GreenWish 7ª Edição

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Revista do Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente/AAC 2017/2018

#7 - DEZ 2018

GREEN WISH



EDITORIAL escritos por alunos e professores, por um espaço de opinião da responsabilidade de um deputado da Assembleia da República, pelo espaço “E depois da universidade…”, pelas atividades do núcleo realizadas ao longo do ano e muito mais! Resta-me agradecer à equipa que comigo “montou” esta revista, ao NEEA e a todas as pessoas que contribuíram de forma direta com textos para a mesma.

15 anos! São 15 anos que separam o inicio e o presente do curso de Engenharia do Ambiente na Universidade de Coimbra, desse modo aproveito para dar os parabéns ao curso e desejar que muitos mais venham e que sejam ainda melhores do que foram até aqui. Durante estes anos, sete deles foram partilhados com este projeto que tem vindo a crescer, inovar e acima de tudo tem cimentado cada vez mais raízes. É desta maneira que vos apresento a 7ª edição da Revista GreenWish.

Que o passado seja o exemplo, o presente a experiência e que o futuro seja acima de tudo o sucesso!

Nesta edição podem contar com diferentes seções compostas por artigos

Marco José Marreiro

Equipa NEEA 2017/2018 (faltam elementos) Da esquerda para direita e de cima para baixo:

Andreina Zerega, Filipa Martins, João Vilela, Francisco Xavier, Marco Marreiro, Pedro Oliveira, Rui Afonso, Raquel Jorge, Jéssica Abreu, Rita Queirós, Carmen Mesquita, Ana Catarina Simões.

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FICHA TÉCNICA Direção:

Marco Marreiro

Equipa:

Ana Luísa Silva Andreina Zerega Gabriela Veloso Pedro Oliveira

Capa

Marco Marreiro

Participações Especiais:

Ana Catarina Simões Ana Luísa Silva Andreina Zerega Engenheiro António Costa Beatriz Bandarra Brandon Luz Catarina Alçada Deputado Bruno Coimbra Bruno Duarte Bruno Roque Carmen Mesquita Diogo Malta Filipe Oliveira Gabriela Veloso Inês Silva Jéssica Abreu João Vilela Professor José Lopes de Almeida Professor José Antunes do Carmo Marco Marreiro Professora Margarida Quina Pedro Oliveira Raquel Jorge Engenheiro Ricardo Luís Roberta Ferraiuolo 4 neea.aac@gmail.com comunicacao.imagem.neea@gmail.com


ÍNDICE

ESPAÇO (6 que - 19)permite reduzir o desperdício alimentar Too goodARTIGOS to go, a app

Análise do impacto da resolução espacial dos modelos digitais do terreno n Construção com maior impacto ambiental REEFS - Um civil, novosetor conversor multifuncional de energiano dasplaneta ondas modelação de cheias pluviais em meio urbano Ambarscience e Quercus tornam Portugal mais verde ESPAÇO ARTIGOS (6 - 19) Perspetiva contemporânea de gestão colaborativa da zona costeira

ÍNDICE

ESPAÇO OPINIÃO (26 - 27)

ÍNDICE

Too good tocivil, go, aconsegue app que permite reduzir o luz desperdício alimentar Construção setor comconverter maior impacto ambiental no planeta Painel solar que 85% da em energia elétrica

ESPAÇO ERASMUS (29) ESPAÇO ARTIGOSAmbarscience - 19) 0 REEFS - Um novo conversor multifuncional de energia das ondas e Quercus tornam Portugal verdecircular O(6tratamento de efluentes domésticos e a mais economia

Experiência Erasmus Construção civil, setor maior ambiental planeta 6 Perspetiva de gestão colaborativa da zona costeira Too good tocontemporânea go,impacto a app que permite reduzir o desperdício alimentar EUAcom desenvolvem biocombustível ano partir de tabaco

ESPAÇO ARTIGOS (6 - 19) ESPAÇO UNIVERSIDADE (30 - 31) Ambarscience e Quercus tornam maismultifuncional verde 85% dadeluz 7 Painel -solar quePortugal consegue em energia elétrica REEFS Um novo conversor energia dasplaneta ondas ESPAÇO TESES (20 - 25) Construção civil, setor comconverter maior impacto ambiental no

E depois da universidade...? Too good to go, a app que permite reduzir o desperdício alimentar 8Ecotoxicida O tratamento de efluentes domésticos e a mais economia Perspetiva contemporânea de colaborativa dacircular zona costeira Avaliação de características de gestão perigosidade de verde resíduos: HP14 Ambarscience e Quercus tornam Portugal ATIVIDADES NEEA (33 - 41) REEFS - Um novo conversor multifuncional de energia das 9 EUA good desenvolvem biocombustível areduzir partir de tabaco Painel solar 85% da emdeenergia elétrica Gestão eficiente de recursos hídricos emondas edifícios habitação Too toque go, aconsegue app que converter permite o luz desperdício alimentar CULTURA & LAZER (42) Perspetiva contemporânea de gestão colaborativa da zonae costeira 12 O tratamento de(20 efluentes domésticos ados economia ESPAÇO TESES - 25) Análise impacto da resolução espacial digitais do terreno n REEFS - do Um novo conversor multifuncional demodelos energiacircular das ondas Painel solar que consegue converter 85% da luzdeem energia elétrica 15Ecotoxicida EUA desenvolvem biocombustível a partir dede tabaco Avaliação de perigosidade resíduos: HP14 modelação decaracterísticas cheias pluviais meio urbano Perspetiva contemporânea deem gestão colaborativa da zona costeira O tratamento de efluentes domésticos a economia circular 16 Gestão eficiente de (26 recursos hídricos em edifícios habitação TESES -e25) ESPAÇO OPINIÃO - 27) Painel solar que (20 consegue converter 85% da luz emdeenergia elétrica 5 EUA desenvolvem Avaliação biocombustível a partir de tabaco Análise do impacto da resolução espacial modelos digitais do terreno n de características de perigosidade de resíduos: HP1419 Ecotoxicida O tratamento de efluentes domésticos e ados economia circular ESPAÇO ERASMUS (29)

ESPAÇO TESES (20Gestão - 25) modelação de cheias pluviaishídricos em meio urbano eficiente debiocombustível recursos em edifícios de habitação0 EUA desenvolvem a partir de tabaco Experiência Erasmus

Avaliação de características deimpacto perigosidade de resíduos: HP14 Análise do da espacial dosEcotoxicidade modelos digitais20 do terreno n ESPAÇO OPINIÃO (26resolução - 27)

ESPAÇO TESES (20 - 25) (30 - 31) UNIVERSIDADE

Gestão eficiente de recursosERASMUS hídricos em(29) edifícios demeio habitação 22 modelação cheias pluviais urbano ESPAÇO Avaliação dede características deem perigosidade de resíduos: HP14 Ecotoxicida E depois da universidade...? Análise do impactoESPAÇO da resolução espacial dos modelos digitais do terreno na OPINIÃO Experiência Erasmus Gestão eficiente de (26 recursos ATIVIDADES NEEA (33--27) 41)hídricos em edifícios de habitação modelação de cheias pluviais em meio urbano 24 ESPAÇO ERASMUS (29) UNIVERSIDADE (30 - 31) Análise do impacto resolução espacial dos modelos digitais do terreno n CULTURA & LAZERda(42)

ESPAÇO OPINIÃOmodelação (26 - 27)da de Erasmus cheias pluviais em meio urbano EExperiência depois universidade...?

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ESPAÇO ERASMUS (29) UNIVERSIDADE (30 - 31) ESPAÇO OPINIÃO ATIVIDADES NEEA(26 (33--27) 41)

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Experiência Erasmus E depois da universidade...?

ESPAÇO (29) CULTURAERASMUS & LAZER (42) ESPAÇO UNIVERSIDADE (30 Erasmus - NEEA 31) (33 - 41) ATIVIDADES Experiência

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E depois da universidade...? CULTURA & LAZER (42)

ESPAÇO UNIVERSIDADE (30 - 31) ATIVIDADES NEEAE depois (33 - 41) da universidade...?

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CULTURA & LAZER (42) ATIVIDADES NEEA (33 - 41) CULTURA & LAZER (42)

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CONSTRUÇÃO CIVIL, SETOR COM MAIOR IMPACTO AMBIENTAL NO PLANETA Ana Luísa Silva Atualmente, a construção é um dos reduzindo a utilização de produtos setores com maior impacto negativo virgens que derivam do petróleo, apostando em práticas de reutilização de ambiental no planeta. materiais, na incorporação de materiais “Se dividirmos os materiais utilizados reciclados e recicláveis e na integração num edifício em fatias, 50% são de práticas e produtos de origem local”. materiais virgens que derivam do petróleo e cuja reciclabilidade é O mercado já se atualizou desta nova era dificultada pela difícil triagem e das de materiais sustentáveis e circulares condições de obra” salienta Aline pelo que já existem alternativas Guerreiro responsável pelo Portal da suficientes para se aplicarem restrições. Construção Sustentável e coordenadora Existem em alternativas materiais como do Grupo de Trabalho de Construção a cortiça ou as lãs naturais, ou mesmo Sustentável da Quercus. poliuretanos ecológicos feitos com recurso à soja e espumas expansoras A solução proposta consiste na feitas à base de água, para as aplicações integração de uma economia circular em isolamentos. neste setor. A economia circular é um elemento chave para promover a Cada vez mais se assiste à utilização de dissociação entre o crescimento materiais mais económicos na fase de económico e o aumento no consumo de construção sem atender ao ciclo de vida recursos. Segundo a especialista, só “é do próprio edifício. possível integrar a Economia Circular,

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ESPAÇO ARTIGOS

AMBARSCIENCE E QUERCUS TORNAM PORTUGAL MAIS VERDE Andreina Zerega

A Quercus e a Ambarscience uniram-se para apresentar um kit titulado “Amigos da Floresta” com o objetivo de sensibilizar os mais novos para a conservação e restauração da natureza. Parte das receitas revertem para projetos de educação ambiental da Quercus. O kit contém sementes de seis espécies autóctones características da floresta portuguesa: pinheiro manso, pinheiro bravo, pilriteiro, lódão-bastardo, azevinho e amieiro. O intuito é fazer os jovens semearem as plantas em casa e, com a ajuda da informação incluída no kit, a cuidarem delas e a fazê-las crescer para depois as poderem transplantar para a floresta.

O manual educativo ensina a como cuidar de cada uma das plantas. Adicionalmente, lança o desafio de explorar a natureza, para poder identificar espécies e saber como recolher as respetivas sementes. Segundo Rui Batista, o professor e mentor do projeto, “sentimos que com este kit cumprimos uma grande missão da Ambarscience ao potenciar uma maior compreensão científica sobre a Natureza, consciencializar para a proteção do ambiente e educar para a cidadania. É vital que os futuros cidadãos se envolvam em questões prementes de forma consciente e, neste momento, é urgente cuidar do nosso património natural que é também histórico, na figura do Pinhal de Leiria”.

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TOO GOOD TO GO, A APP QUE PERMITE REDUZIR O DESPERDÍCIO ALIMENTAR Gabriela Veloso

também quais os participantes a nível nacional. Se estivermos por Brighton, Birmingham, Leeds, Manchester ou Londres podemos em poucos minutos saber que restaurantes estão a fazer descontos nos seus produtos.

O desperdício alimentar é um problema à escala mundial, só nos Estados Unidos quase 40% dos alimentos acabam no lixo. E se nas nossas casas com um ou outro truque conseguimos evitar estragar alimentos, nem sempre é possível fazer o mesmo nos restaurantes, cafés ou pastelarias.

Segundo o site da app, “A nossa missão é poupar comida, poupar alimentos e poupar o planeta, ao voltar a considerar a comida como a fonte de energia mais valiosa para a humanidade e não apenas algo que se atira para o contentor do lixo. E porquê? Porque se o desperdício alimentar fosse um continente seria o terceiro maior a emitir gases de efeito estufa, e apenas metade dos alimentos que não são aproveitados poderiam alimentar o mundo inteiro. Este é o problema que não precisa de existir e que estamos determinados a solucionar”.

Criada na Dinamarca, a Too Good to Go permite aos restaurantes e outros estabelecimentos do género publicar online uma lista com os artigos que ainda não foram vendidos e que, posteriormente, podem ser adquiridos pelos utilizadores da aplicação a um preço reduzido, por vezes a mais de metade do valor original. Entrando na aplicação é possível ver quais os restaurantes nas redondezas que aderiram a esta campanha, mas

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ESPAÇO ARTIGOS

REEFS - UM NOVO CONVERSOR MULTIFUNCIONAL DE ENERGIA DAS ONDAS José P. P. G. Lopes de Almeida Professor do Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente do DEC (FCTUC);

jppgla@dec.uc.pt

A energia das ondas é imensa e inesgotável. Segundo o World Energy Council [1] e um recente estudo de Gunn & Stock-Williams [2] o potencial mundial pode ser estimado em 2 TW. Se supusermos que apenas 4% desse potencial poderá ser rentabilizado (estimativa conservadora segundo diversos autores) obteremos ainda assim o extraordinário valor de 80000 MW, ou seja, o equivalente a cerca de 40000 torres eólicas, considerando a potência instalada média de cada torre eólica em Portugal.

no Laboratório de Hidráulica Recursos Hídricos e Ambiente (LHRHA) do Departamento de Engenharia Civil (DEC) um conceito inovador, já objeto de patente internacional de invenção titulada pela Universidade de Coimbra [3]. Trata-se do REEFS, acrónimo em língua inglesa para Renewable Electric Energy From Sea. O REEFS é um recife artificial que pode ser prefabricado em betão e fundeado próximo da costa a cerca de 15-20 metros de profundidade, ficando totalmente invisível à superfície. Graças ao seu desenho hidráulico e ao seu sistema compósito de válvulas de rede e membrana, o REEFS consegue gerar um escoamento interior com uma queda semelhante à altura das ondas incidentes. Isso permite produzir eletricidade recorrendo a grupos hidroelétricos minihídricos de ultra baixa queda. A estabilidade dos rumos da agitação marítima junto à costa “nearshore”, permite a manutenção de bons rendimentos não obstante a posição fixa do dispositivo. O REEFS possui diversas vantagens face aos dispositivos concorrentes de que se destacam:

Portugal dispõe de excelentes recursos em energia das ondas. Quem não se lembra do famoso record de 23.77 m de altura de onda surfada por McNamara em 2011? No entanto, para que a exploração tenha viabilidade técnica e económica interessam as condições de mar mais frequentes. Nesse âmbito Portugal dispõe, na sua costa ocidental e durante a maior parte do ano, de ondas com alturas de 1 m a 4 m e rumos essencialmente concentrados em noroeste. Apesar de imensa, porque razão a energia das ondas não é ainda devidamente aproveitada? A resposta reside no facto de a maioria dos - É invisível e abrigado das tempestades dispositivos serem ainda complexos, anti devido à submersão total; -económicos e vulneráveis a tempestades. - Capta tanto a energia potencial como a De modo a ultrapassar estes cinética; inconvenientes está a ser desenvolvido

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- É uma invenção disruptiva, mas primeiros resultados apontam para uma baseada em tecnologias convencionais produção no protótipo de 2Gwh por ano “off-the-shelf”; com uma potência instalada de 550 Kw e com condições de mar típicas da costa - Pode contribuir para a proteção ocidental Portuguesa. Tal corresponde a costeira pois é um recife artificial; uma utilização da potência instalada da - O acesso é fácil pois trata-se de um ordem das 3600 horas por ano, bastante dispositivo costeiro “nearshore”, pelo superior à da energia eólica que em que basta um curto cabo elétrico Portugal ronda as 2200 horas por ano. submarino para transportar a energia Neste momento os esforços centram-se até à costa; na procura de financiamento para a - Não precisa de sistema de amarração construção de um modelo laboratorial à pois é estabilizado por ação do seu peso escala 1:15, de modo a elevar a sua TRL próprio; e recolher mais informações que permitam apoiar o estudo, projeto e - Realiza a auto limpeza de sedimentos à construção de uma futura central piloto sua volta pela expulsão lateral de água; a instalar no mar. - Usa água e não o ar (como é o caso dos No desenvolvimento do REEFS têm sistemas de coluna de ar oscilante) o que possibilita a adoção de turbinas participado alunos de mestrado e de doutoramento, tanto de engenharia do mais compactas; - A patente compreende ainda uma ambiente como de engenharia civil. versão com uma membrana envolvente Estas participações contribuíram para a de proteção, para zonas de complexas publicação de teses de mestrado e do ponto de vista sedimentar e artigos em revistas científicas. As biológico. publicações [4] e [5] poderão Mas a vantagem fundamental do REEFS proporcionar aos interessados é a sua capacidade potencial de induzir informações complementares sobre o a rebentação precoce das ondas de conceito. Para além do tempestade, reduzindo a sua energia antes que estas atinjam a costa. Esta desenvolvimento do conceito, o REEFS externalidade é em nossa opinião pretende contribuir para a formação determinante, tanto do ponto de vista dos alunos em áreas de charneira, nas da sua viabilização económica quanto quais se procura combinar a do ponto de vista da sua vantagem criatividade, o conhecimento e a ambiental. tecnologia na busca de soluções Um modelo à escala 1:67 do REEFS já foi energéticas ambientalmente construído e testado no LHRHA. Os sustentáveis.

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ESPAÇO ARTIGOS

Figura 1 - O REEFS é totalmente invisível à superfície do mar.

Figura 2 - O REEFS aproveita o campo de pressões e velocidades criados por debaixo da onda. Referências:

[1] D.L.P. Strange, T. Tung, G.C. Baker, G. Hagerman, L.F. Lewis, R.H. Clark, Renewable Energy Resources: Opportunities and Constraints 1990-2020, World Energy Council, 1993, pp. 321-358 [chapter 6]. [2] K. Gunn, C. Stock-Williams, Quantifying the global wave power resource, Renew. Energy 44 (2012) pp. 296-304. [3] Disponível on line em: https://www.google.com/patents/WO2015072869A1?cl¼en&hl¼pt-PT [acedido em 05/06/2018]. [4] J.P.P.G. Lopes de Almeida, REEFS: An artificial reef for wave energy harnessing and shore protection – A new concept towards multipurpose sustainable solutions, Renewable Energy, Volume 114, Part B, 2017, pp. 817-829. [5] J.P.P.G. Lopes de Almeida, B. Mujtaba, A.M. Oliveira Fernandes, Preliminary laboratorial determination of the REEFS novel wave energy converter power output, Renewable Energy, Volume 122, 2018, pp. 654-664.

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PERSPETIVA CONTEMPORÂNEA DE GESTÃO COLABORATIVA DA ZONA COSTEIRA

José Simão Antunes do Carmo Professor Associado Agregado do Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente do DEC (FCTUC); jsacarmo@dec.uc.pt

As zonas costeiras são regiões de interface entre o continente e o mar dominadas por (i) processos originados nas bacias hidrográficas dos rios tributários, (ii) processos oceanográficos e atmosféricos, e (iii) atividades antrópicas aos mais diversos níveis e escalas. Como domínios recetores que são, as zonas costeiras recebem os benefícios de uma boa gestão das bacias hidrográficas, mas também sofrem os danos associados ou resultantes de uma gestão ineficiente. Em particular, a baixa qualidade de águas afluentes e as extrações de inertes, ou as retenções destes em estruturas implantadas no sistema fluvial, são as causas mais evidentes que afetam os usos, os recursos naturais e as atividades que se desenvolvem no litoral.

análise da obra, concebia o projeto, conduzia os trabalhos e supervisionava a construção do empreendimento. Atualmente, as preocupações não se limitam à segurança: o estilo de vida e o bem-estar físico e mental tornaram-se ingredientes essenciais. Outros aspetos do projeto também se tornaram importantes, como o impacto ambiental, a atratividade e a sustentabilidade. Essas complexidades adicionais foram ainda agravadas por outras peças do ‘puzzle’ que precisaram de ser integradas no contexto geral, como a não-engenharia e a não-ciência. Estas incluem aspetos socioeconómicos e de qualidade de vida, envolvendo lazer, turismo, práticas desportivas, indústria pesqueira, qualidade da água, etc. Novas realidades sociais emergentes precisaram de ser integradas, assim como vozes de atores e grupos de interesse que passaram a ser ouvidos. Uma síntese dessas novas realidades tornou-se muito mais difícil de gerir, pois assenta em princípios de valor, aceitação social e sustentabilidade.

Num passado ainda recente, as obras costeiras eram em geral consideradas da competência da engenharia civil. O conceito em vigor até os anos 80 era garantir a segurança a qualquer custo. As questões eram abordadas e resolvidas num contexto essencialmente físico. Neste contexto, foi-se percebendo que a Naquela época, um engenheiro civil tomada de decisão sobre uma assumia a total responsabilidade pela intervenção na zona costeira se deve 12


ESPAÇO ARTIGOS

basear em critérios como: eficiência técnica, custos, benefícios, exequibilidade e monitorização. Com efeito, as obras costeiras são hoje em dia consideradas na dupla perspetiva de atenderem às necessidades atuais e garantirem a sustentabilidade futura. Para que sejam credíveis, os processos contemporâneos de avaliação são baseados em índices de vulnerabilidade ou sensibilidade costeira, os quais são funções de diversas variáveis ou parâmetros físicos que exigem conhecimentos muito diversificados e com uma profundidade que vai mito além do domínio puro da engenharia civil. Existem fundamentalmente duas realidades que distinguem as abordagens tradicional e contemporânea das questões costeiras. Por um lado, reconhece-se a necessidade de envolver mais conhecimento nas intervenções costeiras, combinando tecnologia e ciência. Ou seja, entende-se que o projeto de engenharia (componente

estrutural) é enriquecido com o envolvimento de especialistas de diferentes áreas disciplinares. Por outro lado, reconhece-se a necessidade de envolver as entidades públicas locais, as organizações não-governamentais, os usuários e as comunidades costeiras, a fim de garantir o apoio necessário à componente estrutural. É neste conjunto de conceitos que hoje se revê o modo de lidar com as questões do litoral. A figura abaixo pretende mostrar a complementaridade das ações a serem desenvolvidas para o sucesso de uma intervenção na zona costeira. A componente estrutural (ou estrutura resistente) sofre os efeitos físicos dos processos e é fundamentalmente do domínio técnico-científico e ambiental. A componente socioeconómica (SSE) constitui a base de apoio da estrutura resistente (SFA) e é o domínio das instituições públicas locais e regionais, do tecido empresarial, das organizações não-governamentais, das comunidades costeiras e dos cidadãos em geral.

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Figura 1 - Perspetiva contemporânea de abordagem das questões costeiras.

A necessidade de envolver investigadores de diferentes áreas científicas (engenharia, biologia, ecologia, geologia, química, física, sociologia, economia e direito) nas fases de conceção e desenvolvimento de um programa de intervenção na zona costeira tem sido reconhecida em várias intervenções levadas a cabo na costa portuguesa. O mesmo se tem verificado com a necessidade de envolver as instituições públicas, os ‘stakeholders’ e as comunidades locais no processo de consulta socioeconómica.

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ESPAÇO ARTIGOS

PAINEL SOLAR QUE CONSEGUE CONVERTER 85% DA LUZ EM ENERGIA ELÉTRICA Marco Marreiro

titânio com 30 nanómetros e outra camada de ouro com 100 nanómetros, no outro lado usaram nanopartículas de ouro. Desse modo, quando a luz solar atinge um dos lados, o filme ouro irá funcionar como um espelho que contém a luz nas cavidades entre as duas camadas com ouro. Por sua vez, as Desse modo um grupo de cientistas da nanopartículas irão absorver mais luz e Universidade de Hokkaido, no Japão, produzir mais energia. conceberam um novo tipo de painel solar que tem a capacidade de converter “A eficiência de conversão da energia da 85% da luz em energia elétrica. É sem luz é 11 vezes superior às soluções sem dúvida um grande salto, visto que os funcionalidades que contenham a luz”, melhores painéis solares, até à data, têm salienta Hiroaki Misawa, investigador uma eficiência de 22%. Apesar de ainda líder no relatório. se tratar de uma tecnologia Esta nova descoberta também poderá vir experimental, é sem dúvida nenhuma a fazer com que a hidrólise (separação impressionante. da água nos seus componentes É de conhecimento geral que as tecnologias que temos à nossa disposição sofrem diferentes alterações para melhorarem o seu aproveitamento. No que toca às energias renováveis essa é cada vez uma maior realidade com o intuito de aumentar a sustentabilidade.

Para que esta eficiência possa ser fundamentais e hidrogénio e oxigénio) possa avançar, o que irá fazer com que atingida os cientistas num dos lados haja um aumento da eficiência da usaram uma camada de dióxido de produção de hidrogénio.

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O TRATAMENTO DE EFLUENTES DOMÉSTICOS E A ECONOMIA CIRCULAR Margarida J. Quina Professora Auxiliar do Departamento de Engenharia Química (FCTUC); guida@eq.uc.pt

Em 2015, a União Europeia propôs a que é consensual que o desenvolvimento estratégia para a economia circular. sustentável deve ser promovido, o qual é

Neste contexto, também Portugal já baseado numa abordagem holística dos elaborou o Plano de Ação para a aspetos

ambientais,

económicos

e

Economia Circular (PAEC), aprovado pela sociais, importará cada vez mais neste Resolução do Conselho de Ministros n.º âmbito

implementar

estratégias

de

190-A/2017, de 11 de dezembro de circularidade. Apesar destes conceitos 2017. No PAEC, a economia circular é serem muitas vezes apresentados como definida como “aquela que promove modernos, na verdade esta abordagem

ativamente

o

uso

eficiente

e

a está integrada nos ciclos da natureza de

produtividade dos recursos por ela uma forma absolutamente brilhante, e dinamizados, processos assentes

e

através modelos na

de de

produtos, portanto, podemos mimetizá-los para negócio ajudar na resolução de problemas atuais.

desmaterialização,

reutilização, reciclagem e recuperação dos

materiais”.

Este

modelo

de

desenvolvimento pretende substituir o anterior designado de economia linear, que

se

baseia

na

extração

de

matérias-primas, no seu processamento,

Neste contexto, importa salientar que a economia

circular

não

diz

apenas

respeito aos resíduos e à reciclagem. Na prática, o tratamento de efluentes domésticos em ETAR constitui um bom exemplo de economia circular, tal como se ilustra na Figura 1.

utilização e eliminação. Considerando

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ESPAÇO ARTIGOS

Figura 1 - Depuração de efluentes domésticos em ETAR e a sua relação com os ecossistemas envolventes.

De facto, a combinação de processos inclui processos determinantes para a físicos

e

biológicos

permite

que devolução da água ao meio natural, em

efluentes domésticos sejam depurados condições tecnicamente aceitáveis do de modo a obter três produtos muito ponto de vista ambiental e de saúde relevantes para os ecossistemas: água pública. não contaminada, biogás (para produção de energia) e lamas (resíduos sólidos com elevada quantidade de água).

O biogás (mistura de CH4 e CO2) pode ser obtido a partir de processos biológicos anaeróbios (digestão anaeróbia), que

A água é a base da vida no planeta Terra, podem

utilizar a matéria orgânica

e que importa tratar como um bem biodegradável das lamas primárias e precioso. A água doce é intensivamente secundárias. A produção do biogás em usada nas atividades antropogénicas, processos

deste

tipo,

tem

sido

para operações de lavagem, como fortemente impulsionada na Europa por solvente e também como meio de constituir uma energia renovável. A transporte

de

diversos

resíduos utilização de resíduos na produção de

biológicos em meios urbanos. A ETAR biogás tem vantagens significativas em 17


termos ambientais, devido ao seu Zn, Hg e Cr), compostos orgânicos (e.g. elevado potencial de redu­ção das PAH, PCB e PCDD/F) e microrganismos (Salmonella spp. e Escherichia coli). A emissões de gases com efeito de estufa, valorização agrícola de lamas tem como tanto para produção de calor e de objetivo manter ou melhorar a eletricidade como para biocombustíveis fertilidade do solo, porque introduz matéria orgânica e alguns nutrientes. (Diretiva 2009/28/CE). Neste âmbito, importa salientar a As lamas formadas nas ETAR (lamas crescente preocupação relacionada com primárias, secundárias e/ou de digestão os contaminants of emerging concern anaeróbia) se não forem (CEC), que correspondem a fármacos, adequadamente geridas, provocam produtos de higiene pessoal, hormonas impactes ambientais negativos e produtos químicos industriais. Estas significativo. O elevado teor de água e moléculas são transportadas nos matéria orgânica instável origina odores efluentes domésticos para as ETAR em desagradáveis e constitui um meio de concentrações muito baixas (na ordem proliferação de agentes patogénicos que das ng/L), mas com relevância ambiental importa evitar. As opções de gestão devido à sua potencial interação com os passam pela valorização agrícola, ecossistemas naturais e cadeias incineração e a deposição em aterro. O alimentares. A literatura recente Decreto­Lei n.º 276/2009 estabelece o [Baalbaki et al., Science of the Total regime de utilização de lamas de Environment 573 (2016) 1147–1158] depuração em solos agrícolas, de forma refere que a concentração de CEC nas a evitar efeitos nocivos para os lamas não é significativa. Contudo, o ecossistemas. O referido diploma Princípio da Precaução recomenda que estabelece as restrições para a utilização os CEC não devem ser ignorados na de lamas em solos agrícolas, promoção da economia circular nomeadamente em relação à associada ao tratamento de efluentes concentração de metais (Cd, Cu, Ni, Pb, domésticos.

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ESPAÇO ARTIGOS

EUA DESENVOLVEM BIOCOMBUSTÍVEL A PARTIR DE TABACO Pedro Oliveira

Segundo os últimos estudos, a procura de tabaco tem vindo a diminuir ao longo dos anos. Desse modo os EUA são obrigados a encontrar outras soluções rentáveis para este produto.

em biocombustível a oportunidade para uma vida melhor. Aqui aplica­se o zero desperdício, a planta é utilizada na totalidade. Os investigadores estão assim a fazer tentativas seletivas ao aumentar os açúcares presentes no tabaco e a melhorar a eficácia desta promissora energia renovável. Além disso, estas novas variedades de nicotina requerem pouca manutenção, são baratas e bem sucedidas em qualquer sítio.

É então que alguns agricultores da Briar View Farms resolveram transformar a sua colheita nicotiniana em biocombustível sustentável, na expetativa de reinventar a sua produção. Aqui o tabaco é escolhido pelo sabor e altos níveis de nicotina e as folhas de tabaco são plantadas artesanalmente, O declínio do consumo do tabaco é algo sendo depois vendidas a preços benéfico pelos problemas que o tabaco elevados. traz ao ser­humano. O aparecimento “Com a incerteza do tabaco, estamos desta ideia permite que as grandes empresas tabaqueiras continuem a sua sempre à procura de novas atividade sem prejuízo e fornecendo um oportunidades”, conta um agricultor da novo serviço de “energia limpa” ao Briar View Farms, na esperança de ter consumidor. encontrado na transformação de tabaco

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AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DE PERIGOSIDADE DE RESÍDUOS: HP14 ECOTOXICIDADE Beatriz Sales Bandarra Orientadora: Professora Margarida Maria João de Quina

Uma adequada gestão dos resíduos é fundamental para garantir que a sua deposição final cause o menor dano possível ao meio ambiente. Para tal, é necessário fazer a distinção entre resíduos perigosos e resíduos não-perigosos, uma vez que os primeiros têm medidas próprias associadas. Na União Europeia, um resíduo é considerado perigoso se possuir pelo menos uma das 15 caraterísticas de perigosidade (HP) descritas no Anexo III da Diretiva 2008/98 /CE.

realizada estabelecendo-se uma relação entre a ecotoxicidade dos resíduos e a do produto que lhe dá origem, tendo em conta as várias substâncias potencialmente perigosas que constituem os resíduos. No entanto, esta informação muitas vezes não existe. Além disso, a composição dos resíduos é extremamente variável e frequentemente aproximada em termos de elementos, não sendo conhecidas as substâncias que esses elementos formam no resíduo. Em muitos casos, é considerado o “worst case scenario” (cenários do pior caso), em que o elemento assume a forma com maior impacte para o ambiente, o que pode levar a uma sobrevalorização da ecotoxicidade dos resíduos.

Um dos principais desafios neste âmbito é a avaliação da característica de perigosidade HP14 (propriedade de ecotoxicidade, associada aos potenciais impactes ambientais negativos dos resíduos), sendo necessário desenvolver abordagens práticas para a sua Por outro lado, os testes de ecotoxicidade (biotestes) levam em realização. consideração os efeitos de todas as É neste contexto que surge o meu tema substâncias e as interações entre eles e, dissertação, na Área de Especialização ainda, a fração de resíduo disponível aos em Território e Gestão do Ambiente, organismos, permitindo uma melhor “Atribuição de característica de abordagem para avaliar a perigosidade perigosidade HP14 (ecotoxicidade) a dos resíduos para o ambiente. Contudo, não existe ainda consenso sobre os resíduos”. testes biológicos que devem ser Atualmente, a avaliação da HP14 é utilizados, havendo grande 20


ESPAÇO TESES

nas abordagens consideradas. Devido à importância da avaliação da HP14, muitos estudos têm sido realizados para avaliar baterias de biotestes para este propósito. Posto isto, o principal objetivo deste estudo é definir uma metodologia que permita determinar, de forma prática e mais próxima da realidade dos resíduos no ambiente, se um resíduo deve ser considerado ecotóxico (e, portanto, perigoso) ou não, ou seja, se a característica de perigosidade HP14 está presente ou não. A fim de fazer uma análise mais completa, a abordagem química é considerada. No entanto, o foco é principalmente a definição de uma bateria de biotestes com espécies de diferentes níveis tróficos uma vez que, tal como referido anteriormente, os testes ecotoxicológicos permitem uma melhor abordagem para avaliar a perigosidade dos resíduos para ambiente. Assim, para atingir o objetivo principal, serão realizados seis diferentes testes com seis diferentes organismos em meio aquático: teste de inibição de bioluminescência com a bactéria Vibrio fischeri, teste de inibição de crescimento com a microalga Raphidocelis subcapitata, teste de inibição de crescimento com a macrófita Lemna minor, teste de imobilização com a cladócera Daphnia magna, teste de fitotoxicidade com sementes da planta Lepidium sativum L. e teste de mortalidade com o bivalve Corbicula fluminea. A metodologia será aplicada a dois resíduos com relevância em Portugal e na Europa: Green Liquor Dregs (GLD), que será o resíduo em avaliação, e Coal Fly Ash (CFA), que funcionará como resíduo de controlo (bem estabelecido como resíduo não perigoso).

Figura 1 - Teste de inibição de crescimento com Lemna minor.

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GESTÃO EFICIENTE DE RECURSOS HÍDRICOS EM EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO Brandon Cunha Luz Orientador: Professor Gonçalo Jorge Vieira Nunes Brites

Um dos principais desafios do século XXI deve-se à escassez de água potável, um recurso indispensável para a existência de vida na Terra. Atualmente têm vindo a ser debatidas diversas questões relativamente à exploração dos recursos e ao possível esgotamento dos mesmos face ao crescimento demográfico que se tem vindo a registar. Segundo a noção de desenvolvimento sustentável, devem ser satisfeitas as necessidades da geração atual, sem, no entanto, comprometer as gerações futuras de satisfazerem as suas. Neste sentido, sendo a água um recurso imprescindível para a satisfação das diversas necessidades da sociedade (energia, transportes, edifícios, agricultura e indústria), torna-se evidente que uma adequada gestão dos recursos hídricos assume grande relevância, de modo a não comprometer o futuro de próximas gerações. As alterações climáticas, dado que interferem com o ciclo da água (evaporação, precipitação, escoamento), são associadas à crescente escassez deste recurso. Tendo sido realizados

estudos abrangentes (SIAM [1], SIAM II, e CLIMAAT II [2]) sobre a evolução do clima em Portugal no século XX, estes permitiram inferir algumas tendências nas quais se destacam o aumento das temperaturas máxima e mínima, e variações em aspetos relacionados com o ciclo da água, como são os casos da nebulosidade, insolação e humidade relativa, prevendo-se reduções de precipitação no futuro. [1] SIAM - Scenarios, Impacts, and Adaptation Measures [2] CLIMAAT - Clima e Meteorologia dos Arquipélagos Atlânticos Nos últimos anos, Portugal tem vindo a sentir alguns dos efeitos provocados pelas alterações climáticas atravessando longos períodos sem precipitação. Desta forma torna-se relevante a procura por soluções capazes gerir eficientemente este mesmo recurso. Embora o setor agrícola seja aquele cujo consumo é superior em termos de volume, quando se tem em conta o valor económico (custo efetivo médio da água

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ESPAÇO TESES

tendo em conta o seu ciclo urbano), o setor urbano torna-se o mais relevante. No entanto, o setor urbano compreende ainda diferentes consumos. A partir do gráfico 1 podemos observar que a maior percentagem dos consumos no setor

urbano pertence aos consumos domésticos (45%), seguidos de uma elevada percentagem de perdas (40%), pelo que estes são identificados como tendo um potencial de redução significativo.

Gráfico 1 - Distribuição dos consumos no setor urbano, incluindo perdas. (adaptado de Almeida et al., 2006)

Neste sentido, de modo a analisar os consumos em edifícios de habitação (consumos domésticos), serão instalados caudalímetros junto dos respetivos equipamentos, que auxiliados de programação em Arduino, permitirão a leitura dos mesmos. As medidas de poupança a analisar (Utilização de equipamentos/dispositivos mais eficientes; Aproveitamento de água da chuva; Aproveitamento de águas cinzentas; Recirculação de água nas

tubagens) serão analisadas individualmente com recurso a dados teóricos, obtidos experimentalmente ou por terceiros. O tipo de medidas aplicáveis irá depender de diferentes fatores, sendo estes, o tipo de edifício (unifamiliar ou multifamiliar) e a fase do ciclo de vida em que se encontra o edifício (projeto/construção, operação), pelo que por fim os resultados serão verificados para as diferentes condições.

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ANÁLISE DO IMPACTO DA RESOLUÇÃO ESPACIAL DOS MODELOS DIGITAIS DO TERRENO NA MODELAÇÃO DE CHEIAS PLUVIAIS EM MEIO URBANO Bruno Cardoso Duarte Orientador: Professor Nuno Eduardo da Cruz Simões e Professor José Alfeu Almeida de Sá Marques

A população que vive atualmente em zonas urbanas é de aproximadamente 56% e até ao ano de 2030 é estimado que 60% da população mundial viverá em zonas urbanas (United Nations, 2016). A impermeabilização do solo, consequência da expansão da área urbana, construção de infraestruturas e vias de comunicação, aliada aos eventos de precipitação de grande intensidade, cada vez mais recorrentes devido às alterações climáticas, aumentam o risco de inundações urbanas. As inundações urbanas têm-se tornado frequentes (p.e. Riviera Francesa em setembro 2015 e Albufeira, Portugal em novembro 2015), causando, em regra, elevados prejuízos materiais e, em casos extremos, custar vidas humanas. Com o propósito de prevenir ou, pelo menos, minimizar os prejuízos causados por estas inundações devem ser implementadas medidas estruturais e não estruturais. O desempenho das medidas, a serem

implementadas, deve ser avaliado por simulações hidrológicas e hidráulicas a fim de aferir o seu impacto na redução das áreas inundadas. Para realizar as simulações são necessários dados sobre o sistema de drenagem, o terreno e dados meteorológicos. A qualidade dos dados de entrada utilizados nestes modelos influenciará, em grande medida, os resultados obtidos. O objetivo deste estudo visa a investigação da influência da resolução espacial dos modelos digitais do terreno nos resultados da simulação de cheias pluviais em meio urbano. Os modelos digitais do terreno(MDT) são representações, por meio de rasters, redes triangulares irregulares ou mapa de contornos, das propriedades do terreno. São utilizados, neste estudo, diferentes MDT (carta militar e LiDAR) da bacia urbana da zona central de Coimbra. Os MDT utilizados têm diferentes resoluções espaciais e são resultantes de cartas militares (à escala

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ESPAÇO TESES

1:10000 e 1:1000) e LiDAR (raster 1x1). Serão também testados modelos de drenagem urbana, unidimensionais (1D) e bidimensionais(2D).

Figura 1 - Representação da zona de estudo a partir de carta militar (escala 1:1000) por uma rede triangular irregular

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NOVOS DESAFIOS DO MUNDO “PLASTIFICADO” Opinião com o Deputado Bruno Coimbra

O impacto da utilização de materiais plásticos tem-se revelado excessivo e extremamente prejudicial para o ambiente. Hoje estão diagnosticados impactos ambientais extraordinariamente nocivos, que decorrem da produção massiva, da diversificação de utilizações, e principalmente, do fraco recurso a procedimentos de reutilização e de

índices frágeis de recolha, recuperação e reciclagem deste tipo de materiais. O material revolucionário que desde a segunda metade do século XIX se difundiu por todo o mundo em virtude das suas múltiplas características de flexibilidade, leveza, resistência e durabilidade, proliferou na sua multiplicidade de usos, não tendo esta dispersão sido devidamente

fenómeno de poluição à escala mundial aterros, rios e oceanos. que hoje nos sufoca. É também nas sociedades modernas que Nas sociedades modernas o plástico é é mais patente a preocupação com as “rei” dos materiais utilitários questões ambientais e a crescente quotidianos, sendo impossível não consciência cidadã coletiva, decorrente interagir com eles no dia-a-dia: são não só dos evidentes sinais de falência louças descartáveis, sacos, embalagens, dos nossos ecossistemas, mas também recipientes, componentes e peças que graças à informação disponível sobre enchem as nossas mãos, casas, e estas matérias. espaços comuns… mas infeliz e São assustadores os números que nos inevitavelmente também as nossas ruas, chegam: a alarmante quantidade de 26


ESPAÇO OPINIÃO

plásticos existentes nos oceanos; de microplásticos, que ingeridos pela fauna acabam também por entrar na cadeia trófica e na cadeia alimentar humana (com impactos nos ecossistemas e na saúde publica cuja dimensão é impossível estimar ou antecipar); o incumprimento sistemático dos objetivos dos sistemas de recolha e reciclagem; os volumes e quantidades de materiais que ainda são conduzidos para aterro, etc.

Estratégia Europeia para os Plásticos, e o crescente foco na redução dos plásticos existentes no meio marinho, consubstanciam novas armas para a batalha que temos de travar. Só uma visão concertada dos aspetos decorrentes destas estratégias e acordos, e a agregação de diferentes vetores de ação – a potenciação das políticas dos R’s com especial incidência na Redução, sem negligenciar a Reutilização e a Reciclagem, e a aposta em novos (eco)designs e na substituição de componentes das embalagens por outros materiais mais ecológicos permitirão alcançar os novos objetivos a que nos devemos propor.

O ambiente e sustentabilidade não é pertença de nenhum país em particular, mas responsabilidade de todos. Cabe a cada um travar esta realidade e garantir às gerações vindouras recursos naturais e condições de vida e ambientais, pelo menos semelhantes às que atualmente De igual forma, ganha redobrada relevância o investimento na educação usufruímos. ambiental e numa mais profícua Esta tomada de consciência, e os riscos formação dos jovens, vital para a tomada evidentes que corremos, levou nos de consciência que se exige e para a últimos anos à celebração de diversos obtenção de novas soluções técnicas acordos internacionais relevantes como que permitam substituição destes o de Paris – Alterações Climáticas, de materiais de tão grande relevância. Nova Iorque – Desenvolvimento Sustentável, ou de Adis Abeba - Só a consciente capacidade inovadora Financiamento, e à produção de das novas gerações completará a cadeia de ação que permitirá vencer este estratégias e legislação mais audaz e enorme desafio do nosso mundo exigente. Neste capítulo, a recente

Bruno Manuel Pereira Coimbra - Deputado à Assembleia da República - Eng.º do Ambiente - Vice-Coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação

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ESPAÇO ERASMUS

EXPERIÊNCIA ERASMUS Olá, sou a Roberta Ferraiuolo e sou estudante de Erasmus Italiana. Nasci em Nápoles e vou tentar descrever um pouco a minha experiência de Erasmus em Portugal.

Porque decidiste escolher Coimbra para fazer Erasmus? No meu imaginário achava que Portugal era dos países europeus, em termos culturais, mais parecido ao sul da Itália que é de onde venho. Esta suposição revelou-se verdadeira e desde o primeiro momento que aqui cheguei tudo pareceu muito familiar, principalmente a maneira de ser das pessoas e a forma como se relacionam, isso fez com que nunca tivesse dificuldade em fazer amizade. Como foi a tua experiência? Adorei a simplicidade e a hospitalidade do povo português, assim como a boa gastronomia. Todos estes pormenores fizeram com que eu me sentisse sempre em casa.

verdadeira revolução. Foi muito mais do que estava à espera, principalmente porque encontrei professores que se demonstraram sempre disponíveis e prontos a resolver qualquer problema. Os colegas de curso também foram importantes porque me acolheram com muito entusiasmo. A universidade e o ensino Português estão muito bem organizados, apesar de serem extremamente diferentes do ensino Italiano. Como, por exemplo, o trabalho necessário para cada frequência e a divisão que fazem entre as aulas teóricas e as aulas praticas.

Tive também a possibilidade de trabalhar em laboratório, o que me ajudou muito na minha aprendizagem, e ao mesmo tempo, o que mais falta faz Coimbra, pela sua fama de cidade no ensino italiano. universitária, foi para mim uma Quais foram as diferenças que encontraste no ensino português em relação ao ensino italiano?

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E DEPOIS DA UNIVERSIDADE...? António Pedro Santos Costa Engenheiro Estagiário na Herdade da Comporta Como foi o teu percurso desde o término do curso até ao momento? Terminei o curso em outubro de 2017, estive 5 meses à procura de emprego durante os quais fui a 4 entrevistas. Em março do presente ano, consegui ingressar no mercado de trabalho ao abrigo dos estágios profissionais do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Que dicas tens para que outras pessoas possam ultrapassar essas dificuldades?

De uma maneira geral, há que se ser persistente, resiliente e acreditar que a oportunidade surgirá. Após tomada a decisão, a pessoa tem que assumir que foi a melhor escolha e terá que se Quais as maiores dificuldades com que te entregar totalmente ao projeto/desafio deparaste? que lhe foi proposto. Embora tenha respondido a variadíssimas ofertas de emprego, o número de respostas foi muito limitado, tendo sido umas das principais dificuldades. Para além disso, a partir do momento em que nos aceitam como candidatos, todo esse processo é complexo, criando inevitavelmente alguma ansiedade/expectativa.

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ESPAÇO UNIVERSIDADE

Ricardo André Costa Luís Bolseiro de Investigação na Universidade de Coimbra Como foi o teu percurso desde o término do curso até ao momento? Após a conclusão do curso em setembro de 2017, candidatei-me a uma bolsa de investigação no DEC onde acabei por ser escolhido, por isso estive pouco tempo inativo. No mês seguinte iniciei o trabalho no projeto de investigação, onde estou até ao momento, achei importante aproveitar esta oportunidade porque não há muitas nos dias de hoje e é relevante para enriquecer o currículo. Antes de acabar o curso ainda me candidatei a um programa de estágios das Águas de Portugal, tinha consciência que não reunia as condições pedidas (pois ainda não era mestre), mas como estava a terminar o curso e por ser uma boa oportunidade decidi fazer a candidatura, mas não fui escolhido, foi mais para “descargo de consciência”. Quais as maiores dificuldades com que te deparaste? Como me surgiu a oportunidade da bolsa de investigação logo depois de acabar o curso, acabei por estar pouco tempo parado. Mas na minha opinião o mais difícil é a entrada no mercado de trabalho. Penso que a maior parte dos

alunos quer acabar o curso e ir trabalhar para uma empresa, ganhar currículo e tentar construir uma carreira. Talvez fosse mais benéfico se durante o curso tivéssemos um estágio ou projetos em parceria com entidades externas à Universidade, para que nos pudéssemos ambientar com esse mundo. Que dicas tens para que outras pessoas possam ultrapassar essas dificuldades?

É importante planear o “pós universidade” antes de terminar o curso. Comecem por enviar currículos ainda antes de acabar o curso e elaborarem uma lista de empresas onde gostariam de trabalhar, assim quando chegar a altura já há algo por onde começar caso não haja resposta dos currículos já enviados. Workshops sobre elaboração de currículos e de como agir numa entrevista também ajudam a que se inteirem em como são as coisas do outro lado. Outra coisa importante é o curso de higiene e segurança, há muitas ofertas de emprego que o requerem obrigatoriamente, por isso será importante tentarem obter esta formação, mesmo que nessa área ficam sempre com esta valência caso seja

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NÚCLEO DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA DO AMBIENTE DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA

neea.aac@gmail.com www.facebook.com/neeaaac

neeaaacsite.wordpress.com 32


NEEA

ATIVIDADES DO NEEA FESTA FINAL DE ANO No dia 7 de julho de 2017, último dia de exames do segundo semestre, realizou-se o tão esperado Porco no Espeto, no Departamento de Engenharia Civil, juntamente com o núcleo de estudantes de engenharia civil. Nesta festa realizaram-se inúmeras atividades, tais como o torneio de BeerPong e matraquilhos sempre com muita diversão à mistura. Um convívio não só para os estudantes, mas também para os professores e funcionários de modo a todos se despedirem de forma divertida do ano letivo! Raquel Jorge

FEBRADA DA RECEÇÃO AO CALOIRO Foi neste evento, realizado no dia 20 de setembro de 2017, que os nossos caloiros tiveram o seu primeiro contato com os seus colegas, podendo socializar e aproveitar os momentos de lazer. Para além destes acontecimentos realizou-se uma praxe para intensificar os laços entre caloiros e para dar a conhecer o departamento bem como o ambiente que envolve o nosso curso. Diogo Malta

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MEGA CONVÍVIO DO POLO II O Mega Convívio do Pólo 2, foi o grande evento de inicio de ano, realizado no dia 21 de setembro de 2017, como é habitual no estacionamento do Departamento de Engenharia Civil, mas com moldes um pouco diferentes, pois começou às 18 horas e contou com a participação dos carros dos cursos do nosso Pólo. O NEEA/AAC em conjunto com os outros núcleos do Pólo 2, realiza esta festa com um intuito de receber os novos estudantes num ambiente mais descontraído e animado. Apesar da azafama, tudo correu como esperado. A festa contou com vários artistas, a abrir com a Quantunna, e no decorrer houve a presença de Eva’s Sin, Band the Knee, Dj Ricardo Reis e Dj João Areal. Jéssica Abreu

TORNEIO DE FUTEBOL 5X5 No dia 26 de setembro de 2017 realizou-se, no campo santa cruz da AAC, o torneio de futebol 5x5 organizado pelo pelouro recreativo desportivo do NEEA. Tendo em perspetiva a realização de um torneio capaz de acolher os caloiros recém chegados da melhor forma o torneio decorreu como previsto, sem quaisquer tipo de problemas e com um espírito amigável de parte a parte entre as equipas inscritas. No final do torneio a equipa vencedora recebeu o merecido prémio de uma grade de cerveja e um pacote de amendoins. Brandon Luz 34


NEEA

FESTA DAS LATAS E IMPOSIÇÃO DE INSÍGNIAS Cumprindo a tradição estivemos mais uma vez presentes na Festa das Latas e Imposição de Insígnias. A bebida escolhida foi o vermute tinto. Em relação ao tema, devido ao desafio colocado pela DG/AAC de ser relacionado com o regime fundacional e a revisão do REJIES, tivemos a ideia de chamar a nossa banca de “Desfunda-te com Martini” onde fez todo o sentido ter decoração de acordo com o celebre James Bond (007). Com a banca decorada começámos mais uma latada, onde tivemos cinco dias a “matar” a sede aos estudantes da cidade. No último dia para não variar houve a destruição da barraca, momento que marca o fim desta festa. Ana Catarina Simões

JORNADAS PEDAGÓGICAS Neste ano letivo, o Pelouro da Pedagogia do NEEA teve como principais atividades a realização dos Inquéritos Pedagógicos que mais tarde conduziram às Jornadas Pedagógicas, espaço onde foi dada a oportunidade aos alunos de expressar a sua opinião sobre o funcionamento do curso. Desta feita, realizaram-se as Jornadas Pedagógicas referentes ao 2º Semestre de 2016/2017 no dia 18 de outubro de 2017 e as Jornadas Pedagógicas referentes ao 1º Semestre de 2017/2018 no dia 18 de abril de 2018. João Vilela 35


HACK THE PLANET 2017 A começar as férias de verão recebemos uma proposta da Building Global Innovators, uma start up de Portugal com apoios da UE, para fazer parte de uma iniciativa que iria mover várias universidades do país. Uma competição de engenharia, focada na área do ambiente, que iria decorrer em todas as universidades que tivessem um curso ou até mesmo uma secção relacionada com o tema. Assim a Universidade de Coimbra foi uma das escolhidas por conter o nosso curso. Sendo o núcleo a entidade que serve e representa os estudantes do curso, foi-nos incumbida a tarefa de organizar esta atividade. A BGI financiou e forneceu todo o tipo de ferramentas para a organização deste evento que consistia em proporcionar a apenas cinco equipas dois dias de palestras para ajudar na apresentação do projeto e no fim o pitch. Durante os dias 25 e 26 de outubro de 2017, as equipas inscritas, todas matriculadas no

nosso MIEA, contaram com a presença de três mentores (Pedro Caridade da Spacelayer, Eduardo Natividade da Spero e a Professora Margarida Quina da FCTUC). As palestras foram dadas pela Andreia Pinho e pelo Otitkoluwa Dosumu, membros da BGI, o pitch foi avaliado por um júri composto por três elementos (Carla Caridade da Spacelayer, Nazaré Couto da Climate-KIC Hub Portugal e o Professor João Vieira da FCTUC). Depois de terem sido apresentados cinco incríveis projetos, o júri decidiu dar a vitória à equipa Dream Green que arrecadou quinhentos euros como incentivo para iniciar o seu projeto. Foram dois dias de imenso trabalho por parte das equipas acompanhadas por excelentes profissionais, tudo correu de acordo com as expetativas da organização que se envolveu de corpo e alma nesta missão inovadora.

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Ana Catarina Simões


NEEA

LIGA PÓLO II A liga visa a participação de todos os alunos dos cursos de engenharia da Universidade de Coimbra. A fase de apuramento ocorreu no dia 6 de dezembro de 2017 na Escola Secundária Infanta D. Maria, nesta fase cada curso pode levar 2 equipas para a fase final.

Correu tudo como planeado, ao nível da logística do torneio não houveram falhas a registar, os prazos foram cumpridos, sendo que a melhor equipa de Ambiente foi até às meias-finais que demonstra um progresso de ano para ano. Os vencedores pela segunda vez consecutiva foram os “Bar sem Lona”. Filipe Oliveira

MEGA FEBRADA No dia 7 de dezembro de 2017, realizou-se a Mega Febrada do Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente. Teve lugar na República dos Fantasmas onde houve muita música, animação e um torneio de BeerPong. Embora não tivesse o resultado pretendido, revelou-se uma noite muito divertida! Raquel Jorge

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SEMANA DA RESSACA Como já é habitual, o segundo semestre não é semestre sem começar com a famosa semana da ressaca. Iniciou-se com um convívio no Bar 24 no dia 5 de fevereiro de 2018, seguindo-se com a mega praxe destinada aos nossos caloiros proporcionando-lhes uma interação com os restantes doutores do curso. O peddy tascas que teve lugar na quarta feira dia 7 foi um dos eventos mais esperados, proporcionando aos participantes conhecer os recantos e as mais emblemáticas tascas de Coimbra. Para finalizar esta semana, ocorreu o tão esperado jantar de curso organizado pelo carro L'ambientro onde se proporcionou mais um momento de união do curso. Diogo Malta

REALIZAR UMA TESE No dia 21 de fevereiro de 2018, pelas 17h, realizou-se no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra, uma palestra onde o tema abordado foi "Como realizar uma Tese". O intuito foi simples, poder ajudar e facultar as ferramentas necessárias para os alunos finalistas de mestrados do DEC que estariam a redigir ou a começar as teses. De salientar que todo este evento teve como orador o Professor Doutor Luís Adriano. Bruno Roque

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NEEA

VISTA AO MUSEU ACADÉMICO No dia 7 de março de 2018, pelas 16:30h, realizou-se a visita guiada ao emblemático Museu Académico. Apesar da pouca aderência, a visita permitiu aos estudantes conhecer as tradições académicas, a cidade de Coimbra e o histórico desportivo da Universidade. No final todos os participantes deram um feedback bastante positivo ficando mais familiarizados com a cultura da Universidade de Coimbra. Inês Silva

BEER OLYMPICS O BeerOlympics é o evento que visa desafiar as capacidades dos boémios mais resistentes. A primeira fase iniciou-se no dia 10 de abril de 2018 no Departamento de Engenharia Civil e terminou no dia 2 de maio no Departamento de Engenharia Mecânica. Apesar de não ter havido participantes do nosso curso, estes aproveitaram de uma forma indireta o convívio proporcionado pela atividade realizada pelos núcleos do pólo II. Diogo Malta

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GALA GOTA D’OURO A 23 de março de 2018 os alunos e faltar uma pequena homenagem aos ex docentes puderam celebrar mais uma alunos presentes naquela noite. edição da Gala Gota D’Ouro. Esta 3ª edição contou com um tema especial, pois foram celebrados os 15 anos do Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente.

A noite não podia acabar sem antes alguns dos docentes dizerem algumas palavras em homenagem ao curso. Ao longo do jantar foram claro atribuídos os prémios das várias categorias aos respetivos vencedores. A acompanhar com um jantar muito bem servido, a gala foi presenteada com uma maravilhosa atuação do grupo de fados Capas ao Luar. Tendo sido esta uma gala com uma celebração especial, não pôde

A noite chegou ao fim com um bolo muito especial para apagar as velas ao MIEA. Foi uma noite bastante dinâmica, com um ótimo convívio entre alunos e docentes e que ficará para sempre nas nossas memórias.

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Carmen Mesquita


NEEA

TORNEIO DE VOLEIBOL Num dos dias mais emblemáticos de Portugal, 25 de abril de 2018, o pelouro de desporto realizou o torneio de voleibol na praia fluvial Torres do Mondego. Este foi um dia feliz não só em 1974, mas também em 2018 onde houve uma boa adesão da parte dos estudantes do nosso curso. Para que o desporto não se divida pela competição, mas que se una pela amizade a organização decidiu que cada equipa tivesse pelo menos um jogador feminino efetivo. Este conjunto de fatores culimou numa excelente tarde, muito apreciada pelos participantes que nos deram um feedback muito positivo. Filipe Oliveira

PEDDY PAPPER No dia 30 de abril de 2018, o Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente realizou, mais uma vez, o Peddy Papper. Uma prova divertida, cultural e muito animada, que contou com a participação de 3 equipas que foram contempladas com um bilhete geral para a queima das fitas, pontuais ou uma grade de cervejas, consoante a posição que obtiveram. As equipas, além de mostrarem o seu conhecimento sobre a cidade de Coimbra, foram desafiadas a cantar e a tirar fotografias. Sem dúvida, uma atividade do núcleo que ficará para a memória.

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CULTURA & LAZER Manual de Combate às Alterações Climáticas, de João Camargo O mundo já está muito diferente daquele em que a nossa civilização floresceu: mais quente, mais extremo, mais inseguro. Para a frente,

muito além da incerteza, ficam certezas: ainda pode piorar mais. De entre todas essas devastações, a alteração da composição da nossa atmosfera e o aquecimento global do planeta

destacam-se

pelo

seu

potencial

catastrófico, alterando os climas em que a nossa espécie proliferou. É a crise do próprio Homo sapiens, com a colisão entre o que é e o que pode ser. Nada ou

tudo: a urgência das

alterações

é

climáticas

a

urgência

da

Humanidade. Para isso precisa de lutadores, pessoas empenhadas em resgatar o futuro. Por isso, para aprender e ensinar a combater, este livro é um (feroz) guia de combate "Plastic

Paradise"

é

um

documentário

independente que narra a jornada pessoal de descoberta da verdade por trás do mistério do

Great Pacific Garbage Patch por Angela Sun num dos lugares mais remotos da Terra, o Atol de Midway. Ao longo do caminho, ela encontra cientistas, celebridades, legisladores e ativistas que lançam luz sobre o que o vasto consumo de plástico descartável da nossa sociedade está causando aos nossos oceanos e o que ele pode estar fazendo com a nossa saúde. 42




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