SIM! 96

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#96

O DNA SOFISTICADO DE NEJAIM AZEVEDO + ARQUITETURA + DECORAÇÃO + PAISAGISMO P + DESIGN + ARTE + GASTRONOMIA +++








SIM!

#96

LUXO

Diretor Executivo Márcio Sena (marciodesena@gmail.com)

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LUCAS OLIVEIRA

Nejaim Azevedo abre seu sofisticado portfólio

Coordenação Gráfica e Editorial Patrícia Marinho (patriciamarinho@globo.com) Felipe Mendonça (felipe.bezerra@globo.com)

LUCAS OLIVEIRA

Guilherme Eustachio

Madalena Albuquerque e Newman Belo

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JORGE MENEZES | DIVULGAÇÃO

REDAÇÃO / DESIGN / FOTOGRAFIA Patrícia Calife (patriciacalife.sim@gmail.com)

BOSQUINHO LACERDA | LACERDA ESTÚDIO

LUCAS OLIVEIRA

+ O LUXO DE...

Erika Valença Edi Souza Mariana Lopes

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Kátia Ferrão

Diego Pires Lucas Oliveira Arquiteto Colaborador Alexandre Mesquita (mesquitaita@gmail.com)

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Tita Teixeira

Operações Comerciais Márcio Sena (marciodesena@gmail.com)

LUCAS OLIVEIRA

Robson Vila Nova

Beth Simón e Carola Queiroz

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DIVULGAÇÃO

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LUCAS OLIVEIRA

LUCAS OLIVEIRA

PMZ Arquitetura

LUCAS OLIVEIRA

LUCAS OLIVEIRA

Eliane Guerra (81) 9282-7979 | 9536-7969 (elianeguerra@revistasim.com.br)

João Domingos Azevedo e Rafael Souto Maior

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Joelma Santos (81) 3039.2220 (comercial@revistasim.com.br)

SIM! é uma publicação trimestral da TOTALLE EDIÇÕES LTDA

Gio Simões e Kilian Glasner

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Raul Córdula Leandro Ricardo Anna Corinna Kiko Selva

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Redação | Comercial R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP 51.190-420 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3039.2220

Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.

É TUDO!

Alexandre Mesquita | Projeto na praia

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JARDINEIRA

Tita de Paula | O charme das tulipas

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JARDINS

Marcelo Kozmhinsky | O jardim dos sonhos

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ENTREVISTA

Roberto Montezuma

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PERFIL

Tapetes Casa Caiada

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DESIGN

Mobiliário de luxo

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NORTE DA MATA

CAPA

A viola de Adelmo

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DE OLHO NO NÚCLEO

Núcleo PE

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Ilustração de Carlos Varejão para celebrar os 15 anos da revista

O QUE É NOVO

Novo Núcleo

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MOMENTO SIM! & CASA MODELO

15 ANOS DE SUCESSO!

Os sócios Márcio Sena, Patrícia Marinho e Felipe Mendonça rra e Márcia Vieira

Patrícia Marinho, Eliane Gue

Zezinho, Patrícia, Márcio e Turíbio Santos

No último dia 23 de setembro, a Casa Modelo abriu suas portas para dar início aos festejos de 15 anos da Revista SIM!. O evento contou com a presença de arquitetos, lojistas, artistas plásticos, dentre outros convidados. “Recebemos em nossa loja, com muito carinho, essa comemoração da SIM!. Espero que muitos outros anos venham e que nossa parceria continue por muito mais tempo”, conta a proprietária da Casa Modelo, Márcia Vieira. A revista nasceu da coragem dos sócios Patrícia Marinho, Márcio Sena e Felipe Mendonça em desbravar um novo mercado e valorizar o setor. “Estamos muito felizes em comemorar os 15 anos da SIM! A nossa trajetória sempre foi marcada por muita dedicação e compromisso de fazer um periódico com uma linha editorial séria. É gratificante olhar para trás e enxergar o quão nobre é o trabalho para o mercado”, finaliza Patrícia.

Carlos Augusto Lira

Ney Dantas, Gabriela Matos e Matheus Ximenes

Ana Célia Jung, Christoph Jung e Celso Sales

Eurico Freire e Marcelo Kozmhinsky

Renato Cavalcanti e o arquiteto Pedro Motta

Os paisagistas Luciano Lacerda e Schirlley Loureiro

Taciana 8 Feitosa e Anderson Lula Aragão

Alexandre Mesquita, Eudes Santana e Saulo Barros

Roberto Montezuma e Ana Paula Cascão


Erika Valença, Ana Rosa Coelho e Patrícia Marinho

Noemi Portela, Tânia Jurema e Schirlley Loureiro

Suzana Azevedo e Edi Souza

Diogo Viana e Maria Eduarda Costa

Cláudia Aires, Patrícia, Dani Acioli e Kenedy Michiles

Marina Mendonça e Roberto Lúcio

Márcia Dias, Neto Belém, Amanda Dias e Mesquita

Adriana Cavendish e Márcia Vieira

Carmen Lúcia Andrade Lima e Elza Freire

O arquiteto Paulo Veloso

Sandra Vasconcellos e Patrícia Marinho

Romero Ribeiro e Paula Tapety

Erika Valença, Danilo Galvão e Edi Souza

+ Confira a cobertura completa em: www.revistasim.com.br

Quem fez e faz a SIM!, tudo junto e misturado: Felipe Mendonça, Patrícia Marinho, Márcio Sena, Eliane Guerra, Alexandre Mesquita, Ana Cristina Lima, Marcelo Kozmhinsky, Danilo Galvão, Fabiana Barboza, Micaele Freitas, Greg, Joelma Santos, Erika Valença, Lucas Oliveira, Diego Pires e Edi Souza

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MOMENTO SIM! & FLORENSE

Guilherme Cavalcanti, Claudio Marinho, Juliano Dubeux, Sandro Curra, Érico Dantas, Evelyne Labanca, Wandenkolk Tinoco e Patrícia Marinho

NOITE PARA REPENSAR A CIDADE A Florense Recife promoveu uma importante discussão que é fruto da matéria de capa da SIM! 95. O sucesso da conferência “Ideias Sustentáveis para Cidades do Futuro” se deu pela presença maciça de arquitetos e pensadores em geral em torno de uma reflexão lançada no projeto Combomix, conduzido por Juliano Dubeux. Para o encontro, ele trouxe o mestre Wandenkolk Tinoco, que abriu a série de palestras resgatando sua ideia das fachadas verdes na década de 1970 e transmitindo toda experiência em anos de arquitetura. Já Guilherme Cavalcanti, da Agência Recife de Inovação e Estratégia, falou sobre a transformação das cidades sob a ótica financeira. “Nossa ideia é discutir o modelo urbanístico mais apropriado possível. Por isso, um encontro desse nível é indispensável”, contou Juliano antes de, finalmente, apresentar os detalhes do Combomix. A curiosidade logo tomou conta do público, que teve espaço para perguntas antes das palestras seguintes. A conferência con-

tou ainda com o diretor de engenharia da Odebrecht, Érico Dantas, abordando o que queremos para o futuro nas cidades, seguido por Evelyne Labanca e suas informações técnicas fornecidas pelo Instituto Pelópidas Silveira. Por fim, o diretor da Porto Marinho, Cláudio Marinho, e o jeito de fazer a cidade. “A Florense Recife está sempre de portas abertas para essas reflexões”, comentou Sandro Curra, franqueado da marca.

+ Confira a cobertura completa em: www.revistasim.com.br

Wandenkolk: o uso do verde na arquitetura

Guilherme: a cidade como estratégia de negócios

Juliano: Combomix

Érico: a cidade que queremos

Evelyne: propostas para o Recife

Claudio: um jeito de fazer cidade


Renata Berenguer e Fred Mota

Humberto Zírpoli e Sandro Curra

Adriana Porto, Fernando de Alcantara, Taciana Feitosa e Conceição Ledo

Romero Duarte e Silvana Gondim

Lourival Costa

Danielle Paes Barreto

Cleomenes Oliveira e Jaidete Ferreira

Patrícia Oliveira e Carol Boxwell

Lydia Barros, Marcelo Kozmhinsky e Alexana Vilar

Beth Curra

Carolina Pitanga e Roberto Montezuma

Elza Mendonça e Lorena Pontual

Marta Roca, Christoph Jung e Ana Célia Jung

André Dantas

Romero Duarte e Luciano Lacerda


#EUDIGOSIM AO LUXO

O luxo pode estar nas pequenas ou nas grandes coisas. Os parâmetros são os mais pessoais possíveis. Andar na areia da praia ou em um piso de mármore pode representar o mesmo luxo para pessoas diferentes. Desvendar as referências e devaneios de grandes profissionais, pessoas magníficas e únicas, é um desafio fantástico. Quantos luxos! Quanta sabedoria!

“A grandeza de uma profissão é talvez, antes de tudo, unir os homens: não há senão um verdadeiro luxo e esse é o das relações humanas.” (Antoine de Saint-Exupéry) Luxo mesmo é construir algo tão positivo, é revelar uma produção intensa, é aprender e partilhar ideias tão bacanas, é valorizar a criação e a realização dos profissionais, é poder dizer SIM! com alegria e dedicação. Luxo é fazer 15 anos assim! Patrícia Marinho

ILUSTRAÇÃO: CARLOS VAREJÃO

patriciamarinho@globo.com

Luxo — Dicionário Michaelis

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sm (lat luxu) 1 Magnificência, ostentação, suntuosidade. 2 Pompa. 3 Qualquer coisa dispendiosa ou difícil de se obter, que agrada aos sentidos sem ser uma necessidade. 4 Tudo que apresenta mais riqueza de execução do que é necessário para a sua utilidade. 5 O que é supérfluo, que passa os limites do necessário. 6 Aquilo que apresenta especial conforto. 7 Capricho, extravagância, fantasia. 8 Viço, vigor. 9 Esplendor. 10 Dengue, melindre. 11 Afetação, negação afetada, recusa fingida. Antôn (acepções 1, 2, 7 e 11): modéstia. L. asiático: o mesmo que luxo oriental. L. oriental: magnificência extraordinária e de subido valor.



EDITORIAL

Um début em grande estilo Por definição, début significa estreia. É um rito tradicional em que a jovem de 15 anos é apresentada oficialmente à sociedade, começando, assim, uma nova fase de sua vida. E é justamente com esse clima de première que comemoramos o ano XV da Revista SIM!. Nos reinventamos, como sempre fizemos, mas agora de maneira mais profunda e definitiva, caminhando sobre um tapete vermelho. Mas como em pleno aniversário não olharmos para a trajetória?! Foi nessa análise de passado onde, inevitavelmente, me deparei com a superação de tantos obstáculos que nos levam ao sucesso! Afirmo, sem sombra de dúvidas, que esse veículo é feito, acima de tudo, por pessoas alicerçadas no compromisso, na ética, na garra e na alegria. Isso abrange fontes, leitores, anunciantes, colaboradores e tantos outros. Mas os meus parabéns vão, sobretudo, para a equipe da SIM!. Primeiro para Patrícia Marinho, Felipe Mendonça e Márcio Sena, pela coragem em lançar, manter e renovar uma publicação setorizada e com liberdade editorial por tanto tempo. Segundo, para o nosso comercial, por dar suporte para tudo acontecer. Terceiro, para os colunistas e colaboradores, por engrandecerem ainda mais nosso conteúdo. E, por fim, para essa minha tão amada Redação pela criatividade, competência e felicidade, por fornecer o brilho que transborda nas páginas da revista quando ela chega às mãos de nosso público. Isso, sim, mantém o nosso lugar cativo no mercado!!! E que venham mais 15!!!

Não perca tempo, leia SIM! Patrícia Calife patriciacalife.sim@gmail.com

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Marcelo Kozmhinsky

Danilo Galvão

Tita de Paula

Alexandre Mesquita

NÓS DIZEMOS SIM! A VOCÊ


Felipe Mendonça

Patrícia Marinho

Márcio Sena

Edi Souza

Erika Valença

Diego Pires

Lucas Oliveira

Carlos Varejão

Mariana Lopes

Eliane Guerra

Joelma Santos

Luciano Ferreira

Giselda Couto

Luciano Santos


O QUE É

LUXO PARA VOCÊ? FOTOS: LUCAS OLIVEIRA TEXTOS: EDI SOUZA | ERIKA VALENÇA | MARIANA LOPES | PATRICIA CALIFE

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O títuto desta matéria é, na verdade, uma provocação feita a arquitetos, artistas, designers e demais entrevistados pela SIM! nos meses em que produzimos esta edição. Em meio a tantas respostas, a certeza de que, embora o luxo esteja ligado a brilho, raridade e glamour, hoje ele também pode se expresar no que traz funcionalidade e bem-estar emocional. Na prática, é tempo de explorar a ousadia com algum toque de simplicidade, de olho nas referências que trazem o verdadeiro sentido de se viver no luxo. As propostas estão nas páginas a seguir, em trabalhos versáteis, que consideram as várias maneiras de lidar com essa combinação.



É TUDO! Alexandre Mesquita Arquiteto, especialista em design de interiores e professor universitário Alexandre Mesquita e Neto Belém – Design de interior: (81) 3039.3031 www.alexandremesquita.com.br |alexandre@alexandremesquita.com.br

LUXO É...

Transformar uma casa de guardar coco em paraíso

PRAIA COM SIMPLICIDADE

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Há 15 anos, a Revista SIM! trazia, na sua segunda edição, um projeto em que o requinte maior era poder colocar, literalmente, os pés na areia da Praia dos Carneiros, Litoral Sul de Pernambuco. Na época, estava sendo entregue um trabalho cheio de fluidos, assinado por mim, Alexana Vilar e Gisele Carvalho. Razão de sobra para numa reunião de pauta, a pergunta “o que é luxo para você?” remeter àquela época em que esta publicação dava o salto para as boas ideias em arquitetura e decoração. A resposta é mais parecida com a SIM! do que se imagina. É que entrar num mercado editorial cheio de brilho e sofisticação, sem deixar de lado a simplicidade como essência, é luxo! Assim, essas duas histórias andam de mãos dadas. Aqui, em termos de projeto, sobressai a relação da família com um lugar pensado para ser rústico e aconchegante, nos moldes “moradia de pescador” e em total integração com a natureza,

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já que o verde da grama e dos coqueiros é ponto forte daquele entorno. A decoração naquele ano foi pensada nos mínimos detalhes. A casa, que antes funcionava como depósito de coco, manteve a atmosfera litorânea de lá para cá. A palha, elemento forte na base do projeto, foi mantida e trazida para vários detalhes, como o teto do terraço, o revestimento do balcão da cozinha e até a cobertura dos guarda-sóis posicionados nas mesas de tronco próximas da praia. Lógico que houve mudanças em pouco mais de uma década, com atualização assinada pela PMZ Arquitetura, pois muitos itens de décor eram perecíveis, como cabaças, bandejas e tecidos artesanais garimpados no mercado de São José. Hoje, o minimalismo segue para detalhes buditas — religião que preza pela simplicidade —, como um deus indiano com velas e flores.


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É TUDO! O bacana é ver que a tipologia da casa não mudou e segue a possibilidade de se estar em qualquer terraço do terreno, numa grande área de convivência pronta para receber de acordo com o horário e até mesmo a direção dos ventos. Ali, por exemplo, está um extenso redário em constante convite ao descanso. Ao lado dele, há, ainda, uma cozinha para que as pessoas estejam mais próximas à área externa e não precisem fazer refeições dentro da casa.

Como a família aumentou, hoje existe outra residência nas proximidades, mas, claro, essa mantém um charme que encanta o visitante de qualquer parte de mundo. Ao todo, foi um mês de trabalho para deixar tudo pronto no verão do ano 2000. Na época, deixamos as paredes mais coloridas, explodindo os tons de azul, verde e laranja, hoje transformados em branco, azul e telha, harmonizados com cadeiras de vime e mesas de madeira que se mantêm no espaço. Já no chão da área externa predominam o verde do gramado e o cimento queimado do piso, proporcionando o conforto de poder pisar com os pés molhados ou sujos de areia.

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Curtimos muito fazer, porque transcendeu a relação profissional e atingiu o compromisso com a ideia. Um verdadeiro luxo



É TUDO!

Nos 130 m2 estão distribuídos quatro quartos, sendo três na parte interna, equipados com o mais prático mobiliário possível. Em um deles, salta aos olhos o colorido do painel produzido por uma prima da família. O destaque é a proposta do lugar, que explora a vista da natureza pela janela sempre aberta. No geral, com uma dica ali e outra aqui, o cliente foi cuidando do que tinha em mão. Acho mesmo que tudo só foi possível amando o que se faz, mantendo o respeito pela cumplicidade. Foi certamente um trabalho que curtimos muito fazer, porque transcendeu a relação profissional e atingiu o compromisso com a ideia, que é mais forte do que qualquer contrato. Um verdadeiro luxo!

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JARDINEIRA

Ana Patrícia de Paula (Tita de Paula) Jornalista, designer floral, paisagista e jardineira Dona Jardineira: (81) 3036.6314 / 9152.1237 Instagram e Facebook: dona jardineira contato@donajardineira.com.br

LUXO É...

A elegância das flores

TULIPA É É possível passar horas a fio lendo e escrevendo sobre tulipas. Quem não já se surpreendeu com sua maravilhosa elegância, sua enorme variedade (são mais de 100!), em quase todas as cores, tamanhos e formas, mesmo que só por meio de fotos? Eu mesma posso dizer que são meu verdadeiro xodó e que sempre me emociono quando estou manuseando essa flor. Surgida na Ásia (e não na Holanda, como muitos pensam), a tulipa é uma espécie da família das liláceas e uma flor bem curiosa, a começar pela origem do seu nome, que é atribuída à maneira latinizada da palavra árabe dulband, que significa turbante, uma alu-

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são à semelhança do seu formato com essa peça do vestuário. A flor só chegou à Europa no século XVI por meio do famoso botânico e escritor Carolus Clusius (1525-1609), quem primeiro descreveu e iniciou a cultura dos bulbos da flor na Holanda, e, desde aquela época, a flor se tornou um símbolo, tanto que sempre está fortemente associada a esse país. Não diferente ao redor do mundo, a tulipa é considerada uma flor de muito prestígio e, para muitos, simboliza desde o luxo e paz à felicidade. Dona de uma beleza fenomenal, as tulipas têm um crescimento vertical e podem alcançar uma altura de 10 a 70 cm. A floração acontece no final da primavera, pois seu bulbo necessita do frio dos meses anteriores para florir. As tulipas preferem climas amenos, e são extremamente sensíveis ao calor. Em condições climáticas não muito favoráveis, um simples manuseio da flor faz com que ela se abra antes do tempo. Ao fazer a compra da planta, é sempre aconselhável dar preferência às que ainda tenham flores no botão. Isso permite que ela dure por mais tempo. Também é interessante escolher um local com luminosidade moderada e arejado, mas que não receba sol forte e muito vento. Já no caso dos bulbos, o manuseio deles deve ser cuidadoso, pois eles contêm uma substância chamada alcaloide, que pode provocar conjuntivites, rinites e até crises de asma.


A tulipa é considerada uma flor de muito prestígio e, para muitos, simboliza desde o luxo e paz à felicidade

Apesar do nosso clima tropical e as estações do ano, na maioria das vezes, não serem bem definidas, é possível, com algumas técnicas e artifícios, cultivar bulbos no Brasil (começou-se a produzir tulipas comercialmente no País ainda na década de oitenta, em Holambra, São Paulo), em ambientes que simulam seu habitat natural, com controle de temperatura, luz e adubação adequadas para garantir o bom desenvolvimento dos bulbos. No mercado brasileiro é possível encontrar belas espécies no período de março a setembro. Mas uma coisa é certa: seja quando for a época, o difícil mesmo é não se apaixonar por elas.

Cultivar bulbos não é uma tarefa fácil, já que exigem um processo meticuloso como preparação de um solo úmido, mas com excelente drenagem, rega mínima e moderada, e a conservação da ponta do bulbo para fora. Para quem gosta de jardinar pode ser um ótimo exercício! Após a floração, você pode diminuir esse impacto colocando gelo no vaso no início da manhã e início da noite. Tulipomania ou tulipamania, mania das tulipas, e por aí vai, foram expressões referentes a um episódio da história da Holanda, quando as tulipas se tornaram bens especulativos (o fato deu origem à primeira “bolha especulativa” em grande escala conhecida). De 1630 a 1637, os holandeses gastavam verdadeiras fortunas para obter tipos raros de tulipas e, com o passar dos anos, atingiram preços absurdos, tornando o comércio de bulbos de tulipas bastante lucrativo e baseado só no risco. Era possível se tornar rapidamente muito rico com apenas um pequeno bulbo. Pessoas de todas as classes vendiam propriedades e, às vezes, todos os seus bens para investir na espécie. Em 1637 o devaneio teve fim, pois a situação tornou-se tão crítica, que o governo holandês teve de intervir para acabar com a especulação, levando muitos a uma corrida para o resgate de seus investimentos. Consequentemente, os preços caíram subitamente, e inúmeros negociantes foram à falência.

IMAGENS: KLENOVA, BELCHONOCK, EGAL, SUNNY_BABY | DEPOSITPHOTOS.COM

CURIOSIDADES

AS CORES DAS TULIPAS E SEUS SIGNIFICADOS: • Tulipa vermelha: amor verdadeiro e eterno. • Tulipa roxa: luxo. • Tulipa amarela: luz do sol e prosperidade. • Tulipa branca: perdão e paz. • Tulipa laranja: vitalidade e vigor. • Tulipa negra: elegância e sofisticação.

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Decoração e arte se unem.


Grandes arquitetos assinam

Casa de campo by

FÁBRICA:: Tronco Dist. Rod. Norte 1414, Km 45 – Complexo Industrial de Suape – Cabo Sto. Agostinho – PE | Brasil CEP: 54590-000 | Tel: +55 81 3521.7070 Fax: +55 81 3521.7070 | pamesa@pamesa.com.br SHOWROOM SÃO PAULO: Rua Barão de Jundiaí, 459, Lapa – São Paulo – SP | Brasil CEP: 05073-010 | Tel: +55 11 3611.0732 Fax: +55 11 3232.1509 | projeto.arquitetura@pamesa.com.br SHOWROOM RECIFE: Domingos Ferreira, 2800 – Recife – PE | Brasil | CEP: 05073-010 | Tel/Fax: +55 81 3466.4000 Celular: +55 81 8814.1257 | luciana@pamesa.com.br (vendas) | emanuella@pamesa.com.br (administração)


JARDINS Marcelo Kozmhinsky é engenheiro agrônomo, paisagista e educador (81) 9146.7721 | 9146.4563 | www.raiplantas.com

LUXO É...

Estar com a natureza todos os dias

UM JARDIM DOS SONHOS

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Projetar um jardim significa compreender os sonhos dos seus moradores e traduzi-los por meio de um paisagismo, com sensibilidade, harmonia, estética e, fundamentalmente, usando a vegetação adequada a cada ambiente. Os clientes dessa casa e seus filhos adolescentes estavam em busca de maior qualidade de vida e, por isso, mudaram-se do apartamento no Recife para uma casa em Aldeia. No novo lar, eles tinham muitos desejos, mas o maior deles era construir um “jardim cinematográfico”. Para os proprietários, dentro desse espaço seria imprescindível inserir uma gaiola agradável para a arara, animal da família, que antes ficava em área reservada, distante do verde e sem a convivência direta com eles. Projetar e executar um jardim com essas peculiaridades foi desafiador, já que, conceitualmente, as possibilidades eram inúmeras.

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A área total do terreno é de cerca de 3 mil m². A casa e seu apoio — piscina, garagem, espaço gourmet e quartos para visitantes com estúdio de música — ocupam uma significativa parcela do espaço. Ali, sobram alguns recantos de área verde, que foram interligados por caminhos com dormentes de madeira, para trazer bem-estar e aconchego, além de reduzir o impacto da inserção de pisos de pedra e outros revestimentos que aumentam a irradiação de calor. As várias áreas do jardim resultaram em diversos “cenários” que dialogam entre si, proporcionando um espaço harmônico e aconchegante. Isso possibilitou as diferentes leituras nas cenas à medida que se vai deslocando pela casa. A área interna também possui jardins de inverno e muitas pérgolas: dois orquidários foram criados para acomodar a nova coleção dos proprietários, formada por aproximadamente 40 tipos distintos da flor.


Um jardim de luxo não significa que ele é suntuoso ou de ostentação, o luxo aqui está associado a comportamento, conforto, estética e satisfação pessoal

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Um jardim de antúrios, entre duas varandas do térreo, oferece beleza e ar tropicalista. O vermelho de suas flores conota força ao ambiente com ar de paixão e amor, remetendo aos filmes românticos de Hollywood. No jardim de inverno, que continua após a sala, foi criado um painel vertical com obras da artista plástica Marilu Melo e vegetações adequadas para o ambiente sombreado, como samambaias, chifres de veado, filodendros e bromélias. O jardim vertical de 20 m² (em fase de crescimento) foi instalado num muro de 5 m de altura, que se destaca tanto para quem entra na casa como para quem se desloca por fora, transformando-o no ponto central do campo de vista e suavizando a separação com a casa vizinha. Ele tem como base um aglomerado de bromélias, que comprovadamente não são risco para criadouros de dengue. Esse se tornou o espaço mais cobiçado pela família e seus visitantes.

O jardim tornou-se aconchegante e trouxe paz de espírito e tranquilidade

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Entre a casa e o espaço gourmet (duas grandes construções), foram plantadas palmeiras manilas, deixando o espaço mais leve, sem esconder o jardim vertical. Já próximo à gaiola da arara, foram inseridas algumas fruteiras, como pitanga, ubaia, acerola, jabuticaba e graviola. Nesse espaço, foi utilizada uma vegetação mais tropical, como helicônias, inhame preto, sombrinhas chinesas, árvores do viajante, palmeiras pticosperma, pleomeles e camarão gigante, escondendo o caminho de serviço. Nos vasos de Tracunhaém, espalhados pela área verde e próximos à piscina, foram aplicadas outras plantas frutíferas e Eugênia ao lado das dormentes. As frutas e as flores conotam a intenção de atrair pássaros, como beija-flores e borboletas, que frequentam o jardim dando um sentido mais natural à casa. Russélias, helicônias, moreias, tumbérgias, lírios-da-paz, jasmins, entre outras plantas floríferas, dão o colorido com sua exuberância. Orquídeas coral foram plantadas na entrada do espaço gourmet e sua floração é um deleite para os amantes dessas flores. Com apenas três meses de implantação, os clientes já sentem a transformação no seu lar: “O jardim tornou-se aconchegante e trouxe paz de espírito e tranquilidade, mudando minha rotina. Saía para trabalhar cedo e hoje fico boa parte da manhã trabalhando em casa e apreciando o fluxo dos pássaros e as borboletas. Todos os cantos do jardim oferecem opções distintas de entretenimento, com destaque para as orquídeas, que são um show à parte”, revela o proprietário da residência. Um jardim de luxo não significa que ele é suntuoso ou de ostentação, o luxo aqui está associado a comportamento, conforto, estética e satisfação pessoal. Sofisticação com simplicidade e satisfação: assim podemos definir o paisagismo dessa casa de Aldeia. Tudo proposto e criado com bom senso.

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LUXO É...

Dar a volta ao mundo sem sair de casa

ANTIGUIDADE COM SOFISTICAÇÃO Projeto privilegia a criação de espaços para lembranças de viagens

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Foi para atender às necessidades de uma colecionadora de antiguidade que o designer de interiores Guilherme Eustachio idealizou um projeto harmonioso e rico em detalhes. “Fazer um trabalho desse porte é um luxo por possibilitar a união do moderno com o antigo de forma elegante e sofisticada, tirando aquele aspecto de ‘coisa velha’, que muitos associam às peças de antiquário”, conta Guilherme. Para o ambiente, composto por três salas — uma logo na entrada, outra de estar e a terceira de jantar —, o designer se preocupou com tudo. Na primeira está uma estante de vidro que comporta uma coleção de cristais de Murano, da Bavária, tchecos, louças inglesas, estátuas, entre outos itens garimpados pelo mundo. “A ideia desse móvel foi dar um ar de modernidade e leveza para o ambiente, deixando o foco para as peças que são estrategicamente iluminadas. Temos aqui cristais que são verdadeiras obras-primas, puro luxo, sem contar um quadro de Portinari e de Pierre Chalita”, pontua. Em cada pedaço, é possível viajar para algum lugar, como Pérsia e Índia, com os tapetes tradicionais e bordados com ouro; África do Sul, com mantas de zebra; Áustria, com uma coleção de louça; Portugal, com conjuntos de chás; sem contar França, Rússia e Argentina, entre outros. “Criei espaços específicos para que todo esse acervo pudesse ser uma exposição permanente”, completa Guilherme. A sala de estar ganhou tons suaves contrastando com o escuro das poltronas estofadas com estampa animal print em marrom, servindo de conexão para os tons da sala de jantar. “O projeto original da casa é de Janete Costa e dar continuidade à essa linha de raciocínio é uma honra para qualquer profissional. Preservei a treliça desenhada por ela e colori em rosa para dar suavidade ao espaço. A mesa de centro, em vidro, destaca a coleção de opalinas. Nas paredes, tapetes indianos bordados em ouro e, nas laterais, mesas de canto mais elevadas para destacar os vasos assinados Ciryl e Tchecos”, detalha.

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Fazer um trabalho desse porte é um luxo por possibilitar a união do moderno com o antigo de forma elegante e sofisticada, tirando aquele aspecto de ‘coisa velha’



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Nesse projeto, é possível dar uma volta ao mundo através da arte, da história, do bom gosto e do glamour

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Na sala de jantar, foi aplicado um espelho para dar mais profundidade ao espaço. No mobiliário, o moderno e o antigo se fundem de maneira harmônica e homogênea. “Essa sala é especial por contar com dois nomes de peso, como o designer moderno Marcel Breuer, responsável pelas cadeiras e pela mesa de jantar, e a contemporânea Marianne Perretti, com o vitral localizado na lateral da parede principal. A peça art nouveau sobre a mesa contrasta com os quadros cuzquenhos de arte sacra datados do fim do século XVII”, explica Guilherme, que ainda reforça: “Nesse projeto, é possível dar uma volta ao mundo através da arte, da história, do bom gosto e do glamour”.

Gilherme Eustachio www.guilhermeeustachio.com.br (81) 3326.6160

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LUXO É...

Ter sua história sempre à mão

VIVER COM MEMÓRIAS Projeto ordena móveis e objetos afetivos do casal de arquitetos

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Entrar no apartamento de 230 m2 dos arquitetos Newman Belo e Madalena Albuquerque é se deparar com uma infinidade de objetos que contam a história do casal. Para ambos, o luxo está na possibilidade de colocar à mostra os presentes de casamento, os mimos adquiridos em viagens e as relíquias esquecidas no engenho onde moravam os pais de Madá. Tudo distribuído de maneira ordenada para nada se confundir aos olhos. É entrar, admirar e relembrar junto aos anfitriões.

“Aliás, sair do lugar-comum é um luxo. E isso buscamos nos nossos projetos, ao resgatar as referências pessoais. Que me perdoem os ‘fashions’ e modernos, mas casa precisa ter esse calor”, diz ela, apontando para itens que lembram situações divertidas, carinhosas e até inusitadas. “Esse é um trabalho difícil porque há os que querem negar suas origens. Mas toda história de vida tem seu charme, independente do dinheiro. E o arquiteto pode ser o catalisador disso tudo”, pontua.

Essas memórias foram espalhadas por todos os cantos da casa, mas é na sala integrada com a varanda que elas se concentram em maior quantidade. Num canto da parede, fotos da família da arquiteta emolduradas como antigamente e próximas a móveis de época. “Renovamos e desmembramos o mobiliário de madeira para ele não carregar o ambiente. Por isso, resolvemos separar o bar, a cristaleira e o trinchante em meio ao estofado”, explica Madá.

Os exemplos são muitos, vão desde o piano da sua mãe, colocado no estar, até um aparador comprado pela avó — que hoje serve como adorno de parede junto a um espelho e peças de vidro. “Teve uma época em que nos desligamos disso tudo, mas, de repente, passaram os anos e notamos que éramos assim, com referências de coisas antigas. É o que eu digo em aceitar a vida como ela se apresenta, porque as coisas foram chegando e ganhando espaço”, comenta Newman. Na lista, ainda estão as coroas presenteadas, os espelhos do antigo Hotel Boa Viagem e uma serigrafia de Janete Costa.

É o que eu digo em aceitar a vida como ela se apresenta, porque as coisas foram chegando e ganhando espaço Newman Belo

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Aliás, sair do lugar-comum é um luxo. E isso buscamos nos nossos projetos, ao resgatar as referências pessoais. Que me perdoem os ‘fashions’ e modernos, mas casa precisa ter esse calor Madalena Albuquerque

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Toda história de vida tem seu charme, independente do dinheiro. E o arquiteto pode ser o catalisador disso tudo Madá

Segundo o arquiteto, “tudo precisa estar arrumado para não gerar tumulto. Essa leveza ainda nos proporcionou inserir uma parede espelhada, que reflete tudo o que se passa”, detalha. Por isso, não há espanto ao se deparar com um antigo balanço de ferro próximo à mesa do café da manhã realçada pela luminária da La Lumi. No acesso à sala de jantar, chama atenção uma estrutura de vidro, que acomoda um móvel de madeira trazido do engenho, servindo de estante para livros, obras de arte popular e outras peças de décor. Além disso, o móvel em laca branca desenhado sobre o pé de um outro utensílio antigo revela contraste de épocas. O requinte propriamente dito está na mesa de refeição montada com a louça de quase cem anos, sobre bandeja de eucatex forrado, da loja Xandalu. “A mesa trabalhada recebeu as cadeiras do bistrô Just Madá. Mas como elas são escuras, fizemos essa capinha branca para suavizar”, justifica Madá. O complemento fica por conta do lustre de família composto por cúpulas, feito pela artista Juçara Albuquerque.

Newman Belo e Madalena Albuquerque Arquitetura www.madaenewmanarquitetura.com.br (81) 3467.4618

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LUXO É...

Usufruir da modernidade dentro de casa

AR CONTEMPORÂNEO Tecnologia e conforto em projeto que reflete a identidade dos moradores

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Trabalhar com elementos modernos, sem deixar de lado a personalidade do cliente, é a proposta deste projeto de interiores assinado pelo escritório PMZ Arquitetura. As sócias Lorena Pontual, Elza Mendonça e Giuliana Zirpoli aproveitaram a atmosfera contemporânea para inserir o luxo na forma de tecnologia e robustez. Um grande exemplo está no controle digital de iluminação, ar e vídeo — programado pela empresa DPA — facilmente utilizado pelo jovem casal de moradores.

É dessa forma que o cinza predominante ganha alguns contrastes. “Essa cor é forte no projeto porque traduz modernidade, sendo atemporal”, completa a arquiteta, apontando para os detalhes da sala que seguem o mesmo tom. Prova disso é o sofá Montalcino, do designer Pedro Mendes, adquirido na Casapronta, com almofadas da Maria Casa, junto à parede com escultura de vidro comprada no Rio de Janeiro. Para delimitar a área, que ainda conta com duas poltronas Slick do designer Sérgio Fahrer, foi utilizado um tapete by Adroaldo.

FOTO: ALEXANDRE ALBUQUERQUE

A sala ganha o clima desejado em apenas um toque, ao se escolher o uso de luzes pontuais, gerais ou todas ao mesmo tempo, comodidade útil a quem procurar usufruir ao máximo dos recursos do apartamento, como assistir a uma imagem através do projetor que desce discretamente pelo teto, sem interferir na am-

bientação. “Não é fácil usar recursos modernos, porque você tende a deixar o ambiente frio. Por isso, fizemos questão de aquecer os espaços espalhando objetos adquiridos pelos clientes em viagens, traduzindo a história de quem vive ali”, argumenta Lorena.

Fizemos questão de aquecer os espaços espalhando objetos adquiridos pelos clientes em viagens, traduzindo a história de quem vive ali Lorena Pontual 48


Uma boa peรงa de destaque jรก pode deixar o espaรงo elegante, ainda mais combinado com materiais nobres Giuliana Zirpoli

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Para mim, o luxo é a satisfação do cliente, que vê no projeto a sua identidade, gerando conforto e funcionalidade para a família Elza Mendonça

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O perfil de modernidade segue nos detalhes da área de jantar, como no uso de TV embutida fornecida pela Dell Anno. Segundo as arquitetas, essa foi uma forma de trabalhar a discrição em harmonia com os demais itens daquele canto, que ainda abriga aparador em laca desenhado pelo escritório e executado pela Florense. Já a mesa tem bases assinadas também por Sérgio Fahrer e tampo de mármore italiano Striato, da Pleno. Sobre ela está a luminária Zig, da La Lamp.

O desenho reto da arquitetura integra a área social com mais de 30 m2 que, embora não tenha varanda, oferece um canto perto da janela para receber os amigos. É lá que chama atenção o papel de parede da Livre Décor, seguindo a mesma paleta do cinza combinando com o mobiliário de suporte da adega e mesa de Sérgio Fahrer. “Para mim, o luxo é a satisfação do cliente, que vê no projeto a sua identidade, gerando conforto e funcionalidade para a família”, comenta Elza. Como gostam de assistir a filmes, o home mereceu atenção ao receber um painel em laca chumbo alto brilho, pensado pelo escritório e executado em marcenaria, servindo de parede que isola o ambiente. No décor, escultura de Marcelo Brandão, sofá da Casapronta e mobiliário da Florense abrigando os materiais de tecnologia. “Uma boa peça de destaque já pode deixar o espaço elegante, ainda mais combinado com materiais nobres”, finaliza Giuliana.

PMZ Arquitetura www.pmzarquitetura.com.br | (81) 3327.4922 52



LUXO É...

Lidar com objetos de requinte

DE VOLTA À NOBREZA Requinte dos palácios inspira projeto de interiores repleto de linhas clássicas

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O termo “clássico”, em seu modo literal, conduz a decoração de um apartamento com atmosfera pouco comum no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A imponência palaciana, remetendo aos tempos romanos, inspirou o arquiteto Robson Vila Nova em contrariar a expectativa de que um prédio moderno precisa ter residências contemporâneas, visão norteada pela cliente de Caruaru, que utiliza a casa para os fins de semana e não quis se distanciar do estilo que mais admira. “O luxo está nos detalhes e, principalmente, no trabalho artesanal presente nos objetos”, adianta o arquiteto ao explicar que parte do mobiliário foi encomendado por marceneiros, adaptado por artistas ou trazido do exterior. A demanda restante foi atendida pela empresa IMI, de origem italiana e com sede no Rio de Janeiro. “A proprietária não queria peças de antiquário, então descobrimos essa fábrica que mantém uma produção artística e sofisticada”, diz ele. É assim, por exemplo, na sala de estar composta por um confortável sofá de tecido chantum e cadeiras de desenho clássico.

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No mesmo ambiente, chama atenção a firmeza das luminárias feitas em Murano, cobre e laca fendi, trazidas de Nova York, imitando um alabastro. Elas compõem a história do lugar cujo ponto alto são as colunas que abrigam aparelhos de som e imagem. “Pensamos num capitel dórico com acabamento de folhas de ouro. A cliente se identifica com essa arquitetura romana em que a coluna era usada como decoração e não sustento, diferente da Grécia”, explica Robson, que, para chegar nesse resultado, utilizou materiais como gesso, polipropileno (derivado do isopor) e efeitos de marmorização. A madeira talhada acabou fazendo o complemento perfeito, segundo o arquiteto. Por isso, o material é visível já no hall de entrada. “Precisávamos fazer obra para integrarmos os espaços e ganharmos amplitude. Diminuímos a área do elevador e instalamos uma porta de imbuia e laminado de copaíba lixado por marceneiro de Caruaru”, revela. Nessa área, o azul aparece como um suavizador do estilo clássico, que costuma pedir vermelho e tons dourados.


Pensamos num capitel dórico com acabamento de folhas de ouro. A cliente se identifica com essa arquitetura romana em que a coluna era usada como decoração e não sustento

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O luxo estรก nos detalhes e, principalmente, no trabalho artesanal presente nos objetos

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A partir de então, surge o contraste da sala de jantar com o teto e os pés da mesa em aço. A iluminação é cenográfica e gera um dos raros contrapontos solicitados pela proprietária, que também quis conviver com a suavidade dos espelhos e das prateleiras de vidro, além da cortina de seda com blackout. Mas os detalhes refinados estão presentes e aparecem no papel de parede dourado com prata, trazido do exterior, e nas gravuras de ânforas também importadas. Como a família gosta de receber, a mesa tem dez cadeiras mais dois assentos extras.

“O projeto tem muito do papel de parede que compramos lá fora. No quarto, o produto ainda é resistente ao fungo e à maresia”, reforça Robson. Nesse canto da casa, o contexto não poderia ser outro se não o de um lugar confortável e decorado com objetos de acervo da cliente. “Adquirimos espelhos e arabescos de cama em viagem para Miami e Nova York. A proposta também foi inserir a madeira rádica, muito usada tempos atrás, num trabalho em que se consegue essa combinação harmônica”, conclui.

Robson Vila Nova www.robsonvilanova.com (81) 3721.6425

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LUXO É...

Poder contemplar uma obra de Burle Marx

EXPOSIÇÃO PERMANENTE

As arquitetas traçaram projeto tendo como foco uma importante obra de arte

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Foi com os olhos na arte de Burle Marx que as arquitetas Beth Simón e Carola Queiroz projetaram o lobby do Internacional Palace Hotel, em Boa Viagem. “Este quadro pertence ao acervo da família proprietária do estabelecimento e há algum tempo estava escondido numa sala de reunião. Quando o vimos, decidimos traçar o projeto em torno da obra, recolocá-la em um lugar estratégico e nada melhor do que na entrada do hotel. Afinal, ter um Burle Marx e poder expor é um luxo. Arte é sempre luxo”, reflete Beth. Para o espaço, as arquitetas mantiveram a estrutura da primeira ambientação executada por Janete Costa. “Dar continuidade a um trabalho de uma arquiteta desse porte também é um luxo, por isso preservamos a espinha dorsal do ambiente, como as treliças do teto e o balcão da recepção”, pontua Carola. Já na escolha do mobiliário, as arquitetas optaram por elementos de materiais diversos, mas que dialogassem com as obras, sem tirar o foco principal. Para isso, usaram embaixo da tela um aparador de vidro com nicho em madeira servindo de apoio, poltronas em couro seguindo os tons da obra assim como o sofá principal. E, para equilibrar, um banco central com estampas de cores rústicas. “Quando fomos compor o espaço, além de tentar manter a ideia do projeto inicial, preservando o tom de madeira das intervenções, procuramos imprimir um estilo vintage, com cores mais sóbrias, para oferecer aos hóspedes um ar de boas vindas e acolhimento”, finaliza Carola.

Beth Simón e Carola Queiroz simonqueiroz@terra.com.br (81) 3466.7025

Dar continuidade a um trabalho da arquiteta Janete Costa também é um luxo Carola Queiroz

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Afinal, ter um Burle Marx e poder expor é um luxo. Arte é sempre luxo Beth Simón

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LUXO É...

Tranquilidade e qualidade de vida

PARA MEDITAR Uma nova roupagem para a casa de praia dá lugar a uma aconchegante pousada

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FOTOS: JORGE MENEZES | DIVULGAÇÃO

Transformar uma casa de praia num espaço aconchegante, leve e harmonioso, para receber hóspedes e amigos, envolvendo-os com o clima e o conceito do lugar. Esse foi o ponto de partida para que a arquiteta Kátia Ferrão e sua equipe delineassem o projeto cheio de personalidade da Pousada Ecohar, na beira-mar de Maragogi/AL. “Nossa cliente, praticante da Yoga desde os anos 1990, saiu do Brasil para se aperfeiçoar nos Estados Unidos, na Europa e Índia. Na parte de nutrição vegetariana, passou pela Tailândia, Indonésia e Índia. Após tantos anos e cheia de ideias, voltou e resolveu transformar sua casa de praia numa pousada, inspirada numa experiência vivida no Ashram, onde unia uma boa alimentação, aula de yoga, meditação e massagens”, embasa Kátia.

EDINALDO BISPO

Apesar da proposta ousada do local — para se ter ideia, só tem mais um no Brasil com essas características —, havia pouco tempo e recursos para o projeto. O escritório topou o desafio e, em apenas 30 dias, o trabalho

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ganhou forma e foi executado, deixando o lugar apto para receber. Para tornar isso possível, foi necessário reaproveitar muita coisa do acervo da cliente e uma verdadeira força-tarefa na produção de elementos como cortinas, lustres e objetos de decoração. “A base da ambientação foi de lembranças adquiridas em viagens. Com todos esses objetos reunidos, foi preciso escolher peças dentro do tema que pudéssemos compor e deixar o espaço ainda mais integrado”, explica. As cores predominantes foram selecionadas de acordo com a proposta do lugar. “Estudamos os chakras e descobrimos que sua representação é feita justamente a partir das cores. Elas são responsáveis pelo fluxo energético no corpo e têm tudo a ver com o conceito da pousada. Por isso, predominam os tons neutros de bege, para equilibrar com os detalhes coloridos. Na sala, por exemplo, destacam-se o azul e o amarelo, já na área de massagem está o laranja”, justifica a arquiteta associada Carolina Martins.


A iluminação foi pensada para ser intimista, contemplando o descanso e a meditação, conceito presente em cada cantinho da pousada Carolina Martins

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Nesse projeto, levamos em consideração os anseios do visitante, que vem em busca de descanso, contemplação, meditação e leitura Kátia Ferrão

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Esses tons se espalham nos elementos exclusivos desenhados pelo escritório para a Ecohar, a exemplo do papel de parede de material reciclado, das luminárias feitas de garrafas, madeira e palha, do centro e das mesas em toras de madeira, da cortina bege em tecido de fralda, fornecida por Neila Chaves, com bordas pintadas manualmente e da estante feita de uma canoa que reina absoluta numa das áreas de convivência. “Na sala de leitura aproveitamos uma canoa comprada a um pescador local e cortamos, utilizando suas extremidades para transformar numa estante de livros e o meio para virar o centro de mesa da sala de estar. As cortinas também foram pintadas por nós no jardim da pousada. Após um tempo secando ao sol e à brisa do mar, colocamos no local e deu um charme ao ambiente”, detalha Kátia. A iluminação, com desenho do escritório e execução da Be Light, acompanha toda a ideia da ambientação, com base nas atividades de cada espaço e no perfil de quem por ali circula. De acordo com Carolina, “o projeto buscou uma iluminação intimista e, em alguns pontos, foco para leituras visando os hábitos dos clientes da pousada. Isso sem perder de vista o fato de que o lugar é na beira da praia, por isso a escolha de materiais duráveis, como madeira, vidro, palha e alumínio, para compor a iluminação”. Já o piso, em sua maior parte, foi reaproveitado, mas o espaço de massagem recebeu um deck, onde também foram aplicados painéis de madeira e papéis de parede da Occo.K Revestimentos, tudo escolhido com muito cuidado para que se tonasse harmônico.

Kátia Ferrão Arquitetos Associados www.katiaferrao.com.br | (81) 3325.5290 68





Jo茫o Domingos Azevedo

Rafael Souto Maior

Guilherme Eustachio

Roberto Montezuma

Robson Vila Nova

Newman Belo

Kilian Glasner

Raul C贸rdula

Leandro Ricardo


HÁ 15 ANOS DIZENDO SIM! A VOCÊ

Lorena Pontual

Elza Mendonça

Giuliana Zirpoli

Maria Digna e Patricia Pessoa de Queiroz

Marcia Nejaim e Susana Azevedo

Beth Simón e Carola Queiroz

Kátia Ferrão

Tita Teixeira

Gio Simões


LUXO É...

Tudo que é exclusivo e original

NOITE DAS ARÁBIAS Baile de debutantes traz sofisticação focada no excesso e na autenticidade

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FOTOS PROJETO: BOSQUINHO LACERDA | LACERDA ESTÚDIO

Quando chamada para realizar a decoração de uma festa de 15 anos, ambientada na Arcádia Paço Alfândega, a arquiteta especializada em cenografia Tita Teixeira, não imaginava a missão que estava topando. A solicitação do cliente era uma comemoração com temática árabe, onde pudesse transportar seus convidados para uma viagem aos contos das mil e uma noites, tudo de forma elegante. “Lembro quando a produtora me chamou. Ela falou: ‘Tita, esse trabalho é, de fato, um desfio pra você, porque corremos o risco de cair no cafona’”, conta a profissional entre risos, apresentando, orgulhosa, o resultado do projeto. Com a demanda em mãos, a arquiteta e sua equipe inciaram uma grande pequisa sobre o universo árabe e seus elementos, com a certeza de que a cliente não pouparia esforços para ter uma festa diferente e luxuosa. Em termos de desenho, o traçado, feito para personalizar o mobiliário e as escadarias foi pensado com formas hexagonais concêntricas, o que também se repete pelo resto do ambiente. Já em termos estruturais, um tablado elevado foi montado no centro do salão, tornando-se o ponto de partida de todo o conjunto. “Esse palco, ponto principal, foi feito para a debutante dançar a valsa. Ele foi revestido com adesivo impresso com a imagem de um gigantesco tapete típico, desenhado por nós, inspirado nos mosaicos árabes” explica.

LUCAS OLIVEIRA

Pra mim, o luxo desse projeto está na exclusividade, em ter um tema escolhido e aprofundado, usando elementos autênticos

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Tudo isso junto, se não for bem planejado, corre o risco de ficar confuso e bagunçado, mas alcançamos uma elegância focada no excesso

Ainda na área central, ao redor do tablado, surge uma sala com sofás e jardineiras de flores vermelhas, circunscrevendo e delimitando-a. Ali, do teto, pende uma chuva de bolas de flores amarelas. Como espaços secundários, partem vários lounges projetados com mobiliário e acessórios originalmente árabes. “Lanternas, vasos, lamparinas, banquinhos de latão, tecidos, tudo adquirido no Marrocos especialmente para a ocasião”, justifica. A atmosfera imponente se expande para o teto e as paredes do salão, completamente revestidos com voil vermelho. Para contrastar, muitas palmeiras foram transpostas para o lugar, remetendo às paisagens do deserto. As mesas, que aparecem em diferentes formatos — retangulares, quadradas e redondas —, receberam vasos e lamparinas marroquinas, detalhadamente trabalhadas em vidro colorido e bronze, decorados com flores amarelas. “Para arrematar a cena, utilizamos uma diversidade de tecidos em sua aparente desordem, típica das decorações árabes. Tudo isso junto, se não for bem planejado, corre o risco de ficar confuso e bagunçado, mas alcançamos uma elegância focada no excesso”, declara a arquiteta.

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Segundo Tita, a área dos doces foi um dos pontos fortes desse trabalho. Nela, ao fundo, foi montado um grande painel retro-iluminado confeccionado com placas de MDF recortadas a laser, formando um “muxarabi” — elemento típico da arquitetura árabe, utilizado com frequência nas fachadas das construções. Entre os lounges, também foram posicionas várias colunas com a mesma estrutura. A escadaria de acesso ao salão também ganhou revestimento de adesivo inspirado nos mosaicos, evidenciando a preocupação em cada detalhe do décor. “Essa elaborada decoração deu lugar a um ambiente amplo e minuciosamente trabalhado, onde, em cada canto, o convidado se deparava com peculiaridades estudadas e exploradas para garantir a unidade do lugar”, finaliza.

Tita Teixeira www.titateixeira.com.br (81) 3427.1469 78





LUXO É...

Trazer para o projeto a sofisticação do cliente

UM ESCRITÓRIO DE ESTIRPE

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Há três anos, Marcia Nejaim uniu sua experiência de quase quatro décadas de sucesso com o olhar dinâmico da também arquiteta Suzana Azevedo. A nova sócia trouxe na bagagem a formação em uma das melhores faculdades da área, a Wellesley College, numa parceria que abriu os horizontes e resultou no escritório Nejaim Azevedo. A dupla, entre outras características, já é conhecida pelo uso de formas marcantes, pelo domínio na organização de objetos e pela escolha criteriosa de tons e texturas na ambientação — uma identidade facilmente reconhecida nos projetos, combinada com a impressão digital de clientes interessados numa marca que sabe lapidar o luxo. O retorno vem acontecendo com a expansão das atividades, inclusive em termos geográficos. Hoje, além de sede em Boa Viagem, o escritório mantém estrutura em Miami, permitindo a inserção nos mercados da Inglaterra, dos Estados Unidos, de Portugal e da Venezuela. Tudo isso graças ao envolvimento integral nas produções que assinou, preservando um nome ligado ao bom gosto e à versatilidade. Recentemente, entrou inclusive em negociação de projeto em Abu Dhabi (capital dos Emirados Árabes), ampliando ainda mais o contato com clientes e fornecedores de peso. “O crescimento faz você delegar funções, e isso é importante. Mas aqui, acreditamos numa equipe enxuta e preparada para lidarmos com um atendimento direcionado”, comenta Marcia. Para Suzana, a mescla de afinidades é sempre indispensável. “Quem nos procura quer essa troca de informações retratada no ambiente”. Esse conceito resultou num portfólio rico, com trabalhos nos mais diferentes estilos. Uma variedade de combinações distribuídas nas páginas a seguir. Nejaim Azevedo www.nejaimazevedo.com.br (81) 3326.4783

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Acreditamos numa equipe enxuta e preparada para lidarmos com um atendimento direcionado Marcia Nejaim


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Com o brilho das joias

FOTOS: THIAGO FREIRE | DIVULGAÇÃO

Um lugar com acesso direto às joias é raro, porém possível neste projeto comercial em que o escritório trabalhou a sofisticação do espaço, sem deixar de lado a segurança. “Essa cliente gosta do contato próximo com o público, por isso, diminuímos o uso tradicional de caixas, trazendo leveza e aconchego”, conta Suzana. A elegância também se faz presente na combinação do piso de mármore preto e branco — formando um tabuleiro de xadrez — e a parede de cortiça dourada abrigando nichos iluminados. “É um novo conceito de expor em vitrine, mais criativo e dinâmico, com facilidade de mudar”, conclui Marcia. O salão, com média de 60 m2, tem área para atendimento e barzinho com TV. Esses setores ganharam o brilho dos plafons de cristal que formam o lustre e ressaltam o mobiliário clássico de acervo da cliente. Objetos como bustos antigos, candelabros e peças de vidro bem distribuídas também revelam glamour em contraponto com o estofado em três cores ton sur ton, tudo isso refletido e ampliado graças ao uso de grandes espelhos na parede.

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Uma clínica VIP FOTOS: THIAGO FREIRE | DIVULGAÇÃO

Para diferenciar uma clínica localizada no bairro das Graças/PE, as arquitetas combinaram funcionalidade e estilo na mesma estrutura. Prova disso é a criação de uma sala VIP, com acesso independente às áreas comuns, usada por clientes top em pós-operatório. O que era exigência do cliente especialista em implante capilar tornou-se solução aconchegante com duas poltronas da Sierra, bar e TV em espaço totalmente privado. “Ele atende pessoas de gosto apurado, e isso precisava estar também visível”, diz Suzana. A sala de atendimento tem área para consulta com mobiliário da Florense e cortinas da Habitare. Segundo as arquitetas, chama atenção o uso de luz por meio de sancas e lâmpadas pontuais que não interferem no desenho do teto. “Esse é um lugar para se ter boa iluminação geral, sem perder o aconchego, pois é onde se fazem exames e se tem uma conversa mais direta”, justifica Marcia, que ainda aponta para o mobiliário de nichos iluminados. O clássico mistura-se ao contemporâneo na recepção, com sofá Natuzzi, da Ió Brasil, e tapete de Adroaldo. A parte de espera, dividida em duas, ainda ganhou o charme das fotografias de Lulu Pinheiro, retratando em preto e branco o Recife Antigo.

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Conforto por todos os lados FOTOS: VINICIUS LUBAMBO | DIVULGAÇÃO

A vista privilegiada do Recife é o complemento de luxo neste projeto de arquitetura de interiores. Para tirar proveito do visual marcante do apartamento de cobertura, trabalhou-se a transparência do vidro e a amplitude dos acessos, agora livres. A parte externa foi remodelada, alterando-se as elevações e criando áreas de piscina e de Jacuzzi. Neste último, com acesso direto pela suíte master, destaca-se o tom sóbrio, masculino e com

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ares tecnológicos pensados para um morador solteiro e atuante na bolsa de valores. A profissão, aliás, pedia conexão permanente com a internet, exigindo, assim, a criação de pontos de suporte ao computador, com o apoio do mobiliário da Artefacto. Mas é na sala que, segundo Marcia, está uma das intervenções mais emblemáticas deste trabalho. “A escada não deve ser só um detalhe

para subir. Você pode torná-la obra escultórica, puxando o degrau e contornando a parede, onde se pode até colocar peças sobre ela. Foi exatamente o que criamos aqui”, conta. Nesse contexto de formas marcantes, também se sobressai o banco de encosto alto desenhado pelo escritório e utilizado para reunir as visitas. “Essa intervenção foi feita há um tempo, mas continua expressiva e atemporal”, arremata Suzana.


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Requinte na praia FOTOS: VINICIUS LUBAMBO | DIVULGAÇÃO

Ser bem mais do que um endereço de veraneio foi a exigência dos moradores desta casa com cerca de 1.200 m2, sendo três pavimentos à beira-mar da praia do Paiva. Os proprietários queriam unir as personalidades distintas na família, por meio de ambientes cheios de identidade e capacidade de uso o ano inteiro. É assim no térreo, com sala que integra três opções de lazer: cinema de onze assentos em tablado escalonado, mesa de sinuca e área para degustação de vinhos. Para este último, aproveitou-se as caixas da bebida acumuladas pelo cliente, criando uma parede temática. O mesmo aconteceu na mesa com base de barril e tampo de vidro. “É uma residência muito bem curtida por todos, pois há uma identificação direta com o que foi colocado ali”, defende Suzana. A parte externa é outro lugar que agrega, em volta da piscina de medidas generosas, o bar molhado e a jacuzzi com vista para a praia. As particularidades surgem a partir dos quartos, revelando uma atmosfera mais romântica ou esportiva. “A solução para diferenciar os espaços íntimos foi o uso adequado das cores em perfeita hamonia com os objetos de acervo. Em um deles, por exemplo, aplicamos o turquesa para dar o contexto mais suave e tranquilo”, destaca Marcia. A propietária da casa, além de aproveitar bem as salas comuns, adora os seus momentos na cozinha, por isso, uma estrutura clean montada com a Florense e cadeiras da Saccaro.

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Espaços generosos FOTOS: NANI AZEVEDO | DIVULGAÇÃO

Nos dias de hoje, luxo é ter espaço, algo que este apartamento tem de sobra. São mais de 400 m2 com sala integrando diferentes ambientes. “Gosto da coluna que existia antes, porque fizemos um revestimento de madeira tornando-a, ainda, elemento de ligação entre os espaços”, adianta Marcia. Unir os setores e expor as peças da proprietária foi outra preocupação do escritório ao organizar telas de grande porte, como as de Reynaldo, João Câmara e Lula Cardoso Ayres. “Quando o cliente tem um acervo como este ele tem que combinar com um mobiliário que o realce”, justifica Suzana. A sala de jantar ganhou aparador clean e moderno para não tirar o valor do que já estava sendo mostrado por ali, a exemplo do lustre Baccarat, dos candelabros e dos tocheiros. “Uma coleção digna de qualquer antiquário, por se tratar de pessoas com tradição e bagagem”, revela Marcia. A história da família surge contada em itens clássicos, organizados com atenção, por isso a junção de móveis tradicionais e contemporâneos.

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Tropical revisitado FOTOS: NANI AZEVEDO | DIVULGAÇÃO

Este projeto está bem longe daquele conceito de que casa de praia no Nordeste exige móveis rústicos, em que a madeira prevalece. “Na verdade, traz sofisticação em um contexto bastante atual”, define Suzana ao abrir as informações deste trabalho concluído na praia do Paiva/PE, para uma cliente atenta às novidades do mundo. Prova disso, segundo Marcia, é a distribuição correta das cores dentro de uma modernidade pouco vista por aqui. “É um tropical revisitado, com a predominância do branco nas paredes, mas com o devido contraste de cores”, explica. Nessa distinção, é possível encontrar tons, como azul, dentro e fora da casa, combinados com alguns elementos de madeira. Na sala de pé direito duplo destaca-se a harmonia de objetos contemporâneos, a exemplo do abajur de coral e de dois assentos laranja, que promovem visual clean e até mesmo descolado.

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Elegante e ousado

FOTOS: LUCAS OLIVEIRA

Este projeto foca naturalmente na sofisticação. Para elas, o requinte está muito ligado à ousadia de unir dourado com prata, explorar o veludo e aproveitar as estampas. O apartamento de 360 m2 integra sala e varanda, com parte dos objetos do acervo pessoal e outros garimpados. “A personalidade da proprietária está nas texturas aconchegantes em meio aos móveis espalhados, da Empório Beraldin e Artefacto. Isso elimina o ar de déjà

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vu e traz singularidade”, garante Suzana. A iluminação da La Lampe realça as obras de arte nas paredes de tom neutro. A tela de João Câmara foi feita especialmente para o lugar. Isso sem falar em obras expressivas de Reynaldo Fonseca e Demazinho Gomes. O ponto alto é chegar no home e se deparar com a foto de um capacete grego cercado pela moldura dupla e dourada, do mineiro

Cícero Mafra. A obra dialoga com o papel de parede escuro da Habitare e a luz indireta. No ambiente, ainda há um sofá marrom aveludado e, por trás dele, peças de desenho clássico da loja Particolare. Uma estante com prateleiras de vidro reúne os objetos mais queridos da proprietária. Ela está de frente a outro trabalho artístico feito sob encomenda, assinado por Náiade Lins, por cima do aparador em laca da Adresse.


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Uma arquitetura que favoreça a proteção

BASE NA SEGURANÇA Prédio em Boa Viagem tem estrutura voltada para modernidade e conforto FOTOS: DIVULGAÇÃO

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O hotel Courtyard by Marriott integra o complexo Boa Viagem Corporate, erguido pela Rio Ave, com projeto da Metro Arquitetura. Uma construção imponente que se destaca naquela paisagem graças ao traço de linhas retas, formado por vidro e alumínio composto. Um desenho moderno, adiantando que essa estrutura foi pensada para ser confortável, dinâmica e, principalmente, segura.

LUCAS OLIVEIRA

O prédio está ligado a um empresarial ainda em fase de acabamento que, segundo o arquiteto João Domingos Azevedo, forma o equipamento de soluções compartilhadas. “O hotel tem escadas nas extremidades por conta das exigências de rota de fuga, sendo uma integrada com o empresarial. Além disso, criamos uma central completa de prevenção e combate a incêndio, tanto nas áreas comuns quanto nos quartos”, argumenta. No lobby, chamam atenção as múltiplas saídas de emergência, todas para a rua. O pavimento tipo, que também con-

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ta com duas saídas de escape, tem acesso direto para a área externa. Além dos alarmes, a estrutura utiliza o sistema de ar condicionado, tratamento de água e estacionamento. São nove pavimentos abrigando 168 leitos. O acesso a eles se dá por um corredor largo, com portas recuadas retiradas do plano, que facilitam a passagem e limpam a visão. No teto, utilizou-se gesso acartonado e forro mineral removível, onde em cada módulo está uma grelha responsável pela renovação do ar, que ‘joga’ oxigênio novo oito vezes por hora, em caso de emergência. “As janelas não abrem, porque minimiza frestas e facilita o sistema de renovação controlada de ar. É claro que esses vidros laminados possuem um tratamento especial para redução da entrada de calor e melhoria na performance acústica”, garante o arquiteto Rafael Souto Maior.


LUCAS OLIVEIRA

Não tínhamos um perfil brasileiro, por isso bebemos de fontes europeias, mas criamos um modelo nosso que vai além de uma tropicalização, sendo hoje uma referência João Domingos Azevedo

PERSPECTIVA DE FACHADA COM EMPRESARIAL DE PRISMA ALTO (À ESQUERDA) E HOTEL EM BARRA HORIZONTAL (À DIREITA)

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“O mobiliário do quarto foi desenhado pelo escritório com execução da Dell Anno, atendendo bem às necessidades do público coorporativo”, comenta o arquiteto colaborador Fábio Belford. A equipe recebeu como briefing os desenhos utilizados na Marriott Europa e seu devido padrão de qualidade. “Cada hotel do grupo tem sua característica adaptada aos padrões da região em que está localizado. Não tínhamos um perfil brasileiro, por isso bebemos de fontes europeias, mas criamos um modelo nosso que vai além de uma tropicalização, sendo hoje uma referência”, complementa João Domingos. A construção começou a ser erguida em 2012, antes da definição da bandeira do hotel, que só definiu sua chegada ao Recife com todas as especificidades de segurança e estilo atendidas. A cobertura, onde ficam piscina e academia, abre a vista para um trecho do futuro empresarial e o bairro de Boa Viagem. Um deck em nível elevado foi criado nesse local, gerando uma paisagem útil ao lazer, mas sem esquecer a acessibilidade ao inserir uma plataforma para portadores de deficiência.

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LUCAS OLIVEIRA

Três tipos de iluminação auxiliam os passantes através de sancas, dicroicas e arandelas. Neste último, a peça fornecida pela Daluz recebeu uma interferência que a torna, ainda, um sinalizador dos cômodos com a numeração também em braille. Já o carpete, desenvolvido exclusivamente para essa estrutura, absorve ruídos e reforça a ambientação. Em caso de fogo, além do recurso de extração da fumaça, o hóspede é orientado por meio da sinalização visual e auditiva. Um dos tipos de quarto está equipado com lâmpada estroboscópica e seu alerta visual, sirene e até caixa de som.


RUA PROFESSOR ALOISIO PESSOA

ACESSO LIXO

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RAMPA SOBE (i = 6,6%)

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ADMINISTRATION

DESCRIÇÃO QUADRO DE REVISÕES:

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CONFERIR COTAS NO LOCAL

ACESSO PEDESTRES EMPRESARIAL

OBS.

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ACESSO PEDESTRES HOTEL

HALL EMPRESARIAL

ATERRO

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CONTAINER 1200L

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LUCAS OLIVEIRA

PLANTA BAIXA DO HOTEL COM SUAS RESPECTIVAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA SINALIZADAS EM VERMELHO

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CARGA E DESCARGA

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LUCAS OLIVEIRA

No térreo, algumas demarcações foram indispensáveis para revelar os setores ali distribuídos de forma sutil. Trata-se de uma grande área integrada, dividida pelos contornos do teto e do piso. Por ali, além de recepção, está área de espera, biblioteca, restaurante e bar, com iluminação da Light Design + Exporlux. “Aqui, existe o conceito de mini reunião, chamado de Media Pods, com espaços reservados e equipados para se realizar apresentações ou ter momentos mais reservados”, confirma Rafael 104

Souto Maior, que também aponta para uma bancada alta repleta de pontos de energia e rede, de olho na conexão de celulares e notebooks. Para abrigar tudo isso, trazendo personalidade e aconchego, o escritório utilizou cores neutras equilibradas com verde e azul, ambientadas com o mobiliário da Novo Projeto, Itálica, e Casapronta. Por fim, a curadoria de arte e artesanato assinada por Náiade Lins, que inclui telas do seu filho Nilo Lins.

Metro Arquitetura www.metro.arq.br (81) 3426.5655


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SOFISTICAÇÃO, TENDÊNCIAS E ESTILO: Projeto das arquitetas Yeda Maria Leite e Marilene Vasconcelos


Av. Conselheiro Aguiar, 2088 Boa Viagem Recife – PE, CEP. 51020-020 Tel. (81) 3466.2859 | 3032.1859 | 3034.1859

Rua Des. Góes Cavalcante, Parnamirim Recife – PE, CEP. 52060-140 Tel. (81) 3204.6012 | 3314.1920

Av. Manoel Dias da Silva, 1236 Pituba Salvador – BA, CEP. 47831-000 Tel. (71) 3248.2358 | 3248.1625

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LUXO É...

Fomentar soluções para o entorno

TRÊS ANOS EM PROL DA

CIDADE FOTO: LUCAS OLIVEIRA

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A chapa encabeçada pelo arquiteto Roberto Montezuma venceu as eleições para uma segunda gestão no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE). Para o próximo triênio (2015 / 2017), segue o pensamento em torno de uma cidade mais inclusiva, envolvendo profissionais da área, poder público e sociedade civil, além de outras questões reveladas pelo presidente em entrevista exclusiva à Revista SIM!. Uma representação indispensável, segundo o professor do departamento de Arquitetura da UFPE Fernando Guerra. “Sou de uma época em que nossa preocupação era apenas com o lote, quando hoje nos encontramos numa realidade urbanística diferente. Por isso, venho acompanhando o trabalho do CAU em articular universidades e prefeituras de olho em novas soluções”, diz ele, apontando como exemplo a atuação da entidade em dois órgãos da Prefeitura: Comissão de Controle Urbanístico (CCU) e Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU). Para a coordenadora do laboratório da paisagem da UFPE, Ana Rita, é tempo de estreitar os debates. “Entender que a cidade é um sistema e que se precisa discutir inclusive os nossos recursos naturais, dando sentido à correta compreensão de paisagem”.

CAU/PE robertomontezuma@gmail.com (81) 3040.4004

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Balanço dos três anos — “Sair do zero foi um desafio enorme, enquanto se existia uma vontade de fazer algo diferenciado. Por natureza, é um Conselho que está sendo o mais sintético possível, focando nas questões de maior importância ao arquiteto e urbanista. Uma característica foi apostar no planejamento estratégico e de longo prazo. É preciso se ter uma ideia forte primeiro para as pessoas se agregarem, irem se forçando a pensar de forma conjunta. Então, é preciso voltar a trabalhar as políticas integradas, na cidade, com o desenvolvimento social, econômico e urbano, tudo isso junto. Esse plano estratégico nos deu uma visão de futuro com o pé no presente e na infraestrutura de hoje. Salientamos que não podemos fazer em três anos de atuação o que o CREA, por exemplo, fez em 70 anos. Temos muito ainda o que fazer, mas é preciso que todos se vejam dentro do processo de execução desse projeto coletivo”. A base do planejamento — “Fixamos, então, quatro eixos. O primeiro tem a ver com a cidade, usufruindo da arquitetura e do urbanismo como suporte do desenvolvimento. Em segundo, ter formação continuada, estimulando a reciclagem dos profissionais. Em terceiro, ampliar o mercado de atuação, porque as prefeituras precisam incorporar o profissional que fará esse diálogo com as necessidades. Não se pode pensar em apagar o fogo, mas para se ter algo concreto a longo prazo, na ótica social, econômica e urbana. Já em quarto, valorar as boas práticas transformadoras, como a de Medellín, que em dez anos passou de pior para a capital mais criativa do mundo. Mas isso só é possível com projeto de reformulação e requalificação dos espaços, tratando-a como um todo. Aqui no Brasil, os arquitetos, urbanistas e engenheiros ligados ao Estado precisam entender que o plano de cidades é uma construção continuada, não pode estar atrelado apenas a um governo, de mandato de quatro anos. Ele se constrói gestão após gestão, sendo monitorado e ajustado, até atingir um conjunto integrado. Para isso, precisamos de uma proposta física e envolvente para todos os cidadãos: uma grande maquete da cidade, onde o que é executado é colocado oferecendo um panorama, em escala reduzida, do conjunto de ações. Isso força a mudança dos planos urbanísticos tornando-os mais executivos”. Desafios — “Como ter uma visão de longo prazo atrelando outras cidades? Porque não se trata apenas do Recife, mas todo o Pernambuco. São municípios polos como Caruaru, Petrolina e Salgueiro que precisam ter seu projeto de futuro, envolvendo principalmente os arquitetos e urbanistas. Nesses três anos, montamos as bases para um debate sobre o assunto. Estamos nes110

sa direção dialogando com o poder público, enxergando o CAU como um braço do Estado, não apenas um conselho fiscalizador, mas que também orienta e disciplina. É fundamental para a entidade ampliar o seu debate para toda a sociedade, porque é preciso que a sociedade perceba a dimensão desse conselho novo que foi fundado sobre as bases do século XXI e que não pode estar atrelado à visão de um passado que trava e não avança. Para isso, todos precisam estar envolvidos nesse grande guarda-chuva que é a cidade, que não se faz só da porta de casa para fora, mas também da porta de casa para dentro”.

O desafio agora é avolumar tudo o que debatemos para essa nova gestão. Unir as pessoas (...) O desejo é que esse projeto de cidade acontecendo seja discutido na esquina e não mais restrito a um campo hermético

Encontro — “No primeiro semestre do próximo ano vamos ter um grande encontro de arquitetos urbanistas aberto a todos, no qual vamos relatar o que foi feito de uma forma mais sedutora. Embora tudo esteja registrado no site do CAU, nem sempre as pessoas veem. O evento gera uma possibilidade tátil de você encontrar o outro e debater questões da natureza do urbanismo, do paisagismo, da arquitetura imobiliária, institucional e do interior. A gente não quer ficar só no Recife, mas estender esse debate para o interior tentando envolvê-los. Ano passado já fizemos isso em Caruaru e Petrolina, mas precisamos ter algo mais sistematizado, ouvir os profissionais e também passar algumas informações emblemáticas sobre o que estamos enfrentando”. Os novos pensamentos — “O desafio agora é avolumar tudo o que debatemos para essa nova gestão. Unir as pessoas. Não adianta estar restrito aos 20 conselheiros, mas ampliar à sociedade. É indispensável ter um lugar de fórum, uma sede emblemática, um espaço não só de administração, mas a casa do encontro permanente de todas as pessoas que queiram debater e discutir. Nosso objetivo é pegar os conceitos e subir mais uma escada, ouvindo órgãos públicos, organizações e sociedade civil engajada. O desejo é que esse projeto de cidade acontecendo seja discutido na esquina e não mais restrito a um campo hermético. Somos

povos diferentes e ao mesmo tempo brasileiros, cabe qualificar a cidade para todos, levando em conta as particularidades. Por exemplo, municípios do nosso interior como Caruaru, Petrolina, Salgueiro, etc. devem ser pensados com a preservação de suas características, investindo nos seus diferenciais para que não haja uma diáspora, mas que eles, sim, tornem-se um lugar de encontro. Isso trará novas demandas para a economia, para a sociedade, para o seu meio ambiente e, automaticamente, aquele será o local de desejo dos que moram e dos que estão se aproximando”. Espaços públicos — “Qual a personalidade de cada espaço? Devemos pensar nele como patrimônio de infraestruturas integradas: água, lixo, energia e outros. O transporte tem que ser pensado de maneira articulada. E aí entra mais um desafio: como ocupar essas cidades? Onde está o comércio e o serviço? A intenção é pensar os modelos de ocupação estimulando as policentralidades, porque não podemos viver num lugar em que se precisa andar três ou quatro bairros pra deixar a criança na escola. Os serviços necessários precisam estar próximos, e isso reduz o problema da mobilidade, que não está relacionada apenas ao transporte, mas como as coisas se movimentam”. Colapso — “A mobilidade foi o ponto de colapso que propiciou o choque na sociedade, o que provocou o pensar, a consciência de que não dava mais para continuar naquele modelo vencido. Por isso, agora, a população pede a cidade para todos, que privilegie o andar de bicicleta. Veja o que acontece nos finais de semana, quando de repente as pessoas tomaram a rua e isso não parou, ao contrário, aumenta cada vez mais. Então, construir essa cidade, associando suas características com a qualidade de vida é o diferencial na atracação de investimentos. Ou seja, os planos econômico, urbano e social devem ser pensados de forma inseparável. Inevitavelmente, é preciso avançar mais nessa direção, nesse grande corpo onde o arquiteto profissional urbanista é parte fundamental”.

Aqui no Brasil, os arquitetos, urbanistas e engenheiros ligados ao Estado precisam entender que o plano de cidades é uma construção continuada, não pode estar atrelado apenas a um governo, de mandato de quatro anos





LUXO É...

Ter um trabalho artesanal tipo exportação

TECENDO IDEIAS

Com quase 50 anos de existência, a Tapetes Casa Caiada é referência no segmento

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Conhecer uma história de sucesso escrita através do bordado cuidadoso de mulheres que dedicam sua vida à tapeçaria artesanal é mais que um luxo. Transcende os conceitos, alça voo e depois pousa na mais pura definição da palavra dedicação. A história começa ainda no início dos anos 1960, quando duas mulheres mães de família uniram disposição à vontade de mudar e começaram a tecer tapetes. “Eu ia à Igreja com meu pai, na rua da Intendência, e via aqueles lindos casarios de azulejos portugueses, dos séculos XVIII e XIX, sendo destruídos, e me partia o coração. Aquilo não saiu da minha cabeça por algum tempo. Na época, também estava na moda, principalmente no Rio de Janeiro, as mulheres fazerem tapetes, coisa de granfina mesmo. Então, tivemos a ideia de usar esses desenhos (dos azulejos) como base do nosso trabalho e, assim, iniciar uma tapeçaria. Foi quando tudo começou, conta dona Maria Digna Pessoa de Queiroz. A ideia deu tão certo que, de lá para cá, a marca tornou-se referência no setor brasileiro e é a primeira 100% nacional no segmento. Com um trabalho delicado e único, a Tapetes Casa Caiada transformou-se numa associação em que as integrantes contam com todo o apoio necessário para produzir peças superiores e com desenhos exclusivos. “Costumo dizer que não fazemos arte, fazemos, sim, decoração através de um trabalho manual único de muita qualidade. Em sua grande maioria, as associadas são donas de casa, que não podem se ausentar de suas residências, mas que precisam de um trabalho para complementar a sua renda. Ensinamos até mesmo o ponto, que é exclusivo (feito a partir de uma variação do ponto de cruz) e que recebeu o nome de Casa Caiada. Esse trabalho manual requer muita habilidade e até a intensidade que a artesã coloca na produção de um ponto influencia o produto final. Por isso, temos um controle de qualidade elevadíssimo para que o nosso trabalho tenha também uniformidade”, completa.

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Costumo dizer que não fazemos arte, fazemos, sim, decoração através de um trabalho manual único de muita qualidade Maria Digna Pessoa de Queiroz



A Associação tem sede em Camaragibe e as artesãs bordam, em média, cinco mil pontos de lã sobre tela de linho e algodão. A lã é especialmente fabricada no sul do País e tingida sob encomenda para que o pedido seja atendido à risca. “Acontece de enviarmos as amostras de lãs para o exterior e o cliente querer aquele tom que fica em meio ao novelo, muitas vezes apenas só um pouco mais escuro. O grau de exigência com as cores é altíssimo e nós sempre atendemos”, conta Patrícia Pessoa de Queiroz, filha de dona Maria Digna e que, atualmente, está à frente dos negócios com ela. Hoje em dia, a Tapetes Casa Caiada tem reconhecimento mundial com peças espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, tanto na decoração de espaços como na exportação e revenda dos seus produtos. “Cresci dentro desse universo e participar do reconhecimento de toda essa trajetória é fantástico. Reforça a ideia que um trabalho feito com qualidade, dedicação e amor é a alma de qualquer negócio”, finaliza Patrícia. Em tempo, os Tapetes Casa Caiada são disponíveis e comercializados na Maria Casa, no Shopping da Decoração.

Um trabalho feito com qualidade, dedicação e amor é a alma de qualquer negócio Patrícia Pessoa de Queiroz 116

Tapetes Casa Caiada www.casacaiada.com.br Maria Casa Av. Eng. Domingos Ferreira, 1274 Boa Viagem | Recife | PE (81) 3327.6499


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LUXO É...

Ter um móvel com identidade

COM A MODA A FAVOR

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Sérgio Fahrer está com uma coleção nova em parceria com o estilista Lino Villaventura, um dos expoentes do mundo da moda no Brasil. O designer utilizou estampas dos vestidos de Villaventura em peças bem conceituais, utilizando técnicas de nanoimpressão. Entre as novidades disponíveis na Casapronta, está a cadeira “Lino” feita em acrílico reciclado e com diferentes estampas, além de mesa de jantar, mesa de centro e luminária — que receberão padrões diferenciados. “A ideia é fornecer uma nova atitude e interação nas relações de moda x design”, explica Sérgio.

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Casapronta www.casapronta.com.br (81) 3465.0010


FOTOS: DIVULGAÇÃO

COM A PUREZA DO CRISTAL

O designer e artista plástico Leopoldo Martins, criador de incríveis peças luxuosas, lançou no Recife a linha em cristal, desenvolvida exclusivamente para a Novo Projeto. São bancos, poltronas, mesas e cadeiras que prometem leveza e um conceito inovador aos ambientes. Leopoldo já desenhou joias, mobília em ferro e agora desenvolveu junto a empresa Cristal Quality o mobiliário fabricado com cristal Low Iron 30k, material especial que contém baixo teor de ferro e é puro. “É como uma joia, quanto mais alto o quilate mais puro ele é, ou seja, tem baixa concentração de ferro. Mas isso é uma conta que não bate, porque quanto menos ferro, menor é a resistência do cristal, então é preciso lançar mão da tecnologia para que fique ao mesmo tempo puro e resistente. Os produtos serão apresentados na feira de Milão no próximo ano”, adianta o designer.

Novo Projeto www.novoprojeto.com.br (81) 3466. 2859

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É assim. Você imagina, a Dellart Faz. Av Eng domingos Ferreira, 3638 Boa Viagem - Recife/PE | (81) 3325.3905 www.dellaart.com.br | facebook.com/dellaart


NORTE DA MATA

ADELMO RIO ABAIXO FOTOS: DANILO GALVÃO TEXTO: ANDRÉ SOARES

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NAZARÉ DA MATA

Reza a lenda que em certas regiões o diabo tinha o costume de descer o rio numa canoa às margens das comunidades ribeirinhas. O objetivo era conquistar as moças com um tipo de afinação na viola nunca antes ouvida, afinação essa que permeia a vida de Adelmo Arcoverde, um dos raros compositores e solistas da tradicional viola caipira do Nordeste. Morador de Nazaré da Mata, município situado na Zona da Mata Norte de Pernambuco, o violeiro ainda garoto teve os primeiros con-

MÉDIA DE 30.185 HABITANTES DISTANTE APROXIMADAMENTE 62 KM DO RECIFE PRÓXIMO DOS MUNICÍPIOS DE ALIANÇA, ITAQUITINGA, TRACUNHAÉM, CARPINA E BUENOS AIRES DESTACA-SE PELOS MARACATUS RURAIS

+ Confira mais fotos do projeto em: www.revistasim.com.br 122


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NORTE DA MATA

tatos com a vida espiritual. Sua avó, rezadeira do interior, e a mãe católica trouxeram a Adelmo uma enorme bagagem a respeito do tema. Aos 17 anos, o músico compôs a música “Dança da Morte”, uma homenagem ao seu avô que faleceu durante certa noite e não avisaram ao garoto, que, ao acordar no dia seguinte, abriu a porta e deu de cara com um caixão no meio da sala.

regurgitar. O regurgitar da Tropicália, quando consegue entender geograficamente o local em que se vive e ser contemporâneo ao mundo. A afinação utilizada por Adelmo é semelhante à usada pelos negros americanos nos pilares do nascimento do blues, quando os escravos, para amenizar os dias intermináveis nas plantações de algodão, cantarolavam melodias.

Adelmo é daqueles músicos que transpiram sentimentos. O verdadeiro encontro da alma, do que viu, ouviu e viveu. Ele consegue externar na viola o verdadeiro

Não que Adelmo tenha influência direta do estilo, apesar de ser ouvinte de clássicas bandas de rock. A busca pela descoberta do sentido da vida afinou seu instrumento e

acabou por ser o canal de ligação com os músicos do Mississipi. No seu último álbum, “Mensageiro”, Adelmo, apesar de já ter sido budista, católico e de diversas outras religiões, hoje evangélico, é bem contundente ao afirmar: “A afinação não é do diabo. O dito-cujo é plagiador e mentiroso. Ele pega as coisas feitas por Deus e fala que é dele”. Adelmo Arcoverde é músico, pesquisador, compositor, professor, advogado e um dos principais legados da Zona da Mata Norte.

O dito-cujo é plagiador e mentiroso. Ele pega as coisas feitas por Deus e fala que é dele

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LUXO É...

Quando o artista se apropria do seu ateliê

O ateliê é sempre o principal sonho de consumo. Mas luxo mesmo é estar num local onde se pode contemplar, repensar e se encontrar

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Ele trabalha com artes plásticas há mais de 20 anos, enquanto ela traz o frescor de quem se firma cada vez mais no mercado. Kilian Glasner e Gio Simões simbolizam um encontro que vai além do casamento, mas a fusão de estilos em meio a pastéis, nanquins e fotografias. Conhecer suas obras é entender que ali existe uma fonte de referências que converge para o luxo maior na vida de ambos: o ateliê, batizado de criatório, numa fazenda isolada em Gravatá, distante a quase 90 km do Recife. A natureza predomina naquele entorno e, espontaneamente, o visitante entra em contemplação. O silêncio e a observação das pequenas coisas invadem a rotina do casal, que tira proveito disso no processo criativo. Tem sido assim desde que voltaram da Alemanha este ano, adiantando o sonho de ter moradia e ateliê ali. O criatório surge como uma grande caixa compartilhada por ambos, onde cada um tem seu lado organizado com os materiais de trabalho. “Isso não interfere em nada, mesmo sendo produções bem diferentes. Ela, sempre tão quietinha, dá a sensação de que não há ninguém por perto. Às vezes eu provoco pra falar alguma coisa”, descontrai Kilian. Parte do mobiliário veio do apartamento de Berlim, já outros foram confeccionados com marceneiros de Gravatá dividindo espaço com objetos garimpados no Mercado de Pulgas, na capital alemã. Por lá, ainda conseguem cozinhar e receber amigos. “Uma coisa que valorizo é o olhar externo, porque muitas vezes o artista está tão envolvido que chega ao ponto de saturar e não conseguir enxergar outro ângulo. Gosto de pedir a opinião de alguém crítico, como minha esposa artista”, completa.

FOTO DO ATELIÊ A NOITE: KILIAN GLASNER

Ele não dispensou uma parede que se assemelha a um grande quadro negro, útil para colocar ideias, pensamentos ou apenas rabiscos em giz, e próximo ao suporte de papel. Nos momentos de tensão, tem sempre por perto o saco de boxe. O resultado é o novo olhar de uma paisagem que seduz ou inquieta o espectador, que até imagina estar diante de uma fotografia. “O trabalho dele tem uma força estética, pela questão técnica e do bom gosto das composições, mas também uma característica sentimental muito forte, porque cada quadro passa uma emoção diferente, por isso são insaturáveis”, define Gio.

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KILIAN &


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Ela, mergulhada no universo feminino, tem tudo o que precisa sobre a bancada de madeira. A vista faz o complemento perfeito graças à transparência do vidro e das janelas sempre abertas. “Observo uma evolução técnica conquistada em apenas um ano, aprendendo na prática. Suas ideias e o colorido das obras estão me deixando entusiasmado no que acho ser o futuro brilhante”, comenta Kilian

O lugar ainda favorece o lidar com instalações impensáveis na Alemanha. Elementos como madeira ou cerâmica começam a fervilhar nas ideias do artista. “Claro que não vou pintar uma fazendinha, mas há elementos do entorno que transformam suas ideias e acabam entrando no processo”, destaca Kilian. Inegável mesmo é que todo artista possui uma relação forte com o lugar onde trabalha. De lá, surgem as descobertas e inquietações repassadas à obra. Para ambos, “o ateliê é sempre o principal sonho de consumo. Mas luxo mesmo é estar num local onde se pode contemplar, repensar e se encontrar”.

Kilian Glasner kilianglasner@hotmail.com Gio Simões giovannaglasner@gmail.com 128

Claro que não vou pintar uma fazendinha, mas há elementos do entorno que transformam suas ideias e acabam entrando no processo


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O trabalho dele me faz sentir melhor, traz luz e sensação de vida, mesmo que em preto e branco. há uma qualidade quase rara nos artistas que conheço, por ele saber transpor coisas tão simples, numa linguagem mais que realista e contemporânea. Muito me honra tê-lo em meu casting Lúcia Santos - Amparo 60

Gio foi uma surpresa para nós e uma afirmação de que arte tem vários caminhos, distante de teorias ou conceitos que explicam. Prova disso é sua aceitação imediata no mercado Cláudia Aires - Nuvem Produções 130



LUXO É...

A fusão da arte com a gastronomia

GEOMETRIA A QUATRO MÃOS

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A prova de que arte e gastronomia se complementam e criam significados está na criação deste Delícias comandado pelo chef Leandro Ricardo, inspirado nas obras do pintor, cenógrafo e professor Raul Córdula. O trabalho geométrico carregado de força e simbolismo conduziu a produção de dois pratos que ousam na combinação de formas, numa verdadeira simbiose a quatro mãos. “Quando surgiu o convite de materializar o luxo, pensei no quanto é importante trocar informações com quem tem uma manifestação estética diferente da sua. Raul não é só essa pessoa, mas também um pensador do entorno”, adianta Leandro, que, de uns tempos para cá, estreitou a relação com quem já admirava e hoje promete ser o curador de uma mostra sobre seus estudos com a comida. Mas essa afinidade não aconteceu à toa. O costume de desenhar as criações que vão à mesa aproxima o chef desse universo de cores e linhas ao que ambos denominam de casamento real. Uma sensibilidade aguçada desde criança, quando o desejo de ser arquiteto aparecia instintivamente. “Mantive o hábito de produzir croquis por toda a carreira, o que não seria diferente neste caso. Quando Raul me mostrou seu ateliê, vi caixas tridimensionais que me remeteram ao que fiz em 2003, no concurso de Jovens Talentos, ao produzir caixinhas de inhame nessa mesma referência do cheio e do vazio”, diz. Assim, surge o prato composto pelo mesmo tubérculo, com resíduos transformados em musseline, acompanhado por pato e molho de maracujá. “Ele fez uma interpretação informal, adaptando ao antagonismo gastronômico, assim como o cru e o cozido. São coisas que me interessam desde que conheci Lévi-Strauss e o encaixe desse tema por suas viagens ao Brasil, porque não faço apenas uma arte geométrica, mas também política”, comenta Raul. A explosão visual é uma constante no trabalho de ambos, que, juntos, finalizaram a produção seguinte marcada pelo encaixe preciso dos ingredientes.

Leandro Ricardo chefleandroricardo@hotmail.com (81) 9141.9383 Raul Córdula www.raulcordula.com.br (81) 3439.9631

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Luxo é o encontro das ideias, neste caso, poder trocar informações com o artista que usa o suporte diferente do meu, bem como uma simbiose Leandro “Tudo partiu pelo encantamento de um quadro nada fácil de compreender, nem quando você olha e nem quando pensa depois sobre ele. É de se refletir por horas, sendo forte e palpável, como se fosse um vinho complexo”, define Leandro ao apresentar os legumes distribuídos como um carpaccio. Eles foram laminados na sua forma primitiva, cada um no seu formato e robustez, revelando o impacto das cores realçadas com caldos de camarão e ervas. “O que poderia ser mais uma etapa torna-se a representação da palavra ‘fusão’, uma vez que a comida complementa a tela de desenhos circulares e triangulares formando o encontro perfeito. Isso é algo inédito pra mim, lembrando o surrealismo e as curvas comuns da arte moderna de onde eu venho”, admira Raul.

O que poderia ser mais uma etapa torna-se a representação da palavra ‘fusão’, uma vez que a comida complementa a tela de desenhos circulares e triangulares formando o encontro perfeito Raul 134



LUXO É...

Levar a vida com doçura

UM MUNDO DE CHOCOLATE

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Na visão da chocolatier Anna Corinna, o conceito de luxo foge do que é palpável e que o dinheiro possa suprir. “Para mim, luxo é poder viver bem, é realizar um sonho, conversar com os amigos, dar carinho, tratar bem as pessoas. Não está, de forma alguma, ligado ao material, mas sim ao prazer. É quando reflito que vivemos numa rotina fadada à correria e concluo que falta tempo para usufruir disso tudo, logo, luxo é ter tempo”, conceitua. Pensando numa maneira de traduzir todo o sentimento que envolve seu conceito, Anna criou uma peça de chocolate, ouro e pistache. “Tentei transmitir o que pra mim não é material em chocolate. Então, logo pensei que luxo é viver no mundo, com todos esses valores, mas que as pessoas só pensam que se trata de um conceito financeiro. Então, reproduzi um planeta com os territórios pintados de dourado e recheado com ganache pistache, que é um elemento nobre o qual remete à terra, à raiz. Em volta do globo fiz uma teia de chocolate para caracterizar a dificuldade que as pessoas têm em compreender que luxo é um conceito bem maior, é essa troca com o ser humano e não com o físico. Depois, extraí os elementos e inseri o brigadeiro, simbolizando minha história de vida, que começou com o doce e hoje, pra mim, é a minha moeda”, finaliza.

Luxo é um sentimento ligado ao prazer... Luxo é ter tempo Anna Corinna www.annacorinna.com.br (81) 3325.2029

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LUXO É...

Ter ingredientes nobres sempre à mão

REQUINTE AOS OLHOS

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Montar um prato com insumos sofisticados é o primeiro passo para torná-lo uma pedida de luxo. Assim define o chef Kiko Selva, acostumado às produções que chamam atenção nos eventos socais organizados no restaurante It, razão para explorar uma sugestão nobre como o carré francês ao molho roti reduzido com vinho balsâmico, acompanhado com purê de mandioquinha. “Viajo muito para a Europa, onde busco referências e ingredientes sofisticados. Boa parte deles acabo usando em reuniões fechadas ou na casa das pessoas, porque sempre exigem algo mais exclusivo e diferenciado”, explica o chef, que ainda adianta a importância de pensar no prato bem antes de ele chegar à mesa. “É uma forma de você imprimir uma assinatura no que faz e acertar na execução, poupando tempo e surpresas”, completa. Para Kiko, é importante a etapa de desenho e estudo de cores na intenção de conquistar pelo visual. “Gosto de misturar o moderno com o clássico, pois fujo da moda como rótulo por ser algo passageiro. Na verdade, o luxo é uma fantasia muito presente em banquetes e, assim, você pode viajar um pouco. Mas, claro, sempre com os pés no chão, porque este não é o dia a dia”, confessa. Não é à toa que ele procura caprichar em produções também simples, que possam marcar pelo sabor e apresentação.

O luxo é uma fantasia muito presente em banquetes Restaurante IT www.donasanta.com.br/it (81) 3031.6288

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Todas as novidades do NUCLEOPE e de sua área de atuação podem ser conferidas no www.nucleope.com.br

DE OLHO NO NÚCLEO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Em 2014, o NUCLEOPE trabalhou com afinco em todas as áreas com o objetivo de proporcionar aos seus associados e arquitetos parceiros a oportunidade de reciclar conhecimentos, por meio de cursos específicos e viagens no Brasil e no mundo.

V-RAY SKETCHUP

O ano começou abrindo as portas para o conhecimento com a organização do curso de Cad-Sketchup. A iniciativa, que contou com uma parceria com a Imprima Design, proporcionou aos associados a oportunidade de fazer uma reciclagem sobre o assunto, conhecer e utilizar melhor a ferramenta.

VIAGENS

2014 também foi marcado por belas e enriquecedoras viagens, como a visita a São Paulo, na qual se pôde conferir a Design Weekend, festival urbano que promove a cultura do design e suas conexões. Na sequência, chegou a vez de embarcar para Barcelona para participar da Design Week. Ainda na Europa, marcamos presença na Inglaterra, terra em que os associados puderam ver mais uma edição da London Design Festival, com suas exposições, mix de arquitetura, tecnologia e arte.

CURSO Finalizamos nossa programação anual com o curso “Liderança e Gestão”, em parceria com a Cozex, em que o foco principal foi o trabalho e as habilidades gerenciais e de liderança de gestores.

O Núcleo de Decoração de Pernambuco nasceu em 2007. Hoje, ele conta com 31 empresas associadas, distribuídas entre 15 segmentos de arquitetura, decoração e design e mais de 1.500 profissionais cadastrados.

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Avenida Domingos Ferreira, 1486, sala 06 Boa Viagem, Recife-PE (81) 3325.7557 atendimento@nucleope.com.br /nucleodedecoracao.pernambuco


AndrĂŠ Cavendish

BĂĄrbara Cereja

Sergio Fahrer

Alexana Vilar

Romero Duarte

Silvana Gondim

Demazinho Gomes

Taciana Carula

Claudio Campelo


Fique por dentro das atividades do Novo Núcleo, no segmento da arquitetura e decoração www.novonucleo.com.br

O QUE É NOVO! ÁFRICA DO SUL ENCANTA ARQUITETOS DO NOVO No último mês de outubro, o NOVO Núcleo levou os arquitetos Andréa Calábria, Nejaim Azevedo Arquitetura, PMZ Arquitetura, Santos & Santos Arquitetura e Taciana Feitosa para uma viagem fantástica à África do Sul. Os contemplados tiveram duas semanas de programação intensa, com visitas às cidades de Joanesburgo, Pretoria, Pilanesberg, Capetown e Hermanus, região vinícola no interior de Capetown.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Entre as atividades realizadas pelo grupo, sáfari na Reserva Nacional sul-africana — onde, em jipes abertos e acompanhados por guias especializados, os arquitetos viram de perto os detalhes da fauna e flora local. E como o foco maior das viagens do NOVO Núcleo é sempre o aperfeiçoamento e a atualização dos profissionais, o grupo também participou de um tour guiado por um arquiteto local, que demonstrou exemplos de arquitetura contemporânea, intervenções em sítios históricos, construções monumentais e históricas, como estádios e museus. Na viagem, os arquitetos tiveram a oportunidade de saber mais sobre a história do Apartheid e do herói nacional, Nelson Mandela. No final do período, a sensação de todos era igual: a de voltar com muito mais bagagem cultural, cheios de ideias e referências para novos desafios.

CARTAGENA DAS ÍNDIAS FECHA PROGRAMAÇÃO INTERNACIONAL DE 2014 TONIFLAP | DEPOSITPHOTOS.COM

Depois de levar associados para a Toscana, na Itália, e em seguida para a África do Sul, o NOVO Núcleo embarcou em mais uma aventura internacional, desta vez para Cartagena das Índias, na Colômbia. O grupo, formado por 18 arquitetos, foi conferir de perto uma das cidades mais belas e conservadas das Américas e um dos destinos turísticos mais concorridos e belos de toda a Colômbia. Entre os viajantes estavam Elizabeth Wicks, Anchieta Cunha, Carmem Lúcia Andrade Lima, Célia Beatriz Tabosa, Maury Santana, Fernanda Vilela e Kika Baptista. Declarada Patrimônio Mundial da Humanidade, Cartagena encheu os olhos de todos os integrantes do grupo, que passeou pelo centro histórico, onde puderam apreciar a beleza da sequência de casas coloniais, nas quais são abrigados restaurantes típicos, bares, boutiques e até pequenos hotéis. Na viagem, também foi realizado tour técnico e cultural, quando os arquitetos puderam conferir os principais pontos da cidade.

O NOVO Núcleo de Profissionais, Arquitetos e Designers é um grupo com importantes lojas de materiais para arquitetura e decoração. A marca é composta por profissionais do segmento, que fazem a diferença no mercado e, ao mesmo tempo, participam das nossas atividades.

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Angelo Giandomenico

Marilu Fontes

Alípio Tenório

Betania Caneca

Renata Duque

Maristela Beltrão

Andréa Farias

Edite Araújo

Saulo Barros





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