Jornal Preto no Branco 3º Período

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E scola Secundaria joao de Deus Dezembro 2010 Número 58

0,50 euros

«UM HOMEM SINGULAR» Aos olhos de uma jovem de 16 anos Pág.7

Bookcrossing na Escola Pág.4

Livros para Férias Pág.5

Na conversa com a Ministra da Educação Viver numa escola moderna vai transformar os alunos desta Escola Págs.14 e 15

As Obras na Escola Pág.11

Mensagem de Natal Pág.25

Sérgio Sousa Piloto da BMW Págs.20 e 21

Hip-hop onde quem canta conta a sua história Pág.22


EDITORIAL

de volta

Ana Mafalda Sarmento Depois da nova versão do Preto no Branco completar um ano e do seu grande sucesso, cá estamos de novo para vos desejar um ano lectivo cheio de alegria e amizade. Na última edição mostrámos como irá ficar a nossa escola após as obras que se irão realizar durante o ano lectivo 2010/2011 e pretendemos nas próximas edições continuar a informar os alunos das modificações a ocorrer nas diferentes zonas da escola.. Para este número do Preto no Branco convidámos a aluna Beatriz Paixão para realizar a Grande Entrevista, desta vez à Sra. Ministra da Educação, Isabel Alçada, que visitou a nossa escola no início deste período lectivo. Com mais um entrevista, conduzida pelas alunas-jornalistas Carolina Roque, Rita Engrácia, Inês Metelo e por mim própria, pretendemos esclarecer as dúvidas e curiosidades que os docentes e alunos desta escola possam ter relativamente ao andamento das obras. Queremos agradecer ao engenheiro João Gonçalves por ter colaborado connosco e nos ter fornecido os planos do que vai futuramente ocorrer nas várias zonas de intervenção. Mas não são só as obras que surgem como tema desta edição! Basta abrir o PB e vão encontrar um mundo de informação a fervilhar. Desejamos a todos – alunos, professores e funcionários – boas leituras nas férias do Natal! Preto no Branco, mais comunicação na escola.

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AGENDA DE DEZEMBRO

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Agenda

As turmas 11ºB,G,F e H deslocaram-se ao Tribunal Judicial de Faro para assistirem a audiências de julgamento nos dias 26 de Novembro e 3 de Dezembro. Para responder a algumas questões levantadas pelos alunos, contámos com a disponibilidade do Juiz responsável por um dos processos em julgamento. As turmas 11ºB e C realizaram uma visita de estudo a Lisboa no dia 2 de Dezembro. A visita incidiu nas exposições “Viajar” e “Corpo” no âmbito das comemorações do Centenário da República e proporcionou aos alunos a assistência a uma sessão plenária da Assembleia da República. O Gabinete de Apoio ao Adolescente, no âmbito das iniciativas da Escola Promotora de Saúde, organizou uma corrida de orientação no dia 2 de Dezembro. O objectivo desta iniciativa prende-se com a necessidade de a escola sensibilizar os jovens para a problemática da SIDA.

E ainda...

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A 15 de Dezembro, ocorrerá o corta-mato escolar organizado pelos professores de Educação Física. A 17 de Dezembro, haverá eleições para a associação de estudantes (a campanha decorre nos dois dias anteriores). A 17 de Dezembro, os talentos da casa darão cor ao Sarau de Natal organizado pela Biblioteca. A 20 de Dezembro, professores e funcionários são convidados para um Jantar de Natal organizado pela Direcção da Escola.

Dark Party a campanha eleitoral para a associação de estudantes já começou? por Ana Mafalda Sarmento e Ines Metelo

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o passado dia 4 de Outubro os alunos Soraia Cavaco, João Laranjo, Sara Machado e Pedro Romba em conjunto com a discoteca First Floor organizaram uma Dark Party, em que os alunos da nossa escola tiveram que ir vestidos de roupa escura. As portas abriram-se às 23h30 e pudemos contar com o dj residente

e com toda a animação possível. Os organizadores desta festa vendiam paus luminosos, óculos e pintavam as nossas partes do corpo com tintas fluorescentes para assim manter o espírito da festa. Foi mais uma das festas em que os alunos do nosso Liceu marcaram presença ! Eleições à vista ...


Escola

Em defesa dos Direitos Humanos de Nuno Matias, Pedro Catulo e Miguel Monteiro

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aniel Oliveira, membro da Amnistia Internacional Portugal proferiu, na nossa escola, uma palestra sobre os Direitos Humanos, no passado dia 2 de Dezembro de 2010. O grupo de área de projecto da turma A do 12ºano convidou-o com o intuito de informar e esclarecer algumas dúvidas dos alunos das turmas 11ºF, 12ºA e 12ºB. A visão da Amnistia Internacional é a de um mundo em que cada pessoa desfruta de todos os Direitos Humanos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e noutros padrões internacionais de Direitos Humanos. Daniel Oliveira, Coordenador de Activismo e Formação da AI Portugal, realizou uma palestra dinâmica e bem absorvida pelos alunos e professores, dado que se estabeleceu uma excelente interacção entre o orador e o auditório. Perante as questões colo-

cadas pelo orador, os alunos demonstraram um grande interesse, ao intervirem com pertinência e clareza. Por exemplo, quando o Daniel perguntou aos alunos se tinham conhecimento de outras organizações não-governamentais além da AI, a maior parte deles soube enumerar algumas delas. Este interesse revelado pelos alunos deveu-se em grande parte à forma como o orador cativou o auditório. Os resultados positivos nos inquéritos preenchidos pelos alunos também nos permitiram chegar à conclusão que a palestra teve um enorme êxito. Um dos grandes objectivos da pales-

tra foi transmitir o impacto de uma simples assinatura online na defesa dos Direitos Humanos. Se milhares de pessoas em todos os países (o que equivale a milhões de pessoas em todo o mundo) aderirem às petições, as situações de violação de Direitos Humanos serão denunciadas e posteriormente evitadas. Não custa nada assinar uma petição online, basta apenas o vosso nome, nº de BI/Cartão de cidadão e a vossa localidade. Caso algum dos membros da comunidade escolar queira informar-se com maior pormenor e participar nalgumas acções com vista a defender os direitos humanos, poderá tornar-se membro do grupo de estudantes da AI da Escola Secundária João de Deus, que irá ser fundado no início do 2º período escolar. Para mais informação consulte o blogue do grupo www.ainestemundo. blogspot.com.

(En)contra a diferença de Liliana , Joana e Sara

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núcleo de Nanismo proferiu no auditório da escola uma palestra alusiva ao tema “Nanismo”, no passado dia 12 de Novembro de 2010, que contou com a presença da Dr.ª Céu (psicóloga e portadora de nanismo) e um membro da Associação Raríssimas, Paula Simões. Nanismo, é o que vulgarmente conhecemos como ‘’anão’’. Esta palestra teve como objectivo sensibilizar a comunidade escolar em relação à discriminação de que são alvo os portadores da doença e esclarecer acerca das dificuldades encontradas no seu dia-a-dia.

Esta palestra derivou do projecto que estamos a desenvolver no âmbito da disciplina de Área Projecto (12.º A), relacionada com o Tema “Doenças Raras”.

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Escola

Dia Internacional das Bibliotecas Escolares

Bookcrossing na nossa Escola Realizou-se no dia 18 de Novembro de 2010 o lançamento do Projecto Bookcrossing, que tem como objectivo fomentar e facilitar o acesso à cultura e, especificamente, à leitura.

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o passado dia 25 de Outubro, comemorou-se o Dia Internacional das Bibliotecas Escolares. Nesse sentido, a BE realizou uma actividade de webquest com algumas turmas do 10º ano, com o objectivo principal de dar a conhecer a biblioteca, ao permitir que os alunos explorassem a mesma, enquanto procuravam um livro ou DVD seguindo um conjunto de pistas previamente fornecido.

A cada turma, foi feita uma breve descrição do funcionamento da BE, arrumação dos livros e tabela CDU. Em seguida formaram-se grupos de cerca de 5 alunos e iniciou-se a tarefa. A actividade foi realizada com recurso a 4 computadores e, no final, cada membro do grupo mais rápido recebeu um livro, oferta da BE. Os alunos preencheram, no final, um questionário de avaliação da actividade, pelo qual foi possível comprovar que, em geral, foi bem recebida e os alunos consideram importante repetir actividades do género, como forma de promoção e incentivo à leitura.

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conceito de Bookcrossing está (Bookcrossing Identity), um código já bem implantado em todas único para cada livro, que permite as sociedades modernas. Portugal ao leitor registar a sua leitura no site oficial do movimento (www.bookcrossing.com). Desta forma, toma conhecimento dos locais onde o livro já esteve e das pessoas que já o leram, sendo um “diário” do mesmo. Pelas 10.00h, três membros da equipa da BE distribuíram, na sala de professores, uma flor a cada docente, juntamente com um cartão onde constavam as instruções básicas acerca do funcionamento do Bookcrossing. Este gesto teve um impacto bastante positivo entre os participantes, uma vez que o objectivo principal, de dar a conhecer o Projecto e incentivarà sua adesão, foi cumprido. os professores mostraram-se interessados e curiosos, e desta forma podem, por sua vez, informar os respectivos alunos aderiu mais recentemente a este acerca deste. movimento, mas actualmente encon- Foram ainda colocados, na BE e nas tra-se já em igualdade com os princi- portas das salas de aula, balões e carpais países da Europa, representando toes informativos, para despertar o neste momento uma das maiores interesse dos alunos e dar a conhecer correntes a nível Europeu. O Book- o Projecto. crossing pode ser definido como um acto de cidadania e de altruísmo que consiste na prática de deixar um livro num local público, para que outros o encontrem, o leiam, o voltem a libertar e assim sucessivamente. A Escola Secundária João de Deus é uma ZOL (Zona Oficial de Libertação). Os livros encontram-se à entrada da BE e podem ser levados por qualquer membro da comunidade escolar, de- Os balões simbolizam a libertação do vendo ser devolvido em qualquer livro, que é o objectivo principal deoutra ZOL indicada no folheto infor- sta actividade. mativo existente no interior de cada Visita a BE para mais informações livro. Cada um tem ainda um BCID e participa no Bookcrossing!


Cultura

Livros para férias As escolhas de Godinho “Sophia” de 5ª edição de concurso literário “A lâmpada de Aladino” de Luís Sepúlveda “As 3 vidas” de João Tordo “O Senhor Valery” de Gonçalo Tavares “Praça de Londres” de Lídia Jorge

Vencedores do concurso literário

Os alunos da nossa Escola, Sarah Virgi, Pascal Minder e Jorge Miguel Gouveia e Ruben Miguel Estêvão, foram vencedores do concurso literário “O Infante D. Henrique no Algarve”.

Sophia 5ª edição do concurso literário Sophia de Mello Breyner Andresen 1º Prémio na Categoria Texto - Ensino secundário Sofia Galego Silva ESJD 1º Prémio na Categoria Ilustração – Ensino Secundário Pedro Miguéis do Vale - ESJD

No dia 29 de Novembro teve lugar, na Biblioteca Municipal de Faro, a entrega de prémios e o lançamento do livro com os textos e ilustrações vencedoras. A Sarah, autora do texto “Fado” foi classificada em 2.º lugar, e o Pascal, o Jorge e o Miguel foram vencedores do concurso de ilustração dos textos. Integrado nas comemorações dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique, a Direcção Regional de Educação do Algarve, a Direcção Regional de Cultura e o Núcleo de Filatelia de Faro – ATAF – promoveram o Concurso Literário “O Infante D. Henrique no Algarve”.

Dia do Diploma

“atribui” prémios de mérito aos melhores alunos

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o dia 10 de Setembro, Dia do Diploma, os alunos Tiago Miguel Ling e Juceila Fernades receberam os certificados de melhores alunos da Escola. Nesta terceira edição do Dia do Diploma, todas as escolas e os agrupamentos que leccionam o ensino secundário promoveram uma acção formal de entrega de certificados e de diplomas aos alunos que tenham terminado o ensino secundário no ano lectivo de 2009/2010. O Dia do Diploma tem como objectivo principal promover a valoriza-

ção do ensino secundário, valorizar o trabalho dos alunos, dos professores e das escolas. Com o objectivo de reconhecer e de valorizar o mérito, a dedicação e o esforço no trabalho e desempenho escolares, o Ministério da Educação atribui um Prémio de Mérito aos melhores alunos de cada escola que tenham concluído o ensino secundário. Este prémio é atribuído, em cada escola do ensino público ou privado, bem como em escolas profissionais, ao melhor aluno dos cursos científicohumanísticos e ao melhor aluno dos cursos profissionais ou tecnológicos.

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Cultura

Une Quiche Lorraine vaut toujours la peine! por Joana Cavaco e Sarah Virgi

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o passado dia 14 de Outubro, os alunos de Francês da turma 11ºC, empenharam-se na organização da actividade Une Quiche Lorraine vaut toujours la peine! – em português, uma Quiche Lorraine vale sempre a pena! –, isto é, a preparação e a venda de diversas variedades de quiches e tartes à comunidade escolar. A Quiche Lorraine é uma especialidade francesa que surgiu no século XVI, mais propriamente da região de Lorraine, a nordeste do país. Tratavase de uma torta aberta, recheada com creme feito de leite e ovos e bacon defumado. Posteriormente, foi-lhe adicionado queijo. Tornou-se popular na Inglaterra e nos Estados Unidos após a II Guerra Mundial. Todavia, podese encontrar hoje em dia em vários

outros países uma grande variedade de quiches, desde a original quiche Lorraine até àquelas com outros componentes além do bacon, como as de espinafres, salmão, frango, etc. Com esta iniciativa pretendemos difundir esta receita tão apreciada e, por conseguinte, a própria cultura francesa, de forma a incentivar o interesse pelo estudo e aprendizagem de uma

nova língua de futuro – e que se encontra neste momento um pouco “oubliée”, mas que oferece grandes oportunidades a todos os níveis – e também pela sua vasta tradição cultural. Por outro lado, visa igualmente a angariação de fundos para uma visita de estudo a realizar ainda durante este ano lectivo. Agradecemos a vossa colaboração no projecto e prometemos voltar (no seguimento da actividade realizada no ano passado) com La Chandeleur, a festa dos crepes!

O CINECLUBE DE FARO PROPÕE ...

PUNK IS NOT DADDY (2010) um filme de Edgar Pêra

13 de Dezembro às 21:30 no IPJ – Faro (estudantes - 3,5 euros, restante público- 4 euros) PUNK IS NOT DADDY é uma viagem pelos anos oitenta, testemunhada por um cineasta neófito. São cinediários inéditos de Edgar Pêra: as Ruínas do Chiado, o quotidiano em Lisboa e Madrid, os Estados Gerais do Cinema Português, e sobretudo intervenções de bandas pop - a principal referência cultural dessa época. PUNK IS NOT DADDY testemunha o crescimento e ocaso dos Heróis do Mar, os bastidores dos GNR num concerto da APU, os concertos abrasadores dos Xutos & Pontapés, a sonoridade céltica dos Sétima Legião, a pop despudorada dos Delfins, a militância dos Clandestinos, a rodagem dos videolips dos Rádios Macau. E

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Rádio Macau

GNR

Edgar Pêra até a polémica da Final do Concurso de Música Moderna do Rock Rendez Vous, os ensaios dos Censurados no apocalíptico quarto de João Ribas ou o derradeiro (anti)concerto do RRV com os Zao Ten de Farinha Master. PUNK IS NOT DADDY retrata, na primeira pessoa, a primeira década descomprometida com o fascismo, já com a revolução em eco. Finalmente, arte em liberdade.


Cultura

«UM HOMEM SINGULAR» Aos olhos de uma jovem de 16 anos Principalmente para os jovens, que estão, em princípio, menos informados acerca destes episódios da história do nosso país. Eu aprendi muito. Manuel Teixeira Gomes, presidente na Primeira República Portuguesa, era um homem auto-disciplinado e rigoroso em todas as tarefas que empreendia. Foi o sétimo presidente da República Portuguesa e o primeiro Algarvio. Natural de Portimão, apaixonou-se, aos 39 anos, por Belmira das Neves, uma jovem adolescente de 14 anos. Morreu em 1941, em Bougie, na Argélia. Em relação às diferentes componentes da produção, destaco em primeiro lugar o cenário, que me agradou bastante pela forma como envolvia as personagens. Como se a acção se passasse dentro de uma câmara fotográfica e os actores representassem o momento em que cada uma das fotografias tinha sido capturada.

que há: Paixão! O teatro implica entrega. Essa é uma das razões pela qual considero que os jovens não compreendem a essência do Teatro.

Caracterizam muito bem os valores de libertação e de esperança. A emocionante dança da Ana Filipa Antunes, apenas acompanhada pelo silêncio, deixou-me a mim e pelo que senti, todo o público contagiado pela cena. E como foi bom ouvir o nosso Hino ser tocado daquela forma tão profunda por José Alegre! No que diz respeito ao vídeo que passou ao longo da peça, com o símbolo feminino da República a vaguear por paisagens desertas, provocou alguma discussão entre amigos meus. A reacção da maioria foi negativa. ConEsta peça é uma forma inter- sideram não haver razões para uma essante de ficarmos a conhec- actriz se expor daquela maneira, para se submeter a essa situação. Eu acho er melhor a nossa história.

de pudor. Acho apenas que a imagem da Primeira República Portuguesa é suficientemente conhecida e talvez se tenha tornado um pouco exagerado toda aquela exposição. Teria achado mais interessante a transmissão da mesma mensagem através de outro simbolismo, ou somente não terem realçado tanto este. No cômputo geral, considero uma peça muito divertida que me deu a conhecer muito melhor todos aqueles factos da vida de Manuel Teixeira Gomes. Penso revê-la novamente (talvez no nosso grande Teatro Lethes) para assimilar algumas coisas que não estão ainda muito claras no meu pensamento. Por agora, desejo as maiores felicidades à ACTA.

por Catarina Silva

A essência do Teatro

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o reflectir sobre o desafio de escrever sobre esta peça de teatro várias questões surgiram na minha cabeça. O que será que os jovens de hoje em dia esperam de um peça de teatro? Será que se interessam sequer em ver teatro? Efectivamente, não sinto que os interesses dos jovens da minha idade passem pelo teatro. É o que me apercebo nas conversas e nas suas atitudes. Preferem o cinema, a música, a tecnologia… Talvez esse desinteresse seja devido à falta de hábito, à educação e ao desconhecimento da essência do teatro. Porque se a conhecessem, não tenho a menor dúvida que iriam substituir muitas das suas actividades normais por idas ao teatro. É sempre com agrado que assisto às peças da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. O tema desta produção não é o mais apelativo para os jovens mas, mesmo assim, acho que é um espectáculo que vale a pena ver. «Um Homem Singular» retrata episódios da vida de Manuel Teixeira Gomes, através de cenas que são registos fotográficos.

Porém, questiono:

Teria sido necessário focar A música e a dança são outros tanto a ideia de nudez? dois elementos fundamentais Não coloco esta questão por razões na peça.

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O Centenário da República

Escola

uma palestra na escola por Rita Baptista

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o passado dia 6 de Outubro, teve lugar no auditório da nossa escola uma palestra relativa às comemorações do Centenário da República, proferida pelo professor António Rosa Mendes, da Universidade do Algarve. O professor António Rosa Mendes começou por apresentar os problemas que a Monarquia enfrentava. De acordo com a Carta Constitucional então em vigor, o rei não passava de um árbitro que controlava dois partidos que pouco diferiam de programa político e governavam em rotativismo. Esta situação permitia um enorme abuso de poder por parte do governo e um consequente controlo dos cargos políticos. Assim, num país onde o voto ainda não era universal mas sim censitário, de nada adiantava aos poucos cidadãos que a ele tinham acesso a detenção desse direito, uma vez que acabavam por se deparar constantemente com um governo "rotativo" que quase nada ouvia a voz do cidadão. O partido Republicano, criado na década de 1970, ia conseguindo implantar-se, explorando junto das massas os escândalos financeiros e políticos da Monarquia. O que pretendiam os republicanos? Um Estado que não dependesse de um líder encontrado por sucessão, a diminuição da importância da Igreja católica - liberalizando a religião e criando o registo cívil - e, acima de tudo, o direito à cidadania e à participação mais activa na política do seu país. Com o crescente descontentamento popular, o inevitável aconteceu. O

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Regicídio, a 1 de Fevereiro de 1908, quando a familia real regressava de Vila Viçosa, onde passava longas temporadas. Sem rei e príncipe herdeiro, os restantes dois anos de Monarquia Constitucional no nosso país tiveram como monarca um jovem de 18 anos – D. Manuel II - sem qualquer preparação para desempenhar o importante cargo que lhe fora imposto. Esta fragilidade reforçou o Partido Republicano, que reforçava a sua implantação nas áreas urbanas, particularmente em Lisboa, permitindo-lhes, sem grande esforço e quase sem derramamento de sangue, proclamar a República, a 5 de Outubro de 1910 A notícia da queda da monarquia rapidamente se espalhou por todo o país, sobretudo graças ao telégrafo. No entanto, na cidade de Faro os telégrafos não estavam a funcionar, o que aumentou ainda mais a

curiosidade dos populares que já tinham ouvido o boato de que algo de muito importante se tinha passado em Lisboa. Havia ainda a opção de ir a uma estação de comboios informarse junto de alguém que regressasse da capital, porém, na altura, não existiam linhas férreas a sul da cidade de Beja. Assim, os farenses só tiveram conhecimento deste novo regime na noite de dia 5. Muitos se dirigiram à praça de Faro (actual jardim Manuel Bivar) e um popular, de seu nome João Pereira, fez questão de incentivar os populares a dirigirem-se para o Governo Civil, na tentativa de lá hastearem uma bandeira com as cores republicanas – verde e vermelho. Viram a sua tarefa dificultada devido à oposição do Governador Civil, situação que rapidamente foi ultrapassada por um jovem marinheiro que, audaciosamente, conseguiu subir ao arco da vila e lá erguer a bandeira. Num grande clima de felicidade realizouse uma marcha auflambeau, onde só faltou uma banda para animar ainda mais os ânimos; esta só chegou de

Loulé no dia seguinte, pecando por não ter ensaiado previamente a música que todos desejavam ouvir: A Portuguesa. Zacarias José Guerreiro che-


Escola

gou dia 6 de Outubro de Tavira, às 6 da manhã, para tomar posse do Governo Civil, e foi neste momento que a por Ana Mafalda Sarmento e Inês Metelo República chegara, efectivamente, a Faro e ao Algarve. O professor palestrante questionou verão trabalhar as propostas exiso auditório se a República teria cortentes de forma a elaborarem aquela que será a proposta da escola na sesrespondido às imensas expectativas são distrital a decorrer em Março no que criara. Concluiu-se que não, uma Auditório do IPJ. Depois, caso a nosvez que problemas como os elevados sa proposta seja suficientemente forte níveis de analfabetismo, o endividampara persuadir os outros deputados ento do país e os bloqueios económidistritais, estaremos na sessão naciocos, entre muitos outros, perduravam. nal, na Assembleia da República nos om o tema “Que futuro para a dias 30 e 31 de Maio. educação (?)” arrancou o pro- O Preto no Branco irá acompanhar as grama Parlamento dos Jovens e na várias etapas deste programa de edunossa escola já existem 4 listas inscri- cação para a cidadania e deseja a totas, mas até 13 de Dezembro ainda se dos os intervenientes uma enriquecepodem inscrever mais listas . A 15 de dora jornada de trabalho.

PARLAMENTO NA ESCOLA

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Chegou-se também à conslusão que a I República acabou por não ser democrática, uma vez que apenas 5% da população podia participar activamente na vida política – apenas votavam os homens que tivessem uma idade superior a 21 anos, que fossem chefes de família e que soubessem ler e escrever -, e porque as grandes apostas políticas republicanas, como da educação e os direitos de cidadania, não se concretizaram de forma satisfatória. A I República acabou por ser deposta, em Maio de 1926, por um golpe militar, que todos esperavam ser de pouca duração, mas que se perpetuou com uma ditadura conservadora - o Estado Novo - que só terminou quase meio século depois, a 25 de Abril de 1974.

Dezembro serão afixadas as listas do Parlamento, para assim começarem a elaborar as propostas para o projecto de recomendação da escola. Ente 17 e 19 de Janeiro dar-se-á inicio á campanha eleitoral, ou seja as listas irão apresentar as suas propostas e às 10:15 do dia 19 haverá um debate no auditório da escola. Por fim, no dia 20 de Janeiro decorrerão as eleições e a 24 de Janeiro ás 10:15 haverá um debate com o deputado do círculo eleitoral de Faro. Ás 14:30 haverá a sessão escolar e nela os 31 deputados escolares de-

Propriedade: Escola Secundária João de Deus Direcção Ana Mafalda Sarmento Redactores: Diogo Leal Catarina Silva Rita Baptista Ana Correia Ana Sarmento Inês Metelo Carolina Roque Rita Engrácia Mafalda Guerreiro David Correia

José Teixeira Diogo Simão Sahuanny Mattos Catarina Pelica Gonçalo Pires Sarah Virgi Joana Cavaco Beatriz Paixão Beatriz Barra Carolina Piquet Ana Amado

Autor do logotipo Ingo Martins Editores gráficos: Jessica Conceição Ingo Martins Rafaela Oliveira Carolina Piquet Ana Amado Gonçalo Abreu André Jesus Vera Matias

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Escola

Estágios Profissionais na Bélgica de Ana Amado e Carolina Piquet

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o dia 1 de Maio, partiram de Faro dez estudantes e quatro professoras rumo à Bélgica a fim de frequentar o estágio obrigatório dos cursos profissionais. Aterrámos em Charleroi, onde ficaram três alunas acompanhadas pelas professoras Ana Paleta e Ausenda Oliveira, depois seguimos caminho para Namur. Como não pode faltar em nenhuma viagem tivemos alguns episódios caricatos. Tudo começou quando nos apercebemos, depois de subirmos um lance de escadas, que estávamos na linha errada e tinhamos de voltar a descer e subir, isto tudo com malas de 20kg atrás. Com a chegada à cidade, e sem termos noção da localização do hotel onde iriam ficar as professoras, Carina Cavaco e Emília Barata, seguimos novamente o caminho errado. Após encontrarmos o hotel, contactámos os donos das casas que alugámos previamente. Rapazes para um lado raparigas para outro. Ia assim começar uma aventura de seis semanas. Na primeira semana fomos conhecer o nosso local de estágio – IATA. Fomos a Charleroi visitar o Museu de Fotografia, também percorremos a capital do reino da Bélgica, no fim destas viagens as professoras, que nos acompanharam, regressaram a Portugal. As semanas seguintes passaram-se todas no Instituto onde assistimos a aulas de diferentes turmas, como serigrafia, fotografia, video e impressão gráfica.Tivemos oportunidade de conhecer Liège onde estivemos a convite de um dos professores que conhecemos no estágio. Visitámos as minas, o mercado popu-

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lar, a cidade. Ao fim do dia o professor convidou-nos para jantar na casa dele. Como não podia faltar apresentou-nos a bela noite de Liége. Mais semanas se passaram até que chegamos à, antes mais esperada e agora menos desejada, última semana. Os dias estavam todos programados. Segunda e Terça-feira eram as despedidas no IATA e a entrega de algumas lembranças. Quarta o dia era destinado a Bruxelas. Quinta era a vez de Bruges. Sexta e pior dia, as arrumações da casa. E assim foi. Fomos os dez a Bruxelas em busca dos "souvenires" perfeitos para os mais importantes que nos esperavam em Portugal. No dia seguinte repetiuse a viagem mas desta vez a Bruges. O motivo agora era o chocolate com tudo o que viesse dele, e claro as lembranças que faltavam. E finalmente o dia das arrumações, era sexta, tempo de arrumar a casa e as malas, no sábado estariamos de volta à nossa cidade, ao nosso país, à nossa rotina, aos nossos pais. O que nos separava era um voo de 3 horas.


Escola

As Obras na Escola

Preto no Branco entrevista Parque Escolar

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o passado dia 23 de Novembro, as alunas Carolina Roque, Inês Metelo, Rita Engrácia e Ana Mafalda Sarmento realizaram uma entrevista ao Engenheiro João Gonçalves para saber ao certo o que iria acontecer nesta primeira fase da obras na escola. Preto no Branco – Um contentor não tem capacidade para a quantidade total dos alunos que frequentam o bar nos intervalos e na hora de almoço. Agora com a chuva como é que pretendem solucionar esse problema? Eng.Goncalves – O professor Rogério da escola já solicitou à Parque Escolar uma extensão da parte coberta. Aguardamos a decisão da Parque Escolar. PB – A segurança do pessoal docente e não docente da escola será afectada pelas obras? Eng.Gonçalves – Não. PB– Os cacifos irão mudar de lugar? Eng.Gonçalves – Não. Ficam no

mesmo lugar mas na 2º fase teremos que mudar de lugar. PB – Quando o ginásio estiver em obras onde iremos ter aulas de Educação Física? E quando chover? Eng.Gonçalves – No exterior. E as obras só irão decorrer depois do Inverno, ou seja mais para o Verão. PB - Está a decorrer uma Petição online para a não destruição da escadaria principal. Graças a isso estão a pensar em remodelar o projecto? Eng.Gonçalves – Sim, foi solicitada uma segunda variante para as escadas e estamos à espera da resposta do arquitecto. Ainda se pode considerar no projecto uma alteração às escadas.

NOTÍCIAS CURTAS A obra em si vai demorar 18 meses. O projecto que podemos observar na figura , é a 1ª fase da obra estando o edifício da escola dividido em várias “fatias”, a cada “fatia“ corresponde uma letra (A, B, C, D, E). A zona C vai ser alargada , porque actualmente é mais “magrinha” e vai deixar de ser bar e passar a ser biblioteca. As “fatias” D e E vão ser requalificadas. O que implica o conceito “requalificação”? • criação e melhoramento de salas de actividades e salas polivalentes • criação e qualificação de diversos espaços de apoio • arranjo de espaços exteriores • melhoria das condições de climatização dos espaços interiores. Nos próximos números o Preto no Branco dará notícias relativamente às 2ª e 3ª fases da obra de requalificação da Escola Secundária João de Deus.

Mapa da 1ª fase das Obras

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Escola

Viagem a Parma

Com

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por Ana Sarmento e Inês Metelo

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a última edição do Preto no Branco não referimos a visita a Itália no âmbito do Projecto Comenius. A fim de corrigirmos o nosso erro decidimos nesta edição realizar uma entrevista aos alunos envolvidos neste projecto, David Correia e Gonçalo Pereira.

Preto no Branco – Em que cidade estiveram? David – Em Parma, Itália. Preto no Branco – Qual foi o objectivo? David – Mostrar a música tradicional Portuguesa Preto no Branco – Que músicas cantaram/tocaram? David – Lisboa Menina e Moça Gonçalo – Lusitana Paixão Preto no Branco – Com quem foram? David - Fomos com o Professor Fernando, com a Professora Rosária Irene e com a Professora Ana Pinto

Preto no Branco – Quantos dias estiveram lá? David – Estivemos 5 dias Preto no Branco –Como foi a experiência? Gostaram? David – Foi um óptima experiência Gonçalo – Gostámos bastante

Preto no Branco – Do que mais gostaram? David – Principalmente de conhecer a cidade. Acho que devia haver mais projectos destes na nossa escola. Preto no Branco – Que projectos têm neste momento? Gonçalo –Tenho uma banda, os Get Loud, de estilo Rock. A minha banda vai gravar algumas músicas para enviar para uma editora e recentemente já gravámos uma. Para conhecerem a banda basta irem a www. facebook.com/getloud. Preto no Branco – Boa sorte e obrigada pela entrevista concedida.

Viagem a Milão

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o âmbito do Projecto Comenius “ Matemática- uma linguagem universal” a nossa Escola esteve presente em Itália, no “Instituto Tecnico Industriale Statale «GALILEO GALILEI» - CREMA, numa reunião de trabalho para organização e preparação das actividades ligadas a esse projecto. Os professores presentes nessa reunião preparatória foram Ana Cristina Martins, Teresa Matias, José Forte Pereira e Nazaré Cassiano. Ficou decidido neste encontro preparatório que, no final do segundo período deste ano lectivo, na deslocação à Escola parceira de Barcelona (que terá lugar no 2º período) participarão 8 alunos da nossa Escola e, no próximo ano lectivo, na deslocação novamente à Escola parceira em

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CREMA- Itália, participarão mais oito alunos. Tu poderás ser um dos seleccionados. Informa-te junto do teu professor de Matemática e participa nas actividades a desenvolver no âmbito deste projecto. Após os encontros de trabalho que decorreram entre o dia 8 e 12 de Novembro, os colegas Italianos fizeram questão de nos guiar nas visitas às cidades de Crema, Verona e Milão. Foi uma experiência altamente enriquecedora que nos permite comparar a nossa actividade com a dos parceiros Europeus e, mais do que isso, permite-nos trocar experiências e aferir da eficácia de cada sistema de ensino permitindo-nos retirar o que há de melhor em cada um deles.

Com

eni

us


Escola

Comenius em Nápoles

por Carolina Roque e Rita Engrácia

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a passada semana de 8 a 13 de Novembro, cinco alunos e duas professoras da nossa escola participaram na mobilidade a Itália através do Projecto Europeu Comenius, que tem como objectivo dar a conhecer aos alunos culturas estrangeiras e mostrar-lhes que os países europeus estão unidos, promovendo também à prática da língua inglesa. Para que tal acontecesse, os 5 alunos (Carolina Roque, Mafalda Vicente e Rita Engrácia-11ºB e Ingo Martins e João Augusto – 12º2) foram convidados a passar as 5 noites e 6 dias na casa de estudantes de uma escola italiana em Gesualdo, perto de Nápoles. No dia 8, segunda-feira, partimos do aeroporto de Faro às 11.50h, fazendo escala em Lisboa e chegando a Roma às 18.30h. Ao chegarmos ao aeroporto Leonardo da Vinci, Roma, esperaram-nos mais três horas e meia de autocarro, até à pequena vila de Gesualdo. O autocarro parou no hotel em que os professores iriam permanecer, que se tornou também o ponto de encontro com as nossas famílias de acolhimento. Todas as pessoas envolvidas mostraram-se desde o princípio muito acolhedoras e atenciosas, preocupadas com o nosso bem-estar e aceitando-nos a nós e à nossa cultura desde o 1º dia. Durante a nossa estadia, levantámonos sempre entre as 5h e 7h da manhã pois para cada dia estava reservada uma visita, sendo que durante a semana tivemos apenas uma tarde livre. As visitas organizadas deram-nos a oportunidade de conhecer as Ruínas de Pompeia, a cidade de Nápoles, o Palácio e o Parque de Caserta e, no último dia, Roma. Ao contrário do que aconteceu na mobilidade a Portugal, os estudantes e professores italianos acompanhavam-nos em todos as visi-

Projecto Comenius – Mobilidade a Itália – 2010/11

tas, mostrando-se sempre disponíveis para nos explicar e dar a conhecer um pouco mais sobre a sua cultura, sociedade e hábitos. Estes apresentavam também muita curiosidade em conhecer mais sobre Portugal e os seus costumes, bem como pela nossa maneira de falar. Ao fim do dia regressávamos sempre às nossas famílias, que nos recebiam sempre com pratos cheios de comida tipicamente italiana e se mostravam sempre muito curiosos em relação ao que estávamos a achar da nossa viagem. A comunicação com as famílias e com o resto dos participantes do projecto mostrou-se uma barreira no início, uma vez que as famílias não eram fluentes em inglês e não compreendiam o português, fazendo com que nos coubesse a nós adaptar-nos à língua italiana. Assim sendo, as muitas conversas que surgiam, principalmente à mesa, davam-se num idioma que era a mistura de inglês, português, italiano, espanhol e até um pouco de francês. Pudemos constatar que a maneira de ser dos habitantes daquela vila é bastante semelhante à dos farenses, mostrando-se muito descontraídos, simples e humildes, o que permitiu com que nos compreendêssemos mutuamente e nos relacionássemos de uma forma mais próxima. Este projecto permitiu-nos, além de conhecer um país maravilhoso, viver durante uma semana o dia-a-dia

italiano: experimentámos os pratos caseiros, aprendemos a língua, a sua maneira de estar e relacionar com os outros, a sua vida em casa e a sua rotina, algo que não teríamos oportunidade de experienciar caso visitássemos Itália com a nossa família. Queremos assim agradecer a oportunidade às professoras Maria João Seruca e Teresa Jerónimo por nos terem acompanhado na viagem e permitido que fossemos italianos durante uma semana!

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Curiosidades

Assim como nós comemos um prato de sopa e outro de carne, os italianos comem como primeiro prato uma massa com molho, seguido de outro prato de carne. Bebem mais água com gás do que água natural Ao cumprimentarem-se dão 2 beijos, começando pela direita, ao contrário de Portugal (o que deu origem a algumas situações embaraçosas) Usam Ciao para Olá e Adeus Comem a massa apenas com o garfo, na mão direita Em Itália, passámos ao todo 29 horas e meia dentro de um autocarro!

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Viver numa escola moderna vai transformar os alunos desta Escola A Ministra da Educação, Isabel Alçada, esteve na nossa Escola no dia 17 de Setembro para lançar a primeira pedra das obras de requalificação do edifício e dos espaços envolventes. O Preto no Branco esteve presente e não perdeu a oportunidade de colocar algumas questões através das alunas-jornalistas Beatriz Paixão e Ana Beatriz Barra. A reportagem fotográfica ficou a cargo das alunas-fotógrafas Carolina e Jessica Conceição. Preto no Branco - Sra Ministra, nós gostávamos de saber qual é a sua opinião sobre este projecto de requalificação da nossa escola. Ministra da Educação - Eu achoo essencial para o desenvolvimento da educação no nosso pais. Nós precisamos de escolas que ofereçam boas condições para o estudo e para o ensino, precisamos de escolas que tenham equipamentos adequados ao estudo no século XXI, o que inclui naturalmente os equipamentos que permitem recurso á informação que está em suporte digital e precisamos de escolas com bibliotecas, com campos de jogos, com refeitórios adequados, com salas de estudo para os alunos, com salas de trabalho para os professores e de salas de aula, também equipadas de forma a que o ensino se torne um ensino de qualidade. Ele já tem qualidade, no nosso pais o ensino tem qualidade, nós temos uma boa escola mas precisamos de ir actualizando e este projecto de requalificação das nossas escolas permite que as escolas estejam na sua época, ou seja, é que é no princípio do século XXI que nós vivemos. Depois há um outro ponto que me parece muito importante e que às vezes não surge à primeira vista, é o facto de as pessoas poderem ser educadas em sítios que têm marcas de modernidade. Nós precisamos de valorizar o passado, a herança cultural mas também precisamos de sentir que o presente e o futuro nos rodeiam, nos abrem portas

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e perspectivas e o facto de termos edifícios que têm a arquitectura contemporânea, eu sei e sinto que vai criar aos alunos a possibilidade de terem uma outra imagem do que é a estética do século XXI. Viver numa escola moderna, ou que tem uma parte antiga e uma parte moderna, acho que vai transformar os alunos desta escola.

mos é que, tanto os professores como os alunos, vão mais longe no trabalho que fazem e que tenham muita atenção aos resultados e que vão, continuadamente, ao longo do ano, verificando se há de facto um progresso, e não nos passa pela cabeça qualquer solução de facilitismo. Isso não interessa nem aos alunos nem ao nosso país. Nós queremos é que os alunos PB - O jornal Público noticia hoje estejam bem preparados, saibam que vão ser lançadas medidas pelo mais, estejam mais desenvolvidos, e Ministério da Educação para que as que isso se reflicta nos resultados. notas dos exames de Português e de Matemática subam 4%. Pode con- PB - E como pensa reduzir as retencretizar essas medidas? ções? Os jornais desta semana anunM.E - Fundamentalmente é focalizar ciam uma descida dos actuais 18.7 muito bem o trabalho da sala de aula para 12% em 2015. e que os alunos se apliquem, que haja M.E - É na mesma linha, a resposta condições de trabalho para que as que eu dei em relação ao aumento pessoas tenham consciência de como dos resultados também vale para a essas duas áreas são importantes. E diminuição das repetências. Se housão medidas que têm a ver com o au- ver muita concentração naquilo que mento da exigência e da qualidade da é essencial, no estudo efectivo, se as auto-exigência. O que nós pretende- pessoas se concentrarem e dedica-


À conversa com

rem tempo ao estudo, se houver uma monotorização, um acompanhamento dos resultados, naturalmente isso também se vai reflectir na diminuição das taxas de repetência. PB - O nosso tempo de aula, no ensino secundário, é de 90 minutos. Acha adequado? M.E - Nós estamos com um trabalho de análise dessa questão no Ministério da Educação. A questão do tempo de aula é uma questão que tem que ser vista por pessoas competentes, especialistas nesse domínio, e nós, no quadro da análise que estamos a fazer desta questão estamos a ponderar alguma alteração mas provavelmente o mais certo é que as escolas possam ajustar àquilo que consideram o ritmo conjunto dos livros é pesado no ormais adequado çamento das famílias mas temos que pensar que é um bem inestimável, os PB- Há quem não tenha possibi- livros são essenciais. O estado apoia lidades económicas para frequentar, a compra dos livros para os alunos sequer, a escola. Não acha exorbitan- mais carenciados mas temos que ver tes os preços dos manuais escolares? o seguinte, se compararmos o preço M.E – Hoje no nosso país, as pes- dos livros com o de outros bens – aos soas ás vezes têm dificuldades mas quais nós também gostamos de ter não se pode dizer que não frequentem acesso – aí já a nossa opinião sobre o a escola porque não têm apoio. Nós preço dos livros fica mais moderada, temos a Acção Social Escolar que não é? E muitas vezes, as pessoas poapoia os alunos e famílias. No en- dem ter que se privar de outro bem no sino secundário temos também bol- momento em que têm de comprar os sas para as famílias e isso de alguma livros. É natural que assim seja mas forma ajuda e garante que não há nin- não podemos dizer é que, em caso alguém que deixa de estudar por não ter gum, um aluno deixará de poder esrecursos, por não ter a possibilidade tudar por não ter capacidade de comde pagar os estudos. Aconteceu no prar os livros. Isso é uma coisa que no passado, não acontece no presente e nosso país é impensável. nós queremos absolutamente que isso nunca mais aconteça no nosso país, PB – Todos os dias ouvimos notícias que as pessoas todas estudem porque sobre a dívida pública e o défice actuo estudo é um bem inestimável e para al do nosso país. Nesta escola vão ser todos. Quanto ao preço dos livros, à gastos cerca de 12 milhões de euros medida que avançamos no sistema para fazer a sua requalificação. Não educativo, os livros vão sendo mais acha que é um pouco ... de mais? caros, no ensino secundário são mais M.E- Não, não é, porque o investicaros do que nos primeiros anos. Nós mento em educação tem que ser um sabemos que quando se compram os investimento num projecto que ofelivros no início do ano, o preço do

reça condições de durabilidade. Nós não podemos gastar pouco porque gastar pouco significa desperdiçar, quando não estamos a garantir qualidade. O que nós temos que fazer é projectos em que o investimento seja indispensável, e é o caso. É um investimento em equipamentos indispensáveis, é um investimento em que os materiais e todas as soluções encontradas pelos técnicos são soluções sóbrias. Nada do que se vai aplicar nas escolas é excessivo ou desperdício. E, portanto, é um investimento seguro e é um investimento que nós fazemos para o futuro, para garantir que aquilo que agora estamos a construir não vai ficar logo questionado porque não era de qualidade, porque não era adequado ou porque os materiais eram fracos e imediatamente precisam de recuperação porque não correspondiam à necessidade. PB – Muito obrigada, Sra Ministra. M.E – Obrigada também, só queria ainda acrescentar, porque me esqueci há pouco, uma outra razão para justificar este investimento nas obras de requalificação dos edifícios escolares. É a criação de emprego. Este projecto de modernização do parque escolar cria empregos no nosso país e isso é muito importante.

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Escola

O cinema e a escrita criativa uma experiência em curso por Ana Correia

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o âmbito dos Serviços de Apoio às Bibliotecas Escolares da Biblioteca Municipal de Faro e da Rede Concelhia das Bibliotecas Escolares de Faro e com o apoio da iniciativa VER para LER da Direcção Regional de Educação do Algarve desenvolvese este ano um projecto intitulado Cinema entre Linhas no qual participam as turmas 11º5 e 11ºF. Este projecto pretende estabelecer e explorar uma associação permanente entre o filme e o livro, rentabilizando a adaptação de obras literárias ao cinema, utilizando o filme como promotor da leitura. Vejamos as fases do projecto: •1 Sessão de cinema com apresentação e comentário realizada na Biblioteca Municipal de Faro (10º5) ou na sala de aula (11ºF) •2 Oficinas de `Leitura e Escrita ` du-

rante este ano lectivo que terão lugar na Biblioteca Escolar ou na sala de aula com a duração de 90` cada (1 em Novembro e 1 em Janeiro) •1 Conversa sobre cinema e literatura na Biblioteca Municipal de Faro com a Coordenadora do Programa JCE

E o que é que já aconteceu? Após o visionamento do filme escolhido para este ano lectivo (O deus das moscas, Harry Hook, 1989, duração 87`) os alunos participaram numa oficina de escrita criativa. Num dos jogos realizados e que visava a criação de textos de reinvenção/descoberta das personagens através da caracterização de estereótipos , chegou-se a

vários produtos colectivos, tais como: “Era uma vez um rapaz fofo que muitas vezes se atrasava para o emprego pois andava lentamente. Quando chegava todos se apercebiam pois os seus passos pesados denunciavamno. Tinha tudo em grande e rosava facilmente. Era feliz e uma grande pessoa. Espalhava felicidade. “ (Luís, Filipa, Rita, Andreia e Ana Filipa do 11ºF) “Sem aquilo que o caracteriza vê o mundo de maneira diferente, pequena ou distorcida. Intelectual que tem sempre boas notas e muito competitivo. Pode muitas vezes ser introvertido tendo a aparência de quem está sempre em frente de um ecrã. Tem uma moldura de rosto.” (Adriana, Tiago, Andreia e Diana do 11ºF) Será que a turma 10º5 consegue descobrir o nome da/s personagem/ens?

Professoras ensinam português a alunos e professores belgas

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o âmbito do projecto comenius Bilateral “Estilos de Vida contemporâneos, as professoras Marilia Andrade e Rosária Irene pro- A bela cidade de moveram um curso de língua portu- Namur, Bélgica guesa para 20 alunos e 4 professores belgas em Namur, Bélgica. As professoras estiveram no Instituto Ilon Saint Jacques, em Namur, de 29 de Novembro a 3 de Dezembro. O curso de língua portuguesa foi intensivo e considerado um sucesso por todos os envolvidos. O primeiro encontro do projecto Comenius Bilateral decorrerá na nossa Escola de 13 a 15 de Dezembro de 2010.

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Escola

O Deus das Moscas na internet ...

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inda que William Golding não seja considerado um escritor de “romances de guerra” é, no entanto indiscutível a presença bélica como “pano de fundo” em muitas das suas obras, sendo O Deus das Moscas uma delas. Na verdade, a guerra levou Golding a pôr em causa uma visão optimista, científica e racionalista do mundo que lhe fora transmitida pelo seu pai. • O Deus das Moscas é um romance distópico (anti-utópico) devido ao seu pessimismo inerente. Pois, apesar da eleição de Rafael como líder e das frequentes reuniões simbolicamente anunciadas pelo chamamento autoritário do búzio, as várias tentativas de recrear a “civilização” dissipam-se rapidamente. • As personagens de Golding servem para representar os diferentes pontos de vista referentes à natureza do mal. Para o Bucha/Piggy o mal não existe, apenas pessoas que se comportam de um modo irracional; para Jack o mal reside fora da humanidade e tem que ser mitigado através de sacrifícios; para Simão, o mal expressa-se através do Deus das Moscas – encontra-se na própria humanidade. • Golding não pretende neste romance examinar a natureza idiossincrática dos rapazes em geral, mas sim a essência da própria humanidade. A ilha transforma-se num microcosmos do mundo dos adultos que se encontra em processo (contínuo) de autodestruição. Simbolismo em O Deus das Moscas Objectos/Personagens – representam: Bucha/Piggy (e os óculos) – Clareza de pensamento, inteligência. Ordem social. Rafael (o búzio) – Democracia, or-

dem Simão – Pureza, bondade, “Imagem de Cristo" Rogério – Maldade, Satanás Jack – Selvagem, anarquia A Ilha – Um microcosmos que representa o mundo A "Cicatriz" – Destruição do Homem, forças destruidoras A Fera – O mal que reside em todos nós, o lado negro da natureza humana. O Deus das Moscas – O Diabo, grande perigo ou maldade

bom do mau. Sem os valores civilizacionais perde-se o sentido da moral. Temas Secundários: O ser humano irá sempre abusar do poder quando este não é ganho. Se lhe fôr possível, o ser humano é capaz de “sacrificar” o próximo para manter a sua própria segurança. O lado selvagem de cada um de nós acaba sempre por vir ao de cima, se a situação assim o permitir. Mais vale avaliar as consequências de uma decisão antes de a tomar do que descobri-las depois. O medo do desconhecido pode ser uma força poderosa que pode levar Tema Principal – ponto de vista se- ao auto-conhecimento ou a um sentigundo o qual sem as regras da socie- mento de histeria. dade, a anarquia e o lado selvagem in CLUBE DE LEITURA DE LAGOS do ser humano prevalece. É a vida – Biblioteca Municipal Dr. Júlio Dantas. em sociedade que nos faz distinguir o Lagos (adaptação)

Temas

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Psycho (1960)

Cultura

uma verdadeira aula de história do cinema por Diogo Simão

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ela primeira vez este ano, a minha turma dirigiu-se ao auditório da Biblioteca Municipal para participar no programa Juventude Cinema e Escola (JCE). Tínhamos apenas a promessa de um clássico do cinema e a cena da morte no chuveiro que toda a gente conhece… Assim que a professora encarregada do projecto acabou o seu discurso inicial e o tema principal do filme soou, o auditório inteiro sabia que estávamos prestes a entrar na imaginação de alguém que nos levaria aos limites do suspense. A promessa de um verdadeiro épico foi-nos retirada logo ao princípio, pois, verdade seja dita, o início deixou bastante a desejar. Apenas a música e o estilo visual de Alfred Hitchcock nos deixava alerta. Parecia algo bastante simples, com a vaga história de um casal que quer casar mas não tem dinheiro para começar uma vida numa cidade nova. A mulher (Marion) trabalha num banco e fica encarregada de um grande depósito. Mas ao aperceber-se que esta pode ser a solução para os seus problemas, fica com o dinheiro e foge da cidade, com intenção de ir ter com o seu amado. Mais tarde o seu patrão apercebe-se do roubo e fica tremendamente importunado. TRAIÇÃO! INTRIGA! PAIXÃO! As capacidades de Hitchcock para criar uma história romântica cativante são postas à prova, e penso que dificilmente passarão no teste... Depois de se ver perseguida pela polícia, comprado um carro novo e fugir nele noite adentro, Marion sai da estrada principal e acaba por en-

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contrar refugio num motel… E a história irá desenvolver-se a partir da relação de Marion com os donos do motel: Norman Bates e a sua mãe. Eu vou ser bastante sincero com vocês: Norman Bates é totalmente dominado pela sua mãe, o que é uma pena porque vê-se que o sujeito tem uma mente prodigiosa e bastante filosófica! A mãe é uma psicopata maníaca que

faz de tudo para proteger o seu menino contra todas as más pessoas que aparecem na sua vida. Amor de mãe, o que se pode dizer… Não vou contar o resto da história, porque muito simplesmente é bom ser apanhado de surpresa no cinema de vez em quando… E Psycho foi o primeiro filme na história a ter um twist final tão bem feito. O filme de Hitchcock já não se enquadra totalmente nos parâmetros da nossa sociedade, já que todos estamos habituados a ver aquelas comédias românticas baratas, nos sábados

à tarde na TVI. Todas elas nos dão histórias parecidas com Psycho! Só que esta obra-prima foi a mãe de todas essas comédias ou filmes de terror baratos. Vê-lo é uma verdadeira aula de história do cinema: Hitchcock ensina-nos como foi feita a evolução nesta indústria, frisando bem que era ele próprio que estava a ser o revolucionário! Demora a perceber o que o filme tem de especial, mas quando realmente nos apercebemos do que se passa no ecrã, vê-se um vírus a propagar-se em todas as direcções. A sensação de que algo de imparável está a acontecer e não podemos fazer nada para evitálo… Imparável e verdadeiro como só o mal consegue ser… Tão imparável que a música aguda de assassínio acordou o meu colega do lado que estava a dormir à mais de meia hora… É o único pecado de Psycho: levar demasiado tempo a aumentar o ritmo cardíaco. Mas ao aumentá-lo vai-nos deixar com a máscara da morte na cara e um sorriso louco nos lábios. Vai-nos deixar desamparados com a ideia que todos os que tiveram algo a ver com esta história irão morrer… Que o Mal existe e não morre, apenas se esconde… Vai-nos deixar com medo… É claro que meia dúzia de malucos que estavam a cantar durante a sessão do JCE não conseguiram realmente perceber o que o filme representava… Mas após ver Psycho qualquer um os desculpava… Afinal de contas, todos ficamos malucos de vez em quando.


Cultura

CONHECER MELHOR do realizador Alfred Hitchcock

Psycho

por Inês Metelo e Ana Mafalda Sarmento

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sycho é uma longa-metragem de suspense/terror baseado no livro de Robert Bloch e com uma banda sonora criada por Bernard Herman inconfundível e muito conhecida. Este filme estreou em 1960 e apesar de na altura já existirem filmes a cores, Hitchcock preferiu que este fosse a preto e branco. Nos papéis principais podemos encontrar Janet Leigh a interpretar Marion Crane e Anthony Perkins como Norman Bates. Na época em que este filme estreou, foi polémico mas é muito galardoado hoje em dia. Foi nomeado para melhor realizador, melhor actriz secundária, melhor fotografia e melhor direcção de

arte mas apenas Janet Leigh ganhou o Globo de Ouro de melhor actriz secundária. Este filme foi considerado o 18º melhor filme de todos os tempos pelo AFI (Instituto Americano de Cinema) e 11º melhor filme de todos os tempos e melhor do género de terror pela revista Entertainment Weekly. Os custos de produção do filme foram 800.000 dólares e este facturou 40 milhões nas bilheteiras. Mais tarde em 1998 foi feito um remake a cores deste filme por Gus Van Sant cujos actores principais foram Vince Vaughn, Anne Heche and Julianne Moore, no entanto não foi tão apreciado pelo público em geral como o original.

VOLUNTARIADO PARA A QUALIDADE DA ÁGUA por Joana Silva e Luís Grade

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o dia 9 de Dezembro de 2010, no âmbito do Projecto Voluntariado para a Qualidade da Água, realizouse uma recolha de água na Fonte Filipe, em Loulé, na qual participaram 11 alunos desta escola dos 11º e 12º ano, juntamente com outros de outras duas escolas, que se disponibilizaram para este trabalho. Este Projecto integrase na Directiva Quadro de Água do Concelho da Europa (regulamentação para a acção dos estados membros no domínio da política da água) e, na nossa região decorre sob a responsabilidade da Administração da Região Hidrográfica do Algarve, I. P. (ARH). Depois da recolha da amostra regressámos à escola para analisar em laboratório a qualidade da água, a partir do número de macroinvertebrados que são sensíveis á qualidade da água. O resultado da análise conjunta das escolas envolvidas foi que a qual-

idade da água da Ribeira da Fonte Filipe é excelente. O principal objectivo desta acção é a participação pública na qualidade ambiental através da criação de uma rede de voluntários cuja missão é zelar pelo “bom estado ecológico relativamente a corpos de água Europeus até 2015”, tendo em vista que o curso de água é um ecossistema com habitats a proteger e, ainda, fornecer uma boa qualidade da água para um uso sustentável, equilibrado, e equitativo da água.

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Escola

Sergio Sousa, piloto da BMW

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érgio Sousa começou a correr em 2005, foi terceiro na primeira corrida e no ano a seguir sagrou-se Campeão Nacional por Equipas. Em 2007, com 14 anos, participou na Final Nacional do Total/ ELF Challenge, na categoria sénior. Competindo lado a lado com os melhores pilotos portugueses, desde Pedro Chaves (ex-piloto de Formula 1), Bruno Magalhães (Bicampeão Nacional de Ralis), Filipe Albuquerque (piloto da Audi e recentemente ganhou a Race of Champions), entre outros, classificando-se em segundo lugar. Esteve parado até 2009 devido à falta de patrocínios, nesse ano alcançou o 3º lugar na Taça de Portugal na categoria Rotax Max, categoria sénior. Em 2010 foi convidado a integrar a equipa campeã ibérica, mas a meio da época foi submetido a cirurgia o que comprometeu os seus objectivos.

BMW A BMW Motorsport durante vários anos organizou campeonatos de Formula BMW, uma categoria por onde passam a maioria dos pilotos que ambicionou chegar à Formula 1 vindos do karting. Pela Formula BMW já passaram pilotos desde Sebastian Vettel, actual campeão do mundo, bem como Timo Glock, Sebastien Buemi, Nico Hulkenberg, Bruno Senna, Christian Klien, Nico Rosberg, e Adrian Sutil todos actualmente na Formula 1, também Sérgio Perez que se irá estrear na Formula 1 em 2011, Esteban Gutierrez,

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campeão de GP3 em 2010 e Oliver Turvey, piloto de testes da Mclaren. A BMW Motorsport pegou em todos esses anos de experiência e criou uma academia de pilotos denominada de Formula BMW Talent Cup, à semelhança do que fizeram com Sebastian Vettel. Na primeira fase seleccionaram 24 pilotos dos quatro cantos do mundo oriundos do karting, desde sulafricanos a holandeses, finlandeses, holandeses, entre outros, com idades compreendidas entre os 14 e 20 anos. Sérgio Sousa foi o único seleccionado não só de Portugal, bem como de Espanha e França. Os primeiros testes realizaram-se em Monteblanco, Espanha, de 12 a 14 de Novembro. Dos 24 pilotos foi o único que não tinha experiência em monolugares (formulas), realizou o 3º melhor tempo com pista seca. Ao longo dos três dias tiveram o supervisionamento de pilotos muito conceituados com o Dirk Muller e Dirk Adorf, engenheiros e mecânicos, muito experientes e aulas teóricas sobre aerodinâmica e mecânica. Dos 24, apenas 15 foram seleccionados a participar num estágio e consequentemente na Formula BMW Talent Cup. Sérgio foi um deles. O estágio realizou-se em Cartagena, Espanha, dias 22 e 23 de Novembro. Para além dos habituais instrutores, mecânicos e engenheiros, tiveram a presença do actual campeão do Mundo de Formula 1, Sebastian Vettel, que para além de dicas também conduziu um Formula BMW num dos treinos, bem como a presença do director da BMW Motorsport o Dr. Mario Theissen.

Currículo 2005 -3º lugar na sua primeira corrida -6º no Troféu Kip -5º na Taça de Portugal 2006 -Campeão Nacional por Equipas -3º no Troféu KIP -4º na Taça de Portugal -5º no Campeonato Nacional de Karting 2007 (categoria sénior) -2º lugar na Final Nacional da Total Challenge Elf -Troféu 20 anos do Clube Amizade 2009 (categoria sénior) -3º na Taça de Portugal -Rotax Max Challenge -Campeonato Ibérico -Final Nacional Rotax 2010 (categoria sénior) -4º Winter Series Rotax -7º Rotax Max Challenge


Escola

Condução do Carro

Minha experiência

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oi uma experiência única, embora a minha falta de treino em monolugares, tentei maximizar o tempo dentro e fora de pista para absorver o máximo de conhecimentos e informação, não só em termos de condução, bem como conhecer todos os aspectos do carro, telemetria e comunicação via rádio. Tive o privilégio de ter os melhores “professores do mundo”, desde o Campeão do Mundo de Formula 1, pilotos das 24 Horas de Nurburgring, Le Mans e dos Mundial de Turismos, entre outros, bem como uma equipa técnica recheada de en-

genheiros e mecânicos com largos anos de experiência. Esta experiência também me moldou como pessoa, ao longo de vários dias convivi com gente de todo o mundo, de diferentes culturas, bem como o convívio directo de perto com a mentalidade e produtividade alemã. Foi um enorme privilégio, pois oportunidades destas não nos batem todos os dias à porta. Dei o meu melhor. Quero também agradecer a todos que tornaram tudo isto realidade e que acreditaram na minha dedicação e talento.

A condução de um formula é totalmente diferente de qualquer outro tipo de veículo. Devido ao downforce, conseguimos fazer as curvas muito mais rápido, principalmente curvas a alta velocidade, pois quanto maior a velocidade mais downforce é gerado. Devido ao seu pouco peso, menos de 500 kg, e à caixa sequencial é muito rápido em linha recta e a sua travagem muito eficaz. Em Monteblanco, chegava ao final da recta no limite da sexta mudança, bem acima dos 200 km/h e a curva que sucede a recta é um gancho de 180º e apenas travava 80 metros antes da curva. Quando chegamos aos 200 km/h o barulho do vento é tanto que deixamos de ouvir um pouco o motor e o capacete abana um pouco.

O sergio na web O website do Sergio é www.sergiosousa.net Pode-se ler noticias sobre os testes que efectou em: http://projectokarting.blogspot. com/2010/11/durante-tres-diassergio-sousa-esteve.html http://projectokarting.blogspot. com/2010/12/sergio-sousa-voltatestar-formula-bmw.html http://pi-racing.com/topic. asp?TOPIC_ID=6202&FORUM_ ID=20&CAT_ID=8&Forum_Ti tle=Press+Releases+de+Equip as+Outros+Desportos&Topic_ Title=S%E9rgio+Sousa+confirma http://www.youtube.com/watch? v=ZwwQ2KKUvlI&feature=cha nnel

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À conversa com

Hip-hop - onde quem canta conta a sua história por David Correia e José Teixeira Preto no Branco: Tiago, no mundo musical és conhecido por Argel, certo? Tiago: Sim PB: Desde quando é que surgiu esse teu interesse pela música? Tiago: Desde os 7 ou 8 anos, desde os tempos da minha infância, comecei a cantar na brincadeira a dar improvisos com o Sebastião, depois perguntaram-me aos 16 anos porque é que não gravava, depois gravei e gostei. Essas mesmas pessoas também gostaram. Quando era miúdo ofereceram-me um CD dos Da Weasel, depois na primária ouvia Boss Ac, agora tenho 18 anos e não consigo ficar um dia sem fazer música. PB: E qual é o estilo musical com que mais te identificas? Tiago: Hip-hop PB: Soubemos que lançaste um projecto há relativamente pouco tempo, fala-nos um pouco sobre ele. Tiago: Chama-se Mixtape Reviravolta, saiu há 2 meses, demorei por volta de 4 meses a fazê-lo, decidi fazê-lo porque gosto de cantar, gosto de pegar no caderno e escrever. PB: E participaste só tu ou houve outras participações? Tiago: Houve várias participações. Participou o Billy, foi por causa dele que comecei a cantar, o Don Ema do Patacão, o K aqui da escola, o Dom Jaime do Bom João, o Robas que é lá da minha zona, e fui eu quem o meteu a cantar e ainda o Hedinho do Montenegro. PB: Achas que as pessoas estão a aderir á tua música? Já tiveste algum feedback? Fala-nos sobre isso. Tiago: Tenho imenso feedback, mais lá de cima do que cá em baixo. Cá

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Entrevista a Tiago Argel www.myspace.com/escaperec

em baixo também tenho algum, mas não gosto muito de mostrar a minha música porque a faço para mim, para eu ouvir e o people cá da minha zona está sempre a ouvir, não sou de Faro mas o pessoal de Faro e do resto do Algarve também estão a gostar da cena. PB: E o álbum, foi gravado onde? Tiago: Na minha casa, comecei uma editora com um amigo de infância chamado Sebastião, que é produtor, faz beats. A editora chama-se “Escape Records” e já tem 2 anos. PB: Fala-nos um pouco do que pensas sobre o hip-hop na tua zona/distrito/Algarve. Tiago: Na minha zona está a ficar forte, há lá 2 ou 3 a cantar, em Faro conheço alguns que cantam, fui conhecendo-os ao longo do tempo, mas no entanto em Faro está um bocado parado, não vejo muita coisa nova, os que eu conheci quando comecei a cantar são os mesmos que cantam agora. No Algarve, o sitio mais forte é Quarteira, conheço algum pessoal de lá, já tive inclusive uma participação num projecto de lá. PB: Sentes que o Hip-hop é bem visto por todas as pessoas? Ou achas que há barreiras e ideias já criadas

na mente das pessoas que dificulta a aceitação deste estilo musical? Tiago: Bem visto não é mas de devia ser, acho que o hip-hop é um estilo diferente dos outros porque é música de intervenção, onde quem canta conta a sua história. Há barreiras já criadas porque as pessoas são ignorantes e preconceituosas, deviam ser mais abertas e ouvir antes de criticar. PB: E concertos? Algum à porta? Tiago: Vou ser sincero, não faço a mínima, porque essas pessoas tanto marcam como desmarcam e não dão datas certas e depois não há condições. O último concerto foi com o Billy no conservatório. Agora no futuro falaram-me de 3 concertos, um no Arcádia, outro na Flow e outro na Tomás Cabreira, mas nada em concreto. PB: Tens novos projectos em mente? Tiago: Estou a trabalhar agora num álbum só com beats originais, nada sacado da internet, arranjei um produtor, ou ele é que me arranjou a mim, chama-se Paulinho, é do Bom João, é mais velho do que eu mas tem imensa qualidade para fazer beats. PB: Só para finalizar esta entrevista, queria que deixasses a tua mensagem a novos artistas que querem começar a sua carreira . Tiago: Quem quer começar, acho que nem vale a pena, porque acho que como isto está, o people não vai a lado nenhum aqui em Portugal. Quem gosta de cantar como eu gosto, bastalhe cantar e não interessa os outros, basicamente é isto. Quem quiser ouvir as minhas músicas vá ao myspace apesar de estar um bocado desactualizado, mas não faz mal, ou então, mais actualizado está no facebook.


À conversa com

Hugo Paixão, um fotógrafo e aluno da nossa escola por Inês Metelo e Ana Mafalda Sarmento Preto no Branco: O que é para ti a fotografia? Hugo: É a minha vida, posso mostrar ás pessoas o que sou pela maneira que capto os momentos, “cada fotógrafo, cada olhar”. PB:Há quanto tempo tens esta paixão por fotografia? Hugo: Começou há 6 anos. PB:.Já frequentaste algum curso ou workshop de fotografia? Hugo: Sim, um curso profissional de fotografia e multimédia. Também frequentei em Loulé vários workshops de teatro e fotografia que me ajudaram a compreender aquilo que eu não sabia ver. PB:Que género de fotografias mais gostas de tirar? Porquê? Hugo: Retratos, porque o retrato é a melhor forma de mostrarmos quem somos. PB:Até hoje quem mais gostaste de fotografar? E porquê? Hugo: Gosto de fotografar toda a gente incluindo pessoas que me proporcionem momentos divertidos. Sem dúvida a minha escolha é Inês Leal porque em termos técnicos foi a única modelo que me proporcionou momentos de aprendizagem e diversão. PB:.Pretendes fazer desta paixão a tua profissão no futuro? Hugo: Sempre, hoje e toda a vida. PB:Quem quiser fazer uma sessão fotográfica ou um book contigo como te pode contactar? Hugo: Pode falar comigo através do facebook (Hugo Paixão) ou email (hugo_paixao_fotografo@hotmail. com). PB:Que conselho darias a todas as pessoas que como tu gostam de foto-

grafia e querem seguir a carreira de fotógrafos profissionais? Hugo: Aconselho que sigam o eu que sentem e nunca se deixem ficar para trás e levem sempre este trabalho avante e nunca se desvalorizem. PB:Há algum fotografo conhecido que admires particularmente? Hugo: A Inês Leal e Mário Príncipe porque cada vez que vejo as fotos deles apaixono-me. Para além de fotografo o Hugo também ajuda na realização de desfiles de moda pela cidade de Faro. PB:Quem teve esta ideia de criar os desfiles de moda? Hugo: A ideia surgiu através da designer/estilista Rossy Pink. PB:Quem os organiza? Rossy Pink é a organizadora mas toda a gente ajuda para a boa realização dos eventos. PB:Normalmente onde são realizados? Hugo: Somos contactados por várias lojas e associações, definimos os espaços para a realização dos desfiles e realizamos também a decoração dos espaços consoante o tema.

PB:Qual é o objectivo dos mesmos? Hugo: Promover a cidade de Faro e dinamizar os espaços. PB:Irão haver mais? Quando e onde? Hugo: Sim, a realização dos desfiles acontecerá sempre que seja possível e a informação dos mesmos poderá ser consultada através do facebook ou na loja Rossy Pink, junto do Pingo Doce da Penha. PB:.Nestes desfiles já foram apresentadas as tendências Outono/Inverno? Quais são elas? Hugo: Sim, as tendências de 2010/2011 são as roupas escuras, tais como preto, cinza, castanhos, cores sóbrias e suaves, a maior tendência deste ano e do próximo será vestidos curtos com corte simétrico e vários padrões. PB:.Há mais alguém da nossa escola a participar? Hugo: A adesão aos eventos em Faro tem sido enorme e podemos sempre contar com a juventude da nossa escola. Uma das nossas maiores colaboradoras tem sido a Sara Machado e várias ex-alunas.

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Escola – Não será o melhor período para ti, estarás em fase de adaptação. Amigos – Hum.. pressinto algumas más energias. Amor - Só a partir de Fevereiro. Escola – É possível que venhas a desenvolver claustrofobia por causa dos caixotes. Amigos –O Orlando é o teu melhor amigo. Amor - Júpiter não permitirá grandes amores, mas o alinhamento de Neptuno e Urano estão a teu favor. Escola – Pouca motivação, o 2º Período corre melhor. Vá, mais ou menos. Amigos – Andam a falar mal de ti. Amor – Vais te apaixonar a próxima vez que comeres um croissant do Orlando.

Escola – Cuidado com as obras. O Além revela-me um acidente com um carrinho de mão. Amigos – Demasiada conversa nas aulas! Amor - Vais descobrir um amor verdadeiro quando saíres da primeira aula no dia 14 de Dezembro.

Escola – Os Deuses dizem-me que a dificuldade em sair da cama só vai aumentar. Amigos – Muitos, um montão deles. Amor – Aconselho-te sabiamente a não iniciares nenhuma relação até Janeiro, esquece a Passagem de Ano.

Escola – Vais pensar em desistir da escola dia 13 Escola – Vais pasmas dia 15 tens sar muito tempo uma epifania e reagarrado(a) aos pensas tudo. livros. Amigos – Algum Amigos – Só deles vai pedir dois é que valem uma prenda de a pena, os outros natal muito cara e vais ter vontade de não. Diz Marte. lhe dizer que é parvo. Amor - É posAmor – As cartas estão confusas… sível que venhas a viver sozinho(a) penso que me estão a dizer que numa casa com 42 gatos. seguirás o caminho do celibato.

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Horóscopo

Escola – Quando acabar a escola, algo importante vai acontecer. Algo relacionado com maçanetas. Amigos – 10 de Espadas. Credo, algo sinistro vai acontecer! Amor – Sabes aquelas histórias de “..e viveram felizes para sempre”? Não se aplica a vocês.

Escola – Os teus encarregados de educação vão ser chamados a escola por algo que fizeste a semana passada. Fica atento(a) ao correio. Amigos – Tristemente, os astros informam que só restará um até ao Natal. Amor – Usa camisinha.

Escola – Vais te lesionar em Educação Física. Amigos – As cartas revelamme uma ótima passagem de ano. Amor – Amores a mais!


Horóscopo

de Carolina Roque

Sumol SNOWTRIP a Andorra

Horóscopo

por Inês Metelo e Ana Mafalda Sarmento

A

viagem de finalistas da Sumol este ano será de 9 a 15 de Abril a Pas de la Casa, Andorra. O preço é de 375€ e inclui 6 noites de alojamento em apartamentos, viagem em autocarro turístico, 4 dias dias de aluguer de equipamento de ski (skis, botas e batons), 4 dias de curso intensivo de ski ou snowboard, 4 dias de forfait granvalira (passe para os meios mecânicos nas pistas), 4 almoços nas pistas, 1 dia livre para actividades, pulseira de acesso a todas as discotecas e festas exclusivas Sumol e cidade FM, mega campeonato de Freestyle (novidade 2011), aprés-ski diários com DJ, muito Sumol, brindes, aces-

so á Sumol Extreme Zone, seguro de viagem e neve/ski (allianz), DVD oficial da viagem com filme e fotos, e assistência e coordenação por guias especializados. Aos primeiros 1500 inscritos a Sumol oferece um 5º dia forfait. Para mais informações consultar: www.sumolsnowtrip.com.

Mensagem de Natal

E

stou aqui hoje para vos apresenEscola – As tar um número singular: nada notas vão baixar mais nada menos do que uma menainda mais. sagem de natal, coisa nada habitual Amigos – Não nesta época, claro... Mas mesmo sentens amigos. do a idéia banal, gostaria de torná-la Amor – Uhh… especial, gostaria que se comovessem parece-me que com ela, porque, afinal de contas, no vai haver uma Natal acontecem coisas mágicas. traição! Por exemplo, no Natal, as pessoas sorriem mais. Não que esteja aqui a vender um produto natalício, mas é verdade... As pessoas tornam-se mais Escola – Deoptimistas! Talvez seja o espírito; masiadas aulas talvez as iluminações das ruas, a azáe pouca paciênfama deliciosa dos centros comercicia. ais, os presentes, os doces as tornem Amigos – Semmais felizes... ou os momentos em pre importantes, família, em casa, aconchegados permas algum vaito da lareira, a ver filmes e a contar te desiludir. No histórias... Sim, no Natal acontecem bar. todas essas coisas mágicas. Amor – Olhos Talvez não aconteçam é com toda a bem abertos na secção de congelados gente... Nem sei mesmo se acontedo supermercado. cem com muitas ou poucas pessoas.

de Sarah Virgi

Vejamos as pessoas que não têm família, nem sequer um lar onde se aconchegar, ou aquelas que nem sequer sabem o que é o Natal... Que realidade tão ácida, corrói por dentro só de pensar. Transfiguremos então o espírito natalício: olhemos para nós. Não podemos ficar indiferentes a esta ironia de contrastes. Pensemos que é altura de valorizar o que temos, é altura de valorizar a vida. E, assim, sorriamos, não só em Dezembro, mas durante todo o ano; sejamos optimistas, tolerantes e solidários como somos no Natal. Talvez assim as coisas mágicas aconteçam mais freqüentemente e com mais gente. Talvez assim o mundo fosse mais feliz e estes contrastes não fossem tão grandes e tão evidentes. Oxalá fosse possível meter o espírito de natal em jarros e abrir um jarro em cada mês do ano... Isso, sim, realmente seria mágico!

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Bem-querer em inequação Crónica

A

qui me deixo ir, pelas ondas da escrita, mergulhado em águas solúveis de uma existência empírica e nadando, sobre o dilúvio: estonteante, diminuto e curioso que é a vida. Dizem que a matemática é a ciência mais exacta deste planeta, que através dela tudo achamos, e ao mesmo tempo a mais questionável, pois basta virem novos teoremas ou teses para refutar uma antiga norma antigamente posta como irrefutável. E os sentimentos, o abstracto, as outras artes, muitas vezes esquecidas e suplantadas á massiva existência que é a nossa, do Homo Sapiens Sapiens, conhecido nos dias de hoje como – Ser Humano, o Homem.

Por Diogo da Costa Leal Antigo aluno do Liceu João de Deus, actualmente em ciências da comunicação na UALG pessoas entristecem e muito, mas não maioritariamente pelas suas atitudes, sim pela sua não amizade pelo tempo, pois este acaba sempre por levar os melhores seres, mais cedo que os demais. Ainda outros, os amigos, uns que vêm num dia depois de uma borga, com quem se pode passar um dia mesmo sem os conheceres bem, trocando tudo, desde sorrisos inocentes a desabafos próprios que são mesmo daqueles que se quer mesmo contar e acaba-se por jogá-lo/a para fora mesmo que a um desconhecido, depois o dia acaba, e nunca mais se o vê, pelo menos daquela forma; outros que são amigos de ocasiões, amigos que não deviam ser chamados assim, pois só

letra, que mesmo não estando com eles sempre, eles estão connosco, nas veias férteis que sustêm o nosso coração, e os verdadeiros amigos: todos têm brigas e muitas, pois os outros nunca as têm, simplesmente não querem saber e resignam-se à rotina pesarosa dos dias sem afinco, já um sábio dizia que “o ser humano é o único que vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido”. Pois e eu não quero ser mais um desses comuns homens. Vocês querem? Quero aqui falar "sobre" amor, não "de" amor. Adorei a forma como assim se disse isto no filme "Pecado Original", o misterioso e

Ilustração de Rafaela Oliveira Não deixo transparecer em demasia o mistério de certos assuntos – insolúveis. Pessoas, forasteiros do destino, que só se intrometem, muitas vezes, nos caminhos para ocasionar brigas violentas; outras pessoas, familiares, que marcam pela sua notável experiência de vida, muitas dessas

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estão geralmente lá para os bons momentos, mas um bem-haja a todos esses também, temos que agradecer aos trolhas todos por construírem a casa, pois embora os conhecimentos sejam do engenheiro, sem eles as casas também não seriam tão sustentáveis; os amigos diamante, os da acessão à

romântico filme de Michael Cristofer. Aqui falarei de uma forma abrangente, mas sempre opinativa, pondo de lado os dogmas e resumindo-me apenas ao essencial, o amor em si. Que vai desde o platónico, passando pelo familiar, amistoso, até ao pecador, verdadeiro e carnal.


Crónica

Ilustração de Ingo Martins Receitas muito gostosas

Ilustração de André Olho sempre que cá venho, a este paraíso descampado, por aquela varanda, um céu redondo sem vértices e estrelado, quase que parece um tapete do avesso que está pousado nos céus. Nestes instantes hipnotizome a mim mesmo e sinto: Ricos ou pobres, todos amamos e a maior prova do amor pode até vir do sacrifício. Quando a correspondência não equivale num par, deixarmos partir a outra pessoa, mesmo sendo a única maneira e que à mesma possa dar-lhe uma má imagem de nós mesmos, para ela ser feliz com outra pessoa, melhor que nós – pois é olhada com um brilho único nos olhos, o brilho de quem ama, de verdade. O olhar não é capaz de iludir, ele mata simplesmente qualquer rosa pronta a se enamorar pelo pólen que é a paixão, transportada pelos ventos condutores que são a sinceridade inquestionável de duas almas, que não têm que ser iguais em nada. São diferentes em tudo. Quando se ama alguém e erros ocorrem, não se esquece mas perdoa-se. Isso é o verdadeiro e incomensurável amor. "Se amas mesmo alguém libertas essa pessoa, se ela nunca voltar é porque nunca foi tua. Se voltar, é tua – para sempre". O amor é assim mesmo, é um pombocorreio que tens como garantido não por palavras, mas por saberes de cor como voam as suas asas. Há quem já tenha dito que o amor é a “amizade com asas”, não sei, creio tratar-se de

um sentimento tão abstracto e tão profundo que é compatível com tudo e nada ao mesmo tempo, ou seja, amizade e amor podem ou não ser compatíveis, ou também pode-se dizer que o amor é outro grau de amizade. Fazer sexo ou fazer amor, são ambas as coisas algo que, queira-se ou não, são a mais alta forma de prazer humano. Enfim, estas fugazes palavras não são em nada dedicadas a ninguém em especial, mas a todos. Amem e deixem amar. “Sejam felizes e façam os outros assim também”. A verdade, por muito tresloucada que possa ser não é por isso uma mentira, e a ultima coisa que envelhece numa pessoa é o seu coração. Na matemática existe um gráfico chamado de ortogonal, com o eixo dos “X” e dos “Y”. Pois, dando dois valores a cada uma das variáveis, se existir uma igualdade marcar-se-á um pontinho fixo no local pretendido. Já quando se verifica o contrário - numa inequação – o que marcará a localização será uma circunferência só feita com um traço e com uma circunferência do tipo aberto no seu interior. Ora daqui vem o título desta crónica, pois numa inequação a fórmula pode conter todo o gráfico excepto esse mesmo pontinho, onde se cruzam “X” e”Y”. Isto quer dizer que a referência existindo, de tão forte que é, é como lá não estivesse, pois nada consegue tocar ou interferir nela – e isto é o Amor.

de Sahuanny Mattos

Leite Creme de Natal Ingredientes: - 1 lt de leite meio gordo - 300 g de açúcar - 6 gemas - 1 colher de sopa de maizena - 1 tira de casca de limão - 1 pau de canela Preparação: Num copo coloque 1dl de leite e junte a maizena e mexa muito bem. Depois leve um tacho ao lume com 9 dl de leite e junte 250 g de açúcar, a canela, a raspa de limão e as gemas. Vá mexendo muito bem e adicione o outro preparado (leite e maizena) até que engrosse. Retire o pau de canela e a casca do limão. Sirva numa taça grande e polvilhe com canela.

Um doce Natal!

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Jogos Florais “Amílcar Quaresma”

O

concurso Literário "Amílcar Quaresma", iniciativa da Escola Secundária João de Deus, através da sua Biblioteca, tem como principal objectivo incentivar entre os jovens a leitura e a escrita. Este concurso tem periodicidade anual e a entrega de prémios decorrerá no dia 8 de Março, "Dia do Patrono", na Biblioteca Escolar. segundo o regulamento, são admitidos a concurso trabalhos de poesia, prosa ou ensaio, em língua portuguesa, e ilustrações (originais e inéditos até à data da decisão final). Os trabalhos a concurso devem ser entregues de 3 de Janeiro de 2011 até ao dia 12 de Fevereiro de de 2011 (inclusive) na Biblioteca da ESJD. Para mais informações consulte o regulamento do concurso em http://becrejoaodedeus.blogspot.com/.

Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te perco conheço tão bem o teu corpo sonhei tanto a tua figura que é de olhos fechados que eu ando a limitar a tua altura e bebo a água e sorvo o ar que te atravessou a cintura tanto, tão perto, tão real que o meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te perco Mário Cesariny

Cesariny, poeta surrealista M

ário Cesariny (1923-2006) Poeta, surrealista e tudo – eis um possível retrato para Mário Cesariny, o artista português que de forma mais plena assumiu o surrealismo: não como método ou escola, mas como forma de insurreição permanente, na arte e na vida. (Pranto por Tuparamaru, 1978, CAMJAP)

autor do manifesto surrealista, em Paris. Nesse mesmo ano forma-se o Grupo Surrealista Português, que incluia também, entre outros, Alexandre O’Neill e António Pedro. Dissidente deste primeiro grupo, Cesariny forma um outro, Os Surrealistas, a que se associam António Maria Lisboa, Pedro Oom, Carlos Calvet e Mário-Henrique Leiria. As primeiNatural de Lisboa, foi na Escola An- ras exposições surrealistas datam de tónio Arroio que conheceu alguns 1949 e 1950, e nelas Cesariny dos seus futuros companheiros sur- expõe algumas das suas obras. realistas. Já nos anos 40 têm lugar as primeiras intervenções do grupo Pinturas, colagens, ‘soprografias’, e de surrealistas portugueses, reunidos cadavres-exquis fazem parte da sua nos cafés da capital, inspiradas no ab- obra plástica. No entanto, a pintura surdo e no insólito. Mas apenas em e a poesia foram sempre aliadas em 1947 se dá um contacto mais formal Cesariny: muitas obras incluem pacom o movimento surrealista interna- lavras recortadas, conjugações de cional, então já numa segunda fase. textos e imagens, e outras formas exCesariny conhece André Breton, o perimentais. Mesmo depois de des-

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feito o grupo surrealista, em 1952, Cesariny seguiu o seu percurso de artista plástico. Nos últimos anos, Cesariny quase desapareceu da vida pública. Deixou de escrever poesia. Os amigos e antigos companheiros da aventura surrealista foram morrendo; a Lisboa dos cafés, que era o habitat do seu quotidiano e da sua poesia (‘nunca escrevi um poema em casa’, dz o poeta também em Autografia), desapareceu. Em 2004 saíu Autografia, um documentário de Miguel Gonçalves Mendes sobre o poeta e o homem. Em 2005 aceitou o Prémio Vida Literária da APE e foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade http://cesariny.blogs.sapo.pt/


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