Jornal Corpus

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Série Editorial III, Ano VIII Março-Abril _ Especial _ 2019 Cotia/SP - Brasil

Nº 15, Ano VIII, 2019

COTIA de entre os certõens y mattos da Carapochuyba e da Tapiipisapé (Itapecerica) à villa de Feijó e Cepellos

Polícia & Ordem Civil anotação historiográfica com Cotia nas entrelinhas

A IMPORTÂNCIA DE SER E DE ESTAR POVO Uma História Cotiana: WELINGTON FORMIGA

Vinho & Poder João Barcellos lança a história da São Roque do notável Vaz-Guassu


Do Prefácio

«[...] Vinho & Poder, ou, a história da fazenda de Vaz-Guassu que virou Villa São Roque no roteiro bandeirístico que assentou o Brasil-colônia, é algo além de um livro: é a história luso-afro-brasileira por inteiro e pinçada entre muitos documentos em anos a fio de estudos. Esta é a lição de João Barcellos, um luso-brasileiro de alma aberta ao diálogo lítero-historiográfico. Pouco estudada na sua essência, a colonização da ´Ilha do Brasil´, assim denominada pelo rei Afonso IV em carta ao papa Clemente VI (em 1343), é exibida por Barcellos numa cronologia que não conhecemos dos manuais escolares nem das academias, mas de documentos que circulam entre grupos de estudiosos, e é por isso que agora falamos de Affonso Sardinha (o Velho) e de Vaz-Guassu para sabermos daquele Brasil que viu despontar São Roque, entre o vinho e o poder político...» Carlota M. Moreyra | Profª de Artes Gráficas. Paris-Fr., 2019

Ler ou ouvir João Barcellos é fazer um mergulho na História e, ao retornar, rever conceitos. Meu primeiro encontro com ele foi em 24 de novembro de 2018, numa palestra que ele proferiu em São Roque, SP, na sede da Comitiva Brasil Poeira. Discorreu a respeito de “Sítios urbanos & arraiais minerários na formação das villas paulistas & do Brasil, do Ybyraçoiaba a Ibitutuna/Arassariguama passando por Saboó/São Roque, com exemplos de arraial e fazenda que viraram villa”. Sendo hoje a sede da Comitiva Brasil Poeira a ex-casa sede da Fazenda Cambará, o encontro foi propício para se destacar as ligações do local com aspectos históricos de que São Roque e região fizeram parte em séculos anteriores. João Barcellos informou que estava preparando a segunda edição do seu livro. O livro é este; vamos a ele. João Barcellos escreve da maneira que fala, com especificidade e abrangência contextual. Assim é que abre o texto levando o leitor a passear pelas origens milenares do vinho fazendo contato com fenícios, gregos, romanos, e trazendo o leitor para o Brasil até chegar a São Roque. Os aspectos historiográficos de São Roque e região são marcantes, apontando, por exemplo, o papel de Pedro Vaz de Barros, de seu filho Fernão Paes de Barros e de Antônio Joaquim da Rosa, o barão, com destaque para o sítio Santo Antônio. Personalidades históricas no papel de transformadores e fazedores de São Roque ao longo do tempo são alvo de atenção do autor, tais como Enrico dell'Acqua, James Theodor Diederischsen. Numa visão panorâmica João Barcellos descreve o cenário regional dando destaque aos aspectos da geologia, do povoamento. Grande contribuição é a tábua historiográfica que pega o leitor em tempos anteriores ao século XII e o vem trazendo por um caminho onde aparecem reis, reinados, personalidades fundamentais para o desenvolvimento do mundo ocidental; e o caminho segue com políticas, aventureiros, desbravadores, colonizadores, terras e vinhos, rumo a São Roque. Chegando a São Roque, o leitor tem à sua disposição uma tábua geossocial, econômica e política, além de muitas informações sobre o desenvolvimento da região com seus fatos marcantes e personalidades responsáveis pela construção e fixação do que hoje existe por aqui. A história do vinho é o fio condutor do trabalho do João Barcellos com destaque para produtores locais, com abordagens genealógicas e seus produtos. Desejo-lhe proveitosa leitura deste trabalho que em tudo contribui para o entendimento do que é a visão histórica de um assunto fascinante ao longo dos séculos, a relação do vinho com o poder. São Roque e região têm mais um trabalho a seu favor! Álvaro Pequeno, professor. São Roque, janeiro de 2019

João Barcellos lança, no nordeste e no sudeste, em eventos profissionais para gráficos e têxteis, o livro SUSTENTABILIDADE, o seu quinto livro destinado a uma cultura própria no âmbito da Comunicação Visual. Este estudo era uma demanda escutada nas palestras do Autor e sai agora com chancela da Edicon e da TerraNova Comunic. || Pedidos p/ terranovacomunic@uol.com.br


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Uma Cidade Trucidada Por Rodovia Mal Duplicada

EDITORIAL

ÍNDICE A todo o instante criamos circunstâncias ft web sob visões diferentes. Lá no início dos Anos 90, sim, no Século 20..., enquanto elaborávamos mais uma edição do jornal ´Trezes Listras´ e já com o esboço do planejamento para a duplicação da Rodovia Raposo Tavares, eu, o jornalista Paioli e o professor Ab´Sàber conversamos acerca da “...Cotia esventrada por uma via com alças de acesso que, logo-logo, deixarão a população ´engarrafada´ por falta de um traço futurista”. Era mais uma daquelas tardes de intelectualidade na redação do ´Treze Listras´ e, então, não víamos saída para a falta de lógica avançada naquele traçado da ´duplicação´, pois, para nós, Cotia iria vivenciar uma rodovia travada em poucos anos. Ninguém quis escutar as nossas considerações. Jornalistas e professores?!, ora, quem é essa gente?... Assim mesmo, a fecharem todas as portas. E agora, pasmem-se: a rodovia duplicada está travada, as alças de acesso não suportam a carga automotiva e Cotia parou no tempo diante de uma logística emergente e que pede passagem. Entretanto, e sou sobrevivente daqueles tempos memoráveis de conversas construtivas, digo-vos: sempre existe espaço para conversar e redefinir traçados, o que não existe é tempo nem paciência para engenheiros que pensam saber de engenharia... Cotia é hoje uma cidade trucidada por uma engenharia de incompetências públicas!

Giro Municipalista

04

- Polícia & Ordem Civil _ historiografia

Tema do Mês 05 - Política Educacional / reflexão

Coluna do Welington Formiga 05 - Ser e Estar Povo

Saneamento Básico & Saúde 06 - Infraestrutura - Nós e a Natureza

Anotação 07 - Welington Formiga (entrevista)

Capa 08 - COTIA _ notas historiográficas

Caucaia do Alto | Personagem 09 - O perfil de ALEMÃO, um microempresário

Cultura 10 - Notas sobre o nome Cotia

Mensagens (a celebrar Cotia) 11 - Cotia: chão e vida | Alemão e W. Formiga - Cotia é... | João Barcellos - Olhando Cotia | Vânios Souza

João Barcellos

www.jcorpus.com.br Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Comarca de

EXPEDIENTE

Cotia //

Edição: João Barcellos / Cristiane Ramos [MTb 39615]

Série III, Ano VIII, nº15, Março-Abril, 2019

Título Editorial de Terranova Comunicação e Eventos Culturais Ltda

/ 02.206.278/0001-45 _ I.M. 01542B

Rua Katia 91 _ Casa 1,

Do Título _ Corpus vem do grego Korpus e diz-nos de

Pq São George / 06708-130 Cotia-SP

um conjunto de trabalhos ou agrupamento de ideias,

Web _ Georg Hans

etc., para acabar no conhecido espírito de corpo.


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GIRO MUNICIPALISTA

Polícia & Ordem Civil Considerações historiográficas acerca da PM e da GCM

Baptista Cepellos, poeta e advogado e capitão da Força Pública, e Diogo Feijó, presbítero, maçon e regente imperial. BARCELLOS, João | escritor e pesquisador de história, conferencista, autor de ORDEM & SOCIEDADE (4ª Ediç.) e MENS@GENS POLÍTICAS & FILOSÓFICAS, entre outros livros. [www.noetica.com.br]

Notas

BAPTISTA CEPELLOS | Cotia-SP, 1872-1915. DIOGO FEIJÓ | Cotia-SP, 1784-1843. PIABIYU | Estrada continental dos guaranis na qual se estabeleceu uma economia liberal, via pioneiros como Affonso Sardinha (o Velho) e Pompeu de Almeida, liberalismo que até norteia as relações comerciais e industriais do Brasil. POLÍCIA MILITAR | Existiu um erro de interpretação ao transformar a Força Pública em Militar, porque só existe Polícia Militar nos e entre quartéis das Forças Armadas. Assim, a Força dita militar deveria ser Força Metropolitana. Esta questão vai continuar a criar atritos institucionais enquanto não for devidamente resolvida.

VSN

Ordem no arraial!... Era o que se escutava, e os alcaides (na época presidentes da vereança e, hoje, prefeitos municipais) tinham, sim, decisão de polícia para acalmar ânimos mais social, religiosa e politicamente exaltados, ou neutralizar criminosos, além de tratar de questões fundiárias ligadas às sesmarias (terra doadas pelo reino luso a quem as cultivasse, e que deu origem à popular ´grilagem´ para ´usucapião´). Assim a primeira ação policial no Brasil verificou-se quando o rei João III decidiu criar as Capitanias Hereditárias e deu ao governador Martim Afonso de Souza poder de policiamento via carta régia. Logo que desembarcou na “ilha de brasil”, o governador instituiu a Polícia Brasileira para garantir a Ordem Civil, e foi com tal ´força´ que, logo, interrompeu a atividade mercantil no Piabiyu guarani (estrada de ligação de Sam Paolo a Buenos Ayres e Asunción) para, na Guerra d´Iguape, enfrentar os castelhanos e o Bacharel de Cananeia e pôr fim a um golpe d´Estado em marcha no litoral e na estrada guarani. E só em 1809 (13 de maio) surgiu a Guarda Real da Polícia, em carta régia de João VI e embarcada com o mesmo para o Brasil fugindo das tropas napoleônicas. Com a abdicação do imperador Pedro I, eis que Pedro II é de menoridade e é substituído por uma Regência, na qual entre o cotiano Diogo Feijó, que em 22 de abril de 1822, havia gritado nas cortes lisboetas “independência para o Brasil”. Era um momento delicado na política imperial do Brasil, pois, surgiram atos republicanos (Guerra dos Farrapos, Balaiada, etc.) e a monarquia decidiu, com Feijó, criar o Corpo de Guardas Municipais Permanentes para conter as rebeliões localmente. Entre os atos movia-se a Maçonaria, a republicana (com Feijó) e a monárquica (com os Andradas), movimentação essa que ´oleou´ ideologicamente a política brasileira e assim continuou na transição para a República, quando a ´força´ permanente virou Força Pública, e na qual adentrou o poeta cotiano Baptista Cepellos, então a cursar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco; o poeta e advogado chegou ao posto de capitão da Força Pública e chefiou por algum tempo o quartel situado em Cotia. A Força Pública republicana transformou-se na base estrutural da Polícia Militar e, depois, na base da Guarda Civil Municipal.

Imagens cedidas pela Coop Vida Nova

Consultoria Contábil, Fiscal e Trabalhista Av. Otacílio Tomanik, 34 /1º Jd. Bonfiglioli 05.363-000 - São Paulo - SP. Cel. (11) 9-4723-8838 / 117 Km2 + 75.000/ 9-9896-3168 Habitantes 9-9491-5566 / 9-5436-9538

uma economia própria

vaniosnascimento@gmail.com


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Política Educacional As patadas do ministro da Educação, em Brasília, no que a procedimentos regulares diz respeito, faz-me lembrar os governantes de Cotia: O que é Educação?, equacionam indecentemente no legislativo e no executivo. Para este tipo de governantes não existe Política Educacional, apenas o exercício funcional que leva ao holeritte no fim do mês... Não querem saber se o Professorado tem condições didático-pedagógicas para um trabalho eficaz e ainda o obrigam a adquirir (com o salário) material para formular as aulas. Acham, e só acham (porque não têm visão construtiva) que Educação é Sala de Aula, e só. E mesmo Sala de Aula nem sempre é obra acabada, em muitos casos é uma estrutura deixada em terreno como memorial de roubalheira política e de cafajestice no âmbito do manuseio do Dinheiro Público.

Imposição ´educativa´ de Brasília e escola abandonada em Cotia (no bairro Sta Catarina, em Caucaia do Alto).

Se em Brasília a Educação é tida como caserna, o que é um erro a apontar falta de estrutura política, em Cotia é vista como mera aplicação de recursos federais...

Coluna do Welington Formiga

TEMA DO MÊS

A IMPORTÂNCIA DE SER E DE ESTAR POVO Welington Fo rmiga

Fazer comício, beijar criancinha, prometer mundos e fundos, e etc., basta? Não, não basta. Ser de oposição em fanatismo ideológico basta para representar o povo? Não, não basta. Quando se quer mexer com a ´coisa pública´ (res publica) o interesse deve ser um só: representar os anseios de mulheres e de homens de todas as idades fazendo-o com a convicção de uma política alicerçada em justiça social e transparência de atos. Há alguns anos venho apresentando esta ideia, que é uma convicção republicana, ao povo de Cotia, e a cada ato eleitoral ganho mais força, porque vou para a praça popular de braço dado com políticos, intelectuais e empresários de várias tendências; além de que vivo no calor popular a ansiedade pela renovação política do poder público em Cotia. O que existe hoje em Cotia? Uma municipalidade entregue aos desmandos de caciques partidários que se acham até acima dos símbolos próprios de Cotia e se exibem sem definição legislativa e executiva, ou seja, a prostituição política não deixa que os atos institucionais façam a diferença entre os poderes. Para as mulheres e os homens de todas as idades que integram o grupo Renova Cotia o importante, agora, é consolidar o espírito republicano de ser e de estar com o povo de cotiano e reforçar o olhar novo que temos para uma ruptura definitiva com a velha política coronelística.

João Barcellos

Somos o que somos pela luta que alimentamos em prol de uma Cotia com políticas públicas justas!


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SANEAMENTO BÁSICO & SAÚDE Infra ESTRUTURA Precisa-se.

NÓS E A NATUREZA

..

Energia, (tratamento de) água e esgoto, eis os segmentos em que o poder público tem que atuar por dever e consciência do dever a cumprir. Nem sempre é assim, aliás, quase sempre o poder público erra e falha em atos pró infraestrutura. A nação brasileira desconhece tratamento de água e esgoto porque o poder público quer que a saúde de cada pessoa seja um ´algo´ precário, que cada pessoa dependa de serviços que a deixam humilhada, escravizada, em filas quilométricas de espera por atendimento. Quanto mais humilhado o povão, mais ele respeita quem manda..., dizem. Sim, tem sido a regra desde que a primeira pessoa mameluca foi dada à luz dos trópicos da Ilha de Brasil. Entretanto, espera-se que as novas tecnologias de comunicação, que estão nas mãos de todas as pessoas, ajudem a alterar essa regra criando a excepção política: o Brasil precisa de investimentos em infraestrutura para assegurar saúde pública através do tratamento d´água e esgoto. Quanto mais informação, mais debate, mais exigência na transparência dos atos do poder público.

Quando a engenharia civil e o paisagismo não respeitam a vida vegetal, a natureza (ela mesma) mostra a ruptura criada... Imagens capturadas no Pq. São George em Cotia. O exemplo rpete-se por todo o município.


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ANOTAÇÃO WELINGTON

Março-Abril, 2019

FORMIGA Sou sobrevivente de vários naufrágios, por isso é que vos digo: Esperança é a nossa Fé, por ela e com ela vamos renovar Cotia! Há muito anos atrás, eu, Welington Aparecido Alfredo, que todos e todas conhecem como Formiga, tive um tumor no intestino. Tinha eu um ano e sete meses. O que disseram os médicos? Alertaram a família, pois, eu não teria como sobreviver... O desespero tomou conta da família. Entretanto, por intermédio de uma tia minha, meus pais levaram-me à Igreja Pentecostal Vitória de Jesus Cristo e lá, na humildade de servir a Deus, o Pastor Nelson orou por mim. Foi-se o tumor e sobrou alegria. Eu não tinha como perceber aquele momento, hoje sei que Deus me devolveu à vida por uma graça divina! Ao completar seis anos, já a frequentar a Escola Dominical, ganhei do Pastor Lídio o apelido formiga, que conservo até hoje. “Tu queres tomar rumos e decisões entre as crianças: és uma formiga a fazer carreira própria”, dizia ele. No período em que frequentei a Escola Estadual República do Peru, na comunidade Morro do Macaco, em Cotia, eu era um adolescente com demandas sociais: descobri que muitos colegas tinham dificuldades e necessidades básicas. Juntei a turma e erguemos a campanha Formiga Contra Fome, que foi um sucesso local..., e também internacional, porque nos foi atribuído o prêmio Escola Solidária (do Instituto Faça Parte, da Unesco). Então, a primeira escola do Brasil a participar do combate à fome no âmbito do Programa Fome Zero. Comecei a arregaçar as mangas muito cedo. Aos quatorze anos aprendi a ´construir´ chapeuzinho-de-geladeira; os meus primeiros patrões foram Flávio Vieira da Costa e a sua esposa Regina Mota, e mais tarde trabalhei com Manoel Souza, nas lojas Sapattus. Fundei um jornal, trabalhei com vários advogados. E agora, inaugurei uma loja em Cotia, porque sou da terra e aqui me entendo por gente! O meu grande sonho era ser médico, consegui até uma bolsa de estudos para cursar medicina em Cuba, mas resolvi ficar no Brasil e dar continuidade à minha missão política a partir de Cotia, como paulista e como brasileiro. Fiz o Enem e consegui uma bolsa para estudar Direito na ProUni, queria conhecer a fundo o sistema, as leis, servir o meu país. Fiz cursos de especialização em políticas públicas municipais para entender os quês do poder. No ano de 2004 ingressei no sistema partidário e, com dezessete anos, fui o candidato mais jovem da história do Brasil, chegando a ser um dos suplentes. “Deixa disso!”, escutei inúmeras vezes, mas eu via, como vejo, de forma diferente a política: um político deve ter o coração de médico, ao invés de instrumentos cirúrgicos ele utiliza a caneta do poder para amenizar o sofrimento da sociedade. E assim continuei. Pelos anos de 2004, 2008, 2012 fiz jus à minha missão apresentando-me ao mundo político; e, em 2014, fui para o abraço das comunidades populares de Cotia, mas obtive somente

2.210 votos na companha para deputado federal. Sim, é verdade que foi pouco, mas eu estava com o povo e não atrás de máquinas de governo, eu fazia política, e faço, com as palavras, não com dinheiro público e privado que corrompe as pessoas. Os políticos tradicionais já diziam: “Formiga está acabado!” Amigos lamentaram a minha derrota (´definitiva´, para alguns), mas todos esqueceram um pormenor: é Deus quem comanda, Ele tira e faz ´reis´! A minha batalha maior foi, então, mostrar às comunidades populares que políticos tipo ´copa do mundo´, isto é, que só aparecem de quatro em quatro anos para angariar e/ou comprar votos. E a luta foi avante. Já em 2015 e diante de todos os partidos comprados na banca político-eleitoral do coronelismo regional, um deputado estadual teve a coragem de acreditar no projeto Welington Formiga: Por Uma Cotia De Braços Abertos, Transparente. O deputado Campos Machado e o PTB fizeram a aposta política. Sabia-se que sem renovação político-partidária não existe transparência no poder público municipal. Não parei um dia sequer. Fui ao povo e o povo confiou em mim. E assim foi que me tornei Presidente do PTB-Cotia, entretanto, sem estrutura partidária significativa nem máquina administrativa do poder. Resultado? Na minha campanha a deputado estadual, em 2018, o povo depositou toda a confiança em mim: 17.499 votos. E derrotamos a máquina pública municipal e a estadual. Agora, não é apenas o Formiga na carreira a angariar apoios, é o Formiga com apoios e pronto para renovar Cotia nas eleições municipais de 2010! E por isso já estou na estrada a divulgar os malfeitos da política tradicional, mostrar ao povo que a transparência é o único caminho contra a corrupção e as trevas políticas. E é claro: ganhei força política, e então lá vêm os políticos do coronelismo com fake news (mentiras) todos os dias na rede social contra mim. Minhas amigas e meus amigos, vocês acreditam que um homem que, ainda criança, teve a vida devolvida por Deus, vai temer essa gentalha a serviço das trevas, da política que corrompe e mata? Não, é claro que não! Nós somos gente limpa, nunca faremos pacto com os senhores das trevas para chegar ao poder, porque nós somos a luz! Acreditem, a Esperança é a nossa Fé e assim vamos batalhar para renovar as políticas públicas e dar a Cotia um governo de transparência. E já estamos a caminho...


CAPA

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COTIA de entre os certõens y mattos da Carapochuyba e da Tapiipisapé (Itapecerica) à villa de Feijó e Cepellos

Tapiipisapé, junto à nascente do rio Acutia, onde se A par da atividade fundiária, social e religiosa da mameluca Suzana Dias, neta do cacique Tibiriçã e casada com um inicia a Paróquia de Nª Sª do Monte Serrat, à qual se português, duas famílias têm importância estratégica agregam Itapevi, Jandira, Ribeirão da Vargem Grande, entre 1570 e 1610: a Família Sardinha e a Família Vaz de parte da Fazenda Carapochuyba e a aldeia autônoma Barros. guarani dita Coacaya. A salvação da Aldeia e da Capella Affonso Sardinha (o Velho) é o timoneiro que percebe as deve-se a uma família oriunda de Castela (o patriarca é ligações logísticas das tribos guarani e tupi no planalto Josepe de Camargo) e que tem terras de lavoura no certam piratiningo, entre os rios Jerybatiba e de Papiipísapé (´caminho da anta´, Anhamby e, por isso, assenta fazenda depois Itapecerica) no senhorio de um no Ybitátá, toma o cais-aldeia de dos seus membros: o capitão Fernão da Paróquia de Nª Sª do Monte Serrat Carapochuyba e, logo, o pico-aldeia Camargo. d´Acutia, em 1723, à Villa de do Jaraguá – ações que abrem No evoluir urbano da colônia eis que Cotia, em 2 de abril de 1856, caminhos para a expansão colonial e a a região conheceu duas personalidades: Cotia nunca deixou de ser o que foi: Diogo Feijó, presbítero, maçon mineração de ouro (Jaraguá e um sítio-de-passagem. Da lavoura à e regente imperial, e Ibituruna) e de ferro (Ybiraçoiaba), indústria passando pelo tropeirismo, a Baptista Cepellos, escritor, advogado ações em que ele tem a ajuda do filho aldeia que vira vila e cidade respira os e capitão da Força Pública... mameluco do mesmo nome (dito, o ares da Capital paulista, mas não Moço). pinça dela o espirito da evolução para Outro cais é importante e os nativos o uma identidade própria, por isso, Cotia chamam de Cutauna, e é nele que se é um sítio urbano à mercê das instala Vaz de Barros, poderoso reinol circunstâncias da expansão da velha português, para iniciar um sítio urbano Sam Paolo dos Campi de Piratinin – a exemplar a todo o processo de São Paulo que comanda a América do colonização e, que mais tarde, o filho Sul. Vaz-Guassu, vai expandir no curso Hoje, não mais um poderoso polo Feijó Cepellos anhambyano entre a Acutia guarani hortifrutigranjeiro (como nos tempos (koty; também Cutihi em documentos da Cooperativa Agrícola Cotia, Século cartoriais dos anos 1630) e o Pico do Saboó a apontar para 20), mas ainda um polo respeitável, Cotia possui uma o Ybiraçoiaba e a aldeia-cais Araritaguaba. cintura industrial de porte médio acompanhada de áreas É em tal trama de assentamento colonial que a Acutia de logística e uma linha de serviços especializados, guarani, então situada no certam carapochuybano, incluindo as tecnologias de informação e comunicação, as ganha importância como sítio-de-passagem e, logo, Capella TIC´s, a par de um turismo ecossocial e histórico ainda em honra de Nª Sª do Monte Serrat com apoios de Fernão sem políticas públicas definidas, o que se percebe também Dias Paes e Vaz-Guassu, o primeiro a iniciar a vida de na rede escolar local. É um sítio-de-passagem... bandeirante e o segundo a colonizar os certõens y mattos a oeste de Piratininga. Entretanto, a aldeia guarani catolicizada, perde importância no final do Século 17 pela das pesquisas e palestras evidência socioeconômica de Paneíbo (depois, Sant´Anna de João Barcellos de Parnahyba), a vila criada por Suzana Dias, e, em 1703, o altar e a santa são transportados para o certam de


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CAUCAIA DO ALTO _ Personagem

ALEMÃO É no fazer a vida que a pessoa cresce por si mesma e rendeu-lhe muitas amizades, aprendeu a lidar com no convívio com a comunidade que lhe é raiz. A diversas situações sociais e a entender o valor da Ohoje, Diálogo Progresso educação, principalmente a familiar, tem aqui um papel solidariedade; e, como Gera microempresário é “...um muito importante: inserir a jovem pessoa no mundo real homem realizado pela vontade de ser sempre mais, das ´coisas´ que a cercam. sem ser mais do que os outros”. Este jeito de estar na sociedade deixa-o à vontade Assim é Alemão, um jovem microempresário de para adentrar novos desafios, de estar com as Caucaia do Alto, distrito de Cotia, que tem pessoas na realização de sonhos..., um na família o valor mais alto e no trabalho na família deles: “viver em uma Cotia mais justa e o equilíbrio emocional e econômico. o valor mais alto Ele tem ideias próprias sobre a terra com infraestrutura adequada aos novos e no trabalho caucaiana e mais alargadas ainda à tempos em que a agricultura familiar se o equilíbrio emocional municipalidade cotiana. engaja entre as tecnologias de e econômico informação e a indústria se ajusta em Por isso, também pensa que “é produções não-poluentes”. necessário dar ao distrito Caucaia do Alto a qualidade institucional de cidade, porque já Viver é projetar demandas, abrir novos caminhos, ir somos uma cidade; e, enquanto isso não acontece, temos que observar os males que é ter de suportar a em frente com voz própria. Eis aqui um breve perfil de falta de políticas da prefeitura municipal em relação a Alemão, microempresário e cidadão de Cotia. saneamento básico, rede escolar, transporte e rede de «Cotia é uma região saúde”, como lembra habitualmente nos encontros de gente batalhadora e conta com outros empresários e políticos. com a gente de Caucaia do Alto Alemão vendia produtos de porta em porta e é daí para um progresso sustentável.» que conhece Cotia de ponta a ponta. Esse trabalho

TURISMO Com monitoras, seguro e alimentação, a empresa Mundo Aflora oferece roteiros de acordo com o perfil do grupo em Cotia no Estado paulista.

Calendário 2019

Espaço Hot Kids

Histórico & Ambiental

Fone 11 99525.0502 mundoaflora.simone@gmail.com

2019

O espaço abre nos fins de semana nas datas de 9-10 de março, 13-14 de abril, 11-12 de maio e 89 de junho. Nas demais datas o espaço recebe excursões escolares agendadas.

Logística & Armazenagem Rua Cristovam de Vita, 260 / g.20 Centro Logístico RT 16730-000 Vargem Grande Paulista – SP

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CULTURA

COTIA _ da origem do nome

O aportuguesamento de expressões tupi-guaranis, e maisJ.Araújo a da gente guarani por ter sido com ela que os portugueses da lâmina d´água [os ´caranguejos´] e os de serr´acima [pelo Cubatão até Jaguamimbaba, e pela Paranapiacaba], no caso do sudeste, mas também no centro-oeste e no norte, levou a distorções de interpretação: primeiro, porque os escribas e amanuenses tinham formação (quando tinham) galego-portuguesa, mas o que agravou a situação foi a perda do Trono luso para Castela em 1580 (e foram 60 anos de domínio), daí a introdução do “y” e às vezes do “k” no registro de inventários e testamentos (1), além de atas da vereança e O Diálogo Gera Progresso regimento de capitania e, muito especialmente, em dicionários de português-tupi e português-guarani nos Séculos 19 e 20. Para se perceber melhor a situação geossocial e linguística podemos ´pegar´ o termo Koty, que também é Acutia, Bacutia, Cuti, Cotiara, Cutihi (termo encontrado em documentos cartoriais da década de 1630) e, finalmente, Cotia. A depender da época do registro, temos Aku´tia (depois Acutia), Koty (Cuti e Cotia) e Bacotia, sendo que o termo tem por significado geral “ponto de encontro” ou “passar adiante” (no caso de ´bacotia´) e, ainda, “a casa de”. Um dos roedores dos ´certõens y mattos´ da ´ilha do brasil, ou do páo vermelho´ tem o nome ´cutia´, mas nada o relaciona como “espaço de encontro para passar adiante”, que é a interpretação dada por caciques guaranis e tupis (2). O termo “acutia” surge pela primeira vez, no Séc. 16, no encontro de europeus com guaranis numa aldeia com esse nome além Meimbique (hoje, Santa Catarina), depois, a oeste de Piratininga (hoje, São Paulo), e também no centro-oeste e além Guanabara. A aldeia que ficou mais famosa foi aquela a oeste de Piratininga, pois, no Séc. 17 recebeu “capella y altar de Nª Sª do Monte Serrat” com ´fábrica´ de Vaz-Guassu e Fernão Dias Paes, tornando-se, no Séc. 18, Paróquia de Nª Sª do Monte Serrat d´Acutia, sendo que o rio que liga a Serra d´Acutia (hoje, Morro Grande) ao Anhamby (hoje, Tietê) passou a ser designado por Rio d´Acutia ainda no Séc. 17.

Notas: 1) A incorporação do “y” e do “k” na escrita da língua portuguesa ambientada no espaço guarani-tupi-brasileiro. Anotações e palestra de João Barcellos: Vitória/ES e Niteroi/RJ, 1989. 2) Encontros realizados no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (ihgsp), em 2011. Outra Leitura: “Cotia: Uma História Brasileira”, de João Barcellos; Ed Edicon + TerraNova Comunic, 2ª Edição Revista e Ampliada, 2018.

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MENSAGENS

COTIA Chão e Vida

O chão de Cotia é a nossa estrada e, para muitos e muitas, é também o berço e uma vida. Entre as matas, os rios e riachos, as lagoas, a cidade ergueuse com uma história de muita luta para encarar as realidades que a transformaram de pouso de tribos e colonos em vila urbana. Hoje, Cotia é uma cidade grande com os problemas urbanos que afetam toda a metrópole paulista. Mas é aqui que vivemos e aqui devemos dedicar o nosso olhar humanizador e crítico, por uma civilização que permita o bem-estar e a história que herdamos. Não existem cidades perfeitas, mas a todo o instante podemos melhorar a nossa Cotia, porque os nosso filhos e netos merecem esta batalha social. Estabelecida em 2 de abril de 1856, já lá vão 163 anos, Cotia é uma cidade de gente trabalhadora que merece melhores políticas públicas em infraestrutura urbana, educação e saúde. A todas as pessoas que vivem e trabalham em Cotia o nosso respeito, porque celebrar Cotia é entender que todos somos Cotia!

W. Form ig

a e Alem

ão

Cotia é... Um tempo e um espaço onde a gente brasileira se faz parte da nação pela história que carreia de geração em geração tendo em Feijó e em Cepellos figuras que marcam essa trajetória! João Barcellos

Olhando Cotia Passamos pela cidade e sentimos o frescor da sua história, das suas gentes. Viver Cotia é perceber outro Brasil na dinâmica nacional que acontece localmente.

Vânios Souza

PANFLETAGENS MARCÊNIO

Comida Portuguesa e Brasileira Estrada de Caucaia do Alto, 3462 Tijuco Preto // Fone 97095.8413

TAVERNA DO TIJUCO

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