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Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 27 de agosto de 2014 • Nº 1.319

Luz sobre o Cerrado O Cerrado brasileiro ganha luz, cores e formas pelas lentes do fotógrafo R.R.Rufino. Formado em Biologia na UEL, ele reuniu as duas áreas para fazer aquilo de que mais gosta: fotografar a natureza. Este ano, Rufino lançou um livro de fotos sobre o Cerrado, uma delas ilustra a capa desta edição do jornal Notícia. Em julho, ele esteve na Universidade para dar uma palestra aos estudantes do curso de Ciências Biológicas. Pág. 3


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SAÚDE

- 27 de agosto de 2014

Pesquisador isola vírus da gripe equina A nova variedade do vírus será usada na produção de novas vacinas. No Brasil, o vírus H3N8 foi isolado pela última vez em 1987 MIRIAN PERES DA CRUZ

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doutorando do Programa de Pósgraduação em Ciências Animal da UEL, Edsel Beuttemmüller, isolou recentemente no Laboratório de Virologia Animal, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), o vírus da gripe equina (subtipo H3N8), uma variação do vírus Influenza. A ideia é tornar as vacinas já existentes mais eficazes e modernas. No Brasil, o vírus foi isolado pela última vez em 1987, portanto, há mais de 27 anos. Edsel Beuttemmüller identificou o vírus em amostras de cavalos infectados do Rio Grande do Sul e São Paulo. Em seguida, o vírus foi transferido para células cultivadas em laboratório. Como o vírus da gripe equina é mutante, segundo Edsel, conforme ele evolui a vacina deixa de funcionar de maneira eficaz no combate à doença. “Laboratórios de referência mantêm a vigilância dos vírus que circulam no mundo. O objetivo é fazer a análise das mutações que estão ocorrendo”, disse Edsel. É o caso dos laboratórios de referência, da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), com sede em Paris, que também vai utilizar a nova variedade do vírus isolada pelo doutorando. “Eles já usam a cepa que foi isolada no Laboratório da UEL”, informa o pesquisador. Ele ainda explica que anualmente autoridades internacionais emitem uma sugestão de “cepas”, ou seja, variedades de vírus que devem compor a vacina contra influenza equina. A recomendação é que a vacina seja atualizada todos os anos. O isolamento do vírus indica a possibilidade da produção de vacinas mais modernas. Com isso, o objetivo também é barrar o avanço da gripe equina em vários países. “Caso haja inúmeras mutações do vírus, a vacina com cepa antiga já não funciona mais”, salienta Edsel. Em Londrina, outro laboratório produtor de vacina veterinária já investe na atualização da vacina contra a doença a partir da variedade encontrada pelo pesquisador da UEL. Segundo ele, a vacina já está em processo de registro e certificação no Ministério da Agricultura.

Por outro lado, a ideia também é reduzir o risco de epidemia, evitando que a doença se espalhe em função do trânsito de animais doentes de um país para outro. O último surto da gripe equina ocorreu em 2012 e afetou animais em toda América Latina. Embora a doença não seja fatal, o vírus provoca coriza, indisposição (prostração), tosse, e perda de apetite, e inclusive leva à perda de peso do animal. DESTAQUE – O trabalho do estudante foi citado com destaque no jornal científico da Fundação “Animal Health Trust”, localizado na cidade de Newmarket, na Inglaterra. Na UEL, ele é orientado pelo professor Amauri Alfieri, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, e Pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UEL. Edsel também desenvolveu estudos durante 15 dias na Inglaterra a convite da pesquisadora Debra Elton, da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Com o objetivo de fazer a vigilância e o monitoramento da gripe equina no mundo todo, a OIE mantém quatro laboratórios, localizados na Inglaterra, Irlanda, Estados Unidos e Alemanha.

Segundo informações do Ministério da Agricultura, o Brasil possui o terceiro maior rebanho de equinos do mundo, e o segundo da América Latina, com quase 8 milhões de animais, entre cavalos, burros e mulas. A maior população brasileira de equinos está na região Sudeste, seguido das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Norte. O país é o oitavo maior exportador de carne do mundo. Sem a cultura do consumo da carne de cavalo no Brasil, toda a produção nacional é destinada exclusivamente ao mercado internacional. São países como Bélgica, Holanda, Itália, Japão e França, os principais importadores da carne de cavalo brasileira, também consumida nos Estados Unidos. De acordo com dados do ministério, no Brasil a prática é o uso do cavalo para transporte e atividades agropecuárias, além do lazer, esporte e terapias. Cerca de cinco milhões de cavalos são utilizados no manejo do gado.

Serviço: Laboratório de Virologia Animal (CCA) Fone: (43) 3371-4068

Edsel Beuttemmüller: “Laboratórios de referência já usam a cepa isolada na UEL”

“O isolamento do vírus indica a possibilidade da produção de vacinas mais modernas. Com isso, o objetivo também é barrar o avanço da gripe equina em vários países. Caso haja inúmeras mutações do vírus, a vacina com cepa antiga já

O Brasil possui o terceiro maior rebanho de equinos do mundo

não funciona mais”

EXPEDIENTE • Redação:Chico Amaro, José de Arimathéia, Mirian Peres da Cruz e Pedro

Universidade Estadual de Londrina Reitora: Berenice Quinzani Jordão Vice-Reitor: Ludoviko Carnasciali dos Santos

Livoratti.

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL • Coordenadora: Ligia Barroso

• Chefe da Divisão de Jornalismo: Irene Fonçatti • Editor: Celso Mattos

• Diagramação/Editoração: Moacir Ferri e Nadir Chaiben. • Fotógrafos: Beatriz Botelho, Daniel Procopio e Gilberto Abelha. UEL – Campus Universitário – CP. 6001 – CEP 86051-990 – Londrina – PR Telefones: (43) 3371-4361 – 3371-4115 - noticia@uel.br


NATUREZA

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Vale da Lua: Parque Nacional Chapada dos Veadeiros

Praias do Rio Araguaia em Aragarças (MT)

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Gruta do Janelão: Parque Estadual Cavernas do Peruaçu

E a vida se fez luz... Formado em Biologia, o fotógrafo R.R. Rufino reuniu as duas áreas para fazer aquilo de que mais gosta: fotografar a Natureza. Este ano, ele lançou o livro “Cerrado: luz, cores e formas” e esteve na UEL para dar uma palestra durante o Encontro de Ciências Biológicas JOSÉ DE ARIMATHÉIA

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ão são todos os que têm o privilégio de, ao serem atraídos igualmente por duas áreas distintas, conseguir conciliálas e se realizar com ambas. Mas é o caso de Ronaldo Ronan Rufino, que é biólogo, formado pela UEL, e fotógrafo, com experiência em fotojornalismo e fotografia publicitária. Ele esteve no final de julho, na UEL, durante o V Encontro de Ciências Biológicas, promovido pelos estudantes do curso de Biologia, para falar dos biomas brasileiros. Rufino os conhece bem – em ambas as formações. Em abril, ele lançou o livro “Cerrado: luz, cores e formas”. São 180 páginas dedicadas ao segundo maior bioma do país – com ênfase nas imagens, naturalmente. Mas em 2004, já havia lançado o primeiro da série: “Pantanal: luz, cores e formas”, através da Lei Rouanet. A paixão pela diversidade da vida veio da infância, quando a relação com a Natureza era direta e constante, nas visitas a sítios. Rufino lembra que também se empolgava com as aventuras de Jacques Costeau. Depois, veio o curso de Biologia. A fotografia começou com o contato com alguns mestres da área, que o inspiraram, sobretudo, na iluminação e na imagem de animais, dois dos pontos fortes de seu trabalho. Depois de uma passagem de quatro anos pelo fotojornalismo diário, tem atuado na fotografia publicitária, de arquitetura e interiores, e de agri-

cultura, produzindo um banco de imagens que chega a cerca de 40 mil. Rufino conta que já viajou muito, mas que ainda há várias regiões ainda por conhecer. Por exemplo, o Monte Roraima, na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela. Percorreu 10 estados, durante oito meses, documentando a variedade de paisagens, personagens e ecossistemas. E relata que já chegou a viajar 16 mil quilômetros para fazer seis fotografias. T antos ca minhos percorridos descortinaram diante dele toda a diversidade biológica e estética do país. Porém, ele lembra que também constatou as transformações nos cenários, por causa da ocupação humana. O cerrado, por exemplo, só tem 22% de sua área original intocada. A agroindústria foi tomando seu lugar. O fotógrafo observa que os modelos de cultivo e exploração da terra são inadequa dos e levam ao desequilíbrio, e que estes modelos devem ser revistos e substituídos por outros que garantam a produção, mas preservem o sistema original. Aí está, para ele, um aspecto importante do trabalho: as fotografias têm seu valor comercial, mas principalmente estético, documental e até histórico. Quanto à dimensão estética, Rufino destaca o que é facilmente percebido ao folhear as fotos do cerrado: ele valoriza as cores, dando às imagens um colorido vibrante, que acentua a exuberância da Natureza. Ou seja, não são as cores como normalmente são percebidas pelos olhos, mas elas estão lá,

Cachoeira Véu de Noiva: Parque Nacional dos Guimarães R.R. Rufino: “Já cheguei a viajar 16 mil quilômetros para fazer seis fotografias”

e olhos treinados ou sensíveis – como de um biólogo ou de um fotógrafo – conseguem enxergá-las. Além disso, o fotógrafo explora ângulos, lentes (para intencionalmente causar distorções) e, mais do que tudo, a luz. Os dois livros da série podem ser encontrados nas Livrarias Curitiba de Londrina. Enquanto isso, há novos projetos em andamento. Um deles é de Arquitetura, para o mercado local, que reunirá trabalhos de 50 arquitetos em interiores, e deverá ser lançado em setembro. Outro, mais para o futuro, vai trazer imagens de longe: Nova York.


4 NOTÍCIA

CAPACITAÇÃO

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Servidores titulados são Agentes Universitários investem cada vez mais na capacitação profissional em nível de MIRIAN PERES DA CRUZ

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nível de capacitação profissional dos servidores da UEL alcançou crescimento significativo nos últimos anos. Esse salto de qualidade fica evidente com o aumento de servidores técnico-administrativos que conquistaram os títulos de mestre e doutor. Hoje são 149 mestres, e 45 doutores, sem mencionar os 730 servidores com especialização. Ao todo a Universidade possui 3.841 técnico-administrativos, e 924 são titulados. Sem dúvida, o apoio técnico e científico de servidores titulados só reforça a promoção do ensino, pesquisa e extensão na instituição. A capacitação dos agentes universitários faz parte da política administrativa da UEL. Segundo a Pró-reitoria de Recursos Humanos (PRORH), são 86 mulheres com título de mestre, 19 com doutorado, contra 65 homens com mestrado, e 23 doutores. Além de colaboradores em projetos de pesquisa, mestres e doutores dão importante suporte acadêmico para estudantes da graduação e pós-graduação em laboratórios e departamentos dos Centros de Estudos. Fica evidente a contribuição de técnicos mestres e doutores para o desenvolvimento científico e tecnológico da Universidade. É o caso do químico

Cacilda Maesima, servidora do CDPH: doutora em História e atua em projetos de pesquisa na UEL

Jurandir Pereira Pinto, do Centro de Ciências Exatas (CCE). Ele trabalha há 34 anos na UEL – desde 1980. Hoje, ele comemora a conquista recente do título de doutor pelo Programa de Pós-graduação em Química do CCE, com a tese “Estudo das emissões de poluentes gasosos não regulamentados e distribuição de material particulado em ambiente impactado por atividades veiculares”, sob orientação da professora Marina Cristina Solci. Além do Laboratório de Produção em Moléculas Bioativas (LPMBA), ele atua no Laboratório de Análise Cromatográficas e

Ambientais (LACA). Jurandir trabalha no Departamento de Química, que possui, em 97% do quadro docente, doutores ou pós-doutores. O servidor desenvolve estudos na área de cromatografia gasosa e líquida, técnica usada na identificação de substâncias químicas. “Gosto de estudar desde criança. E depois de adulto só estudei na UEL. Isso porque sempre aproveitei as oportunidades e chances que foram surgindo, também aproveitei os incentivos que recebi”, conta Jurandir. Nos laboratórios em que atua, ele oferece apoio aos mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação. Ele ainda conta que já exerceu várias funções dentro da Universidade, sempre na área da Química. O fato é que ele foi servente de laboratório, auxiliar de laboratório, laboratorista e técnico de laboratório. “Desde 1995 sou químico da Universidade. E hoje posso dizer que tenho todo reconhecimento possível do Departamento inteiro”, declara. SUPORTE – O servidor titulado oferece todo o suporte técnico e auxílio aos alunos de graduação, inclusive da Iniciação Científica, no desenvolvimento de pesquisas e estudos nas diversas áreas do conhecimento. O atendimento envolve o apoio acadêmico também à disposição de mestrandos e doutorandos. É o

Ivanira Moreira é doutora em Química, servidora do CCE e assessora empresas em laudos exigidos pela Anvisa

caso da servidora Ivanira Moreira, Técnica de Laboratório, no Departamento de Química desde 1985. “Sempre tive vontade de estudar, por isso sempre trabalhei com a pesquisa. E no dia a dia do laboratório de pesquisa é possível ensinar a todo momento, sem mencionar que também aprendo muito com os alunos”, diz a funcionária. Segundo ela, após enfrentar a dura jornada do doutorado, a conquista recente do título só trouxe benefícios. Isso porque, primeiro significou uma conquista pessoal; e segundo, representa “a busca constante pelo aprimoramento profissional ao longo da carreira”. Ivanira concluiu o Programa de Pós-graduação em Química associado UEL/Unicentro/UEPG, que inclusive é avaliado com conceito 4 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A tese intitulada “Análise Exploratória de Cultivares de Coffea arabica por Impressão Digital Espectroscópica e Cromatográfica” foi orientada pela professora Ieda Spacino Scarmínio, do Departamento de Química (CCE). Ivanira conta que todo o trabalho de pesquisa do doutorado foi desenvolvido no laboratório

Em os

“A experiência do doutorado contribui para a organização mais eficiente do trabalho de pesquisa. Isso leva o servidor a ver o meio acadêmico de outra maneira, o que resulta na valorização do nosso trabalho, que fica mais em sintonia com os objetivos que a Universidade tem que cumprir, ou seja, a finalidade dela, que são a pesquisa, o ensino e a extensão”, afirma a servidora Cacilda Maesima. Ela atua no Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) e concluiu o doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF), no Programa de Pósgraduação em História Social, com a tese “Imigração Japonesa no Norte do Paraná”. Cacilda também é especialista em Organização de Arquivos pelo Instituto de Estudos Brasileiros e Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo (USP). “A demanda de pesquisadores da UEL e de outras instituições é grande no setor, por isso a importância dos servidores também ter a experiência na área de pesquisa, por meio da pós-graduação em nível de mestrado e doutorado. A ideia é poder dialogar e interagir com os pesqui-


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NOTÍCIA 5

destaque no apoio à pesquisa mestrado e doutorado. Hoje, a Universidade conta com 149 servidores mestres e 45 doutores em que atua. Graças às titulações, a no que diz respeito à elaboração de laudos servidora também presta assessoria téc- técnicos exigidos pela Agência Nacional nica para empresas de Londrina e região, de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Jurandir Pereira: de servente de laboratório a doutor em Química

sintonia com objetivos da academia

sadores em nível de igualdade técnica e científica. Isto é uma conquista”, declara Cacilda. Por outro lado, segundo ela, a experiência do mestrado e doutorado é a chance de atualização com relação às tendências de pesquisas histórica, e também no que diz respeito à pesquisa científica na área. Ela conta que o “olhar” com relação à pesquisa e as demandas da Instituição também muda após a obtenção da titulação, especialmente no caso do doutorado. “A partir daí, é possível entender melhor as fontes de pesquisas enquanto documentos históricos. O nosso conhecimento é ampliado, inclusive na avaliação das potencialidades de pesquisa histórica que cada documento oferece”, observa. Portanto, conforme observa a servidora, a própria seleção de documento se torna mais criteriosa. Cacilda atua como colaboradora no projeto “Estudo sobre Religiosidade e mídia religiosa”, coordenado pelo professor Fábio Lanza, do Departamento de Ciências Sociais (CCH). Além do projeto “Documento, Patrimônio e Paisagem: Projetos Arquitetônicos de Edificações

de Londrina e Rolândia (1932-1950) da Coleção Iconográfica”, do CDPH, coordenado pelo professor Marco Antônio Neves Soares, do Departamento de História (CCH). Outra possibilidade para servidores mestres e doutores é ministrar cursos de extensão, minicursos e disciplinas em cursos de especialização, além de oferecer assessoria externa na área de atuação. É o caso do servidor do CPDH, Edson José Holtz Leme, que inclusive ministra disciplina “Arquivos e Acervos Históricos” no curso de especialização em História e Patrimônio, do Departamento de História, em parceria com a servidora Cacilda Maesima. Holtz tem doutorado em História Social pela Universidade Paulista Júlio Mesquita de Melo Filho, a Unesp de Assis (SP). “O mestrado e doutorado são experiências que só enriquecem a prática profissional dentro da Universidade, além de resultar no crescimento intelectual do servidor”, ressalta Edson. Ele ainda aponta que a formação direcionada para o meio acadêmico supre as necessidades da Instituição, com foco na política de planejamento e gestão acadêmica.

“A experiência do doutorado contribui para a organização mais eficiente do trabalho de pesquisa. Isso leva o servidor a ver o meio acadêmico de outra maneira, o que resulta na valorização do nosso trabalho, que fica mais em sintonia com os objetivos que a Universidade”

Servidor pode ser docente em programa de pós-graduação Sem dúvida, a atividade acadêmica na pós-graduação é um convite para os Agentes Universitários com título de mestre e doutor. No entanto, é preciso ficar atento para as exigências da coordenação dos programas de cursos de pós-graduação e da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG). Mesmo sem o vínculo de docente com a Instituição, é permitido ao servidor atuar como professor colaborador em programas de pós-graduação, além de participar de bancas em todos os níveis. As exigências mínimas são pos-

suir título de mestre, além da autorização da coordenação do programa de pósgraduação. O servidor com título de mestre pode inclusive participar de bancas da graduação e cursos de especialização, desde que fora da carga horária contratual de trabalho. Outra exigência, segundo informações da PROPPG, é o cadastro junto ao sistema da própria pró-reitoria como professor convidado, visitante ou colaborador. Com relação aos projetos de pesquisa da Universidade, os servidores com títulos de mestre ou doutor participam apenas como colaboradores.


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PESQUISA

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Tradição versus modernidade O professor Pedro Palma, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (CTU), pesquisou 16 projetos arquitetônicos de igrejas construídas entre 1940 e 1970 no Brasil MIRIAN PERES DA CRUZ

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oncreto armado, luz natural e formas abstratas. Esses são elementos recorrentes em igrejas e capelas brasileiras construídas entre 1940 e 1970. A arquitetura moderna e arrojada, longe dos padrões de catedrais e basílicas tradicionais, eleva as construções ao status de obras de arte a céu aberto. É o que mostra o estudo do professor Pedro Palma, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU). O interesse pela arquitetura religiosa impulsionou o projeto de pesquisa “Tradição versus Modernidade: as Igrejas modernistas no Brasil, de 1940 a 1970, espaço/forma sob a ótica da teologia e liturgia cristã”. Ao todo foram pesquisadas 16 obras em grandes centros como São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ). Os projetos arquitetônicos de cada uma delas passaram por uma análise minuciosa. O levantamento revelou formas abstratas, livres de ornamentos, além da adoção da luz natural como diretriz principal do projeto das igrejas. “O começo do século XX foi marcado pela dessacralização, ou seja, tanto o homem como a arquitetura parece que se afastam do divino, do sagrado”, explica Pedro Palma. O período de 1940 a 1970 foi marcado pela implementação dos princípios modernistas no Brasil. Na tentativa de romper com o tradicional, os arquitetos da época adotaram a luz natural, e principalmente o concreto armado à vista. A arquitetura moderna também trouxe para as igrejas e capelas a abstração formal. No entanto, no caso das igrejas e capelas do estudo, o professor defende que a arquitetura modernista não rompe com o passado histórico. Para ele, a arquitetura modernista é pautada pela releitura da tradição, sem romper em definitivo com arquitetura religiosa tradicional, de basílicas e catedrais monumentais. Neste sentido, sem dúvida são destaques da pesquisa a Capela São Francisco de Assis, conhecida como Pampulha, localizada em Belo Horizonte, e a Catedral de Brasília (DF), de 1957. As obras foram projetadas pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Conforme destaca o pesquisador, a Pampulha foi a primeira projetada e construída em 1942, já com nítidas características da arquitetura moderna. “Ela inaugura a arquitetura modernista religiosa no Brasil. É a arquitetura moderna que rompe com a tradição a partir da década de 1940”, explica Pedro Palma. O fato é que depois de pronta, a Pampulha permaneceu 16 anos sem funcionar como capela porque a cúria da Igreja Católica não reconheceu a obra como espaço religioso. “A decisão gerou uma imensa po-

lêmica na época, pois a tradição eclesiástica tinha uma visão restrita, fortemente vinculada ao passado”, lembra. Já a Catedral de Brasília, segundo o professor, é outro ícone que virou referência do período, mas que também não rompeu com a arquitetura tradicional. Ele explica que o prédio possui estrutura construída com base no conceito da essência e da volumetria barrocas. A planta circular é reconhecidamente Renascentista, além do intercolúnio, ou seja, espaço entre colunas, feito de vidro no estilo gótico. “É uma releitura de uma Catedral gótica”, afirma. O professor ainda destaca a passagem pelo túnel escuro que leva o visitante a se surpreender com o interior da Catedral. “O choque e o contraste são emoções e sensações próprias do Barroco”, observa ele. “Em cada igreja da arquitetura moderna, o arquiteto pensou na inovação, mas ao mesmo tempo permaneceu de olho no passado”, afirma. Também chamam a atenção a Igreja Matriz de Cataguases (MG), de Edgar Guimarães do Valle (1943); Igreja Matriz de Blumenau (SC), de Dominikus Böhm (1953); Catedral do Rio de Janeiro, de Edgar Oliveira da Fonseca (1963); e a Igreja Matriz de Bragança Paulista (SP),

Pedro Palma: “A arquitetura modernista é pautada pela releitura da tradição”

de Antônio Carlos Farias Pedrosa (1966). “As igrejas do passado traziam os santos e a iconografia das imagens. E a arquitetura moderna é mais abstrata, porém sem esquecer das artes. Em muitas delas ainda é possível perceber as pinturas e estátuas

de maneira mais pontual. É a busca pela síntese das artes”, destacou.

Serviço: Departamento de Arquitetura e Urbanismo (CTU). Fone: (43) 3371-4535

Igreja Matriz de Blumenau (SC), projeto do arquiteto Dominikus Böhm em 1953

Capela da Pampulha (1942): inaugura a arquitetura modernista religiosa no Brasil

Igreja Dom Bosco, em Brasília, mantém na fachada elementos do sagrado

Catedral de Brasília (1957): a planta circular é reconhecidamente Renascentista


ACONTECE

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Prova Pedestre Estão abertas as inscrições para a Prova Pedestre UEL/2014, que será realizada no dia 23 de novembro, com largada no Centro de Educação Física (CEFE), no Campus Universitário, a partir das 8h30. Atletas podem fazer a inscrição pelo site www.euvoueuvou.com.br. As inscrições custam R$ 35,00 até 1º de outubro; R$ 38,00 no período de 2 de outubro a 1º de novembro e R$ 43,00 para quem se inscrever de 2 a 18 de novembro. Os cinco melhores atletas da categoria geral masculino e feminino vão receber, além da medalha de participação, troféu e prêmio em vale compras, no valor de R$ 300,00 (1º lugar); R$ 200,00 (2º lugar) e R$ 100,00 (3º, 4º e 5º lugares). Cada participante poderá doar uma caixa de chá pequena ou um quilo de açúcar no momento da retirada do kit. A arrecadação será repassada ao Instituto do Câncer de Londrina. A prova é uma realização da

3371-4683 - 3371-4691

LIVROS DA EDUEL NA 23ª BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO - 22 a 31 de agosto de 2014 O MONSTRO DO MEDO

Pró-reitoria de Extensão (PROEX) da UEL, com patrocínio da Caixa Econômica Federal, Construtora Yticon e promoção da Rede Massa.

Abordar as transformações sociais e políticas que provocaram a 1a. Guerra Mundial e discutir como os eventos que levaram a ela influenciaram a Sociologia e o pensamento social do século XX. Estes são os objetivos principais do Seminário “Sociologia e a Primeira Guerra”, que será realizado de 16 a 18 de setembro, na Sala de Eventos do Centro de Ciências Humanas da UEL. O evento é aberto a todos os interessados em conhecer mais sobre o pensamento sociológico e os fatos que definiram o século XX. O Seminário vai abordar questões como o imperialismo, nacionalismo, industrialização, urbanização e migrações. A promoção é do Laboratório de Estudos de População e Políticas Públicas e do Laboratório de Sociologia Computacioal, ambos do Departamento de Ciências Sociais da UEL. As inscrições custam 10 reais e devem ser feitas pela Internet. Mais informações no endereço http://www.uel.br/projetos/infosoc/eventos/ primeiraguerra/index.html

Disseminação de Trabalhos de Direito munidade acadêmica interna e externa o conhecimento de trabalhos inéditos. É, por isso, uma forma de integrar o curso da UEL com os de outras instituições. As inscrições poderão ser feitas em uma das três categorias: Apresentador, Ouvinte, ou Professor Orientador. Mais informações podem ser obtidas no seguinte endereço: http://www.uel.br/projetos/disseminatcc/ .

35 anos da Fisioterapia O Departamento de Fisioterapia vem promovendo, a cada cinco anos, um evento comemorativo de caráter científico, com o objetivo de proporcionar o intercâmbio de experiências, e propiciar o aperfeiçoamento e atualização aos profissionais, estudantes e docentes da área, tendo como base as atividades desenvolvidas na UEL, divulgando a trajetória do curso. Este ano, o Congresso dos 35 anos do Curso de Fisioterapia – da Graduação à Pós-Graduação, será realizado nos dias 25 e 26 de setembro. As inscrições estão abertas e devem ser feitas on line. Mais informações podem ser obtidas no endereço http://www.uel.br/eventos/fisioterapia/

Assistência a idosos O Grupo de Estudos sobre o Envelhecimento (Gesen) realiza, nos dias 12 e 13 de setembro, no Anfiteatro Cyro Grossi (Centro de Ciências Biológicas), o IV Simpósio: Assistência Integral e de Qualidade a Idosos. O tema central do evento é “Idoso cidadão: desafio na sociedade atual”. O evento vai abordar assuntos como políticas púbicas, mercado de trabalho, nutrição, comunicação, avanços

Livraria EDUEL Entre em contato - saiba a política de descontos ou pelo e-mail: livraria-uel@uel.br

Sociologia e 1a. Guerra Mundial

O Programa de Formação Complementar no Ensino de Graduação promove, no dia 9 de setembro, o VI Fórum de Disseminação de Trabalhos Acadêmicos em Direito. O evento é aberto a todos os interessados, de todos os cursos da UEL e de outras IES. O objetivo é divulgar a produção dos trabalhos de conclusão do curso de Direito em eventos científicos, proporcionando à co-

PRATELEIRA EDUEL

NOTÍCIA 7

tecnológicos, cuidados interdisciplinares e vulnerabilidade. O Simpósio é uma promoção da Pró-Reitoria de Extensão da UEL, 17a. Regional de Saúde de Londrina, Secretaria Estadual e Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal do Idoso. As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. Mais detalhes podem ser obtidos no site do Gesen: http:// www.uel.br/projetos/gesen/ .

Mariana de Toledo Chagas (Autora) - Edinaldo de Oliveira; Ivan Inagaki Aristides (Ilustrações) O livro conta a história de um menino, Pedro, que sente muito medo e deixa de realizar atividades típicas do cotidiano de uma criança, como brincar e ir à escola, na tentativa de controlar esse sentimento. No entanto, percebe que seu medo aumenta cada vez mais e que tentar evitá-lo não é a melhor alternativa. Ao longo da história, Pedro aprende a lidar com seus sentimentos de uma forma diferente, tornando-se uma criança feliz. Classificação: Leitor fluente (9 a 12 anos)

PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS E ENSINO DE LÍNGUAS Jonathas de Paula Chaguri - Juliana Reichert Assunção Tonelli (Orgs.) A obra combina pesquisas sobre o ensino de línguas e temáticas particulares com visão abrangente: formação de professores, interação em sala de aula, discursos em circulação, políticas linguísticas, atividades didáticas, e crenças/ saberes docentes. Sua leitura, fundamental para especialistas, é indicada também a um público mais amplo, voltado ao entendimento das questões de linguagem nas relações de ensino-aprendizagem.

MULHER, POESIA E MÚSICA - no tempo dos trovadores e dos cantadores modernos Cláudia Sabbag Ozawa Galindo A contracapa da obra especifica que o livro “apresenta uma detalhada pesquisa sobre a relação instigante entre a poética sonora das cantigas de amor dos trovadores portugueses medievais e os compositores e intérpretes da Música Popular Brasileira. A genuína relação da poesia e da música permeiam esta análise, que se volta para o recorrente tema amoroso e a diacrônica transformação do perfil feminino retratado na poesia cantada.

FÍSICAE CONSERVAÇÃO DO SOLO EÁGUA João Tavares Filho Com informações e estudos adequados, a obra procura contribuir para a produção de mais alimentos de forma sustentável e por longo tempo, sem grandes impactos ambientais permitindo uma gestão durável dos solos.

O LUGAR DA LITERATURA: ensaios sobre inclusão literária Miguel Sanches Neto Nessa obra o autor, que além de escritor é também crítico literário, faz pensar algumas questões, dentre elas: “Se o crítico literário desapareceu em nossa cultura, onde se manifestam as avaliações de livro hoje? O estilo escolhido pelos escritores pode atrapalhar a formação de leitores? Viver entre dois mundos é a melhor forma de cultivar as diferenças entre eles? O escritório do escritor seria uma extensão gramatical de sua obra? Como falavam fora da literatura, os escritores do século XIX? É possível dar uma centralidade à literatura nos cursos de Letras? Qual o verdadeiro lugar de Graça Aranha na revolução modernista? Uma catadora de papel, negra e favelada, pode ser lida como uma grande escritora? Existe uma língua literária brasileira por excelência? Por que um escritor escreve diários íntimos? O romance consegue representar plenamente figuras reais? Quanto mais se decreta a morte do romance mais ele se revitaliza?”


8 NOTÍCIA

PESQUISA

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O que eu quero é sambar Tese de doutorado da docente Juliana Barbosa sobre o sambista carioca Nelson Sargento é publicada em livro que será lançado em setembro durante a Semana Literária do SESC JOSÉ DE ARIMATHÉIA

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omo nasce um samba? Numa mesa de bar? Numa festa num morro carioca? No estúdio de um carnavalesco? A pesquisadora, professora e produtora cultural Juliana dos Santos Barbosa, pós-doutoranda em Estudos da Linguagem na UEL, tem se dedicado há anos a responder estas e outras perguntas, em torno da complexa e rítmica arte de compor sambas. Agora, ela está lançando sua tese de doutorado em livro, intitulado “Nelson Sargento e as redes criativas do samba” (editora Appris, Curitiba). Lá, mostra o processo de criação dos sambistas – particularmente a de Sargento – como uma rede de conexões que envolve parcerias entre compositores, suas temáticas, formas de expressão e suas fontes de pesquisa. Esta rede, por sua vez, revela um olhar sensível dos artistas sobre o cotidiano, a cultura popular, as contradições sociais e, sobretudo, sobre o próprio samba – e aqui ele se torna um “metassamba”. Em seu estudo, Juliana percebeu que o samba é o gênero mais metalinguístico de todos, ou seja, ele fala muito de si mesmo. Segundo ela, há os que falam dos espaços do samba (morro, passarela, etc.); os que exaltam o samba; os que homenageiam as escolas; e os que rendem tributo a outros sambistas. Por tudo isso, a pesquisadora explica que o gênero adquire outra função muito importante como expressão cultural: a memória. E por que Nelson Sargento? Para Juliana, o que ele faz é pura literatura. Nascido em 1924, Nelson Mattos chegou a sargento quando serviu o Exército, daí o apelido. Morou muitos anos em morros do Rio de Janeiro, como o Salgueiro e Mangueira – sua paixão. Além de compositor, ele é artista plástico, produz um programa semanal de rádio, faz shows, é escritor – escreve “haicais mangueirenses”, segundo Juliana – é presidente de honra e desfila há mais de 70 anos na Mangueira, e está para lançar mais um CD. O processo criativo de Nelson Sargento desafia a Crítica Genética, adotada pela pesquisadora, porque o compositor não produz muitos rascunhos. “Quando vai para o papel é quase a versão final”, anota, observando que às vezes uma música leva dois anos para ficar pronta. “Quando compõe em parceria, às vezes ele faz a metade e manda para alguém fazer o resto. Ou até manda o fim da música para outro compor o início”, diz a pesquisadora. Entre estes parceiros, está Paulinho da Viola, com quem tem

Lançamento do livro no Rio de Janeiro, com a presença de Nelson Sargento e sua neta Rosana Silva Pinto

encontros regulares. E é sempre um processo artesanal. Por outro lado, destaca Juliana, Nelson Sargento demonstra grande preocupação com a memória do samba, o que se manifesta, por exemplo, na linguagem das letras, que usa expressões populares e eruditas. “Ele ouve e anota expressões para usar nas letras”, explica a pesquisadora, dando um exemplo: a palavra “embarafustado” (que entrou de forma desordenada), que ficou meses na cabeça dele, à procura de um verso. É mesmo uma característica de sambis-

tas: Martinho da Vila conseguiu dar ritmo a uma palavra bastante difícil: inconstitucionalissimamente (na música “Andando de banda”). NAQUELA MESA – O livrode Juliana

“Nelson Sargento nasceu em 1924 e chegou a sargento quando serviu o Exército, daí o apelido. Morou muitos anos em morros do Rio de Janeiro, como o Salgueiro e Mangueira – sua paixão. Além de compositor, ele é artista plástico, produz um programa semanal de rádio, faz shows, é escritor e presidente de honra da Mangueira, onde desfila há mais de 70 anos”

foi lançado primeiro no dia 22 de julho, na Livraria Folha Seca, na famosa e tradicional rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro. É uma livraria especializada na cultura carioca. De acordo com a autora, foi um evento informal, uma reunião de amigos que, seguindo o costume local, pegaram as cadeiras dos bares em volta e participaram do evento, enquanto se serviam de petiscos e bebidas. Nelson Sargento foi o grande homenageado, mas outras figuras conhecidas compareceram, como a neta de Cartola. Depois do Rio, o livro foi lançado também no Festival A(o)gosto de Letras, em Ourinhos, e será na Semana Literária do SESC, em setembro, em Londrina. Será, conforme Juliana, uma espécie de palestra musicada, com um tributo aos grandes sambistas. A Livraria Eduel e da Travessa também comercializam o livro. A exemplo de Nelson Sargento, a pesquisadora continua envolvida em uma série de atividades. Graduada e especialista em Comunicação, ela atuou 15 anos como Relações Públicas na Prefeitura de Londrina, é docente do ensino superior desde 2002 e, desde 2008, produz e apresenta o “Estação Samba”, na Rádio Universidade FM. No Mestrado, abordou o processo de criação do carnavalesco Paulo Barros, observando a interação entre as várias linguagens que compõem um desfile de Carnaval. No pós-doutorado, é orientada pela professora Edina Panichi, conhecida pela Crítica Genética da obra de Pedro Nava, e estuda a obra de Martinho da Vila.


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