Guimarães mais Verde #10

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eco-revista #10 FEVEREIRO 2018

Esta revista é uma publicação da Câmara Municipal de Guimarães. Trimestral, de distribuição gratuita, acompanhará o processo de candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia 2020.

GUIMARÃES

À CONQUISTA DA SUSTENTABILIDADE OPINIÃO “UM OBJETIVO COLETIVO EM PROL DO AMBIENTE” DOMINGOS BRAGANÇA

SEMINÁRIO ECO-ESCOLAS DEBATEU A FLORESTA EM GUIMARÃES

INCUBADORA DE BASE RURAL JÁ TEM 16 EMPREENDEDORES


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Nota Introdutória 28 cidades de 21 países de toda a Europa competem oficialmente aos Prémios «Capital Verde da Europa» 2020 e «Folha Verde da Europa» 2019. Guimarães é uma delas. A candidatura da Cidade-Berço foi considerada “finalista” pela Comissão Europeia , que escolherá a vencedora em junho, depois de uma análise das candidaturas por um painel de peritos e de uma avaliação por um júri internacional. Para além de Guimarães, concorrem igualmente Lisboa (Portugal), Aberdeen (Reino Unido), Budapeste (Hungria), Bursa (Turquia), Ghent (Bélgica), Lahti (Finlândia), Ostrava (República Checa), Prato (Itália), Reykjavik (Islândia), Sevilha (Espanha), Tallinn (Estónia) e Wroclaw (Polónia). Ao longo das páginas desta eco-revista pode conferir o que continua a ser feito em Guimarães em matéria ambiental. A Incubadora de Base Rural, que já conta com os primeiros 16 empreendedores, é um dos bons exemplos.

Guimarães finalista

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Incubadora de Base Rural

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Incubadora de Base Rural

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Seminário Nacional Eco-Escolas

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Opinião Domingos Bragança

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COP23

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Nijmegen CVE 2018

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Eco-Notícias

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Eco-Notícias

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Ficha Técnica: propriedade Câmara Municipal de Guimarães / periodicidade trimestral / tiragem 20.000 exemplares composição Laboratório da Paisagem / impressão Norprint Artes Gráficas S.A. / papel Munken Pure / distribuição gratuita

Boa leitura!

(O papel Munken Pure é produzido de acordo a certificação FSC ® - Forest Stewardship Council. O FSC ® é um dos selos florestais mais reconhecidos em todo o mundo. Trata-se de uma garantia de origem que assegura a exploração florestal de forma responsável. Criado em 1993 na Alemanha, por várias instituições internacionais, o FSC ® tem como objetivo estabelecer princípios e critérios para conciliar a exploração da floresta e a conservação dos seus recursos).


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Guimarães é uma das 13 cidades candidatas ao prémio Capital Verde Europeia 2020 Distinção será entregue em junho deste ano, depois de uma análise das candidaturas por um painel de peritos e de uma avaliação por um júri internacional. Com o título de 2020, o prémio «Capital Verde da Europa» celebra o 10º aniversário, depois de ter começado em 2010. De acordo com um comunicado da Comissão Europeia, Guimarães faz parte das 13 cidades finalistas ao prémio de Capital Verde Europeia 2020, distinção que reconhece cidades que estão a aumentar a fasquia em práticas ambientais urbanas. Um painel de doze especialistas independentes e internacionalmente aclamados começarão agora a avaliar tecnicamente cada candidatura. As cidades que passarem esta fase serão anunciadas em abril (2018) e apresentarão a candidatura perante um júri internacional. Em junho próximo, uma cidade irá ser galardoada com o Prémio Capital Verde da Europa 2020. «São 13 grandes cidades da Europa que estão na linha da frente do desenvolvimento sustentável, de um futuro ainda mais verde e em harmonia com a natureza. Guimarães e os Vimaranenses estão de parabéns! Este é um trabalho coletivo que envolve todos os Vimaranenses e vamos continuar a trabalhar. Agora temos duas outras fases, estamos a competir na Liga dos Campeões das melhores cidades da Europa e tudo faremos para que Guimarães seja Capital Verde Europeia!», afirma Domingos Bragança, Presidente do Município.

Além de Guimarães, concorrem as seguintes cidades ao prémio de Capital Verde da Europa 2020: Lisboa (Portugal), Aberdeen (Reino Unido), Budapeste (Hungria), Bursa (Turquia), Ghent (Bélgica), Lahti (Finlândia), Ostrava (República Checa), Prato (Itália), Reykjavik (Islândia), Sevilha (Espanha), Tallinn (Estónia) e Wroclaw (Polónia). São 28 as cidades de 21 países de toda a Europa que competem oficialmente aos Prémios «Capital Verde da Europa» 2020 e «Folha Verde da Europa» 2019. É o mais elevado número de candidatos na história das duas iniciativas. Com o título de 2020, o Prémio «Capital Verde da Europa» 2020 celebra o 10º aniversário, depois de ter arrancado em 2010 com a vitória de Estocolmo, na Suécia. O Comissário Europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella, revelou que «este é um ano muito especial graças ao 10º aniversário da Capital Verde da Europa. Ao longo da última década, a iniciativa tornou-se um distintivo de honra para as cidades. Ajuda-as a acelerar os progressos ambientais. A história ao longo dos últimos dez anos mostra que tornar-se um vencedor do Prémio “Capital Verde da Europa” ou do Prémio “Folha Verde da Europa” significa continuar a empurrar essa linha da frente ainda mais para a frente. Boa sorte – e obrigado – a todos os que competem este ano».


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“Guimarães Mais Verde” apresenta-se à comunidade escolar O envolvimento e participação dos jovens é fundamental, na opinião do Presidente do Município de Guimarães, para que se formem novos eco cidadãos na missão de proteger o ambiente e promover o desenvolvimento sustentável. A ideia foi defendida por Domingos Bragança numa das visitas que promoveu às escolas secundárias do Concelho e à Universidade do Minho, para apresentar a candidatura vimaranense a Capital Verde Europeia 2020, que foi recentemente entregue na Comissão Europeia. A iniciativa, inserida no âmbito da estratégia municipal para o desenvolvimento sustentável “Guimarães Mais Verde”, visa divulgar o trabalho realizado pela Estrutura de Missão. Para o responsável do executivo vimaranense, “é este o caminho de sustentabilidade ambiental que queremos seguir para um futuro melhor, e trabalhar para o futuro tem que passar, em primeiro lugar, por sensibilizar os jovens”, considera Domingos Bragança. O Presidente da Câmara Municipal de Guimarães deixou ainda claro o motivo pelo qual a equipa que trabalha este dossiê decidiu promover este

ciclo de sessões de apresentação da Candidatura a Capital Verde Europeia: “queremos explicar porque estamos a seguir este caminho e este conjunto de ambições e objetivos”, referiu. Isabel Loureiro, Coordenadora Executiva da Estrutura de Missão da candidatura, mostrou nas várias sessões o plano de ação implementado em Guimarães, que culminaram na apresentação da candidatura em setembro do ano passado, destacando o trabalho feito. O campus de Azurém da Universidade do Minho também recebeu uma das

apresentações, que contou com a presença do Pró-Reitor de Qualidade de Vida e Infraestruturas, Paulo Cruz, investigadores e alunos da academia minhota. Aquele responsável sublinhou perante uma vasta plateia, a importância da colaboração da Universidade do Minho em todo o processo, através da qual “foi possível resolver alguns dos problemas da cidade”. O conjunto de apresentações faz parte de um total de 14 sessões, que abrangerão ainda outros estabelecimentos de ensino, empresários e instituições do Concelho.


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Incubadora de Base Rural de Guimarães já conta com 16 empreendedores Miguel Freitas, Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, elogiou a iniciativa vimaranense. A Câmara Municipal de Guimarães promoveu a assinatura dos contratos de incubação entre a Incubadora de Base Rural de Guimarães (IBR Guimarães) – nova estrutura de promoção do empreendedorismo qualificado e de nova geração dinamizada pelo Município – e os 16 empreendedores que se candidataram aos apoios oferecidos para o aprofundamento do seu conhecimento sobre a economia de base rural. A cerimónia contou com a presença do Presidente do Município, Domingos Bragança, do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, e da vereadora do Ambiente, Sofia Ferreira. Após a formalização dos contratos com os futuros empreendedores, o Presidente do Município, Domingos Bragança, afirmou que a Incubadora de Base Rural de

Guimarães “é fruto da preocupação de Guimarães na persecução de um caminho sustentável”. Por sua vez, o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, salientou o mérito da iniciativa e o simbolismo da mesma numa mudança de atitude de Portugal para com o desenvolvimento rural. “Nós não nos podemos resignar à ideia de um país dividido em dois: um país urbano e um país rural”, disse. A revitalização e desenvolvimento, segundo Miguel Freitas, é também possível nas áreas rurais e que “este projeto, em Guimarães, é prova que essa resignação não existe”. Ao longo de uma semana os candidatos participaram na Oficina do Empreendedor, onde puderam, entre outras coisas, desenvolver exercícios de conceção de um plano de negócios juntamente com empresários de sucesso do Concelho. Entretanto, está já a decorrer a 2ª fase do Programa de Incubação da Incubadora de Base Rural de Guimarães - Elaboração do Plano de Negócios.


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SEMINÁRIO ECO-ESCOLAS DEBATEU A FLORESTA EM GUIMARÃES

Guimarães recebeu no final de janeiro o Seminário Nacional Eco-Escolas, dedicado ao tema «Do CO2 ao O2», que juntou responsáveis de escolas e municípios de todo o país, incluíndo da ilha da Madeira. Co-organizado pela ABE - Associação Bandeira Azul da Europa, pelo Município de Guimarães e pelo Laboratório da Paisagem, o Seminário reuniu professores coordenadores do Programa Eco-Escola e técnicos dos municípios envolvidos na educação ambiental.

de Educação para a Cidadania e Referencial de Educação Ambiental para a Sustentabilidade (DGE). De entre os diversos oradores, destaque para a presença de Kim Martinez, da National Wildlife Federation (EUA), especialista em Project-Based Learning, Luisa Schmidt, que moderou dois painéis - “Floresta: ordenamento e cidadania” e “Estratégias e Referenciais em Educação Ambiental” -, Galopim de Carvalho, no painel “Geodiversidade, Solos e Floresta” ou Francisco Ferreira, presidente da Zero.

Incentivar a comunicação, possibilitar uma partilha de objetivos comuns e a troca de experiências, divulgar os projetos, desafios ou iniciativas que estão a ser desenvolvidos durante o ano letivo de 2017/2018 e fornecer informação sobre o tema do ano, «A Floresta», foram os objetivos principais do evento que decorreu nos dias 26, 27 e 28 de janeiro no Centro Cultural Vila Flor.

Também Guimarães mostrou as suas boas-práticas no que à educação ambiental diz respeito, através da apresentação do programa PEGADAS pela Vereadora da Educação, Adelina Paula Pinto. Carlos Ribeiro, Diretor Executivo do Laboratório da Paisagem, participou no debate sobre a “Floresta – ordenamento e cidadania”, tendo apresentado o projeto P2GREeN.

O programa do Seminário foi composto por diversos painéis, com destaque para os temas da Floresta e Alterações Climáticas. Foram também apresentadas as Novas Estratégias e Referenciais de Importância para os profissionais nesta área, recentemente aprovados ou em vias de aprovação, nomeadamente a Estratégia Nacional de Educação Ambiental 2020 (APA), e Estratégia Nacional

Do programa constaram, além dos painéis temáticos, vários workshops, atividades práticas e a divulgação de boas práticas apresentadas por jovens, professores e municípios, atores-chave da rede nacional de Eco-Escolas. Recorde-se que o Município de Guimarães tem 53 escolas no Programa Eco-Escolas, posicionando-se no 2º lugar a nível nacional em número de escolas participantes.


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Opinião Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães

UM OBJETIVO COLETIVO EM PROL DO AMBIENTE A qualidade de vida e o bem-estar das pessoas constroem-se sobre bom ambiente urbano, educação inclusiva e exigente, uma agenda cultural contemporânea e participada própria de uma cidade europeia de cultura, hábitos saudáveis e atividade desportiva regular, preservação e valorização do património material e imaterial, solidariedade social e intergeracional e uma atividade económica geradora de riqueza e de empregos qualificados. O ambiente é transversal a todos estes pilares do desenvolvimento e é por isso que o sucesso da nossa candidatura a Capital Verde Europeia 2020 implica todos e depende do envolvimento de todos. Convoca à nossa inteligência coletiva. Não é mais possível dissociar a urgência da preservação ambiental do futuro que queremos legar às novas gerações. Queremos cidadãos com uma forte consciência cívica e ecológica e a mudança de paradigma conta com todos

e muito com os mais jovens, na base do conhecimento e referenciais de vida, para a proteção do nosso património natural como um bem comum em que nenhum interesse particular se poderá sobrepor. Tenho a forte convicção de que a ambição que definimos da Capital Verde Europeia trouxe-nos já um valor excecional, o do caminho que Guimarães está a percorrer da sustentabilidade ambiental, o de se viver em harmonia com a natureza, que implica positivamente com tudo o que fazemos, na defesa da biodiversidade, dos recursos hídricos, da qualidade do ar e do ambiente acústico, da utilização crescente e generalizada das energias renováveis na defesa dos nossos recursos hídricos, das áreas verdes e do uso sustentável do solo. Guimarães é um concelho com História, com uma grande oferta de

atividades para os jovens que nele habitam. É uma cidade familiar, que gosta e sabe receber. É o Berço de todos os portugueses e a nossa cidade fundadora. Hoje, aos olhos do Mundo, Guimarães é uma referência de cultura, de património, de conhecimento e de investigação. É também um concelho de afetos, de laços criados entre as suas gentes, com espírito empreendedor e promotora do desenvolvimento sustentável. Definimos uma ambição, exigente e competitiva, envolvendo todas as pessoas e entidades capacitadas, entre as quais, a Universidade do Minho, um dos parceiros estratégicos da Câmara Municipal. É justo realçar quem está connosco! Na pessoa do Professor Mohan Munasinghe, Prémio Nobel da Paz, uma das principais individualidades do mundo em matérias ambientais, agradeço, também, a dedicação de todos os membros do Comité Externo


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de Aconselhamento e do Comité Executivo, das pessoas que integram cada Unidade Operacional e dos membros da Comissão Consultiva. Sabemos que temos um território de referência, mas também sabemos que é muito difícil uma cidade de média dimensão alcançar o estatuto de Capital Verde Europeia. Nada, porém, nos fará desistir! Quero que os vimaranenses se envolvam no objetivo de termos um território verde, que seja um exemplo do ponto de vista ecológico e ambiental. Quero que tenham uma forte consciência ecológica e que sejam os primeiros cuidadores do nosso ambiente, da biosfera de Guimarães. O maior investimento é o da envolvência nas pessoas. O que resulta de uma forte consciência ecológica é a qualidade de vida! As cidades de futuro são as que se preocupam com a natureza, a tranquilidade, com a qualidade do seu espaço em todos os critérios que possam ser medidos numa sociedade de pessoas simples, sábias e que produzam riqueza com tranquilidade. O conhecimento que cada cidadão tem e diariamente acumula faz com que a sua intervenção

na sociedade seja inclusiva e respeite os conceitos da ecologia.

Um edifício para ser referenciado como um modelo a replicar.

Pretendemos ter um território amigo da natureza, apaixonado pelas linhas de água sem focos de contaminação, com margens dos rios fruíveis, com uma boa qualidade do ar, com recurso a energias renováveis e não poluentes! É fundamental potenciar a ecologia e a paisagem. Já estamos a trabalhar para que toda a montanha da Penha, desde o Parque da Cidade, ao Santuário e à Lapinha, seja reflorestada por folhosas para que seja criado um microclima, dando-nos frescura no verão e raios solares no inverno, quando atravessamos este caminho de montanha que liga a cidade ao Santuário da Penha.

Quero, pois, um concelho de Guimarães verde, ecológico, onde todos os nossos projetos são pensados tendo em conta este desígnio. O caminho a percorrer é tão ou mais importante do que o estatuto a alcançar. Tudo o que fizermos é para melhorar e sermos referência como cidade e concelho excecionais para se viver. Acredito que podemos mudar o mundo do local para o global e sei que os Vimaranenses estão connosco neste caminho a percorrer.

Outro dos objetivos é aumentar a eficiência energética ao nível dos edifícios, públicos e privados, para que consumam a energia que o próprio edifício produz, isto é, serem autossustentáveis. A Academia de Ginástica de Guimarães, recentemente inaugurada, é um exemplo disso mesmo. Trata-se de um edifício “Carbono Zero”, em que toda a energia que consome é autoproduzida, sem emitir carbono.

Os Vimaranenses, inspirados no exemplo dos seus antepassados de São Mamede, sabem como gerar uniões fortes em torno de desígnios coletivos e galvanizadores. O envolvimento de todos é condição indispensável ao sucesso, não necessariamente da candidatura, mas das transformações substanciais que a sua construção e submissão implicam. Precisamos de todos, do apoio e do entusiasmo, para percorrermos este caminho que representa uma visão, uma ambição de Guimarães. De um caminho feito futuro.

“O maior investimento é o da envolvência nas pessoas”


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GUIMARÃES PRESIDE AO CONSELHO GERAL DA REDE DE MUNICÍPIOS PARA A ADAPTAÇÃO LOCAL ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Formalizada em março de 2017, a rede engloba 31 municípios de Portugal Continental, Açores e Madeira. Para o quadriénio 2018-2021, a Mesa do Conselho Geral será constituída por Guimarães, Odemira e Funchal. O Município de Guimarães iniciou o primeiro de quatro anos de presidência do Conselho Geral da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, que engloba 31 autarquias de Portugal Continental, Açores e Madeira, além de outras entidades de cariz público e privado diretamente ligadas a esta temática. Com mandato até 2021, integram a Mesa do Conselho Geral as câmaras municipais de Odemira, Funchal e Guimarães (que preside), assim como, para o Conselho Coordenador, as autarquias de Torres Vedras, Tondela e Loulé, que preside. Na última reunião, foram abordados vários temas-chave, tais como cenários climáticos mundiais e nacionais que

se perspetivam a prazo; instrumentos e métodos para a adaptação; adaptação setorial, nas áreas das florestas, dos recursos hídricos, do turismo e das zonas costeiras; experiências inspiradoras a nível internacional. Foi acordado um programa de ação para os próximos quatro anos que, incidindo sobre o reforço das políticas, ação e governação no quadro da adaptação às alterações climáticas que crescentemente se fazem sentir a nível local, será apresentado e debatido pelo Conselho Geral no primeiro trimestre do próximo ano. O evento contou com a presença do secretário de estado do Ambiente, Carlos Martins, e da diretora-geral do território, Fernanda do Carmo. O segundo seminário anual da Rede ‘adapt.local’ será realizado, no final de 2018, na Figueira da Foz. Atualmente, a Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas representa cerca de 10% dos Municípios Portugueses, que por sua vez representa mais de 1/3 da população portuguesa.


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COP23 - Conferência Mundial para as Alterações Climáticas

Guimarães marcou mais uma vez presença na maior conferência mundial para as Alterações Climáticas, COP23, que se realizou entre 13 e 14 de novembro, em Bona, na Alemanha. Esta foi a segunda participação da nossa cidade neste importante evento internacional, depois de já ter estado na COP21, em Paris, em 2015. À margem das negociações governamentais tendentes ao cumprimento do Acordo de Paris, Guimarães teve oportunidade de reunir com representantes nacionais e internacionais, líderes do combate às alterações climáticas, dando nota do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no Município e que está a ser utilizado como

referência para outras cidades europeias. Integrando a comitiva governamental, onde se incluiu o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, e em representação do Município de Guimarães, estiveram presentes em Bona a Coordenadora Executiva da Candidatura a Capital Verde Europeia 2020, Isabel Loureiro, e o Presidente do Laboratório da Paisagem e Adjunto da Vereação para o Ambiente e Assuntos internacionais, Jorge Cristino. Esta foi mais uma oportunidade para Guimarães evoluir e colher experiências importantes para o desígnio de vir a tornar-se Capital Verde Europeia em 2020.

Rede de cidades EUROCITIES reuniu-se em Ljubljana Realizou-se em novembro, na capital da Eslovénia, Ljubljana, a Conferência Anual das EUROCITIES, rede de cidades europeias com mais de 140 membros, sobre o tema “Cidades Circulares”, no qual se debateu a importância, os desafios e as oportunidades da Economia Circular, como solução para o combate à poluição e às alterações climáticas. Guimarães reforçou a sua posição como cidade europeia sustentável, ao contribuir para Agenda Europeia 2030, transmitindo não só as metas e os objetivos, bem como as boas práticas na Economia Circular, nas áreas dos Resíduos e da Ação Social. A Vice-Presidente da Câmara Municipal, Adelina Paula Pinto, teve ainda a oportunidade de apresentar como oradora no painel “O poder do investimento público”, o modelo de governação introduzido em Guimarães, com a criação da Estrutura de Missão da Candidatura a Capital Verde Europeia e que levou nos últimos três anos a trilhar o caminho para o desenvolvimento urbano sustentável e a introduzir uma forte consciência

ecológica nos cidadãos, nomeadamente nas escolas, iniciando o processo de alteração de comportamentos, decisões e atitudes, incentivando investimentos públicos e privados.


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Nijmegen Capital Verde Europeia 2018 A cidade mais antiga dos Países Baixos, Nijmegen, é a Capital Verde da Europa deste ano, com “uma visão apaixonante, clara e persuasiva”, de de acordo com o júri deste concurso de prestígio. Com mais de dois mil anos de história, Nijmegen é uma cidade muito antiga com um futuro muito promissor. Galardoado com o título de Capital Verde da Europa para 2018, este porto interior situado no rio Waal é conhecido como a «varanda da Europa». A sua população de 176.000 habitantes tem uma visão de um futuro sustentável baseado nas antigas tradições neerlandesas, como a gestão dos recursos hídricos e o ciclismo. Em nenhum outro lugar dos Países Baixos a cultura da bicicleta é melhor representada do que em Nijmegen, votada Cidade do Ciclismo dos Países Baixos em 2016 pela União dos Ciclistas neerlandesa. Até à data, foram construídos mais de 60

quilómetros (km) de «autoestradas» para ciclismo, com planos no sentido de adicionar outros 20 km à rede. Mais de 65% dos visitantes no centro da cidade e no campus da universidade de Heyendaal viajam de bicicleta, com o ciclismo a representar 37% das viagens até 7,5 km. Os ciclistas da cidade participaram ativamente na candidatura a Capital Verde da Europa. O presidente da Câmara Hubert Bruls explica: “Durante a final, apresentámos a nossa cidade juntamente com a nossa universidade, as nossas empresas e os nossos cidadãos. Os habitantes de Nijmegen participaram numa corrida ecológica até outras cidades vencedoras (Copenhaga, Bristol e Liubliana), viajando sustentavelmente de bicicleta, a correr ou a nadar. Isto causou uma boa impressão.” A cooperação, em vez da limitação, está no âmago do projeto «Espaço para o rio Waal», que se baseia numa

longa história de gestão dos recursos hídricos neerlandeses. O projeto, que teve início em 2011 e foi concluído em 2016, centrou-se na dragagem de um canal adicional por trás de um dique existente. O resultado final foi a melhor proteção contra cheias, criando ao mesmo tempo oportunidades para novos desenvolvimentos residenciais, um parque fluvial totalmente novo com uma ilha e 1,6 km de cais inclinado para o controlo das cheias e para fins recreativos. O envolvimento dos cidadãos desempenhou um papel importante no sucesso da candidatura de Nijmegen. O presidente da Câmara afirma: “O concurso desencadeou um entusiasmo considerável. Várias iniciativas dos cidadãos, ‘Os desafios da Capital Verde’, serão organizadas este ano.” Para saber mais sobre as iniciativas que vão acontecendo em Nijmegen, visite o portal www.greencapitalchallenges.nl.

Guimarães presente na cerimónia de abertura Uma comitiva liderada pela Vice-Presidente do Município de Guimarães, Adelina Paula Pinto, esteve presente na cerimónia de abertura oficial da Capital Verde Europeia 2018, que contou igualmente com o Comissário Europeu para o Ambiente, Karmenu Vella.

Para além de uma visita técnica à cidade, conhecendo os melhores projetos e boas práticas, a representação de Guimarães teve a oportunidade de partilhar a experiência de Guimarães ao longo deste processo que levou à candidatura a Capital Verde Europeia 2020.

Vice-Presidente, Adelina Paula Pinto, com o Edil de Nijmegen , Hubert Bruls


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Guimarães já tem equipa de Sapadores Florestais Cinco elementos constituem a primeira equipa de Sapadores Florestais do concelho de Guimarães. A medida resulta da celebração do protocolo de cooperação com a Associação de Silvicultores do Vale do Ave (ASVA) e das medidas adotadas pelo Governo da República para a prevenção, limpeza e reflorestação das áreas florestais. A Equipa de Sapadores Florestais de Guimarães terá um papel preponderante na prevenção estrutural dos incêndios florestais, bem como na silvicultura preventiva neste território, diminuindo assim o risco de incêndios. Este trabalho contribuirá igualmente para a conversão da paisagem de matos e floresta, complementado pela limpeza de caminhos florestais e das respetivas faixas de gestão de combustível. Prevê-se que as suas primeiras intervenções decorram na Montanha da Penha, Rendufe, Atães e

Briteiros, contando com uma viatura equipada com todo o material necessário. “Mais do que a limpeza, esta equipa fará a gestão da floresta, encontrando as melhores soluções na prevenção de sinistros e avaliação das causas e consequências dos incêndios”, referiu Domingos Bragança, Presidente do Município de Guimarães, acompanhado na cerimónia pela Vereadora do Ambiente, Sofia Ferreira, e pelo Presidente da Associação de Silvicultores do Vale do Ave, José Sequeira Braga, bem como de representantes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Comandantes das corporações de Bombeiros Voluntários de Guimarães e Taipas, Comandante da GNR de Guimarães e Comandante Distrital do CDOS da Proteção Civil.

Eco-Inovação para a Qualidade do Ar em análise na Bulgária Guimarães esteve representada no 21º Fórum Europeu de Eco-Inovação para a Qualidade do Ar em Sofia, na Bulgária, com uma equipa multidisciplinar liderada pela Vereadora do Ambiente Sofia Ferreira, da qual fizeram também parte as responsáveis pela Unidade Operacional da Qualidade do Ar da Estrutura de Missão da Candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia, Dalila Sepúlveda, Chefe de Divisão dos Serviços Urbanos da Câmara Municipal de Guimarães, e Ligia Silva, professora na Universidade do Minho. O Fórum debruçou-se sobre a necessidade de serem encontradas soluções inovadoras através do desenvolvimento de novas tecnologias que permitam a melhoria da qualidade do ar, juntando para o centro da discussão empresas e autoridades públicas. No seguimento dos objetivos da Candidatura a Capital Verde Europeia, Guimarães esteve igualmente representado, através do vereador adjunto para as Relações Internacionais Jorge Cristino, na conferência “Soluções para a Planificação de Estratégicas de Adaptação nas cidades europeias” em Manchester, Reino Unido, no âmbito da

temática das Alterações Climáticas, num organização da Rede Internacional ICLEI.


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Associação para a Manutenção da Agricultura de Proximidade de Guimarães já é uma realidade A AMAP Guimarães (Associação para a Manutenção da Agricultura de Proximidade) já é uma realidade. A apresentação aconteceu em dezembro último. Conhecer os agricultores que produzem a maioria dos nossos alimentos e a forma como estes são produzidos é um modelo que assenta numa parceria direta, baseada na relação humana, entre os grupos de consumidores e os produtores agrícolas. Deste modo, os riscos, responsabilidades e recompensas inerentes à atividade agrícola são partilhados entre todos, procurando-se reinventar a relação entre consumidores e produtores através da criação de sistemas alimentares socialmente responsáveis, economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis. É este o conceito da Associação para a Manutenção da Agricultura de Proximidade

(AMAP), que se deu a conhecer numa sessão pública que teve lugar no Laboratório da Paisagem, onde apresentou os agricultores aderentes. Na oportunidade, foram ainda explicados os requisitos de adesão, as regras e os preços de todos os produtos disponíveis na AMAP Guimarães. Susana Gouveia, produtora AMAP Guimarães e proprietária de uma dos mais recentes projectos de agricultura biológica do país, apresentou o conceito da associação, referindo tratar-se de “uma nova relação entre produtor e consumidor”. Na sessão de apresentação marcaram ainda presença Luisa Oliveira, da Desincoop, Marta Prego do programa Guimarães Marca, do Município de Guimarães e Jorge Cristino, Presidente do Laboratório da Paisagem.

Instaladas 10 mil luminárias LED em Guimarães O Município de Guimarães terminou a remodelação da rede de iluminação pública no concelho, com a instalação de mais 10 mil luminárias LED, por troca com as luminárias existentes. A empreitada, adjudicada por 1 milhão, 830 mil e 628 euros, decoreu nas freguesias da Costa, Azurém, Mesão Frio, Fermentões, Creixomil, Silvares e Urgezes. Terminado o território citadino, a Câmara Municipal de Guimarães vai completar a mudança de iluminação

pública para tecnologia LED, também, em todas as vilas e freguesias do concelho, resultando numa taxa de poupança dos consumos energéticos na ordem dos 60% e uma redução efetiva da percentagem de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Há ainda a certeza de que sempre que a Câmara Municipal de Guimarães efetuar alguma obra no concelho que implique a deslocação ou substituição de colunas de iluminação pública, será adotada a iluminação de tecnologia LED.


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PLATAFORMA GRATUITA

“Guimarães à Boleia” pretende fazer do Concelho um local mais amigo do ambiente

É a primeira plataforma municipal de partilha de carro em Portugal e pretende ajudar vimaranenses e visitantes que pretendam deslocar-se dentro da cidade e no concelho. Utilização é gratuita e depende da vontade dos utilizadores. “Guimarães à Boleia” é uma plataforma gratuita de partilha de carro em Guimarães, que pretende ser uma ajuda para vimaranenses e visitantes se deslocarem pelos diferentes pontos da cidade e concelho. Com base no conceito de “carpooling” – partilha do carro e custos de deslocação (combustível e portagens) em viagens de trabalho ou de lazer, muito popular na América do

Norte e em grande parte da Europa –, a plataforma proporciona aos seus utilizadores uma significativa poupança nos custos de mobilidade, ao mesmo tempo contribuindo para um ambiente melhor. Em Portugal, a partilha do carro é uma prática cada vez mais corrente, indicando estudos recentes que 43% dos portugueses estão interessados em fazê-lo. A poupança é tanto maior quanto mais passageiros conseguir levar consigo, uma vez que os custos serão divididos por todos, chegando a viagem, em muitos casos, a ser mais económica do que de autocarro ou comboio. Em termos ambientais, a boleia permite que existam menos carros a circular nas estradas e consequentemente um número menor de emissões de CO2 para a atmosfera. O objetivo desta plataforma é ajudar a encontrar pessoas disponíveis a partilhar boleia de automóvel e fazer com que tenham uma viagem agradável juntos. Com base em anúncios colocados na plataforma e através de contactos diretos entre os interessados, é possível discutir detalhes como o exato ponto de partida, entre outros. As avaliações de perfil são também uma boa maneira de descobrir os mais interessantes parceiros de viagem. A plataforma é de utilização gratuita e está disponível em www.guimaraes.boleia.net para condutores e passageiros.

Penha candidata a Estatuto de Paisagem Natural Elevar a Penha ao Estatuto de Paisagem Natural é o objetivo de Guimarães, tendo já entregue a respetiva candidatura. Desta forma, pretende-se “continuar a afirmar Guimarães ao nível da sustentabilidade ambiental”, afirma o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança. “Este é um projeto de grande valor não só do ponto de vista turístico mas também da preservação ambiental”, sustenta. No projeto está prevista a criação de Rotas da Biodiversidade, a criação de estruturas que facilitem a observação e contemplação de espécies (como é o caso dos Observatórios de Aves) e o estabelecimento de medidas que visem a Promoção do Turismo de Natureza.


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Vimágua tem 17 novas viaturas elétricas Com a substituição das viaturas existentes por viaturas elétricas estima-se uma redução de 63,5% na emissão de gases com efeito de estufa. 17 novas viaturas elétricas de mercadorias e de passageiros, estão ao serviço da Vimágua, empresa de água e saneamento de Guimarães e Vizela, substituindo 22 veículos dos mais antigos da sua frota. Trata-se de 30% da frota total da empresa intermunicipal. A aquisição das viaturas e de 14 carregadores elétricos, só foi possível graças à aprovação de duas candidaturas ao Fundo Ambiental, que apoiou com 166 mil euros. Com esta iniciativa pretende-se contribuir para a redução de emissões de gases com efeito de estufa e, simultaneamente contribuir para a melhoria da qualidade do ar e a redução de ruído. O presente apoio a fundo perdido destina-se à introdução de veículos ligeiros de baixas emissões, 100% elétricos, na frota das entidades gestoras de sistemas multimunicipais ou intermunicipais, nas atividades desenvolvidas no âmbito dos serviços públicos de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais. Pretende-se privilegiar a substituição de frotas mais antigas, com mais quilómetros percorridos, maiores emissões de gases com efeito de estufa e maiores consumos de combustível, promovendo desta

forma, num quadro de racionalidade económica e ambiental e de equilíbrio de gastos face às diferentes opções, a redução das emissões poluentes sem onerar os custos diretos e indiretos na sua utilização, assegurando a operacionalidade e a flexibilidade dos veículos de serviço da frota. Com a substituição das viaturas existentes por viaturas elétricas estima-se uma redução de 63,5% na emissão de gases com efeito de estufa, sendo que se prevê, ainda, uma maior redução com a colocação em prática das medidas constantes do Plano de Redução de Consumo de Energia e que passará, entre outros investimentos, pela instalação de painéis fotovoltaicos para autoconsumo no edifício sede da Vimágua e na Estação de Tratamento de Água de Prazins, Santa Eufémia.


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