Guimarães Mais Verde #11

Page 1

#11 junho 2019

Esta revista é uma publicação da Câmara Municipal de Guimarães. Semestral, de distribuição gratuita, acompanhará a Estrutura de Missão para o Desenvolvimento Sustentável – Guimarães 2030.

ESTRUTURA DE MISSÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL GUIMARÃES 2030 Conselho Consultivo agrega mais de 400 instituições

Universidade do Minho no caminho para a sustentabilidade


2 guimarães mais verde

Nota Introdutória Agora com periocidade semestral, está de regresso a revista que mostra aos vimaranenses o trabalho que Guimarães desenvolve na área do desenvolvimento sustentavél. Depois da candidatura a Capital Verde Europeia 2020, e de se ter classificado num honroso 5º lugar, Guimarães prossegue o caminho iniciado em 2014, agora com a Estrutura de Missão para o Desenvolvimento Sustentável Guimarães 2030. Nestas páginas explicamos o que é e como funciona a estrutura de missão, bem como o Conselho Consultivo, que reúne mais de 400 instituições de Guimarães. Da-mos voz à Universidade do Minho, através do seu Próreitor para a Qualidade de Vida e Infraestruturas, Paulo Cruz. Falamos ainda das 26 Brigadas Verdes espalhadas pelo Concelho, do Eco Parlamento e de mais uma boa-prática reconhecida internacionalmente.

A Estrutura de Missão somos todos nós! Quando, em 18 de dezembro de 2018, apresentámos publicamente a Estrutura de Missão Guimarães 2030, renovámos o compromisso com os Vimaranenses de darmos continuidade a uma agenda de sustentabilidade ambiental para o nosso concelho. Fizemo-lo com a forte convicção de que o respeito pelo meio-ambiente e pela Natureza é fundamental para o futuro do nosso planeta, e com a certeza de que as grandes transformações se conseguem através da ação local. Disse-o repetidas vezes, e reafirmo-o, que o título de Capital Verde Europeia, embora

importante, não é um fim em si mesmo, mas apenas um meio para um objetivo maior cuja perenidade nos proporcionará uma maior qualidade de vida. Mais importante do que o resultado final é o caminho que iniciámos e que será irreversível. A nova Estrutura de Missão, agora com um horizonte temporal fixado em 2030, tem uma agenda ambiciosa, mas não menos aliciante, que se traduz num caderno de encargos com novas responsabilidades e desafios. Com base no Plano para o Desenvolvimento Sustentável de

Ficha Técnica: propriedade Câmara Municipal de Guimarães / periodicidade semestral / tiragem 20.000 exemplares composição Laboratório da Paisagem / impressão Norprint Artes Gráficas S.A. / papel Munken Pure / distribuição gratuita (O papel Munken Pure é produzido de acordo a certificação FSC ® - Forest Stewardship Council. O FSC ® é um dos selos florestais mais reconhecidos em todo o mundo. Trata-se de uma garantia de origem que assegura a exploração florestal de forma responsável. Criado em 1993 na Alemanha, por várias instituições internacionais, o FSC ® tem como objetivo estabelecer princípios e critérios para conciliar a exploração da floresta e a conservação dos seus recursos).


guimarães mais verde  3

alavancando novas formas de eco-cidadania e introduzindo boas práticas que acelerem a mudança de comportamentos e atitudes para o desenvolvimento sustentável.

o Guimarães (PDSG2030), definir-se-ão o modo e o tempo para uma nova candidatura a Capital Verde Europeia, sem que, durante o percurso, se deixe de consolidar, através de diferentes eixos de ação, a cultura ambiental de todos os cidadãos residente no nosso concelho. Para tal, será decisiva a criação de uma cultura da informação e do conhecimento – que se constitua como um instrumento de capacitação e de empoderamento democráticos – capaz de agir como mola impulsionadora de novas abordagens e responsabilidades partilhadas, de mais educação e sensibilização para as causas públicas. Uma cultura da informação e do conhecimento que promova o envolvimento e a participação de todo o tecido social nas tomadas de decisão,

No domínio do conhecimento técnico-científico, a Estrutura de Missão contará com valiosos contributos dos mais variados quadrantes. Desde logo, a implicação de quatro instituições de ensino superior e de investigação no Conselho Diretivo – a Universidade do Minho, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade das Nações Unidas e o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave –, e um Conselho Especializado que contará com os aportes do corpo técnico da Câmara Municipal de Guimarães, com a participação de representantes do setor empresarial local e de especialistas das mais diversas áreas do conhecimento. Com o nível de cooperação que se espera, conseguiremos, de uma forma integrada, introduzir o conhecimento técnico-científico na gestão do território, bem como colocar em prática um processo de monitorização que fará o follow-up das medidas implementadas, estudando os impactos na qualidade de vida dos cidadãos. Será a partir de informação validada cientificamente que serão construídas as ferramentas de apoio à decisão e que será promovida uma gestão transversal, integrada e multidisciplinar. Esta é também uma Estrutura de Missão inclusiva. O seu Conselho Executivo terá a participação e contributo dos vereadores com poderes delegados e de representantes das instituições de ensino superior. E o seu Conselho Consultivo bene-

ficiará da importante presença de representantes de todos os partidos com assento na Assembleia Municipal, de diretores de Agrupamentos de Escolas e de Escolas, de Presidentes de Juntas de Freguesia, de representantes das Brigada Verdes, e de diversas entidades, associações e empresas com relevo para o tema da sustentabilidade ambiental. Ao nível do aconselhamento externo, a Estrutura de Missão Guimarães 2030 continuará a contar, como no passado, com o conhecimento, saber e prestígio de um conjunto de especialistas internacionais, dos quais destacamos o Professor Mohan Munasignhe, físico e economista, Prémio Nobel da Paz em 2007, a Professora Jane Carruthers, professora emérita de História Ambiental na Universidade de África do Sul, e o Ex-Mayor da cidade de Austin, no Texas, Will Wynn. A sustentabilidade ambiental é um dos pilares do desenvolvimento do concelho de Guimarães e uma oportunidade para promover o território a nível local, nacional e internacional. As sociedades de hoje, com base no conhecimento, estão mais atentas aos fenómenos que representam uma ameaça para o futuro da humanidade e, se estimuladas, não se coibirão de fazer a sua parte para que o futuro do nosso Planeta seja mais sustentável. Por esse motivo, digo que a Estrutura de Missão Guimarães 2030 somos todos nós! Pois só com o esforço de todos é que conseguiremos promover a mudança necessária para que o paradigma de desenvolvimento social e económico se inverta irreversivelmente. Guimarães conta com todos!


4 guimarães mais verde

Estrutura de Missão para o Desenvolvimento Sustentável - Guimarães 2030 A transformação de um território cada vez mais sustentável é premissa da Estrutura de Missão para o Desenvolvimento Sustentável - Guimarães 2030. O Conselho Consultivo da estrutura, sediada no Laboratório da Paisagem, está representado por mais de 400 instituições do concelho, adicionando o conhecimento científico à gestão do território, com a participação ativa e mobilização ao conhecimento da Universidade do Minho (UM), Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD), Universidade das Nações Unidas (UNU) e Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA). A Estrutura de Missão Guimarães 2030 é uma plataforma de discussão e reflexão sobre os grandes temas do desenvolvimento sustentável: Alterações Climáticas e Energia; Natureza, Paisagem e Biodiversidade; Resíduos, Recursos e Inovação; Ar e Acústica; Mobilidade Sustentável e Planeamento; Água; Ecocidadania, Ecocultura e Turismo Sustentável; Educação, Desenvolvimento Social e Bem-estar; Ambiente Urbano e Smart City; Comunicação; Relações Internacionais. No centro da Estrutura de Missão está o Conselho

Consultivo que funciona através de dinâmicas de grupo num modelo participativo e formativo do qual resultarão ideias e propostas focadas na transformação de comportamentos em prol de uma sociedade carbono neutro. Pretendese que todos os cidadãos, nos mais diferentes quadrantes da sociedade, se envolvam na discussão e análise dos desafios decorrentes do desenvolvimento sustentável. Para além do Conselho Consultivo, a Estrutura de Missão conta com um Conselho Especializado composto por equipas multidisciplinares onde se dá primazia à cooperação entre as diferentes instituições em prol do estudo das problemáticas, desenvolvimento de ações/ projetos e monitorização do progresso do processo de transformação. Desta Estrutura de Missão, fazem igualmente parte todos os membros do Executivo Municipal, aproximando-se a informação produzida à decisão. Está definido ainda o Comité Externo de Aconselhamento, constituído por figuras proeminentes ligadas ao desenvolvimento sustentável, destacando-se os Membros que integraram a anterior Estrutura de Missão, como o Professor Mohan Munasinghe, Professora Jane Carruthers e o Ex-Mayor Will Wynn.


guimarães mais verde  5

Conselho Executivo

Conselho Diretivo

Comité de Aconselhamento Externo

Conselho Especializado

Estrutura de Missão para o Desenvolvimento - Guimarães 2030

Conselho Consultivo

Coordenador Geral


6 guimarães mais verde

Conselho Consultivo reúne mais de 400 instituições de Guimarães O Conselho Consultivo da Estrutura de Missão para o Desenvolvimento Sustentável - Guimarães 2030 tem como função participar e contribuir com ideias para o desenvolvimento sustentável do território, bem como acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos realizados pela estrutura, no sentido de analisar à luz da visão estabelecida, dos objetivos e do plano definidos. O Conselho Consultivo é constituído por um representante de cada partido político com assento na Assembleia Municipal de Guimarães, pelos diretores dos Agrupamentos de Escolas e das Escolas Secundárias, pelos Presidentes das Juntas de Freguesia, pelos representantes das Brigadas Verdes formalmente constituídas e por um conjunto de entidades, associações, instituições e empresas com uma atividade diretamente ligada ao trabalho a ser desenvolvido

pela Estrutura de Missão. Este órgão tem ainda como missão acompanhar a Estratégia Municipal das Alterações Climáticas, conforme deliberação do Município de Guimarães em março de 2017. Desde a sua criação, a Estrutura de Missão já reuniu em sete ocasiões. Cada reunião tem, no máximo, 25 participantes e a sessão é dividida em duas partes, uma mais informativa e explicativa, feita por especialistas, e uma segunda de cocriação, onde são exploradas as ideias, sugestões e projetos dos participantes com a ajuda de um facilitador. O resultado é divulgado sob a forma de relatório e enviado aos participantes e membros do Executivo Municipal que analisam as propostas e a pertinência de incluir as sugestões nas suas ações.


guimarães mais verde  7

CONSELHO CONSULTIVO #1

PEGADA ECOLÓGICA DE GUIMARÃES PORQUE É QUE TU INTERESSAS?

CONSELHO CONSULTIVO #2

GUIMARÃES: RECURSOS HÍDRICOS OU ÁGUA?

CONSELHO CONSULTIVO #3

PORQUE NÃO RECICLO? QUAIS OS INCENTIVOS QUE ME PODEM DAR?

CONSELHO CONSULTIVO #4

BIODIVERSITY GO! APANHA A ESPÉCIE


8 guimarães mais verde

CONSELHO CONSULTIVO #5

ESTARÁ GUIMARÃES PREPARADA PARA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS?

CONSELHO CONSULTIVO #6

INFLUENCIADORES PARA A CIDADE SUSTENTÁVEL

CONSELHO CONSULTIVO #7

CIDADÃOS PELA REDUÇÃO DA PEGADA ECOLÓGICA

Para além do Conselho Consultivo, a Estrutura de Missão conta ainda com um Conselho Especializado composto por equipas multidisciplinares onde se confere a cooperação entre as diferentes instituições em prol do estudo das problemáticas, desenvolvimento de ações/projetos e monitorização do progresso, aliando a experiência técnica ao conhecimento científico.


guimarães mais verde  9

PROPOSTAS Das reuniões já efetuadas, há já um conjunto de propostas e ações dos participantes. Conheça algumas das principais:

Apoio à utilização de energias renováveis

Descontos nos transportes públicos e na aquisição de bicicletas

Aplicação de taxas proporcionais ao nível de poluição individual

Utilização de uma sinalética com tempo a que nos encontramos de determinado sítio, caso vá a pé ou de bicicleta

Educação ambiental nas escolas

Aumentar o número de formação e sensibilização para a mobilidade sustentável

Incentivo ao uso de fibras sustentáveis e reaproveitamento de tecidos

Criação de rotinas como o corte ao trânsito

Premiação de empresas que adotem medidas mais sustentáveis

Aumentar a rede de transporte elétrico

Educação alimentar para as crianças, jovens e adultos, baseada em escolhas sustentáveis e mais benéficas para a saúde

Incentivo positivo com cartazes, outdoors, publicidade nos autocarros, promovendo as boas práticas ambientais

Diminuição de preços nos produtos ambientalmente sustentáveis

Estratégias que envolvam a comunidade na promoção da mobilidade suave

Alargamento dos horários dos transportes públicos e redução dos preços

Utilização de autocarros mais pequenos, com consequente diminuição de gastos e poluição

Promover a interação da população com as linhas de água, criando trilhos nas margens. Estabelecimento da carta de boas práticas para empresas Alargamento do sistema PAYT a todo o concelho Promover oficina de reparação de móveis e eletrodomésticos Nas zonas rurais, incentivar a compostagem

Promover a cooperação entre as Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escolas e Laboratório da Paisagem Vantagens para participação em movimentos cívicos de proteção das linhas de água Aumentar o número de ecopontos Plataforma online de troca de bens, de forma a evitar a criação de resíduos desnecessários Premiar quem recicla com vales de desconto


10 guimarães mais verde

ENTREVISTA - Paulo Cruz, Pró-reitor Qualidade de Vida e Infraestruturas da Universidade do Minho

"A Reitoria está comprometida em assumir os valores de defesa do desenvolvimento sustentável e da inclusão" A universidade do Minho tem feito um percurso notável em termos de desenvolvimento sustentável. Quais são as áreas chave? A política de Sustentabilidade adotada pela UMinho encontra-se definida no Plano Estratégico para 2020. Esta engloba a administração, a gestão e a operação da instituição, a ação educativa, as atividades de investigação, e a divulgação do seu desempenho e o seu impacto. No que concerne a divulgação do seu desempenho e impacto

devo destacar que desde 2010 a Universidade do Minho publica relatórios de sustentabilidade. Em 2014 a Universidade do Minho subscreveu o Pacto Global das Nações Unidas, convicta do seu compromisso público e voluntário em cumprir os dez princípios fundamentais sobre direitos humanos, práticas laborais, proteção ambiental e anticorrupção. Daí decorre a necessidade de periodicamente apresentar uma “comunicação de comprometimento”, descrevendo as ações que tomou para apoiar o Pacto Global da ONU e os seus

princípios, evidenciando e reforçando a sua função de promotor do desenvolvimento pessoal e social dos seus membros e do desenvolvimento social, económico e cultural da região e do país. A Times Higher Education publicou recentemente o primeiro ranking destinado à avaliação do impacto social e económico das universidades, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Nesta primeira edição avaliaram o sucesso de mais de quinhentas universidades de setenta e cinco países no cumprimento


guimarães mais verde  11

de onze dos dezassete objetivos. A Universidade do Minho ficou classificada na 83ª posição a nível mundial e na primeira posição entre as universidades portuguesas, graças ao seu compromisso com a sustentabilidade evidenciado nos seguintes objetivos: parcerias para a implementação dos objetivos (obrigatório); educação de qualidade; cidades e comunidades sustentáveis; indústria, inovação e infraestrutura; saúde de qualidade. Neste contexto importa destacar que na “educação de qualidade” ocupa a 21ª posição a nível mundial. Como se relaciona a questão da sustentabilidade com a qualidade de vida no campus? A Reitoria está comprometida em assumir os valores de defesa do desenvolvimento sustentável e da inclusão, promovendo a preservação e a melhoria contínua do património edificado e natural. Pretendemos contribuir para uma universidade com menos barreiras, que privilegia modos de mobilidade suave e segura e que reconhece que os espaços públicos e verdes representam um fator decisivo de qualidade de vida e bem-estar. No programa de ação 2017-2021 são muitos e variados os objetivos relacionados com a sustentabilidade, de que destacaria os seguintes: a promoção de qualidade de vida nos campi; a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento dos campi; a elaboração de um plano promotor de práticas inclusivas; a promoção, monitorização e avaliação de políticas e planos de sustentabilidade; a preparação de orientações e planos para a gestão do património edificado e dos espaços exteriores; a participação da Universidade em redes ou consórcios no âmbito da sustentabilidade e qualidade de vida nos campi. A UMinho deve entender os seus campi como espaços de educação, proporcionadores de condições e experiências formativas relevantes para lá das formais que ocorrem nas salas de aula e nos laboratórios, tornando-os autênticos ecossistemas abertos, constituindo-os

e valorizando-os como fatores de “educação superior” de natureza integral, que a Universidade perfilha. Por tudo isto é evidente que tem de haver uma forte e íntima relação entre a sustentabilidade e a qualidade de vida nos campi. A sustentabilidade é encarada de uma forma transversal e multidisciplinar? Claramente. No que diz respeito à ação educativa temos a visão de dotar os alunos de competências e ferramentas transversais às suas áreas de formação, que lhes permitam colocar a sustentabilidade no cerne da sua ação. No domínio da investigação dispomos de, cada vez mais, equipas multidisciplinares para desenvolver e aplicar novas soluções para os desafios globais. No que concerne a extensão universitária devo referir que no passado recente foram muitos os colegas da Universidade do Minho que se envolveram ativamente na preparação da candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia. Estou certo que continuarão a ser muitos, também, os colegas que continuarão a apoiar esse desiderato e a colaborar com o Laboratório da Paisagem, nomeadamente no que respeita a promoção e participação em projetos em domínios tão variados como o ambiente, a biologia, a ecologia, a geografia e a hidráulica. A universidade do Minho faz parte da Estrutura de missão de Guimarães desde 2015. Considera importante aliar o conhecimento à gestão do território? Sem dúvida alguma. É neste momento inegável e incontornável a importância que Universidade do Minho desempenha na indução e suporte do desenvolvimento regional. Aliás, essa importância foi recentemente reconhecida pela EUA – European University Association, que considerou a Universidade do Minho como um caso de estudo nessa matéria e que a incluiu num estudo, muito restrito,

sobre o papel de nove Universidades nos ecossistemas regionais de inovação. Nesse papel podemos mencionar muitos projetos promovidos na última década em estreita parceria da Universidade do Minho e Município de Guimarães. Permita-me a título de exemplo mencionar o Instituto de Design de Guimarães, que desde 2012 tem vindo a tornar possível uma efetiva articulação entre criatividade e tecnologia e a estimular na cidade de Guimarães a criação de ambientes abertos de inovação, tornando-a numa plataforma para o desenvolvimento do conhecimento, colaboração e experimentação no domínio do Design. Na relação entre conhecimento e gestão do território posso ainda mencionar a plataforma UM-Cidades, que articulando e reforçando a cooperação científica das Unidades de Investigação da UMinho, pretende valorizar, transferir e aplicar conhecimento nos municípios e regiões, numa base de intercâmbio e valorização recíproca. A sua ação tem visado colocar na agenda a temática da territorialização do desenvolvimento, perspetivada a partir da ação dos municípios; dando visibilidade, reconhecendo e premiando as boas práticas em projetos implementados pelos municípios com impactos assinaláveis no território, na economia e na sociedade.

A Universidade do Minho ficou classificada na 83ª posição a nível mundial e na primeira posição entre as universidades portuguesas, graças ao seu compromisso com a sustentabilidade.


12 guimarães mais verde

Guimarães já conta com 26 Brigadas Verdes

Guimarães é cada vez mais um território de eco-cidadãos. Os vimaranenses sabem da importância da contribuição da sociedade civil para um mundo mais sustentável. Exemplo disso são as atuais 26 Brigadas Verdes espalhadas pelo Concelho de Guimarães. Centenas de pessoas, de várias idades, assumem uma missão ambientalista e totalmente voluntária, com ações simples, mas de extrema importância. Limpam margens dos rios, estradas e montes, plantam árvores autóctones e promovem ações de sensibilização junto da restante população, mostrando a todos que um Mundo melhor depende da ação de cada um. Na sua maioria as juntas de freguesia assumem o papel de coordenadar cada uma das estruturas, que em muitos casos junta outras associções locais, como escuteiros, associações de pais,

grupos recreativos, culturais e desportivos, entre outros. Há ainda uma Brigada Verde criada pelo Salgueiral - SARC e outra pela Escola Profissional Cisave. Na mais recente apresentação, da Brigada Verde da União de Freguesia de Serzedo e Calvos, o Presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, apontou a “educação ambiental” como “fundamental” para o desenvolvimento sustentável, referindo como muito relevante o envolvimento das escolas e dos agrupamentos de escuteiros. “É importante cuidar do ambiente através de um plano de ação que cuide e proteja o património natural, em especial as nossas linhas de água, não permitindo a sua poluição, mas antes limpando as margens, de modo a sustentar a fauna e a flora autóctone. Isto é a defesa da biodiversidade”, completou.


guimarães guimarães mais mais verde  13 verde  13

····································································· Brigadas verdes de guimarães ····································································· ≥ Airão Stª Maria, Airão S. João e Vermil ≥ Aldão ≥ Atães e Rendufe ≥ Barco ≥ Briteiros S. Estêvão e Donim ≥ Brito ≥ Caldelas ≥ Candoso S. Tiago e Mascotelos ≥ Conde e Gandarela ≥ Costa ≥ Creixomil ≥ Escola Profissional Cisave ≥ Fermentões ≥ Gonça ≥ Guardizela ≥ Leitões, Oleiros e Figueiredo ≥ Longos ≥ Moreira de Cónegos ≥ Nespereira ≥ Penselo ≥ Ponte ≥ Sande S. Martinho ≥ Serzedelo ≥ Serzedo e Calvos ≥ Silvares ≥ S. Torcato


14 guimarães mais verde

Agrupamento de Escolas Fernando Távora vence quarta edição do Eco Parlamento O Agrupamento de Escolas Fernando Távora ficou em primeiro lugar na quarta edição do Eco Parlamento, cuja final realizou-se no dia 20 de maio, no Auditório da Universidade do Minho, em Guimarães.

O Pró-reitor da Universidade do Minho, Paulo Cruz, destacou que os 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU “devem ser levados muito a sério” enaltecendo a participação dos jovens vimaranenses no Eco Parlamento.

A apresentação e a defesa do projeto “A Horta…de todos e para todos”, apresentado pelos alunos do Agrupamento de Escolas Fernando Távora acabou por convencer o júri. No pódio ficaram os projetos “H2O_doce – Promoção do consumo de água” (Agrupamento de Escolas Virgínia Moura) e ainda “O Mar também nos pertence” (Agrupamento de Escolas Professor Abel Salazar). Participaram também nesta sessão os Agrupamentos de Escolas Arq. Mário Cardoso, Vale de S. Torcato, D. Afonso Henriques, Santos Simões e Abação.

Os desafios ambientais sob o mote “Agenda 2030 da ONU – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável” estiveram na base dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano letivo para esta edição do Eco Parlamento.

“Estes são desafios importantes e devem ser colocados no terreno, pelo interesse despertado pelos próprios jovens e que devem ter uma voz mais ativa. Estamos a desenhar um território diferente em Guimarães, centrado nas causas ambientais, e a Câmara de Guimarães está apostada em colher todos os contributos para construir o futuro e ajudar a mudar o mundo”, apontou a vice-presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Adelina Pinto, na abertura desta sessão.

O Eco Parlamento tem como objetivo garantir que os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que participam ativa e democraticamente. As crianças e os jovens por sua vez são centrais neste apelo global de participação e o ambiente escolar, essencial para inspirar e incentivar a participação no desenvolvimento das comunidades.

Ao longo de diversas sessões parlamentares, em trabalho de equipa, os alunos identificaram desafios ambientais em diversas escalas geográficas e estruturaram as devidas soluções debatendo perante os restantes participantes.


guimarães mais verde  15

Aplicação móvel Biodiversity GO! apresentada na rede Eurocities

Guimarães participou no Fórum de Ambiente da Rede de Cidades Europeias - Eurocities - a coordenar, em conjunto com a cidade de Utrecht (Holanda), o grupo de trabalho de Áreas Verdes e Biodiversidade, debruçando-se sobre o envolvimento das comunidades na proteção da Biodiversidade e áreas Natura 2000, com a presença da Direção-Geral do Ambiente da Comissão Europeia.

Guimarães presente na maior conferência europeia para cidades sustentáveis

Durante este Fórum, Guimarães apresentou como boa prática a interação e contribuição das Brigadas Verdes na Base de Dados de Guimarães, com a utilização da plataforma Biodiversity Go, assente no conceito ciência-cidadã.

Guimarães foi uma das cidades convidadas a participar na conferência da Urban Future Global Conference, em Oslo, na Noruega, reconhecida como uma referência no processo de transformação em curso no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável.

O Fórum Europeu de Cidades teve lugar em Génova, Itália, entre os dias 3 e 5 de abril, sob o tema “Construir Cidades Resilientes: Dos desafios às Oportunidades”, onde o foco se concentrou também no Pacto de Autarcas para o Clima e Energia e nas principais medidas de adaptação que as cidades devem implementar para fazer face às alterações climáticas, bem como os desafios e as metas até 2030 e 2050. A representação de Guimarães, assumida pela Coordenadora-Geral da Estrutura de Missão para o Desenvolvimento Sustentável - Guimarães 2030, Isabel Loureiro e o Presidente do Laboratório da Paisagem, Jorge Cristino, teve ainda a oportunidade de partilhar outras boas práticas com cidades candidatas a Capital Verde Europeia para 2021 e que podem contribuir para a concretização do Plano de Desenvolvimento Sustentável Guimarães 2030.

Nesta conferência, a Coordenadora Geral da Estrutura de Missão Guimarães 2030, Isabel Loureiro, integrou uma sessão no sentido de partilhar a experiência de como desenvolver a base para mudanças substanciais nas cidades suportadas por novas formas de governança e liderança. Esta sessão contou com mais 200 individualidades de todo o mundo, designados por "City changers" e deu a conhecer o trabalho da Estrutura de Missão para o desenvolvimento Sustentável Guimarães 2030 do qual resulta um processo de transformação para uma sociedade livre de carbono. Foram três dias de partilha de boas práticas abrangendo várias áreas do desenvolvimento sustentável; desde energia, mobilidade, alterações climáticas, modelos de participação, objetivos de desenvolvimento sustentável, inovação, emprego e compras verdes, financiamentos, inclusão, entre outras


16 guimarĂŁes mais verde


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.