Conto de natal a 7 mãos

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Actividade promovida pela Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Nisa e supervisionada pela Professora Bibliotecรกria Maria Joรฃo Biscaia


Texto elaborado pelos alunos do 2º ciclo na disciplina de Língua Portuguesa, Profs Vera Milhano, Elisabete Queirós, Paulo Neto, Célia, José da Silva Ilustração a cargo dos alunos do 3º ciclo na disciplina de Educação Visual, Prof. António Maria Policarpo


Todos por um e o Natal para todos


Era uma vez uma grande família que vivia numa casa muito pobre perto da vila de Nisa. Ganhava a vida a fazer cavacas, broas de mel e queijo. As crianças: o Simão, o João, a Débora, o Jorge e a Clara, estavam ansiosos pela chegada do Natal.


Como eram muito pobres, resolveram escrever uma carta ao Pai Natal a pedir: saúde para a família, roupa e um animal de estimação.



No dia seguinte, os cinco irmãos foram entregar a carta aos correios de Nisa. Entretanto, como não tinham dinheiro para comprar uma árvore de Natal e os enfeites, foram à floresta cortar um pinheiro e apanhar pinhas, flores, pauzinhos, musgo e pedrinhas.



Depois, foram para casa, decoraram a árvore de Natal e fizeram o presépio. As decorações da árvore e do presépio eram simples, mas estavam lindas. A árvore ficou junto da lareira e o seu topo estava enfeitado com uma estrela brilhante. As fitas envolviam o pinheiro e quatro anjinhos penduravam-se nos seus ramos e parecia que faziam companhia uns aos outros.



Já o presépio tinha, claro, os três reis magos, uma ovelha, uma vaca, o burrinho, o menino Jesus nas suas palhinhas, José e Maria.


Entretanto, as crianças resolveram ajudar os seus pais a juntar dinheiro para começar a preparar a ceia de Natal. Meio dito, meio feito. Pegaram nas cavacas, no queijo e nas broas e foram vendê-las na praça da Vila.



- Quem quee-r bro-aas com mel bee-m fres-qui-nh-ass! Gritavam todos em conjunto. O João, o irmão mais velho, anunciava em altos berros: - Q-uee-m qu-eer que-jjjo! Está bem fresquinho! E as cavaquinhas? Quem as quer? Apregoava a Clara com a sua voz finita.



Foi uma bela manhã. Jå com os bolsos recheados e de volta a casa, ainda encontraram um cachorrinho‌


A Clara olhou para o cachorrinho e sentiu dentro de si, a crescer, devagarinho, o espĂ­rito de Natal. O animal era meigo e estava cheio de fome e de frio. Os seus olhos brilhavam de felicidade, apesar de todas as contrariedades, dado que ele tambĂŠm precisava de uma famĂ­lia.



Porém, nem todos os irmãos sentiam o espírito natalício da irmã Clara. O irmão mais velho não gostou do cachorrinho e, para impedir que a irmã o levasse para casa, decidiu entregá-lo ao canil mais próximo.



Os dois irmãos entraram em grande discussão até que chegou um senhor com umas grandes barbas brancas, com um saco às costas, bem pesado e perguntou o seguinte: - O que se passa? Se é por causa do cachorro, eu posso ficar com ele.



Os irmãos ficaram pasmados e sem saber o que dizer. Nesse mesmo instante, o Simão vê um grande avião que voava de forma descontrolada, por cima das suas cabeças. Na verdade, não era bem um avião. Aquele objecto voador aos ziguezagues, por cima das cabeças dos irmãos, era um grande trenó e respectivas renas.



Estas, estavam tĂŁo distraĂ­das que se descontrolaram e bateram contra os pinheiros.


Aquele senhor com as barbas brancas exclamou: - Ai, não! E agora, o meu trenó está todo desfeito! E uma das minhas renas encontra-se ferida. Os irmãos ficaram desconfiados com tal conversa. Um Pai Natal em Nisa? Como tal podia ser?



Sem saber muito bem se era verdade ou apenas um sonho, os irmãos decidiram ajudar aquele homem estranho. O que não acabou, foi a discussão entre o João e a mana mais pequena. A Clara mantinha pé firme nas suas exigências.



O pedido de um animal de estimação estava cumprido. Aquele cão, que tinha surgido do nada, era uma prenda bem merecida. Ainda mais, o senhor de barbas brancas concordava com ela. A Clara ficou muito contente, pois estava a viver um sonho que se tinha tornado realidade. Só faltava agora um nome para o cachorrinho.



Finalmente, o João decidiu aceitar o cachorro. Os irmãos ficaram tão contentes e, não paravam de pensar em muitos nomes para lhe dar. Para evitar nova discussão, a Clara pediu ao senhor de barbas brancas que lhe desse um nome. O senhor ficou surpreendido e baptizou - o de “Bola de Neve”.



Como forma de agradecimento pelos gestos do senhor, o Jo찾o foi a casa chamar o pai para vir consertar o tren처 e os irm찾os limpavam a rena e curavamlhe as feridas.



Enquanto a rena recuperava e o pai tentava deixar o tren贸 ainda mais forte para aguentar a viagem, as crian莽as levaram o Pai Natal para casa e ofereceram-lhe cavacas, broas e queijo.



Ele gostou tanto, tanto, das broas, das cavacas e do queijo de Nisa que resolveu fazer uma grande encomenda. Este ano, ao invés de oferecer brinquedos às crianças, e sobretudo, às famílias mais carenciadas, optou por rechear as ceias de Natal com estes acepipes.



Esta tarefa tornava-se complicada, uma vez que a mãe, a D. Esperança encontrava-se ainda muito debilitada, em virtude de lhe ter sido diagnosticado, já há algum tempo, um cancro nos pulmões. Para desespero da família, tudo se veio a agravar, quando receberam a notícia que a sua mãe tinha contraído Gripe A.



Logo agora que a Dona Esperança tinha decidido deixar de fumar no dia 17 de Novembro, Dia do Não Fumador. Que azar!!! Há já sete dias que se encontrava em isolamento e não se sentia com forças para fazer esta encomenda!



A Clarinha, com os olhos cheios de lågrimas, sugeriu que fossem os filhos, em colaboração com o pai, a satisfazer o pedido do homem das barbas brancas. Ao pai, competia-lhe o fabrico dos queijos, enquanto os filhos faziam os doces.



Ao ouvir isto, o Pai Natal, prop么s ajud谩-los. Convocou alguns dos seus duendes e durante vinte dias trabalharam arduamente.



Quando a encomenda estava jĂĄ concluĂ­da e, de noite, enquanto a famĂ­lia repousava, o Pai Natal, antes de partir, deixou um envelope cheio de dinheiro, uma carta e um saco bem grande, repleto de roupas novas e quentinhas para o Inverno que se avizinhava.



Na manhã seguinte, ao levantaremse, o Bolinha de Neve estava triste e a Clarinha estranhou o seu comportamento. Foram procurar o Pai Natal, e nada‌atÊ que avistou o saco grande das roupas e o envelope.



Ela apressou-se a abri-lo e na carta podia ler-se:

“Caros amigos: como forma de “Caros amigos: como forma de agradecimento agradecimento por por tamanha tamanha generosidade, generosidade, deixo-vos deixo-vos as as roupas roupas que que tanto tanto necessitavam, necessitavam, dinheiro dinheiro para para pagar pagar aa encomenda encomenda que que vos vos fiz fiz e, e, finalmente, finalmente, aa saúde saúde que que tanto tanto merecem. merecem. EE como como oo Natal, Natal, sem sem milagres, milagres, não não éé Natal, Natal, desloquem-se desloquem-se até até àà cozinha. cozinha. Um Um beijo beijo muito muito grande! grande! Votos Votos de de um um Santo Santo Natal… Natal… -- Assinado: Assinado: oo Pai Pai Natal” Natal”


A Clarinha foi chamar os irmãos e foram até à cozinha. Lá, encontraram a sua mãe preparando a ceia de Natal, muito feliz, cheia de saúde e a cantarolar. Estava curada! Que maravilha. Durante a ceia, quando a família estava toda reunida, o Bola de Neve começou a ladrar.



Nisto ouviu-se uma gargalhada: OUH! OUH! OUH! Faltava o convidado especial: o nosso querido Pai Natal!



FIM


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