Estrela Matutina - Edição Abril de 2022

Page 1

63 s

ano

Série B | Nº 277 | 10.000 exemplares

Boletim Informativo da Diocese de União da Vitória | Abril de 2022

Foto: Thais Oliveira

Campanha e orações pela Ucrânia mobilizam o mundo pedindo o fim da guerra

Estamos presenciando no mundo todo inúmeras ações, gestos de fé, de solidariedade para com as vítimas da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro deste ano. Aqui mesmo no Paraná, onde há uma forte presença de ucranianos, campanhas e momentos de oração, pedindo o cessar da guerra, vem sendo feitos pelas Igrejas Particulares do Regional Sul 2 da CNBB. Unida ao pedido do Papa Francisco, a Diocese de União da Vitória também realizou um ato de Consagração da Rússia e da Ucrânia no dia 25 de março, na Catedral. Na capa desta edição, duas crianças descendentes de poloneses, do Santuário Diocesano, de Rio Claro do Sul, realizam um gesto solidário e de fé ao povo ucraniano. (Veja mais na pág. 07).

AINDA NESTA EDIÇÃO ARTIGO ASSEMBLEIA DOS BISPOS Metropolia Ucraniana acolhe Assembleia pela 1º vez (Confira na pág. 06)

JUBILEU DE PRATA Santuário Diocesano completa 25 anos. (Confira na pág. 05)

‘PL do Veneno’ pode aprovar mais agrotóxicos. (Confira na pág. 12)


2

Estrela Matutina - Editorial - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

Editorial A humanidade passa por tempos difíceis. Não bastasse a Pandemia do Coronavírus que atingiu o mundo todo desde o final de 2019, a qual estamos ainda nos recuperando, vemos perplexos eclodir um novo conflito bélico no leste europeu, promovido pela Rússia, que invade a Ucrânia gerando um êxodo em massa do povo ucraniano para outros países. Alguns ainda insistem em permanecer no país, na esperança de uma possível reconstrução pós-guerra. As consequências de ambos os fatos mencionados acima são enormes, a começar pela perda de vidas, a desestruturação de famílias, além da crise econômica que deixa milhares de pessoas a padecer pelo necessário, bem como os assalariados que veem seu ganho mensal dar apenas para se manter sobrevivendo, devido ao grande aumento no preço de alimentos e combustíveis. Solidária ao sofrimento dos povos, de cada pessoa humana, a Igreja também sofre, porque são filhos e filhas de Deus que são forçados a viver uma vida desprovida de condições básicas para a dignidade humana, ferindo-os no seu direito maior, a vida. A Igreja, que no mundo transmite a Mensagem do seu Senhor, sofre também por ver a figura humana, imagem e semelhança de Deus se distanciar da sua imagem original, devido ao pecado – pecado da ganância, do egoísmo, da busca do poder, do olhar voltado apenas à realidade material, de ver o outro como inimigo, sem se deixar tocar pelo respeito à sua vida humana, enxergando nele um “irmão, uma irmã”, filhos e filhas do mesmo Pai, que é Deus. Nesta edição trazemos como um de nossos registros, alguns dos inúmeros gestos e esforços que a Igreja, na expressão de seus fiéis, unidos às pessoas de boa vontade, vem fazendo para ser solidária às vítimas da guerra. Intercessora na terra, pelos seus filhos e filhas, a Igreja roga ao Pai de bondade, para que Ele tenha um olhar misericordioso para com as situações as quais vivemos no tempo presente, pedindo o fim da guerra e o auxílio para que as nações possam se reconstruir.

Em Destaque ABP quer ajudar as pessoas no encontro com Cristo No dia 12 de de estudos da março, estiCNBB – Nº veram reuni114: “A Anidas na Casa mação Bíblica de Formação, da Pastoral em União da não se trata Vitória, cerca de mais uma de 30 pessopastoral com as indicadas mais estrutupor 23 das ras e ativida25 paróquias des, mas sim, da Diocese ela quer ser para comum instrupor a Equipe mento de inDiocesana da centivo para Animação Bíproporcionar blica da Pasàs diversas toral. O grupo forças evanParticipantes do encontro reunidos na Casa de Formação Cristã foi composto gelizadoras por leigos e leigas, um seminarista diocesano, um di- (bispos, padres, diáconos, religiosos[as], leigos[as]) um ácono permanente, dois candidatos ao diaconato per- verdadeiro encontro com a Pessoa de Jesus Cristo por manente, e pelo padre Mauro, da Paróquia S. João Ba- meio da Palavra de Deus, e que este encontro coloque tista, de S. João do Triunfo. alma, ânimo, em todas as atividades de evangelização já existentes na vida eclesial”, comentou padre, citando o O Encontro teve a abertura feita pelo padre João Fran- Documento. cisco, Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora, que abriu o espaço falando do Pilar da Palavra, que O encontro estabeleceu alguns encaminhamentos práestá sendo vivido pela Diocese neste ano, como um dos ticos para a Equipe Diocesana da ABP: Pilares do Plano Diocesano. - Os indicados pelas paróquias para compor a equipe A formação do encontro foi conduzida pelo padre Jo- deverão agora iniciar conversas com seus párocos e/ou viano José Salvatti, da Paróquia S. Antônio, do Distrito administradores paroquiais para serem inseridos nos de S. Antônio do Iratim – Bituruna, e assessor da Ani- CPAEs, a fim de motivarem a constituição de pequenas mação Bíblica da Pastoral na Diocese. Padre Joviano equipes paroquias da ABP. começou o encontro com uma “Leitura Orante da Pa- A continuidade do estudo do documento 114 e da lavra de Deus. formação sobre a ABP serão realizados alternando-se Durante a manhã, o assessor trabalhou a proposta da entre presenciais e online com a equipe diocesana. DeAnimação Bíblica da Pastoral, a partir do documento pois, a equipe fará a formação por setores com as equipes paroquias da ABP. - O principal meio para que a que a ABP cumpra a sua função de proporcionar o encontro das pessoas com Cristo por meio da Palavra, será a Lectio Divina, Leitura Orante da Palavra de Deus, que irá ser melhor ensinada e difundida em toda a Diocese. Um material explicativo em formato de folder está sendo elaborado para se distribuir em toda a Diocese.

Campanhas com fins de ajuda material, acolhida a refugiados são também outros gestos que a Igreja está promovendo para amenizar tamanho sofrimento. Assim, nossa edição de abril do Jornal Diocesano abre suas páginas registrando esse cenário que lamentavelmente marca nossa história humana. Contudo, a fé não nos deixa esmorecer, nem perder o olhar futuro, buscando nessas situações também encontrar Deus, ouvir o que Ele nos quer falar, e se deixar tocar pelo Seu apelo a nós seus filhos e filhas.

Marcelo S. de Lara Editor-Chefe

EXPEDIENTE

Acompanhe também nas páginas deste mês outras notícias, algumas delas que marcaram nossa Diocese no mês que passou, e nossos artigos de formação, catequese e espiritualidade. Boa leitura e formação!

Participantes durante o momento de oração

Proprietária Mitra da Diocese de União da Vitória Rua Manoel Estevão, 275 União da Vitória, PR Contato: estrela@dioceseunivitoria.org.br (42) 3522 3595 Diretor Dom Walter Jorge Pinto Editor-Chefe Francisco Marcelo S. de Lara

Redatores Dom Walter Jorge Pinto Pe. Alisson M. de Moura Pe. Joviano J. Salvatti Pe. Sidnei José Reitz Gustavo Santana Geovana S. Cordeiro Kujiv Francisco Marcelo S. de Lara Diagramação e Arte Final Agatha Przybysz

Informações: Pe. Joviano José Salvatti Assessor da ABP Tiragem 10.000 exemplares Revisão Pe. Abel Zastawny Francisco Marcelo S. de Lara Impressão Gráfica Grafinorte - Apucarana/PR (41) 9 9926 1113 Fundado em 15 de maio de 1958, por Dr. Mário José Mayer e Ulysses Sebben.


3

Estrela Matutina - Caderno 1 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

Palavra do Bispo Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal A Quaresma vai chegando ao seu final e cumpre o seu objetivo: preparar-nos para a maior de todas as festas cristãs, para aquilo que é o centro da nossa fé, a Páscoa de Jesus Cristo. Em tempos tão sombrios, onde uma Pandemia varreu o mundo com seu sopro de morte e de medo, e atualmente, onde uma nova guerra deixa atrás de si um rastro de destruição, ceifando tantas vidas e trazendo de volta o fantasma da possibilidade de uma guerra atômica que colocaria fim à humanidade, anunciar a Páscoa de Jesus, a vitória definitiva de Deus sobre o mal e a morte, é a esperança, que, como uma âncora, nos permite o alento de podermos nos firmar em porto seguro. Sim, a Páscoa de Jesus é o porto seguro de Deus para todos nós, pois nos traz a certeza de que a nossa confiança depositada nele não será inútil, e de que, por ela, participaremos da mesma vitória que Cristo experimentou! E assim, por mais que os acontecimentos da história nos oprimam, a luz da Ressurreição do Senhor nos aponta o rumo, mesmo em meio à noite mais densa. Mas, como podemos participar da vitória pascal de Cristo? Como chegar a este porto seguro, que nos livra das angústias do tempo presente? A resposta está em nos deixarmos reconciliar com Deus, pois Aquele que não tinha pecado, Deus o fez pecado para que nele nós tivéssemos o perdão dos nossos próprios pecados (cf. 2Cor 5, 17-21). Então, como fez São Paulo ao povo da cidade de Corinto, hoje, nós também, como embaixadores de Cristo, fazemos eco à sua voz exortando a todos: “Deixai-vos reconciliar com Deus, caminhai em direção à vitória pascal de Cristo! ”.

[...] nos deixarmos reconciliar com Deus, pois Aquele que não tinha pecado, Deus o fez pecado para que nele nós tivéssemos o perdão dos nossos próprios pecados

Jesus morreu pelos nossos pecados, pelos pecados dos homens e mulheres de todos os tempos, mesmo daqueles que erroneamente se julgam justos e não necessitados do perdão do Pai, como o irmão mais velho do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32). Na verdade, todos nós, em algum momento da vida, usamos mal a nossa liberdade de filhos de Deus e andamos por caminhos, dentro ou fora de nós, que não eram os de Deus, os da santidade, do amor e da justiça. Todos nós endurecemos o coração e em

algum momento da nossa vida, não ouvimos a voz do Senhor, querendo ser como Deus, vivendo segundo nossos próprios pensamentos e não nos do Senhor. Só a Paixão de Cristo pode nos salvar; somente o seu sangue derramado na cruz pode apagar os pecados da humanidade; somente a sua gloriosa Ressurreição pode nos arrancar das mãos da morte que merecemos por nossos pecados (cf. Rm 6,3). Não existe outro nome que possamos invocar para a nossa salvação, a não ser o de Jesus Cristo, Nome sobre todo nome, perante o qual todo joelho se dobra no céu, na terra e no inferno (cf. Fl 2, 10-11). Só por meio d’Ele, o “Deus santo, forte e imortal” podemos ter acesso àquela vida eterna e feliz, vida imortal pela qual seremos plenos e verdadeiramente felizes. Portanto, no ocaso de mais uma Quaresma, insistimos que todos se deixem reconciliar com Deus, que mudem de vida, que peçam um coração novo e um espírito decidido, como nos conclama também o salmista (cf. Sl 51, 10). E que, aqueles que ainda não buscaram o perdão de Deus por meio do Sacramento da Reconciliação (ou da Penitência ou ainda, da Confissão), o façam o quanto antes. Que ninguém tenha receio de humilhar o orgulho que habita em todos nós, por meio da confissão dos pecados a um Ministro Sagrado, permitindo deste modo que Deus quebre a força do mal justamente por este meio que Ele mesmo quis para nós sua Igreja, e por meio desta mesma Igreja (cf. Jo 20,23; 2 Cor 5, 18-20). É tempo de nos decidirmos por Cristo com mais empenho, é tempo de caminharmos para a Páscoa, pois já se aproximam os Aleluias pascais. Deixemo-nos reconciliar com Deus! Dom Walter Jorge Bispo Diocesano


4

Estrela Matutina - Caderno 1 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

Orando com os Salmos

Cântico dos Degraus

Catequese 4ª Tempo do Catecumenato A Mistagogia

Salmo 130 (131)

PRIMEIRA FASE

Confiança filial e repouso em Deus

Esse tempo da mistagogia se dava em duas fases. “A primeira se constituía de uma semana intensiva de catequeses específicas sobre os sacramentos, priorizando os recebidos na Vigília Pascal (Batismo, Crisma e Eucaristia). É um reforço à iluminação acontecida na preparação para a Páscoa. Tudo para adentrarem-se no Mysterión escondido e revelado aos poucos ao iniciado: o segredo de Deus, o seu plano amoroso sobre o mundo e a humanidade, que teve seu momento maior na Páscoa de Jesus”” (Ir. Nery, p. 91) (cf. Ir. Nery. Catequese com Adultos e Catecumenato; história e proposta. Paulus – SP - 2019).

Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração (Mt 11,29) Senhor, meu coração não é orgulhoso, nem se eleva arrogante o meu olhar; não ando à procura de grandezas, nem tenho pretensões ambiciosas!

sua mãe.

1

Fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em grande paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada no regaço acolhedor de 2

3

Confia no Senhor, ó Israel, desde agora e por toda a eternidade!

Glória ao Pai, ao Filho, e ao Espírito Santo Como era no princípio, agora e sempre. Amém!

Comentário do Salmo O salmo 130 é uma afirmação de fé baseado na confiança na libertação de Javé. Numa autoanálise sincera, porque feita diante de Deus, que não se deixa enganar, o salmista professa a humildade. Ele se mostra consciente de que a soberba não agrada nem a Deus nem aos humanos. Por isso, afirma que seu coração não se exalta, seus olhos não se levantam, seus pés não andam atrás de coisas que o ultrapassam. A imagem protetora da mãe, e/ou do pai, como imagem da ternura divina, que o Salmista usa, encontramo-la também em Oseias: “Eu ensinei Efraim a andar, e o carreguei nos braços” (Os 11,3), ou no III Isaías: “Como um menino que a mãe consola, assim vos consolarei” (Is 66,13), ou no Sl 71,6: “Desde o colo de minha mãe és minha proteção”. São imagens de ternura que devem levarnos àquela conversão de que fala Jesus: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no Reino dos céus…” (Mt 18,3). Fazem-nos lembrar também Santo Agostinho: “Inquieto está o nosso

DATA 09 20 23 23 e 24 24 24 27 25 a 29 28 30 30

coração enquanto não repousar em ti, Senhor! ” Por fim, aplicando o ensinamento a Israel, o povo, a experiência individual faz-se comunitária. Suscita, então, questões graves, aliás já levantadas quanto ao indivíduo. Como conciliar esta humilde confiança, com a aspiração ao crescimento nacional? Em que sentido Israel pode aspirar a ser “grande”? De que maneira ele será uma “bênção” entre os povos (cf Gn 12,2 e Is 19,24-25)? Que nossas ambições sejam aquelas que nos tornam grandes diante de Deus. Assim nos ensina o Salmista. Comentário de: Pe. Ney Brasil Pereira Fonte: Diocese de Florianópolis Organizado por: Marcelo S. de Lara PASCOM

ATIVIDADES DE ABRIL Reunião do Conselho Diocesano da Ação Evangelizadora, na Casa de Formação Cristã, em União da Vitória; Assembleia Eletiva da Pastoral da Criança, na Par. N. Sra. do Perpétuo Socorro, em São Mateus do Sul; Crisma na Catedral Sagrado Coração de Jesus, às 16h30, em União da Vitória; Retiro Sementes da Alegria, na Casa de Formação Cristã, em União da Vitória; Crismas nas Par. N. Sra. de Fátima, às 9h, e N. Sra. do Rocio, às 16h30, em União da Vitória; Encontro por Setor da Catequese, Setor Catedral e Sagrada Família, na Catedral, em União da Vitória; Assembleia do Setor 280 da Pastoral da Criança, local à definir; 1º Etapa da 59º Assembleia Geral da CNBB, online; Formação Mensal da PASCOM pelo Regional Sul II, online; Crisma na Par. Sagrada Família de Nazaré, às 17h, em União da Vitória; Encontro com os coordenadores paroquiais do Terço dos Homens na Paróquia São Joaquim e Sant’Ana, às 14h, em Paulo Frontin;

INTRODUÇÃO Após todo percurso percorrido até aqui, chegamos enfim ao último tempo do Catecumenato, a saber: a Mistagogia. Para relembrar, tudo começou com o primeiro tempo, o pré-catecumenato que culminou na primeira etapa, o rito de admissão dos catecúmenos. Iniciou-se o segundo tempo, o catecumenato, que por sua vez culminou com o rito de eleição dos catecúmenos. A partir daí iniciou-se o terceiro tempo, o tempo da purificação e da iluminação que foi coroado com a terceira etapa, a celebração dos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Eucaristia. E assim, agora chegamos ao quarto e último tempo que é chamado de Mistagogia. Vejamos assim em que consiste este tempo. DEFINIÇÃO Mistagogia é um termo grego que significa: conduzir ao mistério. A palavra grega “mysterión” é traduzida em latim por “sacramentum”, sinal, em português. Portanto, a mistagogia, aponta para o sinal do sacramento. O mistério é o próprio Deus dado a nós pelos sacramentos. Dessa forma, mistério, não é o desconhecido, o indecifrável, o que está cheio de segredos, mas antes, trata-se daquilo que é inefável, que é maior do que nós, que nos envolve, que nos salva...e é nele que eu creio. A mistagogia era, portanto, o período pós-pascal em que o neófito era levado a refletir e interiorizar a realidade nova vivida por aqueles que foram sepultados e ressuscitados com Cristo (cl 2,12-13).

Essa primeira fase tinha a duração de uma semana, onde os neo-batizados e neo-crismados permaneciam com vestes brancas, até o sábado chamado: sábato in albis, quando então eles se desvestiam das vestes externas, porque a partir de agora deveriam estar revestidos de Cristo em seu ser e viver. SEGUNDA FASE A segunda fase deste tempo então se inicia com o sábato in albis. “O neófito, já iniciado nos mistérios cristãos, integra por completo a comunidade e pode participar da segunda parte da missa, a Eucaristia. Torna-se, assim, eterno catequizando no seio da comunidade, aprendendo e vivendo, cada dia, novas e velhas coisas dos tesouros da fé cristã, dando testemunho no meio da sociedade e ajudando a comunidade a ser evangelizadora, catequizadora, fraterna, testemunha, orante e missionária” ”( Ir. Nery, p. 92) (cf. Ir. Nery. Catequese com Adultos e Catecumenato; história e proposta. Paulus – SP -, 2019). Pode-se dizer, por fim, que esse tempo da mistagogia não tem fim. A vida cristã inicia, e vai se revestindo cada vez mais de Cristo, até que na glória celeste todas as suas potencialidades se tornem plenas. Ser cristão não é ponto de chegada. É missão e caminho diário, sem fim...

Pe. Sidnei José Reitz Assessor da Pastoral Catequética


5

Estrela Matutina - Caderno 2 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

Santuário Diocesano celebra 25 anos de criação Situado no Distrito de Rio Claro do Sul – Mallet, o Santuário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, que também é uma paróquia da Diocese, celebrou neste mês de março, 25 anos de sua criação.

Após uma ampla consulta e concordância em Assembleia Diocesana, foi declarado e publicado pela Diocese que a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário recebia canonicamente o título de Santuário Mariano Diocesano, sob o título de Nossa Senhora do Rosário, honrando assim a comunidade do Distrito, que tem a paróquia mais antiga da Diocese, marcada pela forte tradição polonesa.

A data festiva foi celebrada pela comunidade no dia 09 de março, com uma Missa Solene, Vista da lateral do Santuário Diocesano Nossa Sepresidida pelo atual nhora do Rosário Administrador Paroquial, padre Nelson José Kovalski, com a participação de representantes de Movimentos, Pastorais da comunidade e fiéis, devotos da Virgem do Rosário. A paróquia recebeu o título de Santuário no ano de 1997, vinte anos após a criação da Diocese de União da Vitória. Registrado no Livro Tombo da Paróquia, o fato consta assim relatado: “Ressentindo-se dessa grave lacuna, os delegados da comunidade, durante a V assembleia Diocesana do Concelho de Leigos de União da Vitória (CL_UV) como que por inspiração divina sugeriram a criação de um Santuário Mariano Diocesano, entre nós, como um eixo irradiado de nossa filial devoção com Maria de Nazaré, chamada por sua santidade, o Papa João Paulo II a ‘Estrela da primeira e Anastásia Zarichen segurando o Livro Tombo da Paróquia nova Evangelização’. (Santo Domingo, em 1992). A reação favorável, espontânea e entusiasta, comprovou o acerto e a urgência da medida adotada. A indicação do local e daquela comunidade centenária a ser elevada à categoria de “Santuário Mariano Diocesano” recebeu o aval de todos os delegados presentes”. Depois de alguns meses, Padre Gerald Pilich, religioso da Sociedade de Cristo, na época o pároco na paróquia Nossa Senhora do Rosário, e o Reverendíssimo Superior Geral da Congregação, Padre Zdizidlaw Malczwski, concordaram em proceder com o ato canônico.

Vista do interior do Santuário Diocesano Nossa Senhora do Rosário

Com esse ato, o Santuário passou a ser palco de Romarias Diocesanas e Vocacionais, acolhendo caravanas das diversas paróquias da Diocese. A primeira Romaria Diocesana aconteceu no dia 19 de outubro de 1997, e a primeira Romaria Vocacional no dia 16 de maio de 1999. A paróquia, que teve sua fundação em 1896, além da Igreja Matriz, possui também a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, localizada algumas quadras da igreja, inaugurada em 13 de maio de 1940. Até hoje a Gruta é local de peregrinação, onde geralmente se iniciam ou se encerram algumas celebrações religiosas como, as Romarias. A igreja ainda guarda uma relíquia de São João Paulo II, um pedaço de tecido de sua túnica, quando o Pontífice sofreu o atentado. Durante a história da Congregação da Sociedade de Cristo para os Imigrantes Poloneses no Brasil, na paróquia, sendo Rio Claro do Sul uma paróquia de referência na imigração polonesa no Paraná, muitos bispos, arcebispos da Polônia, Cônsul e Embaixadores passaram pelo Santuário. Com o Santuário assumido pelos padres Diocesanos em março de 2020, novos investimentos e melhoria das estruturas continuam sendo realizadas, visando manter essa tradição e ação de fé de romeiros e diocesanos. Pe. Nelson Kovalski, padre diocesano, Toda essa rica reitor do Santuário história e tradição do Santuário tem sempre o motivo de focalizar e dinamizar o digno culto filial dos fiéis para com Maria, Mãe de Jesus.

Texto e Fotos: Pascom do Santuário Diocesano.


6

Estrela Matutina - Caderno 2 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

Metropolia Ucraniana acolhe pela primeira vez a Assembleia dos Bispos Pela primeira vez na história do Regional Sul 2 da CNBB, a Metropolia Católica Ucraniana São João Batista acolheu a Assembleia dos Bispos do Paraná, que se deu dos dias 13 a 15 de março, na Colônia Marcelino, em São José dos Pinhais (PR). A Missa de abertura da Assembleia, às 18h, celebrada no rito ucraniano católico, na Igreja Ucraniana Santíssima Trindade, na Colônia Marcelino, foi presidida pelo arcebispo da Metropolia Católica Ucraniana São Joao Batista, Dom Volodemer Koubetch, ladeado pelo Bispo da Eparquia Católica Ucraniana Imaculada Conceição, Dom Meron Mazur, e pelo arcebispo de Londrina e Presidente da CNBB Sul 2, Dom Geremias Steinmetz. A celebração foi aberta à comunidade local para também participarem, e transmitida pelas redes sociais da Paróquia e do Regional Sul 2 da CNBB.

Bispos do Paraná, latinos e ucranianos, após uma das Celebrações Eucarísticas onde também rezaram pela paz na Ucrânia

Para o Arcebispo Ucraniano, acolher os bispos do Paraná em Assembleia na Colônia Marcelino, foi muito significativo neste ano, valorizando aquela comunidade que é histórica. “Estamos celebrando o centenário da visita do Metropolita Andrey Sheptytsky, que foi um dos líderes mais importantes da Igreja Católica Ucraniana, tanto no sentido eclesial quanto civil na Ucrânia, e ele passou pela Colônia Marcelino. Estamos ainda celebrando os 50 anos de fundação da Eparquia São Batista (desde 2014, Metropolia). Com isso, essa Assembleia dos Bispos tem um sentido histórico profundo, pois valoriza a comunidade ucraniana, dando um grande sentido de eclesialidade”, afirmou Dom Volodemer. Nos ritos iniciais da Divina Liturgia, cada bispo recebeu de uma família da Colônia Marcelino um pão e uma porção de sal. Esse é um costume próprio dos ucranianos de acolher as pessoas, especialmente as autoridades, com o pão e o sal, que simbolizam a delicadeza e a sinceridade dos anfitriões no ato de acolher e de dar as boas-vindas.

Dom Volodemer, metropolita ucraniano, na esquerda, e Dom Geremias, presidente do Regional Sul II

nossa alma a Deus em agradecimento”.

Dom Geremias, presidente do Regional da CNBB Sul 2, elogiou o testemunho de fé da comunidade ucraniana. “Muito obrigado por esse testemunho bonito de fé e de participação de vocês, que faz com que a gente consiga elevar

Na homilia na celebração, Dom Volodemer recordou a guerra vivida na Ucrânia, a qual classificou como “um absurdo total”. “O sofrimento é muito grande, principalmente para a população civil, que está sendo atacada impiedosamente, tendo suas habitações, hospitais, maternidades, creches e escolas bombardeadas, e para os milhares de refugiados que deixaram suas moradias, familiares e amigos, buscando acolhida em lugares muito distantes de suas terras de origem”, comentou ele. “Pela nossa fé, acreditamos que, apesar das desgraças históricas, no espaço e no tempo presente Deus aí está e age. Os agentes do mal perecerão e a bondade divina permanecerá para sempre”, completou o Metropolita. Ao final da celebração, Dom Geremias Steinmetz, fez um pronunciamento de

agradecimento, no qual recordou a providência divina pela Assembleia ser acolhida pela Igreja Católica Ucraniana. “Parece que a graça nos acompanha nesses dias, porque quando planejamos essa assembleia não tínhamos ideia de que essa guerra estaria acontecendo. Portanto, nós queremos estar muito unidos, solidários e em oração com vocês nesse momento”, disse o arcebispo. Esta primeira Assembleia do ano, que voltou na modalidade presencial, após algumas terem sido online, devido a Pandemia da Covid -19, avaliou a caminhada pastoral da Igreja no Paraná programando suas atividades do ano. Entre os assuntos em pauta estiveram a Missão São Paulo VI, na Guiné-Bissau, África; a produção da Cartilha de Orientação Política 2022; a Campanha da Fraternidade 2022; a fase diocesana do Sínodo dos Bispos e questões administrativas do Regional Sul 2 da CNBB. Participaram da Assembleia todos os arcebispos e bispos do Paraná, os dois bispos ucranianos, o presidente da Comissão Regional de Presbíteros, padre Emerson Lipinski, e o secretário executivo da CNBB Sul 2, padre Valdecir Badzinski. O encerramento se deu com a missa às 11h, no dia 15, na Comunidade São Pedro que pertence à Paróquia São Sebastião, na Diocese de São José dos Pinhais (PR). Entre os assuntos tratados no último dia estiveram: a “6ª Semana Social Brasileira”, que é uma nomenclatura para falar de um grande trabalho que iniciou em 2019 e perdura até 2023; a Pastoral da Sobriedade, em que estudaram sobre a incidência dos entorpecentes na vida das pessoas; foram analisados números, gráficos e refletido sobre as clínicas de recuperação que existem no Paraná; e a Pastoral familiar. A missa teve a participação expressiva da comunidade local e também contou com a presença da prefeita da cidade de São José dos Pinhais (PR), Nina Singer. Texto e fotos: Karina de Carvalho Assessora de Comunicação da CNBB Sul 2


7

Estrela Matutina - Caderno 2 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

Campanha de ajuda humanitária: Pela Ucrânia, pela Vida Pela Ucrânia, pela Vida é o nome da

campanha lançada no dia 05 de março, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Sul 2; da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, da Eparquia Ucraniana Nossa Senhora Imaculada Conceição e da Cáritas Brasileira Regional Paraná, para enviar ajuda humanitária às vítimas da guerra entre a Rússia e Ucrânia.

Em igrejas de todo o Brasil, ações de solidariedade, momentos de oração, unidos à outras ações pelo Regional e pela CNBB vem sendo realizada em solidariedade às vítimas da guerra. Entre esses exemplos lembramos que: No dia 13 de março, em Prudentópolis – PR, sede da Eparquia Ucraniana Nossa Senhora Imaculada Conceição, uma Missa Campal pela Paz na Ucrânia foi celebrada. A celebração foi presidida por Dom Amilton Manoel da Silva, Bispo da Diocese de Guarapuava, concelebrada por Dom Meron Mazur, Bispo Eparca da Eparquia, e outros padres e diáconos do Rito Ucraniano e do Rito Latino. A celebração contou com a participação do padre Reginaldo Manzotti e Obra Evangelizar, sendo transmitida pela TV Evangelizar, para todo o Brasil, e pela Rádio Cultura FM (94,3) de Guarapuava. Na Diocese de União da Vitória, no dia 01 de março, terça-feira de carnaval, um grupo de Legionários e Legionárias do Movimento da Legião de Maria, fez uma tarde de oração, pedindo o fim da guerra, e proteção às vítimas do conflito. Vários Terços foram rezados das 15h às 17h na matriz Nossa Senhora do Rocio, em União da Vitória.

“Diante da situação dramática que vive a Ucrânia, com essa guerra que tem trazido dor e morte ao povo ucraniano, nós aqui no Brasil, especialmente no Paraná, estamos sensibilizados. A dor do povo ucraniano é a nossa dor”, declarou Dom Volodemer Koubetch, OSBM, arcebispo metropolita da Igreja Católica Ucraniana. Márcia Ponce, secretária executiva da Cáritas Paraná, lembra que ajuda humanitária é extremamente importante nesse momento que o povo ucraniano está na linha de conflito e com a vida ameaçada. Ela também recomenda que é preciso iniciar uma mobilização para acolher os migrantes Cáritas Brasileira Regional Paraná ucranianos que poderão buscar refúgio em território braCNPJ: 33.654.419/0014-30 sileiro. “Nós da Cáritas Paraná, Pix (Celular): 41 99643-3320 juntamente com a Rede CáriTransferência Bancária: tas no mundo todo estamos Banco do Brasil (001) atentas e solidárias com as Agência: 0009-4 pessoas que sofrem com esses conflitos. Por isso, é muito imConta: 473444-0 portante unirmos nossas forças nesse momento de dor, em que as pessoas têm de deixar suas casas, deixar para traz seus sonhos, projetos de vida, para garantir a sua sobrevivência a de seus familiares”, disse ela. Nesse sentido, a Campanha espera contar com sua ajuda. As consequências humanitárias dessa guerra serão devastadoras para muitas pessoas. Seu apoio financeiro pode ajudar a garantir que as famílias tenham seus direitos garantidos, fiquem protegidas e seguras. Você pode oferecer sua contribuição na conta disponibilizada pela Cáritas Brasileira Regional Paraná, que fará o repasse à Cáritas Internacional, que por sua vez, encaminhará à Igreja da Ucrânia.

Da esquerda: Dom Meron, eparca de Prudentópolis; Dom Amilton, bispo de Guarapuava; e Padre Reginaldo, da Evangelizar.

Também no dia 09 de março, a paróquia Nossa SeAna Júlia e Luiz Fernando, descendentes de poloneses presnhora do Rosário, de Rio tando homenagens aos Ucranianos, no Santuário Diocesano. Claro do Sul, que cultiva forte tradição polonesa, foi solidária às vítimas da guerra. Na celebração jubilar dos 25 anos do Santuário, os fiéis lembraram em oração o sofrimento causado pelo conflito. Crianças com a bandeira da Ucrânia e com flores nas mãos expressaram um gesto de esperança pelo fim da guerra. Ainda no dia 25 de março, em sintonia com o pedido do Papa Francisco, para que o mundo todo consagrasse a Ucrânia e a Rússia em um momento de Oração unido ao Papa, na Catedral de União da Vitória, a Diocese fez a oração do Terço, das 12h15 às 13h. Católicos Latinos e Ucranianos se uniram em oração.

Legionários junto com os Frades da Paróquia do Rocio, em União da Vitória.

Terço na Catedral Sagrado Coração de Jesus, pedindo a paz na Ucrânia, foi conduzido pelos Pe. Sidnei e Pe. Ricardo, do Rito Ucraniano


8

Estrela Matutina - Caderno 2 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

COMIDI promove encontro com Conselhos Missionários Paroquiais O Plano Diocesano da Ação Evangelizadora na Diocese também esteve presente na pauta de formação dos missionários, que tiveram o assunto abordado pelo padre João Francisco, assessor da Ação Evangelizadora. Entre os pontos destacados pelo assessor esteve os 4 Pilares que sustentam o Plano Diocesano. Neste ano, a Diocese foca no Pilar da Palavra.

A Paróquia São José, da cidade de Antonio Olinto, sediou no dia 13 de março, um encontro promovido pelo Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), para os membros dos Conselhos Missionários Paroquiais, COMIPAs. A assessoria do encontro foi por conta do padre Emerson Gonçalves de Toledo, tendo ainda a presença do Coordenador Diocesano do COMIDI, Eduardo Barbosa, da cidade de Mallet.

Outro assunto em pauta apresentado pelo padre Emerson, assessor do COMIAntes da formação, os participantes tiDI foram os novos projetos e missões veram um momento de espiritualidade que os Grupos Missionários pretendem conduzido pelo Seminarista Estagiário desenvolver e realizar nos próximos Diego Kukul de Oliveira, que fez uma meses nas paróquias e diocese entre reflexão do texto de Lc. 24, 13-35, o qual eles: O Congresso Missionário Diocenarra sobre os Discípulos de Emaús. sano, nos dias 17,18 e 19 de junho, no Missionários reunidos em encontro na Matriz São José, em Antonio Olinto Instituto Piamarta, em União da VitóSegundo Emilayne Moreira, uma das ria; as Missões Diocesanas na Paróquia participantes, a reflexão trouxe luz para a caminhada missionária na Diocese, Nossa Senhora do Rosário, em Rio Claro do Sul, dos dias 18 a 21 de agosto, e que exige persistência e esperança. “De forma clara ele trouxe uma reflexão para também na Paróquia São Carlos Borromeu, em Paula Freitas, dos dias 20 a 23 a nossa realidade de vida missionária - o ardor e a persistência que precisamos de outubro. ter no dia a dia. O seminarista nos ajudou a lembrar que é preciso levar a alegria de Deus na missão, pois lá encontramos pessoas machucadas”, comentou Emi- O encerramento do encontro se deu com uma dinâmica desenvolvida pelo COlayne. MIPA da paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Rio Azul, reforçando aos missionários a importância de serem perseverantes na fé, contando com a força do Um momento de Adoração ao Santíssimo na parte da manhã também fortale- Espírito Santo na missão. ceu o grupo na fé. Informações e Fotos: Emilayne Moreira

Diocese lembra 1 ano de falecimento do padre Silvano No dia 24 de março, a Diocese de União da Vitória lembrou um ano do falecimento do padre Silvano Surmacz. Em várias paróquias, em especial onde ele atuou, fiéis celebraram em sua memória, rezando e prestando homenagens. Na Catedral, uma missa presidida por Dom Walter Jorge, bispo diocesano, reuniu vários padres da cidade de União da Vitória e de outras paróquias da Diocese. Quem não pode se fazer presente rezou pelas redes sociais, onde a missa foi transmitida. Na Diocese, o padre teve uma presença marcante pela alegria e facilidade em construir amizades. Com 30 anos de sacerdócio, Silvano foi ordenado padre em 08 de dezembro de 1990, por Dom Walter Ebejer, sendo o primeiro padre ordenado do Seminário Diocesano de União da Vitória. Como sacerdote atuou nas paróquias São Miguel Arcanjo, em Porto Vitória; na paróquia São José, em Antonio Olinto, após ter retornado de Roma, onde fez mestrado em Filosofia; na paróquia São Mateus, em São Mateus do Sul, e por fim na igreja Catedral, em União da Vitória, onde assumiu em 2017. Natural da cidade de Rio Azul, padre Silvano Surmacz faleceu no dia 24 de março de 2021, aos 54 anos de vida, vítima da Covid-19, e foi sepultado na sua cidade natal, em uma capela do cemitério pertencente à paróquia Sagrado Coração de Jesus, próxima ao túmulo de sua família. A Diocese de União da Vitória expressa seu sentimento de agradecimento e louvor a Deus pela vida e vocação do padre Silvano, que deu sua importante contribuição pelo Reino de Deus nesta Igreja Particular.

Paróquia de Rio Azul acolhe novo Vigário Paroquial No sábado, 19 de março, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, da cidade de Rio Azul, acolheu seu novo vigário paroquial. Após a transferência do Padre Arul Sathish Kumar Gnanasekaran, que atuou por um ano na paróquia como vigário paroquial, a comunidade acolheu o padre Wilibrodus Paulus Wedho.

Da esquerda para a direita: Pe. Mário, Pe. Wilibrodus e Pe. Mateus

O atual vigário estará auxiliando o pároco, padre Mateus Lau Nurak, ambos da Sociedade do Verbo Divino (SVD), Congregação que atende a paróquia. Padre Wilibrodus Paulus Wedho é natural da Indonésia (Ásia), tem 51 anos de idade e 23 anos de sacerdócio, destes, 22 anos atuando no Brasil. Nesse tempo de Ministério trabalhou nas Dioceses de Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, em Curitiba, na Formação do seminaristas Postulantes, na Diocese de Naviraí, e também na Diocese de Dourados (MS), onde estava até o momento. Além da formação em Filosofia e Teologia, Padre Wilibrodus é formado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. A Apresentação do novo Vigário foi feita pelo padre Mário Fernando Glaab, Vigário Geral da Diocese, na missa das 19h, que contou com transmissão pelo Facebook da Paróquia e da Diocese.


9

Estrela Matutina - Caderno 1 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

Liturgia 28/04 Semana Santa São Luís Maria Grignion de Montfort Coração de nossa fé! Na pequena cidade Santo do Mês

de Montfort, França, em 1673, nascia Luís Grignion. O menino que tanto gostava de ajudar os mais necessitados, quase tanto quanto era devoto da Virgem Maria, compreendeu que Deus queria que ele se tornasse sacerdote. Contudo, tendo mais 17 irmãos, seus pais não poderiam pagar seus estudos.

No entanto, a Providência suscitou uma benfeitora. Luís teria que se dirigir até Paris, uma caminhada de 300 quilômetros. Mas antes de partir, seus pais lhe deram um pouco de dinheiro e uma roupa nova. No primeiro pobre que viu na estrada enxergando nele o próprio Cristo, deu a ele o dinheiro e trocou sua roupa nova com a maltrapilha do mendigo, e seguiu viagem. O tempo de seminário foi de estudo, oração, serviço aos pobres e aos doentes. Quando, devido a crise, sua benfeitora não o pode ajudar, Luís, que acrescentara Maria ao seu nome, mendigava e velava os mortos durante a noite para se manter ali. Enfrentando fome e frio, o jovem adoeceu e foi internado. No Hospital, Deus enviou uma nova benfeitora para o ajudar nos estudos. Pôde focar mais nos estudos e concluir sua formação, sendo ordenado com 27 anos. Seu primeiro local de evangelização foi Poitiers, onde fez-se pobre com os pobres do hospital daquela cidade. Era admirável o seu zelo e dedicação, mas nem todos o admiravam, chegando a fazer com que fosse transferido. Luís foi apresentar-se ao Papa Clemente XI para que o enviasse a terras distantes, mas o pontífice determinou que a França seria o seu campo de missão, tanto que o nomeou missionário apostólico.

Percorreu a pé, grande parte do território francês, pregando com zelo, sem jamais esquecer-se dos doentes e dos pobres.

Tão devoto era de Maria que escreveu o livro conhecido como Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Nesta obra propõe aos fiéis que se consagrem à Maria, que é o caminho fácil, curto, perfeito e seguro de se chegar a Cristo e o caminho pelo qual Jesus veio até nós. A Igreja aprova e incentiva os fieis a praticarem essa belíssima devoção, tanto que São João Paulo II escolheu como lema de seu pontificado a frase “Totus tuus, Mariae”, todo teu, Maria. Luís Maria de Montfort partiu para a eternidade em 28 de abril de 1716, aos 43 anos de idade. Oração composta por São Luís Ave, Maria, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo, Templo da Santíssima Trindade. Ave, Maria Senhora minha, meu bem, meu amor, Rainha do meu coração, Mãe, vida, doçura e esperança minha mui querida, meu coração e minha alma. Fazei que, por vosso amor, despreze todas as consolações da terra e aspire só as celestes; até que, para a gloria do Pai, Jesus Cristo, vosso filho seja formado em mim, pelo Espírito Santo, vosso esposo fidelíssimo e por vós, sua esposa mui fiel. Assim seja.

Gustavo Santana Seminário Diocesano 2º ano de Teologia

Chegando na reta final de nossa caminhada quaresmal junto ao Senhor Jesus rumo à Jerusalém. Estamos para dar início à “grande semana” de nossa fé, na veneração de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Ao entrarmos na Semana Santa, experimentamos este Mistério de um modo capaz de falar aos nossos corações. São dias que, não apenas tocam nossas emoções, mas tornam mais profunda a nossa fé. Nestas celebrações, não nos limitemos à simples memória dos últimos dias de Jesus. Abramos nossa vida para também morrer e ressurgir com Ele. DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR A Igreja, em clima de alegria, antecipando a vitória da Páscoa, faz memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Ela o aclama em procissão, erguendo ramos de palmeira, preparados e abençoados na celebração. Sinal do sofrimento de Jesus nesta celebração é a cor vermelha, que indica a Realeza e a Paixão do Redentor. Com este gesto, somos movidos a acolher no coração e ali entronizar e deixar reinar Jesus, o rei da Glória. A celebração de Ramos é a porta para as celebrações pascais. (Para oração: Mt 21; Sl 117). PASSAGEM PARA A VIDA! O ponto alto da Semana Santa é o Tríduo Pascal, que se inicia com a missa vespertina da Quinta-feira Santa e se conclui com a Vigília Pascal, no Sábado Santo. Por isso, nas celebrações da quinta-feira à noite e da sexta-feira à tarde não se dá a bênção final; ela só será dada, solenemente, no final da Vigília Pascal. QUINTA-FEIRA SANTA: CRISTO SE ENTREGOU POR NÓS! Com dois gestos simbólicos, Jesus anunciou profeticamente sua morte na cruz: o lava-pés e o pão partido e dado junto com o vinho. O Senhor celebrou, em forma de ceia pascal, o que iria acontecer no calvário no dia seguinte: a entrega total de si. Toda a celebração é alegre: festiva, mas serena; solene, sóbria; tocando os sinos e entoando o Hino de Louvor. Sendo uma missa eucarística, o ambiente é enfeitado de modo discreto, mas belo. Usa-se a cor branca. Na

Liturgia Eucarística se destaca que neste dia Ele deu a vida por nós. No final da Missa, a reserva eucarística é guardada de modo solene em um altar de reposição. Descobre-se o altar, significando o jejum eucarístico da Igreja. (Para oração: Lc 22; Jo 15). SEXTA-FEIRA SANTA: CRISTO ENTROU NA MORTE POR NÓS! Neste dia, não se celebra a Missa, mas se põe em destaque a proclamação da Palavra. A comunidade se reúne para vivenciar, não um funeral, mas a morte vitoriosa de Jesus. A cruz é apresentada para que Cristo e o mistério de sua morte salvadora sejam adorados por todos. Mas antes, a cruz é elevada: a Igreja ergue o sinal da vitória do Senhor e os fiéis cantam “Vinde, adoremos”. Em nenhum momento se separa a morte de Jesus de sua Ressurreição. (Para oração: Mt 9; Fl 2). SÁBADO SANTO: O SILÊNCIO DA MORTE! Neste dia, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e morte, e jejuando do sacrifício da Missa até que, após a Vigília em que espera a Ressurreição, se entregue às alegrias da Páscoa, se estendendo por 50 dias. (Para oração: Sl 22). VIGÍLIA PASCAL: CRISTO VENCEU A MORTE! RESSUSCITOU! Ao entardecer do sábado, dá-se início à Noite Santa em honra do Senhor. Possui quatro atos: o rito do fogo, pois Cristo é luz que ilumina no fogo do Espírito Santo; o rito da Palavra, Ele é o Verbo do Pai cheio do Espírito que nos vivifica; o rito da água, Jesus nos dá o Espírito pela água do batismo; e, rito eucarístico, quando, no altar, imolado e ressuscitado, oferecendo-o em sacrifício, o recebamos em comunhão. No dia seguinte, inicia a oitava da Páscoa, que durante oito dias se celebra como um dia só, cantando o hino do Glória. (Para oração: Lc 22,16; Sl 118,24). Referências: - Bíblia Sagrada Pastoral; - Missal Romano; - Catecismo da Igreja Católica.

Pe. Alisson M. de Moura Seminário Propedêutico


10

Estrela Matutina - Caderno 1 - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

PECADORES – CINZA – QUARENTA – PÁSCOA – DESERTO – DEUS – JEJUM


11

Estrela Matutina - Formação - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

As transições da família em seu ciclo vital A família, desde sua constituição, até a morte dos indivíduos que iniciaram essa geração, passa por algumas fases, as quais tratarei aqui. No artigo do mês passado mencionei o papel da família na formação da identidade de seus membros; hoje apresentarei as fases da vida familiar e o quanto conhecê-las é fundamental para entender a dinâmica familiar, entender como as pessoas se relacionam e como enfrentam as crises inerentes a cada etapa. Mencionarei o estudo de autoras brasileiras Imagem: ACI Digital que, através de sua prática clínica e trabalho com famílias, contato com suas vivências e pesquisas realizadas, propõem quatro estágios pelos quais as famílias passam, porém, não de forma rígida já que essas etapas sofreram mudanças ao longo do tempo, tendo em vista a diminuição da natalidade, longevidade, diminuição do período da fase adulta, enfim. Fase de aquisição, fase adolescente, fase madura e fase última. A fase de aquisição vai da união do casal até a entrada dos filhos na adolescência. É quando a família define seu modo próprio de funcionar. Cada um vem de uma família de origem, com seu modo de ser, pensar e ver o mundo. A partir da união desse novo casal forma-se um novo sistema familiar, que vai em busca de “adquirir” no sentido material, emocional e psicológico. É o momento no qual os indivíduos estão envolvidos no movimento de dar e receber, conquistar e ceder, ser e vir a ser (BERGAMI; BERTHOUD, 1997). A forma com que se relacionam e se adaptam irão repercutir na qualidade das outras fases. Família adolescente, quando os filhos entram nessa fase, ocorre que os pais também revivem a própria adolescência, pode ser que eles fiquem divididos entre os cuidados com os pais, avós, sogros e a educação de seus filhos adolescentes. Nessa fase cabe destacar a importância de uma maior abertura ao diálogo em família e entre o casal pois é uma fase que tem suas peculiaridades e que vai exigir maturidade. A fase madura ou fase adulta inicia-se com a saída dos filhos da casa, carac-

terizado como “ninho vazio” que acarreta nos pais, principalmente na mãe sofrimento excessivo por perderem a função de pais; no entanto, essa saída vai proporcionar ao jovem adulto independência psíquica para sua individuação. Essa etapa é caracterizada pela entrada de agregados, netos, o início de perdas na família, os cuidados com a geração anterior, preparo para aposentadoria e cuidados com o corpo tendo em vista o envelhecimento. Fase última é quando o casal volta a ficar sozinho, ocorre uma espécie de fechamento de ciclo, alguns padrões se mantem, outros são substituídos, ampliados diante dos novos modelos que integram esse sistema familiar. O fato de que essas fases são previsíveis não significam que serão fáceis. Acontecimentos como o nascimento de um filho, a saída de casa de um jovem, a morte de um pai idoso pode afetar de forma diferente as famílias, assim como pode causar estresse e dor de formas diferente em seus membros, precisando de ajuda muitas vezes profissional para a transição de uma fase para outra. Referências: Andolfi, Maurizio. A terapia familiar multigeracional: instrumentos e recursos do terapeuta. Tradução Juliana seger Sanvicente. Belo Horizonte: Ed. Artesã, 2018. BERTHOUD, C. M. E.; BERGAMI, N. B. B. Família em Fase de Aquisição. In: CERVENY, C.M.O.; BERTHOUD C.M.E. E COL. Família e Ciclo Vital: nossa realidade em pesquisa. Casa do Psicólogo. São Paulo, 1997. Osorio, Luiz Carlos. Valle, Maria Elizabeth Pascual do (org). Capítulo 1. Manual Geovana Salete de terapia familiar. Porto alegre: Artmed, Cordeiro Kujiv 2009.Psicóloga Clínica http://www.unitau.br/files/arquivos/ca-CRP 08/19042 tegory_154/MPB0292_1427286042.pdf

Reunião com casais da Diocese define a Coordenação Diocesana da Pastoral Familiar No sábado, 26 de março, um grupo de aproximadamente 25 casais, representando as paróquias da Diocese, participaram de uma formação com a Equipe da Pastoral Familiar do Regional Sul 2 da CNBB, com o objetivo de dar os primeiros passos na Diocese para a constituição dessa Pastoral.

Pastoral na Diocese.

Entre os casais participantes da reunião, três deles iniciam a Equipe Diocesana caminhando junto com o padre Antônio Carlos Rodrigues para o fortalecimento da Pastoral na Diocese. São eles: Maurício Bet e Vanuza Bet, da paróquia Santa Bárbara, de Bituruna, como casal coordenador; A Equipe do Regional estava comErnani Surmacz e Maria Neli Surposta pelos casais Lafaete e Maria, macz, da paróquia Sagrado Coração coordenadores regionais; Verinha e Casais coordenadores paroquiais da Pastoral Familiar na Diocese de Jesus, de Rio Azul, como casal vice Abdias, da Secretaria; e Luiz e Carcoordenador; e, Ricardo Miguel Kujiv men, coordenadores da Província de e Geovana Cordeiro Kujiv, da paróquia São Carlos Borromeu, de Paula Freitas, Curitiba. como casal secretário. A tarde de formação aconteceu na paróquia Nossa Senhora de Fátima, em União da Vitória. Dom Walter Jorge, bispo diocesano e também o padre Antônio Carlos “Temos uma boa equipe para iniciarmos. Com a ajuda deles podemos articular as formações nos Setores e paróquias onde nos chamarem para implantarmos a Rodrigues, assessor diocesano da Pastoral Familiar, estiveram presentes. Pastoral. Cada um deles claro, com a bagagem que já possuem, podem através de Algumas paróquias na Diocese tem um trabalho de Pastoral Familiar iniciado novas formações irem se enriquecendo, e assim, vamos contribuindo para essa em anos anteriores, contudo, o objetivo da reunião foi formar uma equipe dio- Pastoral tão importante, que vem atender a família em todas as suas dimensões”, cesana junto com o padre assessor para que, com uma implantação oficial da partilhou o padre assessor. Pastoral, se possa a partir de agora caminhar em sintonia com as Diretrizes da CNBB para a Pastoral Familiar em todo o Brasil. “Temos em algumas paróquias Ainda no domingo, 27, a Equipe do Regional esteve na paróquia do padre Anuma representação da Pastoral Familiar com alguns casais, fruto de um trabalho tonio, paróquia Santa Bárbara, em Bituruna, para um encontro com os 11 casais de anos anteriores já. Mas o que queremos agora é implantar essa Pastoral de for- que fazem parte da Pastoral Familiar naquela paróquia. O encontro contou com ma oficial em nossa Diocese, alinhados com a proposta da CNBB, nas exigências um momento formativo, de conversa, e participação na santa missa, além de do contexto do mundo atual para a família”, explicou padre Antônio, assessor da um almoço organizado por lideranças da paróquia para os casais.


12

Estrela Matutina - Artigo - Abril de 2022 www.dioceseunivitoria.org.br

AGROTÓXICO agora têm nome bonito: “Produto de controle ambiental” – Vamos nos mobilizar “E se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal” (Mc 16, 18). Este é um dos sinais, relatados por Jesus, que acompanhará aos que Nele crerem. Certa vez, o Bispo Dom Hélder Câmara estava em uma comunidade muito pobre de sua diocese e escutou os fieis cantarem um antigo canto religioso: “O Senhor é o meu pastor, nada me pode faltar...” Entretanto, o venerável bispo ao olhar ao redor, percebeu que ali faltava tudo... Ao meditar sobre o ocorrido, que se repetia com frequência, chegou à conclusão que a bondade, o cuidado e o amor de Deus não acontecem de forma plena, em nosso meio, porque o canal desta Graça é a própria humanidade. E completou: “a bondade de Deus e seu amor e justiça têm como caminho passar pelas mãos de homens e mulheres, que o realizam. Entretanto, se homens e mulheres livremente, não os realizam, ou seja, não os tornam reais (encarnados), também, não se tornarão plenos: a bondade, o cuidado, o amor e a justiça divina...” Enfim, Deus respeita nossa liberdade de escolha. Ele é o Deus do impossível, assim, Ele deixa o possível para que nós o façamos. A FLEXIBILIZAÇÃO DO AGROTÓXICO Atualmente, vimos uma grande movimentação do Congresso Nacional para flexibilizar a Lei de Agrotóxicos. O Brasil é um grande consumidor de agrotóxicos e temos como aprovados, para uso aqui, alguns agrotóxicos que são proibidos em outros países já há bastante tempo. Em acréscimo, nos últimos dias, estampou-se nos noticiários que um grande supermercado foi autuado por comercializar morangos contendo agrotóxicos proibidos para utilização em... morangos. Como é uma fruta que se come crua, certamente, o potencial de intoxicação dos consumidores foi enormemente aumentado. Mas... nós cremos em Deus! Como pode ser que nos intoxicaremos se comermos algum veneno mortífero, como dito em Mc 16,18? Certamente, o Senhor falava daqueles que seriam envenenados por proclamarem sua Palavra ou por testemunharem a Boa Nova e, infelizmente, não falava sobre nós brasileiros que, livremente, permitimos que nossa legislação nacional nos empurre para uma produção de alimentos com cada vez mais agrotóxicos e, assim, cada vez mais os teremos em nossos pratos e mesas. PL DO VENENO ESTÁ NO CONGRESSO Para quem ainda não viu os noticiários, lá vai a funesta novidade: foi aprovada, no Congresso Nacional, a apelidada “PL do Veneno”..., mas ainda falta o Senado. Ou seja, a lei anterior em vias de ser revogada, que já tinha suas falhas, poderá ser substituída por outra ainda pior. Para se ter uma noção do disparate, entre janeiro de 2019 a fevereiro de 2022, foram liberados 1595 agrotóxicos para uso no Brasil. Vocês sabiam que vários agrotóxicos que são proibidos em outros países têm seu uso permitido no Brasil? Muitas das vezes são produzidos em países da Europa, em que seu uso é proibido por lá, entretanto, podem ser exportados para o Brasil e serem livremente utilizados por aqui. Assim, empresas que vendem os agrotóxicos aqui são dos mesmos países que baniram estas substâncias em seus territórios. Além disto, para alguns agrotóxicos o limite de segurança para sua presença nos alimentos no Brasil pode ser duas ou até 10 vezes maior que nos países Mobilize-se! Mande um da Europa. Assim, nós “podemos” comer e e-mail aos Senadores comemos mais venenos que eles. Eis alguns vilões que nos intoxicam a cada dia: Acefato (infertilidade e danos genéticos), Atrazina (mudando o sexo dos sapos) e ainda, fenamidona, propinebe, tiodicarbe, tiram, carbendazim etc. etc., todos proibidos na Europa e permitidos por aqui. A PRESSÃO DA SOCIEDADE CIVIL PARA REVERTER Larissa Mies Bombardi, da USP, autora do atlas “Geografia do Uso de Agrotóxicos no

para que NÃO aprovem tal medida. Endereço de e-mail, no QR Code abaixo

Brasil e Conexões com a União Europeia” afirma que: “A União Europeia produz agrotóxicos, mas, tem deixado de lado os produtos que são nefastos à saúde, em função da pressão da sociedade civil organizada”... E eu pergunto: e nós brasileiros? Ainda acreditamos que o Agro é totalmente Pop? Será que nós, brasileiros, somos mais resistentes que os Europeus? Ou nossos Deputados Federais, por considerarem que somos um país com maioria de cristãos, pensam que se aplicará a palavra de Marcos 16, 18? “E se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal”... Penso que, não convém pular no precipício e esperar que Deus mande seus anjos para nos salvar, pois... Ele certamente, com o coração apertado, respeitará nossa decisão. A “PL do Veneno” foi aprovada em primeira instância, mas, caberá a nós lutarmos por nossos direitos e pressionarmos para que Senadores não a aprovem. Não queremos que nossas crianças sejam envenenadas e paguem, no futuro, por nossa omissão e insensatez! No site do INCA (Instituto Nacional do Câncer) há uma relação grande de agrotóxicos, com seus efeitos crônicos, causadores de diversos tipos de câncer. Efeito crônico é aquele que manifesta seus efeitos negativos sobre a saúde com o passar de anos de ingestão de pequenas doses. Assim, eles se acumulam no organismo ou vão aos poucos o prejudicando. SAÍDA PARA UMA AGRICULTURA SEM AGROTÓXICO O INCA aponta a Agroecologia como saída para uma agricultura livre de agrotóxicos, informando que: “a agroecologia é compreendida como Ciência e prática interdisciplinar que considera não só o conhecimento científico advindo das Ciências Agrárias, da Saúde, Humanas e Sociais, mas, principalmente, as técnicas e saberes populares (dos povos tradicionais) que incorporam princípios ecológicos e tradições culturais às práticas agrícolas gerando uma agricultura sustentável e promovendo a saúde e a vida digna. Tem como princípios fundamentais a solidariedade, sustentabilidade, preservação da biodiversidade, equidade, justiça social e ambiental, soberania e segurança alimentar e nutricional”. Realmente, “o que faz mal ao homem não é o que entra no homem, mas o que sai do homem”, como sabiamente já comentava nosso Mestre. Entretanto, dentre os males interiores, a ganância, quando sai do homem, pode resultar em contaminação de águas, ambiente, alimentos e pessoas e, também, causar o mal ao homem, a seus filhos e à mãe Terra. Assim, nós, que proclamamos a Boa Nova, auxiliados pela Graça, devemos nos organizar para pressionar Senadores, a fim de que a ganância, expressa em forma de lei, não seja definitivamente aprovada. Não esperemos que o Pai nos livre deste mal ficando de braços cruzados, enterrando nossos talentos! Nós temos condições para nos livrar! Avante!!! Texto de: Diác. Permanente Fábio Cunha Coelho Diocese de Campos dos Goytacazes, RJ Professor no Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.