Revista Impressão & Cores | Edição 132

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Agreste Tex Vem Aí...

Estado d´Arte Fernando Pessoa serigrafado por Júlio Pomar

Moda Tecnologia Diálogo Social

Quando a

é é

e

Dorival Zucatto

3 Caras Agitam Março 2019 20 a 23

Na Cena Fashion Paulista...

Andrade Máquinas _ da paulistana Lapa para o Brasil

Real Fábrica de Ferro de São João do (rio) Ipanema 200 Anos de Indústria Brasileira



Ano Novo EDITORIAL

Título/Marca _ TerraNova Comunic CNPJ 02.206.278/0001-45 / NAE 58822100 // Certificado Digital _ NF@ Correspondência _ Rua Kátia 91, Casa 1 Pq São George / 06708-130 Cotia/SP Brasil Edição _ Cristiane Ramos [MTb 39615]

Sim, temos presidente, temos senadores e temos deputados. É a notícia do ano velho na véspera do ano novo. Entretanto, sabemos que só com a pluralidade política e o pensamento no Brasil haverá soluções de médio-prazo para os gravíssimos problemas gerados por anos e anos de fúria centralista na condução do Governo federal. A falta de autoridade (não falo do autoritarismo coronelístico) das instituições de segurança pública diante do crime organizado – na política e no narcotráfico – estabeleceu na sociedade o perigoso sentimento “nada acontece: a bandidagem faz o que quer e nós, que pagamos impostos, eis nos isolados”. Também, no meio empresarial as incertezas da administração pública (municipal, estadual e federal) travaram investimentos, projetos industriais, e até experiências cientifico-tecnológicas deixando o Brasil à mercê do ´importado´. As empresas nacionais cujo parque operacional lhes garantiu sobreviver tiveram grande impacto social com a redução de capital e de mão-de-obra, e na maioria dos casos, o pacto federativo nem delas tomou conhecimento... Raramente lembramos o ano velho, e este 2018 vai ser, se possível, apagado da memória de muitas pessoas, que querem em 2019 um ano novo pela demanda de um progresso há muitos anos travado! O que se espera? Que brasileiras e brasileiros entendam a importância da pluralidade política, no social e no profissional, porque sem unidade nacional nenhum país se liberta das amarras do atraso. E assim, que venha 2019, o ano novo!

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O Que Esperar?

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& João Barcellos Impressão _ QuatroCor Gráfica e Editora

REPORTAGEM 10

Web + Assessoria Técnica _ Georg Hans

- Fernando Pessoa serigrafado por Júlio Pormar - João Barcellos celebra 50 Anos de Jornalismo e Literatura com palestra.

revista.ic@uol.com.br

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www.impressaocores.com.br Fones _ 55 11 2690.2021

SUMÁRIO

João Barcellos [WhatsApp]

MERCADO 04 e 05

11 999665246 Junior | [WhatsApp ] 11 96898.3230

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TU A N I

ASrS12 ediç

ões

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- Roland DG premiada na SGIA 2018 - Vinho, Rolha & Serigrafia - Fespa Awards 2019

VITRINE EMPRESARIAL 07 - Empresa Familiar

PERSONALIDADE 07 - Irmã Kent _ Uma Freira Serigrafista Na Pop Art

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2018 Oi, estamos no fim do ano velho. Não sei se é o caso de ´cantar as janeiras´ da velha tradição lusa, a anunciar o

ESPECIAL 11

ano novo, mas sei que o que parecia

- Ferro do Brasil | 200 anos da primeira fornada na RFFSJI

(quase) impossível aconteceu: ainda

NOSSA CAPA 12 - Quando a Moda é Tecnologia e é Diálogo Social

TECNOLOGIA 14 - Estampa Digital - Glam Fashiom Team

respiramos. Na área da Comunicação Visual, vários foram os eventos de grande porte que exibiram máquinas e produtos, além de fusões empresariais e o renascimento de outras, sobretudo familiares. E assim é que celebrar o fim de 2018 é ´curtir´ uma reflexão social e laboral para dinamizar 2019, o ano novo.

ESTAMPA & MODA 08 - Strass (aplicação) - Andrade Máquinas | da paulista Lapa para o Brasil REVISTA

Ano XI - Edição 132 -Dezembro, 2018 ISSN 2176 / Distribuição Gratuita

Com a Imprensa Especializada é o mesmo: repensar modelos e tratar 2019 como ´berço´ para outros voos

ANOTAÇÃO 09

editoriais.

- Serviço & Proteção

Um bom 2019...!


MERCADO

Roland DG

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Premiada na

SGIA 2018

Entre 255 produtos inscritos para 68 categorias, a Roland DG conquistou o troféu Produto do Ano, evento ´top´ da Specialty Graphic Imaging Association | SGIA, na edição 2018, que aconteceu em Las Vegas / USA, em outubro. Na categoria impressão ultravioleta, a empresa apresentou a VersaUV LEC540 e na categoria insumos para tintas digitais a tinta ECO-UV. A LEC-540, que imprime e corta, é ideal para a criação de etiquetas, rótulos e protótipos de embalagens em cores vibrantes e tiragens reduzidas e em materiais variados. A ECO-UV (cores CMYK, brilhante e branca), formulada para as linhas LEF, LEC e LEJ, são tintas premium que secam rapidamente e são flexíveis reproduzindo imagens perfeitas; a brilhante e a branca deixam usuários à vontade para incorporarem efeitos dimensionais e de textura nas peças.

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Vinho, Rolha & Serigrafia. A técnica é velha, mas de antiga não tem nada, porque continua atualíssima... Serigrafar rótulos e rolhas para garrafas de vinho, e outras bebidas, é uma comunicação visual que leva a estudos, por exemplo, do tipo: identificação do vinho, safra, imagem mais popular da região produtora [o exemplo aqui é o Galo de Barcelos na rolha que sela um vinho ´verde´ da região de Barcelos], etc., logo, serigrafar um produto é mais que entintar puxando o rodo... Dos parâmetros para serigrafar cortiça, deve-se lembrar que são formuladas tintas específicas para cada tipo de impressão; no caso da tela que irá compor o quadro utiliza-se a de malha mais aberta, por ser a cortiça um material poroso. O mercado de serigrafistas é uma solução técina na identificação de muitos produtos, tudo depende da criatividade e da dinâmica mercantil com que se encara o negócio.

www impressaocores com br


A 28ª edição do FESPA Awards está aberta para os profissionais da indústria de impressão e sinalização que querem destacar seus grandes exemplos de impressão. Lançado em 1991, o FESPA Awards é o mais longevo prêmio na indústria de impressão especializada. Ano passado, foram cerca de 200 inscrições de 30 países. O Jantar de Gala que anunciou os vencedores recebeu 300 convidados. Quentin King, diretor da empresa britânica Harwood King Printmakers, que venceu o Gold Award nas categorias Serigrafia e Fine Art e o “Best in Show” na FESPA Awards 2018, comenta sobre como vencer um FESPA Award beneficiou seus negócios: “Desde que vencemos um FESPA Awards vimos muitos benefícios. Nossos empregados se sentem mais orgulhosos sobre seus trabalhos e se tornaram mais diligentes na solução de problemas, o que levou a uma maior satisfação do cliente e confiança adicional para novos clientes. Como um time nós estamos mais determinados do que nunca a produzir os melhores produtos aos nossos clientes usando as mais recentes técnicas”. As categorias relacionadas à impressão incluem: Embalagem e display sobre papel e cartão, Embalagem e display sobre plástico - ponto de compra, Posters, Serigrafias e Fine Art, Decalques e rótulos impressos, Efeitos Especiais Criativos Papel Cartão e Plásticos, Efeitos Especiais em camisetas, vestuários e outros têxteis, Vestuários impressos, Têxtil impresso rolo a rolo, Produtos de madeira, metal, cerâmica e vidro, Impressão direta em produtos em três dimensões, Sinalização não impressa e Impressão Funcional. A categoria final é a Prêmio Jovem Estrela, que pode ser de

2019 inscrições de jovens entre 16 e 25 anos trabalhando como um empregado júnior, trainee ou estudante em qualquer disciplina relacionada à impressão. Inscrições para este prêmio podem ser feitas na inscrição de qualquer categoria. Foram introduzidas duas subcategorias: a) trainee vocacional em impressão serigráfica ou digital - incluindo aprendizes ou estagiários há mais de 12 meses no local, endossados por seu gerente, e b) Estudante de design para impressão digital ou serigrafia endossado por seu estabelecimento comercial. Além das 14 categorias, os inscritos irão automaticamente entrar em dois prêmios adicionais: No caso do Prêmio Escolha do Público, que é selecionado pela comunidade online da FESPA entre todas as inscrições, a votação será aberta entre 4 de fevereiro e quatro de março de 2019. Já o Prêmio “Best in Show”, decidido pelos juízes do FESPA Awards, tem, em cada categoria de impressão, quatro subcategorias: a) impressão digital, b) impressão serigráfica, c) técnicas mistas e d) não impressas. Inscrições: fespaawards.com/categories As inscrições pré-selecionadas serão mostradas na FESPA Global Print Expo 2019 em Munique, Alemanha, de 14 a 17 de maio. Os vencedores do prêmio de 2019 serão anunciados no Jantar de Gala 2019, que acontece nesse evento.

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FESPA Awards Inscrições Abertas

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VITRINE EMPRESARIAL

EMPRESA FAMILIAR Foco De Progresso Local & Nacional

Sérgio, Manoela, Fabrício

Ingo e Haraldo

A todo o instante e principalmente em meio a crises econômicas o tema emerge: a empresa familiar é, sim, foco de progresso local e nacional; algumas, expandem as suas atividades para outros países. Nos ramos da estamparia têxtil-serigráfica, assim como entre tampógrafos e, hoje, na sinalização gráfico-digital (incluindo aqui a publicidade, em geral), o número de empresas cujos membros são parte de uma mesma família forma um quadro social de empreendedorismo que oferece emprego para outras famílias e dá estabilidade econômica à nação. Revista Impressão & Cores - ed. 132

Pode-se falar, na Tampografia, da Família Flues, na Gráfico-Digital, da Família Schmitz, na Têxtil-Serigráfica, da Família Mogk e da Família Bianchini, e etc. e etc., pois, estes são somente alguns exemplos mais conhecidos na indústria e no artesanato da Comunicação Visual. Em meados de 1998, e em conversas informais na Feira da Serigrafia, hoje FuturePrint, falava-se da “empresa familiar como propriedade de artífices em extinção”; hoje, que é 2018 e duas décadas depois, falou-se na Febratex de um “renascimento da empresa de família..., eis os 45 anos dos Mogk e a reviravolta positiva dos Schmitz como industriais ativos ininterruptamente, apesar das dificuldades mercadológicas, assim como os 60 anos dos Bianchini”. Ao anotar tais conversas percebi que o empreendimento familiar consistente, na ponta do lápis e da honestidade, acompanha as circunstâncias dos mercados enquanto os ramos específicos das atividades interagem para evitar rupturas sociais de maior monta. E aqui está o foco. A lucidez. O saber de experiência feito. Matriarcas e patriarcas que passam o bastão empresarial de geração em geração, mas fazendo com que cada uma assimile os novos tempos tecnológicos. Ou seja: o foco e a lucidez no negócio para manter a

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família ´antenada´ entre o tradicional e o novo. _ jb

PERSONALIDADE

Irmã Kent Uma Freira Serigrafista Na Pop Art Ela veio ao mundo em Fort Dodge [Iowa/USA], em 1918, batizada France Elizabeth Kent, e foi-se no mesmo lugar em 1986. Em vida, ela ficou conhecida como Corita Kent, foi freira, e como artista, foi serigrafista no âmbito da Pop Art. A artista trabalhou quase exclusivamente com a serigrafia e foi precursora deste método da gravura como ´fine art´. Também, inquieta e pesquisadora, experimento o seu gênio serigrafista nos limiares bidimensionais. Projetou sinalização mercantil ao estilo Pop Art como o famoso ´rainbow swash´, no tanque de armazenamento de gás, em Boston, um traço até hoje copiado em outros segmentos mercantis, serigrafou o carimbo especial ´love´ para os Correios, e, em meio aos atos místicos e conventuais, várias peças de arte sacra. Quando o catolicismo insistiu na ´infalibilidade dogmática papal´ ela, ativista social e educadora, abandou a igreja. Quis viver da tolerância e do pacifismo que identificavam a sua obra artística. “No traço a rodo feito sobre tela serigráfica, a Irmã Kent foi mais do que religiosa: ela foi a expressão da bondade a insistir na fraternidade impressa na alma de cada pessoa”, escreveu o poeta e editor João Barcellos [Rio de Janeiro, 1998]. Festejar o centenário do nascimento da Irmã Kent é mostrar ao mundo humano que existe vida além da violência mercantil e social. || LIFFEY, Johanne – Dublin-IE, 2018.



ESTAMPARIA & MODA

STRASS

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entre a Joia e a Semijoia

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Muito aplicado em vestuário, calçado e brindes promocionais, além da bijuteria, o strass é um objeto tão brilhante que muitas pessoas ainda o confundem com a zicôrnia [baddeleyíta], uma gema próxima ao diamante. Mas, o que é o strass? É uma partícula vítrica que pode ser metalizada para adquirir cores várias e intensidades mais ou menos densas. As cores e os brilhos variam também com os formatos das partículas, pelo que lapidação pode ter um processo pré-estudado para acompanhar um estilo, um modelo. A aplicação deste produto é um trabalho decorativo que cativa quem opera com artesanato e moda. Também, os gráficos aplicam o strass em capas de livros e em embalagens especiais.

Andrade Máquinas

da paulistana Lapa para o Brasil Ali mesmo, no tradicionalíssimo bairro paulistano da Penha... Eram os Anos 60 do Século 20, e a loja operava como oficina e como balcão de vendas sob administração familiar a cargo de Manoel Joaquim Andrada. A clientela?, bem, era uma freguesia onde cada pessoa funcionava como ´estilista de família´. Pois é, e hoje o segmento confeccionista do Brasil é atendido por inteiro sob a administração dos filhos do Sr. Manoel: Paulo e Mauro. E o legado continua. Uma das chaves do sucesso da Andrade Máquinas é a assistência técnica e o treinamento técnico aos parceiros revendedores em várias cidades do Brasil, além de um calendário permanente de seminários itinerantes.

Fontes: Silhouette, Elo7 e Mogk.

Com a matriz sediada em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, a Andrade Máquinas possui filiais em Maringá (PR), Blumenau (SC) e Caruaru (PE), e a operacionalidade mercantil e técnica permite-lhe distribuir 3.000 máquinas mensalmente através de 500 revendas nos segmentos de Costura, Passadoria, Corte, Enfesto, e mesmo Máquinas Domésticas. Hoje, aquela turma que funcionava como ´estilistas de família´ é parte de um passado glorioso, mas o conceito continua e com tecnologias avançadas que a própria Andrade Máquinas importa e alimenta o mercado com o melhor que é produzido: marcas como SANSEI, Brother, Kansai, Durkop e Japsew [costura]; SANSEI e Brother [bordado], Macpi [passadoria], SANSEI by Orox [corte], Orange [linha de agulhas] e Aegis [peças de reposição], fazem parte do portfolio disponível. || www.sansei.com.br Colaboração Editorial: Agª Persona.


ANOTAÇÃO Serviço & Proteção

A todo o instante observamos descuidos e até falta de AllTak profissionalismo em serviços que exigem equipamento de proteção individual [EPI], na construção civil, em plantas industriais, na colocação de estruturas, etc., e mesmo na maioria das oficinas que projetam e confeccionam suportes para

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Sergio, Manoela e Fabrício

comunicação visual. Com a pulverização de cursos técnicos no ensino médio – finalmente, finalmente... – já se percebe na nova geração de tecnólogos a preocupação básica com a segurança pessoal, seja no manuseio de maquinário ou na instalação de estruturas, além de reparos nas mesmas. Existe norma que regulamenta o EPI – a saber: NR 6. O que ela diz? Que “[...] considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”, e que “[...] equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação [CA], expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego”. Eis aqui a importância do EPI. Assim, ignorar a proteção da pessoa no seu local de trabalho é ignorar a própria sociedade. [Foto: registrada no stand ExFak, na Fespa Brasil, 2017]

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REPORTAGEM

Júlio Pomar

Dezembro de 2018

um serigrafista figurativo de cunho neorrealista

“Do que eu preciso? Ora, eu preciso dessa luz que me chega pelo contacto das pessoas. Ah, e é óptimo perceber (das que se foram) a alma além da mortalha, aquela que lemos nas obras legadas, essa acção fabulosa da vida retratada...”.

Na mesa da taverna, à sombra do Castelo de S. Jorge, uma malga de madeira, alguns pipos, e num deles uma torneira que vez por outra se abria para encher aquela malga com vinho alentejano. É o fim da primavera em Lisboa e ele estava de passagem com a cabeça em Paris, onde vivia exilado. Apanhou ainda a efervescência da queda da ditadura em 25 de Abril, mas aquele 1974 prometia mais... “Eu não sei o que vai ser de Portugal, mas ver esta gente toda entre militares com rosas nas espingardas, em vez de baionetas, é bestial”, dizia ele. E dele queríamos saber mais. Eu, jovem jornalista, editor do Tempo d´Educar, um pasquim mimeografado e ainda a cheirar a clandestinidade, e a professora Maria Augusta de Souza e Castro (para a polícia política: a ´macs´), a ´cabeça´ do movimento. “E sabem”, continuou o já bem conhecido pintor e serigrafista, “...Do que eu preciso? Ora, eu preciso dessa luz que me chega pelo contacto das pessoas. Ah, e é óptimo perceber (das que se foram) a alma além da mortalha, aquela que lemos nas obras legadas, essa acção fabulosa da vida retratada...”. Aquela ´coisa´ de “perceber a alma além da mortalha” soou-me surrealista, até um pouco distante da figuração que ele tanto levava às telas. “Ah, sim..., é como trazer ao hoje uma memória de longe que é contemporânea para nós na sinalização expressa...”, emendou ele a adivinhar a minha falha na narrativa. Narrativa pomariana. É verdade. Trago-vos aqui Júlio Pomar, que nos deixou neste 2018. E eu só entendi (e escrevi um artigo acerco disso no mesmo Tempo d´Educar) aquela narrativa quando, em 1988, pude ver as suas serigrafias tendo a vida singular e plural de Fernando Pessoa como foco. E naquele Fernando Pessoa serigrafado sobressaiu toda a identidade lítero-política do poeta lisboeta. Quatro décadas depois da entrevista na primavera lisboeta, recebo da minha filha cópias digitalizadas de alguns artigos e anotações que ela recolheu no que diz ser o ´Baú do João´; entre o material pareceres acerca do padre Mário da Lixa e as anotações rascunhadas da entrevista com Júlio Pomar [ele morreu agora, em maio, vai aqui o material para não esqueceres dessa ´pérola´ jornalística, escreveu ela]. E sobre o pictórico ficcional pomariano reflito, hoje, que é 2018: O encontro com Júlio Pomar teve a mesma importância dos encontros que tivemos com Agostinho da Silva e Luís de Albuquerque (este, um reencontro) simplesmente histórico para nossas vivências socioculturais e políticas. E, para quem ´curte´ a arte de serigrafista aqui fica o ´recorte´ do artista que ia além da mortalha...

João Barcellos.

SITIOS URBANOS & ARRAIAIS MINERÁRIOS NA FORMAÇÃO DAS VILLAS PAULISTAS & DO BRASIL O pesquisador de história João Barcellos fez palestra no casarão da Fazenda Cambará que sedia a ong COMITIVA BRASIL POEIRA, em São Roque (São Paulo), na manhã do dia 24 de novembro, celebrando aí 50 Anos De Jornalismo e Literatura, depois, no dia 30, lançou a 3ª Edição do livro ´Caucaia do Alto´, um povoado histórico na municipalidade de Cotia (São Paulo). | Grupo de debates Noética [noetica.com.br]

Provador Digital


FERRO DO BRASIL

ESPECIAL

200 Anos Do Primeiro Ferro-Gusa Na Real Fábrica De Ferro JC Digitex

É preciso criar uma indústria ferrífera para alimentar os serviços metalúrgicos na grande colônia que é o Brasil. No início do Séc. 19 esta é a dinâmica governamental da Coroa portuguesa no que à exploração e beneficiamento de ferro diz respeito. E não por acaso, pois, já no Séc. 16 as jazidas de ferro do Cerro Ybiraçoiaba são conhecidas e trabalhadas nos moldes dos Fornos Catalães, segundo as crônicas oficiais da época, por Affonso Sardinha (o Velho) e o filho do mesmo nome (o Moço), sendo no início do Séc. 17 doado um desses equipamentos ao governador Francisco Souza para reforçar a fábrica de Santo Amaro do Birapoera, quando o ´velho´ Sardinha já está mais atarefado com o ouro do Ibituruna (no Sítio dos Arassarys) e o ouro e a prata do Pico do Jaraguá, além E assim, criada a primeira fundição ferrífera da América, no Cerro Ybiraçoiaba, a Coroa lusa decide aproveitá-la, já depois de outros melhoramentos tentados na região pelo Morgado de Matheus [capitão-general da Capitania paulista no Séc. 18] e, em 1818, instalados altos-fornos, Friederick Ludwig Wilhelm Varnhagen (pai do historiador que nasceu no Cerro Ybiraçoiaba), emerge dos mecanismos um ferro-gusa que alimenta as esperanças industriais e econômicas da Coroa lusa, já sob “o fervor de uma mensagem política de independência nos manifestos políticos do Diogo Feijó, o presbítero e maçon nascido na Acutia do corredor guarani-piabyuano”. O aspecto geomorfológico do Cerro Ybiraçoiaba chama a atenção até hoje, e, “...naquele Século 16 tal ´montanha´ entre um mar de morrinhos logo despertou o interesse dos primeiros colonos, e já nas andanças para a Aldeia Maniçoba [e João Barcellos nos dá uma visão quase real dessa circunstância em suas palestras] o jesuíta Manoel da Nóbrega recebe a notícia de ´pedras negras´ no Cerro Biracoiaba” [Ab´Sáber, 1991]. Eis que celebrar os 200 Anos da formulação do Ferro-Gusa nos altos-fornos da Real Fábrica de Ferro de São João do (Rio) Ipanema é

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da política na Vereança paulistana onde fora nomeado (com apoio da Capitania vicentina) ´Capitam das gentes da Villa´.

celebrar a raiz do Brasil industrial.

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CAPA

Moda Tecnologia Diálogo Social Quando a

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é

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Desde a virada do século (do 20 para o 21) uma pauta está presente nos bastidores e nos eventos de Moda: o Social. E aqui, “...o Social não é somente incluir para integrar, é também estabelecer diálogos entre a Sociedade, a Tecnologia e a Moda. O híbrido que não recusa a personalização, o casual que não deixa de ser elegância, o material reciclável que permite parâmetros novos para estilistas, o molde para pessoas com problemas físicos, etc...” [João Barcellos – in ´Conversas Na Febratex e na Febratêxtil´, 2018]. Significa isto que as plataformas operacionais e de intelligentsia da Moda têm hoje um diálogo eficaz além da criação e da venda de produtos. No final dos Anos 10 (do Séc. 21) percebeu-se uma dinâmica governamental em vários países, e principalmente na Alemanha, pela demanda de novas tecnologias com capacidade para alterar o ciclo petroquímico do plástico; e, na Alemanha, surgiu o termoplástico gerado dos gases de carbono, que já vem alterando ou reformulando conceitos industriais, em geral, e na área têxtil. Escutar Patrícia Souza [Use Fashion], Norberto Arena [Arena Bureaux], Camila Toledo [Fashion Snoops], etc., acerca das tendências e comparar com os conceitos do painel orientado por Maria José de Carvalho [MJC Textilia] com estilistas e empresários, na Febratêxtil 2018, e verificar o ´positivo´ do olhar integrador que veste e calça o todo humano num desfile [do Glam Fashion Team], é receber do meio industrial e criativo da Moda o sinal positivo de um Brasil que tem um público consumidor interno que lhe basta, e ainda exporta... O que falta? Estruturar o Brasil a partir de uma intelligentsia que adeque educação e indústria, além de se dinamizar o empresariado e incentivá-lo a exibir o que é e o que tem para oferecer. Não adianta tecnologia nova, bonitinha, se as instituições não dialogam. E, vamos combinar: Moda é integração de comunicação visual entre a Pessoa e a Sociedade. BARCELLOS, João _ autor de ´Indústria Digital´ e ´Alquimia, Moda & Comunicação Visual´, entre outros livros. Apoio Editorial _ Agª Persona e Dorival Zucatto (Fotografia)

Moda é... O que somos pelo material com o qual revestimos o nosso corpo e por ele concebemos uma comunicação visual impressa e expressa, i.e., somos a civilização na sua imagética adequada a cada etnia e ao desejo de cada pessoa... João Barcellos, 1998


www.ampladigital.com.br

alphaprint


TECNOLOGIA

Glam Fashion Team três caras dispostos a uma mexida na cena da moda

Estampa Digital Revista Impressão & Cores - ed. 133

O processo... A confecção da estampa tem 3 estágios: a) criação do desenho; b) impressão; e c) acabamento. E é só? Não. A estampa digital é o que se diz ser hoje o têxtil digital, logo, é preciso conhecer os meandros tecnológicos para que na simplicidade da estampa-quase-pronta no computador pressionar os botõezinhos da máquina. Conhecer papeis e tecidos preparados para digitalização, tendências de mercado gráfico-têxtil e conceitos de aplicação de cores é importante... A impressora digital, ou plotter, reproduz padrões de desenhos, imagens e cores; a plotter possui cabeças de impressão do tipo jato de tinta [inkjet] sob comando de

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computação gráfica com programas [softwares] especiais. Uma boa leitura e conselhos de técnicos em tintas e plotters ajudam muito neste mercado de alta competição artística e financeira. Saiba Onde: Embaplan / 11-3855.2388; La Estampa / 11-3051.5529;

Agência de criação e consultoria no setor têxtil e fabricação de moda, a Glam Fashion Team | GFT atua no setor desenvolvendo coleções, campanhas e ações de marketing (desfiles, exposições, palestras, etc.) direcionadas para fornecedores, confecções e varejo. A empresa nasceu da união de três conceituados profissionais ligados ao setor atacadista de moda: Augusto Rezende, diretor de moda e produtor de arte, Paulo Spazzapan, fashion designer, e Robi Spatti, fashion designer, consultor e palestrante de moda. Todos com grande experiência no setor B2B [business to business, q.s. ´operações mercantis entre empresas], somando um precioso aprendizado para o atendimento das mais diversificadas empresas do mercado de moda, da matéria-prima ao varejo. E os ´caras´ surgiram no evento FebraTêxtil 2018, onde os visitantes puderam conferir desfiles de jeanswear e um vídeo de apresentação da agência. A GFT também assinou os Painéis da Exposição “Fenit Uma história pra contar”, um dos destaques da FebraTêxtil 2018, na celebração do notável empreendedor paulista Caio de Alcântara Machado, idealizador, promotor e organizador da Fenit/Fenatec.

Global Tecnologia Tintas Digitais [Sérgio Schmitz] / 47-3267.8400 e 113473.6443; Mogk / 47-3323.5844; Papeis Havir / 11-2976.5233; Roland DG / 11-3500.2600.

Colabore com a Civilização, instale e utilize energia renovável!

O historiador, escritor e editor JOÃO BARCELLOS faz palestras sobre tecnologias de impressão convencional e digital, filosofia, história e literatura.

jb.escritor @uol.com.br

BLOG jbarcellosimprensa.wordpress.com

Os três ´caras´ que ora marcam presença na cena paulista e brasileira da moda têm por norte dois segmentos: o Estilo, com planejamento e desenvolvimento de coleções; palestras; direção de marcas; e visual merchandising; e a Propaganda, na criação de campanhas; eventos, lançamentos e showroom; produção de moda; catálogos; e mídias sociais (conteúdo e gerenciamento). Colaboração Editorial: Persona Consultoria de Comunicação




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