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Jornal

Preto no

Branco

Escola Secundária João de Deus

N. 67

Dezembro 2013 Preço: 0,50 €

Índice Editorial --- 2 “Dá o teu 80” --- 3 Nova Direção da AEJD --- 4 Crónicas do tempo ---6 À conversa com Manifestação --- 8 o Diretor da AEJD--- 4 VII Olimpíadas da Biologia ---9 Visita de Estudo --- 10 Crónica “Mães politicamente falando”--- 12 Eco- Escolas ---16 TV João de Deus ---16 Parlamento dos Jovens --- 17 Viajar?!! Estudar Fora?!! --- 18 Crónica “Os Picas e os comboios” ---20 Solidariedade ---21 Praga Artística ---22 Clube de cinema ---24 Crítica Cinematográfica ---25 Crónica “Nunca um S fez tanto sentido” --- 26 Corta-mato --- 27 Crónica de moda --- 29

Festa do Halloween --23

Visita de estudo a Lisboa --- 30

“Um sermão sempre atual” com Diogo Infante --- 14

Factor X: Sílvia Barros --- 32


Editorial MARIANA SIMÕES

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O Preto no Branco abre as portas a mais um ano letivo de mãos dadas com a motivação, a mudança, a revolução e o progresso à vista!

Começámos este ano com a manifestação de dia 30 por parte de todos os alunos e com o apoio de muitos professores! Mostrámos a nossa garra e a nossa união no que diz respeito aos nossos direitos e ao que nos é devido. É com um enorme espírito de equipa e de cooperação que este ano vimos fazer a diferença também no jornal. No mês de novembro, o teu apreciado Preto no Branco abriu, pela primeira vez na sua história, um jornal online que podes procurar pelo teu facebook. Poderás Mostrámos a nossa entrar em contacto con- garra e a nossa união nosco por lá e estar a par no que diz respeito aos das últimas novidades!

nossos direitos e ao que nos é devido.

Assinalando o excelente trabalho das três listas que concorreram para a AE, Gama, M e S, que nos proporcionaram uns ótimos intervalos e uns agradáveis três dias de campanha! Parabéns às três, e que seja bem-vinda a nova AE do Liceu! Arrancamos para este ano letivo com um fantástico clima escolar e é nesta onda, e com a nova e motivada equipa do jornal, que damos entrada na temporada 2013/14, esperando acompanhar-te e dar o melhor de nós de modo a atrair o interesse de todos os que fazem parte da nossa escola! Porque, claro, “A União faz a Força!”.

MARIANA SIMÕES

DAVID CHE RITA GUERREIRO ÍSIS DE SÁ ANA CORTES BATRIZ DIAS CLAÚDIA ESTEVES MARIANA SIMÕES INÊS GONÇALVES ANA CORREIA MARIA ANA AFONSO VASCO SEMEDO INÊS GONÇALVES MARIA SANTOS

Redatores

Direção

Ficha técnica

https://www.facebook.com/JornalPretonoBranco 2

Autor do logotipo Ingo Martins

Propriedade Escola Secundária João de Deus


GREEN PROJECT AWARDS 13 – VENCEDOR INICIATIVA JOVEM DO PROJETO “DÁ O TEU 80” A ESCOLA SECUNDÁRIA JOÃO DE DEUS FOI DISTINGUIDA COM O PRÉMIO DESTA INICIATIVA NO DIA 29 DE OUTUBRO DE 2013.

N

o passado dia 29 de Outubro um grupo de cinco alunos do 12ºD e C, representantes dos 17 candidatos ao projeto, deslocou-se à Fundação Champalimaud a fim de participar na sessão nacional de atribuição de prémios deste importante galardão que premeia “projetos e iniciativas, produtos e serviços, que visem o desenvolvimento sustentável e que tenham sido implementados ou disponibilizados em Portugal nos últimos três anos, inscritos nas seguintes categorias: Agricultura, Mar e Turismo; Investigação e Desenvolvimento; Informação e Tecnologia; Gestão Eficiente de Recursos; Produto ou Serviço; Iniciativa de Mobilização, e Iniciativa Jovem – Projeto – Dá o teu 80.” Os trabalhos apresentados por estes alunos foram os desenvolvidos na disciplina de Geografia A, no Estudo de Caso, e integram-se no Projeto “Nós Propomos: cidadania na Educação Geográfica” promovido pelo Instituto Geográfico de Ordenamento do Território (IGOT - Universidade de Lisboa) e em parceria com a Câmara Municipal de Faro. Há 3 anos que a escola desenvolve estes trabalhos, em que os alunos propõem melhorias e intervenções em áreas da cidade e do concelho por eles selecionadas, que do seu ponto de vista e das populações inquiridas carecem de mudança. Estes trabalhos são apresentados a alunos de outras escolas participantes no projeto, num seminário nacional no IGOT e Reito-

ria da Universidade, em Lisboa. Pensar criticamente o espaço geográfico, numa perspetiva de sustentabilidade; Desenvolver o sentido de pertença e uma cidadania ativa e participativa. São os objetivos deste conjunto de trabalhos que os alunos designaram de : “Nós propomos: Conhecer para melhorar Faro” e que lhes valeram este galardão. Alunos premiados com uma ida a Bruxelas/ Conselho da Europa durante 3 dias: Bruno Meco – Aluno Responsável; Adriano Bom - Aluno responsável 2; Adriana Arrais; Alexandra Teixeira; Adriana Salvador; Adriana Carmo; Cátia Agostinho; Inês Cary; Joana Rodrigues; Joana Inácio; Julieta Rodrigues; Leila Coelho; Margarida Bretoldo; Maria Neves; Melanie MulKens; Miguel Rodrigues; Rubén Brito. Temas dos trabalhos apresentados:

Arrais, Alexandra Teixeira, Rodolfo Carvalho – 11ºD  Os Principais Problemas de Faro - Joana Rodrigues, Mélanie Mulkens, Cátia Agostinho, Maria Neves e Leila Coelho – 11ºD  Espaços de lazer em Faro - Adriano Bom, Joana Inácio, André Jacinto, Miguel Rodrigues -11ºD  O que a população quer para a cidade da Faro? - Valter, Diogo, Bruno Meco e Rúben Brito -11ºD  Espaços verdes em Faro – Inês Cary, Anastacia, Luana -11ºD  Problemas do Comércio da Baixa de Faro - Andreia Madeira e Adriana Salvador – 11ºD  Zona histórica de Faro: Cidade Velha e os seus problemas - Julieta Rodrigues, Márcia Freitas, Olga Zazulinska, Margarida Bretoldo – 11ºD  A saúde em Faro –Beatriz Mestre, Adriana Carmo e Jéssica Gonçalves  As Áreas Desportivas na cidade -11ºC de Faro - Andreea Vrabie, Adriana Escola

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Nova Direção do Agrupamento Entrevista ao 1º diretor do Agrupamento de Escolas João de Deus (AEJD), professor Carlos Luís, eleito por um período de 4 anos, de 2013 a 2017 POR ÍSIS DE SÁ E ANA CORTES PB: Qual é a formação do Sr. Diretor? Fale-nos um pouco do seu percurso profissional. Sou professor de Português. Andei no liceu, fiz Matemática, Físico- Química e Biologia e depois fui para a Escola Hoteleira. A seguir, fiz estágio no Hotel Monte Choro. E fui para a tropa, onde estive dois anos. Não dei logo uso ao curso e dediquei-me aos negócios, tive várias empresas. Voltei ao liceu à noite, para tirar letras, e continuei com as empresas. Fui diretor comercial da construção civil e licenciei-me em estudos portugueses. Ainda trabalhei no ensino secundário e no ensino básico. Depois, fui convidado para dar aulas de Didática na Universidade e fui orientador de estágio e formador. Estive ligado a lançamento de livros, por exemplo. Fui para Loulé, onde era coordenador dos Cefs e presidente do conselho de Articulação Interciclos. Fiz cursos de O Diretor do Agrupamento e as Professoespecialização e candidatei-me no ras de Biologia na manifestação organizada pelos aluno, protestando pela degradaano letivo passado.

PB: Como se tornou diretor desta escola? Pela eleição, que foi feita pelo conselho geral, que é constituído por 21 elementos, entre eles os representantes dos professores, dos encarregados de educação, dos alunos, da comunidade e da autarquia. Ganhei com 13 votos (na 1ªvolta). PB: Quais as principais funções de um diretor? Gerir o agrupamento, principalmente na parte que diz respeito aos recursos humanos. PB: Como descreveria esta escola? É a minha escola. Tem características especiais, aliás, sempre foi especial. Está muito vocacionada para o prosseguimento dos estudos. Pauta-se por ser uma escola elitista, no sentido em que sempre formou alunos de elite. E, ao contrário do que as pessoas dizem, nunca ninguém foi rejeitado aqui, por ser de uma classe social inferior. Todos procuram esta escola. Sempre foi uma escola humanista, com valores, e tem pessoas com uma grande capacidade humana a dirigi-la. PB: Qual é a sua opinião sobre os mega- agrupamentos? Tem vantagens e desvantagens. Por um lado, o distanciamento entre a direção e as pessoas do agrupamento é maior. É muito mais trabalhoso gerir uma unidade orgânica, que tem um número elevado de professores e alunos, do que gerir apenas uma escola. Por outro lado, tem a vantagem de se poder, eventualmente, usar melhor os recursos humanos e proporcionar aos alunos um percurso escolar dentro duma mesma unidade orgânica.

PB: Como é a relação da escola com a comunidade? A escola tem uma boa relação com a ção das condições escolares na Escola comunidade e vice-versa. E embora Secundária João de Deus

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À conversa com


Direção Executiva do Agrupamento

Vice- Diretor: Prof. Carlos Silva Adjunta para Ensino Secundário: Prof. Carla Cunha As repórteres do jornal Preto no Branco, Ísis e Ana , entrevistaram o Adjunto para 2º e 3º ciclo: Prof. primeiro Diretor do Agrupamento de Escolas João de Deus. Francisco Figueiras as obras estejam a diminuir a imagem da escola, esta continua a ter uma boa imagem e até tem várias parcerias, com entidades como o UAlg, ALGAR e outros organismos. Além disso, está envolvida em vários projetos e ganhou o prémio de “Voluntariado para a Água”. É uma escola e vai melhorar. PB: Acha que o nível dos professores diminuiu? O nível dos professores não diminuiu, mas obviamente que eles não são imunes nem alheios à situação atual que o país vive. Os professores têm sido muito maltratados e sentem-se desiludidos com a forma como os tratam. Iniciaram a vida profissional com um prossuposto e a meio do percurso mudaram as regras. Eles sentem que a sua função em Portugal não é valorizada. Eu não compreendo como é que um país que se diz desenvolvido, não aposta fortemente na educação. PB: Como avalia o ensino secundário? O ensino em Portugal é bom. Poderia melhorar se as condições do trabalho dos professores e dos alunos fossem

Adjunta para 1º ciclo: Prof. Otília valorizadas. Às vezes, falta a ligação Fernandes com a universidade. O ensino profissional não é resposta. PB: Sente-se um profissional realizado? Porquê? Neste momento sim. Já tive oportunidade de fazer muitas coisas, quase já fiz de tudo, não há motivo para não me sentir. No entanto, sei que a maioria dos meus colegas sente-se frustrado pois este é um trabalho muito inseguro e instável. O que se vislumbra é um atentado muito forte ao ensino público e à profissão de professor. Só em termos económicos é que não me sinto realizado. PB: Gostaria de dar um recado final aos leitores? Trabalhem! Tenham esperança. Não desistam de lutar pela vossa vida e pelo vosso futuro. As coisas mudam de dia para dia e o que fizerem agora é determinante para o que irão fazer no futuro. Os alicerces do vosso futuro estão nesta escola. As entradas nas universidades e na vida profissional dependem muito do ensino secundário.

Escolas do Agrupamento Escola Secundária João de Deus sede do agrupamento EB 2,3 Santo António EB 1 Areal Gordo EB 1 Ferradeira EB 1 nº4 Penha

À conversa com

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Crónicas do tempo:

Uma vida condenada? Em honra a Madiba (Nelson Mandela 1918-2013)

ILUSTRAÇÃO DE RUBEN BISPO

POR DAVID CHE

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ediram-me que escrevesse. Não me disseram como escrever, nem sobre o que escrever, apenas disseram - escreve! Faz aquilo que nasceste para fazer… vive! – sei que isto para muitos parece demasiado genérico, mas a verdade é que (abusando agora das palavras de Oscar Wilde) viver é a coisa mais rara do mundo. Viver, 6

Crónica

ao contrário do que se pensa (e não querendo tirar mérito a ninguém, pois no fundo todos somos leigos na arte do viver), não significa aceitarmos o mundo, mas sim aceitarmo-nos no mundo. Mas, voltando um pouco mais objetivamente ao que me foi pedido, contemplei a ideia de escrever sobre o sistema que nos governa; todavia, deparei-me com um peque-

no entrave: não existe qualquer sistema. Aquilo que existe é uma agregação de excelentíssimos senhores doutores (porque, verdade seja dita, vivemos no país dos senhores doutores), que ou vivem na mais profunda ilusão, ou têm a mais pequena das considerações pelo seu país e assim pelo seu povo. Diziam eles que queriam estar ao nível do ensino dos grandes


países do velho continente, mas económicos e em termos de emcomo chegamos lá sem ter o bási- prego, como é possível uma entico? Sem ter uma estrutura que se dade governativa dar-se ao luxo de apoie a ela própria e que ponha as agir com toda esta inconformidade verdadeiras prioridades à frente constitucional? das burocracias? A etapa em que nos encontramos A nossa escola, por exemplo, foi enquanto estudantes é fulcral para alvo de uma situação caricata. o nosso futuro, todo este tempo Muitos sabem do que falo, mas perdido tem repercussões diretas não custa elucidar as mentes que no nosso desenvolvimento acadesconhecem o sucedido. Dito démico. isto, eis o que se passou: a nossa Não querendo ir além daquilo que escola estava o meu concom défice hecimento e Não querendo ir além no número de capacidade daquilo que o meu conconstituintes permitem, do corpo do- hecimento e capacid- digo e reitero cente, mais que os minisprecisamente ade permitem, digo e tros e, consetínhamos falta reitero que os minis- quentemente, de um profes- tros e, consequente- os ministésor de ecorios, andam mente, os ministérios, nomia. Posto a “brincar às isto, a escola andam a “brincar às casinhas”. preencheu os Parece que a casinhas”. devidos requiminha escrita sitos para que em si se tornou fosse atribuído um paradoxo, um novo professor, contudo, um pois acabei por escrever sobre aqerro humano foi cometido e dois uilo que admiti ser impossível espedidos foram enviados, o que crever. passou despercebido aos olhos do Eu não apelo à rebelião, apelo à ministério. Ao primeiro pedido, reestruturação interna, no sentido a resposta foi negativa, o profes- do nosso “eu” enquanto ser dotado sor apontado recusou, inobstante, de racionalidade. Apelo acima de o segundo pedido foi aceite pelo tudo à questão e à dúvida, pois a professor escolhido. Até aqui, nada dúvida é a base das nossas três fora apontar. Passados alguns dias e mas: física, mental e espiritual. outras tantas noites, o professor Não temam aquele que está acima recebeu um e-mail do ministério de vós, respeitem-no, mas não o e, repito, um e-mail, a dizer que temam, pois assim como David estava de imediato destituído das derrotou Golias, todos temos o suas funções na instituição escolar poder de derrubar aquele que o (é de salientar que a escola não foi amor e paz optou por recusar. em momento algum avisada das Tal como Siddartha, está na altura medidas tomadas). de aprender “a unidade e harmoAgora, eu pergunto-me: isto é nia de todas as coisas”. evolução? Perante a necessi- “Tudo é ousado para quem a nada dade de um professor, perante as se atreve.” dificuldades vividas em termos

Soneto da Saudade POR INÊS GONÇALVES A saudade aperta De solidão me afundo É uma porta aberta Para um sofrimento profundo No meu peito, uma dor cavada A felicidade é uma janela fechada Desespero e solidão Um buraco no meu coração Ó tremendo infortúnio A que me votaste? Que juras quebraste? Mas que triste, meu Fado! Um abandono desgraçado A que me vota a saudade

ILUSTRAÇÃO DE

FÁBIO DIOGO

Crónica

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Protesto contra o atraso das obras 4 anos de obras e de degradação das condições escolares. POR MARIANA SIMÕES

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o passado dia 30 de outubro de 2013 houve uma paralisação completa da parte da manhã no nosso estabelecimento de ensino. Esta foi a manifestação mais bem conseguida e com direito a transmissão televisiva, desde que as obras foram interrompidas pela empresa Parque Escolar. Todos nós, alunos, mostrámos o nosso descontentamento perante tal situação, devido ao facto de o nosso estabelecimento de ensino estar há quatro anos em obras, quando era suposto estar apenas dezoito meses. Existe um sentimento de revolta, pois há a escassez de salas e as aulas são dadas em contentores, em que, quando chove, entra água. O serviço de refeitório é efetuado também num contentor, o que provoca filas extensas durante o período de almoço. O bar encontra-se na mesma situação. Não existe qualquer tipo de auditório para recebermos palestras, nem ginásio para que possamos cumprir

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Escola

todas as atividades expostas no âmbito da disciplina de Educação Física. Devido às obras não estarem terminadas, temos também a inaceitável ausência dum plano de evacuação em

situação de emergência. E para acrescentar à lista de tantos problemas, a falta de um posto médico e de um polivalente para os alunos frequentarem durante os intervalos quando está a chover. Tudo isto levou à manifestação no

portão da escola durante a manhã do passado dia 30 de outubro. Este movimento teve a presença de vários jornalistas e de canais televisivos como o Correio da Manhã, a SIC e a RTP.


VII OLIMPÍADAS IBERO-AMERICANAS DE BIOLOGIA (RIO CUARTO, ARGENTINA) – ALUNOS PORTUGUESES PREMIADOS Artigo retirado do sítio da Direção Geral de Educação http://www.dgidc.min-edu.pt/index.php?s=noticias&noticia=721

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ortugal teve os melhores resultados de sempre nas Olimpíadas Ibero-americanas de Biologia, que decorreram durante a semana de 01 a 08 de setembro, em Rio Cuarto, Argentina. Os alunos Lara Dias, do Externato Delfim Ferreira de Riba D'Ave, Alexandre Castro, da Escola Dr. João Carlos Celestino Gomes de Ílhavo, António Ladeira, da Escola Secundária João de Deus de Faro, e Ana Damasceno, da Escola

Secundária Homem Cristo de Aveiro, A DGE saúda vivamente estes aluconquistaram respetivamente duas nos, congratulando-se com o exmedalhas de prata, uma de bronze celente desempenho que demonstraram neste certame. A representação portuguesa nestas olimpíadas, bem como a organização das Olimpíadas Nacionais de Biologia estão a cargo da Ordem dos Biólogos, tendo sido estabelecido, para o efeito, um protocolo de colaboração entre essa entidade e a DGE, que tem e um Diploma de Mérito nestas vindo assim a apoiar estes eventos. Olimpíadas.

António Ladeira aluno da Escola Sec. João de Deus de 2010 a 2013

Notícia

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Visita de Estudo a Lisboa e Mafra POR MARIANA SIMÕES

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Nos passados dias 20 e 21 de novembro de 2013, algumas turmas que frequentam o 12º ano da ESJD participaram numa visita de estudo a Lisboa e Mafra, no âmbito da disciplina de Português.

em Lisboa, de forma a visualizarem a sua parte interna e técnica. O outro grupo visitou o Centro de Artes Modernas da Fundação Calouste Gulbenkian, mais precisamente a exposição de Amadeu de Souza-Cardoso.

Foram feitos dois grupos, divididos entre os alunos do curso científico humanístico de ciências e tecnologias, curso de multimédia e ótica e curso cientifico humanístico de línguas e humanidades. Os dois primeiros grupos visitaram o Oceanário do Parque das Nações

Da parte da tarde, todas as turmas envolvidas foram à Casa Fernando Pessoa, onde os alunos tiveram uma “palestra” sobre a vida do autor, percorrendo os seus caminhos desde que nasceu até à sua morte por fotografias e uma cronologia. Após a palestra foi-nos apresen-

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Escola


Livros para férias “Os Tranparentes“ de Ondjaki (Prémio Saramago 2013)

“O Amor de uma Boa Mulher” de Alice Munro (Prémio Nobel da Literatura 2013 “O Carteiro de Fernando Pessoa” de Fernando esteves Pinto “A Desumanização” de Valter Hugo Mãe “O Sonâmbulo Amador” de José Luiz Passos (Prémio Portugal Telecom da Literatura 2013) “A Filha das Flores” de Vanessa da Mata.

tada uma seleção de escritores que escreveram poemas e músicas sobre Pessoa.

Mafra com o objetivo de mostrar o espaço da obra Memorial do Convento. Ao visitar as diversas divisões do palácio, a guia ia reApós a apresentação todos os alulatando a história do mesmo, fanos tiveram a lando de oportunidade de Visita ao Centro de Artes todas ver os utensílios as pesmais conhecidos Modernas na Fundação soas que e de identifica- Calouste Gulbenkian, lá vição do grande veram, Casa Fernando Pessoa, criador de muicomo o tos heterónimos Convento de Mafra e rei D. e pseudónimos, Oceanário. J o ã o como os seus V, D. óculos, o chapéu, Mariana o bloco de noAna de tas, etc. Também Áustria, houve acesso ao quarto onde Pessoa D. José I, etc. Na tarde do mesmo viveu a maior parte dos seus anos dia decorreu um espetáculo de e à vasta e culta biblioteca da Casa teatro, “Leitura Encenada do MeFernando Pessoa. Encerrou-se asmorial do Convento”, e assim tersim o programa de dia 20.No dia 21, minou a visita de estudo a Mafra. a visita foi ao Palácio Municipal de Escola

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Mães, politicamente falando POR MARIA ANA AFONSO

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s vezes gosto de pensar que se as Mães assumissem o controlo do Estado, do Parlamento, da Assembleia, de qualquer tipo de espaço concreto onde um grupo de pes-

soas com gravatas se desculpam pelo que dizem com as suas gravatas, o mundo seria um lugar tenebrosamente pacífico. Os homens diriam “Vamos invadir o Iraque” e as Mães nem levantavam o olhar

dos seus afazeres, nem passavam dois segundos até vir a resposta “Não” e, se os homens batessem com os pés no chão e exigissem uma explicação, “Porque não!”. Estava dito, estava selado, nin-

ILUSTRAÇÃO DE DÉBORA PIEDADE

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Crónica


guém invadia o Iraque, porque Mundo, têm todo o direito de se não. Ou, então, os homens vinham preocuparem com ele e de controcom os seus planos de ataque bem larem o que ele faz, ou então vãodesenhados, e perguntam às Mães se chatear, e os Países não querem as suas opiniões sobre o desenho, ver as Mães chateadas, vamos lá e as Mães responderiam “Muito ver. giro”, embora nem sequer tives- Não quero aqui comparar as Mães sem visto os coitados dos planos. a pessoas com gravatas, ou a ditaE as Mães organizavam clubes dores com medalhas e boinas de leitura em vez de organizarem verdes. As Mães nunca se colomaterial de guerra, e melhoravam cam em primeiro lugar, como esas escolas em vez de melhorarem ses indivíduos, porque as Mães as fábricas, e todos os imigrantes têm sempre Everestes de pessoas à seriam recolhidos com um olhar frente que consideram muito mais sereno, um copo de água e um importantes que Elas. É um pouco beijinho de injusto, boa noite. um boAs Mães são formidáveis. Se os E no Parlacado, mento, ou homens com gravatas soubes- mas as no Estado, sem seleccionar pêras pelo M ã e s ou na Asparecheiro, se eles soubessem passembleia, as cem ser Mães discu- sar a ferro e falar com a amiga felizes tiriam muito Carla ao mesmo tempo, se eles a s s i m , umas com por isso tivessem sempre um bloquinas outras. n i n ho que saiu nos Chocapics com A Mãe repguém resentante as despesas e contas do mês f a z de Portugal nada. enfiado na carteira preta, acho diria, “Os A s que se sairiam muito melhor a rankings Mães de Portugal governar um País. s ã o baixaram formiporque está dáveis. a ser influSe os enciado pela Espanha!” e a Mãe homens com gravatas soubessem representante da Espanha logo se seleccionar pêras pelo cheiro, se levantaria, “Não tenho culpa que eles soubessem passar a ferro e fao seu País seja tão influenciável!”, lar com a amiga Carla ao mesmo mas depois Elas sentavam-se, pe- tempo, se eles tivessem sempre diam desculpa e decidiam tele- um bloquinho que saiu nos Chopaticamente que a culpa era, na capics com as despesas e contas verdade, da Mãe representante da do mês enfiado na carteira preta, Europa. acho que se sairiam muito melhor As Mães nunca teriam que pro- a governar um País. Já que um var que merecem o seu estatuto País deveria ser para o seu Governo Governo, porque já que elas no o que eu sou para a minha Mãe. criaram e puseram o seu País no Vota Mães 2014!

Atividades na BE Sessão do programa grundtvig “Les Langages du Végétal em Europe” com parceiros de Espanha, França, Bélgica Itália, Roménia e Portugal.

Recital de Natal

Atividade na BE

Escola

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Um “Sermão” sempre atual! Lisboa, Teatro da Comuna, 6 de dezembro de 2013: um ator em palco, uma récita do célebre “Sermão de Santo António aos Peixes”, de António Vieira. Este foi o pretexto – fantástico pretexto! – para entrevistarmos um dos grandes atores do atual panorama teatral português. “Quem são os jornalistas?” – pergunta, dirigindo-se às poucas pessoas que permanecem na sala após o espetáculo (“Récita”, como foi divulgado). O ar cansado rapidamente dá lugar à boa disposição e nós, jornalistas inexperientes, lançamos as perguntas.

POR CATARINA LOPES E DIOGO BÁRBARA Preto no Branco: A nossa escola é a Secundária João de Deus e sabemos que a cidade de Faro foi muito marcante a vida do Diogo Infante. Como é que isso aconteceu? Diogo Infante: Não foi muito marcante, só lá fiz umas disciplinas no 12º ano e, portanto, foi uma coisa transitória, estava numa fase da minha vida em que já estava com o olho no teatro, mas foi muito importante estar em Faro, foi lá que me estreei, no teatro Lethes, num grupo com o mesmo nome, e foi lá que percebi e descobri esta enorme paixão por aquilo que faço, o que me levou mais tarde a perseguir o sonho de me tornar profissional e ir para Lisboa tirar um curso, formar-me. Tenho, portanto, uma enorme relação com o Algarve, com a cidade de Faro onde também tirei o curso de intérprete, na escola de Hotelaria e, portanto, estou muito em casa nessa terra que é a do meu coração. PB: Teatro, Cinema ou Televisão? DI: Se me obrigares a escolher uma, se me apontares uma arma à cabeça, escolho o teatro, porque é um sítio onde eu tenho mais tempo para descobrir os processo de trabalho, para evoluir, para errar e, depois, gosto muito da relação com o público. Nem sempre o mando calar, como foi hoje o caso, há uma relação

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À conversa com

que é viva, esta qualidade efémera daquilo que fiz hoje não é igual ao que fiz ontem, porque a energia muda e para ela contribui muito o público também, portanto essa é uma energia viva. Depois, gosto muito de fazer cinema e muito de fazer televisão, são linguagens diferentes, com outras características, mas se tiver que eleger uma, aquela em que me sinto mais em casa é o teatro. PB: Assim sendo, quais são as suas figuras de referência no teatro português, sendo que o Diogo Infante já é uma figura de referência do nosso teatro.

DI: Bom, tenho várias, como deves calcular, mas correndo o risco de ser injusto e dizer só algumas, nomeio aquelas com quem já tive oportunidade de trabalhar, são pessoas de referência, todas elas mais velhas, estou a pensar, por exemplo, na Eunice Muñoz, no Ruy de Carvalho, na Carmen Dolores, no João Perry, são atores que eu admirava quando estava a crescer e depois tive a felicidade de contracenar e aprender com muitos deles, isso é algo fantástico, quando nos podemos aproximar dos nossos ídolos, e portanto tive essa benesse.


PB: Para além de ator, é encenador e já foi diretor artístico. Com qual dos “papéis” se sente melhor? DI: Olha, aquilo que me define, aquilo que eu sou, é ator. Quando me perguntam: O que é que fazes?, não digo nenhuma das outras coisas. As outras vieram um bocadinho por acréscimo, a encenação veio pela necessidade de eu próprio escolher os textos que fazia como ator, veio da necessidade de eu próprio ter um papel mais interventivo e responsabilizante daquilo que fazia, começar eu próprio a trilhar um caminho. Isto tudo culminou nas propostas que surgiram para ser diretor artístico de teatros nacionais e municipais, portanto foram tudo coisas que eu encarei como desafios, achei que todas elas me acrescentavam qualquer coisa à minha pessoa e à minha profissão. Aquela a que eu regresso sempre é à arte de representar, é aí que me encontro, é aquilo que eu sou, que define melhor a minha essência. PB: “Sermão de Santo António aos Peixes” - O que leva um ator a fazer uma récita de um texto do século XVII, de estudo obrigatório no secundário, e que à partida parece fora da nossa época? Que reações tem recebido? DI: Olha, isto surgiu com um convite da Câmara Municipal do Porto, para eu ler isto integrado nas festas da cidade, numa biblioteca, era uma coisa muito pontual. Eu hesitei um pouco, pensei “ sermão, meu deus, século XVII, grande seca”, mas pensei “não, deixa lá ler um pouco”; quando li fiquei encantado e faço-o com todo o gosto. Algumas professoras de português vieram falar comigo e perguntaram-me se ia continuar, respondi que não, “ ai que pena, isto faz parte do programa curricular de português, que fantástico que seria que os nossos alunos pudessem ouvir o texto dessa forma. No papel, na sala de aula, não é a mesma coisa”; eu fiquei a pensar

naquilo, era giro, e como tinha tempo, aproveitei e comecei a organizar as coisas de forma a fazer exibições convosco e proporcionar aos alunos de todo o país a possibilidade de ouvirem o sermão de uma forma mais contemporânea, parece que estou a falar da atualidade. PB: Alguma vez considerou a hipótese de escrever uma peça? DI: Não, não, pensar não pensei, eu acho que há coisas que eu gostava de fazer, mas não sei fazer suficientemente bem, escrever é uma delas, cantar é outra, são tudo coisas que eu gosto de fazer, mas não tenho talento nenhum para poder abraçar essa responsabilidade. Agora encomendo, falo com autores e digo “ porque não escrevemos sobre aquilo”, sei ler e

reconhecer um bom texto, mas daí a eu próprio… acho que não podemos fazer tudo na vida, temos de conhecer as nossas limitações e aceitá-las, nalguns casos tenta-las levar mais longe. Não, não tenho essa ambição; se quiseres, tenho uma outra ambição, que é de realizar um filme, para um guião de cinema. Talvez tivesse a capacidade de dar um contributo mais concreto na escrita que, apesar de tudo, é uma escrita um pouco, diferenciada. Talvez, um dia, as minhas memórias. Quinze minutos que não podiam ter sido melhores na companhia de um dos maiores atores da atualidade. Agradecemos a sua disponibilidade e interesse e despedimo-nos, quem sabe, até outro “sermão”…

À conversa com

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Projeto eco-escolas Intervir para melhorar a nossa escola: miniprojectos curriculares Eco-Escolas

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nossa escola ESJD é, desde 2006 uma EcoEscola, tendo recebido recentemente o galardão referente ao 7º ano Eco-Escola. Em 2011 recebeu a “Certificação Eco-Escola de qualidade” pelo trabalho desenvolvido e é, se não a mais antiga, seguramente uma das mais antigas Eco-Escolas do Algarve. Exemplificativo do trabalho no programa Eco-Escolas e no decorrer do presente ano lectivo os alunos da turma G, H do 10º ano e 11º/11 (curso profissional técnicos de gestão de ambiente) irão desenvolver vários mini projetos de diagnóstico/intervenção na escola. Os temas, da escolha dos alunos visam alertar e/ou dar visibilidade ao que se faz na escola

em termos de práticas ambientais, na promoção de uma cultura de responsabilidade individual e coletiva relativamente aos problemas ambientais. Exemplos de propostas de intervenção: • Como realizar uma auditoria ambiental à escola? • Qual a qualidade da água do Agrupamento de Escolas João de Deus? (colaboração com a Empresa Águas do Algarve e Município de Faro) • Como melhorar o aproveitamento energético da escola e simultaneamente reduzir gastos? • O que fazer para melhorar a gestão de resíduos na escola? (colaboração com a empresa ALGAR, valorização de resíduos sólidos)

• Como implementar uma horta vertical? • Como construir um forno solar? • Como reduzir e valorizar os desperdícios na cantina? • Qual a situação da escola em termos de ruído? • Como implementar medidas de mobilidade sustentável na comunidade escolar? • Qual a qualidade do ar da escola? Os resultados destas mini-investigações vão ser objeto de uma exposição dos produtos finais dos respetivos projetos, a realizar no espaço escolar previsivelmente em Maio de 2014.

TV João de Deus

O

canal João de Deus TV é um canal de televisão escolar do Agrupamento de Escolas João de Deus que pretende dar visibilidade das atividades realizadas no âmbito escolar neste agrupamento. Numa fase inicial, o canal será dinamizado pela turma de multimédia do 12º ano. No entanto, espera-se e é desejável que se possa contar com a participação de todos os intervenientes do agrupamento. O início da transmissão está prevista para meados de janeiro e terá uma difusão diária. Na fase de arranque prevê-se que a transmissão ocorra nos dias de semana à hora dos intervalos escolares maiores: 10:00-10:15

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Escola

e 15:00:15:15 e à noite em horário ainda a definir. No fim de semana haverá um compacto com todos os programas transmitidos ao longo da semana, que será difundido em três horários distintos ao longo do dia. Os programas do canal João de Deus TV podem ser visionados na Biblioteca da escola ou em casa através de um canal MEO (o número do canal será divulgado oportunamente). A programação será divulgada no site da escola bem como na página do facebook do canal: https://www. facebook.com/aejd.tv Contamos com o apoio de TODOS.

Na próxima edição do Preto no Branco daremos a conhecer os bastidores do canal de televisão.


Parlamento dos Jovens 2014 Este ano o Parlamento dos Jovens começa em força – seis listas já se preparam nos bastidores

O

programa Parlamento dos Jovens é organizado pela AR, em colaboração com outras entidades, com o objetivo de promover a educação para a cidadania e o interesse dos jovens pelo debate de temas de atualidade. Culmina com a realização de duas Sessões Nacionais na AR, preparadas ao longo do ano letivo, com participação de Deputados, designadamente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura, órgão parlamentar responsável pela orientação do programa. Todas as Escolas do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do secundário são convidadas a participar.

tre LISTAS (sala 202)

A Escola Secundária João de Deus já iniciou o seu trabalho na concretização deste projeto, tendo sido constituída a Comissão Eleitoral, elaborada a calendarização e afixada a informação no átrio da Escola. As turmas e/ ou os alunos que pretendam participar são bem vindos e devem contactar um dos elementos da Comissão Eleitoral!

COMISSÃO ELEITORAL

16 de JANEIRO – ato eleitoral (das 9 às 15.30) (átrio) – apuramento de votos (das 15:30 às 16:30) – afixação dos resultados eleitorais – método d’Hondt (17:30) (átrio) 22 de JANEIRO – 14:00 – SESSÃO ESCOLAR (os deputados eleitos pelas listas elaboram um Projeto de Escola, elegem deputados à sessão distrital e o candidato à presidência da mesa da sessão distrital) (sala 202)

Dulce Vilhena –profª de sociode Faro (sala 202) logia (presidente) 13 a 15 de JANEIRO – campanha Joana Cerqueira – 12ºF eleitoral Ana Lúcia Correia – profª de filosofia 15 de JANEIRO – 15h DEBATE en-

CALENDARIZAÇÃO – dezembro e janeiro 16 de DEZEMBRO – apresentação das Listas à Comissão Eleitoral 17 de DEZEMBRO – afixação das Listas (átrio) 17 de DEZEMBRO a 13 de JANEIRO – as listas fazem as pesquisas e tomam decisões para elaboração de propostas 13 de JANEIRO – DEBATE com deputado eleito pelo círculo eleitoral Escola

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Viajar?!! Estudar fora?!! A Janina é uma aluna finlandesa a estudar, durante um ano, na nossa Escola, ao abrigo da organização AFS (American Field Service) POR

MARIA SANTOS

J

á viajaste hoje? Alguma vez pensaste em estudar um ano fora ou até mesmo acolher um estudante de outro país em tua casa? Já pensaste em ter uma destas experiências inesquecíveis? Se já, então és a pessoa certa para te apresentar a AFS. Vem comigo nesta viagem agora e, mais tarde, quem sabe, numa ainda maior. Deves estar a perguntar-te agora o que é isto da AFS e o porquê de eu estar a falar destas coisas. Então eu passo a explicar: a AFS (American Field Service) é uma organização que promove o intercâmbio mundial de estudantes entre os 15 e os 18 anos e não só. Através desta organização também se pode acolher um estudante estrangeiro como família de acolhimento ou até mesmo tornar-se voluntário da mesma. A AFS promove, principalmente, a Paz e a Compreensão entre os Povos através de intercâmbios de jovens e famílias, para uma Aprendizagem Intercultural e uma Educação Global. Decidi, em primeiro lugar, fazer este artigo sobre a AFS porque na nossa escola poucos são aqueles que têm conhecimento desta organização que nos fornece a nós, estudantes, um modo de ensino no mínimo diferente do que estamos habituados. Este projeto surgiu durante a 1ª Guerra Mundial com um intuito da ajuda dos feridos causados pelas disputas de território. Um grupo de cidadãos americanos, na altura residentes em França, decidiu improvisar uma es-

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Escola

pécie de ambulâncias e ir socorrer os feridos. A organização manteve-se de pé até aos dias de hoje e passou a promover o intercâmbio de estudantes de países à partida inimigos para desenvolver a paz mundial e um melhor ambiente. Desde o fim das duas grandes guerras que tem ganho renome a nível global e cada vez mais participantes, quer no programa

trimestral, de dois semestres, ou até mesmo de um ano letivo. A nossa escola já é experiente no que toca a integrar estudantes estrangeiros nas suas turmas e este ano não foge à regra e acolhe uma estudante da Finlândia chamada Janina Kaarre que frequenta a turma D do 11º ano. Para ficares a saber mais sobre a experiência desta nossa colega, eu fui entrevistá-la. PB: Janina, eu represento o jornal da nossa escola e gostava de te fazer umas perguntas sobre esta tua experiência aqui em Portugal. Podes começar por me dizer quantos anos tens e há quanto tempo estás aqui em Portugal? R: Sim, claro, tenho 16 anos e estou em Portugal há três meses.


PB: Muito bem, e como conheceste esta organização na Finlândia? R: Eu conheci esta organização através da Internet. Na Finlândia estes programas são frequentemente falados na escola, por isso não foi surpresa para mim, mas eu queria participar num destes programas, por isso fui à procura na internet e encontrei a AFS. PB: E porque quiseste fazer este programa de um ano? R: Eu ouvi falar disto na escola e quis ter uma experiência diferente, queria conhecer pessoas diferentes. Queria conhecer outro país e outra cultura e primeiro pensei em fazer Erasmus, mas depois apercebi-me que não queria apenas estar num país sozinha, queria também conhecer uma família de outro país e, por isso, o programa de um ano letivo pareceu-me uma grande ideia. PB: E o que estás a achar destes três meses em Portugal? R: Eu estou a gostar muito de estar cá, é tudo muito diferente aqui. As paisagens são muito diferentes, o clima e as pessoas também. As pessoas são muito simpáticas, a comida é muito saborosa e de cidade para cidade, aqui do Algarve pelo menos, as paisagens variam muito; na Finlândia não há tanta diversidade de paisagens. Eu gosto imenso de Portugal. PB: Ainda bem que estás a gostar de Portugal. Em que notas mais a diferença entre Portugal e a Finlândia? R: Bem, tudo é diferente, mas há vários aspetos que são muito diferentes, como por exemplo: a maneira de viver dos portugueses, a organização aqui é quase nenhuma, as pessoas aqui andam mais “relaxadas”, enquanto na Finlândia está tudo bem organizado; por exemplo, se temos um trabalho para fazer, na Finlândia, combinamos fazer esse trabalho na sexta-feira e fazemo-lo mesmo, enquanto que em Portugal não, se combinamos fazer

um trabalho na sexta-feira, arrastamo-lo um pouco para os dias a seguir, porque parece não haver tanta pressa aqui. Outro aspeto em que noto muita diferença é na escola. Na Finlândia temos que trabalhar muito mais para a escola que aqui. Lá, se temos várias disciplinas de línguas, como espanhol e sueco, temos um mini teste por semana para treinarmos aquela língua, mas em Portugal não, em Portugal a escola não é tão exigente e tão rigorosa como lá. E, por último, não podia deixar de referir a diferença que para mim é a mais evidente, a neve. Na Finlândia, há sempre ou quase sempre neve e o Natal é sempre passado com neve lá fora e em Portugal não, aqui não há neve, o clima é mais frio lá e a neve é quase como uma característica do meu país e não tê-la cá faz-me alguma confusão ainda, mas não me posso queixar do clima de Portugal, porque também adoro este clima. PB: Sim, de facto imagino que o clima seja uma grande diferença para ti, mas que benefícios achas que te traz esta tua estadia em Portugal? R: Acho que tudo muda um pouco agora. Tenho uma língua nova para falar, tenho amigos novos de outro país e talvez me tenha tornado mais independente. Mas o maior benefício é mesmo o facto de agora ter mais uma família, de ter mais uma razão para sair do meu país e vir a Portugal matar saudades. PB: É muito bom que agora penses assim sobre Portugal, mas antes de vires para cá, de certeza que a tua ideia deste país era bem diferente, por isso, o que achavas que ias encontrar? R: Essa é uma pergunta complicada de responder, pois eu pensei em muitas coisas antes de vir para cá, se

seria aceite pelos meus colegas, se ia gostar da minha família, se me ia habituar bem ao clima e às pessoas no geral, todas essas questões rondavam a minha cabeça, mas o que pensava mais era sem dúvida no facto de ir estar sozinha, pensava que ia estar sozinha e que não ia ser aceite, mas quando cá cheguei aconteceu completamente o contrário. Todos os professores e alunos da minha turma foram atenciosos comigo e integraram-me logo na turma. Achava que aqui as pessoas iam ter uma mentalidade mais fechada como na Finlândia, ou seja, no meu país, um rapaz e uma rapariga, se se dão melhor e andam mais juntos é porque são logo namorados ou têm algum tipo de relacionamento mais íntimo, mas em Portugal não. Em Portugal as pessoas aceitam melhor as amizades entre rapazes e raparigas, o que é muito bom para mim porque me facilita a comunicação com os meus amigos no geral. PB: E, por último, queres acrescentar mais alguma coisa sobre esta experiência? R: Não tenho muito mais a dizer, mas só gostava de dizer mais uma coisa. Eu gostava salientar a família de cá e todos os meus amigos portugueses por me fazerem sentir tão aceite e bem-vinda aqui em Portugal. Agora sei que, para além de uma nova experiência, tenho também um segundo país e uma segunda família no meu coração. Escola

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Os “picas” e os comboios

Há tantos “picas”! Há picas velhos, picas novos, picas elegantes, picas desleixados, picas atentos, picas que não olham para o passe, picas simpáticos e educados, picas antipáticos e picas que já me conhecem e não pedem o passe.

POR ÍSIS DE SÁ

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ndo todos os dias de comboio. Eu gosto de andar de comboio. Aproveito bem esse tempo. Leio, faço os trabalhos de casa do dia, estudo, durmo e como. Faço tudo o que não teria tempo para fazer em casa. Ao contrário do que as pessoas pensam, o comboio é um meio de transporte seguro e confortável. Os assentos estão em boas condições e são confortáveis e é o único meio de transporte no qual não enjoo enquanto leio. É claro que também têm desvantagens. Em algumas carruagens as pessoas falam muito alto e não me deixam descansar ou concentrar! Por vezes, o comboio está tão cheio que tenho de ir de pé. Também me incomoda quando o comboio está atrasado, porque não permite, muitas vezes, chegar a horas à primeira aula. O que mais me interessa e fascina, nos comboios, são os picas. Aqueles senhores, ou senhoras, que nos cobram o bilhete. Há tantos “picas”! Há picas velhos, picas novos, picas elegantes, picas desleixados, picas atentos, picas que não olham para o passe, picas simpáticos e educados, picas antipáticos e picas que já me conhecem

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Crónica

e não pedem o passe. Acho imensa piada a um pica que está sempre “desfraldado”, e mete conversa com qualquer pessoa, como se fossem amigos de vida. Ontem, quem me pediu o passe foi um senhor, totalmente desapropriado da profissão, muito elegante e educado, que, após a verificação atenta do passe, desejou, cortesmente, uma boa viagem. Gosto deste género de picas. Detesto os arrogantes! Mas, enfim, não se pode escolher. O comboio é um excelente meio de transporte, nos dias de hoje.

O “PICAS” da curta metragem “A Suspeita” de José Miguel Ribeiro


Projeto Solidário

Face Care/ Face Share

N

o ano de 2012/13 a Escola Secundária João de Deus iniciou um Projeto de partilha que pretendeu envolver toda a comunidade escolar. Este teve como finalidade a angariação de produtos variados e sua posterior distribuição, Inserindo-se no espírito ecológico definido pela política dos 4Rs “redução, reutilização, reciclagem e respeito” e no âmbito dos problemas socioeconómicos vividos atualmente no nosso país. Este ano letivo pretendemos dar continuidade ao mesmo com novas iniciativas e apelando à intervenção de todo o agrupamento, no sentido de tentar levar a escola a ter uma participação ativa na comunidade em que se insere.Com esta ação pretendemos apelar ao exercício de cidadania no seu conceito mais abrangente aliando a solidariedade à defesa do ambiente.

A primeira iniciativa deste ano letivo “Caça ao Papel”, pretende levar a cabo uma campanha de recolha de papel (jornais, revistas, publicidade, fotocópias inutilizadas e outros com exceção de cartão ou papel revestido

a película plástica). 1ª iniciativa a decorrer (até ao final do ano letivo): “ Caça ao Papel” – Cada tonelada de papel reverterá em 100 euros de alimentos a distribuir por famílias carenciadas preferencialmente da nossa comunidade escolar. 2ª iniciativa a decorrer até ao final do 1º Período: “ Rifas Solidárias” – reverte a favor de Cabazes de Natal a distribuir por famílias carenciadas. 3ª iniciativa a decorrer até ao final do ano letivo : “ Bolsa de Voluntários”participação em várias atividades solidárias na nossa comunidade local Outras iniciativas serão lançadas ao longo do ano letivo nas quais contamos com a colaboração da Associação de Estudantes, que neste momento já está a dinamizar uma das atividades.

Os amigos de Kalandula

A

turma 6ºF da Escola

A campanha decorrerá de 2 a 17

EB 2,3 Santo An-

de dezembro de 2013.

tónio de Faro, está a

Para mais informações pode visitar a

organizar a campanha - “Amigos de nossa página do facebook Kalandula“.

h t t p s : / / w w w. f a c e b o o k . c o m /

Esta campanha consiste em angariar

amigosdekalandulaa?ref=hl

material escolar excedente para doar às crianças de Kalandula, em Angola. Agradecemos o vosso apoio. Os materiais necessários são: Lápis,

Escola E.B. 2,3 Santo António, Faro

Borrachas, Canetas, Blocos/ Cader-

Professora responsável - Fátima

nos, Livros de colorir, ...

Monteiro

O Município de Kalandula tem 70 mil e 37 quilómetros quadrados e uma população estimada em 72 mil e 400 habitantes. Wikipédia

Notícia

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PRAGA ARTÍSTICA A praga “Palm Trees Project” contamina a cidade de Faro.

POR RITA GUERREIRO

M

uitos de nós já se depararam, em vários pontos da cidade de Faro, com uma “praga” de obras de arte urbana, as quais, sem ter pago qualquer tipo de imposto, se fixaram nas nossas ruas, praças e jardins. Estas obras foram criadas no âmbito do evento artístico “Palm Trees Project”, inspirado na morte de inúmeras palmeiras por todo o Algarve. Em 2007 foi introduzido em Portugal, vindo do sul de Espanha, o mortífero e faminto escaravelho Rhynchophorus Ferruginus (escaravelho vermelho). Desde então, centenas de palmeiras tiveram que ser cortadas, de modo a evitar que a praga tomasse dimensões catastróficas. Saliente-se

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Cultura

que, noutras regiões do nosso país, Consciente do impacto ambiental também já foram identificadas ár- e social deste problema na região, vores doentes com esta praga. esta associação decidiu impulsionar A Associação internacional de Arte um projeto criativo, com o intuito de Peace and Art dar a conhecer, Society-PAS, O “Palm Trees Project” e de prevenir, a uma orgapraga destes esconsiste na criação de nização sem caravelhos a nível fins lucrati- obras artísticas junto mundial. Assim vos, com sede às palmeiras cortadas nasceu o “Palm aqui em Faro, Trees Project”. ou até a criação de outvisa de forma Este projeto conprática, pro- ras, a partir do que de- siste na criação mover, divulde obras artísticas las resta. gar e defender junto às palmeiras os mais altos cortadas ou até a valores éticos, humanitários e artísti- criação de outras obras, a partir do cos. O seu grande objetivo é desen- que delas resta. volver a Arte pela Paz e Harmonia. Junto ao edifício prisional e na área


Festa do halloween N

o dia 30 de outubro, os alunos do 10º ano do Curso Profissional Técnico de Apoio Psicossocial promoveram uma festa do Halloween com atuações de alunos da Escola, concurso de máscaras , entre outars animações.

pedonal, entre a rotunda do teatro municipal e o largo Luís de Camões, já contamos com obras de quinze artistas oriundos de Portugal, País de Gales, Bélgica, México, Brasil e Israel. Estas obras foram construídas para a cidade, a partir de fragmentos de material considerado, aos olhos do senso comum, inútil, tais como: manilhas partidas, postes de iluminação de rua, bicas ou até mesmo velhas floreiras. O “Palm Trees Project” encontra-se

atualmente na 2º fase, agora na ponta oposta da cidade, no terreno baldio, em frente ao Skate Park, ao lado das bombas de gasolina “Jumbo”, perto da rotunda à entrada de Faro, no sentido Olhão- Faro. A vinda de outros membros internacionais da Peace and Art Society a Portugal está confirmada, reforçando a divulgação global deste projeto que está a colocar a cidade de Faro e o Algarve na rota mundial da Arte Urbana. Escola

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CLUBE DE CINEMA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO DE DEUS um projeto da Biblioteca Escolar, em colaboração com o SPO e com o apoio do Cineclube de Faro.

E

1º ciclo

Calendarização

xiste no nosso agrupamento, desde outubro, um clube que promove a cultura cinematográfica e a educação do público de cinema. A programação é variada (cinema de animação, documentário, ficção) e pretende abranger todos os alunos do agrupamento, do 1º ciclo até ao ensino secundário. Na biblioteca pode ser consultado e utilizado o material de apoio elaborado pela equipa. Para dezembro selecionámos “A pequena Sereia”, um clássico dos estúdios Disney que vai divertir os mais novos. Estão todos convidados para a sessão de janeiro, a entrada é livre. Bons filmes!

DEZEMBRO dia 11 (manhã) Auditório EB 2/3 Sto António ABRIL dia 4 (manhã) Auditório EB 2/3 Sto António JUNHO dia 6 (manhã) Auditório EB 2/3 Sto António

2º e 3º ciclo Calendarização NOVEMBRO dia 27, 15:15 Auditório EB 2/3 Sto António FEVEREIRO dia 26, 15:15 Auditório EB 2/3 Sto António MAIO dia 28, 15:15 Auditório EB 2/3 Sto António

Secundário Calendarização OUTUBRO dia 25 , 21:30 Auditório EB 2/3 Cineclube de Faro JANEIRO dia 31, 21:30 Cineclube de Faro ABRIL dia 4, 21:30 Auditório EB 2/3 Cineclube de Faro

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Escola

Realização, Origem, Ano

Título, duração

John Musker (estúdios Walt Disney), EUA, 1989

A Pequena Sereia, 85 min

Peter Lord e Nick Park, EUA e Reino Unido, 2000

A Fuga das Galinhas, 84 min

Wolfgang Petersen, EUA e Alemanha, 1984

Uma História Interminável, 94 min

Realização, Origem, Ano

Título, duração

Tom McCarthy, EUA, 2004

A Estação, 89 min

Christophe Barratier, França, 2004

Os Coristas, 95 min

Sylvain Chomet CAN/ FRA/BEL, 2003

Belleville rendez vous, 78 min

Realização, Origem, Ano

Título, duração

Sean Penn, EUA, 2007

O Lado Selvagem, 148 min

Gus van Sant, EUA, 2008

Milk, 128 min

Lucy Walker, Reino Unido e Brasil,2010

Lixo Extraordinário, 99 min


Crítica em chamas ?? CRÍTICA CINEMATOGRÁFICA POR MARIA ANA AFONSO

H

á livros que exigem uma adaptação cinematográfica. Bons livros, livros que pedem mais do que a imaginação do leitor, que pedem cenários e personagens concretas. A trilogia “Hunger Games” da escritora americana Suzanne Collins são três desses livros (cruelmente chamados “Jogos da Fome” em Portugal). O primeiro livro, saído em 2009, alcançou um sucesso de tal forma monstruoso que dois anos mais tarde estrearia o primeiro filme de três, intitulado “Hunger Games”, que arrecadou mais de duzentos e dezoito milhões de dólares em bilheteiras de todo o mundo e recebeu a aprovação de 85% da crítica. Proibi-me de ler o segundo livro antes de ver o filme, e por isso não poderei dizer se está bem adaptado e quais as diferenças que o leitor pode esperar, mas também não acho a informação de grande importância. O que importa é que, quando entrei na sala de cinema estava, em bom português juvenil, à toa. Não sabia o que ia acontecer, quando ia acontecer e todas as personagens que me fossem apresentadas seriam um completo mistério. Não foi uma surpresa agradável quando percebi que este segundo filme se ia focar mais no triangulo amoroso do que o primeiro. No entanto, e mesmo com esse enorme cliché a pairar como uma sombra durante uma pequena parte do filme,

houve alturas de cortar a respiração. A revolta dos distritos e a vontade de revolução contra o Capitólio são de levar uma pessoa a sentir dentro de si um brutal desejo de vingança. A ditadura dos Soldados da Paz e a sua brutalidade são também retratados de uma forma assustadoramente familiar, como se algo do género se

que os do primeiro. É tudo muito real e assustador e as armadilhas são também mais psicológicas e perspicazes. Houve partes em que me senti sufocada de nervos. Passada uma hora e três quartos de pura destreza cinematográfica, a última meia hora deixou-me furiosa. A quantidade de ação que o realizador tentou inserir nuns míseros trinta minutos é quase insultuosa. Que o leitor não me interprete mal, é um final fantástico, com uma banda sonora de suspense fabulosa e a onde a heroína finalmente nos mostra porque é a heroína. Mas trinta minutos são trinta minutos. Percebo porque o fizeram, percebo que seja um final que exige uma continuação. Mesmo assim, sabe a pouco, a quase nada, e revelações que mereciam quase uma hora inteira de filme são feitas em poucos segundos. Hoje, 29 de Novembro de 2013, um dia depois de o ter visto, ainda estou a tentar assimilar tudo o que vi. É, portanto, um Bom Filme Com Um Mau Final Mas Que Continua A Ser Um Bom Filme: efeitos especiais estrondosos, pudesse abater no nosso mundo a diálogos interessantes, cenários aproqualquer altura. priados e um universo que, se esqueSubitamente, já não me sentia segura cido pelos dois anos que passaram dentro da sala 7 dos cinemas SBC. desde o primeiro “Hunger Games”, Mas era um bom tipo de insegurança. volta mais maduro, mais perigoso e Os Jogos deste segundo filme são, que promete perpetuar na memória agora que penso no assunto, um pal- como um dos mais brilhantes de semmo e meio mais bem conseguidos pre. Crónica

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Nunca um S fez tanto sentido

POR VASCO SEMEDO

O

que poderá significar ter ganho a lista S? Poderá significar sabedoria, simpatia, solução, simplicidade, sagacidade, sapiência, sensibilidade, sociabilidade ou subjetividade, superioridade, sensacionalismo e sentimentalidade? Esperemos que signifique fundamentalmente solução, acima de tudo, pois no meio de tantos smurfs é necessário alguém que represente a nossa associação de estudantes com sapiência e sagacidade. Sinceramente, não conheço nenhum smurf que não seja simpático. Mas na sua lista há uma tal simplicidade de pessoas que se torna simples satisfazer as necessidades de todos nós. É preciso sensibilidade, porque a lista S é composta por vários grupos de amigos, amigos diferentes, com gostos diferentes, mas com uma coisa em comum: representar a Associação de Estudantes da nossa escola. Dizer que os amigos sensíveis não são sociáveis é farsa, é estranho e quase 100% mentira. Bem, se não forem subjetivos, cumprirão todas as propostas, indo diretamente ao que a escola ne-

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Crónica

cessita, para além das obras, claro! Num grupo tão vasto de amigos, de colegas, é pouco provável que sejam sensacionalistas, isto é, que alarmem os estudantes. Quando se chega a um cargo, seja ele de que natureza for, podem adquirir-se complexos de superioridade, que é uma doença de falhas de personalidade coletiva; sendo-se sensacionalista e superior, perde-se um todo, a Escola/Liceu João de Deus. Para que tudo corra como sempre, e se sigam bons exemplos, há que destacar o Presidente demissionário, Gonçalo Santos, e a sua lista – lista Q, que nos deixa com um trabalho sério, honesto e verdadeiro. Do seu trabalho destaca-se os Ms e Mr. Liceu e a manifestação com o objetivo de ver a escola concluída. Uma palavra também aos derrotados (Lista Gama e Lista M), que pelo seu empenho, campanha e elementos, não mostraram cara de derrotados. A contribuição destas listas foi fundamental para que a Lista S aprimorasse as suas medidas e convicções

face à concorrência. A lista M queria a Mudança, nunca tendo mentido ao seu eleitorado, contudo, segundo os apoiantes da lista M, ficou tudo na mesma. Quanto à lista Gama, mostrou ser Topo enquanto pôde, teve um eleitorado fiel e eles mesmos sempre foram fiéis às suas convicções, às suas ideias e ao seu projeto, que se esfumou nas urnas. Falta dizer que nunca um S fez tanto sentido!


Corta-mato 2013

À

semelhança dos anteriores anos letivos, realizou-se no dia 11 de Dezembro mais uma prova do CortaMato Escolar, na Escola Secundária João de Deus. A prova foi organizada pelo grupo de professores de Educação Física e participaram cerca de 600 alunos. Uma pro-va de CortaMato do Desporto Escolar é um momento de competição desportiva e de encontro entre jovens de toda a Escola.

Os resultados foram:

Juvenis Femininos: •1º Catarina Gabadinho -11ºI •2º Catarina Guerrreiro-10º F •3º Joana Martins 11ºH Juvenis Masculinos: •1º João Cruz – 11ºI •2º Duarte Esteves-11ºJ •3º Daniel Santos-10ºI Juniores Femininos: •1º Beatriz Afonso-12ºG •2º Rita Pereira 12ºH •3º Inês Gloria -12º E

Juniores Masculinos: •1º Gregor -11ºB •2º Henrique Coelho- 12ºG •3º Miguel Carvalho -12ºH

Escola

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Horóscopo Receitas da nossa Chefe... POR MÃE SANTO IDALY

A tua alegria é como um dom, todo o lado que olhas tem algo de bom!

Bolachas de gengibre e limão

A

8 ou 80, cala-te ou grita, vai ou fica.

A DOCEIRA ÍSISLEITEMAGRO

quentinho.

A chuva e o frio chegaram… Sabe tão bem estar enroladinha numa manta, quentinha no sofá, a ver a minha série favorita, enquanto como bolachinhas e bebo um chá

Aqui vai a receita das minhas bolachas de gengibre e limão (deliciosas!). Bolachas de gengibre e limão Ingredientes: 250 g de farinha de trigo 1 c. chá de fermento em pó 80 g de açúcar

“Só sei que nada sei, mas do nada que eu acho que sei é que gosto de ti.” Está na altura de te declarares! Tu chegas e deixas tudo a olhar, o teu brilho até fica pelo ar e deixa as pessoas a alucinar! O clima está cada vez mais “caliente”, larga o osso e dedica-te à escola que bem precisas….!!!! Ehhh!!! Ciúmes aqui a dar com pau, vê lá se queres uma jaula!

90 g de manteiga amolecida Ano novo, vida nova!

1 ovo Raspa de ½ limão 1 colher de chá de gengibre fresco ralado, ou em pó Procedimento: 1- Numa taça, misturar a farinha, o açúcar, o fermento em pó, o limão e o gengibre. 2- Adicionar a manteiga e mexer até que se forme uma massa granulosa. 3- Juntar o ovo e bater apenas até ligar todos os ingredientes. 4- Formar uma bola com a massa e refrigerar durante cerca de 30 minutos. 5- Pré-aquecer o forno a 180º C. 6- Forrar um tabuleiro de forno com uma folha de papel vegetal. 7- Estender a massa e fazer formas fofis, com 0,5 cm de altura. 8- Cozer durante cerca de 10 minutos ou até que estejam ligeiramente douradas. 9- Retirar do forno, esperar que arrefeçam e devorar!!!

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Horóscopo

Que 2014 te traga sorte que tu andas numa desgraça! Este frio chegou para ficar. É melhor começares a procurar braços para te aqueceres. Nunca te esqueças , podes perder um autocarro, mas que a seguir passa outro. Sê maniento, primeiro tu, depois os outros… chega de falta de confiança! Errar é humano.


Crónica de Moda

Vestir sem preconceitos POR BEATRIZ DIAS E CLAÚDIA ESTEVES

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oje em dia, a moda é um direito pessoal, bastante mais livre do que antigamente. Existem inúmeros estilos, diferentes, por todo o planeta, desde o estilo formal até ao estilo rock, entre outros. Aqui na tua escola podes observar um pouco dessa diferença, como por exemplo alunos com uma cor de cabelo fora do comum, bastante original, o estilo swag, o estilo mais descontraído, um estilo mais clássico, até um estilo vintage. Somos todos iguais, mas todos temos o nosso próprio estilo. Atualmente, principalmente na faixa etária jovem, a discriminação pelo uso de vestuário de cariz mais personalizado torna-te diferente, em alguns casos até discriminado. Será que vestirmo-nos mostrando a nossa personalidade, porque a religião assim o exige ou a cultura, tornar-nos-á diferentes? Melhores? Piores? Será uma atitude correta julgar pela maneira de vestir? Cada vez existem mais casos de bullying, tendo como base o tema ‘’moda’’. Afinal, o que é a moda? Por não usares uma blusa de marca, que metade da escola usa, estarás fora de moda? Por quereres ser diferente, tal dá direito a seres gozado? Numa fase da história do nosso país, em que há famílias que passam fome e não têm dinheiro para os filhos andarem na

ILUSTRAÇÃO DE VANESSA BRITO

moda, serão eles obrigados a ouvir comentários maldosos, sobre estar fora de moda ou não usar sapatilhas de marca? O bullying existe e o não estar de acordo com os padrões definidos pela sociedade escolar é o suficiente para o sentir na pele. Será justo? Será que cada um não tem o direito de vestir o que lhe apetecer? O que sabemos é que as vítimas de

bullying sofrem, esse sofrimento origina consequências, e algumas delas, por vezes, são menos felizes, por exemplo o suicídio ou consumo de álcool e drogas, pois esses jovens pensam que o caminho mais fácil para encontrar a paz é esse. Concluindo, cada um deve ter o direito de vestir o que quer, e o que bem lhe apetecer, sem ser julgado. Moda

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Visita de Estudo a Lisboa POR VASCO SEMEDO

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o dia 6 de Dezembro do presente ano, as turmas A,B,D e I do 11º ano, fizeram uma visita de estudo a Lisboa, com o objectivo de complementar o estudo de algumas obras/textos de referência, que estão integrados no programa da disciplina de português e por isso de estudo obrigatório, mais precisamente, o “Sermão de Santo António aos Peixes” de Vieira e realizaram ainda um percurso Queirosiano, como introdução ao estudo dos Maias de Eça de Queirós. As turmas reuniram-se no portão da nossa escola ainda de madrugada por volta das 6:45h, dividiram-se as quatro turmas por dois autocarros e saíram de Faro, acompanhadas pelos professores Horácio das Neves, Dina Espada, Paula Santos, Cláudia Cardoso e Cristina Cardoso. Á medida que ultrapassámos uns quilómetros, o sol ia nascendo e já se misturavam as paisagens algarvias com as paisagens alentejanas. A meio da viagem parámos numa estação de serviço, por volta das 8:10h para tomar o pequeno-almoço e ganhar alguma energia que faltava para chegar a Lisboa. Ao fim de 3h e 15 minutos de viagem e de 279 Km percorridos chegámos a Lisboa. A viagem decorreu dentro da normalidade. No interior do autocarro, o ambiente era bem alegre, alguns entoaram alguns cânticos, enquanto outros dormiam. Chegados a Lisboa, ambos os auto-

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carros pararam no Cais do Sodré e as renovadora da época, mas que o seu turmas iniciaram o Percurso Queiro- sucesso é relativo, visto que não consiano. O Percurso Queirosiano tinha segue mudar a totalidade da sociedade, a sua maneira de pensar e de agir, no entanto nunca se sente um homem frustrado, porque para Eça além de crítico e inovador, também é muito persistente. As turmas pararam no famoso café Nicola, para posteriormente seguirem viagem de autocarro até ao Teatro da Comuna, local onde estas iriam assistir à récita do Sermão. Em 15/20 minutos chegámos às imediações do Teatro, onde fizemos uma pausa para como rota: Cais do Sodré – Rua do comer. Às três da tarde, hora marcada Alecrim – Praça Luís de Camões – para o início do espetáculo, entrámos Chiado – Bairro Alto – Academia numa sala relativamente pequena, da Trindade – Parque Eduardo VII – antiga, muito tradicional e com um Avenida da Liberdade. tom familiar. Os sítios visitados são emblemáti- Repentinamente, apareceu Diogo Incos, uma vez que foi neles em que fante, atrás do público, quando nada o enredo dos Maias se desenrolou. o fazia esperar, e com um tom de voz Posso destacar alguns deles como o quase inigualável e uma concentraHotel Central, onde Carlos Eduardo ção só ao nível dos melhores, rapidavê pela primeira vez Maria Eduarda, mente “agarrou” a plateia ao sermão e o Chiado, onde antigamente se real- pausa ante pausa, subindo e descendo izavam as conferências Democráti- os tons de voz, usando a interrogação cas do Casino mais concretamente no retórica própria daquele sermão. Por Edifício Lisbonense, uma estátua de momentos, todos pensaram que tínEça de Queirós localizada na rua do hamos recuado no tempo e estávamos Alecrim ou o Largo do Teatro de S. mesmo a ouvir Vieira, não só pela exCarlos, casa da ópera de Lisboa do pressividade de Diogo Infante, como estilo neoclássico (1793). Percebe-se pela sua própria habilidade de cativar também que Eça apenas critica a ar- o público ou até mesmo com as suas istocracia e que este intelectual é um interrupções no sermão, para depois dos que pertence a uma juventude lhe dar continuidade e nunca mais se


calar. Uma hora depois e com pena de todos aqueles que o estavam a ouvir, deu-se por encerrado o sermão. A maior parte dos alunos foi-se embora e apenas ficaram os redatores do preto no branco, para lhe colocarem algumas perguntas acerca da sua vida biográfica e profissional. Antes de sairmos de Lisboa lanchámos, passámos num dos espaços verdes de Lisboa, nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, na avenida de Berna, perto da praça de Espanha. Entrámos dentro da Fundação, onde havia uma exposição de livros, e em seguida demos um passeio curto pelos jardins e apanhámos o autocarro para regressar a Faro. Regressámos a Faro, por volta das 18:15h, as turmas entraram pela milionésima vez dentro dos autocarros e apenas parámos na estação de serviço de Aljustrel para um lanche-ajantarado. Por volta

das 21:30 h, chegámos finalmente a Faro. O ambiente no autocarro era frenético, com muito calor humano e à medida que estávamos a chegar a Faro o cansaço começava a tornar-se evidente e a tomar conta de alguns, depois de uma longa jornada, um dia em cheio e uma missão cumprida para estas quatro turmas do 11º Ano.

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Sílvia, concorrente ao Factor X Sílvia Barros entrevistada

POR INÊS GONÇALVES E ANA CORREIA

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ílvia Barros, de 17 anos, frequenta o 12º ano na área de Línguas e Humanidades na Escola Secundária João de Deus. Referente à sua participação no Factor X, o novo talento-show da Sic, conta-nos como foi esta experiência. PB: Como surgiu a música na tua vida? R: A música na minha vida surgiu desde que eu nasci. Eu cresci em África, e África é conhecido como o continente da origem da música. Todos os instrumentos, guitarra, bateria, foram criados em África, era a forma que os escravos tinham de socializar. Sempre foi uma maneira de convívio entre todos. PB: Quem são as tuas maiores inspirações no mundo da música? R: Os meus ídolos são vários… A Beyoncé, acima de tudo, a Jessie J,

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a Pink, com certeza… Depois vêm as cantoras soul, Aretha Franklin, a Fantasia, que é uma cantora fantástica, e depois dessas todas é que vem a Rihanna; acho que a Rihanna é mais espetáculo, mais imagem do que propriamente voz, acho que lhe falta qualquer coisa. PB: Quem te inscreveu? R: Foi um amigo meu. PB: Quais as razões? R: Porque ele achava que eu tinha talento, sinceramente, se não fosse ele tinha-me passado completamente ao lado. PB: Que podes dizer da tua experiência? R: Não vou dizer que foi uma boa experiência, porque acho que da parte da produção do Factor X havia uma grande falta de consideração pelas pessoas que estavam lá, não havia condições suficientes e as pessoas estavam lá como se fossem ratos enjaulados à espera de irem para o palco, mas foi uma experiência. Foi, não vou dizer uma boa experiência, mas foi uma experiência única, uma experiência que serve para crescer. PB: O que mudou na tua vida com esta tua participação no Factor X? R: Mudou, porque eu pareço uma pessoa muito segura, mas eu tenho as minhas inseguranças e cantar à frente de tanta gente, inclusive pessoas que já são grandes nomes na música, como a Sónia dos The Gift, foi algo, e eu cheguei lá e consegui. PB: Vês a música como um possível futuro profissional? R: Sim, mas não é para já, por agora quero terminar o 12º ano e surgiram mais oportunidades, aliás, tenho planos, mas que ainda não posso revelar. O Factor X é bom para divulgar e ter visibilidade.


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