Guimarães mais verde #17

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Esta r E vista é uma publicação da c âmara m unicipal d E Guimarã E s E do laboratório da paisaGE m. s E m E stral , d E distribuição G ratuita, acompanha a Estrutura d E m issão para o dE s E nvolvim E nto s ust E ntáv E l – Guimarã E s 2030. EcoR E vista #17 setembro 2022 APROVADAS CANDIDATURAS PARA CORREDORES VERDES guimarães ambiciona ser climaticamente neutra em 2030 CANDIDATURA A CAPITAL VERDE EUROPEIA 2025 ESTÁ A SER PREPARADA CAMPANHA PROMOVE O USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA RRRRCICLO ECONIMIA CIRCULAR EM GUIMARÃES

Guimarães é uma das 100 cidades escolhidas pela União Europeia para a neutralidade climática até 2030, juntamente com Lisboa e Porto, em Portugal.

Esta distinção é a metáfora de todo o trabalho que Guimarães tem vindo a fazer em termos de sustentabilidade ambiental, pelo menos desde 2014. Um trabalho árduo, na linha da frente, desafiante mas inspirador. E, hoje, em 2022, um trabalho absolutamente necessário e cada vez mais imediato. Termos o desafio da neutralidade climática até 2030 (quando para as restantes cidades o desafio será 2050) representa para Guimarães a validação do trabalho feito mas principalmente o compromisso e a responsabilidade de acelerar este trabalho, de continuar a envolver cada cidadão nas mudanças de atitudes, nos projetos a desenvolver, no conceito criado de fazer de cada cidadão um eco-cidadão. Traz a responsabilidade de continuar a mostrar que a neutralidade carbónica e a climática se fazem com mudanças de atitudes, com a consciência que cada um de nós tem de ter para a sobrevivência e qualidade de vida deste Planeta A. Traz a responsabilidade de sermos uma inspiração interna e externa, mas também a responsabilidade de conseguirmos continuar a inspirar-nos em cada projeto, em cada ação conseguida, em cada boa prática evidenciada! A responsabilidade de tornar Guimarães uma cidade cada vez mais cosmopolita, mais presente na Europa e no Mundo uma cidade que faz a diferença, um território que se constrói e reconstrói, modernizandose, apostando na qualidade de vida e na coesão territorial, sempre com o desígnio da sustentabilidade ambiental! Traz a responsabilidade de evidenciar que os governos locais fazem a diferença, que é a partir do local que se resolvem os grandes problemas com que o mundo se debate, como as alterações climáticas, a água ou mesmo a energia! A responsabilidade de fazer uma nova candidatura a Capital Verde Europeia, candidatura que está já em fase de desenvolvimento!

O Laboratório da Paisagem, como estrutura de investigação, desenvolvimento e educação ambiental tem aqui um papel preponderante, quer ao nível da conceção, quer ao nível do desenvolvimento de projetos. O projeto de reabilitação dos corredores verdes ao longo dos rios, as novas aplicações e instrumentos de divulgação e imersão na natureza e biodiversidade como o Mapa Verde ou o Passo Verde são bem ilustrativos deste casamento entre a investigação e a divulgação junto da população.

O mundo está em constante mudança, temos uma guerra na Europa com todas as implicações que traz, desde os refugiados à questão energética! Temos a maior seca dos últimos anos, o que nos tem de fazer avançar nas políticas de redução do consumo de água!

E se o mundo muda, nós também temos de mudar, de nos adequarmos e desenvolvermos novas formas de conseguir a SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL e a NEUTRALIDADE CLIMÁTICA e esta revista mostra bem todo o trabalho que está a ser feito nas suas múltiplas dimensões.

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Ficha Técnica: propriedade Laboratório da Paisagem / periodicidade trimestral tiragem 1.500 exemplares / edição e composição Laboratório da Paisagem impressão Mota Ferreira / papel Munken Pure / distribuição gratuita 04 07 08 10 12 Uso Sustentável da Água Mobilidade Greentour Missão Cidades Candidatura Capital Verde Europeia Conferência anual da Rede Eurocities 03 06 Mapa Verde e Passo Verde 11 Corredores verdes
Adelina Paula Pinto, Vice-Presidente CM Guimarães e Presidente do Laboratório da Paisagem 13 Fórum de política urbana 14 RRRCICLO 15 Compromisso Zero Resíduos (O papel Munken Pure é produzido de acordo a certificação FSC ® - Forest Stewardship Council. O FSC ® é um dos selos florestais mais reconhecidos em todo o mundo. Trata-se de uma garantia de origem que assegura a exploração florestal de forma responsável. Criado em 1993 na Alemanha, por várias instituições internacionais, o FSC ® tem como objetivo estabelecer princípios e critérios para conciliar a exploração da floresta e a conservação dos seus recursos).
Opinião

MELHORES CONDIÇÕES PARA O USO DE MODOS SUAVES DE MOBILIDADE

Já entrou em funcionamento, em agosto, um das duas concessões que permite desfrutar de bicicletas e trotinetes, elétricas, em sistema de partilha.

Este é mais um passo que advém da responsabilidade de Guimarães ser uma das cidades que integra a “Missão Cidades” da União Europeia, cujo objetivo é atingir a neutralidade climática até 2030. “Estamos mobilizados para a Sustentabilidade Ambiental e, neste caso para a mobilidade suave em contexto urbano", referiu Domingos Bragança, na apresentação.

O Edil referiu a necessidade de melhorar os comportamentos de todos os cidadãos no que diz respeito às boas práticas ambientais, sendo o uso de modos suave de mobilidade um dos seus exemplos mais disseminados a nível europeu. “A bicicleta é um meio de transporte amplamente adotada em toda a Europa, que tem vindo a fomentar uma nova cultura na mobilidade, uma cultura que queremos que Guimarães adote. Estamos a fazer caminho, como é prova as ciclovias que já temos à disposição, e ainda que estas estejam a ser usadas sobretudo para lazer, criam hábitos que facilmente se transportam para o dia a dia das pessoas”, frisou. O sistema de partilha de bicicletas e trotinetes vem acrescentar mais possibilidades para que esta prática se dissemine.

Para Sofia Ferreira, vereadora dos Serviços Urbanos e do Ambiente, “com a atribuição das duas licenças para a atividade de partilha de velocípedes por processo público, dá mais um passo para a redução da presença do automóvel individual, em direção à descarbonização dos transportes. A entrada em funcionamento do sistema de partilha de velocípedes – trotinetes e bicicletas em Guimarães, por um dos dois operadores, no caso a Bird, configura ainda uma nova etapa para a alteração das práticas de mobilidade tradicionais, quer num contexto de Cidade, quer do concelho, pela disponibilização de bicicletas elétricas".

O sistema de partilha de bicicletas (200) e trotinetes (200),

ambas elétricas, pode ser gerido através de uma aplicação móvel disponível para os sistemas iOS e Android, existindo 70 pontos de distribuição distribuídos pela cidade. Durante o primeiro mês, é possível beneficiar de um desconto de 30% nas primeiras viagens, através de um código promocional que está disponível junto de cada um dos equipamentos. A utilização obriga a que uma vez recolhida a bicicleta ou a trotinete, esta deva ser deixada num qualquer outro ponto de distribuição.

Há também duas estruturas de estacionamento de velocípedes, cobertas e fechadas, têm capacidade para 10 bicicletas, e dispõem de cacifos para a colocação de material diverso, com fechaduras que permitem a utilização de um cadeado, a fornecer pelo utilizador, e dotados de ficha elétrica para carregamento de dispositivos, como por exemplo a bateria do velocípede. Estão localizadas junto à Central de Camionagem e à Estação de Comboios.

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GUIMARÃES PROMOVE

PARA USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA

O Município de Guimarães elaborou um documento que integra um conjunto de boas práticas para a gestão e uso sustentável da água. O documento foi elaborado em articulação com o Laboratório da Paisagem, Vitrus Ambiente e a Vimágua e contempla as medidas pró-ativas e de carácter voluntário que estão em curso em Guimarães.

Considerando o modelo de Governança vigente em Guimarães, que promove a cooperação e o trabalho multidisciplinar entre os diferentes atores (Ecossistema de Governança Guimarães 2030), importa realçar que estas medidas foram concertadas entre os diferentes parceiros com responsabilidades na gestão da água (gestão e utilização) incorporando igualmente uma forte campanha de sensibilização, dirigida ao cidadão, para o uso consciente e racional da água.

A atual campanha de comunicação contará ainda com um outro conjunto de ações de sensibilização, que estão igualmente incluídas no documento divulgado e que poderão ainda ser encontradas pelo concelho.

Entre algumas boas práticas que evidenciam o caminho que Guimarães está a percorrer no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, em particular no tema da água, está definido um caminho assente na internalização, por parte das instituições, de um conjunto de boas práticas relativas à gestão responsável da água, na inovação e desenvolvimento, aliando o conhecimento científico à gestão responsável deste recurso, na cooperação para a circularidade da água, na mobilização, educação e sensibilização como forma de partilha e aprendizagem.

Uma das boas práticas implementadas por Guimarães prendese com a reutilização da água das Piscinas Municipais de Guimarães, numa colaboração entre a Câmara Municipal de Guimarães, Tempo Livre, Vimágua, Laboratório da Paisagem e Vitrus.

Este projeto-piloto visa aplicar medidas para a reutilização da água não potável, mas que pode ser utilizada em outras atividades onde o seu nível de pureza é aceitável.

Neste projeto tem-se procedido ao armazenamento da água do Complexo de Piscinas Municipais, habitualmente rejeitada nos processos de limpeza de filtros e de regeneração.

Posteriormente, esta água é utilizada para usos não potáveis nomeadamente para a limpeza de arruamentos no Centro Histórico de Guimarães. Esta medida, está integrada no conjunto de Boas Práticas na Gestão e Uso Sustentável da Água divulgadas no passado mês de junho.

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Veja

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GUIMARÃES TEM EM MARCHA, DESDE JULHO, UMA CAMPANHA DE COMUNICAÇÃO QUE VISA PROMOVER O USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA E ALERTAR OS CIDADÃOS PARA A NECESSIDADE DO USO RACIONAL DESTE RECURSO.
CAMPANHA
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48 PARQUES QUE CONVIDAM À CONEXÃO COM A NATUREZA

patrimonial, servindo muitas vezes como um incentivo à sua proteção e inventariação.

Guimarães possui 48 áreas espaços verdes. Alguns são emblemáticos e históricos, localizados no interior do perímetro urbano, outros espalhados pelas diferentes freguesias do concelho, que convidam a caminhadas e à contemplação da paisagem. Há recantos únicos onde pode conhecer o nosso património cultural e a diversidade de fauna e flora do Concelho, ou então, apenas relaxar e usufruir da beleza destes parques, que pintam o concelho de verde.

A criação destes espaços verdes resulta na requalificação e arborização de diversas áreas, permitindo a sua utilização para atividades de recreio e lazer. Os mais recentes resultaram de propostas de cidadãos ao Orçamento Participativo de Guimarães. Em agosto foi inaugurado o mais recente, o Parque de Lazer do Agrela, em S. Cláudio de Barco. Está situado junto ao Rio Agrela, e conta com equipamentos de lazer e convívio. A freguesia de Candoso S. Martinho também dispõe, desde junho, de mais um espaço verde, o Parque Desportivo e de Lazer Batoca Park. Um local de encontro e de convívio, mas também destinado à prática desportiva e atividades infantis, com 950 m2 e uma área de 2,5 ha.

Em muitos destes espaços verdes, salientam-se os elementos arbóreos, que muitas vezes são considerados património e testemunhas silenciosas da nossa história. Em Guimarães existem 15 exemplares e 5 conjuntos arbóreos de Interesse Público, classificados pelo ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Estas árvores - que pode conhecer no sítio do Laboratório da Paisagem (www.labpaisagem. pt) - são especiais devido à sua representatividade histórica, porte, idade e enquadramento paisagístico. A sua classificação permite salvaguardar e preservar estes elementos de valor

As árvores são responsáveis por inúmeros benefícios ambientais e sociais que auxiliam na melhoria da qualidade de vida, saúde física e mental da população. Foi também nesta perspectiva que nasceu a primeira floresta urbana em Guimarães, com o recurso ao método criado pelo botânico japonês Akira Miyawaki. Instalada, na rotunda próximo à Estação da CP de Guimarães, numa área com grande intensidade de tráfego automóvel, elevada circulação de pessoas e com ausência de vegetação, esta minifloresta contribuirá para a captação de carbono, estabilização da temperatura e redução do ruído. É ainda um habitat de grande diversidade de espécies, que vale a pena conhecer.

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PELO TERRITÓRIO CONCELHIO PODEMOS DESCOBRIR DEZENAS DE PARQUES E ÁREAS VERDES QUE NOS CONVIDAM À CONEXÃO COM A NATUREZA.

DUAS NOVAS FERRAMENTAS, MOSTRAM-LHE OS LOCAIS DE NATUREZA

Guimarães é reconhecida como uma cidade rica em património histórico e cultural, mas é igualmente uma cidade verde, repleta de parques, trilhos e recantos de natureza para descobrir e que albergam uma riqueza ímpar de biodiversidade. Um património verde que é agora mais fácil de conhecer com os lançamentos do “Mapa Verde” e do “Passo Verde”, dois suportes distintos, um em papel e o outro uma página na internet, que o ajudarão a encontrar os melhores lugares para visitar.

O “Mapa Verde”, produzido pelo Laboratório da Paisagem e pelo Turismo do Município de Guimarães, no âmbito do projeto europeu Greentour, congrega um conjunto de boas práticas nas áreas da natureza e biodiversidade, áreas verdes e parques de lazer, percursos pedestres, recursos hídricos, mobilidade sustentável, iniciativas de economia circular, mas também

assinala todas as árvores de interesse público, experiências a explorar de enoturismo, entre outras atividades que poderá fazer na natureza. O “Mapa Verde” estará disponível nos postos de turismo e online em língua portuguesa, inglesa, francesa e espanhola.

Com o mesmo intuito, mas proporcionando uma experiência mais imersiva, com recurso ao vídeo, à fotografia convencional e também à fotografia 360º, o visitante tem, no “Passo Verde”, acesso a dezenas de locais distribuídos por áreas verdes, atividades na natureza, percursos na natureza, natureza secreta, boas práticas e estabelecimentos Green Key. O sítio na internet está disponível através do endereço www. passoverde.pt. Os cidadãos são ainda convidados a sugerir outros locais que possam ser incluídos neste portal eletrónico e que podem dar a conhecer o património natural de Guimarães.

Com estas duas ferramentas pretende-se promover um eficiente uso dos recursos naturais, dando a conhecer o que de melhor há para visitar em Guimarães.

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Acesso a dezenas de locais distribuídos por áreas verdes, atividades na natureza, percursos na natureza, natureza secreta, boas práticas e estabelecimentos Green Key. Descarregue
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Aceda ao site PassoVerde.pt, apontando a câmara do seu telemóvel para o QR Code

PARCEIROS EUROPEUS DO PROJETO GREENTOUR EM GUIMARÃES

Guimarães acolheu ao longo de três dias, em julho, a segunda reunião do consórcio Greentour. No total são nove os parceiros deste projeto europeu, com parceiros de Espanha, Portugal, França e Andorra. O Laboratório da Paisagem é parceiro destino.

No arranque, no dia 18, os parceiros foram recebidos pelo Vereador do Turismo da Câmara Municipal de Guimarães, Paulo Lopes Silva, tendo ainda visitado o Centro Histórico de Guimarães, classificado como Património Mundial da UNESCO desde 2001.

O segundo dia foi marcado pela análise do andamento do projeto, tendo sido analisada pelos parceiros a ferramenta de avaliação ambiental desenvolvida para estabelecimentos turísticos e o mecanismo de extrapolação para os destinos turísticos. Por fim, foram dados os primeiros passos para a

VISITA TÉCNICA DO PROJETO HOOP NA ALEMANHA E PAÍSES BAIXOS

Em junho Guimarães esteve representado na visita técnica promovida pelo projeto HOOP, Urban Circular Bioeconomy Hub, que decorreu nas cidades alemã de Münster e neerlandesa de Almere.

Nesta visita, os diferentes parceiros partilharam os processos aplicados na área da Economia Circular e na separação de resíduos orgânicos. Luis Pliteiro, em representação do Laboratório da Paisagem e do Município de Guimarães, teve a oportunidade de apresentar a estratégia de Economia Circular de Guimarães – RRRCICLO.

Refira-se que, nesta visita técnica estiveram representados parceiros de diferentes países europeus, desde Finlândia, Noruega, Alemanha, Espanha, Itália, Grécia, entre outros.

O Projeto HOOP, Urban Circular Bioeconomy Hub, é uma iniciativa europeia financiada pelo Programa Horizonte 2020 que conta com um consórcio de 23 parceiros de 10 países Europeus.

criação de um rótulo ambiental para os destinos turísticos.

Por entre reuniões de trabalho, os parceiros também tiveram a oportunidade de conhecer o património cultural, histórico e natural de Guimarães e descobrir as boas práticas de turismo sustentável que o concelho tem para oferecer. A primeira visita foi à Quinta da Cancela, uma propriedade familiar com mais de 300 anos, que proporciona experiências de enoturismo, incorporando a sustentabilidade como um modo de vida. O último ponto de paragem foi a Montanha da Penha, onde usufruíram de uma visita guiada pela Irmandade de Nossa Senhora da Penha, e da descida pelo Teleférico.

O projeto Greentour: Economia Circular e Turismo Sustentáveis em destinos do espaço SUDOE visa melhorar os métodos de gestão do património natural e cultural através da implementação de redes e experimentação conjunta.

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“MISSÃO CIDADES” GUIMARÃES É UMA DAS 100 ESCOLHIDAS PARA SER CLIMATICAMENTE NEUTRA EM 2030

Em Portugal, foram selecionadas as cidades de Guimarães, Lisboa e Porto, de entre 362 candidaturas internacionais com vista à neutralidade climática até 2030.

Guimarães integra a lista divulgada pela Comissão Europeia, das 100 cidades da UE que participarão na Missão para as 100 cidades inteligentes e neutras em termos de clima até 2030, a chamada “Missão das Cidades”. As 100 cidades provêm dos 27 Estados-Membros, com 12 cidades adicionais provenientes de países associados ou com potencial de associação ao Horizonte Europa, o programa de investigação e inovação da UE (2021-2027).

Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, regozija-se com a escolha de Guimarães para o “clube restrito” das cidades que estão na vanguarda europeia das políticas de sustentabilidade ambiental. Para o Presidente da Câmara, “o facto de Guimarães ser uma das três cidades portuguesas escolhidas, juntamente com Lisboa e Porto, é um indicador claro de que o caminho iniciado em 2014 da sustentabilidade ambiental foi uma visão certa de que as cidades do futuro não podem ignorar os desafios que as alterações climáticas colocam ao desenvolvimento sustentável e consequente qualidade de vida”. Domingos Bragança destaca o trabalho de todos os envolvidos nos projetos ambientais do

concelho, como é o caso da Divisão de Ambiente da Câmara Municipal de Guimarães, do Laboratório da Paisagem, das Brigadas Verdes, de todas as eco-escolas e eco-freguesias, e de todos os Vimaranenses, que colocam o ambiente no topo das suas preocupações. “Este prémio é para todos eles”, frisou.

As nossas zonas urbanas albergam 75% dos cidadãos da União Europeia. Globalmente, as áreas urbanas consomem mais de 65% da energia do mundo e são responsáveis por mais de 70% das emissões de CO2. É importante que as cidades atuem como ecossistemas de experimentação e inovação com vista à neutralidade climática de toda a União Europeia até 2050. Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão, disse: “A transição verde está a chegar a toda a Europa neste momento. Mas há sempre a necessidade de pioneiros que estabeleçam metas ainda mais altas. Essas cidades mostram-nos o caminho para um futuro mais saudável. Vamos apoiá-las nisso! Vamos

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começar o trabalho hoje.”

A “Missão Cidades” receberá 360 milhões de euros de financiamento do “Horizonte Europa” entre 2022 e 2023, para ações de pesquisa e inovação nos domínios da mobilidade limpa, eficiência energética e planeamento urbano verde, bem como para construir iniciativas conjuntas e intensificar as colaborações em sinergia com outros programas da União Europeia. Os benefícios para as cidades incluem aconselhamento e apoio através de uma Plataforma de Missão dedicada, administrada pela NetZeroCities, mais oportunidades de financiamento e a possibilidade de participar em grandes ações de inovação e projetos-piloto. A Missão também oferece oportunidades de networking, intercâmbio de melhores práticas entre cidades e apoio para envolver os cidadãos na procura de alcançar nos objetivos da Missão.

A “Missão Cidades” receberá 360 milhões de euros de financiamento do “Horizonte Europa” entre 2022 e 2023, para ações de pesquisa e inovação nos domínios da mobilidade limpa, eficiência energética e planeamento urbano verde.

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GUIMARÃES PREPARA NOVA CANDIDATURA A CAPITAL VERDE EUROPEIA

O anúncio aconteceu em junho, numa reunião descentralizada do executivo municipal que teve como tema o ambiente.

Guimarães vai voltar a apresentar candidatura a Capital Verde Europeia. O anúncio foi feito pelo Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, numa reunião do Executivo Municipal realizada em junho no Laboratório da Paisagem, onde o Ambiente foi o tema principal.

Na referida reunião intervieram Adelina Pinto, presidente da Associação Laboratório da Paisagem e vereadora da Educação, Carlos Ribeiro, Diretor Executivo do Laboratório da Paisagem, e Isabel Loureiro, coordenadora da Estrutura de Missão Guimarães 2030, estrutura responsável pela elaboração da próxima candidatura a Capital Verde Europeia.

Após uma apresentação do trabalho efetuado pelo Laboratório da Paisagem, nomeadamente dos projetos de Investigação e Desenvolvimento e de Educação Ambiental, Isabel Loureiro falou do processo que conduzirá Guimarães a uma nova candidatura a Capital Verde Europeia 2025. A responsável pela Estrutura de Missão falou do modelo organizacional que será implementado para alcançar os objetivos, nomeadamente o Conselho de Redação e Comité de Acompanhamento Interno, responsáveis pela elaboração do documento de candidatura que terá que ser submetido entre março e abril de 2023. Isabel Loureiro destacou ainda o papel do Comité Externo de Acompanhamento, liderado pelo Professor Mohan Munasinghe, e revelou os 12 indicadores que servirão de base ao trabalho de análise do júri. O Passado, Presente e Futuro serão avaliados neste processo, porquanto será avaliado todo o caminho percorrido até ao presente bem como as perspetivas futuras de desenvolvimento na área da sustentabilidade ambiental.

Adelina Pinto, Presidente da Associação Laboratório da

Paisagem, referiu as alterações substantivas da orgânica da candidatura e as exigências que resultam do caminho que as próprias cidades vão fazendo. “Nós estamos mais bem preparados do que em 2017, mas não sabemos quais serão as cidades candidatas. Sabemos, contudo, que aprendemos com os erros e temos a consciência de que o processo que adotámos será muito importante neste caminho em direção a uma candidatura bem-sucedida”, disse.

Domingos Bragança, Presidente da Câmara, referiu que “o caminho é que é importante, uma vez que promove as alterações necessárias para a defesa do ambiente e da biodiversidade. Não por acaso, a União Europeia escolheu Guimarães como uma das 100 cidades europeias para ser piloto no processo de transformações com o objetivo da neutralidade climática. Esta escolha permitirá concorrer a fundos de apoio proporcionados diretamente por Bruxelas, além do PRR e dos fundos europeus já previstos”.

O Presidente da Câmara valorizou esta escolha e disse que ela “não caiu do céu”, mas foi resultado do trabalho já efetuado até ao momento, ao que não será alheio o Ecossistema de Governança Ambiental que Guimarães implementou. “Gostei muito do conceito definido pela Estrutura de Missão que é o conceito biocultural. Trata-se de um corredor que começa na Penha e vai até à Veiga de Creixomil, e depois aos nossos rios, Ave, Selho e Vizela, e também aos Sacromontes”, referiu.

Esta intervenção das ecovias do Ave, Selho e Vizela é densa e vai precisar de fundos comunitários, mas que já tem a parte do conhecimento que advém da investigação feita nos centros de saber. “Este é um bom caminho de cidadania - o de ecocidadão -, que já está apropriado pelos Vimaranenses”, frisou Domingos Bragança.

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APROVADA CANDIDATURA PARA REABILITAÇÃO DA REDE DE CORREDORES VERDES NO CONCELHO

financiamento de 1,2 milhões de euros num investimento total de 1,5 milhões.

Este projeto, que já está no terreno, vai contribuir para a reabilitação da rede de corredores verdes no Concelho de Guimarães, através da implementação de soluções de engenharia natural, acompanhadas de uma monitorização contínua que avalie o impacte das ações de restauro ecológico. Este projeto resulta da aposta do Município de Guimarães na reabilitação dos ecossistemas fluviais, em linha com as principais diretrizes da Agência Portuguesa do Ambiente, do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, bem como dos objetivos e prioridades da Comissão Europeia.

REACTivar Guimarães procurará contribuir para a renaturalização e reabilitação dos corredores verdes e azuis, assumindo o desafio de reativar a conetividade ecológica e a relação de identidade entre o rio e o cidadão.

Este projeto desenvolvido pela Câmara Municipal de Guimarães e Laboratório da Paisagem conta ainda com as parcerias da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Universidade do Minho.

PROJETO DE INTERVENÇÃO NA VEIGA DE CREIXOMIL

O Município de Guimarães e o Laboratório da Paisagem de Guimarães viram aprovada uma candidatura ao programa REACT-EU (Assistência à Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa). Trata-se do projeto “Corredor Verde da Veiga de Creixomil”, financiado a 100% num total de 75 mil euros, que prevê o plantio de árvores, arbustos e sementeiras, o incremento da biodiversidade e melhoria dos percursos pedonais e clicáveis, aumentando desta forma a resiliência face às consequências negativas resultantes das alterações climáticas, numa área agrícola capaz de proporcionar benefícios ambientais, económicos e sociais.

Entre as várias ações a desenvolver, destacam-se ainda a limpeza de vegetação e implementação de medidas de contenção de espécies invasoras, a limpeza do leito do rio, a remoção de resíduos, a instalação do mobiliário urbano, nomeadamente bancos, caixas ninho, hotéis para insetos, sinalética e sistemas de monitorização, ações de monitorização, informação e sensibilização, bem como a elaboração dos projetos e execução

dos trabalhos de engenharia natural para a estabilização das margens.

Às portas do centro de Guimarães, a Veiga de Creixomil é uma planície fluvial que tem fornecido uma multiplicidade de benefícios sociais e ambientais onde coexistem também duas importantes e identitárias linhas de água, o rio Selho e a ribeira da Costa/Couros. É provavelmente um dos valores naturais de paisagem mais emblemáticos de Guimarães. Um palco de biodiversidade, mas também de centenárias práticas agrícolas.

Os trabalhos e ações do projeto “Corredor Verde da Veiga de Creixomil” arrancam no imediato, prolongando-se até novembro de 2023.

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A candidatura do Município de Guimarães no âmbito do projeto "REACTivar Guimarães – Renaturalização dos Corredores Verdes dos rios Ave, Selho e Vizela” foi aprovada com um

CONFERÊNCIA ANUAL DA EUROCITIES EM ESPOO

O Município de Guimarães esteve representado na Conferência Anual e Assembleia-Geral da Rede de Cidades Eurocities em Espoo, na Finlândia, que decorreu entre os dias 8 e 10 de junho.

A delegação foi liderada pela vice-presidente do Município de Guimarães, Adelina Pinto, e integrou ainda a Coordenadora da Estrutura de Missão – Guimarães 2030, Isabel Loureiro, o Diretor Executivo do Laboratório da Paisagem, Carlos Ribeiro, e o jovem selecionado no âmbito do programa “Future Mentors” José Mendes.

A vice-presidente da Câmara de Guimarães representou o Município na reunião de alto nível que juntou os diferentes representantes políticos das cidades europeias. Na ocasião, foi subscrita uma declaração política, apresentada em plenário pelo presidente da Rede Eurocities e Presidente da Cidade de Florença Dario Nardella, que enaltece a importância de “todas as instituições Europeias e governos Europeus acelerarem o processo de candidatura da Ucrânia à integração na União Europeia”.

No discurso do ex-Comissário Europeu Jyrki Katainen, Guimarães foi ainda elogiada por uma das suas boas práticas, a Calculadora Individual da Pegada Ecológica, que tem sido divulgada junto da comunidade, e que representa uma das ações que promove o maior conhecimento do território e o envolvimento dos cidadãos.

Também na sessão principal, José Mendes teve oportunidade de ser um dos dois representantes dos jovens mentores, explicando a importância desta iniciativa promovida pela Eurocities e que em Guimarães envolveu cinco jovens que foram responsáveis pela mentoria à vice-presidente do Município de Guimarães, e presidente do Laboratório da Paisagem, Adelina Pinto.

No derradeiro dia da Conferência, Guimarães teve, ainda, oportunidade de realizar uma outra apresentação, através da Coordenadora da Estrutura de Missão – Guimarães 2030, Isabel Loureiro, e do Diretor Executivo do Laboratório da Paisagem, Carlos Ribeiro, intitulada “Cidades construídas pelos Cidadãos – Guimarães 2030” que sublinhou a importância do Ecossistema de Governança Guimarães 2030, assim como as estratégias participativas presentes nos diferentes projetos que têm sido desenvolvidos, quer pelo Laboratório da Paisagem, quer pelo Município de Guimarães.

José Pedro Mendes, de 21 anos, foi o representante de Guimarães no programa europeu Future Mentors e fez parte da delegação vimaranense na Conferência Anual da Rede EuroCities. O estudante no curso de Relações Internacionais na Universidade do Minho, foi o escolhido, depois de um processo de mentoria em que participaram vários jovens que foram desafiados a realizar sessões de mentoria com a vicepresidente da Câmara Municipal, Adelina Paula Pinto.

Em Espoo, o jovem vimaranense teve a oportunidade de reunir com jovens mentores de outras cidades europeias, de discutir o papel dos jovens nas decisões ao nível local, e de estar presente numa sessão com os presidentes de câmara de Ghent, Hannover e Vantaa, no palco principal.

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Future mentor de guimarães em destaque na finlândia

MODELO URBANO E AMBIENTAL DE GUIMARÃES APRESENTADO

EM BRUXELAS

A vice-presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Adelina Pinto, participou em Bruxelas como oradora num fórum de política urbana no qual explicou o modelo de desenvolvimento urbano do Município de Guimarães, centrado, especialmente, no papel das pequenas e médias cidades e na importância de construir um modelo de planeamento e de desenvolvimento do território, sempre de forma sustentável.

Guimarães candidatou-se a Capital Verde Europeia em 2017, tendo ficado nas lista das cinco cidades mais pontuadas e vai a repetir a candidatura em 2023. Este é um galardão instituído e gerido pela Comissão Europeia que visa reconhecer as cidades que melhor cuidam do ambiente e do meio vital dos seus habitantes.

O prémio analisa indicadores como o transporte municipal, as áreas urbanas e verdes que incorporam um uso sustentável da terra, a qualidade do ar e da água e da sua poluição acústica.

Além disso, a cidade de Guimarães encontra-se na lista de 100 cidades da União Europeia que participam na “Missão a 100 cidades inteligentes e climaticamente neutras para 2030”. Estas cidades terão a oportunidade de trabalhar em rede, intercambiar melhores práticas entre cidades e apoio para envolver os cidadãos na consecução dos objetivos da Missão.

Devido à pandemia, os programas europeus 2021-2027

sofreram uma paralisação e grande atraso. Portanto, é nestes momentos quando as cidades apresentam em Bruxelas os seus projetos e experiências mais inovadoras, sobretudo, aquelas iniciativas relacionadas com o desenvolvimento de política urbana que possam ser objeto de financiamento.

CIRCULARPSP PROMOVE ECONOMIA CIRCULAR

CircularPSP é um programa da União Europeia que visa desenvolver soluções inovadoras para futuros desafios ambientais. A candidatura da Câmara Municipal de Guimarães ao programa da União Europeia CircularPSP foi aprovada. O financiamento de 217 mil euros servirá para desenvolver soluções de contratação pública alinhadas com as estratégias, planos e ações do município que promovem a economia circular.

O CircularPSP é também crucial para desenvolver soluções inovadoras para futuros desafios ambientais e para tirar partido das potencialidades do mercado. Este programa apoiará o Município de Guimarães na obtenção do seu compromisso de sustentabilidade e promoção da economia circular nas ações públicas, funcionando como exemplo para os restantes parceiros.

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Guimarães já está a reduzir, reciclar e reaproveitar os resíduos orgânicos.

A iniciativa RRRCICLO, que se prolongará nos próximos anos, assenta num conjunto de ações educativas, com o objetivo de envolver a população a alcançar as metas de sustentabilidade ambicionadas pelo município até 2030. Este projeto ajuda os vimaranenses a identificar, reduzir e separar o lixo produzido no dia-a-dia, tornando-nos numa comunidade mais feliz, saudável e economicamente sustentável.

A separação e valorização de resíduos orgânicos, inicialmente implementada no centro histórico de Guimarães, em dezembro do ano passado, será, a partir deste mês de setembro, alargada a 34% da população do concelho, num plano de implementação contínuo até 2028, onde atingirá a totalidade da população

RRRCICLO ECONOMIA CIRCULAR EM GUIMARÃES

vimaranense.

Numa primeira fase, as equipas da Vitrus e do Laboratório da Paisagem realizaram mais de cinco centenas de visitas porta-a-porta, visando o esclarecimento da população do Centro Histórico de Guimarães. Como consequência, até julho deste ano, já foram recolhidas mais 128 toneladas de resíduos orgânicos, aos quais se juntam mais de 1400 toneladas de resíduos verdes. Ainda no âmbito da iniciativa, tem sido reforçada a sensibilização para a compostagem doméstica, quer junto da comunidade em geral, quer da comunidade escolar. Os vimaranenses aderiram em força com mais de 900 pedidos de compostores gratuitos. Recorde-se que pode encontrar toda a informação sobre a estratégia da Economia Circular em Guimarães no renovado site www.rrrciclo.pt.

BOAS PRÁTICAS DE INOVAÇÃO APRESENTADAS POR GUIMARÃES COM RECONHECIMENTO NO BRASIL

O Município de Guimarães foi homenageado, em Brasília, pelas boas práticas apresentadas no âmbito do Projeto de Cooperação InovaJuntos, através do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). O momento contou com a presença do Embaixador da União Europeia no Brasil e da direção do organismo, tendo sido apresentadas as boas práticas do Projeto de Aceleração e Incubação Industrial Set.up In(dustry) e Laboratório de Inovação e Interpretação Urbana. Guimarães esteve representado pelo Adjunto do Executivo, Flávio Freitas, e pela Chefe de Divisão da DDE, Marta Mota Prego.

A sessão, que reuniu os diversos municípios portugueses e brasileiros participantes no projeto, teve lugar na sede da associação em Brasília na sequência da realização da missão Portugal-Brasil.

Este projeto visa identificar e disseminar as mais inovadoras

políticas de desenvolvimento urbano sustentável, através de um processo de cooperação entre cidades do Brasil, de Portugal e outros países da América Latina.

A cooperação decorrerá até 2023, focada em quatro clusters temáticos: desenvolvimento económico e inovação; desenvolvimento económico e consórcios; cidades verdes e mudanças climáticas e, por último, espaços inclusivos e inovação cultural e social.

A candidatura “Guimarães 2030: Ecossistema de governança” resulta de um modelo que assenta na iniciativa que aglutinou os setores público e privado, em conjunto com a academia, as associações e instituições e os cidadãos, num modelo inovador capaz de responder aos principais desafios da sociedade através do incremento da participação pública em soluções que visam a transformação do território (ambiental e económico) e dos cidadãos (social), incluindo questões educativas, culturais, sociais e de valores.

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GUIMARÃES SUBSCREVEU COMPROMISSO ZERO RESÍDUOS

Prevenir a produção de resíduos, promovendo a reutilização, a compostagem doméstica e compostagem comunitária, bem como um sistema de recolha seletiva mais eficaz e eficiente

Num momento em que Portugal se encontra em grandes dificuldades para garantir o cumprimento de exigentes metas comunitárias de 55% de preparação para reutilização e reciclagem já em 2025, os Municípios de Guimarães, São João da Madeira e Vila de Rei vão ser pioneiros na subscrição de um compromisso Zero Resíduos, no âmbito de uma certificação à escala europeia promovida pela organização europeia sem fins lucrativos Mission Zero Academy (MiZA), impulsionada pela Zero Waste Europe e pela ZERO, à escala nacional.

Com este compromisso, os Municípios pretendem, até 2030, prevenir a produção de resíduos, promovendo a reutilização, a compostagem doméstica e compostagem comunitária, bem como um sistema de recolha seletiva mais eficaz e eficiente. Com esta abordagem, os cidadãos serão corresponsáveis pela gestão de resíduos de proximidade e empenhar-se-ão ativamente na promoção da reciclagem, com enfoque na redução da produção de resíduos indiferenciados.

Guimarães é um Município com 156.800 habitantes, com uma área mediamente urbana, que em 2021 produziu cerca de 445 kg de resíduos por habitante por ano (total de 58.000 toneladas produzidas), dos quais 371 kg por habitante por ano são de recolha indiferenciada.

Para além dos objetivos citados, os três Municípios vão promover a compostagem doméstica e comunitária, bem como

diversas ações de prevenção da produção de resíduos e de incentivo à reutilização, e terão a partir de agora três anos para cumprirem um conjunto de requisitos obrigatórios e de desempenho que lhes permitirão obter a certificação Zero Resíduos, juntando-se aos mais de 400 Municípios europeus que já escolheram estar entre os que mais contribuem para a economia circular. De salientar que os Municípios candidatos à certificação apresentam já valores de produção de resíduos por habitante abaixo da média nacional registada em 2020, a qual era de 513 kg, ou seja, uma produção diária por habitante de 1,4 kg.

objetivos do compromisso até 2030

- reduzir a quantidade de resíduos urbanos indiferenciados para 120 kg por habitante por ano;

- reduzir a quantidade total de resíduos produzidos para 362 kg por habitante por ano;

- alargar a 100% do território a recolha da fração orgânica de resíduos;

- recolher seletivamente 75% dos resíduos recicláveis;

- alargar a 100% do território o sistema PAYT (do termo de língua inglesa “Pay as you Throw” (pagar em função do que não é separado).

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GUIMARÃES INTEGRA REDE DE MUNICÍPIOS PARA A ADAPTAÇÃO LOCAL ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

de planeamento. É afirmada, assim, a importância da escala local para o global e do trabalho em rede para a conceção e implementação de soluções de adaptação mais eficazes, eficientes e equitativas.

Guimarães é um dos Municípios que integra esta Rede e foram ainda signatários da escritura de constituição os municípios de Loulé, Amarante, Bragança, Mafra, Viana do Castelo, Castelo de Vide, Coruche, Figueira da Foz, Funchal, Ílhavo, Braga, Lagos, Leiria, Odemira, Castelo Branco, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca do Campo.

A associação tem como objetivo dinamizar a adaptação local às alterações climáticas em Portugal, promovendo processos contínuos de planeamento que acompanhem o aumento da capacidade dos municípios portugueses e de outras entidades, públicas ou privadas, em incorporar esta matéria nas suas políticas públicas de atuação e nos seus instrumentos

A Vereadora da Câmara de Guimarães, Sofia Ferreira, assume as funções de Presidente da Assembleia Geral da Rede, e reforçou a importância deste passo. “Esta Associação será uma ferramenta fundamental para os diversos setores, para preparar as nossas cidades e o nosso território para um futuro mais desafiante, na adaptação e mitigação às alterações climáticas, pretendendo-se criar sinergias com projetos concretos, através de um maior envolvimento da sociedade, da academia e das entidades públicas, e que num futuro próximo outros municípios se juntem”.

GUIMARÃES FOI PALCO DO ARRANQUE

DA 2.ª FASE DO

PROJETO RURBANLINK

PROGRAMA PEGADAS CHEGOU AO BRASIL

Guimarães acolheu em abril a reunião de arranque da segunda fase da RURBANLINK - Rede de Ligações Circulares entre Áreas Urbanas e Rurais. É uma das quatro Redes de Cidades Circulares dedicada às Relações Urbano-Rurais e a outras temáticas transversais como Transição Digital, Equidade e Inclusão Social.

Após a primeira fase, que arrancou no verão de 2021 e que se concentrou no diagnóstico prospetivo do projeto, deu-se início à fase de planeamento da ação, centrada na importância do trabalho a nível local e em rede. A sessão de arranque da 2.ª fase decorreu no Centro Cultural Vila Flor e focou-se na identificação dos problemas que afetam cada município no que diz respeito aos resíduos gerados pelas suas principais atividades económicas e sociais, bem como nos seus efeitos e causas. Os municípios terão que responder a um conjunto de desafios e encontrar os tipos de parceiros mais adequados para os colmatar.

A apresentação decorreu em março e contou com a participação do Laboratório da Paisagem, através do diretor executivo, Carlos Ribeiro, e pela coordenadora de educação ambiental, Susana Falcão. Mais recentemente, a Vereadora da Educação e Presidente do Laboratório da Paisagem, Adelina Pinto, apadrinhou a primeira sessão do Eco Parlamento, uma das atividades âncora, nas escolas Escola Rafael de Siqueira e Escola Elba Xavier. Adelina Pinto, mostra um grande regozijo pela iniciativa. “A Educação Ambiental tem sido uma prioridade nos últimos anos, com a implementação de vários projetos no território de Guimarães. Agora, estamos além-fronteiras com um desses projetos, numa cidade brasileira, a ajudar a definir a sua política de Educação Ambiental. Estas cidades educadoras que se ajudam mutuamente, aprendem em conjunto, através da partilha e será replicada com outras cidades dos países de expressão portuguesa”, sublinhou.

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O Município de Guimarães integra a Associação Adapt.local – Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas. O programa de educação ambiental PEGADAS, implementado em Guimarães, está agora Brasil, mais concretamente no município de Chapada dos Guimarães, ao abrigo de um protocolo de colaboração e amizade entre as duas cidades, estabelecido em junho de 2021.
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