Revista da SFMC- 26

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SFMC homenageia as mães com programação especial Aloízio Gomes de Souza recebe a Medalha Tiradentes Médicos têm histórias contadas em livro elaborado pela SFMC

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I

ndubitavelmente toda influência em saúde está intrinsecamente relacionada à melhoria na educação, seja a que se recebe no seio familiar, quanto nas instituições formais e até nas informais. Mas, infelizmente, assistimos que a quase totalidade das ações estão focadas nos tratamentos das condições de doenças já instaladas, ou então nos esforços individuais de tentativas de preservação da saúde. Em sistema ainda muito pouco atuante em promoção e prevenção da saúde, em que os comportamentos individuais interligados aos fatores ambientais, sócio econômicos, culturais e inclusive à pré-disposição física de cada pessoa são muitas vezes determinante nos estados de saúde em geral. Assim, não podemos apenas focar a saúde como ausência de doença, mas através da informação/educação estimular as pessoas para que cada dia procurem viver de forma mais saudável possível. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”. Um dos itens, que de forma especial destaco é o que diz “O desenvolvimento saudável da criança é de importância basilar, a aptidão para viver harmoniosamente num meio saudável é essencial a tal desenvolvimento”. Observo que a cada dia a educação de nossas crianças está sendo negligenciada pelas famílias e entregue quase totalmente às instituições, já que as mesmas estão indo o mais tenramente (algumas ainda dentro do período de amamentação materna) e em horário integral, ou seja, são “retiradas” de seus berços praticamente ainda dormindo e levadas à escola de onde só retornarão ao final do dia,

PALAVRA DA PRESIDENTA ou seja, o comprometimento familiar na educação de seus filhos está cada dia restringindo-se mais. (Sem entrar no mérito das necessidades particulares de cada família). Muitas vezes, as contradições entre a educação que recebe da família e da escola são conflituosas para aquele pequeno ser em formação. Em muitos casos, a solução encontrada é a busca pelo profissional da saúde: pediatra, psicólogo, psiquiatra, neurologista e que vem de ambos os lados, tanto das famílias quanto das escolas. Nesses trinta e quatro anos de atendimento médico, já perdi as contas (até alguns anos guardava) de quantos encaminhamentos recebi de professores e diretores, com queixas de alunos solicitando exames complementares (“eletro-da-cabeça”, entre outros), encaminhamentos, etc., porque dizem que os alunos estão tendo “comportamentos inadequados”, como dificuldade de aprendizagem, dificuldade de relacionamento e até agressões aos colegas e hiperatividade e que, portanto, precisam de “remédios” para tranquilizá-los. Há vinte dias, atendi um menino de 5 anos, encaminhado pela direção de uma escola pelos motivos acima. O mesmo, segundo a mãe, está em uso de carbamazepina (para epilepsia), gardenal (para prevenir o aparecimento de convulsões), risperidona (usado frequentemente no tratamento de psicoses delirantes) e, ritalina (no transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Examinei o menino (no qual, felizmente não encontrei nenhuma patologia e sim, uma imensa falta de afetividade), que a partir desse momento não mais se “desgrudou” de mim, e assim permaneceu durante os quase quarenta minutos que conversei com a mãe que me falou que tanto ela quanto o pai (que é deficiente físico e “vive numa cadeira

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de rodas”), são acompanhados por psiquiatra e fazem uso de medicações há anos. Que o pai não permite que o filho “mexa” em nada, e que o quer o “tempo todo ao seu lado para atender suas solicitações”, não permitindo que o mesmo brinque pois diz que “o mesmo já está muito grande para isso”. Textualmente li, transcrevo e compartilho: “Os estimulantes não são indicados a crianças que apresentam sintomas secundários a fatores ambientais, em particular, crianças submetidas a maus tratos”.

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Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia DIRETORIA TRIÊNIO 2014/2017 DIRETORIA: Presidenta: Vanda Terezinha Vasconcelos Vice-Presidente: Edilbert Pellegrini Nahn Júnior 1ª Secretária: Ana Paula Galvão Baptista Araújo 2º Secretário: Luiz Carlos Sell 1º Tesoureiro: Almir Quitete Lima Filho 2ª Tesoureira: Elisabete Bastos COMISSÕES PERMANENTES Sindicância e Fiscalização: - Luiz Felipe Rabello e Silva - Ricardo Venancio Juliboni - Roberto Franco Duncan DEFESA PROFISSIONAL E UNIÃO DE CLASSE - João Tadeu Damian Souto - Maron El Kik - Rodrigo Luna Venâncio PROMOÇÃO CIENTÍFICA: - Charbell Miguel Haddad Kury - Telmo Garcia Teixeira Júnior - Valdebrando Mendonça Lemos DIVULGAÇÃO: - Patrícia Meirelles - Silvia Cristina Machado Ribeiro de Souza - Sylvia Regina de Souza Moraes INFORMÁTICA: - Alcino Sahid Facó Hauaji - Cintia Carvalho Ribeiro Gonçalves - Rodrigo Chicralla de Ameida DELEGADOS À SOMERJ EFETIVOS: - Almir Abdala Salomão Filho - Angela Regina Rodrigues Vieira - Francisco Almeida Conte SUPLENTES: - Frederico Paes Barbosa - Luiz Fernando Ferreira Sampaio - Márcio Sidney Pessanha de Souza

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Índice 3 Palavra da presidenta

14 SFMC elabora livro em homenagem aos médicos

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6/7 Notícias da Sociedade

8/11 Homenagem pelo Dia das Mães

Perfil Cíntia Ribeiro Gomes

16 Perfil Débora Carvalho

12 Dr. Aloizio Gomes recebe Medalha Tiradentes EXPEDIENTE:

A sua Sociedade em Revista Nº26 - Julho de 2015 / setembro de 2015 Uma publicação da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia e-mails: socimedi@sfmc.com.br e sfmc@sfmc.com.br Editoria e Produção: Neusa Martini Siqueira- DRT-1167/90 Marketing e Publicidade:Alcione Nunes Programação Visual e Arte Final: Luiz Carlos Lopes Textos: Jornalista Tatiane Freire

17 Liga Acadêmica de Neurologia se reúne Revisão: Vanda Terezinha, Tatiana Freire, Célia Serpa e Lana Castheloge Circulação: Trimestral Tiragem: 2.000 exemplares Distribuição: Dirigida e gratuita Impressão: Borzan Colaboradores: Equipe de médicos associados e diretores da SFMC Cobertura Fotográfica: Ademar Santos e Vilson Correia A Revista “A Sua Sociedade em Revista” não se responsabiliza por opiniões ou conceitos emitidos em artigos publicados

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NOTÍCIAS DA SFMC NOTAS DA SFMC

Renovação de telefones

Em maio, o Dr. Antonio Salim, presidente da Sociedade de Ginecologia e obstetrícia Regional Campos, participou do XXXiX Congresso de Ginecologia e obstetrícia do Rio de Janeiro.

nossa agenda:  Assembleia reunindo professores da FMC-Adomec e representantes da Fundação Benedito Pereira Nunes, da Faculdade de Medicina de Campos, quando foram abordados diversos temas relacionados ao ensino médico.  Assembléia e reuniões das diversas entidades como: Unimed, Unicred, Sindicato dos Médicos de Campos, Núcleo Descentralizado de Vigilância em Saúde do Norte Fluminense e Secretaria Municipal de Saúde. Próximos eventos científicos já agendados: Anote em sua agenda para participar  01/08/2015- Encontro com a Gastroenterologia Pediátrica – SOPERJ/2015 – Coordenadores: Dra Sheila Nogueira Pércope Rodrigues Guerra, Dr. Silvio da Rocha Carvalho e Sylvia Regina de Souza Moraes  11/09/2015 – Curso Itinerante de Nutrologia – Regional Norte Fluminense – 2015 – coordenadores: Dra Mônica de Araújo Moretzsohn e Dra Sylvia Regina de Souza Moraes

AGRADECiMEnTo aos advogados Dr. Christiano Abelardo Fagundes Freitas e Dra Angêla Maria Gama, que atendendo nossa solicitação e sem qualquer ônus para a SFMC, fizeram as devidas alterações legalmente necessárias no Estatuto e Regimento Interno dessa Instituição.

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Reuniões Reuniões mensais na Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia em diversas especialidades: Agende e participe!  Última 4ª-feira do mês: neurologia/radiologia  Segunda 4ª feira do mês: reunião da Diretoria e Comissões da SFMC

Dr. Walter Siqueira recebe das mãos da Dra Vanda Terezinha Vasconcelos a agenda deste ano da SFMC, cuja abertura contém um texto de sua autoria

Dra Catarina Moriko feliz em reencontrar o colega de Turma da FMC/78, Dr. Edmundo Carvalho Mauad e que atualmente é o Diretor do Hospital do Câncer de Barretos, em São Paulo, referência em oncologia no Brasil.

Dr. luiz Carlos Mendonça da Silva recebendo a medalha conferida pela SoMERJ como médico do ano, indicado pela SFMC. A cerimônica de reconhecimento aos trabalhos prestados pelo médico campista aconteceu em dezembro último, em Teresópolis. A sua Sociedade em Revista

Ilustres Associados, Estamos na fase final de atualização de endereços, telefones e e-mails de todos os associados. Solicitamos mais uma vez que entrem em contato com a secretaria, caso tenham alguma informação a ser atualizada. Informamos, caso haja interesse, em colocar anúncio divulgando seus serviços, na próxima Revista e/ou no Manual de Médicos Associados, estaremos a sua disposição para maiores informações.

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NOTÍCIAS DA SFMC REUniÃo DA SoMERJ REAliZADA EM iTAPERUnA EM 20 DE JUnHo

Dr. Carlos Eugenio Monteiro de Barros - (de jaleco) - (Seccional do CREMERJ de itaperuna), Dr. Samaene Vinhosa Simão - (itaperuna), Dr. Cesar Danilo Angelin leal (SoMERJ e SoMEDUC), Dr. Benjamin Baptista de Almeida (SoMERJ), Dr. Edilbert Pellegrini (Campos), Dr. João Tadeu Damian Souto (Campos), Dr. luiz Antonio Roxo (Barra Mansa), Dr. Dalcy Poubel de Castro( Representou a Ass. Médica de Rio das ostras na reunião), Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos (Campos), Dr. José Ramon Varela Blanco (SoMERJ)

Dr. Renam Catharina Tinoco, ex-professor da Faculdade de Medicina de Campos quando recebeu homemagem como Médico de ouro do noroste Fluminense - iem taperuna/RJ no dia 19/06/2015, sendo cumprimentado pela Dra Vanda Terezinha Vasconcelos que na ocasião representava a SFMC (Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia)

Encontro da liga de Cardiologia na SFMC

EnConTRo DA liGA DE nEURoloGiA

Reunião da liga Acadêmica de neurologia da FMC no dia 21/05/2015 sobre Epilepsia parte 1 com doutor Pedro Gloria, no auditorio da SFMC com alunos do primeiro ao sexto ano do curso de medicina.

Dr. João José do Rego Barros Júnior com grupo de alunos da Faculdade de Medicina de Campos

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DiA DAS MÃES

Homenagens às mães Como não poderia ser diferente, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) preparou uma programação especial para o Dia das Mães. Neste ano, as homenagens foram prestadas às mães médicas e também a que vivem o dia-a-dia da Medicina indiretamente, por conta da convivência com seus companheiros médicos. O grupo Boa Noite Amor embalou a festa com um repertório pra lá de agradável. A confraternização reuniu médicos e familiares no espaço de lazer da SFMC, em 07 de maio. Duas mães, uma médica e uma esposa de médico foram sorteadas para receber a homenagem em nome das demais presentes: a médica Cíntia Gonçalves e a Débora Carvalho, esposa do médico, Roberto Carvalho.

Momento em que todos cantaram parabéns para as mães

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Convidados atentos a apresentação do Grupo Boa Noite Amor

Convidados atentos a apresentação do Grupo Boa Noite Amor

Momento em que todos cantaram parabéns para as mães A sua Sociedade em Revista

Dr. Waldir Simões com o Grupo Boa Noite Amor

Confraternização entre os presentes

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DiA DAS MテウS

Dr. Evaldo Luiz Otal, Dra Vanda Terezinha, Dr. Edilbert Pellegrini e Dr. Luiz Carlos Sell

Dr. Luiz Carlos Sell, Dr. Aloizio Gomes, Dr. Gilson Lino e sua esposa Vera

Dr. Jamil Soares e sua esposa Beth Soares

Eliane Santana Souza, sua nora Michele Soares Marques e Ana Sardinha

Dra Ana Paula Galvテ」o com esposo e filha

Dra Neusa Nogueira e Dr Celmo Ferreira com a filha Dra Neusa Cristina e a neta

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DiA DAS MÃES

Dra Vanda Terezinha com as homenageadas representando todas as mães presentes: Dra Cintia Gonçalves (como mãe médica) e Débora Carvalho (mãe esposa de Médico)

Dra Vanda Terezinha, Lana Cristina e Dra Ana Paula Galvão

Dra Vanda Terezinha e Sra Vera Gomes

Dra Vanda Terezinha e Dra Neusa Nogueira

Sra Maria Siqueira e Dra Vanda Terezinha

Sra Jane Gomes e Dra Vanda Terezinha

Sra Hilda Silveira e Dra Vanda Terezinha A SUA SOCIEDADE EM REVISTA

Sra Claudia Otal e Dra Vanda Terezinha

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DiA DAS MÃES

Dra Angela Sarmet recebendo homenagem representando as mães do Grupo Boa Noite Amor

Dra Vanda Terezinha e Dra Sylvia Moraes

Dra Vanda Terezinha e Dra Derly Vieira

Sra Lais Gomes e Dra Vanda Terezinha

Dra Vanda Terezinha e Dra Angela Regina

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Dra Vanda Terezinha com sua filha Vanieri e seus netos José Vinicius e Ana Luiza

Dra Vanda Terezinha e as funcionárias Célia e Lana

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MEDAlHA TiRADEnTES

Discurso de agradecimento do Dr. Aloizio Gomes pela homenagem recebida

Dr Aloizio Gomes recebe Medalha Tiradentes O Lions Clube de Campos promoveu, na SFMC, em 11 de maio assembleia Festiva em que ocorreu a entrega do Título de cidadão Fluminense – Medalha Tiradentes ao Dr. Aloizio Gomes de Souza, honraria concedida pelo Deputado Estadual João Alves Peixoto. A Assembleia foi conduzida pelo Presidente do Lions Clube, Sr. Odilon Martins, tendo como Mestre de Cerimônia o Médico Marco Aurélio Alvarenga, tendo a Presidenta da SFMC, Vanda Terezinha Vasconcelos presidido a mesa, também compondo a mesa, a médica Andréa Campos Gomes de Souza Ferreira, filha do homenageado. Após as solenidades ocorridas no auditório da SFMC, todos os presentes foram recebidos com coquetel na Àrea de Lazer.

Dr. Aloizio Gomes na SFMC, recebendo das mãos do Deputado João Peixoto a Medalha Tiradentes A SUA SOCIEDADE EM REVISTA

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Dr. Aloizio Gomes e sua esposa Laís e familiares

Representantes do Lios Clube de Campos que organizaram o evento em homenagem ao Leonino Dr. Aloízio Gomes

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MÉRiTo REConHECiDo

SFMC elabora livro em homenagem aos médicos com mais de 50 anos de profissão Em reconhecimento à experiência e ao trabalho prestado à sociedade campista por médicos que atuam no município há mais de 50 anos, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) está elaborando um livro que contará um pouco da história de cada um dos cerca de 30 associados homenageados, que dedicaram e ainda dedicam grande parte de suas vidas à Medicina. A expectativa é de que a obra seja lançada em 18 de outubro, dentro da programação pelo dia do Médico, realizada pela Sociedade. Os homenageados e seus familiares estão se empenhando no desenvolvimento deste projeto. Além de buscar informações nos arquivos da SFMC, detalhes da vida profissional destes conceituados médicos estão sendo buscados também junto aos próprios e seus familiares. Todos os detalhes da elaboração do livro estão sendo tratados em contatos constantes. Em janeiro, aconteceu um encontro que contou com a presença da presidenta da SFMC, Vanda Terezinha; e dos médicos Wellington Paes, Felix Chalita, Aluísio Gomes e Luiz Carlos Silva.

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Reunião na Secretaria da SFMC: Dra Vanda Terezinha, Dr. Welligton Paes, Dr. Felix Chalita, Dr. Aloizio Gomes e Dr. Luiz Carlos Silva – livro dos médicos com mais de 50 anos de formados

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PERFil

Cíntia Ribeiro Gonçalves Há quantos anos a senhora se dedica à Medicina? Conte-nos o que lhe atraiu ao exercício profissional? - Sou formada pela FMC, turma 1995. Na ocasião ganhei a medalha Dr. Geraldo Venâncio, que guardo com todo carinho. Fiz residência em Medicina Nuclear no Hospital Universitário Pedro Ernesto, e aperfeiçoamento em Cardiologia Nuclear no Incor - SP. Sempre fui muito estudiosa (acho que até exagerada), e sempre tive atenção por áreas ligadas à saúde. O que mudou na sua rotina profissional após a maternidade? -Virei Super-herói e adquiri várias profissões: “mãetorista”, jogadora de futebol, professora, maquiadora, etc... Sempre tive gestações ótimas e sempre retornei ao trabalho em poucos dias.

ceram apenas mudanças boas. O tempo passou a ter que render mais e o bem estar deles passou a ser prioridade. Os filhos são presente de Deus, o recheio para o casal. Com uma rotina tão atribulada, qual é o segredo para manter os laços familiares fortalecidos? - Sempre buscando a valorização do contato, do diálogo, participando da rotina das crianças. Eu levo para o colégio, estudo com eles, e com a participação do marido também, que tem a mesma dedicação. Procuramos sempre estar disponível mesmo cansados, procurando manter as preocupações do trabalho do lado de fora de casa. A família tem que ser a distração!

E na vida pessoal, que mudanças os filhos trouxeram? - Tenho o Natan, de 13 anos, e a Liz, de 9. Aconte-

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PERFil

Debora Terra dos Santos A advogada Débora Terra dos Santos é campista, casada com o médico Roberto de Souza Carvalho e mãe de Roberto Zácaro, de 14 anos. Terminou o curso de Direito há oito anos e atualmente cursa sua a segunda graduação, em Cutrição em Saúde, na Universidade Estácio de Sá. Seu dia-a-dia como mãe, esposa de médico e estudante de nutrição é bastante corrido, mas tenta desempenhar da melhor maneira possível cada uma dessas funções e conta com a colaboração do filho e, principalmente do marido, que estão sempre presentes, ajudando-a e estimulando-a ao máximo. Seu passatempo preferido é viajar, mas não dispensa as saídas à noite com o marido e os amigos para jantar, tomar bons vinhos e “jogar conversa fora”. Um dos maiores desafios que teve que encarar foi esperar pelo Curso de Nutrição na cidade de Campos, para que assim pudesse realizar o antigo sonho já que o referido curso não havia na cidade e cursá-lo em outro município seria bastante difícil, pelos afazeres do lar e responsabilidade com a família. Quanto a sentir-se realizada, Débora diz ter alguns objetivos a alcançar, pois, sem eles a vida seria de certa forma vazia. Entretanto, sente-se totalmente realizada no amor, já que considera perfeito seu casamento com Roberto.

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EnConTRoS

LIGA ACADÊMICA DE NEUROLOGIA SE REUNE A CADA 15 DIAS

O

s membros da Liga Acadêmica de Neurologia da Faculdade de Medicina de Campos realizam, em períodos quinzenais, reuniões para a apresentação e discussão de temas de importância para a especialidade. Além disso, elaboram artigos científicos e desempenham atividades práticas semanais no Centro de Doença de Alzheimer e Parkinson (CPAD), disponibilizado pelo CSEC. Atualmente são realizadas cinco aulas teóricas e duas apresentações de pôster e Oral na Associação de Neurologia do Estado do Rio de Janeiro (Anerj), além de projetos de

simpósios e cursos ministrados na Faculdade de Medicina de Campos. As atividades contam com o relevante apoio da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), a saber como Coordenador Dr. Vanderson Neri, instrutores Dr. Pedro Glória e Dr. Pedro Bastos; acadêmico Thiago Aguiar Rodrigues (Presidente), acadêmica Márcia Dias Pinto da Costa (vice-presidente), Yasmin Barreto Soares (diretora científica), Acadêmica Jéssica Carolina Marques (secretária acadêmica), e Acadêmico Pedro Mercante Schmith (diretor financeiro);

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CASo ClíniCo

Síncope Neurocardiogênica Abordagem Diagnóstica e Terapêutica *Dr. João José do Rego Barros Júnior, **Ac. luísa Wagner do Rego Barros *Coordenador do serviço de arritmia clínica e holter 24h do Prontocardio, Coordenador do serviço de holter 24h do HEAA, Diretor científico do Centro de Estudos e Pesquisas do Prontocardio **Acadêmica de medicina da Faculdade de Medicina de Campos inTRoDUÇÃo

A síncope neurocardiogênica (SNC), também conhecida como síncope vasovagal ou neuromediada, é a causa mais frequente de síncope, principalmente em crianças e adolescentes e representa cerca de 30% de todos os casos de síncope. Geralmente quando há presença de um fator predisponente, como: medo, pânico, calor intenso, punção venosa, permanecer em posição ortostática prolongada e exame prostático ou pélvico, o quadro tende a ser recorrente; mas, segundo os trabalhos recentes, a síndrome não está relacionada ao aumento de risco cardiovascular, o que confirma o seu caráter benigno. Caracteriza-se pelo desenvolvimento súbito de hipotensão e/ou bradicardia, devido a uma falha nos mecanismos cardiocirculatórios e cardioinibitórios que mantêm a pressão arterial e a perfusão cerebral. DEFiniÇÃo E FiSioPAToloGiA

A síncope é definida como uma perda repentina e momentânea da consciência e do tônus postural, seguida da recuperação completa e espontânea, em poucos segundos. Os sintomas clínicos mais comumente observados durante o período pré-sincopal e durante o evento incluem palidez cutâneo-mucosa, náuseas, sudorese, hiperventilação, prostação e podendo levar até à movimentos clônicos tônicos. Dentre as formas de síncope, o padrão vasovagal é a forma mais frequente, principalmente em pessoas jovens e aparentemente normais que, com a recorrência destes episódios, passam a apresentar restrições quanto às atividades diárias, levando a limitação e insegurança desses pacientes. A fisiopatologia da síncope neurocardiogênica não está totalmente esclarecida, porém podemos atribuir a ocorrência do quadro sincopal a uma insuficiência nos mecanismos reflexos compensatórios, que são responsáveis por manter os níveis de pressão arterial à curto prazo, como os receptores cardiopulmonares, o arco barorreflexo, ou a disfunção de ambos. Quando estamos diante de uma resposta vasovagal, ocorre bradicardia e vasodilatação arterial devido a uma pressão arterial descendente, o que caracteriza a incapacidade dos mecanismos compensatórios em manter níveis pressóricos adequados. O mecanismo mais clássico que descreve a síncope neurocardiogênica consiste no desenvolvimento abrupto de hipotensão e bradicardia, que são decorrentes do aumento da atividade vagal e da diminuição da atividade simpática sobre o sistema cardiovascular, cujo principal estímulo deflagrador é a ativação de receptores sensoriais intracardíacos chamados de mecanorreceptores. Esses mecanorreceptores são estimulados em situações onde o retorno venoso encontra-se diminuído (posição ortostática), ou em situações de hipovolemia, o que provoca contrações cardíacas com o coração relativamente mais “oco”, desencadeando atividade vagal intensa (Reflexo de Bezold-Jarisch), hipotensão e/ ou bradicardia, com consequente perda de consciência. SínCoPE nEURoCARDioGÊniCA E EXERCíCio FíSiCo

Os atletas são frequentemente associados à saúde perfeita, e a ocorrência de síncope nesses indivíduos provoca todo um quadro de insegurança para os pacientes e familiares. São várias as causas possíveis de síncope nos atletas, como síndroA sua Sociedade em Revista

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me de Brugada, cardiomiopatia hipertrófica, displasia arritmogênica de ventrículo direito, miocardite ou síndrome do QT longo, mas a síncope vasovagal é mais comum nesse meio. Diversos estudos mais recentes em medicina desportiva têm demonstrado que pacientes praticantes de atividade física têm maior tendência a apresentar resposta vasodepressora ao teste de inclinação, sem marcada bradicardia associada à hipotensão sistêmica. Esses episódios podem ocorrer durante ou logo após a prática esportiva, em atletas treinados ou não, sem maior predomínio de um grupo sobre o outro. O teste de inclinação (Tilt Test) deve ser utilizado como método diagnóstico e como preditor de sucesso do tratamento escolhido para esses pacientes específicos. DiAGnÓSTiCo

O teste de inclinação (“tilt table test”) constitui o teste mais importante para o diagnóstico da síncope vasovagal (Imagem 1). Atualmente parece ser a melhor forma de testar a predisposição do indivíduo a apresentar hipersensibilidade vasovagal. A hipotensão e/ou a bradicardia durante a fase de inclinação são aceitas como equivalentes a uma síncope vasovagal espontânea. O teste de inclinação é realizado após jejum de seis horas. Os pacientes são posicionados em decúbito dorsal horizontal sobre uma maca móvel, sendo monitorizados através da pressão arterial contínua não-invasiva (com pletismógrafo digital) e ECG. Os pacientes permanecem em repouso por 10 a 20 minutos em decúbito dorsal horizontal para medida dos parâmetros basais, com o mínimo de estímulos ambientais. A maca, após esse período, é inclinada até 60º em postura ortostática e a monitorização é mantida por até 40 minutos, ou interrompida imediatamente se o paciente apresentar sintomas pré-sincopais ou síncope, associados ao reflexo vasovagal. Caso a resposta ao teste de inclinação não desencadeie os reflexos de bradicardia e/ou hipotensão, podemos associar ao procedimento algumas drogas para tentar precipitar o evento sincopal. As drogas mais comumente utilizadas são o isoproterenol, os nitratos e a adenosina. O Tilt Test pode levar a reprodução de três tipos de síncope neurocardiogênica: 1- Vasodepressora - Hipotensão arterial sem bradicardia; 2- Cardioinibitória - Assistolia súbita sem hipotensão arterial; 3- Mista – Hipotensão e bradicardia.

imagem 1. Tilt Test.

Na resposta vasodepressora ocorre queda da pressão arterial sistólica maior ou igual a 30 mmHg, sem alteração significativa da frequência cardíaca. A Resposta Cardioinibitória caracteriza-se por pausa sinusal súbita maior ou igual a três segundos, acompanhada de hipotensão arterial.

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CASo ClíniCo Já a resposta mista resulta em queda da pressão arterial maior ou igual a 30 mmHg, com concomitante queda da frequência cardíaca. Também pode ocorrer a Síndrome Postural Taquicárdica (SPOT), onde há aumento da frequência sinusal superior a 30 bpm em relação à basal, durante os 40 minutos de monitorização em decúbito ortostático, ou o desenvolvimento de taquicardia sinusal maior ou igual a 120 bpm. TRATAMEnTo DA SínCoPE

O tratamento deve ser individualizado, já que os pacientes respondem de maneiras e intensidades diferentes às terapêuticas propostas. Assim, o objetivo básico inicial consiste em tentar orientar o paciente para a prevenção da síncope, bem como estimular as medidas não farmacológicas e, quando necessário, a terapêutica farmacológica é incluída. Como orientação geral, a proposta é evitar os fatores predisponentes desencadeantes para cada caso, adotando como medidas preventivas o estímulo à hidratação vigorosa, dieta rica em sódio (quando não houver contraindicação), uso de meias elásticas compressivas em membros inferiores, e a adoção de posição supina por 15 minutos quando os sintomas iniciarem. “Tilt Training” - O Treinamento Postural Passivo: Consiste do tratamento não-farmacológico da síncope vasovagal, que resulta na exposição prolongada do sistema cardiovascular ao estresse gravitacional (ortostático), como é observado na Imagem 2. O efeito terapêutico apresenta-se em virtude de um possível “recondicionamento” do sistema de regulação postural, através de um programa específico de reabilitação cardiovascular, ou um verdadeiro “condicionamento postural”. O “tilt training” pode levar a aumento do retorno venoso do indivíduo por uma melhora no desempenho da musculatura esquelética em bombear o sangue de volta à região central do corpo, além de diminuir o fluxo de sangue para os membros inferiores. O condicionamento dos reflexos ortostáticos também pode ser melhorado, visto que a resposta barorreflexa é condicionada pelo treinamento postural passivo realizado de forma constante (ou seja, três sessões semanais por um período de até 40 minutos).

recomendada por outros autores, como forma de aumentar o retorno venoso e o volume de sangue na região central do corpo. TRATAMEnTo FARMAColÓGiCo

Os beta-bloqueadores e a Fludrocortisona podem ser usados como primeira escolha. Ambos atuam na via aferente do reflexo vasovagal. O beta-bloqueador, por seu antagonismo adrenérgico, diminui a ativação dos mecanorreceptores miocárdicos, um dos principais mecanismos envolvidos na fisiopatologia da síncope. Apesar de alguns trabalhos científicos mostrarem que em alguns pacientes pode haver agravamento da SNC, de um modo geral, são fármacos bem tolerados e capazes de prevenir o quadro sincopal. A Fludrocortisona é um mineralocorticóide que age não somente no aumento da volemia, como também tem ação alfa-agonista em vasos de capacitância, promovendo vasoconstricção e melhorando o retorno venoso. Este fármaco também promove supressão da atividade nervosa simpática, com redução nos níveis de norepinefrina, diminuição da atividade do sistema renina-angiotensina e aumento do hormônio natriurético atrial. Sua utilização deve ser cautelosa em idosos e pacientes com hipertensão arterial. Em pacientes com baixa resposta terapêutica inicial, alguns autores têm utilizado com sucesso inibidores da recaptação de serotonina, como droga isolada ou associada à outros fármacos. Mais recentemente o Midodrine, um alfa-agonista periférico exclusivo, mostrou-se uma droga promissora e de alta eficácia, que pode ser associada ou mesmo utilizada como opção isolada na supressão da hipersensibilidade vasovagal. ConClUSÃo

A síncope neurocardiogênica é a causa mais frequente de síncope, apesar da sua fisiopatologia complexa e não totalmente elucidada. A utilização do “Tilt Test” como método seguro e capaz de reproduzir os quadros sincopais, permitiu a abertura de novos caminhos para a melhor compreensão, diagnóstico e tratamento destes numerosos doentes. Além disso, o uso de fármacos eficazes que interferem na atividade reflexa fisiopatológica da síncope, oferece boas perspectivas para a resolução desta situação, muitas vezes incapacitante para os pacientes. REFERÊnCiAS BliBioGRÁFiCAS

imagem 2. Tilt training em aplicação. O exercício também pode ser utilizado como forma de abortar um episódio sincopal. Os episódios de síncope desencadeiam-se, na maioria das vezes, a partir do momento em que pessoas susceptíveis assumem uma posição de estresse ortostático prolongado. Assim, os estudos em dinâmica cardiovascular conseguiram demonstrar que nesses indivíduos, reflexamente, ocorre uma diminuição na resistência vascular periférica, ocasionando queda na circulação sanguínea cerebral e perda da consciência e do tônus postural. Desta forma, passou-se a pesquisar de que forma o exercício poderia auxiliar de maneira eficaz para evitar os quadros sincopais e, observou-se que a realização de exercícios isométricos com os membros superiores pode ser uma forma efetiva de aumentar a pressão arterial sistêmica, abortando a queda pressórica e a perda de consciência nesses pacientes, nas situações pré-sincopais. A contração da musculatura abdominal e dos glúteos também foi

1 Pimenta J, Valente N. Síncope Neuromediada. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 1999;9:236-43. 2- Benditt DG, Gerard JF, et al. Pharmacotherapy of Neurally Mediated Syncope. Circulation 1999;100:1242-8. 3- Lippman N, Stein KM, Lerman BB. Comparison of Methods for the Removal of Ectopic in the Measurements of Heart Rate Variability. Am J Physiol 1994;267:H411-H418. 4- Quan KJ, Carlson MD, Thames MD. Mechanisms of Heart Rate and Arterial Blood Pressure Control; Implications for the Pathophysiology of Neurcardiogenic Syncope. PACE 1999;20:764-74. 5- Dietz NM, Joyner MJ, Sheperd JT. Vasovagal Syncope and Skeletal Muscle Vasodilatation: The Continuing Conundrum. PACE 1997;20:775-80. 6- Hachul D. Testes de Inclinação Seriados para Avaliação da Eficácia Terapêutica da Síncope Neurocardiogênica. Rev Soc Cardiol Est de São Paulo 1999;9:252-60. 7- Slotwiner DJ, Stein KM, Lippman N, Markowitz SM, Lerman BB. Response of Neurocardiac Syncope to Beta-Blocker Therapy: Interaction Between Age and Parasympathetic Tone. PACE 1997;20:810-4. 8- Calkins H, Seifert M, Morady F. Clinical Presentation and long-term Follow-up of Athletes with Exercise-induced Vasodepressor Syncope. Am Heart J 1995;129:1159-64. 9- Colivicchi F, Ammirati F, Biffi A, Verdille L, Pellicia A, Santini M. Exercise-related Syncope in Young Competitive Athletes without Evidence of Structural Heart Disease. Eur Heart J 2002;23:1125-30. 10- Thomson HL, Lele SS, Atherton JJ, Wright KN, Stafford W, Frenneaux MP. Abnormal Forearm Responses During Leg Exercise in Patients with Vasovagal Syncope. Circulation 1995;92:2204-9.

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CASo ClíniCo

LAN participa de congresso na ANERJ A LAN participou ativamente do Congresso da ANERJ 2015 com o trabalho Demência por Corpúsculo de Lewy - Diagnóstico diferencial com a Doença de Parkinson: Relato de cinco casos, selecionado pelo presidente da instituição organizadora para ser apresentado de forma oral como tema livre pela aluna Yasmin Barreto Soares, do 4 ano do curso de Medicina e participante da diretoria da LAN. O trabalho aborda a importância do diagnóstico da Demência por Corpúsculo de Lewy para um início de tratamento correto e precoce. A LAN também se reuniu com outras ligas de neurologia das faculdades do estado do Rio de Janeiro para uma troca de ideias e associações em eventos e trabalhos para melhor aproveitamento e conhecimento oferecido aos alunos da Faculdade de Medicina de Campos.

Demência por Corpúsculos de Lewy Diagnóstico diferencial com a Doença de Parkinson : Relato de Cinco Casos Yasmin B. Soares1, Márcia Dias1, Pedro Schmith1, Thiago Aguiar1, Jéssica Marques1,Vanderson C. neri2 1. Discentes do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Campos-RJ. Liga Acadêmica de Neurologia-LAN 2. Docente da Disciplina de Neurologia da Faculdade de Medicina de Campos.-RJ inTRoDUÇÃo A demência com corpos de Lewy (DCL) é caracterizada por comprometimento cognitivo grave, parkinsonismo e pouca resposta ao tratamento antiparkinsoniano. Geralmente começa com o comprometimento cognitivo flutuante com a progressão para a apresentação motora. Se a demência iniciou em até 12 meses de início dos sinais e sintomas motores extrapiramidais, o paciente receberá o diagnóstico primário de DCL provável, que será firmado com a presença de um aspecto essencial ou sintoma de suporte de acordo com os critérios de diagnósticos clínicos da DCL.(Quadro 1)

membros superiores, rigidez e marcha, com quedas. Há 3 anos evoluiu com alucinações visuais e auditivas, com tonturas. RM com sinais de atrofia cortical difusa, microangiopatia, dilatação ventricular Caso 5: Home, 80 anos, ha 5 anos iniciou alteração de comportamento, dificuldade para nomeação, executar suas tarefas diárias, síndrome dismnésica progressiva. Há cerca de 3 anos iniciou quadro parkinsoniano, evoluindo para quadro severo, sem melhora com nenhuma medicação. Imagem descarta causas secundárias, com grande atrofia cortical (Figura 3).

oBJETiVoS Relatar cinco semelhantes casos de DCL, inicialmente diagnosticados e tratados como DP, que foram acompanhados durante quatro anos, cujo diagnóstico foi confirmado por exames complementares e avaliação clínica. Discutir o seu principal diagnóstico diferencial, que é a doença de Parkinson. RElATo DoS CASoS Caso 1: Homem, 75 anos, com declínio cognitivo progressivo, evoluiu com alucinações visuais, alterações comportamentais, seguidos por tremor de repouso assimétrico, rigidez e dores nos membros inferiores, dificuldade para caminhar; feito diagnóstico de DP. Prescrito levodopa-carbidopa, pramipexol e galantamina, sem melhora clínica. RM com sinais de atrofia cortical difusa (mais fronto-temporal, atrofia do hipocampo) (Figura 1). Caso 2: Mulher, 80 anos. Há 6 anos iniciou quadro de alteração comportamental, alucinações visuais e auditivas, voltando a normalidade por um período de um ano. Recidiva do quadro anterior mais alteração da marcha, tremores de extremidades e disfagia. Tratada com Rivastigmina, Levodopa/Benserazida e Quetiapina, sem melhora (figura 2). Caso 3: Mulher, 83 anos. Há 20 anos iniciou com comprometimento cognitivo leve; evoluiu com bradicinesia e rigidez muscular. Em uso de levodopa-carbidopa e biperideno, com boa resposta inicial. Há dois anos os sinais de demência pioraram. Imagem sem lesões secundárias observadas. Caso 4: Homem, 86 anos, que sofre de demência em andamento começou com tremores dos A sua Sociedade em Revista

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Figura 3: RNM: (corte axial e sagital) Grande atrofia cortical, microangiopatia, sem alterações secundárias. Tronco preservado DiSCUSSÃo

Figura 1: RNM(corte axial) Atrofia cortical difusa, sinais de microangiopatia. Sem alteração de sinal em núcleos da base. Sem aspectos secundários associados que justifiquem o quadro demencial.

Esta é a descrição de quatro casos de DCL provável ,diagnosticados e tratados inicialmente como DP, mas cuja evolução e revisão da história clínica provou ser a DCL. O comprometimento cognitivo deve preceder ou ser concomitante com o quadro motor, como ocorreu em todos os casos descritos. Demência de Parkinson é o principal diagnóstico diferencial, mas sua evolução é o oposto de DCL, no sentido temporal, ocorrendo após a instalação do quadro parkinsoniano. Os exames de imagem são essenciais para a exclusão de causas secundárias, como a doença vascular. O diagnóstico é clínico e a resposta terapêutica, em sua maioria, é pobre, respondendo melhor as drogas inibidoras de acetilcolinesterase. Todos os pacientes foram tratados com esse grupo de fármacos, mas a resposta foi muito pobre.. Houve marcante declínio cognitivo observado nos testes específicos. O quadro motor atual mantém-se estabilizado nos quatro casos, mas todos os pacientes são dependentes de seus cuidadores para as atividades diárias REFERÊnCiAS BiBlioGRÁFiCAS

Figura 2: RNM(corte sagital e axial) Atrofia Cortical Difusa, microangiopatia, sem lesões secundárias. Sem alterações dos núcleos da base e tronco cerebral

1. CAIXETA,L; VIEIRA,R.T. Demência na doença de Parkinson. Rev Bras Psiquiatr. v. 30,n.4,p. 375-83,2008. 2.NITRINIB,R;T ATSCHA,M.F;NETO,M.R.L. Demência com corpúsculos de Lewy: uma entidade distinta com tratamento específico?. Rev Bras Psiquiatr,v. 24,n.3,p.152-156,2002. 3. TAVARES.A; AZEREDO. C. Demência com corpos de Lewy: uma revisão para a psiquiatria. Revista de Psiquiatria Clinica, v.30, n.1, p.29.

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caso clínico

Dor Torácica Dr. Roberto Cury Dr. Carlos Mário Mello e Souza Paciente do sexo masculino, 53 anos de idade, médico, queixa-se de dor torácica possivelmente anginosa, piorada aos médios esforços, há dois dias. Dá entrada no (PS) Pronto Socorro com exame físico, eletrocardiograma e marcadores de necrose miocárdica normais. Antecedentes pessoais: sobrepeso (IMC 29), hipertenso leve controlado. Nega tabagismo, diabetes e dislipidemia. Tem antecedente familiar positivo para doença aterosclerótica coronariana precoce. Realizado escore de cálcio coronariano e angiotomografia coronariana segundo protocolo de dor torácica no PS, com acompanha-mento online da aquisição pela Virtual Heart, revelando: escore de cálcio com valor de 19 (Agatston), colocando o paciente no percen¬til 75 para a faixa etária, idade, etnia e sexo, e angiotomografia demonstrando importante redução luminal no terço médio da artéria descendente anterior (DA), por placa com características morfológicas compatíveis com placa vulnerável. Encaminhado a unidade de hemodinâmica, sendo confirmada a lesão e tratada com angioplastia com stent farmacológico. A angiotomografia coronariana permite excluir ou confirmar, com alto grau de segurança, a presença de doença arterial coronariana obstrutiva em pacientes com dor torácica. A análise científica desse tipo de abordagem, especialmente, em serviços de pronto-atendimento, vem demonstrando a eficácia do método na redução do tempo e custos de internação, assim como, necessidade de reavaliações subsequentes, sem diferenças na segurança para o paciente. No caso em questão, além da análise da carga aterosclerótica pelo

escore de cálcio e da análise luminográfica pela angiotomografia, a análise qualitativa da placa agrega valor prognóstico, uma vez que placas com características morfológicas de vulnerabilidade (maior carga lipídica, ponto de calcificação periférico, etc..) tem maior risco relativo de gerar eventos cardiovasculares graves em curto prazo. O Dr. Roberto Cury será o coordenador do serviço de tomografia cardíaca/coronária da Rad-Med, responsável pelos relatórios e laudos dos exames solicitados, tendo em seu currículo a coordenação de TC e RM do ALTA/DASA-SP, de TC de Coronária Delboni-SP e Doutor em Ciências pela FMUSP.

Legenda da 1ª foto: Angiotomografia coronariana - estenose importante no terço médio da DA. (Virtual Heart, novembro de 2011).

pré-stent pós-stent Legenda da 2ª foto: Créditos das imagens de hemodinâmica: CCIM-COR | Hospital Santa Rita - ABBS, Maringá-PR | Dr. Marcus Theodoro e Dr. Key Hayashi, novembro 2011.

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AniVERSARiAnTES M ÊS DE JULHO 01 –

Ana Paula Outeirinho Soares Gelson Bento Sardinha Nelson Artiles Freitas

02 –

Annelise Maria de Oliveira Wilken Abreu Eraldo Ribeiro Filho

05 –

Walter Silva da Conceição

06 –

Elizabeth Bussade Gomes de Freitas Gustavo Cunha Rodrigues

07 –

Almir Abdala Salomão Filho

08 –

Antonio Alexandrino de Britto Costa Claudio D’ Angelo Carneiro Cristina Valéria Pessanha Gonçalves Jocilene Vasconcelos Jorge Mansur Neto Regina Celia de Souza Ribeiro

09 –

Dib Abdalla Chacur Paulo Cesar de Salles Ferreira Paulo Roberto Siqueira Lima

10 –

Marcos Vieira Bousquet

12 –

Geraldo Augusto Pinto Venâncio José Augusto Lima Santos Neusa Cristina Ferreira de Souza

15 –

Carlos Alberto de Gouveia Telles Félix Elias Barros Chalita

16 –

Andre Gustavo Maciel Lobo Fabíola Rodrigues Vieira Fonseca Jairo Rodrigues Perisse

M ÊS DE A GOSTO 01 –

Carmen Celia de Oliveira A. Moretto Gumercindo Martinez Ferreira Filho Paulo Cavalcante Lima Paulo Roberto Hirano

02 –

Edalvo Henriques Paes Lydia Beatriz Lima Nascimento

03 –

Ernesto Carlos Pessanha Rodrigo Luna Venancio

04 –

Marcelo Ramalho Gomes

05 –

Luiz Arthemio Sarmet Moreira Smiderle

06 –

Laila Ayd de Oliveira de Lima

07 –

Jose Ramos Gloria Rodrigo de Queiros e Almeida

10 –

Paulo Marcelo Ribeiro da Silva

11 –

Daniel Manhaes Nogueira

12 –

Raphael Barros Maia

13 –

Paulo Roberto de Souza Rogerio Barbosa Venancio

14 –

Ionilda Gonçalves do Rosario Velloso de Carvalho Ronaldo Oliveira Fernandes Silvio Ribeiro Pessanha

15 –

Carlos Augusto dos Santos Soares Laura Pessanha Duarte

18 –

Admardo Henriques Tavares Renato Correa Machado Júnior Rodrigo Chicralla de Almeida Paulo Jazbik

M ÊS DE S ETEMBRO 02 –

José Abílio Sarmet Moreira Smiderle

03 –

Ricardo Madeira Coelho De Azevedo

05 –

Flávio Mussa Tavares Heloisa De Queiroz Mello Jose Antonio Bousquet Marco Aurélio França De Alvarenga

06 –

Dante Pinto Lucas Luis Alberto Mussa Tavares

07 –

Sergio Pedra Ferreira

08 –

Alvaro Luis Ribeiro Arantes Claudemir Bragança Rodrigues

09 –

Claudio Eduardo Carvalho Dos Santos

10 –

Judson Vieira De Melo Luiz Elpídio Martins Manhães Marcio França

11 –

Elisa Maria Waked Peixoto

12 –

Alberto Costa De Vasconcelos Cruz Honor Lemos Sobral

13 –

Nabia Maria Moreira Salomao

15 –

Paulo Sergio Ribeiro Venâncio

16 –

Guilherme Alcy Salles Ferreira Fernando Cesar Gomes Marins

20 –

Derly Da Cruz Vieira Saraiva

21 –

Marcia Gomes Barcelos

22 –

Carlos José Vieira Barbosa Odilon Azevedo Da Silva Valerio Chierice Pereira Roberta Cesario Vieira Carneiro

23 –

Neusa Nogueira De Souza André Vieira Bousquet

24 –

Hélia Dutra Bastos Vanda Terezinhavasconcelos

17 –

Carlos Leopoldo Moreira da Costa Julio Jorge Almeida Velasco Luiz Carlos Marques de Souza

19 –

José Claudio da Silva Manhães

20 –

20 –

Francisco Vicente Maiolino de Lemos Marianto de Freitas Cunha Filho

Carlos Marcio Quitete Ribeiro Luiz Carlos da Mata Siqueira

22 –

Ecil Alves Batista Junior

21 –

Vitor Mudesto Fonseca

23 –

Ana Paula Abreu Parente Celmo Ferreira de Souza Júnior Jailton de Souza Almeida José Carlos Almeida da Silva

23

Humberto Siqueira

24

Henrique Amorin Fernandes

25 –

Lewry Gulin Crivellaro

25 –

Márcio Sidney Pessanha De Souza

26 –

Iran Cadete Rezende

26 –

27

Andrea de Menezes Rangel Antonio Carlos de Miranda Pereira Cely Maria Alice Barreto Duncan Ricardo Gomes Junca Silvia Cristina Machado R. de Souza

Elizabeth Barreto Ferreira De Araújo Enilton Monteiro Machado José Carlos Klen

27 –

Cristiano De Paula Araújo Neto Marilene Campos Montebello Lemos

Fernando Machado Castelo Branco Maron El Kik

29 –

Luiz Carlos Osti Magalhães Luiz Mauricio Tavares Crespo

30 –

Fabricio Massote Lima

24 –

Francis Roque Khouri Gustavo Juarez Araújo Joceilton de Souza Conceição Renata Neves Pinto Paes

26 –

Abrahão Gandelman Lara Soares Morales Bittencourt

27 –

Roberto Franco Duncan

29 –

Barbara Mesquita Leonardo Miranda

30 –

Claudio Aquino da Silva Tavares

31 –

Ana Beatriz Burla Dias Bruno dos Santos Viana Carvalho

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