Revista da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia -

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SFMC marca presença na Conferência Estadual de Saúde Tradicional Congresso Médico marca mês de outubro Dr. Maron El Kik e Dra. Tânia Araujo falam um pouco de suas trajetórias profissionais



Palavra da presidenta

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ste ano tem um significado todo especial para todos nós, médicos da SFMC, pois estaremos no próximo mês de outubro realizando mais um Congresso Médico Cidade de Campos, evento tradicionalmente realizado de 03 em 03 anos em nosso município. Estaremos, mais uma vez, esforçando-nos para cumprirmos os objetivos da entidade, ou seja, na promoção de eventos científicos, culturais e sociais. Agradecemos desde já, e sempre, aos que direta ou indiretamente estão colaborando, apoiando, participando... Este ano também tem sido marcado por eventos da maior importância em nosso país, que são as Conferências de Saúde, em que a nível Municipal, Estadual e Federal estão sendo discutidas ações para o nosso SUS: Sistema Único de Saúde, considerado o melhor e mais abrangente do mundo, criado pela CF/1988 e regulamentado pela lei 8080/90, cujos Princípios de Universalidade, Equidade e Integralidade em que TODOS, indistintamente, usufruem dos seus benefícios em várias etapas de suas vidas, portanto: SOMOS TODOS SUS. Temos, dentro das possibilidades, promovendo, compartilhando ou participando ativamente dos eventos na área de saúde, para as quais somos demandados. No próximo dia 30 de agosto estaremos realizando mais um Dia da Saudade, quando estaremos prestando nossa homenagem com muitas saudades dos queridos médicos Cláudio D’Angelo Carneiro, Admardo Henriques Tavares, Luiz Carlos Mendonça da Silva, José Abílio Sarmet Moreira Smiderle, Marcelo Tadeu Barbosa, Jorge Mansur Murad, Claudio Aquino, José Silveira Baptista e Dr Dilzete

Moralles. Marcamos o mês de janeiro, no dia 24, o aniversário de nossa SFMC, quando realizamos atividades, durante toda tarde e parte da noite, com visitas ao Memorial, “Cantores” acompanhados de Karaokê, muitas conversas entre os médicos relembrando variados fatos vividos por eles no decorrer de suas atividades profissionais, e como de praxe o bolo com o tradicional Parabéns, e este ano para os 98 anos da SFMC. Estamos, no momento, ultimando nossos preparativos para o Congresso Médico Cidade de Campos que será realizado de 16 a 19 de outubro, já com Conferências e Mesas Redondas definidas para os 03 dias do evento. Apresentação de trabalhos oral e pôster, com premiações para os primeiros colocados. Abertura oficial no Teatro Trianon, no dia 17 com Conferência de Abertura, homenagens aos médicos com mias de 50 anos de formados, Homenagem ao Médico do Ano da SFMC Dr. Maron El Lik, apresentação musical, coquetel, entre outros. Jantar de confraternização no dia 18 (Dia do Médico) e missa no dia 19. Estamos preparando tudo com muito carinho mas o sucesso do CONGRESSO está diretamente relacionado com a efetiva participação de TODOS. E, desde já, agradecendo aos que direta ou indiretamente estão colaborando, apoiando, patrocinando. Sozinhos não somos nada mas juntos, poderemos concretizar grandes sonhos. Vanda Terezinha Vasconcelos Presidenta

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Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia Diretoria triênio 2017/2020

Diretoria: Presidenta: Vanda Terezinha Vasconcelos Vice-Presidente: Luiz Felipe Rabello e Silva 1ª Secretária: Ana Paula Galvão Baptista Araújo 2º Secretário: Erik Schunk Vasconcelos 1º Tesoureiro: Almir Quitete Lima Filho 2ª Tesoureira: Elisabete Bastos Comissões Permanentes Sindicância e Fiscalização: - Leonardo Bath Bacelar da Silva - Moacyr Seródio Garcia Paes - Ricardo Venâncio Juliboni Defesa Profissional e União de Classe - João Tadeu Damian Souto - Maron El Kik - Rodrigo Luna Venâncio

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Índice 3 Palavra da presidenta

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Perfil: Annelise Wilken de Abreu conta sua trajetória

10, 11 e 12 Perfil: Dr. Maron El Kik

Promoção Científica: - Celina Márcia Ferreira Ribeiro Barreto - Claudemir Bragança Rodrigues - Diogo Corrêa Neves

98 anos da SFMC

Divulgação: - Laura de Fátima Afonso Dias - Patrícia Meirelles - Sylvia Regina de Souza Moraes

Página 14.............................................................................Campanha de Vacinação

Informática: - Cintia Carvalho Ribeiro Gonçalves - José Rodrigues Falcão Neto - Rodrigo Chicralla de Almeida

Página 17...............................................................................................Rede Cegonha

Delegados à SOMERJ Efetivos: - Almir Abdala Salomão Filho - Angela Regina Rodrigues Vieira - Francisco Almeida Conte

Página 20............................................................................Dia Mundial Sem Tabaco

Suplentes: - Frederico Paes Barbosa - Makhoul Moussallem - Márcio Sidney Pessanha de Souza

Página 22..........................................................................................Eventos Culturais

Departamentos: Esportivo - Evaldo Luiz Otal Baptista - Luiz Fernando Ferreira Sampaio - Guilherme Alcy Salles Ferreira

Páginas 24, 25 e 26.......................................................................Artigos científicos

Social - Laura Pessanha Duarte - Maria Stela Bogado Fassbender - Neusa Cristina Ferreira de Souza Cultural - Alcino Sahid Facó Hauaji - Magid Abud - Leandro Naked Chalita Publicação - Welligton Paes - Consuelo Chicralla Martins - Flávio Mussa Tavares

A sua Sociedade em Revista

Dra. Tânia Araujo

Página 16.............................................................................................Dia da Saudade Páginas 18 e 19........................................................Conferência Estadual de Saúde Página 21............ Posse da diretoria da Regional Norte e Noroeste da SGORJ Página 23.......................................................................................Congresso Médico

Expediente: A sua Sociedade em Revista Nº 34- Julho de 2019 / Novembro de 2019 Uma publicação da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia e-mails: socimedi@sfmc.com.br e sfmc@sfmc.com.br Editoria e Produção: Neusa Martini Siqueira DRT-1167/90 Marketing e Publicidade: Claudia Marcia Vieira de Lima Programação Visual e Arte Final: Luiz Carlos Lopes Gomes

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Textos: Jornalista Joseli Matias Revisão: Vanda Terezinha, Joseli Matias, Célia Serpa e Lana Castheloge Circulação: Trimestral Tiragem: 2.000 exemplares Distribuição: Dirigida e gratuita Colaboradores: Equipe de médicos associados e diretores da SFMC Cobertura Fotográfica: Ademar Santos/Divulgação A Revista “A Sua Sociedade em Revista” não se responsabiliza por opiniões ou conceitos emitidos em artigos publicados


98 anos da SFMC

Sociedade comemora 98 anos de história

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Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) completou, no dia 24 de janeiro de 2019, 98 anos de história. Para comemorar esse quase um século de atividade permanente e profícua, a entidade promoveu aos seus associados uma tarde de convivência em sua sede, com direito a coquetel, karaokê, bolo e parabéns. A recepção aos

médicos associados ficou por conta da presidenta da SFMC, Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos. “São 98 anos de atividade permanente, sempre voltada à prática científica e ações culturais e sociais, promovendo a atualização e a integração”, ressaltou a presidenta. Durante todo o dia, o memorial da Sociedade Fluminense esteve aberto a visitas.

Neste ano, no dia 24 de janeiro, a nossa SFMC completou 98 anos com permanente e profícua atividade

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Notícias da SFMC Homenagem na Câmara

Representada por sua presidenta, Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) se fez presente na merecida homenagem prestada pela Comissão de Defesa da Educação e Cultura da Câmara Municipal de Campos, no dia 14 de junho, à ex-vereadora Antônia Leitão, pelos serviços prestados ao nosso município, principalmente na área de Educação. Em 2019, Antônia Leitão completaria 100 anos de vida e em breve ela dará nome a uma escola no bairro Matadouro.

Lançamento

Apoio a eventos científicos A Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) faz questão de promover o conhecimento científico, e, por isso, está sempre apoiando eventos da área médica, como a Jornada em Patologia no Trato Genital Inferior e Colposcopia, organizada pela Regional Norte e Noroeste da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ), realizada em seu auditório no dia 14 de junho. A entidade também cedeu seu espaço para a realização da Jornada de Emergência da Sociedade Universitária de Pesquisas e Estudos Médicos (Supem), no dia 23 de maio.

Marcando presença

A Sociedade Universitária de Pesquisas e Estudos Médicos (Supem) comemorou no dia 14 de junho, com um coquetel no foyer da Faculdade de Medicina de Campos, o lançamento de sua Revista Científica, que conta com 12 trabalhos de autoria dos alunos da faculdade. O evento brindou também o fim do trabalho da gestão de Marina Zulckner e sua equipe — Lara Martini, Otávio Defantti, Júlia Fazoli, Carolina Lobo, Thaynara Oliveira, Daniel Fraga e Rylari Tavares — e a posse da nova diretoria. O evento contou com a participação da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC).

A Sociedade de Medicina foi convidada e esteve presente no lançamento da Revista da SUPEM, no dia 14 de junho A sua Sociedade em Revista

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Encontro da SOMERJ realizado na Câmara Municipal de Rio das Ostras, com a esclarecedora palestra do médico Alberto José de Araújo sobre Cigarro Eletrônico: Mitos & Fatos, no dia 17 de maio de 2019, e Reunião do Conselho Deliberativo no dia 18.


Notícias da SFMC Medicina e Direito

Em mais um ano, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) deu apoio para a realização da mesa redonda sobre Responsabilidade Médica — Aspectos Civis e Penais, promovida pela Faculdade de Medicina de Campos no dia 6 de junho. Pela terceira vez, o evento contou com a participação do juiz de Direito Cláudio Freitas, que abordou diversos aspectos do tema para uma plateia atenta e comprometida.

Câncer de pulmão em foco No dia 25 de março, em uma realização conjunta da SFMC com a SUPEM, foi realizado o Simpósio sobre Câncer de Pulmão, com a participação dos conferencistas: Dr. Luiz Carlos Sell, Dr. Daniela Samary e do Dr. Ivan Salgado.

Ato público

Reconhecimento

Sempre engajada nas causas defendidas pela população campista, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) participou, no dia 9 de maio, de um ato público, nas escadarias da Câmara Municipal, para pedir mais segurança na rodovia BR 101, principalmente no trecho Niterói-Manilha, onde assaltos, arrastões e tiroteios se tornaram frequentes. A manifestação contou com a participação de diversas entidades representativas e da comunidade.

Rememorando as festividades realizadas em Vassouras, pelo Dia do Médico da SFMC no ano 2018, quando nosso homenageado, o Dr. Euclides do Rosário Damásio, foi prestigiado com a presença de sua esposa, Licineia; o Dr. Edilbert Pellegrini, diretor da FMC; e a Dra. Vanda Terezinha, presidenta da SFMC.

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N otícias da SFMC jkljkljdkljfdkljkldjljd Evento aborda aplicações da tomografia

Palestras e homenagem

Muito prestigiada a Jornada de Interiorização da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro (SNCRJ), nos dias 15 e 16 de março de 2019, quando, além de excelentes palestras, foi prestada uma significativa homenagem ao Dr. Makhoul Moussallem, por colegas e ex-alunos, pelos 25 anos de serviços prestados ao CREMERJ.

Com a participação do Dr. Iugiro Kuroki, diretor da BMK e coordenador da imagem vascular (DASA-SP), no dia 27 de junho de 2019, em nosso auditório, ocorreu um prestigiado evento sobre Aplicações Avançadas da Tomografia Computadorizada, a convite do Dr. Carlos Mário Mello.

Encontro em Itaperuna

Com abertura no dia 4 de julho de 2019, a reunião da SOMERJ, realizada em Itaperuna, contou com a brilhante palestra do médico Luiz Antônio de Almeida Campos, sobre Embolia Pulmonar.

Etapa Municipal

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articipação da SFMC na Etapa Municipal para a 16ª Conferência Nacional de Saúde, no dia 15 de abril de 2019.

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ESPAÇO VIVER BEM Em breve um local totalmente dedicado a promover a qualidade de vida aos seus beneficiários.

O cuidado implica em ajudar os outros e promover o seu bem-estar. Significa dar atenção, tratar, respeitar e acolher. SOMOS ASSIM! Entendemos a necessidade de tratar o indivíduo como um todo, incentivando a mudança de hábitos. Para isso a equipe de Medicina Preventiva conta com vários profissionais como: Médicos, Psicólogos, Enfermeiros, Nutricionistas e Assistente Social trabalhando em conjunto para conquista de um único objetivo: Uma melhor QUALIDADE DE VIDA para VOCÊ. Esse é o nosso jeito de CUIDAR. Esse é o nosso jeito de ser UNIMED!


Perfil

Dr. Maron El Kik

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atural de Miracema, no Noroeste Fluminense, o clínico geral e pneumologista Maron El Kik conviveu desde cedo com outros médicos na família, o que influenciou a sua escolha pela profissão. Atuando há 49 anos, é referência em sua área em Campos, mas não abandonou a rotina de aprendizado. Hoje cursa Mestrado e já se programa para o Doutorado. A confiança em sua atuação leva muitos pacientes a considerarem o Dr. Maron um “médico de família”, que atende pessoas de várias gerações dentro de um mesmo círculo familiar. O médico é referência também na academia, onde reforça aos seus alunos que a Medicina é, acima de tudo, vocação. Tem outra ligação com a medicina, como o magistério ou trabalho voluntário? Sou professor há mais de 40 anos. Minha grande paixão é o magistério. Na sua família há outros médicos? Sim. Meu irmão foi um grande obstetra, meus dois cunhados e a maior parte dos meus sobrinhos também são médicos, mas dentro de casa só mesmo eu e minha caçula, Camila, por enquanto. Onde cursou Medicina? Na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Eram outros tempos! De início, por seis meses, cursei na UFF (Universidade Federal Fluminense), onde obtive o 1º lugar no vestibular, o que me fez ganhar os livros de Medicina de todas as cadeiras, e depois, por também ter me classificado no vestibular de lá, fui para a UERJ, onde estudei até o final do curso de Medicina e também fiz Residência Médica. Onde se especializou? No Hospital Pedro Ernesto, da UERJ. Atualmente, estou em fase de conclusão do meu Mestrado, que era um grande sonho, e já pensando no Doutorado. Onde já trabalhou e trabalha hoje em Campos? Vim para Campos para dar aulas de Clínica Médica e, na mesma época, trabalhar no Serviço de Tuberculose do Hospital Ferreira Machado. Atualmente, atendo somente no meu consultório e sou professor na FMC (Faculdade de Medicina de Campos) e no ISECENSA (Institutos Superiores do Censa).

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Como é sua rotina como médico? Trabalho demais e costumo dizer que eu faço meus horários à minha maneira. Com exceção, claro, das aulas. Acordo cedo, dou aula nas enfermarias do HEAA (Hospital Escola Álvaro Alvim) e sigo para o consultório. Tendo algum paciente internado, vou ao hospital e ainda atendo em domicílio, pacientes mais antigos, impossibilitados de saírem de casa. Também dou aulas à noite e, com o Mestrado, tenho estudado antes de finalizar o dia. Além da medicina e da família, ao que mais se dedica? No momento, à conclusão do meu Mestrado. Qual seu hobby? Curtir a família, principalmente meus netos, as crianças mais lindas do mundo. Também me dedico à leitura, atualmente, livros sobre História Antiga e Lendas Árabes e Gregas. Gosto ainda de cavalos de corrida: tenho duas éguas na Gávea, no Rio de Janeiro. Qual episódio mais marcou sua vida profissional? Numa determinada época, eu atendia um paciente idoso, 80 anos, que passou por uma cirurgia gravíssima e, no pós-operatório, não acordava. Vários médicos o examinaram e nada mudava. Até que um amigo do paciente, um rapaz que contou ser muito ajudado por ele, pediu para visitá-lo. O médico responsável permitiu, somente à distância. Esse jovem, então, contou para a família do paciente que há seis meses havia feito a promessa de levá-lo de casa para o bar onde ele gostava de ir beber sua cachacinha e não podia mais ir sozinho. Um familiar do paciente, que era médico, ouviu a história e falou: “vou em casa apanhar um pouco de cachaça” e pediu ao médico que assistia o paciente para colocar um pouco na sonda. Assim foi feito e o paciente acordou, foi extubado e viveu por mais cinco anos. O que você diria para estudantes de Medicina ou a pessoas que pretendem fazer o curso e seguir nessa profissão? Pensem, antes de tudo e de qualquer coisa, se vocês estão escolhendo a Medicina por VOCAÇÃO. O Brasil não precisa mais de médicos que escolhem a profissão por status ou por dinheiro exclusivamente. É preciso doação. “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Jung Quais as principais qualidades que um médico deve ter? Sejam DISPONÍVEIS frente à DOR e à DISPNEIA (falta de ar). NENHUM MÉDICO deve deixar um paciente com estes sintomas. Ensino aos meus alunos que um ver-


perfil dadeiro médico precisa ser ético, humilde, extremamente responsável e principalmente humano. Colocar-se no lugar do outro faz toda a diferença. Que mudanças são necessárias na área médica no Brasil? A saúde do Brasil é pública e suplementar. A suplementar é a privada. A pública está estruturada dentro do SUS (Sistema Único de Saúde), modelo, no meu entender, muito bom, porém, com gestão administrativa da pior qualidade e com recursos financeiros bem abaixo dos necessários. Focar na prevenção prioritariamente e principalmente HIPERTROFIAR o atendimento ambulatorial, com mais resolutividade e melhor atendimento médico. A prioridade do Brasil atualmente não é e não pode ser o especialista ou o superespecialista. Ela tem que ser: Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia, Cirurgia Geral e Clínica Médica. Deveriam ser mais bem estimuladas, remuneradas e procuradas, pois 80% das patologias podem ser tratadas por elas. Os superespecialistas deveriam ser requisitados ocasionalmente. Os médicos devem ver o paciente holisticamente e não fatiados. Qual a sua opinião sobre a atuação médica em Campos? Campos é um celeiro de excelentes profissionais. Excelentes mesmo!!! Estou no meio de uma geração. Acima, médicos sem tecnologia, mas com humanismo e um senso vocacional extraordinário. A história clínica e o exame físico

bastavam para um diagnóstico correto. Abaixo de minha geração vemos médicos brilhantes, dominando a tecnologia com esmero ímpar e também chegando a diagnósticos precisos. O que falta, então? GESTÃO. Administração pública correta. Administração privada com prioridades de tratamento. Temos médicos excelentes, temos hospitais muito bons. Falta vontade política e administração. Quando olha para o futuro, o que espera? Espero que o humanismo e a tecnologia sejam sempre simbióticos, jamais havendo predominância de um sobre o outro. Fale um pouco sobre a sua atuação como médico, gestor e professor. Sempre com ética, humanismo e rigor científico aprendidos na família e na UERJ, cuidei dos tuberculosos e pacientes do SUS nas enfermarias da Santa Casa e do HPC (Hospital dos Plantadores de Cana). Havia precariedade de recursos, mas conseguíamos salvar os pacientes. Nas enfermarias trabalhávamos até de madrugada com os acadêmicos e hoje estes acadêmicos são os alicerces da profissão médica em Campos, o que muito me orgulha. Como professor, até hoje sou rigoroso, cobrando postura, vestuário, linguagem e SABER. Estimulo os alunos a saborear a leitura e mostro quão importante é nossa família em nossa formação – avós e pais. Fui auditor do INAMPS em todos os hospitais de Campos e no ASES, sempre pautando a minha conduta pela ética e orientando antes de punir.

A entidade tem como fins:

Representar os sócios, coletivamente, em juízos ou fora dele; Promover o desenvolvimento econômico; Estimular intercâmbios; Propiciar o acesso dos sócios às modernas técnicas empresárias; Manter serviços de consultoria para sócios:

SERVIÇOS

Sala Multimídia Auditório Convênios

A Associação Comercial e Industrial de Campos é uma entidade que tem por missão fortalecer as empresas do município, estimulando sua competitividade, e promover a livre iniciativa, a economia de mercado, a integração de empregados e empregadores e o respeito aos princípios éticos, em cooperação com os governos e a sociedade, visando o desenvolvimento da região. ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE CAMPOS Criada por Decreto Lei e em 9 de agosto de 1891

Ed. Ninho das Águias, 41, 16° Andar, Centro Tel.: (22) 27235174 99898 6157

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Perfil

Dra. Tânia Araujo

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ginecologista e obstetra campista Tânia Lúcia Moraes Pessanha Araujo exerce a profissão há 36 anos e, apesar da pressão de um curso de Medicina, das dificuldades para fazer especialização, inclusive tendo que morar por quatro anos fora de Campos e longe da família, e as imensas responsabilidades do exercício da profissão, muitas vezes abrindo mão de momentos de lazer e descanso, Dra. Tânia é taxativa: “Valeu a pena e faria tudo de novo”.

Ginecologia e Obstetrícia foi sua primeira escolha? Não. Inicialmente pensava em Cirurgia, mas queria associar aspectos clínicos ao cuidado com os pacientes. Assim, optei por Ginecologia e Obstetrícia. Tem outra ligação com a Medicina, como o magistério ou trabalho voluntário? No momento pouco, mas pretendo intensificar em instituições de compromisso religioso e social, como já fiz. Como a Medicina surgiu em sua vida? Quando percebeu que seria a carreira que iria seguir? Um misto de vocação para com o próximo e influência familiar. Sofreu alguma influência na escolha pela Medicina? Sonho do meu Pai, associado a exemplos de profissionais competentes e solidários. Na sua família há outros médicos? Sim. Marido e filhos. Onde cursou Medicina? Na Faculdade de Medicina de Campos (FMC). Onde se especializou? No Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSE) e Hospital Maternidade Praça XV. Onde já atuou e onde atua hoje em Campos? Iniciei na Santa Casa de Misericórdia, como acadêmica, com o Dr. Jayme Faria. Mantive vínculos públicos com o Ministério da Saúde e Prefeitura Municipal de Campos, pelos quais me aposentei no ano passado. Atuei no ambulatório de Patologia Cervical do Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA) e Centro da Mulher. Hoje opero na Maternidade Lilia Neves, no Hospital Geral Dr. Beda, na Santa Casa, no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) e na Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos (SPBC). E atuo também permanentemente A sua Sociedade em Revista

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no consultório. Como é sua rotina como médica? Agora melhor (risos), pois levei muitos anos na multiplicação de cuidados profissionais (partos, cirurgias e muitas horas de consultório), além das responsabilidades de esposa e mãe. Tudo continua, porém, em menor intensidade. Além da Medicina e da família, ao que mais se dedica? Ao estudo, à religião (sou espírita) e a atividades físicas. Qual seu hobby? Viajar. O que mais marcou sua vida profissional? A força e a capacidade de reação, mesmo em condições adversas, das pacientes, apoiadas pela confiança em seus médicos. O que você diria a estudantes de Medicina ou a pessoas que pretendem fazer o curso e seguir nessa profissão? Estudo, dedicação e responsabilidade, conselhos que foram seguidos pelos meus filhos. Quais as principais qualidades que um médico deve ter? Por incrível que pareça, ser humano e exercer a solidariedade. Que mudanças são mais necessárias na área no Brasil? Atribuir o real valor à Educação e Saúde, bases fundamentais do ser humano. Qual a sua opinião sobre a atuação médica em Campos? Bons profissionais, porém, com remuneração ruim e infraestrutura insuficiente. Quando olha para o futuro, o que vê? Tenho preocupação com o agravamento das dificuldades do acesso das pessoas aos serviços de saúde e com a desvalorização do médico. Um resumo da sua trajetória. Apesar das dificuldades, vale a pena. Começaria tudo de novo.



Imunização

Prevenção contra a gripe O

dia 17 de abril foi de vacinação na sede da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC). Os médicos associados, essencialmente os idosos, tiveram a oportunidade de se imunizar contra a gripe H1N1 e, ainda, fazer a atualização do calendário vacinal. A presidenta da SFMC ressalta que a entidade tem conseguido que todo ano a Secretaria de Saúde de Campos envie profissionais para fazer a vacinação dos médicos. A ação preventiva aconteceu durante todo o dia, no auditório da SFMC. A doença — A gripe H1N1 consiste em uma doença causada por uma mutação do vírus da gripe. Também conhecida como gripe Influenza tipo A ou gripe suína, ela se tornou conhecida quando afetou grande parte da população mundial entre 2009 e 2010. Os sintomas da gripe H1N1 são bem parecidos com os da gripe comum e a transmissão também ocorre da mesma forma. O problema da gripe H1N1 é que ela pode levar a complicações de saúde muito graves, podendo ser fatal. O vírus vive por duas a oito horas em superfícies e lavar as mãos com frequência ajuda a reduzir as chances de contaminação.

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Reconhecimento

Dia da Saudade para lembrar grandes profissionais

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m dia de emoções, de lembrar amigos e o legado de profissionais que já partiram. Em agosto, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) promove o Dia da Saudade, para homenagear os médicos de Campos já falecidos. Neste ano, o evento será realizado no dia 31 e lembrará os profissionais que faleceram entre agosto do ano passado e junho de 2019. Nesta data, serão lembrados o pneumologista Dilzete Moralles Bittencourt, que faleceu no dia 6 de junho de 2019, aos 90 anos; o otorrinolaringologista José Silveira Baptista, que morreu em 29 de março deste ano, aos 80 anos; o clínico geral Jorge

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Mansur Murad, que se despediu no dia 14 de dezembro de 2018, cinco dias após completar 66 anos; o angiologista e cirurgião cardiovascular Marcelo Tadeu Barbosa dos Santos, falecido em 29 de novembro do ano passado, aos 71 anos; o pneumologista José Abílio Sarmet Moreira Smidrle, de 65 anos, que morreu no dia 27 de novembro; o obstetra Luiz Carlos Mendonça da Silva, que se despediu em 6 de setembro, aos 91 anos; o pediatra Admardo Henrique Tavares, que faleceu no dia 20 de agosto, aos 71 anos; e o pediatra Cláudio D’Angelo Carneiro, falecido no dia 10 de agosto, aos 80 anos e Dr. Cláudio Aquino.

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Assistência Materno-Infantil A SFMC foi convidada para participar da mesa de abertura do III Fórum Municipal da Rede Cegonha, com a presença do Secretário Municipal de Saúde, Abdu Neme

Rede Cegonha A

presidenta da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos, integrou, junto ao secretário de Saúde de Campos, Abdu Neme, a mesa no III Fórum Municipal da Rede Cegonha, promovido pela Prefeitura de Campos, no dia 9 de abril, no Instituto Federal Fluminense (IFF), onde compartilhou experiências como pediatra. O fórum abordou o tema “Fortalecendo as Boas Práticas na Rede Cegonha: os desafios e possibilidades na Assistência Materno-Infantil”. Também participaram da mesa de abertura o presidente da Câmara de Vereadores de Campos, Fred Machado; a subsecretária de

Atenção Básica de Saúde, Cíntia Ferrini; a coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (Paismca), Camila Silveira; e a representante do Conselho Municipal de Saúde Silvia Machado. A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

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Em defesa do SUS

Campos representada na ConferĂŞncia E

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Em defesa do SUS

stadual de Saúde

E

leita delegada de Campos na etapa municipal para a 16ª Conferência Nacional de Saúde, realizada na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), no início do ano, a presidenta da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), Dr. Vanda Terezinha Vasconcelos, representou a comunidade médica do município na 8º Conferência Estadual de Saúde, realizada nos dias 24 e 25 de maio, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), na capital fluminense, que teve como tema “Democracia e Saúde: Saúde como Direito e Consolidação e Financiamento do SUS”. Já na abertura da etapa estadual, participaram da mesa autoridades, membros do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e do estado, parlamentares, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e profissionais de saúde, que defenderam de forma obstinada o SUS e ressaltaram a intenção do resgate dos seus princípios originais. Com a bandeira “O SUS não pode morrer”, os grupos de trabalho, formados pelos cerca de 600 delegados oriundos de mais de 80 municípios, discutiram a Saúde do estado, consolidaram os relatórios enviados pelos 92 municípios do Rio de Janeiro, elaborados nas etapas locais, e formularam propostas para a 16ª Conferência Nacional de Saúde, a ser realizada entre os dias 4 e 7 de agosto. As conferências estaduais de saúde ocorrem a cada quatro anos e configuram um importante espaço de debates e proposições para a melhoria do SUS. No evento também foram eleitos os delegados para a conferência nacional.

Parte do Conselho Municipal de Saúde, a SFMC foi convidada a participar da 8ª Conferência Estadual de Saúde-RJ e esteve representada pela sua presidenta, Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos, que foi eleita delegada, tendo participado incansavelmente de todos os trabalhos na Conferência

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mesa redonda

Dia Mundial sem Tabaco apoio da Somerj (Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro) e AMB (Associação Médica Brasileira), essa mesa redonda, composta por médicos de várias especialidades, para alertarmos sobre os danos causados à saúde pelo uso do tabaco. Foi uma oportunidade de reunir várias especialidades a favor da saúde — ressaltou Dra. Vanda Terezinha. Câncer de pulmão — A doença, diretamente relacionada ao tabagismo, também foi tema de simpósio realizado pela SFMC, em seu auditório, no dia 25 de março, com a participação de vários profissionais da área.

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Dia Mundial Sem Tabaco não passou em branco. Uma mesa redonda foi realizada no dia 30 de maio, no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), visando conscientizar os profissionais de saúde e a comunidade em geral sobre os malefícios do tabagismo. O evento, que teve como moderador o nefrologista João Carlos Borromeu Piraciaba, foi aberto à comunidade e teve grande adesão. Profissionais de diversas áreas abordaram os prejuízos à saúde causados pelo hábito de fumar. A otorrinolaringologista Norma Tognon falou sobre as consequências do tabaco nas doenças das vias aéreas superiores e o médico sanitarista César Ronald Pereira Gomes sobre os aspectos epidemiológicos. O temido câncer de pulmão, associado tabagismo, foi abordado pelo oncologista Pedro Henrique Ferraro da Silveira e os aspectos do tabagismo na fertilidade e gravidez ficaram por conta do especialista em Medicina Fetal Francisco Augusto Colucci Coelho. A mesa redonda ainda contou com a participação do oftalmologista Henrique Amorim Fernandes, que falou sobre o tabagismo e as doenças oculares, e do médico infectologista Nélio Artiles Freitas, com o tema “Tabagismo e diversas infecções”. Presidenta da SFMC, a pediatra Vanda Terezinha Vasconcelos também participou do evento. — Aproveitamos essa data tão importante e organizamos, com A sua Sociedade em Revista

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Posse

posse da sgorj

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o dia 29 de maio, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) prestigiou a posse da nova diretoria da Regional Norte e Noroeste da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ), em seu auditório. No auditório da Sociedade de Medicina a posse da nova Diretoria da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia e Obstetrícia Regional Norte e Noroeste, quando assumiu a presidência a Dra Leila Werneck.

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eventos culturais A Academia Campista de Letras (ACL) realizou um evento no dia 6 de maio, em homenagem às mães, com a entrega de certificado a algumas homenageadas. Na ocasião, a presidenta da SFMC, Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos, teve a oportunidade de reencontrar a Professora Dra. Teresa de Jesus Peixoto Farias (Tetê Peixoto), atual vice-reitora da Universidade Estadual do Norte Profª Dra Teresa de Jesus Peixoto e Dra. Vanda Terezinha Fluminense (UENF).

Mãe quando recebia homenagem

Na Academia Campista de Letras (ACL), a vice-presidenta, Vanda Terezinha, entregou o certificado de palestrante ao Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Ferrería Paz, e também teve a satisfação de receber o autógrafo do seu ex-professor, o advogado trabalhista Christiano Fagundes, quando fazia o lançamento de mais um de seus inúmeros livros, em maio de 2019.

No aniversário de 80 anos da Academia Campista de Letras (ACL), a história da entidade foi relatada em magnífico discurso feito pelo acadêmico Vilmar Rangel, acompanhado Nas festas juninas no CENSA, Vanda da esposa, Terezinha, quando recebia agradecimentos da vice -presidenta da ACL, Vanda Terezinha curtindo os netos José Vinicius Terezinha. e Ana Luisa.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) e Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj) homenagearam a presidenta da SFMC, Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos, no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. “Sinto grande orgulho em representar a cidade. É muito gratificante saber que Campos vem se destacando e recebe homenagens de órgãos representativos da ordem médica”, ressaltou Dra. Vanda.

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congresso médico

Congresso no Mês do Médico

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omo já é tradição, a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) realiza em outubro, mês em que é comemorado o Dia do Médico (18/10), o Congresso Médico Cidade de Campos. A 18ª edição do evento vai acontecer entre os dias 16 e 19 e a programação já está definida, com vários conferencistas de fora confirmados, que trarão novidades científicas em suas áreas. Os temas serão abrangentes, de diversas especialidades. Antes da abertura oficial do evento, será promovido um curso pré-congresso na quarta-feira (16), com atividades simultâneas nos auditórios da Sociedade e da Faculdade de Medicina de Campos (FMC). O congresso tem continuidade na quinta-feira (17), com conferências e mesas redondas durante todo o dia. A abertura oficial acontece na noite de quinta, no Teatro Municipal Trianon, com entrega de certificados em homenagem aos médicos associados com mais de 50 anos de formados e a homenagem ao Dr. Maron El Kik, escolhido pela SFMC o Médico do Ano. Também estão previstas palestra e

apresentação musical, além de um coquetel, que será oferecido no foyer do teatro. Seguindo a programação, a quinta-feira (17) será um dia todo de conferências e mesas redondas, assim como a sexta-feira (18), que contará, ainda, com um jantar na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, fechando o evento. — Durante todo o congresso, além dos eventos simultâneos nos auditórios da SFMC e FMC, ocorrerão exposições e apresentações de trabalhos em forma de pôster e oralmente, e os três melhores projetos serão premiados — destacou a presidenta da SFMC, Dra. Vanda Terezinha Vasconcelos. A data limite para a submissão de resumos é dia 2 de setembro de 2019. As inscrições para o congresso devem ser feitas pelo endereço eletrônico http://inovacaoproducao.com. br/congresso-de-campos-2019/inscricoes.php. Ao final do Congresso Médico Cidade de Campos, em celebração ao Dia do Médico, será realizada, ainda, uma missa no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a Igreja do Convento, na noite de sábado (19). Além do XVIII Congresso Médico Cidade de Campos, serão realizados no período o XXVIII Congresso da SUPEM e a XII Semana Científica da FMC.

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artigo científico DRENAGEM GÁSTRICA ESPONTÂNEA DOS PSEUDOCISTOS PANCREÁTICOS RELACIONADOS À PANCREATITE AGUDA – RELATO DE CASO Gicovate Neto C,1,2 Silva FC,1,2 Caldas PCAR,1,2 Alves PAS,1,2 Souza RLB1,2 1) Faculdade de Medicina de Campos, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro - Brazil; 2) Serviço de Cirurgia Geral, Hospital Escola Álvaro Alvim, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro - Brazil. RESUMO Introdução: Pseudocisto pancreático (PP) é definido como uma coleção de flúidos peri-pancreática ou intra-pancreática, geralmente assintomática. Na maioria dos casos o pseudocisto evolui com regressão espontânea sem necessidade de intervenção cirúrgica. Objetivo: Este artigo relata um caso de volumoso pseudocisto pancreático consequente a pancreatite aguda que evoluiu com possível drenagem espontânea para estômago sem sinais de sangramento, configurando um caso auto resolutivo. Método: Realizado revisão sistemática da literatura em base de dados contendo artigos científicos e revisão de prontuário. Conclusão: Os pseudocistos pancreáticos são considerados complicações decorrentes de pancreatite aguda e crônica, com raros casos de resolução espontânea, inferindo bom prognóstico nestas situações. Palavras chaves: coleção peri-pancreática, pancreatite aguda, fístula pseudocistoentérica. Keywords: peri-pancreatic collection, acute pancreatitis, pseudocystenteric fistula. INTRODUÇÃO Pseudocisto pancreático (PP) é definido como uma coleção de flúidos peri-pancreática ou intra-pancreática, usualmente apreciado como uma das complicações da pancreatite aguda ou crônica e são assintomáticos ou, menos comumente, causam dor abdominal com massa epigástrica palpável. (1)(2) Na maioria dos casos o PP evolui com regressão espontânea sem necessidade de intervenção cirúrgica; entretanto, sua persistência ou progressão podem gerar inúmeras complicações, tais como infecções, ruptura ou hemorragias. (3) Tanto a perfuração quanto sua fistulização espontânea para a cavidade peritoneal/vísceras são considerados eventos raros, acontecendo apenas em cerca de 3% dos pacientes. Via de regra, as complicações associadas aos PPs estão vinculadas a sangramento vultuoso, sendo esta uma das indicações para abordagem cirúrgica emergencial. (3) (4) Os autores deste trabalho apresentam um caso de volumoso PP consequente a pancreatite aguda que evoluiu com possível drenagem espontânea para estômago sem sinais de sangramento, configurando um caso auto resolutivo. (5) RELATO DE CASO Paciente do sexo masculino, 39 anos, natural de Campos dos Goytacazes - RJ, portador de hipertensão arterial sistêmica em tratamento regular e etilista crônico para destilados. Há 10 meses deu entrada em unidade de emergência médica referindo dor abdominal em andar superior, em barra, de forte intensidade, associada à náuseas e vômitos. Investigação laboratorial e estudo de imagens confirmaram o diagnóstico de pancreatite aguda de provável etiologia alcoólica. Instituído tratamento clínico com suporte geral e nutrição parenteral total, o paciente obteve boa resposta terapêutica e alta hospitalar. Após 90 dias, procurou atendimento no ambulatório de cirurgia geral queixando-se de plenitude pós-prandial e abaulamento no andar superior do abdome. No momento da consulta, o paciente encontrava-se emagrecido, hipocorado (+/4+), anictérico e afebril; abdome flácido, depressível, pouco doloroso a palpação profunda, com massa epigástrica mal definida. Foi solicitada tomografia computadorizada de abdome (TCA) com duplo contraste que demonstrou grande destruição parenquimatosa do pâncreas e uma volumosa coleção septada com áreas de densidade heterogênea de permeio, contornos irregulares A sua Sociedade em Revista

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medindo 24,3 x 13,2 x 9,4 cm, com compressão extrínseca da veia cava inferior, configurando um PP (FIGURA 1). Devido às dimensões da lesão e aos sintomas associados, foi indicada cistogastrostomia. Durante o pré-operatório, o paciente apresentou um episódio de dor epigástrica súbita associada a vômitos e diarréia e relatou redução do abaulamento epigástrico, bem como melhora do desconforto abdominal. Nova TCA revelou diminuição significativa do volume do PP (volume de 2,9 x 2,6 cm) (Figura 2), mas nenhum orifício fistuloso foi identificado à esofagogastroduodenoscopia. Devido a proximidade do cisto com a parede posterior gástrica e os sintomas relatados no pré-operatório, considerou-se a possibilidade de uma drenagem espontânea da coleção para o estômago.

Figura 1: Tomografia Computadorizada Contrastada do Abdome: A) Volumosa coleção septada peri-pancreática; B) Destruição parenquimatosa do pâncreas e compressão da veia cava inferior.

Figura 2: Tomografia Computadorizada do Abdome. A: Presença de sinais inflamatórios peri-pancreáticos: coleções líquidas no corpo e na cauda do pâncreas (setas brancas). B: Líquido livre peri-hepático (seta vermelha) e infiltração da gordura peri-pancreática (*) DISCUSSÃO Pseudocisto pancreático é definido como uma coleção fluida, peri-pancreatica, podendo ser encontrada em parte ou totalmente dentro do parênquima do pâncreas, geralmente após quadros inflamatórios. Estima-se que cerca de 10% a 26% dos pacientes após episódio de pancreatite aguda evoluam com formação de PP. (1) Os pacientes são usualmente assintomáticos e, quando apresentam sintomas, geralmente referem dor abdominal persistente com ou sem massa palpável em região epigástrica. (1) O aparecimento de sintomas não é inerente à presença do pseudocisto e geralmente indica infecção, erosão, ou hemorragia associados. (1) (3) Para estes casos, nos quais complicações secundárias podem estar presentes, há que se realizar estudo imagenológico. A ultrassonografia abdominal é útil por ser método diagnóstico


artigo científico barato e não invasivo e por vezes é o primeiro exame a ser empregado. (1)(6) Reside nesta técnica, porém, uma grande limitação: trata-se de exame examinador-dependente. (1)(6) A TCA com duplo contraste merece destaque neste contexto. Apresenta elevadas sensibilidade (82-100%) e especificidade (98%) e é considerada o padrão-ouro na detecção de complicações e estabelecimento ou exclusão dos diagnósticos diferenciais. (1)(6) Dentre os outros possíveis, e por vezes inescusáveis, métodos de imagem figuram a ressonância nuclear magnética e colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE). O primeiro deles, é o método mais sensível para avaliar a anatomia do ducto pancreático por elucidar possíveis comunicações do PP com o ducto pancreático principal. A CPRE, por sua vez, é útil em pacientes que necessitam de um estudo minucioso do ducto pancreático, mas por se tratar de método invasivo é mais comumente empregada como proposta terapêutica em detrimento à sua aplicabilidade com intuito meramente diagnóstico. (6) O período de tempo compatível com o surgimento dos PPs varia na literatura; entretanto, estima-se que sejam evidentes à TCA contrastada após 4 semanas. (6) O caso pelos autores descrito apresentava cronologia compatível, bem como história pregressa, sintomas e exame físico coerentes com a suspeita de PP. O diagnóstico foi realizado por TCA contrastada. É digno de nota a auto resolução do quadro em tela. A ruptura espontânea ou fistulização do PP é um fenômeno considerado raro. (4) Os sítios mais comuns de formação da fistula são o cólon transverso e a flexura hepática, seguidos por duodeno; fistulização para estômago e esôfago é considerada incomum, (4) mas deve ser considerada dentre as possibilidades. Segundo Know et. al, (3) os mecanismos fundamentais na formação da fístula pseudocistoentérica estão relacionados à erosão e destruição dos tecidos decorrentes de fenômenos isquêmicos. Ainda, a inflamação tissular severa desencadeada por enzimas pro-

teolíticas ativadas e a compressão persistente das estruturas anatômicas pelo pseudocisto estão também envolvidas no processo de formação fistular. (3) De fato, a anatomia acometida pelo trajeto fistuloso traduz grande impacto prognóstico. Fístulas que acometem o cólon raramente apresentam resolução espontânea e tendem a associar-se com complicações fatais, com mortalidade estimada em 17 a 67%. (3) (7)(8) Felizmente, e como aqui ilustrado, a maioria das fístulas cistoentéricas formadas no trato gastrointestinal superior podem ser tratadas conservadoramente e implicam em bom prognóstico. (7)(8) Por último, o tratamento do PP e o sucesso terapêutico baseiam-se na decisão criteriosa acerca da abordagem a ser realizada. Pacientes com pseudocistos < 6 cm e assintomáticos ou aqueles com sintomas brandos e sem evidências de complicações podem ser manejados de maneira conservadora pela possibilidade de resolução espontânea. (4) Intervenção terapêutica cirúrgica (laparoscópica/laparotômica), drenagem percutânea guiada por imagem e drenagem endoscópica do PP são possibilidades a serem aventadas na presença de sintomas como dor, vômitos, sangramento gastrointestinal e na presença de complicações (infecção, obstrução do trato gastrointestinal e biliar), bem como na vigência de coleções volumosas. (1)(2)(4)(6)(7)(9) CONCLUSÃO Os PP representam uma das complicações mais comuns dos quadros de pancreatite aguda e sua associação com outras complicações secundárias (10), em especial quadros hemorrágicos e infecciosos, podem cursar com elevada letalidade. Há que se considerar, entretanto, os raros casos de resolução espontânea por drenagem do PP para o trato gastrointestinal. Essa possibilidade deve ser valorizada quando há diminuição espontânea do volume cístico previamente observado, à medida que este fenômeno implica em conduta médica não invasiva e usualmente denota bom prognóstico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Zerem E, Hauser G, Loga-Zec S, Kunosić S, Jovanović P, Crnkić D. Minimally invasive treatment of pancreatic pseudocysts. World J Gastroenterol. 2015;21(22):6850–60. 2. Bermúdez F, Turrubiates A, Zamora A, Silva G, Rodríguez E, Leija N. Pancreatic pseudocyst. Case report and literature review. Cir Cir. 2014;(Jul-Aug):425–31. 3. Kwon JC, Kim BY, Kim AL, Kim TH, Park M Il, Jung HJ, et al. Pancreatic pseudocystocolonic fistula treated without surgical or endoscopic intervention. World J Gastroenterol. 2014;20(7):1882–6. 4. Somani PO. Uncomplicated spontaneous rupture of pancreatic pseudocyst into stomach: A case report. World J Gastrointest Endosc [Internet]. 2013;5(9):461. Available from: http://www.wjgnet.com/1948-5190/full/v5/i9/461.htm 5. Garg PK, Jain BK, Kumar A, Mohanty D. Pancreatic pseudocyst: Spontaneous resolution by gastric erosion. Indian J Gastroenterol. 2013;32(6):421. 6. Agalianos C, Passas I, Sideris I, Davides D, Dervenis C. Review of management options for pancreatic pseudocysts. Transl Gastroenterol Hepatol [Internet]. 2018;3:18–18. Available from: http://tgh.amegroups.com/article/view/4147/4956 7. Hookey LC, Debroux S, Delhaye M, Arvanitakis M, Le Moine O, Devière J. Endoscopic drainage of pancreatic-fluid collections in 116 patients: A comparison of etiologies, drainage techniques, and outcomes. Gastrointest Endosc. 2006;63(4):635–43. 8. Pan G, Wan MH, Xie K-L, Li W, Hu W-M, Liu X-B, et al. Classification and Management of Pancreatic Pseudocysts. Medicine (Baltimore) [Internet]. 2015;94(24):e960. Available from: http://content.wkhealth.com/linkback/openurl?sid=WKPTLP:landingpage&an=00005792-201506030-00015 9. June M, David OI, Grigorean VT. Therapeutical Aspects Regarding Pancreatic Pseudocysts. 2018;113(3):353–62. 10. Ng TSC, Rochefort H, Czaplicki C, Teixeira P, Zheng L, Matsuoka L, et al. Massive pancreatic pseudocyst with portal vein fistula: Case report and proposed treatment algorithm. Pancreatology [Internet]. 2015;15(1):88–93. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.pan.2014.11.005

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artigo científico SONO – Breve Revisão Autor Pedro Glória Neto CRM 52.36682-2 Médico NeurologistaNeuro fisiologista Atuação em Medicina do Sono Os Transtornos do Sono (TS) assumem na prática médica cada dia maior interesse na área de saúde, entre Médicos, Paramédicos, em ações Clínicas, Complementares e Terapêuticas, que apesar de ainda de embutida na crença popular muitos mitos, devem ser do domínio daqueles que militam na saúde. Criado em 1980, os Respiradores Domésticos assumem na década de 1990 papel importante nos T. Respiratórios do Sono (TRS) pela documentação laboratorial e gravidade de suas consequências com soluções cada vez mais simples; levando para mais atenção para outros TS como: Parassonias (Terror Noturno, Enurese Noturna, Sono Inquieto, Sonilóquio, etc), Transtornos do Movimento do Sono (em especial Pernas Inquietas), Sonolência Excessiva Diurna – SED, os Transtornos do Ritmo Circadiano (TRC) e Insônia. Muitas vezes há dificuldade no diagnóstico do TS pela observação equivocada do tipo de TS, pelo fato de que os vários TS podem trazer consequências diurnas semelhantes, como por exemplo haver a queixa de Insônia quando na verdade há trabalho de turno ou outro TRC (“dormir tarde ou despertar precoce”), Idosos e Lactentes com Fragmentação do Sono; má Higiene do Sono nos nossos dias elementos de extrema relevância. Para diagnóstico leva-se em conta os relatos sobre fatos e observações durante o sono e suas consequências diurnas. Na primeira, as queixas do portador e sempre que possível de parceiro, podendo não coincidir ou ser aceito pelo portador (ex: informação de dormir pouco, quando a observação de terceiros não condiz ou há relato de movimento de membros ou ronco com apneia presenciada). No despertar o relato das condições do leito, fadiga muscular, Cefaleia matutina, “baba” no travesseiro, “boca seca”, etc. No segundo SED, queda da produtividade, mudança do humor e prejuízo nas funções executivas, assim como complicações dos TS. Quanto as complicações elas podem variar conforme a faixa etária. Em crianças ao contrario dos adultos as complicações diurnas não são pela SED e sim pela hiperatividade com queda do Rendimento Escolar, irritabilidade com ou sem exaltação*. Nos adultos as complicações podem ser Clínicas, Neurológicas e Mentais. Nas complicações Clínicas relacionadas aos TS, os elementos

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de maior importância são: a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Arritmias Cardíacas, Eventos Vasculares Coronarianos e Cerebrais, Obesidade, fadiga muscular, Diabetes Mellitus Tipo II, Hipotireoidismo e Impotência/Frigidez. Nas complicações Neurológicas e Mentais podem ser por complicações das Clínicas, Declínio das Funções Neuropsicológicas – FNP (“Cognitivas) em especial as Executivas*, no humor e maior incidência de acidentes de trabalho e transito. Não menos importante está o uso de sedativos, mesmo os ditos como “naturais”. Alguns agravam TS como Apnéia (TRS), abortam o N3, criam dependência e perdem efeito em curto prazo, aumentando acidentes e alta incidência de fraturas em idosos. Quanto aos exames complementares, obviamente, devem ser direcionados conforme a clínica, em situações raras Estudo Genético, do Líquido Cefalorraquidiano, porém no cotidiano do Médico do Sono as variadas formas de Polissonografias e menos frequentes Actigrafia. O tratamento dos TS na maioria das vezes passa pela Higiene do sono, mas as ações multidisciplinares (Neurologista, Fisioterapeuta, Otorrinolaringologista, Ortodontista do Sono e Cirurgião Bucomaxilofacial) em especial no TRS são imprescindíveis. Referências: • Arq Bras Cardiol. 2018; 111(2):290-340 • Hypnotics, Key therapeutic topic,Published(Nice): 15 January 2015,nice.org.uk/guidance/ktt6 • N Engl J Med 376;12 nejm.org March 23, 2017 • Poor sleep quality is associted with increased cortical atrophy in commumity-dwelling adults – Neurology 83 September 9, 2014 • Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, n. 46, 2015 • Sleep disorders: overview-Rev. Br. de Neurologia,Vol. 49, 2,abr - maio - jun, 2013




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