Noticia 1322

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Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 8 de outubro de 2014 • Nº 1.322

Mais gastos, menos qualidade Pesquisa do professor Marcelo Ortega, do Departamento de Economia (CESA) sobre gastos com a saúde pública nas cidades Londrina, Curitiba, Maringá e Foz do Iguaçu, no período de 2002 a 2010, revelou que Londrina gasta mais e tem os piores índices neste setor. A pesquisa ganhou o prêmio de segunda melhor dissertação de mestrado do Brasil na área de Economia. Pág. 5


2 NOTÍCIA

TECNOLOGIA

- 8 de outubro de 2014

Empresa incubada na Intuel lança produto Exclusivo para refrigerar latinhas, o Cubebeer tem gasto energético reduzido porque não é necessário abrir a porta para pegar a bebida CELSO MATTOS

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ais uma empresa incubada na Agência de Inovação da UEL (Aintec), da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Intuel) lança um produto inovador no mercado. É o caso da Eidee Design que em 2009 foi aprovada na seleção da Aintec. Os irmãos Ricardo e Cláudio Dantas, proprietários da empresa, aproveitaram a oportunidade para colocar em prática um antigo projeto: desenvolver o Cubebeer, um novo modelo de frigobar exclusivo para refrigeração de latinhas. Segundo Ricardo Dantas, o produto foi pensado para um uso doméstico, ideal para ser usado em espaço gourmet e em áreas de lazer. “O grande diferencial do Cubebeer em relação a um frigobar comum é que não preciso abrir a porta para retirar as latinhas, basta acionar as alavancas e as latinhas são projetadas para fora. Não precisando abrir a porta, o gasto energético é bem menor”, destaca Ricardo. O CubeBeer tem a função de manter até 42 latinhas resfriadas em uma dimensão cúbica de 50 centímetros laterais. Produzido em inox, com porta de vidro e com design clean, o produto foi desenvolvido para refrigerar, mas não congelar as bebidas. “Nossa intenção era lançálo antes da Copa do Mundo, mas depois do produto desenvolvido, o desafio foi encontrar uma empresa para fabricá-lo. Agora fizemos uma parceria com uma empresa de Maringá para a fabricação”, ressalta Ricardo. Para testar a aceitabilidade do Cubebeer pelos consumidores, foi feito um pré-lançamento do produto em setembro e desenvolvido um site com informações detalhadas, no qual o internauta pode se cadastrar e manifestar seu interesse em adquiri-lo. “Assim teremos um feedback dos consumidores para planejar o processo de fabricação”, explica Ricardo. O CubeBeer tem um formato compacto e tecnologia Low-e na porta de vidro tripla, que evita a condensação do ar e garante o isolamento das latinhas no refrigerador. “A transparência da tampa frontal do cubo permite que o usuário possa ver e controlar melhor o consumo das bebidas armazenadas”, acrescenta. Ricardo Dantas ressalta que este período de incubação na Intuel foi fundamental para a empresa se estruturar e ter segurança para desenvolver este e outros produtos que estão em fase de produção. “É uma experiência muito gratificante e a logística dada pela Intuel permite que as

empresas que estão entrando no mercado tenham mais tempo para se dedicar à produção, pois a Incubadora dá o respaldo administrativo”, diz o empresário. INTUEL - A missão da incubadora é fomentar o empreendedorismo inovador e, para isso disponibiliza uma série de benefícios voltados aos pequenos negócios. Mais de 50 empresas já foram apoiadas pelo processo de incubação Intuel e juntas representam um número significativo de empreendimentos do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação de Londrina. Além disso, em 2011, a incubadora recebeu o Prêmio Incentivo de Empreendedorismo Inovador, concedido pelo Centro Internacional de Inovação (C2i) do Sistema FIEP. Mais informações sobre o produto podem ser obtidas no site: www.cubebeer.com e pela fanpage cubebeer.

O Cubebeer comporta 42 latinhas e possui três alavancas que acionam o dispenser

Ricardo Dantas (em pé), com Nícolas Lopes e Wilson Harata, da área de design gráfico

Atividades marcam o Dia do Servidor Em comemoração ao Dia do Servidor Público (28 de outubro), a UEL, por meio da Divisão de Relações Públicas, da Coordenadoria de Comunicação (COM), vai promover o “Dia do Servidor”. A iniciativa será realizada dia 24 de outubro, das 10 às 15 horas, no Anfiteatro Cyro Grossi, do Centro de Ciências Biológicas (CCB).

Os servidores receberão orientações sobre saúde, aposentadoria, saúde bucal, licenças e acervos. Também estarão à disposição sessões de massagem e cortes de cabelo gratuitos, cujo atendimento será realizado por senha. Serão duas turmas, uma das 10 às 12 horas e outra das 13 às 15 horas, com limite de 10 vagas por turma.

Outro destaque é Feirinha da Cidadania de produtores familiares e pequenos produtores, que vai ocorrer durante todo o evento, com a oferta de legumes e verduras sem agrotóxicos, além de pães caseiros, bolos e artesanato. A atividades ainda incluem dicas de maqu iagem, trata mento de cabelo, design de cílio e de sobrancelhas, orien-

tações e cuidados com a pele facial. Além da COM, o “Dia do Servidor” é uma realização da Pró-reitoria de Recursos Humanos (Prorh), Pró-reitoria de Extensão (Proex), Divisão de Assistência à Saúde da Comunidade (Dasc) e Serviço de Bem Estar à Comunidade (Sebec). Os interessados podem obter mais informações pelos ramais: 4541, 4281 e 4381.

EXPEDIENTE • Redação:Chico Amaro, José de Arimathéia, Mirian Peres da Cruz e Pedro

Universidade Estadual de Londrina Reitora: Berenice Quinzani Jordão Vice-Reitor: Ludoviko Carnasciali dos Santos

Livoratti.

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL • Coordenadora: Ligia Barroso

• Chefe da Divisão de Jornalismo: Irene Fonçatti • Editor: Celso Mattos

• Diagramação/Editoração: Moacir Ferri e Nadir Chaiben. • Fotógrafos: Beatriz Botelho, Daniel Procopio e Gilberto Abelha. UEL – Campus Universitário – CP. 6001 – CEP 86051-990 – Londrina – PR Telefones: (43) 3371-4361 – 3371-4115 - noticia@uel.br


PESQUISA

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NOTÍCIA 3

Sorvete funcional é alternativa para alimentação saudável Pesquisa do Departamento de Ciências e Tecnologia de Alimentos (CCA) investe em sorvete probiótico que possui baixo teor de gordura e lactose MIRIAN PERES DA CRUZ

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uem não gosta de sorvete? A sobremesa gelada é unanimidade na hora de amenizar o calor, especialmente na estação mais esperada do ano, o verão. Em função das altas temperaturas, o período é sugestivo para o consumo do sorvete. De olho nessa demanda de mercado, pesquisadores do Departamento de Ciências e Tecnologia de Alimentos, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), apostam no desenvolvimento do sorvete probiótico. O objetivo é produzir um sorvete compropriedades funcionais, com baixo teor de gordura e lactose. O alimento considerado probiótico é à base de isolado protéico de soro e fermentado com Kefir (ou quefir). São grãos formados por uma cultura de micro-organismos, inseridos em uma matriz de polissacarídeos, que contém variada microbiota benéfica ao organismo. De acordo com o estudante Paulo Terumitsu Saito, mestrando do programa de pósgraduação em Ciência de Alimentos, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), a ideia é investir na criação de um produto inovador na área de alimentos. E ainda, ao mesmo tempo, a expectativa é mudar a concepção tradicional do sorvete. “O sorvete convencional é consumido como um alimento rico em gordura, por isso, a nossa iniciativa visa reduzir o teor de gordura do produto”, explica. A gordura é usada para dar maciez, cremosidade e volume ao sorvete. O principal desafio agora é a definição da formulação final do sorvete. “Isso vai depender da escolha de ingredientes que irão substituir a gordura”, observa Paulo Saito. Desse modo, a expectativa é que o produto final tenha menos lactose em função da fermentação feita por bactérias probióticas. “Hoje, os consumidores estão mais exigentes, e querem produtos mais saudáveis. Por isso, o sorvete precisa ficar ao mesmo tempo atrativo e saboroso”, observa Paulo Saito. O estudante ainda acrescenta que o sorvete poderá ser preparado com polpa de fruta concentrada para atribuir mais sabor ao produto. “Ficaria mais natural do que com a adição de aromatizante”, diz.

O mestrando Paulo Saito com a orientadora da pesquisa, professora Sandra Garcia

Além do menor teor de gordura, o produto se posiciona como com características funcionais porque vai conter mais proteínas e bactérias probióticas. “A substituição parcial da gordura por proteína confere ao sorvete propriedades benéficas à saúde”, aponta a professora Sandra Garcia, do Departamento de Ciências e Tecnologia de Alimentos, orientadora do projeto “Desenvolvimento de sorvete probiótico à base de soro protéico fermentado com Kefir”. APRECIADO - Vale destacar que o projeto é desenvolvido em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no caso do uso de equipamentos, a iniciativa conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “O sorvete é um bom veículo para incorporar bactérias probióticas, pois é conservado sob congelamento, sendo que os micro-organismos benéficos sobrevivem nessa condição”, salienta Sandra Garcia. A professora lembra que o sorvete é um alimento muito

apreciado entre os consumidores, sejam crianças, adultos ou idosos. Ela ainda destaca que normalmente as pessoas consomem produtos probióticos derivados do leite, sendo que os mais conhecidos são os iogurtes. Os alimentos funcionais estão entre as alternativas de alimentação saudável. É o caso dos iogurtes que trazem diversos benefícios à saúde. O consumidor inclusive tem à disposição no mercado de iogurtes, produtos que contém microorganismos vivos (bactérias e leveduras), que regulam o funcionamento do intestino. O consumo regular garante o equilíbrio da microbiota intestinal, além de estimular o funcionamento do sistema imunológico. Também está entre os benefícios a prevenção de infecções intestinais.

Serviço: Departam ent o de Ciências e Tecnologia de Alimentos (CCA) - Fone: (43) 3371-4565

“O sorvete convencional é consumido como um alimento rico em gordura, por isso, a nossa iniciativa visa reduzir o teor de gordura do produto, que é usada para dar maciez, cremosidade e volume ao sorvete. O principal desafio agora é a definição da formulação final do sorvete. Isso vai depender da escolha de ingredientes que irão substituir a gordura”


4 NOTÍCIA

EXTENSÃO

- 8 de outubro de 2014

Para formar leitores Projeto de extensão coordenado pelo professor Rovilson da Silva, do Departamento de Educação (CECA), avalia as bibliotecas das escolas públicas de Londrina como mediadoras e formadoras de leitores TIAGO JUNGO*

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papel de uma biblioteca no âmbito escolar é fundamental. É nesse espaço que os estudantes têm a oportunidade de encontrar um bom livro, apreciar obras de diferentes autores e soltar a imaginação, principalmente se o livro prender a atenção. Mas para a biblioteca cumprir o papel de incentivar e formar leitores, ela precisa unir também conforto e orientação pedagógica. Foi pensando a biblioteca sob esses aspectos que o professor Rovilson da Silva, do Departamento de Educação (CECA) vem desenvolvendo o projeto de extensão “Formação do Mediador de Leitura da Rede Pública de Educação”, com a participação das professoras Teba Yllama, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (CTU) e Suely Bortolin, do Departamento de Ciências da Informação (CECA). O projeto também envolve estudantes dos cursos de Pedagogia e de Arquitetura da UEL. “O objetivo é reestruturar e adequar as bibliotecas das escolas públicas de Londrina para que elas cumpram seu papel na formação de leitores entre crianças e adolescentes”, explica o Rovilson da Silva. Em 2012, o projeto foi aplicado na biblioteca do Colégio de Aplicação de Londrina, Órgão Suplementar da UEL. E, atualmente, está sendo desenvolvido no Instituto de Educação Estadual de Londrina (IEEL). Segundo o professor, a participação dos cursos de Arquitetura e Pedagogia são fundamentais para dar orientação estrutural e pedagógica à biblioteca. “Os dois cursos atuam de forma interdisciplinar”, afirma. A primeira etapa é teórica na qual os participantes do projeto fazem uma radiografia da biblioteca. “Analisamos a planta arquitetônica, o espaço, a distribuição das prateleiras, mesas e cadeiras e o papel que a biblioteca ocupa dentro da escola”. Na etapa seguinte os estudos realizados são colocados em prática. “Nesta fase, os participantes do projeto se reúnem com a direção da escola para conhecer os problemas e dar um direcionamento para melhorar o ambiente”, explica Rovilson. Ainda nesta etapa, os estudantes dos cursos de Pedagogia e Arquitetura fazem visitas monitoradas e pequenos reparos começam a ser feitos de acordo com os recursos disponíveis no colégio. “Readequamos as sinalizações, horário de funcionamento da biblioteca, iluminação, além de alguns consertos necessários para dar mais conforto aos usuários do espaço”. Ele destaca que

Rovilson da Silva: “É precisa unir conforto e orientação pedagógica”

após esta redequação percebe-se que os estudantes acabam usando mais a biblioteca e também permanecendo mais tempo no local. “O retorno é sempre muito bom”, afirma. OXIGÊNIO - Segundo o professor, não se pode exigir dos estudantes uma boa concentração na leitura se o espaço não for adequado. “O espaço ensina por si. As cadeiras e mesas, por exemplo, precisam atender às necessidades dos estudantes, caso contrário interferem no fluxo de oxigênio para o cérebro, causando sono e cansaço nos alunos”, explica. Rovilson da Silva ressalta que o estudo revelou ainda que falta uma política pedagógica para que a biblioteca funcione de forma adequada. Ele destaca que em 2011 foi realizado um levantamento sobre “Avaliação das Bibliotecas Escolares no Brasil” que apontou que o país possui mais de 160 mil escolas de ensino Fundamental e Médio, mas apenas um terço delas possui uma biblioteca funcional. O professor lembra que o Brasil conta com a Lei 12.244/2010 que determina sobre acervo, títulos, preservação e fun-

cionamento das bibliotecas escolares. “Mas na minha opinião é uma lei falha porque não dá à biblioteca a dimensão que ela tem no desenvolvimento e aprimoramento da qualidade do ensino.“Uma coisa é a escola ter uma biblioteca, outra coisa é tê-la funcionando adequadamente, nos horários de aulas, intervalos e pós-aula”, reitera. Rovilson da Silva defende que para a biblioteca elevar a qualidade de ensino, ela precisa estar pedagogicamente integrada ao currículo da escola. *Estagiário do curso de Jornalismo na COM

Serviço: Departamento de Educação (CECA) - Fone: (43) 3371-4338

Palavras andantes Este projeto tem uma parceria com outro projeto: o “Palavras Andantes”, da Secretaria Municipal de Educação, idealizado em 2002 pelo professor Rovilson da Silva, que também foi premiado como o melhor projeto de leitura do país. Atualmente, é coordenado pela professora da rede municipal, Márcia Batista Oliveira, e tem como finalidade dar orientação pedagógica para os responsáveis pela Biblioteca Pública de Londrina. O docente destaca que os responsáveis pelas bibliotecas escolares precisam de formação específica para saber como

elas devem funcionar para se tornarem formadoras e mediadoras na leitura. Um exemplo de atividade do projeto “Palavras Andantes” é a “Hora do Conto”, um momento lúdico para atrair a atenção dos alunos e estimular a leitura. Em 2008, o projeto ganhou o prêmio “Vivaleitura”, do Ministério da Educação, que foi disputado entre outros 2 mil projetos sobre leitura do Brasil. O “Palavras Andantes” também tem o objetivo de orientar os professores sobre a diferença entre o leitor e a leitura, e o papel da biblioteca no âmbito escolar.

“Analisamos a planta arquitetônica, o espaço, a distribuição das prateleiras, mesas e cadeiras e o papel que a biblioteca ocupa dentro da escola. Depois, os participantes do projeto se reúnem com a direção da escola para conhecer os problemas e dar um direcionamento para melhorar o ambiente”


SAÚDE

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NOTÍCIA 5

Londrina gasta mais e apresenta os piores índices Pesquisa premiada do professor Marcelo Ortega, do Departamento de Economia (CESA), analisou os gastos com saúde pública em Londrina, Curitiba, Maringá e Foz do Iguaçu no período de 2002 a 2010 CELSO MATTOS

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dissertação “Avaliação econômica dos gastos com saúde pública dos principais municípios paranaenses”, defendida pelo professor Marcelo Ortega Massambani, do Departamento de Economia (CESA) ganhou o prêmio de segunda melhor dissertação do Brasil concedido pelo Conselho Federal de Economia (COFECON). Marcelo Ortega concluiu seu mestrado no programa de pós-graduação em Economia Regional da UEL, com orientação do professor Sidnei Pereira. A solenidade de entrega do prêmio foi no dia 3 de setembro, em Goiana (GO). A pesquisa avalia do ponto de vista econômico os gastos com a saúde pública nas cidades de Londrina, Curitiba, Maringá e Foz do Iguaçu, no período de 2002 a 2010. Segundo professor, o município de Londrina, em praticamente todo esse período teve gastos per capita em saúde pública superior aos demais. Entretanto, apresentou os piores índices nesta área se comparado aos demais municípios analisados. A pesquisa partiu do Pacto da Saúde de 2006, uma legislação nacional que teve como objetivo incentivar os municípios a melhorarem a qualidade da saúde pública prestada à população. “Queríamos saber como eram os gastos antes e depois deste pacto”, acrescentou o pesquisador. Para isso, Marcelo Ortega selecionou alguns índices para avaliar a qualidade da saúde nos municípios de Londrina, Curitiba, Maringá e Foz do Iguaçu, relacionados à mortalidade infantil e ao número de internamento de cada uma dessas cidades. “No Paraná, Londrina e Curitiba são as únicas que possui os maiores graus de complexidade no atendimento, ou seja, grau 3. Já Maringá e Foz possuem grau de complexidade 2, considerado nível intermediário, portanto são duas realidades diferentes”, explica. No cruzamento dos dados verificouse que no período de 2002 a 2010, Londrina aumentou seus gastos com a saúde pública se comparado aos demais municípios pesquisados. “Para nossa surpresa, apesar de ter gasto mais, observou-se que Londrina possui os piores indicadores relacionados à qualidade de saúde. Em termos de mortalidade infantil, por exemplo, a cidade foi a que menos reduziu os índices não só em relação aos outros três municípios, como também ao Paraná e ao Brasil”, destaca o professor. Segundo Marcelo Ortega, a pesquisa não analisou o motivo pelo qual esses índices pioraram.

Marcelo Ortega: “Queríamos saber como estavam os gastos antes e depois do Pacto de 2006”

“Por isso, não posso afirmar se os recursos foram mal utilizados ou não, pois isso foge ao escopo do estudo que identificou apenas os dados referentes aos gastos aos indicadores em relação à saúde pública. Em tese, gastos maiores deveriam refletir em mais qualidade nos serviços prestados à população, mas isso não aconteceu em Londrina”. DADOS - Em 2002, os gasto per capita com saúde pública em Londrina representava R$ 433,93 e em 2010 esse valor passou para R$ 571,07. “Nesse mesmo período Maringá gastou R$ 381,75 (2002) e R$ 535,87 (2010); Curitiba, gastou R$ 336,89 (2002) e R$ 481,00

“A pesquisa partiu do Pacto da Saúde de 2006, uma legislação nacional que teve como objetivo incentivar os municípios a melhorarem a qualidade da saúde pública prestada à população. Queríamos saber como eram os gastos antes e depois deste pacto”

(2010) e Foz do Iguaçu, gastou R$ 262,76 (2002) e R$ 438,07 (2010) explica o professor Marcelo. A pesquisa revelou que o município de Londrina possui o pior índice entre os municípios analisados e entre o Paraná e o Brasil, com um crescimento de apenas 47,69%. Maringá, por exemplo, cresceu 105,57%, Curitiba 116,53%, Foz do Iguaçu 171,15%, o estado do Paraná cresceu em média 169,96% e o Brasil 190,16%, ou seja, relacionando os gastos públicos com saúde aos níveis de mortalidade infantil per capita, observa-se que Londrina precisa evoluir bastante para alcançar melhores níveis nesse indicador.

Esses resultados demonstram que o município de Londrina precisa melhorar a administração dos gastos com saúde pública, ou seja, ajustar a máquina pública com o intuito de obter melhor desempenho na área de saúde e garantir a qualidade no serviço prestado à sociedade. “Sabe-se que os problemas da área da saúde vão muito além dos gastos, mas uma boa administração deve potencializar as melhorias esperadas”, defende o professor Marcelo Ortega.

Serviço: Departamento de Economia (CESA) Fone: (43) 3371-4255.

Recursos para a saúde no Brasil são baixos De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está entre os países com maior população. No entanto, os recursos gastos com saúde são inferiores se comparados aos países desenvolvidos. Os Estados Unidos, em 2011, por exemplo, gastaram $ 3.954,20 dólares per capita em saúde pública, enquanto o Brasil gastou apenas $ 477,00. Outros países como Canadá, Japão, Argentina e México gastaram, no mesmo ano, respectivamente $ 3.182,60, $ 2.539,60, $ 869,40 e $ 464,90 dólares per capita. Nas regiões brasileiras houve crescimento nos gastos com saúde pública per capita no período de 2000 a 2011. As regiões centro-oeste e sudeste se destacam com uma taxa de crescimento supe-

rior às demais regiões, com crescimento respectivo de 83,46% e 117,00% nos 12 anos compreendidos na análise. A região norte possui o menor valor per capita dos gastos com saúde pública em praticamente todo período analisado, mas com um crescimento razoável de 88,01%; a região nordeste obteve a maior taxa de crescimento, com cerca de 134,84% e a região sul com mais de 84,34% nos 12 anos. Para os estados da região sul, no período de 2000 a 2011, o crescimento nos gastos com saúde per capita foi de aproximadamente 73,40% para o estado do Rio Grande do Sul, 130,21% para Santa Catarina e 74,20% para o Paraná. Nosso estado gastou, em média, o montante de R$ 241,66 no ano 2000, R$ 306,86 em 2006 e R$ 420,99 em 2011.


6 NOTÍCIA

SAÚDE

- 8 de outubro de 2014

Pró-mestre avalia saúde dos professores de Londrina Estudo realizado pelo Departamento de Saúde Coletiva (CCS) envolveu 978 professores da Rede Pública Estadual de Londrina entre agosto de 2012 a junho de 2013. Segunda etapa da pesquisa começou este mês e vai até o próximo ano COM-HU

O

s professores do Departamento de Saúde Coletiva (CCS), Arthur Eumann Mesas e Alberto D urán González, coordenadores do estudo PróMestre: saúde, estilo de vida e trabalho de professores da Rede Pública do Paraná, reuniram-se no último dia 16, em Curitiba, com membros da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED). O objetivo do encontro foi apresentar os resultados da primeira etapa do estudo realizado entre agosto de 2012 e junho de 2013, que envolveu 978 professores da rede pública estadual de Londrina, e estabelecer uma relação de cooperação entre o grupo de pesquisa da UEL e a SEED. Entre os resultados expostos, destacaram-se a elevada prevalência de dor crônica presente em 42% dos professores, e problemas relacionados com o sono, citados por metade dos entrevistados. Ainda que não se possa afirmar, até o momento, que esses problemas de saúde sejam causados pela atividade docente, o que se observou é que esses dados são mais elevados em professores em comparação com a população geral. Com base nesses e em outros resultados obtidos no primeiro levantamento e com o apoio do Núcleo Regional de Educação, da Secretaria Municipal de Educação e, agora, da Secretaria Estadual de Educação, o grupo de pesquisadores iniciou no mês de setembro o PróMestre II (2014-2015), que compreende um novo levantamento de dados após cerca de dois anos, visando identificar se mudanças no estado de saúde estão relacionados às condições de trabalho, de saúde ou de estilo de vida que, em teoria, poderiam conferir maior risco. O novo estudo permitirá analisar se determinadas condições de trabalho proporcionam maior risco para ausências no trabalho por motivo de saúde. “Além disso, pretendemos investigar possíveis consequências para o trabalho e para a saúde do professor das condições observadas na coleta inicial, como a piora na qualidade do sono, o relato de dor crônica ou de violência escolar sofrida pelo professor. Outras questões avaliadas como relevantes após as primeiras análises serão aprofundadas, como sintomas depressivos, distúrbios vocais, dor crônica e percepção postural, entre outros”, relata o professor Alberto González. Segundo ele, com relação à qualidade do sono, a pesquisa utilizará equipamentos denominados “actígrafos”, semelhantes a relógios de pulso, que

registrarão os movimentos realizados ao longo do dia e da noite pelo professor durante sete dias e permitirão, com isso, calcular parâmetros de qualidade do sono como a duração, o tempo que demoram para adormecer e a eficiência do sono noturno. Durante o uso desses equipamentos, os professores preencherão um diário de atividades que permita aos pesquisadores analisar quais as atividades diurnas se associam com as dificuldades relacionadas com o sono e, ainda, como um sono de má qualidade pode influenciar na rotina do dia seguinte. ENVOLVIMENTO - Na reunião em Curitiba, segundo González, a professora Eliane Terezinha Vieira Rocha, atual superintendente de Educação do Paraná, demonstrou interesse e preocupação diante dos resultados apresentados, e estimulou que os resultados sejam difundidos para promover a discussão sobre a importância da saúde dos professores. Algumas parcerias intersetoriais foram comentadas e

medidas concretas de intervenção foram sugeridas no encontro e deverão ser mais bem elaboradas e construídas coletivamente nos próximos meses, contando com o envolvimento de pesquisadores da UEL, de representantes do NRE e da SEED e dos professores, pais e alunos. De acordo com os coordenadores do projeto, além de aspectos do trabalho docente que há tempos estão presentes nas pautas de reivindicações da categoria, como aumento da hora-atividade, da remuneração e da valorização profissional, há outras questões que envolvem não apenas os órgãos gestores da educação, mas toda a sociedade, incluindo alunos e seus pais ou responsáveis. Na primeira etapa do estudo, por exemplo, 57,3% dos professores referiram estar insatisfeitos ou parcialmente satisfeitos com a profissão, e a dificuldade nas relações com os alunos foi o motivo mais apontado por esses professores para sua insatisfação. Isso remete à importância de se ampliar a discus-

Reunião em Curitiba expôs resultados da primeira etapa da pesquisa

são para além das relações entre empregado e empregador (no caso, professor e Estado), pois é necessário que os próprios alunos, além de seus pais e responsáveis, reconheçam que o professor, como qualquer trabalhador, depende de boas condições de trabalho e de um ambiente de respeito e de reconhecimento profissional para conseguir desempenhar sua atividade de maneira produtiva e sem adoecer.

“Na segunda etapa, pretendemos investigar possíveis consequências para o trabalho e para a saúde do professor das condições observadas na pesquisa inicial, como a piora na qualidade do sono, o relato de dor crônica ou de violência escolar sofrida pelo professor”


ACONTECE

8 de outubro de 2014 -

Semana do Livro A Biblioteca Central UEL vai promover no período de 21 a 25 de outubro a “Semana Nacional do Livro e da Biblioteca”, cujo tema é “Novos Espaços e Novas Práticas”. Os objetivos são estimular a leitura, a construção do conhecimento, além de divulgar o papel da biblioteca como instrumento de democratização do acesso à informação. A semana é realizada pela BC desde 1986, sendo que a edição deste ano é voltada aos temas hábitos de leitura, motivação profissional, manifestações artísticas e culturais, e mais, uso de recursos tecnológicos em ambientes de informação. Ainda serão realizadas apresentações culturais, exposição, palestras e minicursos. O evento é coordenado pela bibliotecária Edileusa Regina Aguiar dos Santos. Mais informações pelo telefone: 3371- 4336 ou pelo e-mail: bcuel@uel.br ou acesse o facebook da biblioteca https://www.facebook.com/ bibliotecauel.

Vestibular Indígena As inscrições para o 14º Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná estão abertas até o dia 24 deste mês. As provas serão aplicadas nos dias 18 e 19 de dezembro, na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Campus Cedeteg, em Guarapuava. As inscrições são gratuitas no endereço: w w w 2 . u ni c e nt r o . b r / v e s t i b u l a r / inscricoes-indigena. A ficha de inscrição preenchida deverá ser entregue no setor

de Vestibulares de uma das universidades estaduais, junto com o Questionário Socioeducacional. Os interessados em participar do vestibular devem ter concluído os estudos relativos ao Ensino Médio ou equivalente até a data da matrícula (comprovação no ato da matrícula), sendo vedada a participação do candidato indígena que tenha curso superior. Mais informações no site: www2.unicentro.br/ vestibular/inscricoes-indigena.

Biologia Tecidual O curso de especialização em Biologia Tecidual, ofertado pelo Departamento de Histologia (CCB), está com inscrições abertas. O valor da inscrição é de R$ 50,00 e os interessados deverão acessar o site: www.uel.br/proppg/inscricoes. Podem se inscrever graduados ou graduandos de Ciências Biológicas ou de outra área, desde que tenham cursado a disciplina de Histologia Básica na graduação. Após a inscrição, os candidatos deverão entregar os documentos pessoalmente na secretaria de pós-graduação lato sensu, do CCB, ou pelo correio, via Sedex, com data de postagem até 23 de janeiro de 2015. A seleção será entre os dias 2 e 6 de fevereiro, com resultado e convocação para matricula divulgados no dia 13. Com carga horária de 375 horas, o curso terá aulas aos sábados em período integral. São no mínimo 10 e no máximo 25 vagas. Mais informações pelo site: www.uel.br/ccb/ histologia ou pelo telefone (43) 3371-4217.

Prova Pedestre Estão abertas as inscrições para a Prova Pedestre UEL/2014, que será realizada no dia 23 de novembro, com largada no Centro de Educação Física (CEFE), no Campus Universitário, a partir das 8h30 horas. Atletas podem fazer a inscrição pelo site www.euvoueuvou.com.br. As inscrições custam R$ 38,00 até 1º de novembro e R$ 43,00 para quem se inscrever de 2 a 18 de novembro. Os cinco atletas da categoria geral masculino e feminino vão receber, além da medalha de participação, troféu e prêmio em vale

compras no valor de R$ 300,00 (1º lugar); R$ 200,00 (2º lugar) e R$ 100,00 (3º, 4º e 5º lugares). Todos os atletas que completarem a prova terão direito à medalha. Cada participante poderá doar uma caixa de chá pequena ou um quilo de açúcar no momento da retirada do kit. A arrecadação será repassada ao Instituto do Câncer de Londrina. A prova é uma realização da Pró-reitoria de Extensão (Proex) da UEL, com patrocínio da Caixa Econômica Federal, Construtora Yticon e promoção da Rede Massa.

PRATELEIRA EDUEL

NOTÍCIA 7 Livraria EDUEL Entre em contato - saiba a política de descontos

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Livros disponíveis na livraria da EDUEL A HISTÓRIA DA ARTE E. H. Gombrich - LTC ‘A História da Arte’ deve sua popularidade não só ao texto objetivo e simples, mas também à perícia do autor em apresentar uma narrativa clara. Ele descreve sua intenção de pôr em alguma ordem inteligível a profusão de nomes, períodos e estilos que congestionam as páginas de obras mais ambiciosas, e, fazendo uso de seus conhecimentos da psicologia das artes visuais, leva a ver a história da arte como a história do contínuo entrelaçamento e transformação de tradições em que cada obra se refere ao passado e aponta para o futuro, uma rede viva de tradição que ainda liga os nossos dias ao tempo das pirâmides.

HOMENS E MULHERES DA IDADE MÉDIA Jacques Le Goff (organizador) - ESTAÇÃO LIBERDADE ‘Homens e mulheres da Idade Média’ está dividido em cinco partes. A primeira abarca o período entre a Antiguidade tardia e a alta Idade Média, cujo personagem central é Carlos Magno, sagrado imperador pelo papa e que assume a missão de submeter os bárbaros à civilização romana. A morte de Carlos Magno é o que principia a segunda parte, indo até ao ano 1000, momento em que se afirma a cristandade. A terceira enfoca a fase mais luminosa da Idade Média, não por acaso intitulada na obra como ‘o apogeu medieval’, quando as cidades aceleraram o desenvolvimento urbano, e as universidades cresciam com a participação dos teólogos. A quarta parte é intitulada ‘Perturbações e mutações’, ao enfocar o período de transição rumo ao Renascimento, quando pipocam as revoltas campesinas conhecidas por jacqueries, e também algumas movimentações que, de certa forma, anunciam a Reforma protestante vindoura. Para encerrar, há o capítulo sobre ‘Personagens imaginários’, em que são evocadas figuras míticas como a da Virgem Maria, a do rei Arthur, a de Robin Hood e a de Satã.

O HOMEM DIANTE DA MORTE Philippe Ariès - EDITORA UNESP A obra mostra que a trajetória humana em torno da morte não tem continuidade temporal, pois velhas atitudes sobrevivem a novos modelos. Contudo, na Era Medieval o modelo predominante é o da morte como membro das comunidades, que conduz os homens a uma espécie de sono. Em seguida, vem à tona o indivíduo e impõe-se a noção de sobrevivência da alma, a sede da individualidade. Num segundo momento, que vai do século 16 ao século 18, a morte até então domesticada e contida, é liberada, retorna ao estado de selvageria e passa a provocar fascínio e medo. É somente no século 18, segundo Airiès, que a morte adquire um sentido dramático e passa a ser encarada como transgressão, por ‘roubar’ o homem de seu cotidiano e sua família - trata-se agora de olhar para a morte do outro.

GETÚLIO: DOS ANOS DE FORMAÇÃO À CONQUISTA DO PODER (1882-1930) Coleção: Getúlio, V. 1 Lira Neto - COMPANHIA DAS LETRAS Esta obra procura reconstituir a trajetória pessoal e política de Getúlio Dornelles Vargas. O autor buscou se debruçar sobre documentos para ajudar a decifrar a ‘esfinge Getúlio’, e mostrar como foi possível que convivessem no mesmo indivíduo, o revolucionário, o ditador, o reformador social e o demagogo. Lira Neto pretendeu se servir de cartas pessoais e memorandos oficiais, de diários íntimos, autos judiciais, boletins de ocorrência, notícias de jornal, anúncios de publicidade, charges, hinos, marchinhas, livros de memórias, entrevistas, depoimento, entre outros. Estão disponíveis na livraria da EDUEL os três volumes da coleção.

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8 NOTÍCIA

ENSINO

- 8 de outubro de 2014

Museu de Anatomia recebe 10 mil visitantes por ano Além disso, o museu dá suporte a projetos de ensino, pesquisa e extensão, funciona como campo de estágio para estudantes e guarda peças raras da anatomia humana e animal CELSO MATTOS

C

riado em 1962 pelo professor Carlos da Costa Branco, o Museu de Anatomia da UEL é um espaço que desperta curiosidade na maioria das pessoas. A prova disso está no número de visitante que recebe por ano: uma média de 10 mil. Segundo a professora Vilma Schwald Babboni, coordenadora do Museu e docente do Departamento de Anatomia (CCB), na época do projeto “Conheça UEL” nos anos de 1990, o Museu chegou a receber 5 mil visitantes em apenas um dia. A coordenadora destaca que as visitas ao museu têm caráter educativo e desmistificar a mera curiosidade e redundância “ver cadáver morto”. “É uma visita técnica que tem acompanhamento de professores ou estudantes bolsistas que esclarecem sobre a função do museu, a conservação das peças e sobre a anatomia humana e animal”, explica Vilma Schwald. Ela acrescenta que o museu possui peças da anatomia animal porque o departamento também atende ao curso de Medicina Veterinária. A maioria dos visitantes, segundo a professora, é de estudantes do ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante de Londrina e região. “Mas também recebemos alunos do Ensino Superior e visitas individuais da comunidade interna e externa”. O museu também dá suporte ao projeto de extensão “Anatomia como agente de interação do processo ensinoaprendizagem”, coordenado pela professora Vilma Schwald.

As peças da anatomia animal são usadas no curso de Medicina Veterinária

Vilma Schwald: “O processo de doação de corpos ou de partes da anatomia humana é muito rigoroso”

Grande parte do acervo do museu vem de doações de pessoas físicas ou de instituições como hospitais e Instituto Médico Legal (IML). Uma história curiosa é dois fetos de gêmeas. “Em 1989, uma gestante que estava grávida de gêmeas sofreu um acidente de carro e morreu, o pai dela doou os fetos para o museu, mas isso é coisa muito rara de acontecer”, diz Wilma Schwald. A professora conta que para uma pessoa doar o corpo para estudos, ela precisa expressar esse desejo em vida devidamente registrado em cartório e na presença de três testemunhas. “Mesmo assim, se a família não aceitar, o corpo não pode ser doado. Nos últimos 20 anos tivemos apenas três doações de corpos nesses termos”. De acordo com uma lei de 1982,

As peças são expostas de forma que facilita a visualização dos visitantes

corpos que chegam a Instituto Médico Legal (IML) sem identificação e não reclamados podem ser doados a instituições de pesquisa, mas mesmo assim o processo é bastante criterioso. “Já a doação de animais silvestres precisam da autorização do Ibama, mas animais domésticos podem ser doados pelos próprios donos”, explica. “Temos aqui gatos com seis patas, bezerros com duas cabeças que não sobrevivem e são doados ao museu para estudo de má formação genética. Estamos sempre precisando de novas doações para manter

o acervo atualizado”, acrescenta. A preparação das peças é feita por servidores do Departamento de Anatomia que são especializados na área e precisam de manutenção periódica. As visitas de grupos precisam ser agendadas e o agendamento deve ser feito pelo telefone (43) 3371-4317. Às terças-feiras, o museu recebe visitas nos período matutino e vespertino; às quartas-feiras, no período da manhã, tarde e noite, e na quinta-feira, no período da tarde e da noite. As visitas individuais não necessitam de agendamento.

A manutenção da conservação das peças precisa ser periódica


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