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Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 13 de agosto de 2014 • Nº 1.318

Descarte irresponsável O descarte de peixes de aquário em rios e lagos gera um desequilíbrio ecológico irreversível ao ecossistema. É o que aponta o grupo de pesquisadores do Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões

Biológicas (LEPIB), do Centro de Ciências Biológicas (CCB).O resultado é a invasão biológica em ambientes naturais e artificiais, colocando em risco a sobrevivência de espécies nativas. Págs. 4 e 5


2 NOTÍCIA

OBRA

- 13 de agosto de 2014

Simples, mas desafiador Os dois pergolados construídos em frente à Livraria da Eduel envolveram toda a equipe da carpintaria da PCU e tem até uma réplica em escala 1:10 que se encontra na recepção da Ouvidoria CELSO MATTOS

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uem passa pelo Calçadão do Campus próximo a Biblioteca Central (BC) visualiza dois pergolados construídos em frente à Livraria da Eduel. Mas poucos sabem que são duas construções únicas na UEL e que exigiu muitos estudos da equipe de carpintaria da Prefeitura do Campus Universitário (PCU). A ideia partiu do professor Jorge Marão, Ouvidor da Universidade. Preocupado com estudantes e servidores da UEL que ficavam jogando xadrez ao sol nos horários de lazer, ele procurou o setor de carpintaria da PCU e solicitou a construção das pérgolas. A princípio seria construída apenas uma: sobre o recanto do jogo de xadrez, mas em contato com a exdiretora da Editora, a jornalista Maria Helena de Moura Arias, surgiu a ideia de construir uma segunda pérgola que seria usada de espaço para lançamentos de livros que sempre ocorrem em frente à livraria. A construção que parece simples, exigiu o trabalho de toda uma equipe. O projeto arquitetônico foi da estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, Elis Fernanda Henn que, na época, era estagiária na Diretoria de Projetos, Obras e Manutenção da PCU. Com o projeto finalizado, a equipe do setor de carpintaria entrou em ação. O servidor Robson Roberto Nascimento que esteve à frente da obra conta que os pergolados foram construídos com madeira de peroba-rosa de demolição dos antigos barracões que abrigavam o Departamento de Arte (CECA). “A construção apesar de parecer simples foi um desafio e durou quatro meses porque tivemos que estudar os diferentes cortes e montagens”, conta Robson. Depois da obra finalizada, o servidor Robson Nascimento resolveu fazer uma réplica da pérgola em escala 1:10. “Todo o trabalho foi realizado na minha casa, fora do expediente. Mas contei com a colaboração do pessoal da marcenaria da PCU que preparou a madeira que é sobra da demolição dos barracões do antigo Departamento de Artes. A mesa do jogo de xadrez e os bancos também

foram feitos de madeira, mas foram finalizados pelo setor de Arte Visual da PCU que ajudou no verniz e pintura da mobília”, diz o servidor. Ao terminar a réplica, Robson Nascimento doou a peça para o professor Jorge Marão que teve a ideia de construir os pergolados. “Acho importante que esta réplica fique exposta na UEL porque no futuro ela vai fazer parte da história da Universidade”. Marão que é docente do curso de Arquitetura e Urbanismo destaca que a réplica é perfeita em termos arquitetônico e que não deixa Uma das pérgolas foi construída no recanto do jogo de xadrez nada a desejar a outros trabalhos produzidos por profissionais de arquitetura. “No entanto, acho que a réplica deveria ficar exposta em um local com maior visibilidade como, por exemplo, a Biblioteca Central, onde tem maior trânsito de pessoas”, defende Marão. “A obra foi construída sem custos para a Instituição e graças ao esforço dos servidores da Prefeitura do Campus”, acrescenta o professor.

Réplica produzida pelo servidor Robson Nascimento em escala 1:10

Robson Nascimento: “O mérito da construção é de toda a equipe da PCU”

Novo prefeito do Campus define prioridades da gestão

Dari Toginho: “Vamos buscar integração e a interação entre servidores”

O novo prefeito do Campus Universitário da UEL, Dari de Oliveira Toginho Filho, assumiu o cargo oficialmente no último dia 7, depois de vencer a consulta realizada no último dia 31 de julho, quando foi indicado para assumir a função por 169 votos. De acordo com o ato executivo que regulamentou a consulta, o novo prefeito do Campus permanecerá no cargo até 12 de janeiro de 2016. Dari Toginho Filho está na UEL há 26 anos, é Agente Universitário de nível superior, tem formação em Física (bacharelado e licenciatura), com mestrado e doutorado pela Unicamp.

A prioridade do novo prefeito será realizar um diagnóstico completo dos problemas existentes nos diversos setores da PCU, buscando a integração e a interação entre servidores. A organização, segundo o novo prefeito, será a prioridade da gestão, definindo claramente as linhas de trabalho de cada diretoria, divisão e setor. As demandas de infraestrutura e manutenção serão discutidas entre os setores visando estabelecer um cronograma de ações para a melhoria dos serviços. Cabe à PCU a execução e manuten-

ção da limpeza, zeladoria, transporte, jardinagem e paisagismo, carpintaria, edificação, pintura, elétrica, hidráulica, vidraçaria, marcenaria, mecânica, telefonia, eletrônica, além da segurança patrimonial. Assim que assumiu o cargo, o prefeito nomeou os novos diretores da unidade. Na Diretoria de Equipamentos, o novo responsável é Ricardo Pereira Goulart; o novo diretor de Projetos, Obras e Manutenção é Rafael Fujita. Na Diretoria de Serviços assumiu José Leonardo Bruno.

EXPEDIENTE • Redação:Chico Amaro, José de Arimathéia, Mirian Peres da Cruz e Pedro

Universidade Estadual de Londrina Reitora: Berenice Quinzani Jordão Vice-Reitor: Ludoviko Carnasciali dos Santos

Livoratti.

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL • Coordenadora: Ligia Barroso

• Chefe da Divisão de Jornalismo: Irene Fonçatti • Editor: Celso Mattos

• Diagramação/Editoração: Moacir Ferri e Nadir Chaiben. • Fotógrafos: Daniel Procopio e Gilberto Abelha. UEL – Campus Universitário – CP. 6001 – CEP 86051-990 – Londrina – PR Telefones: (43) 3371-4361 – 3371-4115 - noticia@uel.br


PESQUISA

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NOTÍCIA 3

Em cena, a dramaturgia londrinense Projeto de pesquisa coordenado pela professora Sonia Pascolati, do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas (CCH), visa catalogar e analisar textos de teatro produzidos por autores Londrinenses CELSO MATTOS

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oje Londrina é conhecida no cenário teatral pelo Festival Internacional de Londrina (FILO), mas desde a década de 1960 a cidade conta com uma significativa atividade dramatúrgica e teatral. Entretanto, grande parte dos textos teatrais de autores londrinenses produzidos neste meio século não foram publicados e encontram-se dispersos em bibliotecas, fundações de arte ou no fundo de uma gaveta na casa do próprio autor. Catalogar essa dramaturgia e realizar estudos analíticos da obra é o objetivo do projeto de pesquisa “Contribuição para a história da dramaturgia e do teatro londrinenses”, coordenado pela professora Sonia Vido Pascolati, do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas (CCH). Docente do curso de Letras e do programa de mestrado e doutorado em Letras-Estudos Literários e com pesquisa na área de Literatura Dramática, Sonia Pascolati, destaca que o projeto visa catalogar e analisar obras de autores que nasceram em Londrina e escreveram textos para serem encenados na cidade, como é o caso dos autores Mário Bortolotto e Domingos Pellegrini; autores que vieram de outras cidades, mas produziram textos para serem montados aqui, como Nitis Jacon e autores que são de Londrina, mas produzem textos para serem encenados por companhias teatrais de outras cidades, como o dramaturgo Maurício Mendonça, entre outros. Com a colaboração de professores colaboradores, estudantes de Iniciação Científica e pós-graduandos, foi feito um levantamento inicial que revelou a existência de aproximadamente 300 textos escritos e encenados na cidade desde os anos de 1960, deste total apenas 30% foram publicados. Segundo Sonia Pascolati, a primeira dificuldade encontrada foi ter acesso à informação sobre o que de dramaturgia se produziu em Londrina. “A segunda foi ter acesso aos textos propriamente dito”, diz a pesquisadora. A estudante Vanessa Nakadomari Santos, do curso de Letras, que está no projeto desde o início, conta que o ponto de partida da pesquisa foram consultas à Biblioteca Pública, Museu Histórico, Museu de Arte, Funcart e CDPH da UEL. Segundo a professora Sonia Pascolati, este não é um projeto pioneiro porque já houve outras iniciativas no sentido de resgatar a história do teatro em Londrina. “Mas nós estamos dando um passo à frente. Após catalogar os textos, estamos na fase de análise deste material para entender o processo de produção, a estrutura dramática, as referências dos autores e como Londrina é mostrada nessa dramaturgia. Para isso, estamos lendo

Os estudantes Vanessa Santos, Vanderson Neves, Diana Alves e Abílio Júnior que fazem parte do projeto

Sonia Pascolati: “O texto dramático é pouco valorizado se comparado a outros gêneros literários” texto por texto e analisando cada um deles”, explica. O projeto também está possibilitando a produção de trabalhos científicos paralelos como TCCs, artigos, dissertações e teses. O estudante do curso de Letras, Vanderson de Souza Neves, por exemplo, está desenvolvendo seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre a peça “ZY Drina”, de autoria de Nitis Jacon e encenada pelo grupo Proteu em 1987. “Escolhi este texto como corpus de meu TCC devido a sua riqueza dramática e sua abordagem histórica”, diz ele. Os estudantes Abílio Júnior, Diana Alves e Diego Souza Fonseca também do curso de Letras, destacam a experiência em pesquisar uma área até então desconhecida para eles. “É tudo muito novo para nós que não assistimos às montagens desses textos e nunca tínhamos trabalhado com o texto dramático”, ressaltam. “NOVIDADE” - A professora Sonia Pascolati observa que essa “novidade” apontada pelos estudantes se deve ao fato

de que no curso de Letras a Literatura Dramática (texto de teatro) é pouco valorizada se comparada a outros gêneros literários como o romance, a poesia e o conto. “O texto dramático não existe na formação do leitor brasileiro, não temos o hábito de ler textos de teatro. Portanto, este projeto também tem a função de formar leitores e estudiosos do texto dramático porque isso é fundamental, a exemplo do que acontece em países como Inglaterra e a França que têm tradição na leitura e estudo de textos dramáticos”, defende a professora. A conclusão do projeto está prevista para 2016, mas Sonia Pacolati acredita que esta é uma pesquisa para a vida. “Começamos no ano passado e até agora conseguimos catalogar 100 dos 300 textos. E estamos finalizando a análise dos textos escritos por Nitis Jacon, do Proteu, mas faltam ainda os textos do Mário Bortolotto, do Cemitérios de Automóveis; do Maurício Arruda, que escreve para o grupo Armazém; do Domingos Pellegrini, do Adriano Garib, entre outros”, contabiliza a coordenadora do projeto. Segundo Sonia Pascolati, a intenção é no final publicar esse material em forma de e-book para ter todo esse material organizado e disponível para consulta da população. “Porém, isso demanda tempo considerando que todos esses textos precisam ser digitados, o que significa muito trabalho pela frente”. Também participam do projeto os estudantes André Luiz Demarchi, Francieli Oliveira de Paiva, Gabriella Ciotto Rodrigues, Luana Guedes de Paula, e os docentes Ângela Maria Pelizer, Bárbara Cristina Marques, Maria Carolina de Godoy, Silvio José Stessuk e Telma Maciel da Silva.

Serviço: Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas (CCH). Fone: (43) 3371-4428

“O texto dramático não existe na formação do leitor brasileiro, não temos o hábito de ler textos de teatro. Portanto, este projeto também tem a função de formar leitores e estudiosos do texto dramático porque isso é fundamental, a exemplo do que acontece em países como Inglaterra e a França que têm tradição na leitura e estudo deste gênero literário”


4 NOTÍCIA

PESQUISA

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Descarte de peixes ornament Só na bacia do alto rio Paraná já são encontradas 11 espécies nativas do Pantanal, Amazônia, Ásia e, inclusive, da O resultado é a invasão biológica em ambientes naturais e artificiais, o que causa sérios danos ao meio ambiente MIRIAN PERES DA CRUZ

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descarte de peixes de aquário em rios e lagos, inclusive na bacia do rio Paraná, gera um desequilíbrio ecológico irreversível ao ecossistema. A prática é comum entre os adeptos do aquarismo. É o que aponta o grupo de pesquisadores do Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas (LEPIB), do Centro de Ciências Biológicas (CCB). O resultado é a invasão biológica de espécies em ambientes naturais e artificiais, o que causa sérios danos ao meio ambiente, ao mesmo tempo em que coloca em risco a sobrevivência de espécies nativas. O despejo indiscriminado de peixes ornamentais em rios, ribeirões, lagoas e oceano, represas, açudes e canais provoca a competição por comida entre as espécies, a transmissão de doenças e parasitas além de estimular o cruzamento entre espécies distintas. Segundo o biólogo Mário Luis Orsi, do CCB, o problema também estimula o territorialismo, um comportamento do peixe invasor que leva à expulsão da espécie nativa. “A espécie invade e conquista o espaço. São efeitos sérios que causam cada vez mais preocupação no meio científico, pois podem levar à extinção de espécies nativas”, acrescenta. Com o objetivo de informar e conscientizar a população sobre o descarte irregular de peixes ornamentais, o grupo de pesquisadores da UEL criou o informativo intitulado “Peixes introduzidos por aquarismo na bacia do alto rio Paraná”. O material é distribuído em escolas, pet shops, e entidades ligadas ao setor. O assunto causa preocupação entre os pesquisadores e entidades fiscalizadores, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Instituto Ambiental do Paraná (IAP). ALERTA – Os pesquisadores alertam que levantamento recente apontou a introdução de 11 espécies ornamentais na bacia do alto rio Paraná, resultado do despejo de exemplares de aquário. Desse modo, entre as espécies identificadas estão o Flame tetra (hyphessobrycon flammeus), o Cascudo abacaxi (Pterygoplichthys ambrosettii), Pati (Xiphophorus maculatus), o Cará ou porquinho (Geophagus proximus), e Espada ou espadinha (Xiphophorus). São peixes nativos do Pantanal, Amazônia, Ásia e América Central. “Eles estão se estabelecendo e depois podem virar invasores”, explica Mário Orsi.

Marcelo Yabu: “Doe o peixe para outro aquarista”

No Brasil os peixes ornamentais da Amazônia estão entre os mais lucrativos para a exportação. E muitos nem são descritos pela ciência. Segundo Mário, o Paraná é o Estado que mais recebe espécies de outros países e, inclusive promove a comercialização deles. Ele ainda observa que a invasão também pode ser associada à “quebra de serviços ecológicos”, em especial no que diz respeito à qualidade da água. “Às vezes a pessoa acha que está fazendo um bem para o peixe, mas no fundo contribuiu para o desequilíbrio ecológico do ecossistema”, salienta. Mário Orsi também chama atenção para a falta de informação dos proprietários de lojas especializadas na venda de peixes ornamentas, equipamentos e acessórios para a prática de aquarismo. “Eles se surpreendem com este tipo de informação sobre o descarte desordenado de peixes”, acrescenta. Outra preocupação é o mercado paralelo de peixes que só cresce no país. Segundo ele, os próprios órgãos fiscalizadores do setor desconhecem a dimensão do proble-

Peixe conhecido como Mato Grosso, uma das espécies mais acessíveis pelos aquaristas

ma. Conforme informações dos pesquisadores da UEL, a segunda maior causa de introdução de peixes nos Estados Unidos é resultado da soltura de peixes ornamentais. E o problema afeta o Brasil em escala cada vez maior. “A introdução de peixes e outros organismos no ambiente é uma grande ameaça para a diversidade nativa”, reforça Diego Zoccal Garcia, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UEL. Ele explica que algumas espécies de peixes são mais agressivas que outras. É o caso do popularmente conhecido por Oscar, cujo nome científico é Astronotus crassipinis. Classificado como piscívoro, ele se alimenta de outras espécies. “Ele pode se transformar em predador de um peixe nativo”, reforça Diego. Ele ainda aponta os motivos que levam o aquarista a descartar os peixes ornamentais. “Vários deles podem ficar agressivos com o tempo, o que pode machucar outros peixes”, diz. Outra causa que leva à soltura no ambiente é o crescimento exagerado de algumas espécies. Outra preocupação é o descarte de animais marinhos. No Brasil, o IBAMA autoriza a comercialização de 172 espécies de peixes, mas segundo os pesquisadores da UEL, ao todo, 470 variedades de peixes ornamentais de água doce do mundo são criadas em aquários brasileiros.

Serviço: Diego Zoccal Garcia: “É uma ameaça à diversidade nativa”

Departamento de Biologia Animal e Vegetal (CCB). Laboratório de Ecologia de Peixes - fone: (43) 3371-4948

Mário Orsi: “Às vezes a pessoa acha que está fazendo um bem para o peixe”

Dicas

Os pesquisadores da UEL incentivam a compra consciente de peixes ornamentais, em especial os praticantes do aquarismo. A principal recomendação é buscar informações sobre as espécies, no que diz respeito à alimentação, crescimento e cuidados diários. Portanto, seja um aquarista consciente, nunca solte os peixes em ambientes naturais ou artificiais. De acordo com o biólogo Marcelo Yabu, colaborador do grupo de pesquisa do LEPIB, para evitar


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NOTÍCIA 5

ais prejudica meio ambiente região da América Central.

Peixe ornamental conhecido como Oscar: predador de espécie nativa

O aquarismo em números Hoje são ao todo 35 os países exportadores de peixes ornamentais, com destaque para Alemanha, Estados Unidos, Holanda e Taiwan. O número de espécies brasileiras importadas são cerca de 169. O fato que é 86% do comércio de peixes ornamentais

tem como objetivo suprir o mercado internacional. Entre eles estão o cardinal-tetra (Paracheradon) e rodóstomo (Petitela georgiae). O Estado do Amazonas está entre os principais centros exportadores de peixes ornamentais do país.

Biólogo da UEL é nomeado consultor ambiental em SP importantes a soltura do peixe é preciso tomar alguns cuidados: • Pesquise sobre os hábitos e características da espécie antes de adquirir o peixe ornamental em lojas especializadas. • Quando não houver outra saída, doe o peixe para outro aquarista, ou até mesmo para lojas especializadas em aquários, escolas ou universidades. • Outra solução é anunciar a doação na Internet, principalmente em grupos e fóruns de aquarismo.

O biólogo Mário Luis Orsi, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), foi nomeado recentemente como conselheiro do Sistema de Informação e de Gestão de Áreas Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo (Sigap), órgão regulador e promotor das ações do Poder Público para assegurar o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida. O decreto foi assinado em 6 de junho, pelo governador Geraldo Alckmin. Os conselheiros participam de reuniões mensais, com um mandato de dois anos. A nomeação do servidor se deu pelo trabalho desenvolvido no CCB, na área de Ecologia e de Invasão Biológica. Segundo Mário Orsi, o desafio dos conselheiros

será colaborar para aprimorar o trabalho do Sigap, instrumentalizando o órgão para gerir um sistema completo de informações e de gestão ambiental. O Sigap foi instituído no ano passado pelo Estado de São Paulo, diretamente ligado ao gabinete do governador. Entre as funções e metas estão a integração, organização, catalogação e disponibilização de informações ligadas à área ambiental. Também cabe ao órgão construir base de conhecimento ambiental e territorial do Estado, para fundamentar, planejar e implementar políticas públicas, além de contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos em todo o território de São Paulo.

“Alguns peixes são mais agressivos que outros. É o caso do popularmente conhecido por Oscar, cujo nome científico é Astronotus crassipinis. Classificado como piscívoro, ele se alimenta de outras espécies e pode se transformar em predador de um peixe nativo”


6 NOTÍCIA

CULTURA

- 13 de agosto de 2014

Nascido há 10 mil anos atrás A radionovela “Conversas na Estação” inspirada no mito Raul Seixas, estreia na Rádio UEL-FM, dia 21 deste mês, data que marca os 25 anos da morte do cantor MIRIAN PERES DA CRUZ

A

Rádio UEL (107,9) estreia no próximo dia 21, às 10h55, a radionovela “Conversas na Estação”. São 19 episódios inspirados no mito Raul Seixas. A data de estreia é especial, afinal marca os 25 anos da morte do músico, que faleceu em 1989, aos 44 anos. Os episódios serão reprisados aos sábados, às 16h55. A produção conta com direção do escritor, poeta e professor Cesar Carvalho, do Departamento de Ciências Sociais (CCH). São conversas que ocorrem na plataforma da estação de trem sobre a vida e obra do músico Raul Seixas. O elenco é formado por Poka Marques, Mira Roxo, Apolo Theodoro, Cláudio Rodrigues e Ciça Guirado. Todos são amantes do “rock and roll” do músico considerado “Pai do Rock” brasileiro. Ao todo são seis personagens recorrentes nos episó-

dios. Portanto, Elvis (Poka Marques) é o típico fanático pelo Raul Seixas, Décio (Apolo Theodoro) que interpreta um ‘chato boy’, Laurie (Ciça) uma provocadora de carteirinha. Além do casal, o psicólogo Vik (Cláudio Rodrigues) e Elza (Mira Roxo), a mais “pé no chão” das personagens. “Conversas na Estação” gira em torno da relação conflituosa dos personagens principais Elvis e Décio, ambos apaixonados por Laurie.“O universo do Raul Seixas é muito rico, por isso inspira a possibilidade de desenvolver ficções”, diz o professor Cesar Carvalho. “E a radionovela é uma temática que tenta explicar a questão do mito. Não só o mito Raul Seixas, mas a importância que o mito tem na vida de cada um de nós”, acrescenta ele. Além de músicas do “maluco beleza”, os episódios vão proporcionar aos ouvintes momentos de introspecção e autoconhecimento. Vale destacar que os “malucos”, e amigos, Décio e Elvis, que já existiam no Programa Estação

Raul, da Rádio UEL-FM, e na nova produção volta e meia, eles discutem a figura do mito em Raul Seixas. O fato é que o final da radionovela se mostra surpreendente, pois reserva um fim, no mínimo, melancólico para um deles. Poka Marques também destaca o que há de especial na produção. “O Raul Seixas traduziu o rock como modo de vida, e modo de ser. Então, além do lado da autorreflexão, espero apenas que as

pessoas ouçam o Raul Seixas”, ressalta Poka. Para ele, a experiência de fazer radionovela nos dias atuais pode ser explicada com uma palavra fundamental, isto é, “diversão”. Além da diversão garantida, Mira Roxo também ressalta o resgate do gênero radionovela. “A proposta é voltar com a esta linguagem que trabalha com o imaginário do ouvinte por meio de recursos sonoros. Isso é muito bom”, conclui.

O professor Cesar Carvalho, com dois dos atores da radionovela, Poka Marques e Mira Roxo

Filo começa dia 22 com atrações nacionais e internacionais A Compagnie Point Zero (Bélgica) está entre os convidados internacionais

O Festival Internacional de Londrina (FILO) começa no dia 22 deste mês e prossegue até 7 de setembro. Esta edição do festival recebeu mais de 500 inscrições do Brasil e de outros países, mas a Comissão de Avaliação e Curadoria do Filo fez uma seleção das propostas tendo como critérios qualidade artística e sua viabilidade técnica e financeira, sempre observando o perfil e o conceito do festival. O Brasil estará representado no evento por companhias teatrais de Londrina, Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Recife e Porto Alegre. Entre os selecionados internacionais, estão atrações da Argentina, Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Bélgica. Alguns

dos destaques são a Compagnie Point Zero, com “L’École des Ventriloques”, de Alejandro Jodorowsky; Maureen Fleming Company, com “Black Madonna”; Merlin Puppet Theatre, com “Clown’s Houses”; Cia. Projeto María Peligro, com “Fuera”, e “La Función por Hacer”, do diretor Miguel del Arco, um dos mais premiados espetáculos espanhóis dos últimos anos. O festival é uma realização da Associação dos Amigos da Educação e Cultura Norte do Paraná (Àmen) e da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A programação completa do festival, assim como a venda de ingressos podem ser conferidas na página do Filo: www.filo.art.br/2014.


ACONTECE

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PRATELEIRA EDUEL

NOTÍCIA 7 Livraria EDUEL Entre em contato - saiba a política de descontos

3371-4683 - 3371-4691 ou pelo e-mail: livraria-uel@uel.br

Semana da Química Será realizada de 17 a 19 de setembro a XXX Semana da Química da UEL, no Centro de Ciências Biológicas (CCB). O evento contará com palestras e minicursos que tem como objetivo proporcionar uma informação abrangente aos estudantes (bacharel, tecnológico e licenciatura) enfocando as todas as possibilidades oferecidas pelo novo currículo. A programação prevê 10 minicursos teórico-práticos, além de apresentações de trabalhos de autoria de estudantes de graduação e pós-

graduação. Além de atualizar o conhecimento, o evento busca oferecer informações sobre pesquisa de ponta, apresentando técnicas inovadoras e novos métodos. Entre os palestrantes convidados estão professores e pesquisadores da própria UEL, da Universidade Federal de São Paulo, Universidade de Brasília e da iniciativa privada. A programação completa do evento, normas de apresentações, valores das taxas de inscrição podem ser conferidas no endereço: http://squel2014.wix.com/site.

Inovatec 2014 A Feira Paranaense de Negócios em Inovação Tecnológica (Inovatec) será realizada entre os dias 18 e 19 deste mês, no Hotel Sumatra. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site: www.uel.br/eventos/insc/?id=1579. A feira busca aproximar a pesquisa acadêmica da iniciativa privada, potencializando o conhecimento gerado pelas instituições de ensino e pesquisa. A proposta é promover a inovação tecnológica na Região de Londrina e de fomentar um ambiente de empreendedorismo. Para a segunda edição da feira, as áreas estratégicas escolhidas foram: alimentos; higiene pessoal, perfumaria e cosméticos; eletroeletrônica; têxtil e vestuário; saúde e bem estar; e tecnologia da informação e comunicação. A Inovatec é uma iniciativa é da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), em parceria com a UEL.

Jornada de Humanidades Organizadores da 6ª Jornada de Humanidades, promovida pelo Colégio de Aplicação da UEL, estão abrindo a possibilidade de apresentação de propostas e de apresentações de alunos e de professores interessados em colaborar com oficinas, palestras, aulas e exposições sobre o tema “Mídias, Cultura e Juventude”. A jornada será realizada nos dias 9 e 10 de setembro, no Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA). As propostas podem ser enviadas até 18

de deste mês para o endereço jornadadehumanidades6@gmail.com. Após análise das sugestões enviadas, a comissão organizadora enviará cartas de aceites aos proponentes até 22 de agosto. A 6ª Jornada de Humanidades pretende oferecer informações atualizadas sobre mídia e sua influência no cotidiano dos jovens. O evento prevê a emissão de certificado aos palestrantes e tem apoio de projetos como PIBID, LENPES, LIFE, PRODOCÊNCIA, FOPE e PARFOR.

Editora na Bienal do Livro de São Paulo CARLOS HARFUCH

Entre 22 a 31 deste mês, será realizada em São Paulo a 23ª Bienal Internacional do Livro, no Anhembi. O caráter dessa Bienal combina com a chamada de seu site, que é “Diversão, cultura e interatividade. Tudo junto e misturado”. Com isso, a Bienal abre mão de um formalismo que não mais cabe à atividade literária. O evento revela que ler e escrever são ações de pura arte. Mesmo obras de conteúdo científico necessitam mais e mais do componente da informalidade, sem perder a leveza libertadora do estilo. Os destaques dessa Bienal serão Sally Gardner, confirmada pela Câmara Brasileira do Livro; Cassandra Clare, autora de Os Instrumentos Mortais; Ken Follet, autor de quatro best-sellers no ranking do New York Times; Harlan Coben, mestre dos ro-

mances de mistério e número um na lista dos mais vendidos pelo The New York Times. A EDUEL estará representada por meio do stand da ABEU - Associação Brasileira das Editoras Universitárias, que congrega mais de cem editoras universitárias espalhadas por todo o país. Com um catálogo maduro e em nível de excelência, a EDUEL apresentará o que de melhor há no ambiente editorial universitário, desde obras do selo infantojuvenil, em que trabalha com temas que vão desde questões filosóficas às fisiológicas, além das obras assinadas por autores do calibre de Yi-Fu Tuan e Lívia de Oliveira, Enzo Minarelli e Frederico Fernandes, Miguel Sanches Neto, Marcos Antônio Lopes, Elias Daher dentre outros.

Censura e Repressão Os Departamentos de Comunicação e de História da UEL realizam no final deste mês o “I Colóquio Nacional de Estudos sobre o Autoritarismo: censura e repressão às Artes e à Imprensa (Brasil, 1964-1985)”. O evento acontecerá no Centro de Ciências Humanas (CCH), no Campus da UEL, entre os dias 23 e 26 de setembro. As conferências são abertas à comunidade, mas tem como público principal a comunidade acadêmica, professores, alunos e servidores de todas as áreas. Mais informações pelos telefones (43) 3371-4398 ou 3371-4328.

Inova Talentos Estão abertas até o dia 31 de agosto as inscrições para estudantes interessados em atuar como trainees no programa Inova Talentos, uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). São oportunidades para diversas áreas, entre elas, engenharias, administração e tecnologia da informação. As 25 vagas estão sendo oferecidas para as cidades de Curitiba, Londrina e Maringá. Podem participar estudantes do

último ano de graduação, recém-formados (em até três anos) e mestres. As inscrições devem ser feitas no site www.vagas.com.br/ v979612. Os escolhidos serão responsáveis pelo desenvolvimento de projetos inovadores dentro das organizações e receberão bolsas subsidiadas pelo CNPq que variam de $ 1,5 mil a R$ 3 mil mensais, pelo período de um ano. O processo seletivo prevê análise de currículo, testes online (inglês e resolução de problemas), dinâmicas presenciais e entrevistas.

Excelência em publicações Informamos que a EDUEL está aberta para receber novas obras. Os autores interessados devem buscar em nosso site o link “Diretrizes para publicação”, onde consta nossa política de publicação. Em seu esforço pela excelência em todos os níveis, a EDUEL tem publicado obras de autores importantes tanto do cenário nacional quanto internacional e ter hoje uma obra publicada por ela é referência de prestígio e de reconhecimento.


8 NOTÍCIA

CULTURA

- 13 de agosto de 2014

As aventuras de um gato viajante Livro incentiva crianças a conhecerem a história de Londrina e seu patrimônio cultural. A obra traz um gato caixeiro-viajante como personagem principal BEATRIZ BOTELHO

U

m gato passeia pelas ruas de Londrina, viaja pela rota do Café e faz passeio nos museus da cidade. Não é um gato comum: ele é um caixeiro-viajante profissão antiga, na qual uma pessoa vendia produtos por diversos lugares. Este gato vendedor e andante faz parte da série infantil “As aventuras do Gato Caixeiro”, que leva a educação patrimonial para as crianças de Londrina. “O gato é um personagem urbano, está na cidade e anda por todos os lados. Queríamos um personagem lúdico para as crianças e a escolha do gato foi por este perfil”, afirma Leandro Henrique Magalhães, historiador e coautor do livro “As aventuras do Gato Caixeiro nos Museus de Londrina”, lançado em julho deste ano no Museu Histórico de Londrina. Com uma história leve, educativa e ilustrações do cartunista Sassá, os 500 exemplares do livro foram distribuídos para as escolas municipais de Londrina para serem usados como material didático aos alunos do 3º e 4º ano do Ensino Fundamental. A primeira edição da série foi “As aventuras do Gato Caixeiro em Londrina” publicada em 2011 e, no ano seguinte, lançaram “As aventuras do gato caixeiro na Rota do Café”. Segundo Ana Cláudia Trevisan, pedagoga e coautora das histórias do gato caixeiro, os livros educam para o patrimônio e a terceira edição apresenta os museus da cidade para as crianças. “Em Londrina, existem outros museus além do Museu de Arte e do Museu Histórico. Existe o Museu da Sociedade Rural, da Viação Garcia, do Colégio Mãe de Deus e da Casa de Memória da Madre Leônia Milito, por exemplo. São espaços de memória e pertencem à história da qual estamos ligados”, explica.

Os autores Leandro Henrique e Ana Cláudia, com seus “gatinhos”

Leandro Magalhães destaca que, apesar de receberem visitas de muitos turistas, os museus de Londrina e demais cidades são pouco valorizados pela população local. Porém, o historiador afirma o quanto os museus são importantes. “O museu é um espaço de memória, que faz parte da nossa identidade e da nossa história. É preciso incentivar a visitação, o conhecimento e o reconhecimento desses espaços”. Para a professora Regina Alegro, diretora do Museu Histórico de Londrina, o livro do gato caixeiro faz esse papel de motivação para que as crianças e os familiares visitem os museus. “As crianças chegam em casa contando sobre o museu, que existe um espaço que pode ser visitado pela família. É interessante para nós que esta experiência possa se constituir no processo de educação, valorização da memória e aprendizagem para a vida cotidiana”, afirma. EDUCAÇÃO - A série “As aventuras do Gato Caixeiro” faz parte de um projeto maior denominado Educação Patrimonial. Criado em 2005, o Projeto é multidisciplinar e reúne pesquisas, publicações científicas

e pedagógicas. O objetivo é a valorização das identidades e memórias que compõem o Patrimônio Cultural de Londrina. Leandro Henrique Magalhães é o coordenador do Projeto desde 2007. Além das ações pedagógicas, o historiador realiza diversas pesquisas na área de educação patrimonial, assim como a pedagoga

Ana Cláudia Trevisan. “Todo nosso trabalho tem o objetivo de educar para o patrimônio cultural, para se apropriar dos patrimônios culturais temos na cidade para adquirirmos a noção de pertencimento”, afirma Magalhães. O Projeto Educação Patrimonial foi premiado em 2010 na 23ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como a melhor ação de preservação do Patrimônio Histórico e Cultural, concedido ao município de Londrina. O projeto é patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura através do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). A iniciativa é resultado de uma parceria da administração municipal com as instituições: Universidade Estadual de Londrina (UEL); Centro Universitário Filadélfia (UniFil); Grupo de Trabalho em Patrimônio Histórico e Cultural da Associação Nacional de História – Seção Paraná; Museu de Artes de Londrina (MAL) e o Museu Histórico de Londrina (MHL).

Lançamento reuniu crianças de várias escolas no Museu Histórico


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