de partilhar as uvas. ―


12 CULTURA

JANEIRO 2016

NovoAlmourol

Marca d’ Água

VN BARQUINHA

Programar

Rui Chafes conquista Prémio Pessoa 2015

Alves Jana Consultor

Se pensarmos uma sociedade como um espaço cultural que se curva e densifica em torno de lugares, produtos sou acontecimentos culturais, damos um bom contributo para pensarmos o trabalho de programação. Perguntemos a um programador “o que quer fazer” com a programação que faz. E ele pode responder uma de duas coisas: “não quero fazer nada” ou então “quero fazer…” aquilo que ele disser. Se não quer fazer nada, está, apesar disso, a fazer alguma coisa, só que não quer pensar nisso. Porquê? Por preguiça, por incapacidade, por ideologia, por… sei lá o quê. Não sabe o que faz, mas faz. Nem que seja apenas receita de bilheteira ou boa audiência para faturar publicidade. A alternativa é o programador pensar o programa e os seus efeitos. De facto, programar um cine-teatro ou um festival ou um disco, é interferir num campo de forças que se vai alterar por acontecer isso que é programado. Que alteração? Em quem? Em que direcção? Programar não se reduz a um ato racional, com regra e esquadro. Tem muito de gosto e sensibilidade apurada, de

“Programar não se reduz a um ato racional, com regra e esquadro. Tem muito de gosto e sensibilidade apurada, de conhecimento do espaço e do público que o constitui e do sistema de forças, que inclui pessoas e objetos, que o constitui.”

conhecimento do espaço e do público que o constitui e do sistema de forças, que inclui pessoas e objetos, que o constitui. Interferir nesse espaço é, só por si, uma ousadia, mas também uma incerteza. Ninguém sabe se alcança um resultado desejado. Mas, pelo andar da carruagem, vê-se em que direcção ela vai. Uma programação não é apenas um ato, é um processo, um andamento, uma viagem. Que faz o programador, que fazem aqueles que intervêm e que faz, se assim se pode dizer, o próprio espaço em que se intervém. Por isso a programação não é uma ciência exata, com resultados garantidos, como num processo químico. É um trabalho sempre aberto. Mas que sabe o que quer, para onde quer ir. Já o dissemos aqui sobre o Bons Sons, em Cem Soldos. Mas podemos perguntá-lo ao Virgínia, em Torres Novas. Ou, vamos sair daqui, ao Museu Nacional de Arte Antiga, que nos está a mostrar outra forma de ser museu. E podemos também perguntá-lo ao Novo Almourol. Aqui mesmo, nestas folhas, mês a mês, o Editorial diz-nos o que quer fazer e as várias páginas mostram-se a fazer o que fazem. As opções podiam ser outras. Nem sempre o programador consegue fazer o que desejaria. Mas isso é a prova de que “quer” alguma coisa. Nada disto, porém, significa que a programação pode e deve garantir um certo tipo de resultados fechados. O trabalho cultural é sempre aberto. Porque depende sempre de quem lê, vê, ouve, enfim, participa. E cada pessoa fá-lo à sua maneira. Por exemplo, terei eu conseguido, com este texto, alguma coisa do que pretendia fazer? Ajudar os leitores do NA a focarem os óculos e observarem o que se anda a fazer nesta nossa região cultural e para onde, fazendo-o, estamos a ir.―

Rui Chafes, um dos 11 escultores presentes na exposição permanente do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, em Vila Nova da Barquinha, conquistou o Prémio Pessoa 2015. Chafes, o primeiro artista plástico a ser distinguido com este galardão, é o autor de “Contramundo”, uma obra em ferro pintado de negro que representa uma figura tímida, fechada sobre si própria, quase que escondida entre árvores e canaviais do parque. Inaugurado em 2012, o Parque de Escultura Contemporânea Almourol é um espaço onde estão juntos os nomes mais representativos da escultura contemporânea portuguesa. Cobrindo autores e obras cujo trabalho se desenvolveu da década de 60 até à actualidade, integram também este projecto Alberto Carneiro, Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Xana e Zulmiro de Carvalho. Rui Chafes nasceu em 1966, em Lisboa. Vive e trabalha em Cascais. O artista trabalha temas e formas que colam a nossa realidade a um tempo ancestral,

e à de um universo próximo, mas diverso. Assim nos obriga a interrogar sobre o que somos e o modo como nos relacionamos com o que nos rodeia. Rui Chafes é formado em Escultura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1984-89). As suas primeiras exposições individuais na Galeria Leo, 1986 e 1987, e no Espaço Poligrupo Renascença, em 1988, definem um período inicial marcado pela criação de instalações nas quais usava materiais variados, como troncos, canas, fitas de platex, ripas de madeira e plástico, que viria a abandonar, mais tarde, a favor do uso exclusivo do ferro pintado de preto, convocando, assim, para o seu trabalho a experiência física da sua configu-

ração, alquímica e industrial. . Enigmáticas, as obras de Rui Chafes, colocadas, muitas vezes, em jardins românticos (Sintra), palácios e igrejas, operam num território suspenso no tempo, numa paisagem que apela para uma outra ordem e condição do objecto criado, entre o caos e o rigor da revelação, entre o interior e o exterior da existência, irracional, individual e transcendental. O seu percurso conta com importantes exposições em instituições nacionais e internacionais. O Município de Vila Nova da Barquinha, em comunicado, congratulou-se com esta “importante distinção, felicitando o escultor pela qualidade e beleza da sua obra.” ―

Prémio valoriza artista e Parque de Esculturas Almourol

VILA DE REI

Festival Rock na Vila nomeado nos Iberian Festival Awards O Festival é um dos eventos em destaque na primeira edição dos Iberian Festival Awards, iniciativa que pretende distinguir os melhores festivais de música de Portugal e Espanha. Promovidos e regulados pelos Festival Awards, Ltd, promotor e fundador dos UK Conference & Festival Awards e dos European Festival Awards, a iniciativa pretende premiar e reconhecer várias vertentes da realização de festivais de música em Portugal e Espanha e criar sinergias para que estes prémios sejam igualmente um chamariz para toda a indústria musical do ponto de vista ibérico. O Festival Rock na Vila é um dos festivais em destaque nesta primeira edição dos Iberian Festival Awards, encontrando-se nomeado nas categorias de “Best Medium Size Festival”, “Best Line Up” e “Best Camping Site”. As votações encontram-se abertas até ao dia 9 de Fevereiro e a entrega de prémios ocorrerá no dia 9 de Março, no Auditório da FIL, em Lisboa, durante a BTL – Feira Internacional de Turismo de Lisboa. ―


CULTURA 13

JANEIRO 2016

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

TORRES NOVAS

Camané no Teatro Virgínia TEXTO NA

No ano em que se assinalam 20 anos sobre a edição de «Uma Noite de Fados», Camané regressa com um disco novo. «Infinito Presente», título do aguardado novo registo do fadista e o seu primeiro disco em cinco anos, será o mote do concerto que terá lugar no dia 23 de Janeiro, sábado, pelas 21h30, no Teatro Virgínia. Sucessor de «Do Amor e dos Dias» (2010) – pelo meio editou, em 2013, a antologia «O Melhor 1995-2013» – «Infinito Presente» é o sétimo registo de estúdio de Camané, editado em Maio de 2015. Dos temas que compõem «Infinito Presente» destaque para duas composições de José

Júlio Paiva, bisavô de Camané («Conta e Tempo» e «Aqui Está-se Sossegado [fado espanhol]»), um inédito de Alain Oulman («A Correr»), um tema de Vitorino Salomé («Medalha da Senhora das Dores») e a presença dos «cúmplices» habituais Manuela de Freitas e José Mário Branco. O título-tema do disco, «Infinito Presente»,

é um poema de David Mourão-Ferreira (cujo título original é «Corpo Iluminado, XII»), poeta de referência na obra de Camané. Os bilhetes têm um custo de 15€ (com descontos aplicáveis) e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Virgínia ou online. Mais informações em www.teatrovirginia.com ― ­

ENTRONCAMENTO

“O Soldado Português na I Guerra Mundial” FOTO EOL

Foi inaugurada no dia 9 de Janeiro a uma exposição sob o título “O Soldado Português na I Guerra Mundial”. Esta mostra fotográfica, da autoria da Liga dos Combatentes - Núcleo do Entroncamento/Vila Nova da Barquinha, vai estar patente até dia 21 de Janeiro na Galeria Municipal do Entroncamento. Na inauguração estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, Jorge Faria, o Presidentes das Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, de Tomar, Anabela Freitas e Torres Novas, Pedro Ferreira, para além de autarcas locais e de elementos do Núcleo da Liga dos Combatentes, nomeadamente o seu presidente, Fausto Diabinho. ―

Anabela Freitas, Fernando Freire, Fausto Diabinho e Jorge Faria

VN BARQUINHA

Casa cheia para ver Pinóquio O Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha encheu no dia 26 de Dezembro para a peça “Pinóquio”, teatro infantil cuja encenação esteva a cabo do Grupo de Teatro Espaço Zero, numa organização da Câmara Municipal de VN Barquinha. Com muitas crianças e famílias na assistência, foi um modo diferente de passar o período pós natalício. ―

50. Do cinema e da vida… Luís Mota Figueira Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar Diretor Técnico do Museu Agrícola de Riachos e Casa-Memorial General Humberto Delgado

Revi há poucos dias o filme de António-Pedro Vasconcelos “Os gatos não têm vertigens” com escrita de Tiago Santos e um leque de atores que, com grande cumplicidade, ritmo e dinâmica das acções que a excelente fotografia enquadra, revelam o que é dramatizar em português e…bem. Por isso, esta obra (que certamente envelhecerá bem, tal é a sua verdade cinematográfica iluminando a vida das pessoas concretas ali representadas) recebeu diversos prémios fazendo-se justiça ao talento nacional. Da primeira vez que ouvi a música fiquei deveras fascinado com um universo sonoro, que só no final da sessão e com a passagem do genérico, percebi ser composta por Luís Cília. Não havia reparado nesse pormenor que com os restantes pertence à Obra e é Obra. Esta música é no panorama da música contemporânea portuguesa uma lufada de ar fresco. E que ar fresco ela cria e nos oferece! Para um admirador ciliano que com 15 anos escutava as músicas de exílio a que conseguia aceder com o seu grupo de amigos, este é um momento especial. Obrigado Luís Cília. Dois anos depois, a Liberdade viria abrir as portas para o regresso deste artista, bem de como muitos que fazem o tal Portugal diferente e solidário. Este músico e homem de cultura, discreto e de grande profundidade no que respeita ao exercício

“Este músico e homem de cultura, discreto e de grande profundidade no que respeita ao exercício da arte dos sons e das palavras, também contribuiu com este seu exercício de liberdade, para que obra cinematográfica tão redentora conquistasse um dos prémios.”

da arte dos sons e das palavras, também contribuiu com este seu exercício de liberdade, para que obra cinematográfica tão redentora conquistasse um dos prémios. É muito bom, para a Colectividade, quando a arte livremente expressa faz acontecer atmosferas que particularmente nos mostram como a ligação entre gerações é possível, dentro das conflitualidades naturais. Esta relação, representada pela magistral e leve lição de representação cinematográfica de Maria do Céu Guerra em contraponto com o desempenho de rigor e espontaneidade de João Jesus, eleva-nos e faz-nos gostar de nós, individualmente e em colectivo, faz-nos gostar do que somos, faz-nos gostar de como somos. Para o realizador e parceria que com a sua visão técnica e estética, abarcam o desenho e a execução propostas aos atores e técnicos, vai um obrigado muito sentido. A Obra final é, seguramente, uma reflexão oportuna e clara sobre a nossa contemporaneidade. Afinal, há sempre alguém que resiste e há sempre alguém que diz não ao que alguns pretendem instaurar como caminhos a seguir, violentando a liberdade de quem nasce num lugar e num território e tem o direito de lhe chamar seu, tem direito ao seu espaço e à cultura que ama e que ajuda a desenvolver, participando e amando esse lugar, de verdade. Quantos dos que foram forçados a partir voltarão para poderem voltar a sentir a sua atmosfera natal e, se assim o entenderem, saírem para outros mundos, livremente, e com alternativas de escolha? Outro filme que também trata da relação geracional é o “The Intern”, em Portugal com o título “O Estagiário”. Filme de 2015, saído da escrita e realização de Nancy Meyers, mostra-nos atores fabulosos embalados pela genialidade de representação das “coisas da vida” que Robert de Niro personifica sempre com grande carga emocional. No universo criativo do cinema americano é um ponto de luz, focado nos dramas concretos que a ficção torna mais presentes. Desejo de grandes filmes para 2016! Peniche, 1 de janeiro de 2016 ―­


14 GASTRONOMIA

JANEIRO 2016

NovoAlmourol

ABRANTES

Vinhos do Casal da Coelheira no topo da região TEXTO NA

Branco, tinto ou rosé? Seja qual for o seu favorito, se fizer a sua escolha baseado(a) no ranking 2015 do Clube de Vinhos Portugueses, vai escolher um vinho de Tramagal, da Quinta do Casal da Coelheira. O produtor do concelho de Abrantes surge em primeiro lugar em qualquer das categorias. Este ranking avalia os Melhores Vinhos do Tejo e tem como base a relação qualidade/preço O Mythos Tinto 2012, nos tintos, conseguiu a classificação de 19,5 valores (18,5€) par-

tilhando o primeiro lugar com o vinho Casa do Cadaval Cabernet Sauvignon 2012 (9,95€). Ainda nesta categoria de tintos, o produtor tramagalense surge na 3.A posição com o Casal da Coelheira Reserva Tinto de 2012 com 18,5 valores (5,50%) Também nos brancos, o Casal da Coelheira Branco Reserva de 2014 é considerado o melhor vinho do Tejo com uma nota de 19 valores (8,5€) e o mesmo acontece nos rosés, com o Casal da Coelheira Rosé 2014 a ocupar o primeiro lugar na lista de vinhos do Tejo com 17,5 valores (4,95€). ―

VN BARQUINHA

Almourol no Parque TEXTO & FOTO PÉRSIO BASSO

“Ergue-se majestoso, junto ao canal, desde os primeiros dias de Dezembro. O Castelo de Almourol agora replicado no parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha, em versão de madeira, serve de abrigo para as aves que fizeram do parque a sua casa. À semelhança de D. Ramiro, os patos são os fiéis guardiões deste verdadeiro monumento da carpintaria, ao serviço da vida animal. O original abrigo foi desenhado e construído nas oficinas municipais de Vila Nova da Barquinha, pelas mãos de Carlos Conde.” ―

ENTRONCAMENTO

CADE celebrou 40 anos ao serviço do futebol TEXTO & FOTO NA

O Clube Amador de Desportos do Entroncamen to (CADE) atingiu o seu 40.º aniversário em 31 de Dezembro de 2015 e celebrou a data na sua nova sede, no dia 9 de Janeiro. Para o efeito juntou colaboradores, fundadores e associados. Aos fundadores e colaboradores, o clube ofereceu um cartão dourado que foi recebido, a

título póstumo pelos familiares dos já falecidos. Também os sócios com 25 anos de filiação, receberam um emblema de prata e um cartão prateado. A cerimónia foi presidida pela Vice-Presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, Ilda Joaquim, sendo os restantes lugares da mesa ocupados por José Maria Reis e Silva e João Abreu, respectivamente, Presidente da Assembleia Geral e da

Cantaram-se os parabéns ao já adulto CADE

Direcção do CADE. A sessão foi encerrada pela Vice-Presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, que realçou o papel fundamental do CADE na formação humana e desportiva da juventude do concelho. Após o encerramento desta cerimónia os presentes foram convidados a cantar os parabéns ao CADE, tendo sido partido o bolo, que foi partilhado por todos. ―


NADA PARA FAZER 15

JANEIRO 2016

FACEBOOK.COM/JORNAL-NOVO-ALMOUROL

Janeiro MÚSICA

TEATRO| DANÇA

SABER

DESPORTO

PATRIMÓNIO

ETNOGRAFIA

Exposição “O Soldado Português na I Grande Guerra” 09 Jan → 21 Jan 17h00

Exposição “Momentos” 06 Jan → 29 Fev 17h00

«Se escrevo ou leio ou desenho ou pinto, logo me sinto tão atrasado no que devo à eternidade, que começo a empurrar pra diante o tempo...» BIBLIOTECA MUNICIPAL OURÉM -

Exposição “O Outro Lado da Cor” 06 Jan → 28 Fev

O Museu Municipal de Vila de Rei vai receber, de 6 de janeiro a 28 de fevereiro, a exposição de pintura “O Outro Lado da Cor”, de Manuel Amadeu Bernardo. MUSEU MUNICIPAL VILA DE REI -

Exposição “Reflexos de um olhar”

09 Jan → 05 Fev 09h00

Exposição de Pintura “Reflexos de um olhar” por Milú Dias. GALERIA DOS PAÇOS OURÉM -

Exposição de fotografia “O Soldado Português na I Grande Guerra”, da autoria da Liga dos Combatentes - Núcleo do Entroncamento/Vila Nova da Barquinha. GALERIA MUNICIPAL MAÇÃO -

Exposição de Luís Soares 09 Jan → 30 Jan 16h00

AR LIVRE

GASTRONOMIA

LITERATURA

“Satoris e Nomadismos” Eurico Gonçalves João do Vale 16 Jan → 19 Fev 10h00

Eurico Gonçalves e João do Vale reúnem na Galeria Quartel de Abrantes, de 16 de Janeiro a 19 de Fevereiro de 2016 obras na sua maior parte inéditas. QUARTEL - GALERIA MUNICIPAL DE ARTE ABRANTES -

Exposição de pintura de Luís Soares. GALERIA DO CENTRO CULTURAL ELVINO PEREIRA MAÇÃO -

O Tesouro da Mata dos Sete Montes 11 Jan → 30 Jun 10h00

Exposição de fotografia sobre as raridades da natureza presentes na flora, fauna e património arquitetónico da Mata dos Sete Montes. CENTRO AMBIENTAL (MATA DOS SETE MONTES) TOMAR -

Ucharia de Sabores Azeite 17 Jan 19h30

Aproveite para “saborear” uma edição renovada da “Ucharia de Sabores” com jantares temáticos de produtos locais. Este mês o tema é o azeite. UCHARIA DO CONDE VILA MEDIEVAL DE OURÉM -

Encontro com a escritora Patricia Canha Couteiro

Encontro com o ilustrador Paulo Galindro

11h00

Os alunos poderão assistir e acompanhar o ilustrador enquanto pinta um quadro ao vivo. BIBLIOTECA MUNICIPAL ANTÓNIO BOTTO ABRANTES -

16 Jan

Apresentação do livro Pseudovidas, por Alves Jana. BIBLIOTECA MUNICIPAL ANTÓNIO BOTTO ABRANTES -

21 Jan 14h30

EXPOSIÇÃO

Ler os nossos com Isa Lisboa 21 Jan 18h00

Apresentação do livro Invernos, Sonhos e Andorinhas. BIBLIOTECA MUNICIPAL ANTÓNIO BOTTO ABRANTES -

Entre nós e as palavras com Francisco Ceia 28 Jan 21h30

Apresentação do livro Terra da Paciência BIBLIOTECA MUNICIPAL ANTÓNIO BOTTO ABRANTES -

Open de Masters 30 Jan → 31 Jan 09h30

COMPLEXO DESPORTIVO MUNICIPAL DE TOMAR TOMAR -

Absolutamente Fabulosos 22 Jan

Pinóquio

21h30

A história centra-se na vida de duas atrizes, que se veem, subitamente, sem trabalho e decidem viver juntas para sobreviverem e lutarem contra a situação de desemprego. CINETEATRO SÃO PEDRO ABRANTES -

“Conhecer o legado português na Malásia”

One Vision Tributo a Queen 29 Jan 21h30

Tendo como vocalista Alex Vantrue participante no programa The Voice Portugal, os ONE VISION são a banda portuguesa de Tributo aos Queen. CINE-TEATRO SÃO PEDRO ABRANTES -

30 Jan 16h00

Teatro infantil pelo Espaço Zero. Esta é a história de um boneco chamado Pinóquio que queria ser um menino de verdade. Vem juntar-te a ele nesta aventura, e descobre se o Pinóquio consegue mesmo realizar o seu desejo e tornar-se uma criança de carne e osso! CINE-TEATRO PARAÍSO TOMAR -

23 Jan → 13 Fev 15h00

Venha descobrir num workshop quem são os euroasiáticos, o que fazem e o que sentem em relação a Portugal. MUSEU MUNICIPAL OURÉM CASA DO ADMINISTRADOR OURÉM -

Torneio Jovem Nadador 23 Jan 15h00

O torneio consiste na realização de um conjunto de atividades aquáticas nas piscinas onde se desenvolvem as escolas municipais de natação. COMPLEXO MUNICIPAL DE PISCINAS DE ABRANTES ABRANTES -

Acontece no Museu… Nós queríamos ser artistas 29 Jan 21h00

Apresentação do livro “Nós queríamos ser artistas”, da autoria de João Carlos Lopes. MUSEU MUNICIPAL OURÉM CASA DO ADMINISTRADOR OURÉM -

Juntos em Revista 30 Jan 21h30

Elenco constituído por Marina Mota, Carlos Cunha, Érika Mota, António Vaz Mendes, Inês Curado, Hélder Agapito e ainda um grupo composto por seis bailarinos. CINETEATRO MUNICIPAL OURÉM -


16 POR AGORA É TUDO

JANEIRO 2016

Novo

­Almourol

Título Jornal Novo Almourol Propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Diretor Ricardo Alves Chefe de Redação Ricardo Alves Colaboradores Cidália Delgado, Maria de Lurdes Gil Jesuvino, Rafael Ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de Comunicação ESTA, Margarida Serôdio Opinião Luiz Oosterbeek, António Luís Roldão, Alves Jana, António Carraço, Teresa Nicolau, João Gil, Luís Mota Figueira, Luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, Rita Inácio, António Matias Coelho Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Ricardo Alves Paginação Ana Mourão Publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - novoalmourol@gmail.com Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão FIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila Nova da Barquinha Email ciaar.vnbarquinha@gmail.com / novoalmourol@gmail.com

“Numa região presa aos monumentos, à história, à imagem de nossa senhora, ao rio que mais ou menos denso corre sempre, é preciso dar espaço para nova(s) história(s).”

Editorial

Desejo 2016

Ricardo Alves Diretor

Paz e saúde. Pronto, ultrapassada a barreira comum dos desejos para um ano novo (é um sacrilégio deixar de fora o que nos mantém vivos) passo aos outros desejos. Quando cheguei ao Jornal Novo Almourol, em 2013, os arautos da desgraça, sedentários e sedimentados, logo ditaram o fim do mesmo. Mas a verdade é que 2015 foi o melhor ano de sempre do NA e 2016 será, certamente, ainda melhor. E perante as críticas, normalmente relativas ao conteúdo mais jovem, mais global dentro

do Médio Tejo, mais virado para a cultura da região, com conteúdos mais nacionais e até mundiais, respondi sempre da mesma forma: com uma pergunta. Onde estão os vossos jovens? “Saíram”, respondiam-me quase sempre. E a tristeza resignada via-se nos olhos dos leitores e das leitoras. E eu perguntava, “porque saíram?”. O que procuram os vossos filhos e netos, deixando a família no seu berço? “Melhores condições de vida”, “um futuro melhor”, “oportunidades” responderam-me invariavelmente. Aí disse sempre o mesmo, “então o que sugere com as suas críticas é que continuemos a fazer tudo igual, como sempre?”. A

confusão instalava-se. E foram muitas as interpelações que me fizeram neste período de tempo. Na verdade, sem querer ser arauto da razão, a região, o interior, tem de mudar de perspectiva. Se perdemos população alguma razão haverá. Não são só as luzes do litoral, é também a nossa inaptidão para fazer diferente. Porque o mundo é diferente hoje, diferente de ontem, exactamente ontem, 24h antes, quanto mais do mês ou ano passado. O mundo é frenético e os jovens querem cavalga-lo. Precisam disso e eu não os critico. Adaptam-se simplesmente. É altura de nos deixarmos de lamúrias e agirmos, ou pelo menos deixar agir. Numa região

presa aos monumentos, à história, à imagem de nossa senhora, ao rio que mais ou menos denso corre sempre, é preciso dar espaço para nova(s) história(s). Menos e melhores eventos, projectos e ideias para dez anos e não até às eleições, menos sorrisos para a fotografia e para o facebook, mais convicção e menos medo, maior concentração de verbas para projectos estruturados e menos atenção ao imediato. É isso que eu desejo. Que o novo ano traga clarividência, acima de tudo. Que nós sejamos capazes de sair do café e da poltrona uma vez a cada três meses e vamos às assembleias municipais. Que sejamos criativos e nos apercebamos

que há todo um mundo lá fora que compete connosco, que nos escuta, que nos é concorrente. Desejo que seja possível fazermos diferente. Que sejamos capazes de ser tolerantes com os que nos pedem ajuda. Que os que mandam sejam os melhores, que contratem os melhores, os mais criativos, os desinteressados, os não carreiristas. Que os jovens não se miguem, que se unam, que se apercebam que o futuro é deles e que se eles não o tiverem também nós não o teremos. É isso que desejo para nós, seja enquanto concelho, região ou país. “E não nos deixemos cair na tentação do mal, amém”. Bom 2016. Cá nos esperamos. ―


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