Regiao de Leiria, 13 de Maio de 2011

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Região // Panorama

Nasceu em Alcobaça, mas veio cedo para Leiria, frequentar o antigo Magistério Primário. Foi professora em vários estabelecimentos de ensino da região e, entre 2000 a 2007, vicepresidente da EB2,3 de Marrazes. Vive na freguesia há 31 anos e candidatouse à Junta nas eleições de 2009, pelo PS. Ganhou com 38% dos votos

Aldeia do Desporto não será concluída neste mandato Foi com vontade de devolver a Marrazes a dignidade que a freguesia necessita que a autarca se candidatou. Contudo, não imaginava que as obras “herdadas” lhe trouxessem mais problemas do que soluções. E afirma ser impossível concluir a Aldeia do Desporto no seu mandato Marina Guerra marina.guerra @regiaodeleiria.pt Está há 19 meses na Junta de Marrazes. Quando se candidatou, imaginava que era esta a Junta que iria encontrar? De modo nenhum. Fui movida pelo entusiasmo de poder devolver a Marrazes a dignidade que a freguesia necessita. Escolhi uma equipa coesa, com experiências de vida diversas e que pudesse encaixar soluções para a freguesia, para fazer, de uma vez por todas, o que nunca foi feito. Que a Marrazes fosse devolvida a dignidade e importância de grande centro urbano e prolongamento da cidade de Leiria. Após as eleições falou-se que a Junta teria dívidas enormes. Esta situação é verdade? Quando chegámos, contrariamente à mensagem e à ideia que nos foi passada, esta fre-

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guesia não era rica. Estava muito endividada. Essa foi a primeira preocupação e, até ao mês passado, a nossa prioridade foi a liquidez da dívida. Estamos a falar de quanto? De valores tremendamente altos, de obras com um passivo de dívida muito alto. Neste momento, temos duas grandes preocupações: o lar e centro de dia, cuja situação está encaminhada, e a Aldeia do Desporto, da qual se deve cerca de 220 mil euros à empresa construtora. Surgiram problemas inerentes à sua construção, que estão a ser corrigidos. Ou seja, a questão da dívida coloca-se mas também a concepção da obra, que não foi concebida para dar resposta ao pretendido. É possível avançar uma data para a conclusão da Aldeia do Desporto? É impossível. Dificilmente será consolidada no nosso mandato. Estamos centrados na

Região de Leiria — 13 Maio, 2011

infra-estrutura que foi criada. Um campo com muitas carências e problemas. Parece-nos impossível como é que se consegue inaugurar uma infraestrutura sem uma bancada e instalações sanitárias. O que aconteceu foi um desbaste brutal de árvores que a todos inquieta. Não teve preocupações sob o ponto de vista ambiental e prático e foi mal concebida a partir do projecto, em virtude de se situar em cima de uma linha de água. De quem é a responsabilidade? Deste executivo não foi. É uma obra herdada, que custa bastante em termos económicos à freguesia. Marrazes merece e precisa de um conjunto de equipamentos, mas não estariam reunidas as condições para uma obra deste género. Com estas situações encaminhadas, as contas da Junta de Freguesia já têm um saldo positivo? Não, só porque ainda temos dívidas a pagar. A Junta já conseguiu relativamente aos lotes da Zicofa (Zona Industrial da Cova das Faias), fazer duas escrituras que estavam por realizar há dez anos e o dinheiro entrou integralmente na Jun-

ta, ao contrário do passado. Cerca de um milhão de euros. Herdámos uma dívida com a Câmara Municipal de cerca de dois milhões de euros. Um dos temas abordado nas reuniões da Assembleia de Freguesia foi a venda de um terreno na Mata para a Águas do Mondego. Que venda é esta? A proposta da Águas do Mondego remonta a Abril de 2009. Numa primeira abordagem com o actual executivo, é reforçada a pretensão da localização dos depósitos no coração da Mata, junto ao cemitério, ou a expropriação caso não fosse possível chegar a acordo. A situação deixounos em autêntico estado de choque.

Dinheiro da venda à Águas do Mondego será para investir integralmente na recuperação da Mata. Conseguir melhorá-la será fazer da Mata dos Marrazes o ex libris de Leiria

Em Julho de 2010 recusou publicamente esta proposta. O que mudou agora para a aceitar? Não haveria qualquer hipótese de evitar a expropriação. No entanto, conseguimos deslocar os depósitos para a periferia. Serão vendidos 12.067 m2 por cerca de 221 mil euros, como foi acordado na Assembleia de Freguesia de 26 de Abril. Esse dinheiro será para investir integralmente na recuperação da Mata. Conseguir melhorá-la será cumprir uma das intenções explícitas no nosso programa, fazer da Mata dos Marrazes o ex libris de Leiria. Se fosse hoje, e sabendo o que sabe hoje, voltava a candidatar-se? Nunca tenho a tentação de me atormentar com esse “se” a que costumo chamar de “pensamento mágico”. Opto e assumo a responsabilidade das opções que tomo com a certeza que fiz a melhor escolha. Em 2009, candidatar-me foi a opção, hoje a questão não se põe. Todo o grupo trabalha com o objectivo único: o engrandecimento da freguesia. Queremos fazer de Marrazes a cidade que Leiria precisa, era o nosso slogan e o nosso objectivo.


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